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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aulas 9 e 10 – Impostos Federais e Impostos Municipais. Legislação tributária básica do Estado do Rio de Janeiro: Constituição Estadual (Título VI - Da Tributação e do Orçamento); Código Tributário Estadual (Decreto-Lei estadual nº 05/75); Processo Administrativo Tributário – PAT (Decreto estadual nº 2.473/79). TSE - Taxa de Serviços Estaduais: Código Tributário Estadual (arts. 104 a 111). Taxa Judiciária: Código Tributário Estadual (arts. 112 a 146). Olá pessoal, Vamos cuidar hoje na aula 9 com os impostos de competência da União e dos Municípios. Os impostos estaduais serão tratados nas aulas específicas. De início, trataremos da aula 9, que é há menos importante para a sua prova. Na sequencia, vem a aula 10, que é muito importante para a prova do dia 21/04. Registramos que a aula 9 já está totalmente resumida. Em relação a aulas não resumidas de direito tributário, ainda não consegui terminar a tarefa os resumos. Até a nossa aula 11 (21/03), buscaremos, sem falta, terminar estas sinopses. O sumário da aula 9 é o seguinte: 1. Impostos da União. 1.1 Imposto sobre a Importação (II). 1.2 Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) 1.3 Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) 1.4 Imposto sobre produtos industrializados (IPI) 1.5 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF); 1.6 Imposto sobre propriedade territorial rural (ITR); 1.7 Imposto sobre grandes fortunas (IGF). 1.8 Impostos residuais ou novos 1.9 Imposto extraordinário de guerra (IEG). 2. Impostos dos Municípios. 2.1 Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU). 2.2 Impostos sobre transmissão inter vivos, por ato CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis (ITBI). 2.3 Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS). 3. Questões sobre impostos federais e municipais. 1. Impostos da União - Os impostos da União (art. 153, I a VII, CF), em regra, são os seguintes: a) imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II, art. 153, I, CF); b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE, art. 153, II, CF); c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR, art. 153, III, CF); d) imposto sobre produtos industrializados (IPI, art. 153, IV, CF); e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF, art. 153, V, CF); f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR, art. 153, VI, CF); g) imposto sobre grandes fortunas (IGF, art. 153, VII, CF). Existem mais dois outros impostos da União (art. 154, I e II, CF): a) impostos residuais (art. 154, I); b) impostos extraordinários de guerra (IEG, art. 154, II). 1.1 Imposto sobre a Importação (II) - O imposto sobre importação de produtos estrangeiros incide sobre a importação de mercadoria estrangeira e tem como fato gerador a entrada desses produtos estrangeiros no território nacional (art. 19 do CTN). 1.1.1 Assim sendo, o imposto de importação tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros no território nacional, sendo certo que, tratando-se de mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira competente, da declaração apresentada pelo importador. 1.1.2 O valor da alíquota do II rege-se pela norma vigente à época da efetivação do registro da declaração apresentada, pelo importador, para efeito de processamento do despacho da mercadoria importada. 1.1.2.1 Em outras palavras, o imposto de importação passa a ser devido no momento da entrada da mercadoria no território nacional. E a alíquota a ser cobrada deve ser contemporânea (pertinente) a este momento e não a alíquota do dia da celebração do contrato de compra e venda da mercadoria ou do dia em que são embarcadas as mercadorias adquiridas no estrangeiro. 1.1.3 O imposto de importação não incide sobre mercadoria estrangeira: (a) avariada ou que se revele imprestável para os fins a CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br que se destinava, desde que seja destruída sob controle aduaneiro, antes de despachada para consumo, sem ônus para a Fazenda Nacional; (b) em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruída; ou (c) que tenha sido objeto de pena de perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou revendida (art. 1º, §4º, do Decreto-Lei 37/66). 1.1.3.1 Também não incide nas hipóteses que mercadorias estrangeiras ingressam no território nacional, com finalidades esporádicas, tais como exposições, palestras, cursos, feiras etc. A importação deve ser feita a título definitivo e não temporário. 1.1.3.2 Igualmente não incide II na entrada no território nacional do pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira; e sobre mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação temporária, ainda que descumprido o regime (art. 74, do Decreto 6.759/2009). 1.1.3.3 Na hipótese de descumprimento do regime de exportação temporária, aplica-se uma simples multa tributária, mas mesmo assim não incide o imposto. 1.1.3.3.1 O regime de exportação temporária é o que permite a saída, do País, com suspensão do pagamento do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada (art. 431, do Decreto 6.759/2009). 1.1.4 A base de cálculo do imposto de importação é: (a) quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária, que é a quantidade de mercadoria; (b) quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País. Neste caso, existe previsão normativa afirmando que a base de cálculo é o valor aduaneiro do produto ou mercadoria definido no artigo VII (7°) do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio; (c) quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. 1.1.4.1 A alíquota específica incide sobre a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida indicada na lei tributária, que pode ser o peso, o volume, o número de peças etc. Por exemplo, R$ 30,00 por 100 gramas de determinada mercadoria. Já a alíquota CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br ad valorem é uma percentagem que incide sobre o preço da mercadoria. Por exemplo, 10% (alíquota ad valorem) de R$ 8.000,00 (suposto preço de um computador portátil da marca Sony). 1.1.5 Considera-se contribuinte do imposto sobre importação (II): (a) o importador ou quem a lei a ele equipara, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no Território Nacional; (b) o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados; (c) o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; (d) o adquirente de mercadoria entrepostada. 1.1.5.1 A mercadoria entrepostada é a mercadoria que fica aguardando uma definição para ser utilizada. Por exemplo, com grandes empresas importadoras e exportadoras acontece muito a situação permitida legalmente em que uma mercadoria importada fica armazenada na Infraero, com suspensão do pagamento do tributo, e, na medida emque a empresa for utilizando a mercadoria, deve-se pagar o imposto de importação. 1.1.6 O II, juntamente com o imposto sobre exportação (IE), é considerado pela classificação estabelecida pelo CTN como imposto sobre o comércio exterior. 1.1.6.1 Assim sendo, a redução da alíquota do IPI ou do II não implica redução do ICMS (súmula 95 do STJ). Em outras palavras, o STJ afirma que o II, o IPI e o ICMS podem ser cobrados em conjunto ou de forma independente, desde que ocorra o fato gerador de cada tributo, pois, em princípio, a cobrança de um destes tributos não interfere na cobrança do outro. 1.1.6.2 Neste sentido, a Lei Complementar n° 87/96 não estabelece qualquer tipo de vinculação entre a desoneração (redução parcial ou total) do IPI ou II e a desoneração do ICMS incidente na importação de bens ou mercadorias, que é prevista no art. 13, inc. V, da Lei Kandir. 1.2 Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) - Tem como fato gerador a saída dos produtos do território nacional. Isto é, o fato gerador do imposto sobre exportação é à saída do território nacional para o estrangeiro de produtos nacionais ou nacionalizados. 1.2.1 Decerto, o IE incide sobre o produto nacional ou nacionalizado destinado ao exterior. Considera-se nacional o CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br produto produzido no território brasileiro e nacionalizado o produto estrangeiro importado a título definitivo. Considera-se nacional o produto produzido no território brasileiro e nacionalizado o produto estrangeiro importado a título definitivo, independentemente de qualquer outro fator (por exemplo, despacho para consumo). 1.2.2 A doutrina entende que o IE é um imposto excepcional, pois cabe ao Poder Executivo relacionar os produtos sujeitos a sua tributação (art. 1º, §3º, do Decreto-Lei 1.578/77). Ou seja, se o produto não constar na lista de produtos disciplinados pelo Poder Executivo é caso de não-incidência do IE. Assim, cabe a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX – órgão pertencente ao Poder Executivo), observada a legislação específica, relacionar as mercadorias sujeitas ao IE. 1.2.3 Nesse contexto, considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da Guia de Exportação ou documento equivalente (art. 1º, §1º, do Decreto-Lei 1.578/77). Com base nesta regra, o art. 6º, §1º, do Decreto 660/92, dispõe que para todos os fins e efeitos legais, os registros informatizados das operações de exportação ou de importação no Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX equivalem à Guia de Exportação, à Declaração de Exportação, ao Documento Especial de Exportação, à Guia de Importação e à Declaração de Importação. 1.2.3.1 Este registro estabelece também o início do despacho de exportação, que é procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior (art. 580 do Decreto 6.759/2009). 1.2.3.2 Sendo assim, o despacho aduaneiro na exportação é o ato pelo qual é registrada a conclusão de toda conferência aduaneira (despacho de exportação), e autorizado o embarque ou a transposição de fronteira da mercadoria, sendo que verificada divergência de dados ou infração que não impeça a saída da mercadoria do País, o desembaraço será realizado, sem prejuízo da formalização de exigências, desde que assegurados outros meios de prova necessários. 1.2.3.3 O SISCOMEX é o instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações (art. 2º, do Decreto 660/92). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br 1.2.4 Destaca-se, por sua vez, que o Ministro da Fazenda tem competência para editar normas infralegais (por exemplo, portarias) estabelecendo que o pagamento do IE seja exigido antes da efetiva saída do produto a ser exportado, podendo também dispensar a cobrança do imposto em função do destino da mercadoria exportada (art. 4º, do Decreto-Lei 1.578/77). 1.2.5 A base de cálculo do IE é a seguinte: (a) quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; (b) quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência (art. 24 do CTN). 1.2.5.1 Neste último caso, quando a alíquota seja ad valorem, a base de cálculo do IE é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, devendo-se observar as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato da CAMEX - Câmara de Comércio Exterior (art. 2º, do Decreto-Lei 1.578/77). 1.2.5.2 Observa-se também que o preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal. 1.2.5.3 FOB significa Free on Board, isto é, livre ou posto a bordo, sendo o preço da mercadoria livre de qualquer despesa para o comprador, tais como despesas de frete e seguro. 1.2.5.4 Ressalta-se que quando a alíquota seja ad valorem, considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional, o custo do financiamento (art. 24, parágrafo único, do CTN) 1.2.6 No que se refere à alíquota do IE, esta é de trinta por cento (30%), sendo facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. 1.2.6.1 Todavia, em caso de elevação, a alíquota não poderá ser superior a cento e cinquenta por cento (150%) (art. 3º, do Decreto- Lei 1.578/77). Neste rumo, o art. 2º, inc. XIII, do Decreto do Poder Executivo n° 4.732/03, autoriza a Câmara de Comércio Exterior - CAMEX a fixar as alíquotas do imposto de exportação, respeitadas CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br as condições de trinta por cento (30%) a cento e cinquenta por cento (150%). 1.2.7 O contribuinte do IE é o exportador ou quem a lei a ele equiparar, assim considerado qualquer pessoa que promova a saída do produto do território nacional. 1.2.8 À exceção dos II, IE e do ICMS, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (art. 155, §3°, CF). 1.2.8.1 Portanto, pode incidir contribuições tributárias especiais sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País, mas não pode incidir impostos, exceto o II, o IE e o ICMS. 1.2.8.2 Neste sentido, o STF afirma que é legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país (súmula 659). 1.3 Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) - O IR tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: a) de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; b) de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos como renda. 1.3.1 O IR será informado pelos critérios ou princípios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei. 1.3.2 Deste modo, o fato gerador do IR é a aquisição de renda ou proventos,que se caracterizem como riqueza nova (acréscimo patrimonial), podendo o contribuinte dispor livremente dessa renda ou provento. 1.3.2.1 Por sua vez, a jurisprudência do STJ entende que diversas indenizações não estão sujeitas a incidência do IR e não constituem acréscimos patrimoniais, a saber: o pagamento de férias não gozadas por tempo de serviço (súmula 125), o pagamento de licença-prêmio não gozada por tempo de serviço (súmula 136), a indenização recebida pela adesão a programa e incentivo à demissão voluntária (súmula 215), as indenizações de férias proporcionais e o respectivo CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br adicional (súmula 386), os pagamentos a título de auxílio-creche e as ajudas de custo destinadas a atender às despesas com transporte (inclusive com veículo próprio), dentre outras. 1.3.2.2 Noutro ponto, o STJ entende que incide IR sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas (súmula 262). 1.3.2.3 O IR também pode incidir, nos termos e limites fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do trabalho. 1.3.3 A incidência do IR independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção (art. 43, § 1°, do CTN). 1.3.4 No caso de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do IR (art. 43, § 2°, do CTN). 1.3.4.1 De tal modo, verifica-se que o IR pode incidir na hipótese de receita ou de rendimento representativos de acréscimo patrimonial, ainda que sejam oriundos do exterior. Assim sendo, o IR pode incidir na hipótese de disponibilidade de renda ou proventos percebidos no exterior, por residentes e domiciliados no nosso território. 1.3.4.2 Por outro lado, no caso de rendimentos adquiridos no Brasil, decorrentes de atividades situadas no exterior, mesmo que sejam percebidos por residentes e domiciliados no exterior, também poderão ser tributados no Brasil. Isto é, as pessoas não-residentes no Brasil podem ser tributadas, apenas sobre a renda gerada dentro do território brasileiro (princípio da territorialidade). 1.3.4.3 Nesse rumo, em face do princípio da universalidade, a extraterritorialidade na tributação do IR independe da existência de tratado ou acordo internacional. Todavia, não se admite atos concretos de cobrança em território estrangeiro, sob pena de ofensa a soberania estatal. 1.3.5 No que tange especificadamente ao imposto de renda da pessoa física (IRPF), a base de cálculo é o seu rendimento bruto. Em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ), a CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br base de cálculo pode ser o lucro real ou lucro presumido, ordinariamente, e, excepcionalmente, o lucro arbitrado. 1.3.5.1 O lucro real é apurado com base em contabilidade rigorosa e bem formal, resultando da diferença entre a receita bruta menos as despesas operacionais. O lucro real não se confunde com o lucro líquido, que precede a determinação do lucro real. Alcançado o lucro líquido, realizam-se exclusões, compensações e adições determinadas em lei para a apuração do lucro real. 1.3.5.1.1 A lei obriga determinadas pessoas jurídicas a utilizarem como base de cálculo o lucro real e afirma que é opcional para outras empresas. Por exemplo, estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, dentre outras. 1.3.5.2 O lucro presumido é base de cálculo opcional para as empresas que não estão obrigadas legalmente à utilização do lucro real. O lucro presumido é feito por estimativa. 1.3.5.2.1 Decerto, a lei fixa o lucro presumido com base na aplicação de determinada percentagem sobre a receita bruta da pessoa jurídica. Por exemplo, a percentagem de 8% para a prestação de serviços de transporte de carga ou de 32% para a prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares. 1.3.5.3 O lucro arbitrado é base de cálculo excepcional, uma vez que decorre da impossibilidade de se apurar o lucro pelo critério do lucro real ou lucro presumido. 1.3.5.3.1 A utilização pelo fisco do lucro arbitrado ocorre em virtude do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) não cumprir com as suas obrigações tributárias acessórias ou deveres instrumentais, tais como elaboração das demonstrações financeiras exigidas legalmente, apresentação dos livros fiscais ou do sistema de escrituração contábil estabelecido na lei etc. 1.3.6 No que se refere ao contribuinte do IR, é o titular da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. A lei também pode atribuir à fonte pagadora da CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. 1.4 Imposto sobre produtos industrializados (IPI) - O IPI tem como fato gerador: (i) o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; (ii) a saída do produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial (ex.: o comerciante), quando for de produção nacional; (iii) a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. 1.4.1 Caracteriza-se como industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo 1.4.2 As relevantes características constitucionais do IPI são: (a) será seletivo, em função da essencialidade do produto; (b) será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; (c) não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior; (d) terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. 1.4.2.1 Conforme disposto no inciso II do § 3º do artigo 153 da Constituição Federal, observa-se o princípio da não-cumulatividade compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Ressalta-se que o saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes (art. 49 do CTN). 1.4.2.1.1 Nesse rumo, o STF entende que não é possível o contribuinte se creditar ou se compensar do IPI quando incidente o tributo sobre os insumos ou matérias-primas utilizados na industrialização de produtos isentos ou tributados com alíquota zero, antes da vigência do art. 11 da Lei 9.779/99, por falta de previsão legal. 1.4.2.1.2 Anota-se o entendimento do STF: “Com o advento do art. 11 da Lei n. 9.779/1999 é que o regime jurídico do IPI se completou, apenas a partir do início de sua vigência se tendo o direito ao crédito tributário decorrente da aquisição de insumos ou matérias primas tributadas e utilizadas na industrialização de produtos isentos ou submetidos à alíquota zero.” (RE 475.551; RE 371.898-AgR-ED; RE 460.785). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br 1.4.2.1.3Decerto, o STF compreende que a aplicação do princípio da não-cumulatividade no IPI não é diferente da aplicação do mesmo princípio no ICMS, uma vez que o art. 155, § 2º, II, a, da CF, é expresso ao dispor que a isenção ou não-incidência no ICMS, salvo determinação em contrário da legislação, não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes (informativo 545). 1.4.3 A base de cálculo do IPI é a seguinte: (a) no caso do fato gerador ser o desembaraço aduaneiro, quando for importação de produto industrializado de procedência estrangeira, é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País acrescido do montante do imposto sobre a importação, das taxas exigidas para entrada do produto no País e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis. Assim, a base de cálculo é o valor aduaneiro + imposto de importação (II) + taxas + encargos cambiais; (b) no caso da saída do estabelecimento do produto industrializado (fato gerador), quando o produto for nacional, o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria, ou na falta deste valor, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; (c) na hipótese de arrematação do produto industrializado, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão, o preço da arrematação (art. 47 do CTN). 1.4.4 O CTN estabelece também que os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro Estado, ou do Estado para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas (art. 50). 1.4.5 Em relação ao contribuinte do IPI, podem ser os seguintes: (a) o importador ou quem a lei a ele equiparar; (b) o industrial ou quem a lei a ele equiparar; (c) o comerciante de produtos sujeitos ao IPI, que forneça produtos industrializados aos contribuintes definidos como industrial ou quem a lei a ele equiparar; (d) o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. E para os efeitos do IPI, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br 1.5 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) - O fato gerador do IOF é: (a) quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; (b) quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; (c) quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; (d) quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável (art. 63, do CTN). 1.5.1 Observa-se que a incidência do IOF sobre operações de crédito exclui a incidência do IOF sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito (art. 63, parágrafo único, do CTN). 1.5.1.1 Deste modo, na hipótese de acontecer apenas uma operação (o crédito é representado somente por um título de crédito), não há incidência cumulativa do imposto sobre operações de crédito (art. 63, inc. I, do CTN) e do imposto sobre operações com títulos ou valores imobiliários (art. 63, inc. IV, do CTN), mas somente do imposto sobre operações de crédito. 1.5.2 É importante saber que a súmula 664 do STF dispõe que o IOF não incide sobre os saques efetuados em caderneta de poupança, eis que esta operação não é considerada operação de crédito para efeito de cobrança do IOF. Da mesma forma, não incide IOF nos depósitos judiciais (súmula 185 do STJ). 1.5.3 Por outro lado, o IOF é o único tributo que incide sobre operações com o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (meio de pagamento), sendo devido na operação de origem. A alíquota mínima será de um por cento (1%), assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (a) trinta por cento (30%) para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; (b) setenta por cento (70%) para o Município de origem. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br 1.5.4 A base de cálculo do IOF é: (i) quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; (ii) quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; (iii) quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; (iv) quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: (a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; (b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; (c) no pagamento ou resgate, o preço. 1.5.5 O contribuinte do IOF é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. 1.6 Imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) - Segundo o §4°, do art. 153, do texto constitucional, o ITR será obrigatoriamente progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (inc. I); não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (inc. II); poderá ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal (inc. III). 1.6.1 Por sua vez, o ITR não incide sobre a operação de transferência do imóvel desapropriado para fins de reforma agrária e também não incide no caso de imissão prévia da posse para fins reforma agrária, pois existe imunidade tributária estabelecida no §5°, do art. 184, da CF. 1.6.2 O fato gerador do ITR é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do Município. No que concerne à base do cálculo do ITR, é o valor fundiário. 1.6.3 O contribuinte do ITR é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 1.6.4 No que concerne à base do cálculo do ITR, é o valor fundiário (art. 30, do CTN). O valor fundiário significa o valor da terra nua (VTN). E para os efeitos de apuração do ITR, considerar-se-á o valor da terra nua (VTN), o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a: (a) construções, instalações e benfeitorias; (b) culturas permanentes e temporárias; (c) pastagens cultivadas e melhoradas; (d) florestas plantadas; CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br 1.6.5 Com efeito, a Constituição dispõe que pertence ao Município a totalidade (100%) do valor arrecadado com o ITR na hipótese de optar por fiscalizar e cobrar este tributo. Caso não faça esta opção, cabe ao Município 50% do montante arrecadado com o ITR (art. 158, II). 1.7 Imposto sobre grandes fortunas (IGF) - No que diz respeito ao IGF, a única informaçãorelevante é que apenas à União compete instituir imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 1.8 Impostos residuais ou novos - A União poderá instituir, mediante lei complementar, impostos residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição (art. 154, inc. I, CF). 1.9 Imposto extraordinário de guerra (IEG) - A União poderá instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários (IEG), compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 1.9.1 Com efeito, na iminência ou no caso de guerra externa, a União tem certa liberdade para estabelecer o fato gerador do IEG, inclusive podendo optar pelos fatos geradores de competência do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios. 1.9.2 Consequentemente, neste caso específico, a União pode até criar um IPVA federal ou um ISS federal. Assim, anota-se que o IEG é um caso de bitributação permitido pela CF/88, sendo aceito que a União tribute sobre o mesmo fato gerador ou sobre a mesma base de cálculo dos impostos de competência dos outros entes federativos. 1.9.2.1 A bitributação acontece quando dois ou mais entes federativos (União, Estados-membros, DF e Municípios) tributam sobre o mesmo fato gerador ou sobre a mesma base de cálculo. Na bitributação, em regra, existe invasão de competência por determinado ente federativo, pois um ente federativo está desobedecendo à competência fixada para outro ente federativo. 1.9.2.2 Exemplo de bitributação não permitido é o seguinte: determinado Estado-membro instituiu um adicional de IPTU, mediante lei estadual sobre o valor venal de imóvel urbano. Isto é, o Estado-membro invadiu a competência do Município com a criação CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br de novo imposto incidente sobre base de cálculo de tributo do Município (IPTU). 2. Impostos dos Municípios - Os impostos de competência dos Municípios e do Distrito Federal fixadas pela CF/88 são as seguintes: (a) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU); (b) impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI); (c) imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar. 2.1 Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) - O texto constitucional (art. 156, §1°, I e II), estabelece que, sem prejuízo da progressividade no tempo que visa a assegurar o cumprimento da função social da propriedade (art. 182, § 4º), o IPTU poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel e ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. 2.1.1 Decerto, o IPTU tem como fatos geradores a (a) propriedade, o (b) domínio útil ou a (c) posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. 2.1.1.1 Assim, a propriedade tributada não é apenas a do terreno (imóvel por natureza), mas também a das construções feitas pelo homem (casas, prédios, galpões – imóveis por acessão física – incorporados permanentemente ao solo). Deste modo, deve-se afirma que não tributados, em regra, pelo IPTU, os circos, barracas de campismo, bancas de jornal, barracas de feira, uma vez que não são considerados imóveis por natureza ou por acessão física (incorporados permanentemente ao solo), e podem ser retirados a qualquer momento sem destruição, modificação, fratura ou dano. 2.1.1.2 É zona urbana do território municipal aquela definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: (a) - meio- fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; (b) - abastecimento de água; (c) - sistema de esgotos sanitários; (d) - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; (e) - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado (art. 32, §1°, CTN). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br 2.1.1.3 Por outro lado, a lei municipal pode considerar urbanas também as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do §1°, do art. 32, do CTN. 2.1.1.3.1 Nesse rumo, pode ser considerada zona urbana, por exemplo, as áreas de conjuntos habitacionais, aprovados e executados nos termos da legislação vigente. 2.1.2 Em regra, as legislações municipais o momento da ocorrência do fato gerador como sendo 1° de janeiro de cada exercício financeiro. 2.1.3 O sujeito ativo é o Município onde se localiza o bem imóvel urbano e o lançamento do IPTU é feito, em regra, de ofício. 2.1.4 Quanto ao sujeito passivo, contribuinte do IPTU é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título (art. 34 do CTN). 2.1.4.1 Assim, entende a jurisprudência consolidada do STJ que cabe ao legislador municipal eleger o sujeito passivo do tributo, contemplando qualquer das situações previstas no art. 34 CTN, pois, definindo a lei como contribuinte o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título, pode a autoridade administrativa optar por um ou outro visando facilitar o procedimento de arrecadação (Resp n. 475.078). 2.1.4.2 Neste sentido, a jurisprudência do STJ é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU (REsp 1110551/SP). 2.1.4.3 Desse modo, de acordo com o STJ, é livre a escolha entre possuidor e proprietário como sujeito passivo pelo legislador municipal, optando-se por um ou outro visando facilitar o procedimento de arrecadação. Em síntese, “cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU” (súmula 399). 2.1.5 Por sua vez, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. O valor venal é o valor de mercado do bem, em condições CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br normais de venda à vista. Normalmente, o Município edita uma Planta Genérica de Valores, que constitui parâmetro para efeito de consideração do adequado valor venal, por representar os reais elementos do mercado imobiliário. 2.1.5.1 As alíquotas são fixadas por lei municipal. A CF permite a progressividade de alíquotas no tempo, como forma de o Poder Público exigir o adequado aproveitamento do solo (art. 182, §4°, II, da CF/88), como também a progressividade de alíquotas em razão do valor do imóvel ou de acordo com a localização e o uso do imóvel (art. 156, §1°, I e II, da CF/88). 2.1.6 Por fim, destaca-se que o art. 130 do CTN dispõe que os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Deve-se dizer, ainda, que a imunidade das entidades sindicais de trabalhadores, instituições de assistência social e de educação sem fins lucrativos (CF/88, art. 150, III, “c”) impede a cobrançade IPTU de imóveis alugados a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades (Súmula 724 do STF). 2.2 Impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis (ITBI) - O art. 156, II, §2°, da CF estabelece que o ITBI não incide sobre locação de bens imóveis, arrendamento mercantil (leasing), a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos. 2.2.1 Assim sendo, o ITBI tem como fatos geradores: (i) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, (a) de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e (b) de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia; (ii) cessão, por ato oneroso, de direitos relativos à aquisição de bens imóveis. 2.2.1.1 Decerto, considerando a legislação vigente, podem ser compreendidos na incidência do ITBI: (a) a compra e a venda; (b) a dação em pagamento; (c) a permuta (troca); (d) a arrematação em CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br leilão; (e) o valor dos imóveis que, na divisão do patrimônio comum ou na partilha, forem a atribuídos a qualquer herdeiro acima da respectiva meação ou quinhão. 2.2.1.2 Por outro Aldo, o ITBI não incide, por exemplo, na desapropriação, no usucapião (adquirente obtém um acréscimo patrimonial sem oferecer nada em troca), na transmissão de ações de sociedade, locação e comodato (empréstimo, mútuo). 2.2.1.3 Deste modo, verifica-se que a transmissão tem que ser onerosa, ocorrendo empobrecimento e enriquecimento patrimonial das partes contratantes, na mesma proporção e segundo um nexo de causalidade. 2.2.2 Em regra, tem-se por ocorrida a transmissão do imóvel ou de direitos a ele relativo, no momento do respectivo registro junto ao cartório de imóveis competente, nos termos da lei civil (aspecto temporal). 2.2.3 O sujeito ativo é o Município onde localiza o bem imóvel e o lançamento é por homologação ou por declaração, na forma da lei municipal. 2.2.4 Quanto ao sujeito passivo, o contribuinte é qualquer das partes na operação tributada, competindo a legislação municipal elegê-lo (em regra é o adquirente, no caso de transmissão do imóvel); os responsáveis tributários poderão ser os tabeliães e os oficiais dos registros de imóveis, no caso de não exigirem a prova do recolhimento do ITBI por ocasião da prática dos atos que lhes competirem (lavratura de escritura, transcrição dos títulos). 2.2.5 A base cálculo do ITBI é o valor venal dos bens, ou dos direitos transmitidos, isto é, o valor de mercado que o bem transmitido atingiria em uma venda à vista em condições normais. 2.2.6 As alíquotas são fixadas por lei municipal, não podendo existir alíquotas progressivas para o ITBI com base no valor venal do imóvel (súmula 656 do STF). 2.3 Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) - O art. 156, III e §3°, da CF, estabelece que compete aos Municípios instituir o imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS ou ISSQN), definidos em lei complementar (LC 116/03), e não compreendidos no ICMS. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br 2.3.1 Neste sentido, cabe a lei complementar: (i) fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (ii) excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior; (iii) regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 2.3.2 Nesse rumo, o ISS, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa a LC 116/03, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. 2.3.2.1 Ou seja, a lista anexa a LC 116/03 estabelece as hipóteses de prestação de serviço que podem ser tributadas, sendo uma lista taxativa 1. 1 Lista simplificada de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003: 1 – Serviços de informática e congêneres. 2 – Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza. 3 – Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso e congêneres. 4 – Serviços de saúde, assistência médica e congêneres. 5 – Serviços de medicina e assistência veterinária e congêneres. 6 – Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e congêneres. 7 – Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo, construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres. 8 – Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, instrução, treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza. 9 – Serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens e congêneres. 10 – Serviços de intermediação e congêneres. 11 – Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância e congêneres. 12 – Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres. 13 – Serviços relativos a fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia. 14 – Serviços relativos a bens de terceiros. 15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito. 16 – Serviços de transporte de natureza municipal. 17 – Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial e congêneres. 18 – Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos seguráveis e congêneres. 19 – Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos, cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de capitalização e congêneres. 20 – Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de terminais rodoviários, ferroviários e metroviários. 21 – Serviços de registros públicos, cartorários e notariais. 22 – Serviços de exploração de rodovia. 23 – Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres. 24 – Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br 2.3.2.1.1 É uma lista taxativa, porém, permite interpretação extensiva. Por exemplo, o STJ sedimentou o entendimento favorável a legitimidade da incidência de Imposto Sobre Serviços (ISS) em serviços bancários congêneres da lista anexa ao Decreto-Lei 406/68 e suas posteriores alterações. Por conseguinte, aprovou, a súmula 424. 2.3.2.1.2 Decerto, o STJ compreende que é lícita a interpretação extensiva de cada item da lista taxativa de serviços anexa, para fins de incidência do ISS sobre serviços bancários. 2.3.2.1.3 Em outras palavras, o STJ tem o entendimento de que é taxativa a Lista de Serviços anexa. Contudo, é legal o emprego da interpretação extensiva para serviços congêneres. No caso, ocorre a denominada interpretação extensiva intra muros, isto é, no interior de cada um dos itens da lista anexa, admitindo-se a incidência da ISS sobre serviços correspondentes àqueles expressamente previstos. 2.3.2.1.4 Destaca-se, assim, que a simples mudança de nomenclatura (denominação) de um serviço não pode acarretar a incidência ou não-incidência do ISS. 2.3.2.1.5 Afirma-se, segundo doutrina majoritária, que a simples listagem na LC 116/03 não significa tributação, uma vez que a incidência dependerá sempre da legislação ordinária de cada municípioque poderá ou não tributar todos ou alguns serviços listados pela lei complementar. placas, sinalização visual, banners, adesivos e congêneres. 25 - Serviços funerários. 26 – Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos, bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier e congêneres. 27 – Serviços de assistência social. 28 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza. 29 – Serviços de biblioteconomia. 30 – Serviços de biologia, biotecnologia e química. 31 – Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica, telecomunicações e congêneres. 32 – Serviços de desenhos técnicos. 33 – Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres. 34 – Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres. 35 – Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas. 36 – Serviços de meteorologia. 37 – Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins. 38 – Serviços de museologia. 39 – Serviços de ourivesaria e lapidação. 40 – Serviços relativos a obras de arte sob encomenda. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br 2.3.2.1.6 Anota-se, por fim, que, ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. 2.3.3 Nesse rumo, a hipótese de incidência do ISS dever ser considerada uma prestação de serviço, compreendendo um negócio jurídico correspondente a uma obrigação de “fazer”. 2.3.3.1 Ou seja, segundo o STF e a doutrina majoritária, a hipótese de incidência do ISS não se restringe a qualquer simples “serviço”, mas há uma prestação de serviço, compreendendo um negócio jurídico correspondente a uma obrigação de “fazer”. 2.3.3.2 A obrigação de “fazer” diz respeito à prestação de uma utilidade ou comodidade à terceiro, de modo personalizado, diferentemente da obrigação de “dar”, que tem como exemplo clássico a locação de bens a terceiros. 2.3.3.2.1 Em outras palavras, na obrigação de “fazer” existe um esforço individualizado objetivando a proporcionar específica utilidade ao adquirente, podendo ser alcançado, neste caso, pela incidência do ISS. 2.3.3.2.2 Neste sentido, o STF aprovou neste ano (2010) a súmula vinculante 31, com o seguinte texto: “É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis”. 2.3.3.2.2.1 Decerto, o STF compreende que não há a existência de prestação de serviços (fato gerador do ISS) na atividade de locação de bens móveis. O motivo fundamental é que a atividade questionada dá origem a uma obrigação de dar ou de entregar e não a uma obrigação de fazer, evidenciando-se que não há esforço humano em proveito de outrem, tendente à produção de um bem. 2.3.3.2.3 Por outro lado, segundo o STF, é legítima a incidência do ISS sobre operações de leasing financeiro, pois tal incidência não se confunde com contratos de aluguel, compra e venda ou com operações de crédito (RE 547.245/SC; RE 592.905/SC). 2.3.3.3 Nesse rumo, o ISS incide sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. 2.3.3.4 Por conseguinte, a prestação de serviço deve revelar CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br conteúdo econômico, realizado em caráter negocial e oneroso – o que afasta da incidência, desde logo, aqueles serviços prestados ‘a si mesmo’, ou em regime familiar ou desinteressadamente (afetivo, caridoso). 2.3.3.4.1 Isto é, os serviços filantrópicos ou gratuitos implicam a ausência de base de cálculo, e, por consequência, a impossibilidade de ser exigido o tributo. A prestação de serviço deve ser sem relação de emprego, excluído, portanto, o trabalho efetuado em regime de subordinação, por não estar in comercium. 2.3.3.5 Ademais, o ISS incide sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. Assim, a prestação de serviço público prestado exclusivamente pelos entes federativos não está sujeita ao ISS, porque, além de sujeito exclusivamente ao regime de direito público, é imune a imposto, conforme o art. 150, VI, ‘a’, da CF. 2.3.3.6 Noutro ponto, o ISS não incide sobre: I – as exportações de serviços para o exterior do País; II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes- delegados; III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras. Por sua vez, não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior (Art. 2o da LC 116/2003). 2.3.4 O sujeito ativo do ISS é o município onde o serviço é prestado, devendo-se atentar para regras de definição da LC 116/2003 quanto ao local de tal prestação. 2.3.4.1 Decerto, o art. 3° dispõe que o serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, como é o caso das instalações, execuções de obra, limpezas, jardinagem, diversão etc, quando o imposto será devido basicamente no local da execução dos serviços. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br 2.3.4.2 Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas (art. 4o da LC 116/2003). 2.3.5 Quanto ao sujeito passivo, o contribuinte é o prestador do serviço. 2.3.5.1 Além disso, os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais. Por exemplo, são responsáveis tributários o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. 2.3.6 Tem-se por ocorrido o fato gerador do ISS no momento em que o serviço é disponibilizado ao tomador (aspecto temporal). 2.3.7 A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, que pode ser indicado em previsão contratual ou nota fiscal. Não se admitem abatimentos ou compensadores, em regra, com a exceção do valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços de empreitada e reformas. 2.3.8 Por sua vez, a LC 116/2003 fixou somente a alíquota máxima do ISS em 5% (art. 8°). Não houve previsão da alíquota mínima, valendo a previsão de 2% constante no art. 88 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias(ADCT). Nesse intervalo de 2% a 5 %, compete a lei municipal estabelecer suas alíquotas. 2.3.8.1 Por fim, anota-se que determinados serviços prestados por sociedades são calculados com a alíquota fixa em relação a cada profissional habilitado, sócios, empregado ou não, que presta serviço em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei. 2.3.8.1.1 Nesse rumo, certos profissionais autônomos e sociedades uniprofissionais são beneficiados por uma tributação diferenciada. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br Assim sendo, muitos municípios continuam tributando tais contribuintes, em regra, por valores fixos, e não aplicando determinada alíquota sobre o preço do serviço, o que é aceito pela jurisprudência consagrada do STF e criticado pela doutrina majoritária, que entende que fere o princípio da capacidade contributiva tal conduta municipal. 3. Questões sobre impostos federais e municipais. 1. (FGV/MPE/TC/RJ/2008) Assinale a alternativa correta. (A) Segundo a Constituição, o empréstimo compulsório tem os seguintes fatos geradores: guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. (B) Segundo a legislação em vigor sobre o imposto referente à transmissão causa mortis, a alíquota do referido tributo poderá ser progressiva. (C) Segundo a Lei Complementar 116/03, o contribuinte do ISS é o tomador do serviço. (D) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a progressividade do IPTU em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana é inconstitucional. (E) O ICMS e o IPI são tributos, segundo a Constituição de 88, obrigatoriamente seletivos, já que devem observar a essencialidade do bem. A alternativa “a” é incorreta, pois não são fatos geradores do empréstimo compulsório: guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis. Estes são pressupostos para a criação do empréstimo compulsório. Por sua vez, a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo não e pressuposto recepcionado pela CF, por falta de previsão constitucional. A alternativa “b” é correta, segundo a legislação em vigor no Rio de Janeiro. Vamos trabalhar este tema na aula 9. Anoto que o tema da progressividade das alíquotas do ITD está em discussão novamente no STF, com votação ainda não finalizada. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br A alternativa “c” é incorreta, pois, segundo a Lei Complementar 116/03, o contribuinte do ISS é o prestador e não tomador do serviço. A alternativa “d” é incorreta, pois, segundo a jurisprudência do STF, a progressividade do IPTU em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana é constitucional (súmula 668). A alternativa “e” é incorreta, pois, segundo a CF, o IPI é obrigatoriamente seletivo e o ICMS é facultativamente seletivo. 2. (FGV/JUIZ DE DIREITO/MS/2008) Com base na Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa incorreta. (A) O ITR será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. (B) A União poderá instituir na iminência ou no caso de guerra externa impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. (C) Em relação ao ICMS é facultado ao Senado Federal estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros. (D) Não incide ITBI sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. (E) O IPI poderá ser seletivo, em função da essencialidade do produto, e será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. A alternativa “a” é correta, pois o ITR será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (art. 153, §4°, I, CF). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br A alternativa “b” é correta, uma vez que a União poderá instituir na iminência ou no caso de guerra externa impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação (art. 154, II, CF). A alternativa “c” é correta, pois em relação ao ICMS é facultado ao Senado Federal estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros (art. 155, §2°, V, “a”, CF). A alternativa “d” é correta, pois não incide ITBI sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil (art. 156, §2°, II, CF). . A alternativa “e” é incorreta, pois o IPI será seletivo, em função da essencialidade do produto, e será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores (art. 153, §3°, I e II, CF). 3. (FGV/ATE/MS/2006) Identifique o tributo que não pode incidir sobre derivados de petróleo, em face de regra estabelecida pela Constituição. (A) imposto sobre produto industrializado. (B) imposto de circulação de mercadorias. (C) imposto de importação. (D) imposto de exportação. (E) imposto sobre prestação de serviço de transporte interestadual. Segundo o art. 155, §3°, da CF, à exceção dos II, IE e do ICMS, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Anota-se que a prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal é um dos fatos geradores do ICMS. Decerto, a resposta correta é a letra “a”, pois o IPI não pode incidir sobre derivados de petróleo. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br 4. (FGV/ATE/MS/2006) O fato gerador do imposto sobre produtos industrializados é: (A) a sua arrematação, quando apreendido e levado a leilão. (B) a sua entrada no país, quando de procedência estrangeira. (C) a industrialização do produto. (D) a sua entrada no estabelecimento arrematante. (E) a sua adjudicação quando abandonado e levado a leilão. Segundo o art. 46 do CTN, o IPI tem como fato gerador: (i) o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; (ii) a saída do produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial (ex.: o comerciante), quando for de produção nacional; (iii) a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Decerto, a resposta correta é a letra “a”. 5. (FGV/ATE/MS/2006) Não pode(m) compor a base do cálculo do imposto sobre produtos industrializados: (A) os encargos cambiais exigidos do importador. (B) as taxas exigidaspara entrada do produto no País. (C) os encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador. (D) o preço corrente da mercadoria, no mercado varejo da praça do remetente. (E) o imposto sobre a importação. A base de cálculo do IPI, segundo o art. 47 do CTN, é a seguinte: (a) no caso do fato gerador ser o desembaraço aduaneiro, quando for importação de produto industrializado de procedência estrangeira, é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País acrescido do montante do imposto sobre a importação, das taxas exigidas para entrada do produto no País e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis. Assim, a base de cálculo é o valor aduaneiro + imposto de importação (II) + taxas + encargos cambiais; CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br (b) no caso da saída do estabelecimento do produto industrializado (fato gerador), quando o produto for nacional, o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria, ou na falta deste valor, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; (c) na hipótese de arrematação do produto industrializado, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão, o preço da arrematação (art. 47 do CTN). Em face do exposto, a resposta correta é a letra “d”. 6. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2009) O Imposto de Renda, conforme previsão constitucional (artigo 153, § 2º), deverá ser norteado pelos critérios da generalidade, universalidade e progressividade. Com fundamento nos aludidos critérios, analise as seguintes afirmativas: I. A tributação, pelo Imposto de Renda, da pessoa física e jurídica residente no Brasil poderá recair sobre fatos econômicos concretizados no exterior. II. Os não-residentes (pessoas físicas ou jurídicas) no Brasil são tributados pelo Imposto de Renda em bases universais (renda global). III. A tributação de fatos econômicos originados em outro país somente será juridicamente viável se houver acordo de bitributação (Tratado Internacional Bilateral em Matéria de Imposto de Renda), pois seria ilegal a incidência de um tributo brasileiro sobre fato ocorrido em território estrangeiro, sob pena de violação de soberania deste país. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. O item I é correto, pois, de acordo com o art. 43, §§1° e 2°, pode ocorrer a tributação, pelo IR, de fatos econômicos representativos de acréscimo patrimonial, ainda que tenham ocorrido no exterior. O item II é incorreto, pois as pessoas físicas e jurídicas que não tenham residência no Brasil (não-residentes) não podem ser tributadas pelo IR em bases universais (renda global adquirida em CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br qualquer lugar), mas apenas sobre a renda gerada dentro do território brasileiro. O item III é incorreto, pois a tributação de fatos econômicos originados em outro país independe da existência de acordo de bitributação. No entanto, não é aceito atos concretos de cobrança, constritivos, no território de outro país, sob pena de ofensa a soberania estatal. Portanto, a resposta correta é a letra “a”. 7. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2009) Em relação às espécies tributárias, assinale a afirmativa incorreta. (A) Compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas. (B) Os impostos são tributos não vinculados a quaisquer atividades estatais relacionadas ao contribuinte, sendo vedada a vinculação de suas receitas a órgãos, fundos ou despesas, salvo exceções constitucionalmente previstas. (C) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (D) As taxas, cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, não poderão ter base de cálculo própria de impostos. (E) A União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, na iminência ou no caso de guerra externa, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. A alternativa “a” é incorreta, pois não compete aos Estados, ao DF e aos Municípios instituir de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas (art. 149, CF). A alternativa “b” é correta, uma vez que os impostos são tributos não vinculados a quaisquer atividades estatais relacionadas CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br ao contribuinte, sendo vedada a vinculação de suas receitas a órgãos, fundos ou despesas, salvo exceções constitucionalmente previstas (art. 167, IV). A alternativa “c” é correta, pois, conforme o art. 81 do CTN, a contribuição de melhoria é criada para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. A alternativa “d” é correta, pois, segundo o caput e §2° do art. 145 da CF, as taxas, cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, não poderão ter base de cálculo própria de impostos. A alternativa “e” é incorreta, pois, de acordo com o art. 154, II, da CF, a União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, na iminência ou no caso de guerra externa, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 8. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2008) De acordo com o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da CRFB/88, a alíquota mínima do ISS é de: (A) 5%. (B) 2%. (C) 3%. (D) 0,5%. (E) 1%. Segundo o art. 88 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), a alíquota mínima do ISS é de 2%. Portanto, a resposta correta é a letra “b”. 9. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2010) Assinale a afirmativa incorreta. (A) É inconstitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção, tratamento e destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis. (B) É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI, com base no valor venal do imóvel. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br (C) De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal não constitui fato gerador do ICMS a saída física de máquinas e utensílios a título de comodato. (D) É inconstitucional a incidência do ISSQN sobre operações de locação de bens móveis. (E) Cabe a restituição do ICMS pago indevidamente quando reconhecido que o contribuinte de direitonão recuperou do contribuinte de fato o quantum respectivo. Letra (A). É constitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção, tratamento e destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, de acordo com a Súmula Vinculante n° 19 do STF. Logo, incorreta. Letra (B). É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o ITBI, com base no valor venal do imóvel (Súmula 656 do STF). Logo, correta. Letra (C). De acordo com o entendimento sumulado n° 573 do STF não constitui fato gerador do ICMS a saída física de máquinas e utensílios a título de comodato. Logo, correta. Letra (D). É inconstitucional a incidência do ISSQN sobre operações de locação de bens móveis, de acordo com a Súmula Vinculante n° 31 do STF. Logo, correta. Letra (E). Cabe a restituição do ICMS pago indevidamente quando reconhecido que o contribuinte de direito não recuperou do contribuinte de fato o quantum respectivo (Súmula 546 do STF). Logo, correta. Aula 10 – Legislação tributária básica do Estado do Rio de Janeiro: Constituição Estadual (Título VI - Da Tributação e do Orçamento); Código Tributário Estadual (Decreto-Lei estadual nº 05/75); Processo Administrativo Tributário – PAT (Decreto estadual nº 2.473/79). TSE - Taxa de Serviços Estaduais: Código Tributário Estadual (arts. 104 a 111). Taxa Judiciária: Código Tributário Estadual (arts. 112 a 146). Olá! Estamos na reta final (14/03) e, então, todo o esforço agora vale e muito a pena. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br De início, quero registrar que vou procurar não ser repetitivo nas aulas de legislação, eis que muitas normas estaduais já foram trabalhadas ou serão analisadas nas aulas sobre impostos estaduais. Por exemplo, diversas normas da Constituição Estadual e do Código Tributário Estadual são repetidas, respectivamente, da Constituição Federal, do Código Tributário Nacional e do Decreto estadual nº 2.473/79 (Processo Administrativo Tributário – PAT). Vamos tentar trabalhar nas próximas quatro aulas só com o filé mignon e com os exercícios de legislação ainda válidos das últimas quatro provas da FGV, o que não é pouco (mais ou menos 155 questões comentadas). Então, vamos pra cima. O sumário da aula 10 é o seguinte: 1. Constituição Estadual. 1.1 Regras importantes. 1.2 Questões. 2. Código Tributário Estadual. 2.1 Designação e abrangência. 2.2 A correção monetária e a mora. 2.3 Regras relevantes sobre dívida ativa. 2.4 Regras relevantes sobre penalidade. 2.5 Regras relevantes sobre apreensão e nulidades. 2.6 Regras relevantes sobre tramitação do processo. 2.7 Questões. 3.1 Taxas de Serviços Estaduais (TSE). 3.1.1 Contribuinte e recolhimento. 3.1.2 Não-incidência e isenção. 3.1.3 Competência e multa. 3.1.4 Questões. 3.2 Taxa Judiciária. 3.2.1 Contribuinte e recolhimento. 3.2.2 Não-incidência e isenção. 3.2.3 Competência e multa. 3.2.4 Questões. 4. Processo Administrativo Tributário (PAT) 4.1 Dos Postulantes 4.2 Das Petições 4.3 Dos Atos e Termos Processuais 4.4 Dos Prazos 4.5 Da Prova CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br 4.6 Da Comunicação dos Atos 4.7 Da Informação Fundamentada 4.8 Da Suspensão do Processo 4.9 Das Nulidades 4.10 Do Procedimento Prévio de Ofício 4.10.1 A Validade do Procedimento 4.10.2 Da Denúncia e da Representação 4.10.3 Do Termo de Arrecadação de Livros e Documentos 4.10.4 Do Auto de Constatação 4.11 Do Processo Contencioso 4.11.1 Atos sujeitos a impugnação 4.11.2 Do Processo Originário de Auto de Infração 4.11.2.1 Do Auto de Infração 4.11.2.2 Do Auto de Apreensão 4.11.2.3 Da Impugnação 4.11.3 Do Processo Originário de Nota de Lançamento 4.11.4 Do Processo de Restituição do Indébito 4.11.5 Do Processo Originário da Recusa de Recebimento de Tributo 4.11.6 Do Processo Originário de Avaliação Contraditória 4.12 Das Instâncias Administrativas 4.12.1 Da Primeira Instância 4.12.2 Do Recurso Voluntário 4.12.3 Da Segunda Instância 4.12.4 Da Instância Especial 4.12.5 Das Súmulas 4.13 Da Eficácia e Execução das Decisões 4.13.1 A Execução 4.13.2 Do Leilão 4.14 Do Processo de Consulta 4.15 Do Processo de Reconhecimento de Isenção e de Imunidade 4.16 Regras Finais Relevantes. 1. Constituição Estadual – Na parte Tributação e Orçamento (Título VI, arts. 192 a 213), a Constituição Estadual do Rio de Janeiro (CERJ) praticamente repete todas as regras já estudadas na CF/88 ou que serão examinadas nas aulas 8 e 9 sobre impostos estaduais ou na aula resumida sobre Lei de Responsabilidade Fiscal (aula 10). 1.1 Regras importantes - Assim sendo, destaca-se que o sistema tributário estadual será regulado pelo disposto na Constituição da República, em leis complementares federais, nesta Constituição e em leis estaduais complementares e ordinárias (art. 192). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 34 www.pontodosconcursos.com.br 1.1.2 Por outro lado, o Estado e os Municípios balizarão a sua ação no campo da tributação pelo princípio da justiça fiscal e pela utilização dos mecanismos tributários, prioritariamente, como instrumento de realização social, através do fomento da atividade econômica e coibição de práticas especulativas e distorções de mercado (art. 193). 1.1.3 Neste sentido, o Estado pode, mediante convênio com o Município, coordenar e unificar os serviços de fiscalização e arrecadação de tributos, bem como delegar à União, a outros Estados ou Municípios, ou deles receber encargos de administração tributária (art. 194, § 3º). 1.1.3.1 E a competência tributária do Estado e dos Municípios é exercida sobre a área dos respectivos territórios, incluídos nestes as projeções aérea e marítima de sua área continental, especialmente as correspondentes partes da plataforma continental, do mar territorial e da zona econômica exclusiva (art. 194, § 5º). 1.1.4 Ressalta-se a regra de que nenhuma taxa, à exceção das decorrentes do exercício do poder de polícia, poderá ser aplicada em despesas estranhas aos serviços para os quais foi criada (art. 194, § 4º). 1.1.5 Por sua vez, destaca-se que o STF declarou a inconstitucionalidade parcial do art. 196, inciso VI, letra “d”, da CERJ, que ampliava aos veículos de radiodifusão a imunidade tributaria prevista na CF/88 apenas para livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (imunidade cultural). 1.2 Questões – Até o momento, apenas foi cobrada uma questão de legislação, referindo-se a CERJ. Então, vamos a ela. 10. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2009) A respeito da norma concessiva de isenção de ICMS expressa, unilateralmente, na Constituição do Estado, assinale a alternativa correta. (A) É válida, apenas no caso de a Constituição Estadual haver sido editada após a promulgação da Constituição Federal de 1988. (B) Não é válida, pois a concessão e revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais do ICMS exigem lei complementar. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 35 www.pontodosconcursos.com.br (C) É válida, pois as Constituições estaduais ganham, em hierarquia, das leis complementares e das leis ordinárias. (D) Não é válida, pois a concessão e revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais do ICMS decorrem obrigatoriamente de deliberação dos Estados e do Distrito Federal. (E) Não é válida, salvo se a norma concessiva de isenção do ICMS constar do texto originário da Constituição Estadual. É uma situação hipotética, pois a CERJ no inc. VII, do § 11, do art. 199, apenas repete dispositivo constitucional, afirmando que, quanto ao ICMS, observa-se-á a lei complementar
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