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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 2 – Contribuições especiais. Olá, prezados (as). Vamos hoje para a nossa segunda aula. Registramos mais uma vez que vamos trabalhar com todas as bancas até a escolha definitiva da banca do nosso concurso. Assim sendo, a divisão do nosso sumário fica da seguinte forma: Contribuições Especiais: 1. Contribuições Especiais da União: 1.1 Regra-matriz (art. 149 da CF/88); 1.2 Contribuições Sociais: 1.2.1 Contribuições ordinárias da Seguridade Social: 1.2.1.1 Contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei: 1.2.1.1.1 Contribuição social incidente sobre pagamentos ou rendimentos; 1.2.1.1.2 Contribuição social incidente sobre a receita ou o faturamento: 1.2.1.1.2.1 Contribuição para financiamento da Seguridade Social (COFINS); 1.2.1.1.3 Contribuição social incidente sobre o lucro das pessoas jurídicas (CSLL); 1.2.1.2 Contribuição do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social; 1.2.1.3 Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos; 1.2.1.4 Contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar; 1.2.1.5 Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP; 1.2.2 Contribuições residuais da Seguridade Social; 1.2.3 Contribuições Sociais gerais; 1.3 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE); 1.4 Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas: 1.4.1 Contribuição para os conselhos profissionais; 1.4.2 Contribuição sindical. 2. Contribuições especiais dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 2.1 Contribuição previdenciária do servidor público; 2.2 Contribuição de iluminação pública. Então, vamos nessa. 1. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS DA UNIÃO A partir da interpretação da CF/88, a doutrina e a jurisprudência dominantes estabelecem a seguinte classificação das contribuições especiais tributárias de competência da União: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br • (i) Contribuições sociais (art. 149 da CF/88), que se dividem em: (ia) contribuições ordinárias para a seguridade social (arts. 195, incs. I a IV, e 239, da CF/88); (ib) contribuições residuais para a seguridade social (art. 195, §4º, da CF/88); (ic) contribuições sociais gerais (arts. 212, § 5º, 240, da CF/88, e 62 do ADCT); • (ii) Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE), que é prevista constitucionalmente nos arts. 149 e 177, §4°; • (iii) Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de Contribuições corporativas (arts. 8°, inc. IV, 149 da CF/88). Contribuições especiais da União Contribuições sociais: contribuições ordinárias da seguridade social; contribuições residuais da seguridade social; contribuições sociais gerais; CIDE; Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas. 1.1 REGRA-MATRIZ (art. 149 da CF/88) Segundo a literalidade do caput, do art. 149, da CF, compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nas normas gerais de direito tributário (art. 146, inc. III, da CF/88), os princípios da legalidade (art. 150, inc. I, da CF/88), da irretroatividade e da anterioridade anual e nonagesimal (art. 150, inc. III, da CF/88), e sem prejuízo da exceção da anterioridade anual prevista no art. 195, §6°, da CF para as contribuições da seguridade social. Importante: Apesar da literalidade do art. 149, caput, CF, em uma interpretação sistemática da CF, estaria incorreto afirmar peremptoriamente que compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, pois os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir contribuições sociais, em razão dos arts. 40, §18° e 149, §1°, da CF (contribuição previdenciária dos servidores públicos). Em relação a observância das normas gerais de direito tributário, o STF entende que as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br econômicas deverão observar à lei complementar que dispõe sobre normas gerais de direito tributário (CTN), mas isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar, isto é, a lei ordinária pode criar tais espécies tributárias já discriminadas na CF/88 (AI 739.715-AgR). Com efeito, certamente as contribuições especiais não podem ser consideradas a espécie tributária denominada de imposto, portanto não se exige que a lei complementar estabeleça a sua hipótese de incidência, a base de cálculo e contribuintes. A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou incorreto: “Segundo a Constituição Federal, há exigência de lei complementar para a instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico”. A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou corretas as seguintes assertivas: (i) “Para a instituição de contribuições ordinárias (nominadas) de seguridade social, quais sejam, as já previstas nos incisos I a IV do art. 195 da Constituição, basta a via legislativa da lei ordinária, consoante o entendimento pacificado do STF”; (ii) “As contribuições de seguridade social, sendo tributos, submetem-se às normas referentes às limitações do poder de tributar, contidas no art. 150 da Constituição Federal, com exceção da anterioridade geral, em face da norma especial contida no art. 195, § 6° (anterioridade nonagesimal), especialmente concebida para o condicionamento da instituição de contribuições de seguridade social”. Noutro ponto, o art. 195, § 6º, da CF/88, dispõe que as contribuições da seguridade social só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o princípio da anterioridade anual. Nesse rumo, a interpretação adequada do art. 195, § 6°, é que apenas as contribuições sociais ordinárias (nominadas) da seguridade social, previstas no art. 195, I a IV, da CF (COFINS, CSLL, PIS, PASEP, dentre outras), não devem observar o princípio da anterioridade anual, enquanto todas as outras espécies de contribuições tributárias devem obedecer a anterioridade anual, inclusive as contribuições sociais gerais (RE 456.187-AgR, RE 485.870-AgR) e as contribuições residuais (inominadas) da seguridade social. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br Em outras palavras, as contribuições de intervenção no domínio econômico (exceto a CIDE-combustíveis, em hipótese de restabelecimento de alíquota), as contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, as contribuições sociais gerais e as contribuições residuais da seguridade social devem observar integralmente a anterioridade anual e a noventena. Neste sentido, o STF, por exemplo, compreende que a contribuição social geral instituída pela LC 110/2001 (contribuição devida pelos empregadores em caso de despedida de empregado sem justa causa) deve observar a anterioridade anual, sendo inexigíveis no mesmo exercício em que publicada a lei que as instituiu ou aumentou (ADI 2.556-MC, DJ de 8-8-2003; AI 630.999-AgR, DJE de 19-6-2009). DECISÕES RELEVANTES DO STF SOBRE A APLICAÇÃO DA ANTERIORIDADE NAS CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL (i) No caso das medidas provisórias, o STF compreende que o prazo da anterioridade nonagesimalou noventena, previsto no art. 195, §6°, da CF, começa a ser contado da publicação (edição) da medida provisória que instituiu ou majorou contribuição e não da publicação da lei que resultou de sua conversão (RE 487.475-AgR, DJE de 6-8- 2010); (ii) Contudo, registramos que o prazo da anterioridade deve ter como termo a quo a edição da medida provisória somente em relação àqueles dispositivos que foram repetidos no momento de sua conversão. No caso de mudança ou introdução de novos dispositivos no momento da conversão, a contagem do termo da noventena deve ter início com a edição desta nova lei (RE 199.198, DJ de 28-6-2002; RE 598.268-AgR, DJE de 7-8-2009; AI 533.244-AgR, DJE de 19-6- 2009); (iii) Na hipótese de mera reedição de medida provisória, conta-se o prazo de noventa dias a partir da veiculação da primeira medida provisória (AI 533.060-AgR, DJE de 20-11-2009; AI 623.157-AgR, DJE de 9-10-2009; RE 595.673-AgR, DJE de 7-8-2009); (iv) Não viola os princípios da anterioridade e irretroatividade tributárias o fato de Medida Provisória ter sido publicada no sábado, 31-12-1994, desde que observado o princípio da anterioridade nonagesimal (RE 229.412-AgR, DJE de 1º-7-2009); (v) A revogação de regra que estipulava diminuição de alíquota de contribuição, mantendo-se pela nova regra o mesmo índice que vinha sendo pago pelo contribuinte, não pode ser equiparada à majoração de tributo. Por conseguinte, não incide do princípio da anterioridade nonagesimal (RE 566.032, DJE de 23-10-2009; ADI 4.016-MC, DJE de 24-4-2009); (vi) Em caso específico de mandado de segurança, se, quando da CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br impetração pelo contribuinte, já se achava esgotado o prazo de noventa dias, apresenta-se destituída de utilidade a invocação do princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal, por não mais se revelar acolhível a pretensão mandamental que objetivava afastar a alteração introduzida na base de cálculo relativa à contribuição pertinente ao PIS (RE 466.106-AgR, DJ de 20-4-2006); (vii) Na hipótese de atualização do valor monetário (UFIR) da contribuição social sobre o lucro (CSLL) inexiste afronta aos princípios da irretroatividade e da anterioridade, por não representar majoração de tributo ou modificação da base de cálculo e do fato gerador (RE 201.618, DJ de 1º-8-1997); (viii) A regra legislativa que se limita simplesmente a mudar o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se submete ao princípio da anterioridade (RE 274.949-AgR, DJ de 1º-2-2002; RE 209.386, DJ de 27-2-1998; Súmula 669). Destacamos que as contribuições sociais e as contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) não poderão incidir sobre as receitas decorrentes de exportação (espécie de imunidade tributária, art. 149, §2°, I, CF), mas poderão incidir sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços, inclusive poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. Importante: O STF (RE 564.413; RE 474.132, julgamento em 12/08/2010) entende que a imunidade disposta no art. 149, §2°, I, CF (contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação) não compreende a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) e também a extinta CPMF. Em outras palavras, a imunidade tributária abrange apenas as contribuições cuja hipótese de incidência seja a receita bruta ou o faturamento, tal como a COFINS, o PIS e o PASEP. Por sua vez, as contribuições sociais e as contribuições de intervenção no domínio econômico poderão ter alíquotas: (i) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (ii) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. A alíquota ad valorem é uma percentagem (por exemplo, 5%) que incide sobre o valor do faturamento, da receita bruta ou sobre o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro. Já a alíquota específica tem por base a unidade de medida adotada na lei, que pode ser o peso, o volume, o número de peças etc. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br Realçamos também que a pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei, e que a lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez, segundo dispõe os §3ª e §4°do art. 149 da CF/88. A FGV no concurso para FRE/RJ/2010 considerou corretos os seguintes enunciados: “Com relação à CIDE, (i) não poderá incidir sobre receitas de exportação; (ii) poderá incidir sobre a importação de serviços; (iii) poderá ter alíquota ad valorem tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação; (iv) poderá ter alíquota específica tendo por base a unidade de medida adotada”. O CESPE no concurso de Juiz Federal/TRF5 considerou incorreto: “Em conformidade com as disposições constitucionais aplicáveis, as contribuições sociais devem ter alíquotas ad valorem; já a contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, de gás natural e seus derivados e de álcool combustível deve ter alíquota específica”. O CESPE no concurso da Advocacia Geral da União considerou correto: “Caso a União deseje criar uma CIDE sobre a comercialização do milho, a Constituição Federal faculta-lhe estabelecer uma alíquota fixa por saca de milho, independentemente do valor sobre o qual se efetivem as operações”. 1.2 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Podemos classificar as contribuições sociais em: • (i) Contribuições sociais ordinárias ou nominadas da seguridade social (arts. 195, incs. I a IV, e 239, da CF/88): (ia) contribuição social do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei (art. 195, I, “a”, “b” e “c”); (ib) contribuição social do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social (art. 195, II); (ic) contribuição social sobre a receita de concursos de prognósticos (art. 195, III); (id) contribuição social do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (art. 195, IV); (ie) contribuição social para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP (art. 239); • (ii) Contribuições sociais residuais ou inominadas para a seguridade social (art. 195, §4º, da CF/88); • (iii) Contribuições sociais gerais (arts. 212, § 5º, 240, da CF/88, e 62 do ADCT). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br Contribuições sociais da União Contribuições ordinárias da seguridade social: contribuição social do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada; contribuição social do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social; contribuição social sobre a receita de concursos de prognósticos; contribuição social do importador de bens ou serviços do exterior; PIS/PASEP. Contribuições residuais da seguridade social; Contribuições sociais gerais. Neste ponto, ainda destacamos que nem todas as contribuições sociais podem ser consideradas parafiscais. Estas são aquelas arrecadadas e fiscalizadas por terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente federativo competente para instituir o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Por conseguinte, esta terceira pessoa busca uma finalidade pública e passa a dispor da receita compulsória para atingir os seus objetivos. Por exemplo, as contribuições sociais gerais arrecadadase fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC. Neste sentido, a FCC no concurso Fiscal de Rendas/SP: “Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é incorreto afirmar que todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas ‘contribuições parafiscais’, porque ocorre o fenômeno denominado ‘parafiscalidade’”. Decerto, registramos que algumas contribuições sociais ordinárias da seguridade social (contribuições previdenciárias) antigamente eram arrecadadas e fiscalizadas pelo INSS (autarquia), podendo-se enquadrar no conceito de tributo parafiscal, mas, atualmente, não se pode falar que estas contribuições sociais são parafiscais. Destarte, a partir do advento da Lei nº 11.457/07, conforme o art. 2°, a atribuição de arrecadar e fiscalizar até mesmo as contribuições sociais previdenciárias passou a ser da Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão da administração direta da União. Noutro sentido, a ESAF no concurso ATA/MF/2009 cobrou a seguinte questão: “A respeito da natureza jurídica da contribuição social, analise as assertivas abaixo relativas às espécies tributárias, indicando a correta. a) Imposto; b) Taxa; c) Contribuição Parafiscal; d) Empréstimo Compulsório; e) Contribuição de Melhoria”. Foi considerada correta pelo gabarito definitivo a letra “c”. Assim, verificamos que em concurso público sempre se deve marcar a alternativa mais correta ou incorreta, sem brigar com a banca CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br examinadora no momento da feitura da prova. A alternativa “c” não é plenamente correta, pois nem toda contribuições social tem natureza jurídica de contribuição parafiscal, porém, todas as demais alternativas são certamente incorretas. 1.2.1 CONTRIBUIÇÕES ORDINÁRIAS DA SEGURIDADE SOCIAL O art. 195, da CF, dispõe que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: • Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei; • Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da CF/88; • Sobre a receita de concursos de prognósticos; • A partir da EC n° 42/03, do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. • Contribuição social para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP). Assim, a CF determina que o financiamento da seguridade social se dê por toda a sociedade, o que revela o caráter solidário de tal financiamento. Assim, em face da solidariedade social, todos são chamados ao custeio em razão da sua relevância, não importando se a relação é direta ou indireta com os segurados, nem tampouco serem, necessariamente, destinatárias de benefícios da Seguridade Social. Por exemplo, a incidência da contribuição previdência sobre os proventos da aposentadoria e pensões dos servidores públicos. Porém, ressaltamos que a solidariedade tributária não autoriza a desobediência ao princípio da legalidade e da tipicidade tributária. Importante: O STF já afirmou por diversas vezes que a contribuição destinada ao INCRA e ao FUNRURAL é devida por empresa urbana, porque visa a cobrir os riscos aos quais está sujeita toda a coletividade de trabalhadores (AI 663.176-AgR, DJ de 14-11- 2007; AI 691.177-AgR, DJE de 7-5-2010; RE 406.175-AgR, DJE de 14-8-2009). Devemos anotar que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br União (art. 195, §1°, CF); e que nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total (art. 195, §5°, CF). Importante: Segundo interpretação do STF sobre a exigência do art. 195, § 5º, da CF, podemos fixar as seguintes balizas: (i) o destinatário exclusivo é o próprio legislador ordinário, no que se refere a criação, majoração ou extensão de outros benefícios ou serviços da seguridade social (AI 151.106-AgR, DJ de 26-11-1993); (ii) refere-se apenas à previdência social, não se impondo ao regramento dos planos privados (AI 598.382-AgR, DJE de 30-4-2009; RE 596.637-AgR, DJE de 2-10-2009); (iii) não se pode estender a aplicação novos critérios de cálculo a todos os beneficiários sob o regime das leis anteriores, porque a exigência constitucional de prévia estipulação da fonte de custeio total consiste em exigência operacional do sistema previdenciário que, dada a realidade atuarial disponível, não pode ser ignorada. Portanto, não é possível dissociar as bases contributivas de arrecadação da prévia indicação legislativa da dotação orçamentária exigida. Assim, salvo disposição legislativa expressa e que atenda à prévia indicação da fonte de custeio total, o benefício previdenciário deve ser calculado na forma prevista na legislação vigente à data da sua concessão (RE 415.454 e 416.827, DJ de 26-10-2007; RE 574.433-AgR, DJE de 16-4-2010; RE 540.513-AgR, DJE de 28-8-2009). Com feito, a proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias (LDO), assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Por conseguinte, a lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos (art. 195, §§2° e 10, CF). Noutro ponto, a CF estabelece que “são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”, conforme dispõe o §7°, do art. 195 da CF/88. Tal norma dispõe, na verdade, sobre típica garantia de “imunidade tributária”, existindo equívoco por parte do legislador constitucional, eis que a imunidade é matéria de sede constitucional e a isenção é matéria de lei infraconstitucional. Por certo, o STF entende que é constitucional a Lei que estabelece como uma das condições da isenção tributária das entidades filantrópicas a exigência de que possuam o certificado de CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), renovável periodicamente. Assim, afirma que inexiste direito adquirido a regime jurídico. Portanto, no caso do art. 195, § 7º, da CF, não pode se falar em direito à imunidade por prazo indeterminado, pois a exigência de renovação periódica do CEBAS não ofende a Constituição (RMS 27.093, DJE de 14-11-2008; RMS 26.932, DJE de 5-2-2010). O STF também compreende que, tratando-se de imunidade, “revela-se evidente a absoluta impossibilidade jurídica de a autoridade executiva, mediante deliberação de índole administrativa, restringir a eficácia do preceito inscrito no art. 195, § 7º, da CF, para, em função de exegese que claramente distorce a teleologia da prerrogativa fundamental em referência, negar, à entidade beneficente de assistência social que satisfaz os requisitos da lei, o benefício que lhe é assegurado no mais elevado plano normativo” (RMS 22.192, DJ de19-12-1996). A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou incorreto: “Ao afirmar que o financiamento da seguridade social se dará por toda a sociedade, revela-se o caráter solidário de tal financiamento. Todavia, as pessoas físicas e jurídicas somente podem ser chamadas ao custeio em razão da relevância social da seguridade se tiverem relação direta com os segurados ou se forem, necessariamente, destinatárias de benefícios”. A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou corretas as seguintes assertivas: (i) “A solidariedade não autoriza a cobrança de tributo sem lei, não autoriza exigência de quem não tenha sido indicado por lei como sujeito passivo de obrigação tributária, e não autoriza que seja desconsiderada a legalidade estrita que condiciona o exercício válido da competência relativamente a quaisquer tributos”. (ii) “As entidades beneficentes de assistência social gozam de imunidade das contribuições para a seguridade social”. Nesse rumo, uma norma constitucional que é muito cobrada em concursos, é a que dispõe que as contribuições sociais (i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição patronal); (b) a receita ou o faturamento (contribuição para financiamento da seguridade social - COFINS, por exemplo); (c) o lucro (contribuição sobre o lucro líquido - CSLL); poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho (art. 195, §9°, CF). Decerto, o STF entende que a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional do art. 195, §9°, CF (AC 1.109-MC, DJE de 19-10-2007). Por sua vez, a pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios (art. 195, §3º, CF). Além disso, é vedada (proibida) a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais (i) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição patronal); e (ii) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social; para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar (art. 195, §11°, CF). Assim sendo, o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei (art. 195, §8°, da CF). Ademais, a lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes sobre a receita ou o faturamento e sobre o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar, serão não-cumulativas, inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente sobre pagamentos ou rendimentos à pessoa física que preste serviço ao empregador pela incidente sobre a receita ou o faturamento (art. 195, §12 e 13, CF). . A FGV no concurso para FRE/RJ/2010 considerou corretas as seguintes assertivas: (i) “As contribuições do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho”. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br (ii) “A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes sobre a receita ou faturamento serão não- cumulativas”. Importante: Registramos compreensão recente do STF no sentido de que a alteração do art. 195 da Constituição pela Emenda Constitucional (EC) 20/98 EC não versou, especificamente, sobre a alíquota de contribuição social destinada ao custeio da seguridade social. Portanto, há possibilidade de simples alteração de alíquota de contribuição ordinária da seguridade social por medida provisória (MP), dentro do período de 1º de janeiro de 1995 até a promulgação da EC 32/01. (RE 487.475-AgR, DJE de 6-8-2010). Por exemplo, é admissível a instituição de adicional da CSLL instituído por meio de medida provisória, ou seja, o mero aumento da alíquota pela MP é constitucional (RE 403.512, DJE de 6-3-2009; AI 489.734-AgR, DJE de 30-4-2009). 1.2.1.1 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO EMPREGADOR, DA EMPRESA E DA ENTIDADE A ELA EQUIPARADA NA FORMA DA LEI (art. 195, I, “a”, “b” e “c”) As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada podem ser classificadas como: • (i) Contribuição social incidente sobre pagamentos ou rendimentos à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (195, inc. I, “a”): (ia) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados empregados e trabalhadores avulsos; (ib) Contribuição ao seguro de acidentes do trabalho (SAT); (ic) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados contribuintes individuais; (id) Contribuição do empregador doméstico; • (ii) Contribuição social incidente sobre a receita ou o faturamento (art. 195, inc. I, “b”): (iia) Contribuição para financiamento da Seguridade Social – COFINS; (iib) Contribuição de retenção dos tomadores de mão-de-obra; (iic) Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das cooperativas de trabalho; (iid) Contribuição dos clubes de futebol profissionais; (iie) Contribuição da agroindústria; ) • (iii) Contribuição social incidente sobre o lucro: (iiia contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas (CSLL). A FGV no concurso para FRE/RJ/2010 considerou incorreto: “A seguridade social será financiada, dentre outras, por contribuições a cargo do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, desde que com vínculo empregatício”. Contribuição social do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada Contribuição social incidente sobre pagamentos ou rendimentos: Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados empregados e trabalhadores avulsos; Contribuição ao SAT; Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados contribuintes individuais; Contribuição do empregador doméstico; Contribuição social incidente sobre a receita ou o faturamento: COFINS; Contribuição de retenção - tomadores de mão-de-obra; Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das cooperativas de trabalho; Contribuição dos clubes de futebol profissionais; Contribuição da agroindústria; Contribuição social incidente sobre o lucro: CSLL. 1.2.1.1.1CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTE SOBRE PAGAMENTOS OU RENDIMENTOS Com base nos art. 195, inc. I, “a” (contribuição social incidente sobre pagamentos ou rendimentos), o legislador ordinário instituiu quatro importantes tipos de contribuições sociais, a saber: • (a) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados empregados e trabalhadores avulsos (art. 22, I, da Lei 8.212/91); • (b) Contribuição ao seguro de acidentes do trabalho - SAT (art. 7°, XXVIII, da CF/88, e art. 22, II, da Lei 8.212/91); • (c) Contribuição sobre remunerações pagas a qualquer título aos segurados contribuintes individuais (art. 22, III, da Lei 8.212/91); • (d) Contribuição do empregador doméstico (art. 24 da Lei 8.212/91). No que se refere à contribuição dos segurados empregados e trabalhadores avulsos, estabelecida no art. 22, I, da Lei 8.212/91, é de vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. No que tange a contribuição ao seguro de acidentes do trabalho (SAT), com base no art. 7°, XXVIII, da CF/88, e no art. 22, II, da Lei 8.212/91, para o custeio dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e da aposentadoria especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991), incide sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos. As alíquotas da contribuição ao SAT são as seguintes: (a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; (b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; (c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. Destacamos que estas alíquotas serão acrescidas de doze (12%), nove (9%) ou seis (6%) pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente, conforme o art. 57, §6°, da lei 8.213/91, sendo compatível com o art. 195, §6°, da CF/88, que permite alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica da empresa. Importante: O STF em diversas decisões (por exemplo, AI 700.262- AgR) entendeu que a cobrança da contribuição ao SAT incidente sobre o total das remunerações pagas tanto aos segurados empregados quanto aos trabalhadores avulsos é legítima, sendo desnecessária lei complementar para sua instituição, uma vez que a contribuição ao SAT não pode ser considerada contribuição residual nova. O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou incorreto: “A contribuição para o seguro de acidente do trabalho, nos termos da Lei n.º 8.212/1991 e em consonância com a jurisprudência do STF, incide sobre a remuneração dos segurados empregados, mas não alcança a remuneração dos trabalhadores avulsos”. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br A alíquota da contribuição ao SAT deve ser aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro (súmula 351 do STJ). Neste ponto, entendemos que a Lei 8.212/91, art. 22, II, define, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a obrigação tributária válida, tais como sujeito passivo (a empresa), sujeito ativo (atualmente a Secretária da Receita Federal do Brasil), a base de cálculo (o total das remunerações pagas ou creditadas aos empregados e trabalhadores avulsos) e as alíquotas, que são estabelecidas de acordo com o grau de risco a que se sujeita a atividade preponderante da empresa. Assim, o fato de a Lei 8.212/91 deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de ‘atividade preponderante’ e ‘grau de risco leve, médio e grave’, não fere os princípios da legalidade genérica (art. 5º, II, da CF/88) e da legalidade tributária (art. 150, I, da CF/88). A respeito da contribuição sobre remunerações pagas aos segurados contribuintes individuais, fixada no art. 22, III, da Lei 8.212/91, é de vinte por cento (20%) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços. Em relação à contribuição do empregador doméstico, disciplinada no art. 24 da Lei 8.212/91, é de doze por cento (12%) do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço. A ESAF no concurso para ATA/MF/2009 considerou correto: “A respeito da base de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, (i) Remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício – EMPRESA; (ii) Salário de contribuição dos empregados domésticos a seu serviço – EMPREGADORES DOMÉSTICOS”. Importante: (i) É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário ou gratificação natalina (súmula 688 do STF); (ii) É inconstitucional a cobrança de contribuição previdenciária sobre o valor pago em dinheiro a título de vale transporte, uma vez que tal verba tem natureza indenizatória (STF, RE 478.410, DJE de 14-5-2010); (iii) “A contribuição previdenciária incide sobre a comissão paga ao corretor de seguros, independentemente da existência de contrato de trabalho” (Súmula 458 do STJ). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou incorreto: “De acordo com a Lei n.º 8.212/1991, o décimo terceiro salário não integra o salário-de-contribuição. Por conseguinte, o STF mantém entendimento de que não é legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre a gratificação natalina”. O CESPE no concurso para Procurador/Natal/2008 considerou correto: “É legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o décimo terceiro salário”. 1.2.1.1.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTE SOBRE A RECEITA OU O FATURAMENTO Com base no art. 195, inc. I, “b” (contribuição social incidente sobre a receita ou o faturamento), o legislador ordinário instituiu cinco importantes tipos de contribuições sociais, a saber: • Contribuição para financiamento da Seguridade Social – COFINS (Lei Complementar 70/91, Lei 9.718/98 e Lei 10.833/03); • Contribuição de retenção - tomadores de mão-de-obra (art. 31 da Lei 8.212/91); • Contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das cooperativas de trabalho (art. 22, IV, da Lei 8.212/91); • Contribuição dos clubes de futebol profissionais (art. 22, §6° e seguintes da Lei 8.212/91); • Contribuição da agroindústria (art. 22-A da Lei 8.212/91). No que diz respeito à contribuição de retenção estabelecida no novo art. 31 da Lei 8.212/91 (Redação dada pela Lei nº 11.933/2009), ressaltamos apenas que a empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário,deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia. Em relação à contribuição sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura das cooperativas de trabalho, estatuída no art. 22, IV, da Lei 8.212/91, é de quinze por cento (15%) sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. Neste ponto, salientamos que o STF por mais de uma vez já deferiu “ação cautelar para afastar a exigibilidade da retenção da contribuição previdenciária prevista no art. 22, IV, da Lei 8.212/1991, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura emitida em decorrência dos serviços prestados por intermédio de cooperativa de trabalho”. Aguarda-se o julgamento do RE 546.323 para se decidir definitivamente o tema da constitucionalidade desta contribuição (AC 1.805-MC, DJE de 30-5-2008; AC 2.111-MC-AgR, DJE de 7-11-2008). Concernente a contribuição dos clubes de futebol profissionais, a Lei 8.212/91 estabelece que a contribuição empresarial da associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional destinada à Seguridade Social, corresponde a cinco por cento (5%) da receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos. A ESAF no concurso para ATA/MF/2009: “A respeito da base de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, analise a assertiva incorreta: Receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional – PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA”. Em relação à contribuição devida pela agroindústria, segundo o art. 22-A da Lei 8.212/91, incide sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção, sendo de: (i) dois vírgula cinco por cento (2,5%) destinados à Seguridade Social; (ii) zero vírgula um por cento (0,1%) para o financiamento do benefício de aposentadoria especial e para o acidente do trabalho. 1.2.1.1.2.1 CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS) A Contribuição para financiamento da Seguridade Social (COFINS) tem como hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil (art. 1°, caput, da Lei 10.833/03). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br Anotamos que foi instituído o regime de não cumulatividade da COFINS pela Lei 10.833/03, em regra, para as empresas optantes pela apuração do imposto de renda pelo lucro real. Contudo, mantêm-se o regime da cumulatividade da COFINS para as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado, receitas decorrentes de prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros, dentre outras pessoas jurídicas e receitas, conforme os incs. I a XXVI, do art. 10 da Lei 10.833/03. Por sua vez, a base de cálculo da COFINS é o valor do faturamento mensal, sendo que o total das receitas que fazem parte da base de cálculo compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Importante: A respeito do conceito de receita bruta sujeita à incidência da COFINS, o STF já decidiu que envolve, não só aquela decorrente da venda de mercadorias e da prestação de serviços, mas também a soma das receitas oriundas do exercício de outras atividades empresariais (RE 444.601). Por exemplo, há incidência da COFINS em operações de locação de bens móveis. Neste sentido, o STJ sumulou o entendimento de que a “COFINS incide sobre as receitas provenientes das operações de locação de bens móveis” (súmula 423). Assim, o STJ afirma que as receitas provenientes das operações de locações de bens móveis integram o conceito de faturamento, “entendido como o conjunto de receitas decorrentes da execução da atividade empresarial”. Ressalvamos que não integram a base de cálculo da COFINS: • As receitas que são isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota zero; • As receitas não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente; • As receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; • As receitas de venda de álcool para fins carburantes; • As receitas referentes a: (a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; (b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita. • As receitas decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação. O contribuinte da COFINS, em regra, é a pessoa jurídica de direito privado e a que lhe é equiparada pela legislação do imposto de renda. Por outro lado, a COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (i) exportação de mercadorias para o exterior; (ii) prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (iii) vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou incorreto: “A COFINS não incide sobre a receita da sociedade comercial decorrente da locação de veículos, por se tratar de cessão de uso e gozo de coisa a título oneroso, que não pode ser equiparada com mercadoria”. O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou correto: “A COFINS não incide sobre as variações cambiais que decorram de vendas ao exterior”. Ademais, realçamos que foi cancelada a súmula 276 do STJ. Esta estabelecia que as sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas da COFINS, irrelevante o regime tributário adotado. Assim, com o entendimento do STF de que é legítima a revogação, pelo art. 56 da Lei 9.430/96, da isenção concedida às sociedades civis de profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/91, o STJ cancelou a súmula 276. De tal modo, o STF voltou a afirmar a inexistência de relação hierárquica entre lei ordinária e lei complementar, dispondo que a LC 70/91 é apenas formalmente complementar, mas materialmente ordinária, com relação aos dispositivos concernentes à contribuição social por ela instituída (COFINS). O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou incorreto: “Nos termos da jurisprudência do STF, é inconstitucional a revogação, por lei ordinária, da isenção da COFINS concedida pelaLei CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br Complementar n.º 70/1991 às sociedades civis prestadoras de serviços”. Ademais, destacamos a súmula 659 do STF, no sentido de que é lícita a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país, pois, à exceção do ICMS, II e IE, a imunidade prevista no § 3º do art. 155, CF, aplica-se aos impostos e não as contribuições. O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou correto: “No entendimento do STF, é legítima a cobrança da COFINS e do PIS sobre as operações relativas a combustíveis e derivados de petróleo”. O CESPE no concurso da PGE/ES/2008 considerou incorreto: “O STF já decidiu que é ilegítima a incidência da contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) sobre o faturamento das empresas distribuidoras de derivados de petróleo, pois as mesmas gozam de imunidade tributária”. Importante: Segundo o STJ (REsp 1.185.070/RS, DJe 27/09/2010; REsp 976.836/RS, julgamento em 25/08/2010), são legítimos os repasses econômicos do PIS e da COFINS nas tarifas de energia elétrica e nas tarifas telefônicas. Assim, afirmou-se que a relação existente entre concessionária e consumidor “não é tributária, mas sim de consumo de serviço público, estabelecido por meio de tarifa, cujo valor é fixado e controlado pela Administração Pública e no qual foi embutido o custo correspondente ao PIS e à COFINS, e que deve observar a necessária manutenção da equação econômico- financeira no contrato de concessão, autorizando a revisão da tarifa, entre outras hipóteses, em face do advento de encargos de natureza tributária que produzam repercussão nos preços contratados”. 1.2.1.1.3 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTE SOBRE O LUCRO DAS PESSOAS JURÍDICAS (CSLL) Com fundamento nos art. 195, inc. I, “c” (contribuição social incidente sobre o lucro), institui-se com a Lei 7.689/88 a contribuição social incidente sobre o lucro das pessoas jurídicas (CSLL). A base de cálculo da CSLL é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda (art. 2°, Lei 7.689/88). Nesse rumo, a base de cálculo da CSLL não é a mesma do imposto de renda (pessoa física ou pessoa jurídica), sendo que as CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br deduções e compensações aceitáveis para a apuração da CSLL não são necessariamente àquelas permitidas para fins de apuração da base de cálculo do IR. Em outras palavras, em regra, a base de cálculo da CSLL é o resultado do lucro líquido do período de apuração, antes da provisão para o imposto de renda, ajustado as deduções, adições, exclusões ou compensações estabelecidas na Lei 7.689/88. Neste rumo, os §§1° e 2°, do art. 2°, da citada lei preceituam o seguinte: • Será considerado o resultado do período-base encerrado em 31 de dezembro de cada ano; • No caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, a base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço; • O resultado do período-base, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela: 1. Adição do resultado negativo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido; 2. Adição do valor de reserva de reavaliação, baixada durante o período-base, cuja contrapartida não tenha sido computada no resultado do período-base; 3. Adição do valor das provisões não dedutíveis da determinação do lucro real, exceto a provisão para o Imposto de Renda; 4. Exclusão do resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido; 5. Exclusão dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; 6. Exclusão do valor, corrigido monetariamente, das provisões adicionadas na forma do item 3, que tenham sido baixadas no curso de período-base; • No caso de pessoa jurídica desobrigada de escrituração contábil, a base de cálculo da contribuição corresponderá a dez por cento (10%) da receita bruta auferida no período de 1º janeiro a 31 de dezembro de cada ano, ressalvado a hipótese de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, cuja base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço. A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou incorreto: “Sobre a CSLL, instituída pela Lei n. 7.689/88, a sua base de cálculo é a mesma do imposto de renda das pessoas físicas, sendo que as deduções e compensações admissíveis para a apuração de um correspondem àquelas admitidas para fins de apuração da base de cálculo do outro”. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou correto: “Sobre a CSLL, instituída pela Lei n. 7.689/88, a sua base de cálculo é o valor do resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda”. Com efeito, ressaltamos que está pendente de julgamento no STF (RE 582.525/SP) o tema da constitucionalidade do art. 1º da Lei 9.316/96. Este dispositivo estabelece que o valor da CSLL não poderá ser deduzido para efeito de determinação do lucro real, nem de sua própria base de cálculo. Do mesmo modo, dispõe que os valores da CSLL, registrados como custo ou despesa, deverão ser adicionados ao lucro líquido do respectivo período de apuração para efeito de determinação do lucro real e de sua própria base de cálculo. Por sua vez, o STJ (REsp 1.113.159/AM, DJe 25/11/2009) já consolidou o entendimento pela legalidade/constitucionalidade do art. 1º da Lei 9.316/96. Com efeito, o STJ afirmou que não há incompatibilidade com o art. 43 do CTN (aspecto material do IR). Por conseguinte, a inclusão do valor da CSLL na sua própria base de cálculo e na do IRPJ não vulnera o conceito de renda. Disse peremptoriamente o STJ: “o legislador ordinário, no exercício de sua competência legislativa, tão-somente estipulou limites à dedução de despesas do lucro auferido pelas pessoas jurídicas, sendo certo, outrossim, que o valor pago a título de CSSL não caracteriza despesa operacional da empresa, mas, sim, parcela do lucro destinada ao custeio da Seguridade Social, o que, certamente, encontra-se inserido no conceito de renda estabelecido no artigo 43, do CTN (produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos)”. Por outro lado, a alíquota da CSLL, em regra, é de: (a) 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização, dos bancos de qualquer espécie, distribuidoras de valores mobiliários, corretoras de câmbio e de valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamento e investimentos, sociedades de crédito imobiliário, administradoras de cartões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, associações de poupança e empréstimo; e (b) 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas. Importante: O STF decidiu pela impossibilidade jurídica do pedido de declaração de inconstitucionalidade dos textos normativos que estabelecem distinção entre as alíquotas recolhidas das instituições financeiras e aquelas oriundas das empresas jurídicas em geral, sob o fundamento de que o STF não pode atuar como legislador positivo nem conceder isenções tributárias (RE 584.315-AgR). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br Noutro ponto, afirmamos que são contribuintes da CSLL as pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária. Ademais, segundo o parágrafo único doart. 6° da Lei 7.689/88, aplicam-se à CSLL, no que couber, as disposições da legislação do imposto de renda referente à administração, ao lançamento, à consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao processo administrativo. Deste modo, é legal afirmar que as pessoas jurídicas que optarem pela apuração e pagamento do IRPJ com base no lucro presumido ou no lucro arbitrado, determinarão a base de cálculo da CSLL de acordo com esses regimes de incidência (Art. 85, da Instrução Normativa da SRF n° 390/04). A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou correto: “A CSLL poderá incidir sobre o resultado presumido ou arbitrado, quando tal seja o regime de apuração a que a pessoa jurídica se submete relativamente ao imposto de renda”. O CESPE no concurso para ANALISTA/FUB/2009 considerou incorreto: “A contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), por sua natureza, não incide sobre entidades sem fins lucrativos nem sobre entidades isentas do imposto de renda”. 1.2.1.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO TRABALHADOR E DOS DEMAIS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (art. 195, inc. II, da CF) Destacamos, para fins da matéria de direito tributário, que a contribuição social do trabalhador e dos demais segurados da previdência social não incide (imunidade tributária) sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201 do texto constitucional. 1.2.1.3 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS (art. 195, inc. III, da CF) A contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos é incidente sobre a renda líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo. Entende-se por renda líquida o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de despesas com a administração, conforme fixado em lei (art. 26, §2°, da Lei 8.212/91). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br Consideram-se concursos de prognósticos todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal (art. 26, §2°, da Lei 8.212/91). Neste sentido, decidiu o STF que: “De fato, o artigo 195, III, da Carta Magna, estabeleceu tão-somente a possibilidade da seguridade social ser financiada por receitas de prognóstico. Por conseguinte, tal disposição não se refere à exploração de jogos de azar mediante pagamento, feita por particular, a qual, além disso, não se constitui sequer como atividade autorizada por lei” (RE 502.271-AgR). 1.2.1.4 CONTRIBUIÇÃO DO IMPORTADOR DE BENS OU SERVIÇOS DO EXTERIOR, OU DE QUEM A LEI A ELE EQUIPARAR (art. 195, inc. IV, da CF) A contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar, foi estabelecida no inciso IV do art. 195 da CF/88, com redação dada pela Emenda Constitucional n° 42/03. Assim sendo, a Lei 10.865/04 instituiu a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (PIS/PASEP-Importação) e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (COFINS-Importação). A ESAF no concurso para ATA/MF/2009 considerou correto: “A respeito das contribuições sociais, é correto afirmar que pode haver incidência de contribuição social sobre a importação de bens do exterior”. Os serviços tributados são os provenientes do exterior prestados por pessoa física ou pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, nas seguintes hipóteses: (a) executados no País; ou (b) executados no exterior, cujo resultado se verifique no País. O fato gerador será: (a) a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou (b) o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. Por conseguinte, são contribuintes: (a) o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada de CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br bens estrangeiros no território nacional, equiparando-se a este o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadoria entrepostada; (b) a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e (c) o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. A base de cálculo é: (a) o valor aduaneiro, assim entendido o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, na hipótese de entrada de bens no território nacional; ou (b) o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do imposto de renda, acrescido do ISS e do valor das próprias contribuições, na hipótese de prestação de serviço. De mais a mais, anotamos que o ICMS quando incidente comporá a base de cálculo das contribuições, mesmo que tenha seu recolhimento diferido. O CESPE no concurso de Analista/FUB/2009 considerou correto: “A cobrança da COFINS na entrada de bens estrangeiros no território nacional, no caso de sua importação, é uma forma de evitar que eles sejam comercializados no país em condições mais vantajosas que os similares produzidos internamente e sujeitos a essa contribuição”. 1.2.1.5 CONTRIBUIÇÃO PARA OS PROGRAMAS DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SERVIDOR PÚBLICO - PIS/PASEP (art. 239 da CF, Lei 9.715/98, Lei 9.718/98, Lei 10.637/02) Com o advento da CF/88, a contribuição ao PIS/PASEP passou a financiar o programa do seguro-desemprego e o abono do PIS, sendo considerada mais uma contribuição ordinária para a seguridade social. Importante: Segundo o STF, o art. 239 da CF não implicou o engessamento da contribuição ao PIS, apenas recepcionou-a expressamente, podendo tal contribuição ser regularmente alterada pela legislação infraconstitucional ordinária (RE 482.606-ED-AgR, AI 445.671-AgR). Nestes termos, a contribuição para o PIS/PASEP tem como hipótese de incidência o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br de sua denominação ou classificação contábil (art. 1°, caput, da Lei 10.637/02), sendo a mesma hipótese de incidência da COFINS. No mesmo sentido da COFINS, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. A base de cálculo é o valor do faturamento mensal. Por último, devemos dizer que o contribuinte da contribuição para o PIS/PASEP é a pessoa jurídica que auferir receita mensal, sendo que este tributo não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (a) exportação de mercadorias para o exterior; (b) prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (c) vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. 1.2.2 CONTRIBUIÇÕES RESIDUAIS DA SEGURIDADE SOCIAL Segundo o §4°, do art. 195, da CF, a lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecidoo disposto no art. 154, I. A interpretação do STF a respeito desta norma afirma que para criação das contribuições residuais da seguridade social é necessária lei complementar, além de obediência ao princípio da não- cumulatividade e base de cálculo ou fato gerador diferentes das contribuições da seguridade social já presentes no texto constitucional. Importante: A contribuição residual ou nova contribuição social (art. 154, I, da CF) não pode ter base de cálculo ou fato gerador igual à de qualquer contribuição da seguridade social já discriminado na CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de cálculo igual ou fato gerador semelhante à de imposto já descrito na CF/88 (por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.). O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou correto: “Segundo a CF, o legislador infraconstitucional poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social. Essas medidas deverão observar o princípio da não-cumulatividade, podendo apresentar fato gerador ou base de cálculo dos impostos discriminados constitucionalmente”. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF5/2007 considerou incorreto: “O Supremo Tribunal Federal (STF) já pacificou entendimento jurisprudencial no sentido de que não se admite a criação de contribuição para o financiamento da seguridade social que tenha a mesma base de cálculo de imposto já existente”. Importante: O STF deu provimento a RE para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da contribuição social ou do seu recolhimento por sub-rogação sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural” de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate. Entendeu-se ter havido bitributação, ofensa ao princípio da isonomia e criação de nova fonte de custeio sem lei complementar. Considerando as exceções à unicidade de incidência de contribuição previstas nos artigos 239 e 240 da CF, concluiu-se que se estaria exigindo contribuição social sobre a folha de salários, como também, tendo em conta o faturamento, da COFINS, e sobre o valor comercializado de produtos rurais, quando o produtor rural, sem empregados, que exerça atividades em regime de economia familiar, só contribui, por força do disposto no art. 195, § 8º, da CF, sobre o resultado da comercialização da produção. Além disso, reputou-se que a incidência da contribuição sobre a receita bruta proveniente da comercialização pelo empregador rural, pessoa natural, constituiria nova fonte de custeio criada sem observância do art. 195, § 4º, da CF, uma vez que referida base de cálculo difere do conceito de faturamento e do de receita (RE 363.852, Informativo 573, DJE de 23-4-2010) 1.2.3 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS GERAIS Para fins de concurso, devemos saber que o STF (RE 396.266, AI 650.194-AgR; ADI 1.924-MC, súmula 732) considera “contribuições sociais gerais”: • A contribuição do salário-educação (art. 212, § 5º, da CF/88); • A contribuição devida pelos empregadores em caso de despedida de empregado sem justa causa instituída pela Lei Complementar 110/2001; • A contribuição social devida pelos empregadores (famoso adicional), à alíquota de cinco décimos por cento sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada trabalhador, num período apenas de 60 messes a contar da sua exigibilidade criada pela Lei Complementar 110/2001; • As contribuições para o sistema “S” (SESI, SENAI, SENAC, SEST, SENAR, dentre outras), previstas nos arts. 240, da CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br CF/88, e 62 do ADCT. O STF não inclui neste rol a contribuição ao SEBRAE, que tem caráter de intervenção no domínio econômico (RE 396.266, DJ de 27-2-2004; AI 650.194-AgR, DJE de 28-8-2009; ADI 1.924-MC, DJE de 7-8-2009). Importante: “É constitucional a cobrança da contribuição do salário- educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9424/1996” (súmula 732 do STF). 1.3 CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE) A CF/88 tratou expressamente do tributo de competência exclusiva da União denominado de CIDE-combustíveis, ou melhor, contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. O CESPE no concurso para Defensoria Pública/CE/2008 considerou correto: “Somente a União pode instituir contribuição de intervenção no domínio econômico”. O CESPE no concurso para Auditor Fiscal/Acre/2006 considerou correto: “Os Estados podem instituir taxas, porém não lhes é permitido instituir contribuições de intervenção no domínio econômico”. O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou incorreto: “Compete exclusivamente à União instituir contribuições de intervenção no domínio econômico, as quais, segundo a doutrina, apesar da nomenclatura, não possuem natureza jurídica tributária”. Assim sendo, segundo o §4°, do art. 177, da CF/88, a lei que instituir a CIDE-combustíveis deverá atender aos seguintes requisitos: • (i) A alíquota da contribuição poderá ser: (a) diferenciada por produto ou uso; (b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o princípio da anterioridade anual; • (ii) Os recursos arrecadados serão destinados exclusivamente: (a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br Nesse rumo, o STF já decidiu que é inconstitucional interpretação de Lei Orçamentária que implique abertura de crédito suplementar em rubrica estranha à destinação constitucional da arrecadação da CIDE-combustíveis (ADI 2.925). Em outros termos, a CIDE-combustíveis é tributo de arrecadação constitucionalmente vinculada ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás e ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes A ESAF no concurso para AFRFB/2010 assinalou como correto: “A Constituição Federal prevê a possibilidade da criação, exclusivamente por lei, de contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível”. O CESPE no concurso para Advogado/Petrobras/2007 considerou correto: “Uma das destinações legais do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (CIDE) é o financiamento de programas de infra-estrutura de transportes”. A FCC no concurso Fiscal de Rendas/SP: “Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é incorreto afirmar que os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão destinados, exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino”. Deste modo, a Lei 10.336/2001 instituiu a CIDE incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados,e álcool etílico combustível, que tem como contribuintes o produtor, o formulador e o importador, pessoa física ou jurídica, dos combustíveis líquidos relacionados no art. 3o da citada Lei. Neste sentido, o art. 3o Lei 10.336/2001, dispõe que a CIDE tem como fatos geradores as operações, realizadas pelos contribuintes já acima referidos, de importação e de comercialização no mercado interno de: I – gasolinas e suas correntes; II - diesel e suas correntes; III – querosene de aviação e outros querosenes; IV - óleos combustíveis (fuel-oil); V - gás liqüefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e VI - álcool etílico combustível. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF5/2010: “Suponha que uma empresa de combustíveis, além de produzir álcool e combustíveis fósseis e realizar compras e vendas de petróleo e desses combustíveis no mercado internacional, também possua um laboratório que preste serviços de análise da qualidade de combustíveis para outras empresas. Nessa situação, assinale a opção que apresenta um tributo que deve ser aplicado à empresa e o seu correspondente fato gerador: contribuição de intervenção no domínio econômico, em razão da importação de petróleo”. Por outro lado, o legislador constitucional deixou espaço relativamente largo para a União instituir outras modalidades de CIDE. Decerto, a Lei 10.168/2000 instituiu a contribuição de intervenção de domínio econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação. Denominada pela doutrina de CIDE-Royalties, esta contribuição é devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. Consideram-se, para fins Lei 10.168/2000, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. A CIDE-Royalties também é devida pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. Assim, a contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações tributárias referidas acima. Por sua vez, a CIDE-Royalties não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. A alíquota da CIDE-Royalties é de 10% (dez por cento). Por outro lado, o art. 2o-A da Lei 10.168/2000 determinou a redução para 15% (quinze por cento) da alíquota do imposto de renda (IR) na fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de serviços de assistência administrativa e semelhantes. Segundo o art. 4o da Lei 10.168/2000, esta CIDE será recolhida ao Tesouro Nacional e destinada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT, sendo que trinta por cento (30%), no mínimo, serão aplicados em programas de fomento à capacitação tecnológica e ao amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A FGV no concurso para FR/RJ/2009: “A CIDE, nos termos concebidos pela Lei nº 10.168/00, deveria incidir sobre os contratos que implicassem transferência de tecnologia, por ocasião de pagamento, crédito, entrega, remessa ou emprego de valores ao residente no exterior. Posteriormente, a Lei nº 10.332/01 ampliou a hipótese de incidência da CIDE para abranger também os casos envolvendo o pagamento, crédito, entrega, remessa ou emprego de royalties a qualquer título (mesmo sem transferência de tecnologia) a residente no exterior. A esse respeito, é correto afirmar que a incidência da CIDE sobre valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos ao exterior a título de royalties gera direito a crédito para o contribuinte desse tributo no Brasil no caso de contratos de exploração de patentes e uso de marcas”. Ademais, destacamos outras importantes contribuições consideradas pelo STF e STJ como contribuição de intervenção de domínio econômico (CIDE). A contribuição ao SEBRAE disposta no art. 8º, § 3º, Lei n. 8.029/1990, é CIDE, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais relativas às entidades de que trata o art. 1o do Decreto-Lei no 2.318/1986 (SESI, SENAI, SESC, SENAC). Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE, no rol do art. 240, da CF/88. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br As contribuições em favor dos extintos Instituto de Açúcar e do Álcool (IAA) e do Instituto Brasileiro do Café (IBC), para financiar as atividades destas instituições estatais nas suas respectivas áreas de atuação. O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM), que, segundo o STF, é uma contribuição parafiscal ou especial de intervenção no domínio econômico incidente sobre as operações portuárias; O Adicional de Tarifa Portuária (ATP) estabelecido pelo art. 1º, §1°, da Lei 7.700/1988, incidente sobre as operações realizadas com mercadorias importadas ou exportadas, objeto do comércio na navegação de longo curso, sendo que o produto da sua arrecadação destinar-se-á à aplicação em investimentos para melhoramento, reaparelhamento, reforma e expansão de instalações portuárias. A contribuição ao FUST, que tem como fato gerador a prestação de serviço de telecomunicação pública ou privada; por base de cálculo a receita operacional bruta, excluídos o ICMS, o PIS e a COFINS, e a alíquota no percentual de 1% (art. 6º, VI, da Lei n. 9.998/2000). A finalidade desta contribuição é proporcionar recursos destinados a cobrir a parcela de custo exclusivamente atribuível ao cumprimento das obrigações de universalização de serviços de telecomunicações que não possa ser recuperada com a exploração eficiente do serviço e destinar recursos aos estabelecimentos públicos de ensino. A contribuição ao FUNTTEL, cujo fato gerador é ser prestador de serviço de telecomunicação pública ou privada, base de cálculo a receita operacional bruta, excluídos o ICMS, o PIS e a COFINS, e alíquota de 0,5% (art. 4º, III, da Lei 10.052/2000). A finalidade desta contribuição é estimular o processo de inovação tecnológica, incentivar a capacitação de recursos humanos, fomentar a geração de empregos e promover o acesso de pequenas e médias empresas a recursos de capital, de modo a ampliar a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações. O TRF4 no concurso para Juiz Federal/2006 considerou correto: “Segundo o Supremo Tribunal Federal, o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha (AFRRM) constitui Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)”. 1.4 CONTRIBUIÇÃO DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br Também
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