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* Trypanosomas-CHAGAS Leishmanias- LEISHMANIOSES Giardia-GIARDÍASES Trychomonas-TRICOMONÍASE Entamoeba-AMEBÍASE Endolimax- Toxoplasma-TOXOPLASMOSE Plasmodium-MALÁRIA Doenças Humanas Causadas por Protozoários- Protozooses * Doença de Chagas * Doença de Chagas (Tripanossomíase Americana) Parasitose tecidual e hemática, endêmica em amplas regiões da América, cujo agente etiológico é o Trypanosoma cruzi. Afeta 20 milhões de pessoas na América Latina. * Doença de Chagas AGENTE ETIOLÓGICO Protozoário Trypanosoma cruzi Família Tripanosomatidae Classe Mastigophora Ordem Kinetoplastida * Doença de Chagas AGENTE TRANSMISSOR Ordem Hemíptera Família Reduviidae Sub-família Triatominae Espécies principais: Triatoma infestans Panstrongylus megistus Triatoma brasiliensis Rhodinus prolixus * * HOSPEDEIRO INVERTEBRADO - Triatoma infestans * * DOENÇA DE CHAGAS ou TRIPANOSSOMÍASE Trypanosoma cruzi DISTRIBUIÇÃO A doença de Chagas segue como problema de saúde pública por todos os países da América Latina, e sua distribuição cobre a América do Sul, incluindo Chile e Argentina, até o sul dos Estados Unidos por onde existam vetores adequados ao parasito (Fiocruz, 2007); Brasil – Norte, Nordeste, Sudeste e Sul * * CICLO BIOLÓGICO – hospedeiros vertebrados e hospedeiros invertebrados HOSPEDEIRO VERTEBRADO (Homem e mamíferos) mudanças morfológicas protozoário podem estar condicionadas ao: tipo de hospedeiro; tecido parasitado; posição ocupada no órgão. * Cinetoplasto Cinetoplasto mitocôndria única rica DNA mitocondrial * * FORMA AMASTIGOTA – intracelular, arredondada ou oval, flagelo curto e não se exterioriza Formas amastigotas de Trypanosoma cruzi circulantes no sangue, geralmente com aspecto das letras "S" ou "C". * FORMA TRIPOMASTIGOTA – extracelular – sangue , alongada, cinetoplasto posterior ao núcleo, flagelo circunda membrana ondulante e livre anterior. Trypanosoma cruzi - vermelha - núcleo; azul - membrana ondulante; verde -flagelo. * Forma Epimastigota – intestino, alongada, cinetoplasto junto ao núcleo, flagelo estende-se e emerge da extremidade anterior; Base do flagelo Trypanosoma cruzi - forma epimastigota * * * MECANISMOS DE TRANSMISSÃO Pelo vetor; transfusão de sangue; transmissão congênita: ninhos de amastigotas na placenta, tripomastigotas podem atingir circulação fetal; acidentes laboratórios; transmissão oral – amamentação, ingestão de alimentos contaminados com fezes ou urina de triatomíneos; Transplante. * DOENÇA DE CHAGAS TRANSMISSÃO Transmissão natural ou primária Vetorial Penetração dos tripomastigotas metacíclicos através da pele ou mucosas Outros mecanismos Transfusão sanguínea, transmissão congênita, acidentes de laboratório, transplante, amamentação, coito. * CICLO BIOLÓGICO DO T. cruzi fase de multiplicação: intracelular no hospedeiro vertebrado; extracelular no inseto vetor (triatomíneos) * * * Divisão Binária – a cada 12h Amastigota Tripomastigota Tripomastigota - sangue Tripomastigota - epimastigota Divisão Binária – Intestino barbeiro Tripomastigota – reto Amastigota Ciclo Celular 5 a 6 dias 9 gerações * * Fase aguda sintomática – características clínicas de uma infecção generalizada de gravidade variada; febre, linfadenopatia (aumento dos linfonodos - gânglios linfáticos) e hepato-esplenomegalia; Diagnóstico sugerido por manifestações locais como: Presença dos sinais de porta de entrada - penetração parasita na conjuntiva (olho) ocorre edema bipalpebral unilateral denominado sinal de Romaña, chagoma cutâneo (penetra qualquer parte da pele). Comprovado pelo encontro dos parasitos no sangue periférico (exame a fresco ou gota espessa). * * Sinal de Romaña * sinal de Romaña Chagoma cutâneo * Parasita penetra na pele ocorre: lesão, inflamação aguda na derme e hipoderme forma furúnculo; seguida de regressão lenta com descamação denominado chagoma de inoculação Fase aguda passa despercebida (4 a 10 dias após picada) desaparecendo 1 ou 2 meses; * FIM DA FASE AGUDA: Protozoários que não foram eliminados pela resposta imunológica podem ainda permanecer viáveis no interior das células infectadas; A partir daí está caracterizada a Fase Crônica da Doença de Chagas, que pode evoluir para as manifestações características da Doença de Chagas (forma sintomática). * * FORMA CRÔNICA INDETERMINADA * * FASE CRÔNICA SINTOMÁTICA Sistema cardiocirculatório (FORMA CARDÍACA), Sistema digestório (FORMA DIGESTIVA), Ambos (FORMA CARDIODIGESTIVA ou MISTA) – observa-se reativação intensa do processo inflamatório; * Forma cardíaca – Cardiopatia crônica alterações eletrocardiográficas; sintomas clínicos: palpitações e tonturas ; aumento do coração; * * A lesão da ponta do ventrículo esquerdo do coração - trata-se de um adelgaçamento, sem fibrose, com atrofia das fibras miocárdicas. Efeitos das lesões aparece sob a forma de um retardo na chegada do estímulo elétrico à região da ponta do ventrículo esquerdo. Figura : típica lesão apical “aneurismática” da forma crônica * Figura: Corte sagital de coração de paciente chagásico que faleceu com insuficiência cardíaca, mostrando dilatação das cavidades ventriculares, afilamento da ponta do ventrículo esquerdo e do ventrículo direito, com trombose (Higuchi, 2007). * Figura: Afilamento do miocárdio da região do ventrículo , com substituição por fibrose. Freqüente foco de arritmia cardíaca tipo taquicardia ventricular sustentada. (Higuchi, 2007). * FORMA DIGESTIVA Megaesôfago seguida o megacólon. Manifestações iniciam como: incoordenação motora, devido ao comprometimento do sistema nervoso autônomo (plexos mioentéricos). * * megaesofâgo sintomas – dificuldade de deglutição, dor retroesternal, regurgitação, pirose (azia), soluço, tosse; megacólon – diagnóstico mais tardio constipação (sintoma mais frequente); complicações mais graves – obstrução intestinal e perfuração levando a peritonite. * DIAGNÓSTICO Fase aguda Visualização do protozoário através de métodos diretos de esfregaços e gotas espessas de sangue e cultura; PCR; biópsias de linfonodos; Fase Crônica Métodos de imunodiagnóstico, imunofluorescência, ELISA. * PACIENTES - FASE AGUDA transmissão da infecção dependendo da idade, os medicamentos reduzem a parasitemia e levam a diminuição da sintomatologia. PACIENTES – FASE CRÔNICA quando as lesões cardíacas e digestivas ainda estão no início ou são ausentes, o emprego das drogas proporcionam redução ou retardamento do aparecimento das lesões; * SITUAÇÕES DOS MEGAS (ESÔFAGO, CÓLON) recomenda-se a correção cirúrgica. Apesar de ocorrer em pequeno número, a cura da infecção chagásica, necessita de um rigoroso critério. Atualmente só se consideram curados pacientes que após algum tempo de tratamento apresentam exames parasitológicos e sorológicos negativos. * Doença de Chagas QUADRO CLÍNICO DA FASE AGUDA Forma Inaparente Maioria dos casos Forma Aparente Febre Sinais de porta de entrada Edema Linfonodomegalia Hepato-esplenomegalia (30%-40%) Meningoencefalite * Doença de Chagas FASE AGUDA Características Parasitemia abundante Transitoriedade dos sintomas e sinais Incipiência das defesas humorais específicas Duração 2 a 4 meses Acomete ambos os sexos até 15-20 anos, mais exuberante até 3-5 anos Período de incubação 4-10 dias * Doença de Chagas FORMA INDETERMINADA CARACTERIZAÇÃO Positividade de exames sorológicos e ou parasitológicos Ausência de sintomas e/ou sinais da doença ECG normal RX normais: coração, esôfago e cólons * Doença de Chagas FORMA INDETERMINADA Alta prevalência Importância médico-trabalhista População heterogênea Potencial evolutivo favorável (estudos clínicos+ECG+RX) * Miocardiopatia Chagásica Crônica FORMAS CLÍNICAS Insuficiência cardíaca Arritmias e/ou distúrbios de condução Tromboembolismo Morte súbita * Doença de Chagas Fase Aguda DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Pesquisa Direta: exame a fresco, gota espessa, esfregaço, biópsia de linfonodos ou músculo estriado Pesquisa Indireta: xenodiagnóstico, hemocultura, inoculação em camundongo Testes Sorológicos: Pesquisa de IgM (imunofluorescência) e IgG * Miocardiopatia Chagásica Crônica AVALIAÇÃO DO ENVOLVIMENTO CARDÍACO Exames Complementares Radiografia de tórax Eletrocardiograma ECG dinâmico Estudo eletrofisiológico Teste ergométrico Ecocardiograma Técnicas radioisotópicas Coronariografia * * PROFILAXIA ligada as condições de vida e modificação do ambiente; promover educação ambiental e sanitária; melhoria das habitações rurais; combate ao barbeiro; controle de doador de sangue; controle de transmissão congênita – mãe sorologia positiva bebê examinado imediatamente; * Doença de Chagas Profilaxia Controle dos vetores Inseticidas Melhora das condições habitacionais Educação Precauções em transfusão sangüínea Tratamento precoce dos caso agudos Vacina (ainda não disponível) * Doença de Chagas Profilaxia Estado do Paraná, Brasil: 291 municípios (1990) 1975/83: 90 municípios (30,9%) apresentavam triatomíneos infectados na zona rural 1990: apenas 4 municípios (0,01%) com triatomíneos infectados * Leishmaniose * Leishmaniose Tegumentar Americana DOENÇA DA PELE E MUCOSAS; CARACTERIZADA PELA PRESENÇA DE: lesões ulcerosas indolores, únicas ou múltiplas, lesões nodulares; lesões cutaneomucosas . AFETA A REGIÃO NASOFARÍNGEAS CONCOMITANTE A INFECÇÃO CUTÂNEA INICIAL. * LEISHMANIOSE zoonose Zoonose – são doenças de animais transmissíveis ao homem, bem como aquelas transmitidas do homem para os animais. amplamente distribuída no território brasileiro, ocorrendo em todas as regiões do país. uma zoonose própria dos roedores silvestres e o homem representa apenas um hospedeiro acidental, não tendo qualquer papel na manutenção ou na disseminação dos parasitos na natureza. tem ocorrência em animais silvestres (roedores, preguiça, tamanduá, gambá, mão pelada) e peridomésticos (cão e roedores). * AGENTE ETIOLÓGICO protozoário Leishmania MORFOLOGIA formas amastigotas – ovóides ou esféricas – macrófagos – vertebrado (mamíferos e homem) Leishmania spp * LEISHMANIOSE Protozoário: Leishmania brasiliensis. * formas promastigotas – alongadas, hospedeiro invertebrado,insetos gênero Lutzomyia (mosquito-palha) Leishmania spp * Vetor – mosquito do gênero Lutzomyia sp. O sangue mamíferos e aves fornece as proteínas necessárias para desencadear a produção do hormônio que irá regular o desenvolvimento dos ovários. * * * * * * MECANISMO DE TRANSMISSÃO picada inseto gênero Lutzomyia – conhecidos no Brasil: birigui, mosquito-palha e tatuquira e outros; PERÍODO DE INCUBAÇÃO tempo entre a picada inseto e aparecimento da lesão inicial – 2 semanas a 3 meses * EPIDEMIOLOGIA transmissão ao homem penetra dentro de áreas de ocorrência da doença – florestas; hospedeiro mamífero reservatório natural do parasito raramente produz doença; vetores silvestres – ciclo natural com animais silvestres; hospedeiros acidentais – HOMEM e animais domésticos produz lesões na pele. * FORMAS CLÍNICAS 3 tipos básicos LTA provocadas por diferentes espécies de Leishmania e associadas ao estado auto imune do hospedeiro: LC – LEISHMANIOSE CUTÂNEA LCM - LEISHMANIOSE CUTANEOMUCOSA LCD - LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA * * LC – LEISHMANIOSE CUTÂNEA formação úlceras únicas ou múltiplas na derme e epiderme; úlceras típicas ou evoluem para formas verrucosas; grande densidade parasitas - bordas das úlceras fase inicial da infecção e escassez nas úlceras crônicas. Espécies parasitas homem no Brasil: L. braziliensis - lesões – úlcera-de-Bauru, ferida brava, ferida seca * LCM - LEISHMANIOSE CUTANEOMUCOSA * fase inicial igual forma cutânea; evolui lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e cartilagens por extensão direta da lesão primária ou disseminação pela corrente sangüínea; regiões afetadas: boca, nariz, faringe e laringe. * SINAL COMPROMENTIMENTO MUCOSO Eritema (vermelhão) e processo inflamatório no septo nasal coriza constante; processo ulcerativo atinge ossos face palato mole faringe laringe traquéia; Mudanças anatômicas e aumento do órgão pode atingir lábios e propagar-se face; Dificuldades respirar, falar e alimentar. * LCD - LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA Formação de lesões não ulceradas toda pele – grande n.º amastígotas; Multiplicidade lesões – repetidas picadas do vetor ou metástases através vasos linfáticos ou migração macrófagos parasitados; Estreitamente associada a uma deficiência imunológica. * * DIAGNÓSTICO CLÍNICO: Aparecimento de pequena lesão eritemato-papulosa no local da picada do vetor e formação de um nódulo; DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO: levar em conta as informações sobre a procedência do paciente; residências anteriores; atividades relacionadas com desmatamento; atividades de lazer em florestas. * DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Métodos de demonstração do parasita: exame parasitológico direto (esfregaço de raspado da lesão); exame histopatológico (biópsia da lesão). Métodos indiretos ou imunológicos * * * * * * PROFILAXIA Controle difícil vastas áreas florestais do Brasil; Uso inseticidas; Evitar desmatamento de florestas reduz áreas endêmicas; Evitar picada do inseto proteção individual (repelentes, mosquiteiros); Construção de casas distantes da mata – baixa capacidade de vôo. * TRATAMENTO – obtenção de cura clínica antimonial pentavalente conhecido por glucantime – continuação tratamento até completa cicatrização da úlcera; não administrada paciente cardíacos e mulheres grávidas; * GIARDÍASE Protozoário: Giardia lamblia . * Transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados. * A Giardia lamblia parasita principalmente o intestino delgado dos seres humanos. Intestino Delgado * Sintomas: diarréia, desidratação e até a morte. Formas de Prevenção da Doença: Beber água tratada, fervida ou clorada; Lavar frutas, legumes e verduras antes de consumi-los; Manter bons hábitos de higiene. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA GIARDÍASE Infecção intestinal causada por um protozoário (ser unicelular) flagelado limitada ao intestino delgado e ao trato biliar. As denominações Giardia lamblia, Giardia duodenalis e Giardia intestinalis têm sido empregadas como sinonímia, particularmente para isolados de origem humana. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Este parasita apresenta-se sob as formas de trofozoítos que são as formas ativas vivendo e se reproduzindo no hospedeiro e as formas de cistos que são as formas infectantes e de resistência do parasita. Os cistos ingeridos, em sua passagem pelo meio ácido do estômago, são ativados e se transformam em trofozoitos. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA O nível socioeconômico parece não interferir muito na prevalência da G. lamblia, protozoário flagelado. É um parasito cosmopolita que atinge ambos os sexos, sendo mais comum em grupos etários inferiores a 10 anos, sendo uma das causas mais comuns de diarreia nessa faixa etária, que muitas vezes causa problemas de má nutrição e retardo no desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, é o parasito intestinal mais comumente encontrado no homem. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA MORFOLOGIA A Giardia lamblia apresenta duas formas: a. Trofozoíto e, b. cisto Trofozoito Corpo em forma de pera; arredondado anteriormente, delgado posteriormente, com simetria bilateral. Mede 10 a 20 micra de comprimento por 5 a 15 micra de largura. A superfície dorsal flexível pode ser levantada para cima na direção à superfície convexa. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Na superfície ventral encontra-se, de cada lado, um disco suctorial em forma de ventosa, quase circular, salvo o chanfrado posterior. É por meio dele que o flagelado se fixa à superfície das células epiteliais. Os quatro pares de flagelos que se acham dispostos simetricamente, originam-se em uma série de blefaroplastos. Os núcleos são ovais, tendo um grande cariossoma central, que pode apresentar-se como massa de grânulos ou como uma massa sólida oval. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Há dois axonemas que estão em contato com oito blefaroplastos, emergindo um filamento de cada, nas seguinte disposição: par anterior, par mediano e par caudal. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Cisto Oval ou elipsoide, medindo cerca de 12 micra de comprimento por 8 de largura. Possui membrana fina resistente (contendo quitina em sua composição), destacada do citoplasma. No interior encontram-se 2 a 4 núcleos, 4 faixas longitudinais (axonemas) e os corpos parabasais. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA CICLO BIOLÓGICO Os cistos são as formas infectantes. A transmissão se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados, contato direto pessoa a pessoa (principalmente em creches, asilos, orfanatos e clínicas psiquiátricas); artrópodes (pois os cistos podem permanecer vivos durante 24 horas no intestino de moscas e sete dias na barata), sendo os artrópodes capazes de disseminar o parasito através de seus dejetos ou regurgitamento; sexo anal-oral; riachos e reservatórios contaminados. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Os cistos são muito resistentes, permanecendo viáveis durante dois meses no meio exterior. A cloração da água bem como o seu aquecimento até 60OC, não é suficiente para sua destruição. A água fervida por cinco minutos é efetiva na inativação dos cistos, porém o congelamento não os destrói. O parasito pode ser encontrado em todo o intestino delgado e excepcionalmente no intestino grosso. Localiza-se com frequência nas porções mais altas do intestino, sendo o duodeno o seu habitat preferencial. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Os cistos chegam ao duodeno após ingestão, deixam sair de dentro da membrana o parasito, que por um processo complicado de divisão binária longitudinal, multiplica-se intensamente. Dias depois, alguns trofozoítas que estavam presos à mucosa duodenal pelas ventosas, soltam-se, iniciando-se o processo de encistamento, que ocorre principalmente no ceco. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Tem sido sugerido que a resposta imune local seja responsável pelo destacamento do trofozoíta da mucosa, dando início ao processo de encistamento. No entanto, outros fatores tais como estímulo dos sais biliares e influência do pH intestinal, também poderiam ter influência. Os cistos são eliminados nas fezes em grandes quantidades. Admite-se hoje que em infecções de média intensidade, o número de cistos eliminados por dia varia de 300 milhões a 14 bilhões. Ocorre interrupção dessa eliminação por 7 a 10 dias. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA CICLO BIOLÓGICO Giardia lamblia Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA Geralmente a sintomatologia ocorre em crianças e raramente em adultos, provavelmente porque o parasito estimula certo grau de resistência. Multiplicando-se intensamente, é capaz de em cerca de 30 dias. Após essa multiplicação intensa, o parasito coloniza (como um tapete) a mucosa duodenal e jejunal (presos à mesma com auxílio de sua ventosa). Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Desta forma irá provocar irritação da mucosa, levando em consequência a enterite. Devido a esta ação mecânica e irritativa, as gorduras, as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e o ácido fólico, não são bem absorvidos. A presença destes nutrientes em grande quantidade na luz intestinal, juntamente com a enterite, provoca o aumento do peristaltismo e diarreia gordurosa. Em consequência, o paciente entra em emagrecimento e avitaminose. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Ao determinar a duodenite, caracteriza-se a sintomatologia pelo aparecimento de fenômenos dolorosos e epigástricos, simultaneamente à perturbações do tipo dispéptico. Os pacientes queixam-se de azia, náuseas e digestão difícil. As fezes diarreicas apresentam-se líquidas ou então moles, com consistência de mingau, muito fétidas, às vezes de coloração esverdeada. Outros fatores devem também influenciar na patogenia e sintomatologia da giardíase, entre eles, o processo inflamatório e as mudanças na arquitetura da mucosa. * Parasitoses cuja transmissão decorre de promiscuidade, contato entre pessoas e seus objetos de uso pessoal Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão Trichomonas vaginalis Protozoários * Classe: Trichomonadae Família: Trichomonadidae Parasitas de invert. e vertebrados Gênero: Trichomonas 1. Espécies parasitas do homem T. vaginalis - vagina e uretra T. tenax - cavidade bucal P. hominis – intestino 2. Importância veterinária Tritrichomonas foetus Tricomoníase * Trichomonas vaginalis Trofozoítos - piriformes - 4 flagelos livres anteriores - 1 posterior com membrana ondulante - divisão binária - habitat: trato urogenital não tem mitocôndria - hidrogenossomos anaeróbio metabolismo: glicose, glicogênio, etc * Trichomonas vaginalis ciclo de vida direto Não há formação de cistos! * Trichomonas vaginalis Mecanismos de Transmissão 1. sexual + freqüente 2. Água de banho, roupas molhadas, sanitários, etc Vida média secreção vaginal: 6hs Água: 2hs * Patologia Tricomoníase A infecção não se estabelece em vaginas normais - facilitada por alterações da flora bacteriana, aumento do pH, descamação excessiva, etc. Acarretadas por alterações hormonais, inflamações, etc a) Forma assintomática - + comum homens: subclínica e benigna b) Forma sintomática - + comum mulheres: vaginite, vulvovaginite e cervicite Corrimento, forte prurido, ardor pessoas infectadas - risco maior de adquirir HIV * Adesão - moléculas de superfície Efeito citopático enzimas hidrolíticas - cisteíno-proteases fatores de descolamento de células? Processo inflamatório das células epiteliais - secreção branca e sem sangue (leucorréia) - descamação do epitélio que pode levar à ulceração Mecanismos de Patogenicidade Tricomoníase * Trichomonas vaginalis Relação parasita-hospedeiro Resposta imune protetora- IgA secretora Reinfecções - ausência de imunidade adquirida - grande variabilidade de isolados * Diagnóstico Trichomonas vaginalis - Clínico: quadro muito variável leucorréia pode ter outras causas (~70% casos – Tricomoníase) laboratorial direto mulher: secreção vaginal, homem: sedimento urinário secreção uretral ou prostática - Cultura - PCR * Epidemiologia e Tratamento Cosmopolita: 20-40% mulheres (16-35 anos) 10-15 homens?? (casos não diagnosticados) Doença venérea Controle: educação sanitária, diagnóstico e tratamento precoce (inclusive de parceiros!) Vacinas? Tratamento: Nitroimidazólicos metranidazol, ornidazol, etc: via oral e gel/creme vaginal Tratamento parceiros é indispensável Trichomonas vaginalis * Cosmopolita Morfologia semelhante T. vaginalis (menor) Habitat: cavidade bucal (tártaro) Não é patogênico Transmissão saliva Trichomonas tenax * Trofozoíta 4 flagelos livres; Sistema de estruturas fibrilares – o AXÓSTILO; Forma alongada, ovóide ou piriforme; Núcleo grande, alongado; Não forma cistos ; Sobrevive várias horas na secreção vaginal e na água 2h a 40 ºC. * INFECTIVIDADE E RESISTÊNCIA AO PARASITISMO Propagação pelo coito; Mães infectam filhas durante o parto; Uso de roupas íntimas – qdo úmidos; Vagina resistente a infecções; Implantação T. vaginalis está associada modificações do meio vaginal: Modificação flora bacterial vaginal Diminuição acidez local Acentuada descamação do epitélio Diminuição do glicogênio, nas células do epitélio * Ciclo Evolutivo Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA TRICOMONÍASE A Tricomoníase, tricomoniose ou tricomonose é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo parasita protozoário unicelular Trichomonas vaginalis. Doença infectocontagiosa do sistema geniturinário do homem e da mulher. No homem causa uma uretrite de manifestações em geral discretas (ardor e/ou prurido uretral e secreção brancacenta, amarelada ou amarelo esverdeada), podendo, eventualmente ser ausentes em alguns e muito intensas em outros. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA É uma das principais causas de vaginite, vulvovaginite e cervicite (infecção do colo do útero) da mulher adulta podendo porém, cursar com pouca ou nenhuma manifestação clínica. Quando presente manifesta-se na mulher como um corrimento vaginal amarelo esverdeado ou acinzentado, espumoso e com forte odor característico. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA MORFOLOGIA O T. vaginalis é uma célula polimórfica (mais de uma forma), tanto no hospedeiro natural quanto em meios de cultura. Os espécimes vivos são elipsoides ou ovais e algumas vezes esféricos. Com ralação a forma, os tricomonanídeos só apresentam a forma de trofozoíto, não existindo, portanto, a forma cística. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA T. vaginalis Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Na forma de trofozoíto observa-se Flagelos: 3 a 6 flagelos, que além de servirem para locomoção, são importantes para captura de alimento, sendo que um dos flagelos se dirige para trás, formado uma típica membrana ondulante quando se locomove; Periplasto membrana delicada que recobre o parasito; Complexo cinético do flagelo: grânulo basal ou blefaroplasto (situado no citoplasma, do qual se origina o flagelo); Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Citoplasma: rico em glicogênio, pode ter pequenos vacúolos, sendo capaz, em algumas espécies, de fagocitar bactérias e eritrócitos; Axóstilo: em forma de fita, constituído pela justaposição de macrotúbulos e que se origina no blefaroplasto (grânulo basal); Costa: estrutura em forma de bastonete, provavelmente de natureza esquelética; Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Citóstoma: abertura situada na origem do flagelo; Núcleo: relativamente grande. Morfologia do T. vaginalis Trofozoita AF=Flagelos anteriores RF= Membrana ondulante CO= Costa AX= Axonema HY= Hidrogenossomas PB= Filamento parabasal PG= Corpo parabasal N = Núcleo Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA NUTRIÇÃO T. vaginalis adquire nutrientes através do transporte da membrana celular e fagocitose. A membrana ondulante auxilia neste processo. Bactérias, arqueas, e até mesmo partes da parede vaginal são consumidos. Enzimas quebram essas fontes de alimentos e convertê-nas em energia utilizável através da glicólise. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA HABITAT T. vaginalis não são organismos de vida livre. Eles precisam de um hospedeiro humano ou animal. T. vaginalis tem uma distribuição mundial. Nos homens, o organismo vive no trato urinário, mais comumente na uretra ou próstata, onde, como em mulheres, é encontrada no trato reprodutivo, normalmente na vagina, e pode sobreviver cerca de 24 horas na urina, sêmen ou água. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA REPRODUÇÃO E CICLO DE VIDA O protozoário ao atingir o novo hospedeiro, encontrando condições favoráveis, passa a multiplicar-se por divisões binárias sucessivas, colonizando-se. Reproduz-se com mais intensidade na vagina com pH menos ácido (4,5 a 5) mas reproduz-se também na uretra masculina. Os mecanismos de transmissão ainda não estão inteiramente conhecidos. Em primeiro lugar está a possibilidade da infecção por via sexual, pois o homem alberga frequentemente o parasito. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA A promiscuidade deve exercer papel importante na transmissão do flagelado de uma para outra mulher. O protozoário é resistente no meio externo em condições de umidade, conservando por algum tempo após sua expulsão do organismo, sua vitalidade e infecciosidade. Assim, roupas pessoais, roupas de cama, de clister ou artigos de toalete, assentos de privada, instrumentos ginecológicos, podem veicular o parasito. Admite-se ainda que as meninas se contaminem no momento do nascimento, de mães infectadas. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA O flagelado pode viver muitos anos no canal genital das meninas, em estado de vida latente, determinando o aparecimento de sintomas quando variam as condições fisiológicas da vagina infantil, como por exemplo, modificação da flora, alterando o pH vaginal, na figura 10 você poderá observar o ciclo biológico. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA PATOGENIA E PREVENÇÃO A tricomoníase costuma atingir mulheres entre 16 e 35 anos de idade e se manifesta, no sexo feminino, por: corrimento esbranquiçado espumoso, edema, prurido, queimação, escoriações, ulcerações e sangramento após relações sexuais. Já nos homens, a parasitíase geralmente é assintomática ou subclínica, o que justifica o fato da parasitíase ser mais diagnosticada em mulheres. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA A infecção por Trichomonas pode acarretar diversas doenças graves nas vias geniturinárias. As características clínicas do doente podem ser sugestivas da tricomoníase, sendo que na mulher esta parasitíase deve ser diferenciada das vaginoses bacteriana e fúngica. O uso de preservativos, o cuidado com os fômites (instrumentos ginecológicos, toalhas, roupas íntimas) e o tratamento do doente e de todos os seus parceiros são as formas de prevenção da tricomoníase. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Só o tratamento medicamentoso adequado não garante a eliminação da doença, visto que mesmo após ter obtido a cura o paciente deve tomar os mesmos cuidados de quem nunca foi infectado, porque os medicamentos não impedem a reinfecção. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA RESUMINDO... Nesta aula vimos: A importância da Toxoplasmose durante a gravidez, Que a trichomoníase é uma parasitose considerada uma DST; Que o saneamento básico é de extrema importância para o controle das parasitoses. Os agentes etiológicos e as formas de transmissão da toxoplasmose, da giardíase e da trichomoníase. Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase -Aula 04 PARASITOLOGIA BÁSICA Trichomonas vaginalis causa uma doença infectocontagiosa do sistema geniturinário do homem e da mulher, sendo considerada uma doença sexualmente transmissível. A tricomonose é a doença sexualmente transmissível (DST) não viral mais comum do mundo. Na mulher, a infecção tem sido associada a sérias sequelas, como doença inflamatória pélvica, câncer cervical, parto prematuro e baixo peso de bebês nascidos de mães infectadas. A infecção pelo T. vaginalis aumenta a transmissão e aquisição do HIV. * PATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA Infecção silenciosa; Exame ginecológicos pacientes assintomáticos – presença de lesões; Erosões mucosa com intensa reação inflamatória – presença de neutrófilos e eosinófilos; Presença de leucorréia – corrimento esbranquiçado, sem sangue; Dependendo dos microrganismos associados mudam a cor, aspecto; Presença de ardor e sensação de queimação. * DIAGNÓSTICO Coleta secreção vaginal e observa-se microscópio; Poucos parasitas – meio de cultura por alguns dias. TRATAMENTO Pacientes e parceiros; Drogas são derivados nitroimidazólicos (metronidazol, ornidazol, tinidazol, nimorazol). * EPIDEMILOGIA E PROFILAXIA Moléstia cosmopolita; Homem prevalência é menor – diagnóstico com menor freqüência devido benignidade da infecção; T. vaginalis – resiste muito tempo água corrente e 1 ou 2h temperaturas 40 º a 46 .º C; Costumes sexuais – não uso de camisinha; Educação sanitária, diagnóstico precoce, tratamento intensivo.
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