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Aula 02 Direito Tributário para Concurso SEFAZ

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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 2 – Contribuições especiais. 
Olá, prezados (as). 
Vamos hoje para a nossa segunda aula. 
Registramos mais uma vez que vamos trabalhar com todas as 
bancas até a escolha definitiva da banca do nosso concurso. 
Assim sendo, a divisão do nosso sumário fica da seguinte 
forma: 
Contribuições Especiais: 
1. Contribuições Especiais da União: 1.1 Regra-matriz (art. 
149 da CF/88); 1.2 Contribuições Sociais: 1.2.1 
Contribuições ordinárias da Seguridade Social: 1.2.1.1 
Contribuição do empregador, da empresa e da entidade a 
ela equiparada na forma da lei: 1.2.1.1.1 Contribuição social 
incidente sobre pagamentos ou rendimentos; 1.2.1.1.2 
Contribuição social incidente sobre a receita ou o 
faturamento: 1.2.1.1.2.1 Contribuição para financiamento 
da Seguridade Social (COFINS); 1.2.1.1.3 Contribuição 
social incidente sobre o lucro das pessoas jurídicas (CSLL); 
1.2.1.2 Contribuição do trabalhador e dos demais segurados 
da Previdência Social; 1.2.1.3 Contribuição sobre a receita 
de concursos de prognósticos; 1.2.1.4 Contribuição do 
importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a 
lei a ele equiparar; 1.2.1.5 Contribuição para os Programas 
de Integração Social e de Formação do Patrimônio do 
Servidor Público - PIS/PASEP; 1.2.2 Contribuições residuais 
da Seguridade Social; 1.2.3 Contribuições Sociais gerais; 
1.3 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico 
(CIDE); 1.4 Contribuição de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas: 1.4.1 Contribuição para os 
conselhos profissionais; 1.4.2 Contribuição sindical. 
2. Contribuições especiais dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios: 2.1 Contribuição previdenciária do servidor 
público; 2.2 Contribuição de iluminação pública. 
Então, vamos nessa. 
1. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS DA UNIÃO 
A partir da interpretação da CF/88, a doutrina e a 
jurisprudência dominantes estabelecem a seguinte classificação das 
contribuições especiais tributárias de competência da União: 
 
 
 
 
 
 
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• (i) Contribuições sociais (art. 149 da CF/88), que se dividem 
em: (ia) contribuições ordinárias para a seguridade social
(arts. 195, incs. I a IV, e 239, da CF/88); (ib) contribuições 
residuais para a seguridade social (art. 195, §4º, da CF/88); 
(ic) contribuições sociais gerais (arts. 212, § 5º, 240, da 
CF/88, e 62 do ADCT); 
• (ii) Contribuição de intervenção no domínio econômico 
(CIDE), que é prevista constitucionalmente nos arts. 149 e 177, 
§4°; 
• (iii) Contribuição de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, também denominadas de 
Contribuições corporativas (arts. 8°, inc. IV, 149 da CF/88). 
Contribuições especiais da União 
Contribuições sociais: contribuições ordinárias da seguridade 
social; contribuições residuais da seguridade social; contribuições 
sociais gerais; 
CIDE; 
Contribuição de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas. 
1.1 REGRA-MATRIZ (art. 149 da CF/88) 
Segundo a literalidade do caput, do art. 149, da CF, compete 
exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de 
sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nas normas 
gerais de direito tributário (art. 146, inc. III, da CF/88), os princípios 
da legalidade (art. 150, inc. I, da CF/88), da irretroatividade e da 
anterioridade anual e nonagesimal (art. 150, inc. III, da CF/88), e 
sem prejuízo da exceção da anterioridade anual prevista no art. 195, 
§6°, da CF para as contribuições da seguridade social. 
Importante: Apesar da literalidade do art. 149, caput, CF, em uma 
interpretação sistemática da CF, estaria incorreto afirmar 
peremptoriamente que compete exclusivamente à União instituir 
contribuições sociais, pois os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios podem instituir contribuições sociais, em razão dos arts. 
40, §18° e 149, §1°, da CF (contribuição previdenciária dos 
servidores públicos). 
Em relação a observância das normas gerais de direito 
tributário, o STF entende que as contribuições sociais, de intervenção 
no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou 
 
 
 
 
 
 
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econômicas deverão observar à lei complementar que dispõe sobre 
normas gerais de direito tributário (CTN), mas isto não quer dizer 
que deverão ser instituídas por lei complementar, isto é, a lei 
ordinária pode criar tais espécies tributárias já discriminadas 
na CF/88 (AI 739.715-AgR). 
Com efeito, certamente as contribuições especiais não 
podem ser consideradas a espécie tributária denominada de imposto, 
portanto não se exige que a lei complementar estabeleça a sua 
hipótese de incidência, a base de cálculo e contribuintes. 
A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou incorreto: 
“Segundo a Constituição Federal, há exigência de lei complementar 
para a instituição de contribuição de intervenção no domínio 
econômico”. 
A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou corretas as 
seguintes assertivas: (i) “Para a instituição de contribuições 
ordinárias (nominadas) de seguridade social, quais sejam, as já 
previstas nos incisos I a IV do art. 195 da Constituição, basta a via 
legislativa da lei ordinária, consoante o entendimento pacificado do 
STF”; 
(ii) “As contribuições de seguridade social, sendo tributos, 
submetem-se às normas referentes às limitações do poder de 
tributar, contidas no art. 150 da Constituição Federal, com exceção 
da anterioridade geral, em face da norma especial contida no art. 
195, § 6° (anterioridade nonagesimal), especialmente concebida para 
o condicionamento da instituição de contribuições de seguridade 
social”. 
Noutro ponto, o art. 195, § 6º, da CF/88, dispõe que as 
contribuições da seguridade social só poderão ser exigidas 
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que 
as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o 
princípio da anterioridade anual. 
Nesse rumo, a interpretação adequada do art. 195, § 6°, é que 
apenas as contribuições sociais ordinárias (nominadas) da 
seguridade social, previstas no art. 195, I a IV, da CF (COFINS, 
CSLL, PIS, PASEP, dentre outras), não devem observar o princípio 
da anterioridade anual, enquanto todas as outras espécies de 
contribuições tributárias devem obedecer a anterioridade anual, 
inclusive as contribuições sociais gerais (RE 456.187-AgR, RE
485.870-AgR) e as contribuições residuais (inominadas) da 
seguridade social. 
 
 
 
 
 
 
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Em outras palavras, as contribuições de intervenção no domínio 
econômico (exceto a CIDE-combustíveis, em hipótese de 
restabelecimento de alíquota), as contribuições de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas, as contribuições sociais gerais 
e as contribuições residuais da seguridade social devem observar 
integralmente a anterioridade anual e a noventena. 
Neste sentido, o STF, por exemplo, compreende que a 
contribuição social geral instituída pela LC 110/2001 (contribuição 
devida pelos empregadores em caso de despedida de empregado sem 
justa causa) deve observar a anterioridade anual, sendo inexigíveis 
no mesmo exercício em que publicada a lei que as instituiu ou 
aumentou (ADI 2.556-MC, DJ de 8-8-2003; AI 630.999-AgR, DJE de 
19-6-2009). 
DECISÕES RELEVANTES DO STF SOBRE A APLICAÇÃO DA 
ANTERIORIDADE NAS CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE 
SOCIAL 
(i) No caso das medidas provisórias, o STF compreende que o prazo 
da anterioridade nonagesimalou noventena, previsto no art. 195, 
§6°, da CF, começa a ser contado da publicação (edição) da medida 
provisória que instituiu ou majorou contribuição e não da publicação 
da lei que resultou de sua conversão (RE 487.475-AgR, DJE de 6-8-
2010); 
(ii) Contudo, registramos que o prazo da anterioridade deve ter 
como termo a quo a edição da medida provisória somente em 
relação àqueles dispositivos que foram repetidos no momento de sua 
conversão. No caso de mudança ou introdução de novos dispositivos 
no momento da conversão, a contagem do termo da noventena deve 
ter início com a edição desta nova lei (RE 199.198, DJ de 28-6-2002; 
RE 598.268-AgR, DJE de 7-8-2009; AI 533.244-AgR, DJE de 19-6-
2009); 
(iii) Na hipótese de mera reedição de medida provisória, conta-se o 
prazo de noventa dias a partir da veiculação da primeira medida 
provisória (AI 533.060-AgR, DJE de 20-11-2009; AI 623.157-AgR, 
DJE de 9-10-2009; RE 595.673-AgR, DJE de 7-8-2009); 
(iv) Não viola os princípios da anterioridade e irretroatividade 
tributárias o fato de Medida Provisória ter sido publicada no sábado, 
31-12-1994, desde que observado o princípio da anterioridade 
nonagesimal (RE 229.412-AgR, DJE de 1º-7-2009); 
(v) A revogação de regra que estipulava diminuição de alíquota de 
contribuição, mantendo-se pela nova regra o mesmo índice que 
vinha sendo pago pelo contribuinte, não pode ser equiparada à 
majoração de tributo. Por conseguinte, não incide do princípio da 
anterioridade nonagesimal (RE 566.032, DJE de 23-10-2009; ADI 
4.016-MC, DJE de 24-4-2009); 
(vi) Em caso específico de mandado de segurança, se, quando da 
 
 
 
 
 
 
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impetração pelo contribuinte, já se achava esgotado o prazo de 
noventa dias, apresenta-se destituída de utilidade a invocação do 
princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal, por não mais se 
revelar acolhível a pretensão mandamental que objetivava afastar a 
alteração introduzida na base de cálculo relativa à contribuição 
pertinente ao PIS (RE 466.106-AgR, DJ de 20-4-2006); 
(vii) Na hipótese de atualização do valor monetário (UFIR) da 
contribuição social sobre o lucro (CSLL) inexiste afronta aos 
princípios da irretroatividade e da anterioridade, por não representar 
majoração de tributo ou modificação da base de cálculo e do fato 
gerador (RE 201.618, DJ de 1º-8-1997); 
(viii) A regra legislativa que se limita simplesmente a mudar o prazo 
de recolhimento da obrigação tributária não se submete ao princípio 
da anterioridade (RE 274.949-AgR, DJ de 1º-2-2002; RE 209.386, DJ
de 27-2-1998; Súmula 669). 
Destacamos que as contribuições sociais e as contribuições 
de intervenção no domínio econômico (CIDE) não poderão 
incidir sobre as receitas decorrentes de exportação (espécie de 
imunidade tributária, art. 149, §2°, I, CF), mas poderão incidir 
sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços, 
inclusive poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus 
derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. 
Importante: O STF (RE 564.413; RE 474.132, julgamento em 
12/08/2010) entende que a imunidade disposta no art. 149, §2°, I, 
CF (contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não 
incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação) não 
compreende a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) e 
também a extinta CPMF. Em outras palavras, a imunidade tributária 
abrange apenas as contribuições cuja hipótese de incidência 
seja a receita bruta ou o faturamento, tal como a COFINS, o PIS 
e o PASEP. 
Por sua vez, as contribuições sociais e as contribuições de 
intervenção no domínio econômico poderão ter alíquotas: (i) ad 
valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da 
operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (ii) específica, 
tendo por base a unidade de medida adotada. 
A alíquota ad valorem é uma percentagem (por exemplo, 5%) 
que incide sobre o valor do faturamento, da receita bruta ou sobre o 
valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro. Já a 
alíquota específica tem por base a unidade de medida adotada na lei, 
que pode ser o peso, o volume, o número de peças etc. 
 
 
 
 
 
 
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Realçamos também que a pessoa natural destinatária das 
operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na 
forma da lei, e que a lei definirá as hipóteses em que as 
contribuições incidirão uma única vez, segundo dispõe os §3ª e §4°do 
art. 149 da CF/88. 
A FGV no concurso para FRE/RJ/2010 considerou corretos os 
seguintes enunciados: “Com relação à CIDE, (i) não poderá incidir 
sobre receitas de exportação; (ii) poderá incidir sobre a importação 
de serviços; (iii) poderá ter alíquota ad valorem tendo por base o 
faturamento, a receita bruta ou o valor da operação; (iv) poderá ter 
alíquota específica tendo por base a unidade de medida adotada”. 
O CESPE no concurso de Juiz Federal/TRF5 considerou incorreto: “Em 
conformidade com as disposições constitucionais aplicáveis, as 
contribuições sociais devem ter alíquotas ad valorem; já a 
contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às 
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus 
derivados, de gás natural e seus derivados e de álcool combustível 
deve ter alíquota específica”. 
O CESPE no concurso da Advocacia Geral da União considerou 
correto: “Caso a União deseje criar uma CIDE sobre a comercialização 
do milho, a Constituição Federal faculta-lhe estabelecer uma alíquota 
fixa por saca de milho, independentemente do valor sobre o qual se 
efetivem as operações”. 
1.2 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
Podemos classificar as contribuições sociais em: 
• (i) Contribuições sociais ordinárias ou nominadas da 
seguridade social (arts. 195, incs. I a IV, e 239, da CF/88): 
(ia) contribuição social do empregador, da empresa e da 
entidade a ela equiparada na forma da lei (art. 195, I, “a”, “b” 
e “c”); (ib) contribuição social do trabalhador e dos demais 
segurados da Previdência Social (art. 195, II); (ic) contribuição 
social sobre a receita de concursos de prognósticos (art. 195, 
III); (id) contribuição social do importador de bens ou serviços 
do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (art. 195, IV); 
(ie) contribuição social para os Programas de Integração Social 
e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP 
(art. 239); 
• (ii) Contribuições sociais residuais ou inominadas para a 
seguridade social (art. 195, §4º, da CF/88); 
• (iii) Contribuições sociais gerais (arts. 212, § 5º, 240, da 
CF/88, e 62 do ADCT). 
 
 
 
 
 
 
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Contribuições sociais da União 
Contribuições ordinárias da seguridade social: contribuição 
social do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada; 
contribuição social do trabalhador e dos demais segurados da 
Previdência Social; contribuição social sobre a receita de concursos 
de prognósticos; contribuição social do importador de bens ou 
serviços do exterior; PIS/PASEP. 
Contribuições residuais da seguridade social; 
Contribuições sociais gerais. 
Neste ponto, ainda destacamos que nem todas as 
contribuições sociais podem ser consideradas parafiscais. 
Estas são aquelas arrecadadas e fiscalizadas por terceira pessoa, 
dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente 
federativo competente para instituir o tributo (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios). Por conseguinte, esta terceira pessoa busca 
uma finalidade pública e passa a dispor da receita compulsória para 
atingir os seus objetivos. Por exemplo, as contribuições sociais gerais 
arrecadadase fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC. 
Neste sentido, a FCC no concurso Fiscal de Rendas/SP: “Sobre 
as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é incorreto 
afirmar que todas as contribuições relacionadas na Constituição 
Federal são denominadas ‘contribuições parafiscais’, porque ocorre o 
fenômeno denominado ‘parafiscalidade’”. 
Decerto, registramos que algumas contribuições sociais 
ordinárias da seguridade social (contribuições previdenciárias) 
antigamente eram arrecadadas e fiscalizadas pelo INSS (autarquia), 
podendo-se enquadrar no conceito de tributo parafiscal, mas, 
atualmente, não se pode falar que estas contribuições sociais 
são parafiscais. 
Destarte, a partir do advento da Lei nº 11.457/07, conforme o 
art. 2°, a atribuição de arrecadar e fiscalizar até mesmo as 
contribuições sociais previdenciárias passou a ser da Secretaria da 
Receita Federal do Brasil, órgão da administração direta da União. 
Noutro sentido, a ESAF no concurso ATA/MF/2009 cobrou a 
seguinte questão: “A respeito da natureza jurídica da contribuição 
social, analise as assertivas abaixo relativas às espécies tributárias, 
indicando a correta. a) Imposto; b) Taxa; c) Contribuição Parafiscal; 
d) Empréstimo Compulsório; e) Contribuição de Melhoria”. Foi 
considerada correta pelo gabarito definitivo a letra “c”. Assim, 
verificamos que em concurso público sempre se deve marcar a 
alternativa mais correta ou incorreta, sem brigar com a banca 
 
 
 
 
 
 
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examinadora no momento da feitura da prova. A alternativa “c” 
não é plenamente correta, pois nem toda contribuições social tem 
natureza jurídica de contribuição parafiscal, porém, todas as 
demais alternativas são certamente incorretas. 
1.2.1 CONTRIBUIÇÕES ORDINÁRIAS DA SEGURIDADE SOCIAL 
O art. 195, da CF, dispõe que a seguridade social será 
financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos 
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
seguintes contribuições sociais: 
• Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na 
forma da lei; 
• Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, 
não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão 
concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata 
o art. 201 da CF/88; 
• Sobre a receita de concursos de prognósticos; 
• A partir da EC n° 42/03, do importador de bens ou serviços do 
exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
• Contribuição social para os Programas de Integração Social e de 
Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP). 
Assim, a CF determina que o financiamento da seguridade 
social se dê por toda a sociedade, o que revela o caráter solidário de 
tal financiamento. Assim, em face da solidariedade social, todos são 
chamados ao custeio em razão da sua relevância, não importando se 
a relação é direta ou indireta com os segurados, nem tampouco 
serem, necessariamente, destinatárias de benefícios da Seguridade 
Social. Por exemplo, a incidência da contribuição previdência sobre 
os proventos da aposentadoria e pensões dos servidores públicos. 
Porém, ressaltamos que a solidariedade tributária não autoriza a 
desobediência ao princípio da legalidade e da tipicidade tributária. 
Importante: O STF já afirmou por diversas vezes que a contribuição 
destinada ao INCRA e ao FUNRURAL é devida por empresa urbana, 
porque visa a cobrir os riscos aos quais está sujeita toda a 
coletividade de trabalhadores (AI 663.176-AgR, DJ de 14-11-
2007; AI 691.177-AgR, DJE de 7-5-2010; RE 406.175-AgR, DJE de 
14-8-2009). 
Devemos anotar que as receitas dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão 
dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da 
 
 
 
 
 
 
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União (art. 195, §1°, CF); e que nenhum benefício ou serviço da 
seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a 
correspondente fonte de custeio total (art. 195, §5°, CF). 
Importante: Segundo interpretação do STF sobre a exigência do art. 
195, § 5º, da CF, podemos fixar as seguintes balizas: (i) o 
destinatário exclusivo é o próprio legislador ordinário, no que se 
refere a criação, majoração ou extensão de outros benefícios ou 
serviços da seguridade social (AI 151.106-AgR, DJ de 26-11-1993); 
(ii) refere-se apenas à previdência social, não se impondo ao 
regramento dos planos privados (AI 598.382-AgR, DJE de 30-4-2009; 
RE 596.637-AgR, DJE de 2-10-2009); (iii) não se pode estender a 
aplicação novos critérios de cálculo a todos os beneficiários sob o 
regime das leis anteriores, porque a exigência constitucional de 
prévia estipulação da fonte de custeio total consiste em exigência 
operacional do sistema previdenciário que, dada a realidade atuarial 
disponível, não pode ser ignorada. Portanto, não é possível dissociar 
as bases contributivas de arrecadação da prévia indicação legislativa 
da dotação orçamentária exigida. Assim, salvo disposição legislativa 
expressa e que atenda à prévia indicação da fonte de custeio total, o 
benefício previdenciário deve ser calculado na forma prevista na 
legislação vigente à data da sua concessão (RE 415.454 e 
416.827, DJ de 26-10-2007; RE 574.433-AgR, DJE de 16-4-2010; RE 
540.513-AgR, DJE de 28-8-2009). 
Com feito, a proposta de orçamento da seguridade social será 
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela 
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as 
metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias 
(LDO), assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Por 
conseguinte, a lei definirá os critérios de transferência de recursos 
para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União 
para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados 
para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos 
(art. 195, §§2° e 10, CF). 
Noutro ponto, a CF estabelece que “são isentas de contribuição 
para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência 
social que atendam às exigências estabelecidas em lei”, conforme 
dispõe o §7°, do art. 195 da CF/88. Tal norma dispõe, na verdade, 
sobre típica garantia de “imunidade tributária”, existindo equívoco por 
parte do legislador constitucional, eis que a imunidade é matéria de 
sede constitucional e a isenção é matéria de lei infraconstitucional. 
Por certo, o STF entende que é constitucional a Lei que 
estabelece como uma das condições da isenção tributária das 
entidades filantrópicas a exigência de que possuam o certificado de 
 
 
 
 
 
 
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Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), renovável 
periodicamente. Assim, afirma que inexiste direito adquirido a regime 
jurídico. Portanto, no caso do art. 195, § 7º, da CF, não pode se falar 
em direito à imunidade por prazo indeterminado, pois a exigência de 
renovação periódica do CEBAS não ofende a Constituição (RMS 
27.093, DJE de 14-11-2008; RMS 26.932, DJE de 5-2-2010). 
O STF também compreende que, tratando-se de imunidade, 
“revela-se evidente a absoluta impossibilidade jurídica de a 
autoridade executiva, mediante deliberação de índole administrativa, 
restringir a eficácia do preceito inscrito no art. 195, § 7º, da CF, para, 
em função de exegese que claramente distorce a teleologia da 
prerrogativa fundamental em referência, negar, à entidade 
beneficente de assistência social que satisfaz os requisitos da lei, 
o benefício que lhe é assegurado no mais elevado plano normativo” 
(RMS 22.192, DJ de19-12-1996). 
A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou incorreto: “Ao 
afirmar que o financiamento da seguridade social se dará por toda a 
sociedade, revela-se o caráter solidário de tal financiamento. Todavia, 
as pessoas físicas e jurídicas somente podem ser chamadas ao 
custeio em razão da relevância social da seguridade se tiverem 
relação direta com os segurados ou se forem, necessariamente, 
destinatárias de benefícios”. 
A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou corretas as 
seguintes assertivas: (i) “A solidariedade não autoriza a cobrança de 
tributo sem lei, não autoriza exigência de quem não tenha sido 
indicado por lei como sujeito passivo de obrigação tributária, e não 
autoriza que seja desconsiderada a legalidade estrita que condiciona 
o exercício válido da competência relativamente a quaisquer 
tributos”. 
(ii) “As entidades beneficentes de assistência social gozam de 
imunidade das contribuições para a seguridade social”. 
Nesse rumo, uma norma constitucional que é muito cobrada em 
concursos, é a que dispõe que as contribuições sociais (i) do 
empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na 
forma da lei, incidentes sobre: (a) a folha de salários e demais 
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à 
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício 
(contribuição patronal); (b) a receita ou o faturamento (contribuição 
para financiamento da seguridade social - COFINS, por exemplo); (c) 
o lucro (contribuição sobre o lucro líquido - CSLL); poderão ter 
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da 
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, 
 
 
 
 
 
 
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do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de 
trabalho (art. 195, §9°, CF). 
Decerto, o STF entende que a sobrecarga imposta aos bancos 
comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição 
previdenciária sobre a folha de salários, não fere o princípio da 
isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional do art. 
195, §9°, CF (AC 1.109-MC, DJE de 19-10-2007). 
Por sua vez, a pessoa jurídica em débito com o sistema da 
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar 
com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios (art. 195, §3º, CF). Além disso, é vedada (proibida) a 
concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais (i) do 
empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na 
forma da lei, incidentes sobre (a) a folha de salários e demais 
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à 
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício 
(contribuição patronal); e (ii) do trabalhador e dos demais 
segurados da previdência social; para débitos em montante 
superior ao fixado em lei complementar (art. 195, §11°, CF). 
Assim sendo, o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário 
rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, 
que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem 
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social 
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da 
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos 
da lei (art. 195, §8°, da CF). 
Ademais, a lei definirá os setores de atividade econômica para 
os quais as contribuições incidentes sobre a receita ou o faturamento 
e sobre o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a 
lei a ele equiparar, serão não-cumulativas, inclusive na hipótese de 
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente 
sobre pagamentos ou rendimentos à pessoa física que preste serviço 
ao empregador pela incidente sobre a receita ou o faturamento (art. 
195, §12 e 13, CF). 
. 
A FGV no concurso para FRE/RJ/2010 considerou corretas as 
seguintes assertivas: (i) “As contribuições do empregador, da 
empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou 
bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da 
utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da 
condição estrutural do mercado de trabalho”. 
 
 
 
 
 
 
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(ii) “A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as 
contribuições incidentes sobre a receita ou faturamento serão não-
cumulativas”. 
Importante: Registramos compreensão recente do STF no sentido 
de que a alteração do art. 195 da Constituição pela Emenda 
Constitucional (EC) 20/98 EC não versou, especificamente, sobre a 
alíquota de contribuição social destinada ao custeio da seguridade 
social. Portanto, há possibilidade de simples alteração de alíquota de 
contribuição ordinária da seguridade social por medida provisória 
(MP), dentro do período de 1º de janeiro de 1995 até a promulgação 
da EC 32/01. (RE 487.475-AgR, DJE de 6-8-2010). Por exemplo, é 
admissível a instituição de adicional da CSLL instituído por meio de 
medida provisória, ou seja, o mero aumento da alíquota pela MP é 
constitucional (RE 403.512, DJE de 6-3-2009; AI 489.734-AgR, DJE
de 30-4-2009). 
1.2.1.1 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO EMPREGADOR, DA 
EMPRESA E DA ENTIDADE A ELA EQUIPARADA NA FORMA DA 
LEI (art. 195, I, “a”, “b” e “c”) 
As contribuições sociais do empregador, da empresa e da 
entidade a ela equiparada podem ser classificadas como: 
• (i) Contribuição social incidente sobre pagamentos ou 
rendimentos à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo 
sem vínculo empregatício (195, inc. I, “a”): (ia) 
Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos 
segurados empregados e trabalhadores avulsos; (ib) 
Contribuição ao seguro de acidentes do trabalho (SAT); (ic) 
Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos 
segurados contribuintes individuais; (id) Contribuição do 
empregador doméstico; 
• (ii) Contribuição social incidente sobre a receita ou o 
faturamento (art. 195, inc. I, “b”): (iia) Contribuição para 
financiamento da Seguridade Social – COFINS; (iib) 
Contribuição de retenção dos tomadores de mão-de-obra; (iic) 
Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das 
cooperativas de trabalho; (iid) Contribuição dos clubes de 
futebol profissionais; (iie) Contribuição da agroindústria; 
) • (iii) Contribuição social incidente sobre o lucro: (iiia 
contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas (CSLL). 
A FGV no concurso para FRE/RJ/2010 considerou incorreto: “A 
seguridade social será financiada, dentre outras, por contribuições a 
cargo do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na 
 
 
 
 
 
 
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forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais 
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à 
pessoa física que lhe preste serviço, desde que com vínculo 
empregatício”. 
Contribuição social do empregador, da empresa e da entidade 
a ela equiparada 
Contribuição social incidente sobre pagamentos ou 
rendimentos: Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer 
título aos segurados empregados e trabalhadores avulsos; 
Contribuição ao SAT; Contribuição sobre remunerações pagas a 
qualquer título aos segurados contribuintes individuais; Contribuição 
do empregador doméstico; 
Contribuição social incidente sobre a receita ou o 
faturamento: COFINS; Contribuição de retenção - tomadores de 
mão-de-obra; Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou 
fatura das cooperativas de trabalho; Contribuição dos clubes de 
futebol profissionais; Contribuição da agroindústria; 
Contribuição social incidente sobre o lucro: CSLL. 
1.2.1.1.1CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTE SOBRE 
PAGAMENTOS OU RENDIMENTOS 
Com base nos art. 195, inc. I, “a” (contribuição social 
incidente sobre pagamentos ou rendimentos), o legislador 
ordinário instituiu quatro importantes tipos de contribuições sociais, a 
saber: 
• (a) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título 
aos segurados empregados e trabalhadores avulsos (art. 22, I, 
da Lei 8.212/91); 
• (b) Contribuição ao seguro de acidentes do trabalho - SAT (art. 
7°, XXVIII, da CF/88, e art. 22, II, da Lei 8.212/91); 
• (c) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título 
aos segurados contribuintes individuais (art. 22, III, da Lei 
8.212/91); 
• (d) Contribuição do empregador doméstico (art. 24 da Lei 
8.212/91). 
No que se refere à contribuição dos segurados empregados 
e trabalhadores avulsos, estabelecida no art. 22, I, da Lei 
8.212/91, é de vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, 
devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos 
segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem 
serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua 
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma 
 
 
 
 
 
 
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de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste 
salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo 
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos 
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo 
coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
No que tange a contribuição ao seguro de acidentes do 
trabalho (SAT), com base no art. 7°, XXVIII, da CF/88, e no art. 
22, II, da Lei 8.212/91, para o custeio dos benefícios concedidos em 
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente 
dos riscos ambientais do trabalho e da aposentadoria especial (arts. 
57 e 58 da Lei 8.213/1991), incide sobre o total das remunerações 
pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados 
empregados e trabalhadores avulsos. 
As alíquotas da contribuição ao SAT são as seguintes: (a) 1% 
(um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o 
risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; (b) 2% (dois 
por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse 
risco seja considerado médio; (c) 3% (três por cento) para as 
empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja 
considerado grave. 
Destacamos que estas alíquotas serão acrescidas de doze 
(12%), nove (9%) ou seis (6%) pontos percentuais, conforme a 
atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a 
concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e 
cinco anos de contribuição, respectivamente, conforme o art. 57, §6°, 
da lei 8.213/91, sendo compatível com o art. 195, §6°, da CF/88, que 
permite alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica da 
empresa. 
Importante: O STF em diversas decisões (por exemplo, AI 700.262-
AgR) entendeu que a cobrança da contribuição ao SAT incidente 
sobre o total das remunerações pagas tanto aos segurados 
empregados quanto aos trabalhadores avulsos é legítima, sendo 
desnecessária lei complementar para sua instituição, uma vez que a 
contribuição ao SAT não pode ser considerada contribuição residual 
nova. 
O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou 
incorreto: “A contribuição para o seguro de acidente do trabalho, nos 
termos da Lei n.º 8.212/1991 e em consonância com a jurisprudência 
do STF, incide sobre a remuneração dos segurados empregados, mas 
não alcança a remuneração dos trabalhadores avulsos”. 
 
 
 
 
 
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A alíquota da contribuição ao SAT deve ser aferida pelo grau de 
risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu 
CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando 
houver apenas um registro (súmula 351 do STJ). 
Neste ponto, entendemos que a Lei 8.212/91, art. 22, II, 
define, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer 
nascer a obrigação tributária válida, tais como sujeito passivo (a 
empresa), sujeito ativo (atualmente a Secretária da Receita Federal 
do Brasil), a base de cálculo (o total das remunerações pagas ou 
creditadas aos empregados e trabalhadores avulsos) e as alíquotas, 
que são estabelecidas de acordo com o grau de risco a que se sujeita 
a atividade preponderante da empresa. 
Assim, o fato de a Lei 8.212/91 deixar para o regulamento a 
complementação dos conceitos de ‘atividade preponderante’ e ‘grau 
de risco leve, médio e grave’, não fere os princípios da legalidade 
genérica (art. 5º, II, da CF/88) e da legalidade tributária (art. 150, I, 
da CF/88). 
A respeito da contribuição sobre remunerações pagas aos 
segurados contribuintes individuais, fixada no art. 22, III, da Lei 
8.212/91, é de vinte por cento (20%) sobre o total das remunerações 
pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos 
segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços. 
Em relação à contribuição do empregador doméstico, 
disciplinada no art. 24 da Lei 8.212/91, é de doze por cento (12%) do 
salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço. 
A ESAF no concurso para ATA/MF/2009 considerou correto: “A 
respeito da base de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, 
(i) Remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais 
pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício – 
EMPRESA; (ii) Salário de contribuição dos empregados domésticos a 
seu serviço – EMPREGADORES DOMÉSTICOS”. 
Importante: (i) É legítima a incidência da contribuição 
previdenciária sobre o 13º salário ou gratificação natalina (súmula 
688 do STF); (ii) É inconstitucional a cobrança de contribuição 
previdenciária sobre o valor pago em dinheiro a título de vale 
transporte, uma vez que tal verba tem natureza indenizatória (STF, 
RE 478.410, DJE de 14-5-2010); (iii) “A contribuição previdenciária 
incide sobre a comissão paga ao corretor de seguros, 
independentemente da existência de contrato de trabalho” (Súmula 
458 do STJ). 
 
 
 
 
 
 
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O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou 
incorreto: “De acordo com a Lei n.º 8.212/1991, o décimo terceiro 
salário não integra o salário-de-contribuição. Por conseguinte, o STF 
mantém entendimento de que não é legítima a incidência da 
contribuição previdenciária sobre a gratificação natalina”. 
O CESPE no concurso para Procurador/Natal/2008 considerou 
correto: “É legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre 
o décimo terceiro salário”. 
1.2.1.1.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTE SOBRE A 
RECEITA OU O FATURAMENTO 
Com base no art. 195, inc. I, “b” (contribuição social 
incidente sobre a receita ou o faturamento), o legislador 
ordinário instituiu cinco importantes tipos de contribuições sociais, a 
saber: 
• Contribuição para financiamento da Seguridade Social – 
COFINS (Lei Complementar 70/91, Lei 9.718/98 e Lei 
10.833/03); 
• Contribuição de retenção - tomadores de mão-de-obra (art. 31 
da Lei 8.212/91); 
• Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das 
cooperativas de trabalho (art. 22, IV, da Lei 8.212/91); 
• Contribuição dos clubes de futebol profissionais (art. 22, §6° e 
seguintes da Lei 8.212/91); 
• Contribuição da agroindústria (art. 22-A da Lei 8.212/91). 
No que diz respeito à contribuição de retenção estabelecida 
no novo art. 31 da Lei 8.212/91 (Redação dada pela Lei nº 
11.933/2009), ressaltamos apenas que a empresa contratante de 
serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em 
regime de trabalho temporário,deverá reter 11% (onze por cento) do 
valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e 
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a 
importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da 
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil 
imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele 
dia. 
Em relação à contribuição sobre o valor bruto da nota 
fiscal ou fatura das cooperativas de trabalho, estatuída no art. 
22, IV, da Lei 8.212/91, é de quinze por cento (15%) sobre o valor 
bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente 
 
 
 
 
 
 
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a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de 
cooperativas de trabalho. 
Neste ponto, salientamos que o STF por mais de uma vez já 
deferiu “ação cautelar para afastar a exigibilidade da retenção da 
contribuição previdenciária prevista no art. 22, IV, da Lei 8.212/1991, 
incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura emitida em 
decorrência dos serviços prestados por intermédio de cooperativa de 
trabalho”. Aguarda-se o julgamento do RE 546.323 para se decidir 
definitivamente o tema da constitucionalidade desta contribuição (AC 
1.805-MC, DJE de 30-5-2008; AC 2.111-MC-AgR, DJE de 7-11-2008). 
Concernente a contribuição dos clubes de futebol 
profissionais, a Lei 8.212/91 estabelece que a contribuição 
empresarial da associação desportiva que mantém equipe de futebol 
profissional destinada à Seguridade Social, corresponde a cinco por 
cento (5%) da receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos 
de que participem em todo território nacional em qualquer 
modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer 
forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, 
publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos 
desportivos. 
A ESAF no concurso para ATA/MF/2009: “A respeito da base de 
cálculo e contribuintes das contribuições sociais, analise a assertiva 
incorreta: Receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de 
que participem em todo território nacional – PRODUTOR RURAL 
PESSOA JURÍDICA”. 
Em relação à contribuição devida pela agroindústria, 
segundo o art. 22-A da Lei 8.212/91, incide sobre o valor da receita 
bruta proveniente da comercialização da produção, sendo de: (i) dois 
vírgula cinco por cento (2,5%) destinados à Seguridade Social; (ii) 
zero vírgula um por cento (0,1%) para o financiamento do benefício 
de aposentadoria especial e para o acidente do trabalho. 
1.2.1.1.2.1 CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA 
SEGURIDADE SOCIAL (COFINS) 
A Contribuição para financiamento da Seguridade Social 
(COFINS) tem como hipótese de incidência (fato gerador in 
abstrato) o faturamento mensal, assim entendido o total das 
receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua 
denominação ou classificação contábil (art. 1°, caput, da Lei 
10.833/03). 
 
 
 
 
 
 
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Anotamos que foi instituído o regime de não cumulatividade da 
COFINS pela Lei 10.833/03, em regra, para as empresas optantes 
pela apuração do imposto de renda pelo lucro real. Contudo, 
mantêm-se o regime da cumulatividade da COFINS para as pessoas 
jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro 
presumido ou arbitrado, receitas decorrentes de prestação de 
serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário, ferroviário e 
aquaviário de passageiros, dentre outras pessoas jurídicas e receitas, 
conforme os incs. I a XXVI, do art. 10 da Lei 10.833/03. 
Por sua vez, a base de cálculo da COFINS é o valor do 
faturamento mensal, sendo que o total das receitas que fazem parte 
da base de cálculo compreende a receita bruta da venda de bens e 
serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais 
receitas auferidas pela pessoa jurídica. 
Importante: A respeito do conceito de receita bruta sujeita à 
incidência da COFINS, o STF já decidiu que envolve, não só aquela 
decorrente da venda de mercadorias e da prestação de serviços, mas 
também a soma das receitas oriundas do exercício de outras 
atividades empresariais (RE 444.601). Por exemplo, há incidência 
da COFINS em operações de locação de bens móveis. 
Neste sentido, o STJ sumulou o entendimento de que a 
“COFINS incide sobre as receitas provenientes das operações de 
locação de bens móveis” (súmula 423). Assim, o STJ afirma que as 
receitas provenientes das operações de locações de bens móveis 
integram o conceito de faturamento, “entendido como o conjunto de 
receitas decorrentes da execução da atividade empresarial”. 
Ressalvamos que não integram a base de cálculo da COFINS: 
• As receitas que são isentas ou não alcançadas pela incidência 
da contribuição ou sujeitas à alíquota zero; 
• As receitas não-operacionais, decorrentes da venda de ativo 
permanente; 
• As receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na 
revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja 
exigida da empresa vendedora, na condição de substituta 
tributária; 
• As receitas de venda de álcool para fins carburantes; 
• As receitas referentes a: (a) vendas canceladas e aos descontos 
incondicionais concedidos; (b) reversões de provisões e 
recuperações de créditos baixados como perda que não 
representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da 
avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os 
 
 
 
 
 
 
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lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo 
custo de aquisição que tenham sido computados como receita. 
• As receitas decorrentes de transferência onerosa a outros 
contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de 
operações de exportação. 
O contribuinte da COFINS, em regra, é a pessoa jurídica de 
direito privado e a que lhe é equiparada pela legislação do imposto de 
renda. 
 
Por outro lado, a COFINS não incidirá sobre as receitas 
decorrentes das operações de: (i) exportação de mercadorias para o 
exterior; (ii) prestação de serviços para pessoa física ou jurídica 
residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente 
ingresso de divisas; (iii) vendas a empresa comercial exportadora 
com o fim específico de exportação. 
O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou 
incorreto: “A COFINS não incide sobre a receita da sociedade 
comercial decorrente da locação de veículos, por se tratar de cessão 
de uso e gozo de coisa a título oneroso, que não pode ser equiparada 
com mercadoria”. 
O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou 
correto: “A COFINS não incide sobre as variações cambiais que 
decorram de vendas ao exterior”. 
Ademais, realçamos que foi cancelada a súmula 276 do STJ. 
Esta estabelecia que as sociedades civis de prestação de serviços 
profissionais são isentas da COFINS, irrelevante o regime tributário 
adotado. 
Assim, com o entendimento do STF de que é legítima a 
revogação, pelo art. 56 da Lei 9.430/96, da isenção concedida às 
sociedades civis de profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da 
Lei Complementar 70/91, o STJ cancelou a súmula 276. 
De tal modo, o STF voltou a afirmar a inexistência de relação 
hierárquica entre lei ordinária e lei complementar, dispondo que a LC 
70/91 é apenas formalmente complementar, mas materialmente 
ordinária, com relação aos dispositivos concernentes à contribuição 
social por ela instituída (COFINS). 
O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou 
incorreto: “Nos termos da jurisprudência do STF, é inconstitucional a 
revogação, por lei ordinária, da isenção da COFINS concedida pelaLei 
 
 
 
 
 
 
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Complementar n.º 70/1991 às sociedades civis prestadoras de 
serviços”. 
Ademais, destacamos a súmula 659 do STF, no sentido de 
que é lícita a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as 
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, 
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país, pois, à 
exceção do ICMS, II e IE, a imunidade prevista no § 3º do art. 155, 
CF, aplica-se aos impostos e não as contribuições. 
O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou 
correto: “No entendimento do STF, é legítima a cobrança da COFINS 
e do PIS sobre as operações relativas a combustíveis e derivados de 
petróleo”. 
O CESPE no concurso da PGE/ES/2008 considerou incorreto: “O STF 
já decidiu que é ilegítima a incidência da contribuição para o 
financiamento da seguridade social (COFINS) sobre o faturamento 
das empresas distribuidoras de derivados de petróleo, pois as 
mesmas gozam de imunidade tributária”. 
Importante: Segundo o STJ (REsp 1.185.070/RS, DJe 27/09/2010; 
REsp 976.836/RS, julgamento em 25/08/2010), são legítimos os 
repasses econômicos do PIS e da COFINS nas tarifas de energia 
elétrica e nas tarifas telefônicas. Assim, afirmou-se que a relação 
existente entre concessionária e consumidor “não é tributária, mas 
sim de consumo de serviço público, estabelecido por meio de tarifa, 
cujo valor é fixado e controlado pela Administração Pública e no qual 
foi embutido o custo correspondente ao PIS e à COFINS, e que deve 
observar a necessária manutenção da equação econômico-
financeira no contrato de concessão, autorizando a revisão da 
tarifa, entre outras hipóteses, em face do advento de encargos de 
natureza tributária que produzam repercussão nos preços 
contratados”. 
1.2.1.1.3 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTE SOBRE O LUCRO 
DAS PESSOAS JURÍDICAS (CSLL) 
Com fundamento nos art. 195, inc. I, “c” (contribuição social 
incidente sobre o lucro), institui-se com a Lei 7.689/88 a 
contribuição social incidente sobre o lucro das pessoas 
jurídicas (CSLL). 
A base de cálculo da CSLL é o valor do resultado do exercício, 
antes da provisão para o imposto de renda (art. 2°, Lei 
7.689/88). Nesse rumo, a base de cálculo da CSLL não é a mesma do 
imposto de renda (pessoa física ou pessoa jurídica), sendo que as 
 
 
 
 
 
 
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deduções e compensações aceitáveis para a apuração da CSLL não 
são necessariamente àquelas permitidas para fins de apuração da 
base de cálculo do IR. 
Em outras palavras, em regra, a base de cálculo da CSLL é o 
resultado do lucro líquido do período de apuração, antes da 
provisão para o imposto de renda, ajustado as deduções, adições, 
exclusões ou compensações estabelecidas na Lei 7.689/88. Neste 
rumo, os §§1° e 2°, do art. 2°, da citada lei preceituam o seguinte: 
• Será considerado o resultado do período-base encerrado em 31 
de dezembro de cada ano; 
• No caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de 
atividades, a base de cálculo é o resultado apurado no 
respectivo balanço; 
• O resultado do período-base, apurado com observância da 
legislação comercial, será ajustado pela: 1. Adição do resultado 
negativo da avaliação de investimentos pelo valor de 
patrimônio líquido; 2. Adição do valor de reserva de 
reavaliação, baixada durante o período-base, cuja contrapartida 
não tenha sido computada no resultado do período-base; 3. 
Adição do valor das provisões não dedutíveis da determinação 
do lucro real, exceto a provisão para o Imposto de Renda; 4. 
Exclusão do resultado positivo da avaliação de investimentos 
pelo valor de patrimônio líquido; 5. Exclusão dos lucros e 
dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de 
aquisição, que tenham sido computados como receita; 6. 
Exclusão do valor, corrigido monetariamente, das provisões 
adicionadas na forma do item 3, que tenham sido baixadas no 
curso de período-base; 
• No caso de pessoa jurídica desobrigada de escrituração 
contábil, a base de cálculo da contribuição corresponderá a dez 
por cento (10%) da receita bruta auferida no período de 1º 
janeiro a 31 de dezembro de cada ano, ressalvado a hipótese 
de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, 
cuja base de cálculo é o resultado apurado no respectivo 
balanço. 
A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou incorreto: “Sobre a 
CSLL, instituída pela Lei n. 7.689/88, a sua base de cálculo é a 
mesma do imposto de renda das pessoas físicas, sendo que as 
deduções e compensações admissíveis para a apuração de um 
correspondem àquelas admitidas para fins de apuração da base de 
cálculo do outro”. 
 
 
 
 
 
 
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A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou correto: “Sobre a 
CSLL, instituída pela Lei n. 7.689/88, a sua base de cálculo é o valor 
do resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda”. 
Com efeito, ressaltamos que está pendente de julgamento no 
STF (RE 582.525/SP) o tema da constitucionalidade do art. 1º da Lei 
9.316/96. Este dispositivo estabelece que o valor da CSLL não poderá 
ser deduzido para efeito de determinação do lucro real, nem de sua 
própria base de cálculo. Do mesmo modo, dispõe que os valores da 
CSLL, registrados como custo ou despesa, deverão ser adicionados ao 
lucro líquido do respectivo período de apuração para efeito de 
determinação do lucro real e de sua própria base de cálculo. 
Por sua vez, o STJ (REsp 1.113.159/AM, DJe 25/11/2009) já 
consolidou o entendimento pela legalidade/constitucionalidade do 
art. 1º da Lei 9.316/96. Com efeito, o STJ afirmou que não há 
incompatibilidade com o art. 43 do CTN (aspecto material do IR). Por 
conseguinte, a inclusão do valor da CSLL na sua própria base de 
cálculo e na do IRPJ não vulnera o conceito de renda. 
Disse peremptoriamente o STJ: “o legislador ordinário, no 
exercício de sua competência legislativa, tão-somente estipulou 
limites à dedução de despesas do lucro auferido pelas pessoas 
jurídicas, sendo certo, outrossim, que o valor pago a título de CSSL 
não caracteriza despesa operacional da empresa, mas, sim, parcela 
do lucro destinada ao custeio da Seguridade Social, o que, 
certamente, encontra-se inserido no conceito de renda estabelecido 
no artigo 43, do CTN (produto do capital, do trabalho ou da 
combinação de ambos)”. 
Por outro lado, a alíquota da CSLL, em regra, é de: (a) 15% 
(quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros 
privados, das de capitalização, dos bancos de qualquer espécie, 
distribuidoras de valores mobiliários, corretoras de câmbio e de 
valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamento e 
investimentos, sociedades de crédito imobiliário, administradoras de 
cartões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, 
cooperativas de crédito, associações de poupança e empréstimo; e 
(b) 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas. 
Importante: O STF decidiu pela impossibilidade jurídica do pedido 
de declaração de inconstitucionalidade dos textos normativos que 
estabelecem distinção entre as alíquotas recolhidas das instituições 
financeiras e aquelas oriundas das empresas jurídicas em geral, sob o 
fundamento de que o STF não pode atuar como legislador 
positivo nem conceder isenções tributárias (RE 584.315-AgR). 
 
 
 
 
 
 
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Noutro ponto, afirmamos que são contribuintes da CSLL as 
pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas 
pela legislação tributária. 
Ademais, segundo o parágrafo único doart. 6° da Lei 7.689/88, 
aplicam-se à CSLL, no que couber, as disposições da legislação do 
imposto de renda referente à administração, ao lançamento, à 
consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao processo 
administrativo. Deste modo, é legal afirmar que as pessoas jurídicas 
que optarem pela apuração e pagamento do IRPJ com base no lucro 
presumido ou no lucro arbitrado, determinarão a base de cálculo da 
CSLL de acordo com esses regimes de incidência (Art. 85, da 
Instrução Normativa da SRF n° 390/04). 
A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou correto: “A CSLL 
poderá incidir sobre o resultado presumido ou arbitrado, quando tal 
seja o regime de apuração a que a pessoa jurídica se submete 
relativamente ao imposto de renda”. 
O CESPE no concurso para ANALISTA/FUB/2009 considerou incorreto: 
“A contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), por sua natureza, 
não incide sobre entidades sem fins lucrativos nem sobre entidades 
isentas do imposto de renda”. 
1.2.1.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO TRABALHADOR E DOS 
DEMAIS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (art. 195, inc. 
II, da CF) 
Destacamos, para fins da matéria de direito tributário, que a 
contribuição social do trabalhador e dos demais segurados da 
previdência social não incide (imunidade tributária) sobre 
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201 do texto constitucional. 
1.2.1.3 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE A RECEITA DE 
CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS (art. 195, inc. III, da CF) 
A contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos é 
incidente sobre a renda líquida dos concursos de prognósticos, 
excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito 
Educativo. Entende-se por renda líquida o total da arrecadação, 
deduzidos os valores destinados ao pagamento de prêmios, de 
impostos e de despesas com a administração, conforme fixado em lei 
(art. 26, §2°, da Lei 8.212/91). 
 
 
 
 
 
 
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Consideram-se concursos de prognósticos todos e quaisquer 
concursos de sorteios de números, loterias, apostas, inclusive as 
realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do 
Distrito Federal e municipal (art. 26, §2°, da Lei 8.212/91). 
Neste sentido, decidiu o STF que: “De fato, o artigo 195, III, da 
Carta Magna, estabeleceu tão-somente a possibilidade da seguridade 
social ser financiada por receitas de prognóstico. Por conseguinte, tal 
disposição não se refere à exploração de jogos de azar mediante 
pagamento, feita por particular, a qual, além disso, não se constitui 
sequer como atividade autorizada por lei” (RE 502.271-AgR). 
1.2.1.4 CONTRIBUIÇÃO DO IMPORTADOR DE BENS OU 
SERVIÇOS DO EXTERIOR, OU DE QUEM A LEI A ELE 
EQUIPARAR (art. 195, inc. IV, da CF) 
A contribuição do importador de bens ou serviços do 
exterior, ou de quem a lei a ele equiparar, foi estabelecida no inciso 
IV do art. 195 da CF/88, com redação dada pela Emenda 
Constitucional n° 42/03. 
Assim sendo, a Lei 10.865/04 instituiu a Contribuição para os 
Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do 
Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou 
Serviços (PIS/PASEP-Importação) e a Contribuição Social para o 
Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens 
Estrangeiros ou Serviços do Exterior (COFINS-Importação). 
A ESAF no concurso para ATA/MF/2009 considerou correto: “A 
respeito das contribuições sociais, é correto afirmar que pode haver 
incidência de contribuição social sobre a importação de bens do 
exterior”. 
Os serviços tributados são os provenientes do exterior 
prestados por pessoa física ou pessoa jurídica residente ou 
domiciliada no exterior, nas seguintes hipóteses: (a) executados no 
País; ou (b) executados no exterior, cujo resultado se verifique no 
País. 
O fato gerador será: (a) a entrada de bens estrangeiros no 
território nacional; ou (b) o pagamento, o crédito, a entrega, o 
emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no 
exterior como contraprestação por serviço prestado. 
Por conseguinte, são contribuintes: (a) o importador, assim 
considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de 
 
 
 
 
 
 
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bens estrangeiros no território nacional, equiparando-se a este o 
destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo 
remetente e o adquirente de mercadoria entrepostada; (b) a pessoa 
física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado 
no exterior; e (c) o beneficiário do serviço, na hipótese em que o 
contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. 
A base de cálculo é: (a) o valor aduaneiro, assim entendido 
o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto 
de importação, acrescido do valor ICMS incidente no desembaraço 
aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese de 
entrada de bens no território nacional; ou (b) o valor pago, 
creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, 
antes da retenção do imposto de renda, acrescido do ISS e do valor 
das próprias contribuições, na hipótese de prestação de serviço. 
De mais a mais, anotamos que o ICMS quando incidente 
comporá a base de cálculo das contribuições, mesmo que tenha seu 
recolhimento diferido. 
O CESPE no concurso de Analista/FUB/2009 considerou correto: “A 
cobrança da COFINS na entrada de bens estrangeiros no território 
nacional, no caso de sua importação, é uma forma de evitar que eles 
sejam comercializados no país em condições mais vantajosas que os 
similares produzidos internamente e sujeitos a essa contribuição”. 
1.2.1.5 CONTRIBUIÇÃO PARA OS PROGRAMAS DE 
INTEGRAÇÃO SOCIAL E DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO 
SERVIDOR PÚBLICO - PIS/PASEP (art. 239 da CF, Lei 
9.715/98, Lei 9.718/98, Lei 10.637/02) 
Com o advento da CF/88, a contribuição ao PIS/PASEP passou a 
financiar o programa do seguro-desemprego e o abono do PIS, sendo 
considerada mais uma contribuição ordinária para a seguridade 
social. 
Importante: Segundo o STF, o art. 239 da CF não implicou o 
engessamento da contribuição ao PIS, apenas recepcionou-a 
expressamente, podendo tal contribuição ser regularmente alterada 
pela legislação infraconstitucional ordinária (RE 482.606-ED-AgR, AI
445.671-AgR). 
Nestes termos, a contribuição para o PIS/PASEP tem como 
hipótese de incidência o faturamento mensal, assim entendido o 
total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente 
 
 
 
 
 
 
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de sua denominação ou classificação contábil (art. 1°, caput, da Lei 
10.637/02), sendo a mesma hipótese de incidência da COFINS. 
No mesmo sentido da COFINS, o total das receitas compreende 
a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta 
própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa 
jurídica. 
A base de cálculo é o valor do faturamento mensal. 
Por último, devemos dizer que o contribuinte da contribuição 
para o PIS/PASEP é a pessoa jurídica que auferir receita mensal, 
sendo que este tributo não incidirá sobre as receitas decorrentes 
das operações de: (a) exportação de mercadorias para o exterior; 
(b) prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou 
domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de 
divisas; (c) vendas a empresa comercial exportadora com o fim 
específico de exportação. 
1.2.2 CONTRIBUIÇÕES RESIDUAIS DA SEGURIDADE SOCIAL 
Segundo o §4°, do art. 195, da CF, a lei poderá instituir outras 
fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social, obedecidoo disposto no art. 154, I. 
A interpretação do STF a respeito desta norma afirma que para 
criação das contribuições residuais da seguridade social é necessária 
lei complementar, além de obediência ao princípio da não-
cumulatividade e base de cálculo ou fato gerador diferentes das 
contribuições da seguridade social já presentes no texto 
constitucional. 
Importante: A contribuição residual ou nova contribuição social (art. 
154, I, da CF) não pode ter base de cálculo ou fato gerador igual à 
de qualquer contribuição da seguridade social já discriminado na 
CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de 
cálculo igual ou fato gerador semelhante à de imposto já descrito na 
CF/88 (por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.). 
O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou 
correto: “Segundo a CF, o legislador infraconstitucional poderá 
instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou 
expansão da seguridade social. Essas medidas deverão observar o 
princípio da não-cumulatividade, podendo apresentar fato gerador ou 
base de cálculo dos impostos discriminados constitucionalmente”. 
 
 
 
 
 
 
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O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF5/2007 considerou 
incorreto: “O Supremo Tribunal Federal (STF) já pacificou 
entendimento jurisprudencial no sentido de que não se admite a 
criação de contribuição para o financiamento da seguridade social que 
tenha a mesma base de cálculo de imposto já existente”. 
Importante: O STF deu provimento a RE para desobrigar os 
recorrentes da retenção e do recolhimento da contribuição social ou 
do seu recolhimento por sub-rogação sobre a “receita bruta 
proveniente da comercialização da produção rural” de empregadores, 
pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate. Entendeu-se 
ter havido bitributação, ofensa ao princípio da isonomia e 
criação de nova fonte de custeio sem lei complementar. 
Considerando as exceções à unicidade de incidência de contribuição 
previstas nos artigos 239 e 240 da CF, concluiu-se que se estaria 
exigindo contribuição social sobre a folha de salários, como também, 
tendo em conta o faturamento, da COFINS, e sobre o valor 
comercializado de produtos rurais, quando o produtor rural, sem 
empregados, que exerça atividades em regime de economia familiar, 
só contribui, por força do disposto no art. 195, § 8º, da CF, sobre o 
resultado da comercialização da produção. Além disso, reputou-se 
que a incidência da contribuição sobre a receita bruta proveniente da 
comercialização pelo empregador rural, pessoa natural, constituiria 
nova fonte de custeio criada sem observância do art. 195, § 4º, da 
CF, uma vez que referida base de cálculo difere do conceito de 
faturamento e do de receita (RE 363.852, Informativo 573, DJE de 
23-4-2010) 
1.2.3 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS GERAIS 
Para fins de concurso, devemos saber que o STF (RE 396.266, 
AI 650.194-AgR; ADI 1.924-MC, súmula 732) considera 
“contribuições sociais gerais”: 
• A contribuição do salário-educação (art. 212, § 5º, da 
CF/88); 
• A contribuição devida pelos empregadores em caso de 
despedida de empregado sem justa causa instituída pela 
Lei Complementar 110/2001; 
• A contribuição social devida pelos empregadores (famoso 
adicional), à alíquota de cinco décimos por cento sobre a 
remuneração devida, no mês anterior, a cada trabalhador, num 
período apenas de 60 messes a contar da sua exigibilidade 
criada pela Lei Complementar 110/2001; 
• As contribuições para o sistema “S” (SESI, SENAI, SENAC, 
SEST, SENAR, dentre outras), previstas nos arts. 240, da 
 
 
 
 
 
 
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CF/88, e 62 do ADCT. O STF não inclui neste rol a contribuição 
ao SEBRAE, que tem caráter de intervenção no domínio 
econômico (RE 396.266, DJ de 27-2-2004; AI 650.194-AgR, 
DJE de 28-8-2009; ADI 1.924-MC, DJE de 7-8-2009). 
Importante: “É constitucional a cobrança da contribuição do salário-
educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal 
de 1988, e no regime da Lei 9424/1996” (súmula 732 do STF). 
1.3 CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO 
ECONÔMICO (CIDE) 
A CF/88 tratou expressamente do tributo de competência 
exclusiva da União denominado de CIDE-combustíveis, ou melhor, 
contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às 
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus 
derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. 
O CESPE no concurso para Defensoria Pública/CE/2008 considerou 
correto: “Somente a União pode instituir contribuição de intervenção 
no domínio econômico”. 
O CESPE no concurso para Auditor Fiscal/Acre/2006 considerou 
correto: “Os Estados podem instituir taxas, porém não lhes é 
permitido instituir contribuições de intervenção no domínio 
econômico”. 
O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou 
incorreto: “Compete exclusivamente à União instituir contribuições de 
intervenção no domínio econômico, as quais, segundo a doutrina, 
apesar da nomenclatura, não possuem natureza jurídica tributária”. 
Assim sendo, segundo o §4°, do art. 177, da CF/88, a lei que 
instituir a CIDE-combustíveis deverá atender aos seguintes 
requisitos: 
• (i) A alíquota da contribuição poderá ser: (a) diferenciada 
por produto ou uso; (b) reduzida e restabelecida por ato do 
Poder Executivo, não se lhe aplicando o princípio da 
anterioridade anual; 
• (ii) Os recursos arrecadados serão destinados 
exclusivamente: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou 
transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados 
e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos 
ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; 
(c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de 
transportes. 
 
 
 
 
 
 
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Nesse rumo, o STF já decidiu que é inconstitucional 
interpretação de Lei Orçamentária que implique abertura de crédito 
suplementar em rubrica estranha à destinação constitucional da 
arrecadação da CIDE-combustíveis (ADI 2.925). 
Em outros termos, a CIDE-combustíveis é tributo de 
arrecadação constitucionalmente vinculada ao pagamento de 
subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e 
seus derivados e derivados de petróleo; ao financiamento de projetos 
ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás e ao 
financiamento de programas de infra-estrutura de transportes 
A ESAF no concurso para AFRFB/2010 assinalou como correto: “A 
Constituição Federal prevê a possibilidade da criação, exclusivamente 
por lei, de contribuição de intervenção no domínio econômico relativa 
às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus 
derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível”. 
O CESPE no concurso para Advogado/Petrobras/2007 considerou 
correto: “Uma das destinações legais do produto da arrecadação da 
contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre a 
importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás 
natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CIDE) é o 
financiamento de programas de infra-estrutura de transportes”. 
A FCC no concurso Fiscal de Rendas/SP: “Sobre as contribuições 
relacionadas na Constituição Federal, é incorreto afirmar que os 
recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio 
econômico serão destinados, exclusivamente, para ações e serviços 
públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do 
ensino”. 
Deste modo, a Lei 10.336/2001 instituiu a CIDE incidente 
sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, 
gás natural e seus derivados,e álcool etílico combustível, que tem 
como contribuintes o produtor, o formulador e o importador, pessoa 
física ou jurídica, dos combustíveis líquidos relacionados no art. 3o da 
citada Lei. 
Neste sentido, o art. 3o Lei 10.336/2001, dispõe que a CIDE 
tem como fatos geradores as operações, realizadas pelos 
contribuintes já acima referidos, de importação e de 
comercialização no mercado interno de: I – gasolinas e suas 
correntes; II - diesel e suas correntes; III – querosene de aviação e 
outros querosenes; IV - óleos combustíveis (fuel-oil); V - gás 
liqüefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; 
e VI - álcool etílico combustível. 
 
 
 
 
 
 
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O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF5/2010: “Suponha que 
uma empresa de combustíveis, além de produzir álcool e 
combustíveis fósseis e realizar compras e vendas de petróleo e 
desses combustíveis no mercado internacional, também possua um 
laboratório que preste serviços de análise da qualidade de 
combustíveis para outras empresas. Nessa situação, assinale a opção 
que apresenta um tributo que deve ser aplicado à empresa e o seu 
correspondente fato gerador: contribuição de intervenção no domínio 
econômico, em razão da importação de petróleo”. 
Por outro lado, o legislador constitucional deixou espaço 
relativamente largo para a União instituir outras modalidades de 
CIDE. 
Decerto, a Lei 10.168/2000 instituiu a contribuição de 
intervenção de domínio econômico destinada a financiar o Programa 
de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à 
Inovação. 
Denominada pela doutrina de CIDE-Royalties, esta contribuição 
é devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou 
adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela 
signatária de contratos que impliquem transferência de 
tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no 
exterior. 
Consideram-se, para fins Lei 10.168/2000, contratos de 
transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou 
de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de 
assistência técnica. 
A CIDE-Royalties também é devida pelas pessoas jurídicas 
signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e 
de assistência administrativa e semelhantes a serem 
prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem 
assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, 
entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer 
título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. 
Assim, a contribuição incidirá sobre os valores pagos, 
creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a 
residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração 
decorrente das obrigações tributárias referidas acima. 
Por sua vez, a CIDE-Royalties não incide sobre a remuneração 
pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição 
 
 
 
 
 
 
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de programa de computador, salvo quando envolverem a 
transferência da correspondente tecnologia. 
A alíquota da CIDE-Royalties é de 10% (dez por cento). 
Por outro lado, o art. 2o-A da Lei 10.168/2000 determinou a 
redução para 15% (quinze por cento) da alíquota do imposto de 
renda (IR) na fonte incidente sobre as importâncias pagas, 
creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título 
de remuneração de serviços de assistência administrativa e 
semelhantes. 
Segundo o art. 4o da Lei 10.168/2000, esta CIDE será recolhida 
ao Tesouro Nacional e destinada ao Fundo Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT, sendo que trinta 
por cento (30%), no mínimo, serão aplicados em programas de 
fomento à capacitação tecnológica e ao amparo à pesquisa científica 
e ao desenvolvimento tecnológico nas regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste. 
A FGV no concurso para FR/RJ/2009: “A CIDE, nos termos concebidos 
pela Lei nº 10.168/00, deveria incidir sobre os contratos que 
implicassem transferência de tecnologia, por ocasião de pagamento, 
crédito, entrega, remessa ou emprego de valores ao residente no 
exterior. Posteriormente, a Lei nº 10.332/01 ampliou a hipótese de 
incidência da CIDE para abranger também os casos envolvendo o 
pagamento, crédito, entrega, remessa ou emprego de royalties a 
qualquer título (mesmo sem transferência de tecnologia) a residente 
no exterior. A esse respeito, é correto afirmar que a incidência da 
CIDE sobre valores pagos, creditados, entregues, empregados ou 
remetidos ao exterior a título de royalties gera direito a crédito para o 
contribuinte desse tributo no Brasil no caso de contratos de 
exploração de patentes e uso de marcas”. 
Ademais, destacamos outras importantes contribuições 
consideradas pelo STF e STJ como contribuição de intervenção de 
domínio econômico (CIDE). 
A contribuição ao SEBRAE disposta no art. 8º, § 3º, Lei 
n. 8.029/1990, é CIDE, não obstante a lei a ela se referir como 
adicional às alíquotas das contribuições sociais relativas às entidades 
de que trata o art. 1o do Decreto-Lei no 2.318/1986 (SESI, SENAI, 
SESC, SENAC). Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE, no 
rol do art. 240, da CF/88. 
 
 
 
 
 
 
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As contribuições em favor dos extintos Instituto de 
Açúcar e do Álcool (IAA) e do Instituto Brasileiro do Café 
(IBC), para financiar as atividades destas instituições estatais nas 
suas respectivas áreas de atuação. 
O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM), 
que, segundo o STF, é uma contribuição parafiscal ou especial de 
intervenção no domínio econômico incidente sobre as operações 
portuárias; 
O Adicional de Tarifa Portuária (ATP) estabelecido pelo art. 
1º, §1°, da Lei 7.700/1988, incidente sobre as operações realizadas 
com mercadorias importadas ou exportadas, objeto do comércio na 
navegação de longo curso, sendo que o produto da sua arrecadação 
destinar-se-á à aplicação em investimentos para melhoramento, 
reaparelhamento, reforma e expansão de instalações portuárias. 
A contribuição ao FUST, que tem como fato gerador a 
prestação de serviço de telecomunicação pública ou privada; por base 
de cálculo a receita operacional bruta, excluídos o ICMS, o PIS e a 
COFINS, e a alíquota no percentual de 1% (art. 6º, VI, da Lei n. 
9.998/2000). A finalidade desta contribuição é proporcionar recursos 
destinados a cobrir a parcela de custo exclusivamente atribuível ao 
cumprimento das obrigações de universalização de serviços de 
telecomunicações que não possa ser recuperada com a exploração 
eficiente do serviço e destinar recursos aos estabelecimentos públicos 
de ensino. 
A contribuição ao FUNTTEL, cujo fato gerador é ser prestador 
de serviço de telecomunicação pública ou privada, base de cálculo a 
receita operacional bruta, excluídos o ICMS, o PIS e a COFINS, e 
alíquota de 0,5% (art. 4º, III, da Lei 10.052/2000). A finalidade 
desta contribuição é estimular o processo de inovação tecnológica, 
incentivar a capacitação de recursos humanos, fomentar a geração de 
empregos e promover o acesso de pequenas e médias empresas a 
recursos de capital, de modo a ampliar a competitividade da indústria 
brasileira de telecomunicações. 
O TRF4 no concurso para Juiz Federal/2006 considerou correto: 
“Segundo o Supremo Tribunal Federal, o Adicional ao Frete para 
Renovação da Marinha (AFRRM) constitui Contribuição de Intervenção 
no Domínio Econômico (CIDE)”. 
1.4 CONTRIBUIÇÃO DE INTERESSE DAS CATEGORIAS 
PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS 
 
 
 
 
 
 
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