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aula03 osistemamultilateraldecomercioii Concurso de Analista do Comércio Exterior

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Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale – Aula 03 
 
Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 67 
 
AULA 03: O SISTEMA MULTILATERAL DE 
COMÉRCIO II 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Palavras Iniciais 1 
2- Acordo sobre Regras de Origem 2 - 14 
3- Sistema de Solução de Controvérsias da OMC 14 - 31 
4- UNCTAD (SGP e SGPC) 31 - 54 
5- Lista de Questões e Gabarito 55 - 67 
Olá, meus amigos, tudo bem? 
É sempre uma enorme satisfação estar aqui com vocês! Na aula de 
hoje, daremos continuidade ao estudo do sistema multilateral de comércio, 
falando sobre diversos acordos multilaterais celebrados no âmbito da OMC. 
Como sempre digo, para você que almeja ser aprovado no concurso 
de Analista de Comércio Exterior, entender o funcionamento do sistema 
multilateral de comércio é essencial! 
Uma boa aula a todos! 
Abraços, 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://twitter.com/#!/RicardoVale01 
http://www.facebook.com/rvale01 
 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” 
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Teoria e Questões 
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1- ACORDO SOBRE REGRAS DE ORIGEM: 
No âmbito da OMC, foi celebrado um acordo multilateral denominado 
“Acordo sobre Regras de Origem”, que tem como objetivo central regular a 
utilização de regras de origem entre os integrantes do sistema multilateral de 
comércio. 
Mas o que são regras de origem? 
Regras de origem são leis, regulamentos e determinações 
administrativas que definem o país de origem de um produto. Suponha que o 
motor de um automóvel seja fabricado na Alemanha; o câmbio e a suspensão, 
na Itália; as rodas e os pneus, no Brasil. Nesse caso, de qual país o automóvel 
será originário? Difícil, não é mesmo? São justamente as regras de origem que 
irão determinar! 
É importante termos em mente a diferença entre origem e 
procedência! Imagine, por exemplo, um automóvel inteiramente fabricado na 
França. Esse automóvel é exportado para os EUA e, em seguida, é novamente 
exportado, agora para o Brasil. Nessa situação, dizemos que, ao chegar ao 
Brasil, o automóvel é originário da França e procedente dos EUA. É originário 
da França porque foi naquele país que ele foi fabricado; é procedente 
dos EUA porque ele foi importado deste país. 
 
As regras de origem determinam 
a origem de um bem (e não sua 
nacionalidade!) 
Mas por que saber o país de origem de uma mercadoria? 
Por vários motivos! Vamos falar sobre alguns deles! 
1)- No âmbito do MERCOSUL, os produtos originários do bloco 
circulam livremente (alíquota zero do imposto de importação). Assim, um 
produto originário da Argentina, ao ingressar no Brasil, não pagará imposto de 
importação. Já um produto originário da Alemanha, ao ingressar no Brasil, não 
receberá tal preferência tarifária. 
2)- Suponha que o Brasil aplique um direito antidumping contra os 
sapatos originários da China. Se ocorrer uma importação de sapatos originários 
da Itália, estes não sofrerão a incidência das medidas de defesa comercial. 
3)- Suponha que a Argentina esteja sofrendo um surto de “doença da 
vaca louca” e o Brasil, para se precaver, estabelece critérios mais rigorosos de 
inspeção sobre a carne originária da Argentina. Se for importada carne 
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Teoria e Questões 
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originária da União Europeia (e aquela região não estiver com problemas 
sanitários!), os critérios de inspeção serão os normalmente aplicados. 
Com efeito, as regras de origem podem ser utilizadas pelos mais 
diversos motivos. Em razão da importância de sua aplicação e uniformização, 
os membros da OMC estabeleceram, na Rodada Uruguai um acordo 
multilateral destinado a regulamentá-las. Foi, assim, celebrado o Acordo 
sobre Regras de Origem, acordo multilateral firmado no âmbito da OMC. 
Detalhe importante! O Acordo sobre Regras de Origem, por ser 
um acordo multilateral, vincula todos os membros da OMC. 
Origem, acordo multilateral firmado no âmbito da OMC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há dois tipos de regras de origem: i) regras de origem 
preferenciais e; ii) regras de origem não-preferenciais. 
As regras de origem preferenciais são utilizadas no âmbito de 
acordos regionais / preferenciais de comércio. Elas definem os critérios que 
devem ser cumpridos por um produto para que este possa auferir os benefícios 
de um acordo comercial. No âmbito do MERCOSUL, por exemplo, foram 
definidas regras de origem preferenciais. 
As regras de origem não-preferenciais, por sua vez, são aquelas 
que têm aplicação geral, independentemente de qualquer acordo comercial. 
Elas são utilizadas para determinar a origem de um produto para fins de 
REGRAS DE ORIGEM 
Conjunto de leis, regulamentos e 
determinações administrativas que 
definem o país de origem de um 
produto. 
Qual o objetivo de se 
determinar a origem de 
um produto? 
- Concessão de preferências 
tarifárias. 
- Aplicação de instrumentos de 
política comercial 
ACORDO SOBRE REGRAS 
DE ORIGEM 
 
Acordo Multilateral 
celebrado no âmbito da 
OMC 
 
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aplicação de medidas de defesa comercial ou outros tipos de barreiras não-
tarifárias. 
Pois bem, a quais tipos de regras de origem se aplica o Acordo sobre 
Regras de Origem? 
IMPORTANTE!! O Acordo sobre Regras de Origem se aplica 
primordialmente às regras de origem não-preferenciais. Cabe destacar, 
todavia, que ele traz algumas recomendações para que os membros da OMC 
estabeleçam regras de origem preferenciais. 
 
 
 
 
 
 
 
Os princípios gerais do Acordo sobre Regras de Origem podem ser 
identificados em seu preâmbulo. Façam uma rápida leitura! 
Os Membros, 
Observando que, na data de 20 de setembro de 1986, os 
Ministros acordaram que "a Rodada Uruguai de Negociações 
Comerciais Multilaterais terá por objetivo produzir uma maior 
liberalização e expansão do comércio mundial", "fortalecer o 
papel do GATT" e tornar o sistema do GATT mais responsivo à 
evolução do ambiente econômico internacional"; 
Desejosos de promover os objetivos do GATT 1994; 
Reconhecendo que a existência de regras de origem claras e 
previsíveis e sua aplicação facilitam o fluxo do comércio 
internacional; 
Desejosos de tomar medidas no sentido de que as regras de 
origem não criem obstáculos desnecessários ao comércio; 
Desejosos de assegurar que as regras de origem não anulem ou 
prejudiquem os direitos dos Membros no âmbito do GATT 1994; 
Reconhecendo ser desejável que as leis, regulamentos e 
práticas relativos às regras de origem sejam 
transparentes; 
REGRAS DE ORIGEM 
Preferenciais 
Não 
preferenciais 
Acordos de preferências 
comerciais 
- Aplicação Geral 
- São objeto do Acordo 
sobre Regras de Origem 
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Desejosos de tomar medidas no sentido de que as regras de 
origem sejam elaboradas e aplicadas de forma imparcial, 
transparente, previsível, consistente e neutra; 
Reconhecendo a disponibilidade de um mecanismo de consultas 
e procedimentos visandoà solução rápida, efetiva e eqüitativa 
de controvérsias surgidas no âmbito do presente Acordo; 
Desejosos de harmonizar e tornar claras as regras de 
origem; 
Analisando o preâmbulo do Acordo sobre Regras de Origem, podemos 
destacar os seguintes princípios: 
1)- As regras de origem devem ser claras e previsíveis. Os 
requisitos de origem não devem gerar dúvidas e precisam ser objetivamente 
definidos. 
2)- As regras de origem não podem criar obstáculos 
desnecessários ao comércio internacional. A finalidade das regras de 
origem é alcançar objetivos legítimos de política comercial e não servir de 
obstáculos ao comércio. 
Mas como é que as regras de origem podem se transformar em 
entraves ao livre fluxo comercial? 
Suponha que seja celebrado um acordo comercial entre 4 países (A, 
B, C e D), os quais passam a se conceder mutuamente preferências tarifárias. 
Esses países estabelecem, por exemplo, que os geradores originários dos 
partes-contratantes pagarão alíquota apenas de 2% do imposto de importação. 
A princípio, essa medida parece suficiente para liberalizar o comércio entre 
eles, não é mesmo? Mas não é! Vai depender também da regra de origem 
aplicável a esses geradores! 
Imagine que esses países definiram que para que os geradores sejam 
considerados originários do bloco, o motor destes deverá ser fabricado no 
território de uma das partes-contratantes. Ocorre que apenas o país A tem 
capacidade para produzir tais motores, isto é, apenas o país A consegue 
cumprir a regra de origem. Aí eu te pergunto: de que adiantou a preferência 
tarifária concedida? 
Nada! A regra de origem acabou se tornando uma barreira não-
tarifária, um entrave ao livre fluxo comercial. As empresas do país A ficarão 
isoladas da concorrência, isto é, estarão protegidas dos efeitos decorrentes do 
estabelecimento do acordo comercial (área de livre comércio). 
Na negociação de acordos comerciais, é necessário, portanto, dar 
bastante atenção às regras de origem, uma vez que de nada adianta a 
concessão de uma preferência tarifária se as empresas não têm 
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capacidade de executar o processo produtivo previsto na como 
requisito de origem. 
3)- As regras de origem devem ser transparentes. O princípio 
da transparência está presente em todos os acordos da OMC e não seria 
diferente em relação às regras de origem. 
4)- As regras de origem devem ser harmonizadas. Imaginem a 
falta de previsibilidade e segurança jurídica em um ambiente em que cada país 
define suas próprias regras de origem. O Acordo sobre Regras de Origem 
almeja a harmonização (uniformização) das regras de origem entre os 
membros da OMC. 
5)- As regras de origem devem ser aplicadas de forma 
imparcial, transparente, previsível, consistente e neutra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o art. 9º do Acordo sobre Regras de Origem da OMC, 
visando a harmonizar as regras de origem, foi estabelecido um Programa 
de Trabalho, a ser desenvolvido em conjunto pela Conferência Ministerial e 
pelo Conselho de Cooperação Aduaneira (CCA), atual Organização Mundial de 
Aduanas (OMA). 
O Programa de Trabalho estabelecido pelo Acordo sobre Regras de 
Origem tinha como objetivo elaborar uma espécie de “Código de Origem 
da OMC” ao final de 3 (três) anos. No entanto, até hoje, pela complexidade 
do tema, não se chegou a um resultado definitivo. 
REGRAS DE ORIGEM 
Devem ser claras e 
previsíveis 
Não podem criar obstáculos 
desnecessários ao comércio 
internacional 
Devem ser transparentes 
Devem ser harmonizadas 
Devem ser aplicadas de forma 
imparcial, transparente, 
previsível e neutra 
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Os órgãos responsáveis por conduzir o Programa de Trabalho são o 
Comitê de Regras de Origem da OMC e o Comitê Técnico sobre Regras 
de Origem da OMA. Verifica-se, nitidamente, nesse caso, uma cooperação 
entre duas organizações internacionais. Destaque-se que o Comitê sobre 
Regras de Origem da OMC, que está subordinado ao Conselho do Comércio 
de Bens, tem ainda a responsabilidade por supervisionar diretamente a 
aplicação do Acordo sobre Regras de Origem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerando que até que o Programa de Trabalho esteja 
concluído cada país terá ampla liberdade para definir suas próprias 
regras de origem não preferenciais, o Acordo sobre Regras de Origem 
definiu alguns critérios que estes devem utilizar na determinação de origem de 
um produto. 
Nesse sentido, são três os requisitos atribuidores de origem: i) 
critério da percentagem ad valorem (agregação de valor); ii) critério do salto 
tarifário e; iii) critério da operação de fabricação. 
O critério da percentagem ad valorem, ou simplesmente 
agregação de valor, é o que determina que uma mercadoria será originária de 
um país se, por exemplo, 60% de seu valor tiver sido agregado naquele país. 
O critério do salto tarifário é o que determina que uma mercadoria 
será originária de um país se, nesse país, tiver sofrido uma transformação 
substancial, responsável por promover o salto tarifário. O salto tarifário fica 
caracterizado quando, ao sofrer um processo de industrialização, a mercadoria 
passa a ser classificada em uma nova posição tarifária (ocorre uma 
modificação nos quatro primeiros dígitos do Sistema Harmonizado). 
HARMONIZAÇÃO DAS 
REGRAS DE ORIGEM 
 
Comitê sobre Regras de 
Origem (OMC) 
Comitê Técnico sobre 
Regras de Origem (OMA) 
Programa de Trabalho com 
3 anos de duração 
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O critério da operação de fabricação, por sua vez, é o que 
determina que uma mercadoria será originária de um país se tiver sofrido uma 
determinada operação de fabricação. Um exemplo da aplicação desse critério 
seria um regulamento que determinasse que são considerados originários de 
um país os computadores cujos componentes sejam todos montados naquele 
país. 
Os critérios de origem estabelecidos pelo Acordo sobre Regras de 
Origem serão utilizados como parâmetro para a harmonização das regras de 
origem não-preferenciais e, ainda, nos acordos de preferências comerciais. 
Por tudo o que comentamos, a questão está correta. 
 
 
 
 
 
 
 
Outro princípio importante do Acordo sobre Regras de Origem é o de 
que as regras de origem devem ser definidas de maneira positiva, isto 
é, devem indicar o que confere origem. Entretanto, as regras negativas 
podem ser usadas para esclarecer uma norma positiva. Isso quer dizer que, ao 
estabelecer uma regra de origem, os membros da OMC deverão 
especificar os critérios que conferem origem a um produto e não aquilo 
que não confere. 
No Brasil, a Instrução Normativa SRF nº 149/2002 dispõe sobre os 
procedimentos de controle e verificação de origem das mercadorias importadas 
de países do MERCOSUL. Segundo esse normativo, o controle de origem 
será realizado pela Receita Federal durante o processo de despacho 
aduaneiro ou, ainda, em procedimento de fiscalização posterior ao 
despacho. 
No âmbito do MERCOSUL, a apresentação do certificado de 
origem é imprescindível para que se possa usufruir o tratamento 
tributário preferencial. Em determinadas situações, a autoridade aduaneira 
poderá, todavia,desqualificar o certificado de origem, o que implicará no não 
reconhecimento do tratamento tributário preferencial. 
REQUISITOS DE ORIGEM 
-Agregação de valor (percentagem 
ad valorem) 
- Salto Tarifário 
- Operação de Fabricação 
Servem como parâmetro 
para a harmonização das 
regras de origem não-
preferenciais. 
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 As hipóteses de desqualificação do certificado de origem, 
segundo a IN SRF nº 149/2002, são as seguintes: 
- Quando ficar comprovado que o certificado de origem não acoberta 
a mercadoria submetida a despacho, por ser originária de terceiro país ou não 
corresponder à mercadoria identificada na verificação física. 
- Quando o certificado de origem contiver rasuras, correções, 
emendas ou campos não preenchidos, com exceção daqueles reservados às 
observações e à identificação do consignatário. 
- Quando o certificado de origem tiver sido emitido anteriormente à 
data da respectiva fatura comercial ou após sessenta dias da sua emissão. 
- Quando o certificado de origem tiver sido firmado por entidade ou 
funcionário não autorizado. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
1- (ATRFB-2009)- O Acordo sobre Regras de Origem compôs o pacote 
de acordos fechados no marco da Rodada Uruguai e integra, 
conseqüentemente, o marco normativo da Organização Mundial do 
Comércio. 
Comentários: 
De fato, o Acordo sobre Regras de Origem compôs o pacote de 
acordos multilaterais celebrados na Rodada Uruguai. Por ser um acordo 
multilateral referente ao comércio de bens, o Acordo sobre Regras de Origem 
vincula automaticamente todos os membros da OMC. Questão correta. 
2- (ATRFB – 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem estabelece os 
princípios e as condições segundo as quais as normas de origem 
possam ser legitimamente empregadas como instrumentos para a 
consecução de objetivos comerciais e estabelece como objetivo tornar 
uniformes os critérios empregados pelos países individualmente para a 
determinação da nacionalidade de um bem importado. 
Comentários: 
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Pegadinha! As regras de origem são utilizadas para determinar a 
origem de um bem (e não sua nacionalidade!). Questão errada. 
3- (ATRFB – 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem, visando a 
efetiva implementação dos compromissos e obrigações nele previstos, 
estabeleceu um prazo de três anos para que os países membros 
harmonizem entre si as regras de origem que aplicam, instaurando, 
para coordenar essa tarefa, o Comitê de Regras de Origem, vinculado 
diretamente ao Conselho para o Comércio de Bens. 
Comentários: 
O Programa de Trabalho instaurado pelo Acordo sobre Regras de 
Origem da OMC será coordenado e conduzido pela Conferência Ministerial da 
OMC e pela OMA (e não simplesmente pelo Comitê sobre Regras de Origem!). 
Um último detalhe a ser comentado é que, conforme afirma a questão, o 
Comitê de Regras de Origem está vinculado ao Conselho para o Comércio de 
Bens, tendo sido instituído pelo Acordo sobre Regras de Origem. Logo, a 
questão está errada. 
4- (ATRFB – 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem abrange 
primordialmente as regras de origem empregadas em instrumentos 
preferenciais, como acordos de livre comércio e o Sistema Geral de 
Preferências Comerciais, não alcançando instrumentos comerciais não 
preferenciais como salvaguardas, direitos antidumping e acordos de 
compras governamentais. 
Comentários: 
O Acordo sobre Regras de Origem se aplica primordialmente às 
regras de origem não-preferenciais. Questão errada. 
5- (ATRFB – 2009)- A supervisão da aplicação do Acordo sobre Regras 
de Origem pelos países parte é feita diretamente pelo Conselho de 
Comércio de Bens da Organização Mundial do Comércio, no que é 
assistido por um Comitê Técnico constituído especificamente para tal 
fim. 
Comentários: 
A supervisão da aplicação do Acordo sobre Regras de Origem 
compete ao Comitê sobre Regras de Origem. O Comitê Técnico sobre Regras 
de Origem, que funciona sob os auspícios da Organização Mundial de Aduanas 
(OMA), é responsável pelo trabalho de harmonização das regras de origem. 
Questão errada. 
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6- (ATRFB – 2009)- São objetivos essenciais do Acordo sobre Regras 
de Origem harmonizar as regras de origem e criar condições para que 
sua aplicação seja feita de forma imparcial, transparente e previsível e 
para que as mesmas não representem obstáculos desnecessários ao 
comércio. 
Comentários: 
O Acordo sobre Regras de Origem tem como objetivo central a 
harmonização de regras de origem, tendo para isso criado um Programa de 
Trabalho a ser desenvolvido pela Conferência Ministerial e pela Organização 
Mundial de Aduanas (OMA). Tais regras de origem devem ser claras, 
transparentes e aplicadas de forma imparcial (não discriminatória) e não 
devem se transformar em obstáculos desnecessários ao comércio 
internacional. Por todo o exposto, a questão está correta. 
7- (AFRF – 2005)- O Acordo sobre Regras de Origem da OMC define, 
para cada Capítulo do Sistema Harmonizado, o critério utilizado para 
se conferir origem aos produtos do Capítulo. 
Comentários: 
O Acordo sobre Regras de Origem da OMC não definiu critérios de 
origem para cada Capítulo do Sistema Harmonizado. Ao contrário, ele instituiu 
um Programa de Trabalho com essa missão, o qual é desenvolvido pela 
Conferência Ministerial em conjunto com a Organização Mundial de Aduanas 
(OMA). Questão errada. 
8- (AFRF – 2005)- Entre os critérios possíveis para se conferir origem 
estão, por exemplo, o salto na classificação tarifária e a agregação de 
valor. 
Comentários: 
São três os critérios instituídos pela normativa multilateral para 
conferir origem a um produto: i) salto tarifário; ii) agregação de valor e; iii) 
operação de fabricação. Questão correta. 
9- (AFRF – 2005)- Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, 
as regras de origem não-preferenciais devem ser definidas de maneira 
positiva (ou seja, devem indicar o que confere origem, e não o que não 
confere origem). Normas negativas, contudo, podem ser empregadas 
para esclarecer uma norma positiva. 
Comentários: 
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As regras de origem devem ser definidas de maneira positiva, isto é, 
devem indicar o que confere origem. Entretanto, as regras negativas podem 
ser usadas para esclarecer uma norma positiva. Logo, a questão está correta. 
10- (AFRF-2005)- Para fins de concessão de benefício tributário, a 
origem de um produto nem sempre coincide com a sua procedência. 
Comentários: 
Cuidado para não confundir, meu amigo: origem e procedência 
não são a mesma coisa! Questão correta. 
11-(AFRF – 2005)- O Certificado de Origem MERCOSUL apresentado 
será desqualificado pela autoridade aduaneira, para fins de 
reconhecimento do tratamento preferencial, quando ficar comprovado 
que não acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser 
originária de terceiro país ou não corresponder à mercadoria 
identificada na verificação física, conforme os elementos materiais 
juntados. 
Comentários:Segundo a IN SRF nº 149/2002, a autoridade aduaneira poderá 
desqualificar o certificado de origem quando ficar comprovado que ele não 
acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originária de terceiro 
país ou não corresponder à mercadoria identificada na verificação física. 
Questão correta. 
12- (ACE-2008) - As regras de origem podem representar uma forma 
implícita de proteção aos insumos importados por determinadas 
empresas, concorrendo, assim, para insulá-las das conseqüências 
decorrentes da adesão a uma área de livre comércio. 
Comentários: 
De fato, as regras de origem podem se transformar em entraves ao 
comércio internacional, representando uma forma implícita de proteção aos 
insumos importados. Nesse sentido, em acordos regionais de comércio, caso 
as regras de origem sejam muito restritivas, as empresas não terão 
capacidade de executar o processo produtivo previsto como requisito de 
origem. Questão correta. 
13- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem possui 
disposições que visam garantir a transparência da aplicação de regras 
de origem pelos membros da OMC. Nesse sentido, quando um Membro 
baixar uma norma relacionada à regra de origem, as exigências a 
serem cumpridas devem ser claramente definidas. 
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Comentários: 
Segundo o Acordo sobre Regras de Origem, os requisitos de origem 
devem ser transparentes, claros e previsíveis. Questão correta. 
14- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem determina 
que as regras de origem devem ser baseadas em regras positivas, 
sendo as regras negativas permitidas para fins de esclarecimento de 
uma regra positiva ou em casos individuais em que não seja 
necessária uma determinação positiva de origem. 
Comentários: 
Esse é um princípio importante do Acordo sobre Regras de Origem! 
As regras de origem devem ser baseadas em regras positivas. Regras 
negativas servem tão somente para explicar uma regra positiva. Questão 
correta. 
15- (Questão Inédita)- No âmbito de suas regras de origem, o país a 
ser identificado como a origem de uma determinada mercadoria deve 
ser o país onde a mercadoria em questão tenha sido produzida em sua 
totalidade ou, quando mais de um país estiver envolvido na produção 
da mercadoria, o país onde a última transformação substancial tenha 
sido efetuada. 
Comentários: 
Se um produto tiver sido produzido integralmente no território de um 
país, claro está que dele será originário. Por outro lado, se o produto tiver sido 
produzido em mais de um país, será originário daquele em que tiver sofrido a 
última transformação substancial. 
Para determinar o que é considerado uma transformação substancial 
poderão ser utilizados três critérios: mudança na classificação tarifária, 
critério de porcentagem ad valorem ou critério de operação de 
fabricação. Questão correta. 
16- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem objetiva 
harmonizar as regras de origem entre todos os Membros, inclusive no 
âmbito de Áreas de Livre Comércio, a fim de garantir previsibilidade e 
transparência no comércio internacional. 
Comentários: 
O Acordo sobre Regras de Origem visa a harmonizar as regras 
de origem não preferenciais, ou seja, aquelas que têm aplicação geral. As 
regras de origem preferenciais são definidas no âmbito de acordos de 
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integração regionais. O Acordo sobre Regras de Origem não tem o objetivo de 
harmonizá-las. Questão errada. 
17- (Questão Inédita)- Quando mais de um país estiver envolvido na 
fabricação de uma mercadoria, o país a ser identificado como a origem 
deve ser aquele onde ocorreu a última transformação substancial. Para 
determinar o que é uma transformação substancial, podem ser 
utilizados os seguintes critérios: “salto” tarifário, porcentagem “ad 
valorem” e critério de operação de fabricação e processamento. 
Comentários: 
Os critérios utilizados para determinar que houve uma transformação 
substancial são três: i) salto tarifário; ii) percentagem ad valorem e; iii) 
operação de fabricação ou processamento. Questão correta. 
 
2- SISTEMA DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS DA OMC: 
Para que um acordo internacional tenha aplicação prática, é 
fundamental que ele seja dotado de mecanismos efetivos de implementação. 
Com efeito, por melhor que seja o texto de um tratado internacional e 
por mais nobres que sejam seus objetivos, se os signatários 
descumprirem seus dispositivos, ele não terá eficácia. 
Nesse sentido, quando os países celebraram o Acordo Geral sobre 
Comércio e Tarifas (GATT) em 1947, eles decidiram estabelecer um 
procedimento para a solução de controvérsias. Com esse intuito, eles 
instituíram os arts. XXII e XXIII do GATT, que eram os únicos dispositivos que 
regulavam as disputas comerciais antes da criação da OMC. 
O art. XXII do GATT prevê a possibilidade de que as partes 
realizem consultas entre si, isto é, realizem negociações diretas com vistas 
a chegar a uma solução mutuamente aceita. Ademais, estabelece que, caso 
não seja possível solucionar-se uma disputa comercial por meio de 
negociações entre as partes litigantes, as Partes Contratantes poderão intervir 
na controvérsia. 
O art. XXIII do GATT, por sua vez, estabelece que, caso não seja 
possível chegar a um acordo satisfatório entre os litigantes dentro de 
um prazo razoável, a questão poderá ser submetida às Partes 
Contratantes. A partir daí, tem início um processo de investigação, ao final do 
qual, se conveniente, são feitas recomendações especiais aos litigantes. 
Embora o GATT 1947 já previsse um procedimento para a 
solução de controvérsias, este não possuía grande efetividade. 
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Somente com a criação da OMC, em 1994, é que a solução de controvérsias 
comerciais adquiriu maior destaque e aplicação prática. 
Mas por que o mecanismo de solução de disputas do GATT 1947 não 
possuía efetividade? 
A solução de controvérsias comerciais sob a égide do GATT 47 
carecia de regulamentação, possuindo, portanto, muita flexibilidade. 
Além disso, as decisões adotadas no âmbito desse procedimento obedeciam à 
regra geral de tomada de decisões na OMC: o consenso. Dessa forma, mesmo 
que um país tivesse violado obrigações por ele assumidas, ele poderia não 
sofrer qualquer penalidade. Isso porque, pela regra do consenso, até o 
infrator deveria concordar com as decisões das Partes Contratantes. 
A criação da OMC modificou completamente esse cenário! A solução 
de controvérsias passou a ser regulamentada por um acordo 
multilateral destinado especificamente para esse fim: o Entendimento 
Relativo às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias (Anexo 2 
ao Acordo de Marrakesh). Várias foram as inovações trazidas por esse novo 
acordo, dentre as quais citamos a regra do consenso negativo e a criação 
do Órgão de Apelação. 
O “consenso negativo” é o nome que leva o processo decisório no 
âmbito do sistema de solução de controvérsias da OMC. Segundo essa regra, 
uma decisão somente não será adotada caso todos os membros da OMC com 
ela não concordem. No sistema de solução de controvérsias que existia sob a 
égide do GATT-1947, o processo decisório não obedecia a essa regra, mas sim 
ao consenso.Assim, conforme já comentamos, se uma decisão fosse tomada, 
até mesmo o “perdedor” ou “infrator” deveria com ela concordar para que ela 
fosse aplicada. Sem dúvida, algo bastante inviável! O consenso negativo é 
aplicável em todas as decisões tomadas no âmbito de uma controvérsia da 
OMC: estabelecimento de painéis, adoção do relatório do painel, adoção do 
relatório do Órgão de Apelação, autorização para retaliação, etc. 
O Órgão de Apelação, por sua vez, é um órgão permanente 
(verdadeiro Tribunal Internacional) composto por 7 (sete) juízes, competente 
para julgar em caráter recursal as controvérsias comerciais. 
 
 
 
 
 
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A importância de um sistema de solução de controvérsias comerciais 
reside em aumentar o valor prático dos compromissos assumidos, evitando 
que as normas multilaterais não se coadunem com a realidade do comércio 
internacional. Nesse sentido, o sistema de soluções de controvérsias 
também representou um importante passo no aprofundamento 
institucional do sistema multilateral de comércio, conferindo maior 
previsibilidade e segurança jurídica às relações comerciais entre os países. 
Com o estabelecimento do novo sistema de solução de controvérsias, é comum 
dizer-se que a OMC é uma organização internacional que “possui dentes”. 
A pergunta agora é a seguinte: como tem início um procedimento de 
solução de controvérsias na OMC? 
O procedimento de solução de controvérsias tem início quando um 
membro da OMC, julgando-se prejudicado, solicita consultas (negociações 
diretas) com outro membro que ele considera estar violando a normativa 
multilateral. Em outras palavras, uma disputa comercial tem início quando um 
membro da OMC adota uma política comercial que um ou mais membros 
considerem incompatíveis com os acordos internacionais firmados no âmbito 
dessa organização internacional. Seria o caso, por exemplo, em que um país A 
se julga prejudicado por um subsídio ilegal concedido a agricultores pelo país 
B. 
Quando isso ocorrer, a parte interessada deverá iniciar consultas 
(negociações diretas) com a parte que supostamente está violando as 
obrigações multilaterais. Essa é uma fase obrigatória do sistema de solução 
de controvérsias da OMC, já que o objetivo desse sistema é chegar a uma 
solução mutuamente aceita. O prazo máximo para a fase de negociações 
diretas é de 60 dias. 
GATT - 1947 
Já possuía um sistema de solução de 
controvérsias comerciais. Todavia, esse 
sistema carecia de efetividade. 
CRIAÇÃO DA OMC 
(1994) 
Novo sistema de solução de 
controvérsias comerciais (dotado 
de maior efetividade) 
Principais Inovações 
- Consenso Negativo 
- Órgão de Apelação 
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O sistema de solução de controvérsias da OMC também prevê que as 
partes litigantes podem entrar em acordo e, voluntariamente, recorrer aos 
bons ofícios, conciliação e mediação. 
 
As negociações diretas são a primeira 
fase de uma disputa comercial 
desenvolvida no âmbito da OMC. Assim, 
está errado dizer que a solução de 
controvérsias na OMC somente começa após 
as partes terem tentado chegar a um acordo 
por negociações diretas. 
Caso não seja possível uma solução mutuamente aceita, a parte que 
se julgar prejudicada poderá solicitar ao Órgão de Solução de 
Controvérsias (OSC) o estabelecimento de um grupo especial. O OSC irá 
decidir pelo estabelecimento do grupo especial (painel) pela regra do 
consenso negativo, o que significa que este não será estabelecido apenas se 
todos os membros da OMC se manifestarem formalmente contra essa decisão. 
O grupo especial será composto por 3 (três) três integrantes a 
menos que, dentro do prazo de 10 dias a partir de seu 
estabelecimento, as partes em controvérsia concordem em compor um 
grupo especial com 5 (cinco) integrantes. Se não houver acordo quanto 
aos integrantes do grupo especial dentro de 20 dias após seu estabelecimento, 
o Diretor Geral da OMC, a pedido das partes litigantes, determinará a sua 
composição. Ressalte-se que os integrantes dos painéis não precisam ser 
nacionais dos Estados envolvidos nas controvérsias comerciais. 
O grupo especial apreciará a controvérsia quanto às questões 
de fato e de direito. Em seu trabalho, o grupo especial dará oportunidade 
para que as partes apresentem argumentações oralmente e por escrito. 
Terceiros que possuam um interesse substancial na disputa e que 
tenham notificado seu interesse ao OSC também poderão apresentar suas 
argumentações. Cabe destacar, quanto a esse ponto, que o Brasil, a União 
Europeia e os EUA participam como terceiros interessados de praticamente 
todas as controvérsias comerciais. O Órgão de Apelação tem reconhecido, 
ainda, a possibilidade de participação do “amicus curiae” (amigo da 
corte) em casos sob sua apreciação1. 
Após o exame da controvérsia, o grupo especial emite um relatório 
provisório, que é submetido aos comentários das partes litigantes. Cada 
 
1 “Amicus curiae” é uma espécie de intervenção, em um processo, de entidades que 
tenham interesse na matéria. No âmbito do sistema de solução de controvérsias, já 
houve a participação de ONG’s na condição de “amicus curiae”, especialmente em 
controvérsias envolvendo questões ambientais. 
 
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parte, então, apresenta seus comentários, os quais devem ser considerados 
pelo grupo especial na emissão do relatório final. 
Uma vez emitido o relatório final pelo grupo especial, este é 
divulgado a todos os membros da OMC. No entanto, ele não é 
automaticamente vinculante e obrigatório para as partes litigantes. Para que 
vincule as partes na disputa, o relatório final deverá ser adotado pelo 
OSC. Novamente, a decisão de adotar o relatório final do grupo especial é 
tomada mediante a regra do consenso negativo. O relatório final do grupo 
especial contém recomendações para a solução da controvérsia 
comercial. Um exemplo seria a recomendação de que o país B retire os 
subsídios ilegais que vêm concedendo a seus agricultores. 
É possível, todavia, que qualquer uma das partes na 
controvérsia (inclusive a “parte vencedora”!) recorra ao Órgão de 
Apelação da OMC. Esse recurso deverá ser tempestivo, isto é, impetrado 
antes de uma reunião do OSC realizada com o objetivo de adotar o relatório do 
grupo especial, que ocorre dentro de 60 dias da distribuição do referido 
relatório. 
O Órgão de Apelação possui natureza permanente, sendo 
composto por 7 (sete) pessoas, com experiência comprovada em direito, 
comércio internacional e nos assuntos tratados pelos acordos da OMC. Os 
integrantes do Órgão de Apelação são, comumente, denominados juízes, os 
quais são nomeados pelo OSC, por consenso, para um período de 4 (quatro) 
anos, o qual poderá ser renovado uma vez. 
O Órgão de Apelação, ao contrário do grupo especial, irá 
limitar-se à apreciação das questões de direito. Após o exame da 
controvérsia, o Órgão de Apelação poderá confirmar, modificar ou revogar as 
conclusões do grupo especial. Emitido o relatório do Órgão de Apelação, 
este será encaminhado ao OSC para adoção, que obedecerá mais uma 
vez à regra do consenso negativo.O relatório do Órgão de Apelação e o relatório do grupo especial, 
quando adotados pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, tornam-se 
obrigatórios e irrecorríveis. As recomendações efetuadas deverão, 
portanto, ser obrigatoriamente cumpridas pelas partes litigantes. 
Alguém até poderia argumentar contra isso, dizendo que um Estado 
pode simplesmente não cumprir uma recomendação do OSC. Todavia, esse 
seria um argumento sem validade perante o direito internacional! 
“Mas, professor, há países que não cumprem essas decisões!” 
De fato, meus amigos, há países que não as cumprem. No entanto, é 
justamente em virtude de serem obrigados a fazê-lo que existe a 
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possibilidade de que estes sofram retaliações comerciais em caso de 
não-cumprimento. Nesse sentido, cabe destacar que o sistema de solução de 
controvérsias da OMC tem se notabilizado por sua coercibilidade e efetividade. 
Vamos entender como isso funciona! 
Chegamos à última fase do sistema de solução de controvérsias da 
OMC: a implementação. Nessa fase, a “parte perdedora” da disputa deverá 
informar ao Órgão de Solução de Controvérsias da OMC sua intenção de 
cumprir as recomendações efetuadas. Caso não seja possível implementar 
imediatamente as recomendações, deverá ser concedido à “parte perdedora” 
um período razoável de tempo para a implementação. 
Se, dentro do período razoável que lhe for concedido, a “parte 
perdedora” não conseguir implementar a decisão, ela deverá iniciar 
negociações com a “parte vencedora” com o objetivo de chegarem a um 
acordo sobre compensações a serem concedidas. Se não for possível 
chegar a um acordo mutuamente satisfatório sobre compensações, a parte 
interessada (“parte vencedora”) poderá solicitar autorização ao Órgão 
de Solução de Controvérsias para suspender concessões comerciais. 
Essa suspensão de concessões comerciais é o que comumente se denomina 
retaliação. 
A retaliação comercial (suspensão de concessões) será 
preferencialmente aplicada no mesmo setor em que tenha sido 
constatada a violação à normativa multilateral. No entanto, se essa medida 
resultar impraticável ou ineficaz, a “parte vencedora” poderá suspender 
concessões comerciais em outros setores dentro do acordo abrangido. Se, 
ainda assim, a medida for ineficaz ou impraticável, poderão ser suspendidas 
concessões comerciais referentes a outro acordo abrangido. Trata-se, esse 
último caso, do que se convencionou chamar de “retaliação cruzada”. 
Destaque-se que, caso a “parte perdedora” não concordar com o montante da 
retaliação (suspensão de concessões), a questão será submetida à 
arbitragem para que seja avaliado o valor devido. 
A fase de implementação (execução) ainda carece de maior grau 
de legalismo, em virtude de vários problemas identificados na prática 
recente do Órgão de Solução de Controvérsias:2 
- Indefinição do conceito de “período razoável de tempo” para 
implementação. Muitas vezes, a implementação de uma decisão depende de 
mudanças legais e até constitucionais no ordenamento jurídico do país 
membro “perdedor”. 
 
2 BARRAL, Welber. Solução de controvérsias na OMC. In: KLOR et al. Solução de 
Controvérsias: OMC, União Européia e Mercosul. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-
Stiftung, 2004, p. 11-68. 
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- O membro “perdedor” possui alternativa entre “oferecer 
compensações” e “revogar a medida” que viola a normativa do sistema 
multilateral de comércio. 
- Dificuldade de determinação do montante devido para 
compensação / retaliação, que quase nunca é concedido no nível que deseja o 
membro reclamante. 
- A compensação / retaliação nem sempre beneficia o mesmo 
setor econômico atingido pela medida que viola a normativa multilateral. 
- Pode ser que a autorização para retaliação não gere qualquer 
efeito sobre o membro “perdedor”. Se um país de menor desenvolvimento 
relativo ganha o direito de retaliar os EUA, isso poderá não trazer nenhuma 
efeito. Se o mercado consumidor não for significativo, diante de barreiras 
colocadas barreiras sobre as importações norte-americanas, os EUA 
simplesmente irá buscar novo mercado. 
Uma questão importante no âmbito do sistema de solução de 
controvérsias da OMC é quanto à interpretação dos acordos e regras dessa 
organização internacional. Segundo o “Entendimento sobre Solução de 
Controvérsias (ESC)”, a interpretação das normas deve ser feita em 
conformidade com as normas correntes de interpretação do direito 
internacional público. Nesse sentido, ganha relevância o art. 31 da 
Convenção de Viena de 1969, que dispõe que “um tratado deve ser 
interpretado de boa fé segundo o sentido comum atribuível aos termos 
do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade”. 
Com base no art. 31 da CV / 69, a interpretação dos acordos da OMC 
realizada pelos painéis e pelo Órgão de Apelação tem sido do tipo literal 
restritiva. Assim, busca-se dar interpretação literal a cada termo presente 
nos acordos da OMC, evitando-se uma interpretação extensiva, já que as 
recomendações efetuadas no âmbito do sistema de solução de controvérsias 
não podem aumentar nem diminuir os direitos dos membros. 
 
 
 
 
 
 
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Vejamos como esse assunto poderá ser cobrado em prova! 
 
NEGOCIAÇÕES DIRETAS 
- Fase Obrigatória 
- Objetivo: chegar a uma 
solução mutuamente aceita 
EXAME PELO GRUPO 
ESPECIAL (“PAINEL”) 
-Natureza “ad hoc” – composto, 
em regra, por 3 integrantes 
- Aprecia a controvérsia quanto 
ás questões de fato e de direito 
RELATÓRIO FINAL DO 
GRUPO ESPECIAL 
Adoção pelo Órgão de 
Solução de Controvérsias 
– torna-se obrigatório e 
irrecorrível 
Recurso ao Órgão de 
Apelação 
EXAME PELO ÓRGÃO DE 
APELAÇÃO 
- Natureza permanente, 
composto por 7 juízes 
- Aprecia a controvérsia 
apenas quanto às questões 
de direito 
RELATÓRIO DO ÓRGÃO 
DE APELAÇÃO 
Adoção pelo Órgão de Solução de 
Controvérsias – torna-se 
obrigatório e irrecorrível 
IMPLEMENTAÇÃO 
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18- (ATRFB-2009)- Um dos mais significativos avanços advindos da 
criação da Organização Mundial de Comércio está relacionado ao 
mecanismo de solução de controvérsias comerciais. 
Comentários: 
Um dos maiores avanços da Rodada Uruguai e da criação da OMC diz 
respeito ao novo sistema de solução de controvérsias comerciais. Questão 
correta. 
19- (ATRFB – 2009)- O sistema de solução de controvérsias é acionado 
por comum acordo entre as partes litigantes que somente podem fazê-
lo após terem tentado chegar a acordo por negociações diretas. 
Comentários: 
As negociações diretas já são parte do procedimento de solução de 
controvérsias da OMC. Dessa forma, está errado dizer que o sistema de 
solução de controvérsias é acionado somente após terem tentado chegar a um 
acordo por negociações diretas. 
20- (TRF-2005)- No âmbito do sistema de solução de controvérsias da 
OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC), caso o país que perca um 
litígio não cumpra a decisão do Órgão de Solução de Controvérsias, o 
país vencedor pode ser autorizado a aplicar-lhe sanções comerciais. 
Comentários: 
Caso a decisão do Órgão de Solução de Controvérsias não seja 
cumprida, o “país vencedor” poderá ser autorizado a aplicar sanções 
comerciais (retaliações) contra o “país perdedor”. Questão correta. 
21- (ATRFB – 2009)- Qualquer das partes tem direito a apelar das 
conclusões do Relatório Final emitido pelo Painel constituído para 
analisar a controvérsia, sendo a decisão do Órgão de Apelação 
irrecorrível e sua implementação obrigatória para a parte que tenha 
perdido a causa. 
Comentários: 
Pegadinha! Muita gente acha que só pode apelar do relatório do 
grupo especial a “parte perdedora”. Na verdade, qualquer uma das partes 
poderá apelar das conclusões do relatório final emitido pelo grupo 
especial (“painel”). Além disso, a decisão do Órgão de Apelação é 
obrigatória e irrecorrível. Questão correta. 
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22- (ATRFB – 2009)- O processo se inicia com a consulta, pelo Órgão 
de Solução de Controvérsias, a especialistas sobre a questão que dá 
origem ao litígio comercial, os quais, na fase seguinte, ouvem as 
alegações das partes e elaboram um parecer, que é encaminhado ao 
Painel, que o acata ou não e comunicam o resultado às partes 
litigantes. 
Comentários: 
O procedimento de solução de controvérsias na OMC tem início com 
as negociações diretas entre as partes litigantes. Caso a negociação não 
resulte em um acordo, a parte interessada poderá solicitar o estabelecimento 
de um grupo especial, que examinará a controvérsia quanto às questões de 
fato e de direito e, após isso, emitirá um relatório final. Questão errada. 
23- (TRF – 2005)- As regras da OMC preveem que um país possa ser 
expulso da Organização caso não cumpra uma decisão do seu Órgão de 
Solução de Controvérsias. 
Comentários: 
As regras da OMC não preveem que um país possa ser expulso dessa 
organização internacional. Caso uma decisão adotada pelo Órgão de Solução 
de Controvérsias não seja cumprida, é possível, no limite, a imposição de 
sanções comerciais (retaliações). Questão errada. 
24- (ATRFB – 2009)- O atual Órgão de Solução de Controvérsias é 
originado do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) de 1947, 
tendo sido ampliado e aperfeiçoado durante a Rodada Uruguai e 
incorporado, finalmente, à Organização Mundial do Comércio a partir 
de 1995. 
Comentários: 
Foi com a criação da OMC na Rodada Uruguai que surgiu o Órgão de 
Solução de Controvérsias. Entretanto, conforme já comentamos, o 
procedimento de solução de controvérsias existe desde a celebração do GATT-
1947. Questão errada. 
25- (ATRFB – 2009)- À diferença do procedimento de solução de 
controvérsias existente no marco do GATT, o atual mecanismo é mais 
flexível quanto aos prazos limites a serem observados em cada etapa, 
sendo que o parecer final de um painel prescinde de ter a aprovação 
de todos os membros para ser aplicado, facilitando assim sua efetiva 
aplicação. 
Comentários: 
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O mecanismo de solução de controvérsias da OMC é mais rígido do 
que o existente no marco do GATT – 1947. Em outras palavras, o 
procedimento de solução de controvérsias instaurado pelo GATT-1947 
era muito mais flexível, carecendo de regulamentação. O maior exemplo 
disso era o fato de que não existia a regra do “consenso negativo”, o que 
permitia que qualquer membro da OMC (inclusive a “parte perdedora”) 
pudesse obstaculizar uma decisão adotada. Portanto, a questão está errada. 
26- (ACE-2002)- O Sistema de Solução de Controvérsias da OMC é 
considerado um elemento central na provisão de segurança e 
previsibilidade ao sistema multilateral de comércio, uma vez que 
contribui para assegurar direitos e obrigações, nos termos dos acordos 
firmados pelos países membros da OMC. 
Comentários: 
A finalidade de um sistema de solução de controvérsias é justamente 
essa! De nada adianta serem assumidas obrigações internacionais se elas não 
forem cumpridas. 
Nesse sentido, o sistema de solução de controvérsias da OMC 
contribui para que os direitos e obrigações assumidos por meio dos 
diversos acordos celebrados ganhem concretude. Ao fazê-lo, o sistema 
de solução de controvérsias contribui para o aumento da previsibilidade e 
da segurança jurídica nas relações comerciais internacionais. Questão 
correta. 
27- (ACE – 2002)- O objetivo principal do Sistema de Solução de 
Controvérsias da OMC é esclarecer os benefícios das regras do livre 
comércio, com vistas a aplicá-las a agentes privados presentes em 
países em desenvolvimento que recebam os benefícios do Sistema 
Geral de Preferências. 
Comentários: 
O objetivo principal do sistema de solução de controvérsias da OMC 
não é esclarecer as regras do sistema multilateral para ninguém. O seu 
objetivo é resolver disputas comerciais entre os membros dessa 
organização internacional, com vistas a assegurar os direitos e obrigações 
decorrentes dos acordos comerciais. Questão errada. 
28- (ACE – 2002)- Uma vez que os especialistas chamados a integrar 
os painéis destinados a solucionar controvérsias comerciais precisam 
ser nacionais dos estados envolvidos nas controvérsias, e aprovados 
pelos respectivos governos, prevalecem, no relatório dos painéis, 
soluções que ilustram o poder relativo de cada estado envolvido. 
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Comentários: 
Os integrantes do grupo especial (“painel”) não precisam ser 
nacionais dos Estados envolvidos na controvérsia. Questão errada. 
29- (ACE – 2002) A inclusão do princípio do single undertaking obriga 
os países envolvidos nas controvérsias comerciais a, uma vez parte de 
um processo de solução de controvérsias, aceitar integralmente as 
decisões dos painéis, sob pena de serem punidos pelo Órgão de 
Apelação da OMC. 
Comentários: 
O princípio do “single undertaking” (“todo único”) é o que impõe que 
todos os acordos multilaterais celebrados no âmbito da OMC vinculam 
automaticamente todos os membros dessa organização internacional. Ele não 
possui relação com o sistema de solução de controvérsias da OMC. Questão 
errada. 
30- (ACE – 2002)- O Órgão de Apelação recebe as queixas dos 
estados-parte em relação a relatórios de painéis, devendo basear nos 
antecedentes reconhecidos pelo Comitê de Jurisprudência do GATT 
qualquer decisão que reverta decisões sugeridas nos relatórios dos 
painéis. 
Comentários: 
Questão errada por três motivos: 
1)- O Órgão de Apelação recebe recursos (e não queixas!) dos 
relatórios emitidos pelos “grupos especiais”. 
2)- O Órgão de Apelação tem ampla liberdade para modificar, 
reverter ou revogar uma conclusão do “grupo especial”. 
3)- Não existe um Comitê de Jurisprudência do GATT. 
31- (ACE-2008)- Assim como as sentenças de tribunais internacionais, 
as decisões do Órgão de Apelação são obrigatórias, 
independentemente de sua adoção por quaisquer outros órgãos no 
âmbito da OMC. 
Comentários: 
As decisões do Órgão de Apelação tornam-se obrigatórias e 
irrecorríveis somente quando adotadas pelo Órgão de Solução de 
Controvérsias, aplicando-se a regra do consenso negativo. Questãoerrada. 
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32- (ACE-2008)- O Órgão de Apelação é composto por sete pessoas, as 
quais não devem ter vínculo com nenhum governo. 
Comentários: 
O Órgão de Apelação tem natureza permanente, sendo composto de 
7 (sete) juízes, os quais, em homenagem ao princípio da neutralidade, não 
devem ter vínculo com nenhum governo. Questão correta. 
33- (ACE-2008)- O Órgão de Apelação tem proibido a presença de 
amicus curiae em casos sob sua apreciação. 
Comentários: 
O Órgão de Apelação tem reconhecido a possibilidade de participação 
do “amicus curiae” em casos sob sua apreciação. Questão errada. 
34- (ACE-2008) - As atribuições do órgão de solução de controvérsias, 
no âmbito da OMC, incluem a criação de painéis, a adoção do relatório 
do painel, o acompanhamento da implementação das recomendações 
sugeridas pelo relatório do painel, bem como a autorização da 
imposição de sanções aos Estados que não se adequarem ao relatório. 
Comentários: 
O Conselho Geral da OMC atua como Órgão de Solução de 
Controvérsias e possui, de fato, todas essas atribuições: i) estabelecimento de 
grupos especiais; ii) adoção do relatório do grupo especial e do Órgão de 
Apelação; iii) acompanhamento da implementação e; iv) autorização da 
imposição de retaliações comerciais. Questão correta. 
35- (ACE-2008) - Ações retaliatórias dos países-membros em resposta 
a barreiras comerciais consideradas injustas são permitidas pela OMC 
desde que por ela sancionadas. 
Comentários: 
Caso uma decisão adotada no âmbito do sistema de solução de 
controvérsias comerciais da OMC não seja cumprida, será possível a imposição 
de sanções comerciais pelo “pais vencedor” da disputa. No entanto, essa 
retaliação deverá ser autorizada pelo Órgão de Solução de 
Controvérsias. Questão correta. 
36- (AGU- 2010)- O Órgão de Apelação da OMC é composto de juízes 
eleitos por tempo determinado. 
Comentários: 
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Os juízes do Órgão de Apelação da OMC são nomeados, por 
consenso, pelo Órgão de Solução de Controvérsias. Assim, está errado dizer 
que eles são eleitos. 
37- (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)- O sistema de solução de 
controvérsias da OMC conta com apenas três fases: formulação de 
consultas pelos Estados envolvidos, constituição de grupo especial e 
prolação de decisão. 
Comentários: 
O sistema de solução de controvérsias da OMC possui quatro fases: i) 
negociações diretas; ii) exame pelo grupo especial; iii) exame pelo Órgão de 
Apelação (em caso de recurso) e; iv) implementação. Questão errada. 
38- (Juiz Federal – TRF 5ª Região / 2009)-A OMC, organização que 
trata das regras sobre o comércio entre as nações, apresenta um 
sistema de solução de controvérsias criado para solucionar os conflitos 
gerados pela aplicação dos acordos a respeito do comércio 
internacional entre os seus membros. Recentemente, o debate sobre a 
aplicação dos tratados comerciais tem sido iluminado pelo princípio in 
dubio mitius ou in dubio pro mitius, cujo uso resulta em uma 
interpretação literal ampliativa dos tratados. 
Comentários: 
No âmbito do sistema de solução de controvérsias da OMC, os painéis 
e o Órgão de Apelação fazem uma interpretação literal restritiva dos 
acordos. Destaque-se que o princípio in dubio pro mitius prevê que, em caso 
de ambigüidade de um termo, deve-se preferir o significado que seja menos 
oneroso para a parte que assumiu uma obrigação. Questão errada. 
39- (INMETRO – 2010)- No âmbito da OMC, a solução de controvérsias 
comerciais se dá por meio do Órgão de Solução de Controvérsias, cuja 
atuação se inicia por petição, necessariamente conjunta, das partes 
em litígio. 
Comentários 
A solução de controvérsias comerciais na OMC tem início com as 
negociações diretas entre as partes litigantes. Destaque-se que apenas a parte 
interessada (reclamante) notifica o Órgão de Solução de Controvérsias da OMC 
sobre sua intenção de celebrar consultas o membro reclamado. Questão 
errada. 
40- (INMETRO – 2010)- No âmbito da OMC, a solução de controvérsias 
comerciais se dá por meio do Órgão de Solução de Controvérsias, cuja 
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atuação se inicia mediante demanda de uma empresa diretamente ao 
Órgão de Solução de Controvérsias. 
Comentários: 
As empresas não possuem capacidade postulatória perante o sistema 
de solução de controvérsias da OMC. Questão errada. 
41- (Questão Inédita)- O consenso negativo é uma regra que 
determina que o estabelecimento de “painéis”, bem como a adoção 
dos relatórios do “painel” e do Órgão de Apelação somente não 
ocorrerão caso todos os membros da OMC concordem em não adotar 
as referidas medidas. 
Comentários: 
O consenso negativo é uma regra aplicável, conforme afirma a 
questão, ao estabelecimento de grupos especiais e à adoção dos relatórios do 
grupo especial e do Órgão de Apelação. Pela regra do consenso negativo, uma 
decisão somente não será adotada caso todos os membros da OMC 
concordarem em não adotá-la. Questão correta. 
42- (Questão Inédita)- A jurisprudência da OMC é consolidada no 
sentido de permitir a participação de amicus curiae no processo de 
solução de controvérsias. 
Comentários: 
A presença do amicus curiae é permitida no processo de solução de 
controvérsias da OMC, assim como a participação de terceiros países com 
interesse substancial na disputa. Questão correta. 
43- (Questão Inédita)- O primeiro estágio de um processo de solução 
de controvérsias no âmbito do sistema multilateral de comércio é a 
consulta entre as partes envolvidas, a qual não tem caráter 
obrigatório, já que um membro da OMC que se julgar prejudicado 
poderá imediatamente solicitar a instauração de um “painel”. 
Comentários: 
Sem dúvida, a primeira fase do processo de solução de controvérsias 
na OMC são as consultas, que ocorrem mediante negociações diretas entre as 
partes litigantes. A negociação direta entre as partes é, no entanto, 
procedimento obrigatório, não podendo ser dispensada. Questão errada. 
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44- (Questão Inédita)- A composição do “painel” poderá ser 
determinada pelo Diretor Geral da OMC quando as partes envolvidas 
na controvérsia não concordarem quanto à sua composição. 
Comentários: 
Se as partes envolvidas na disputa não chegarem a um acordo quanto 
à composição do painel dentro de 20 dias de seu estabelecimento, poderão 
solicitar ao Diretor Geral da OMC que faça a determinação dos “painelistas”. 
Questão correta. 
45- (Questão Inédita)- O recurso ao Órgão de Apelação deverá sempre 
ocorrer antes da adoção do relatório do “painel” pelo Órgão de Solução 
de Controvérsias. 
Comentários: 
Se o relatório do painel for adotado, passamos diretamente à fase de 
implementação. Ocorre que entre a emissão do relatório do painel e a sua 
adoção pelo Órgão de Solução de Controvérsias, há um lapso temporal em que 
é possível o recurso ao Órgão de Apelação. Questão correta. 
46- (Questão Inédita) – O relatório do grupo especial e do Órgão de 
Apelação somente irão vincular as partes envolvidas apósa sua 
adoção pelo Órgão de Solução de Controvérsias. 
Comentários: 
A vinculação das partes ao relatório do painel e ao relatório do Órgão 
de Apelação somente ocorrerá com sua respectiva adoção pelo Órgão de 
Solução de Controvérsias. Na adoção desses relatórios, aplica-se a regra do 
consenso negativo. Questão correta. 
47- (Questão Inédita)-Caso seja impraticável cumprir imediatamente 
as recomendações do grupo especial e do Órgão de Apelação, deverá 
ser concedido um período razoável de tempo para sua implementação. 
Comentários: 
O ideal é que a implementação das recomendações do relatório do 
painel ou Órgão de Apelação seja imediata. Entretanto, se isso não for 
possível, deverá ser concedido um período razoável de tempo para sua 
implementação. Questão correta. 
48- (Questão Inédita)- Há possibilidade de participação no processo 
de solução de controvérsias da OMC de países que não estejam 
envolvidos diretamente na disputa. Essa participação ocorrerá na 
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condição de terceira parte, permitindo a estes países o acúmulo de 
experiência quanto ao funcionamento do sistema de solução de 
controvérsias. 
Comentários: 
É permitida a participação de terceiros países em uma disputa na 
condição de terceira parte. Questão correta. 
49- (Questão Inédita)- Quando não forem cumpridas as 
recomendações do grupo especial ou do Órgão de Apelação, as partes 
envolvidas poderão chegar a um acordo de compensação ou, na falta 
desse acordo, o Membro “vencedor” poderá suspender concessões ou 
outras obrigações, independente de autorização do Órgão de Solução 
de Controvérsias. 
Comentários: 
A suspensão de concessões por um país somente poderá ocorrer com 
autorização do Órgão de Solução de Controvérsias. Questão errada. 
50- (Questão Inédita)- As controvérsias instauradas no âmbito do 
sistema de solução de controvérsias da OMC não precisam 
necessariamente ser apreciadas pelo Órgão de Apelação, que poderá 
manter, modificar ou reverter as conclusões do relatório do grupo 
especial. 
Comentários: 
O Órgão de Apelação não atuará em todas as controvérsias 
comerciais, mas somente quando uma parte recorrer do relatório final emitido 
pelo grupo especial. O Órgão de Apelação, em seu exame da controvérsia, 
somente examinará as questões de direito e poderá manter, modificar ou 
reverter as conclusões do grupo especial. Questão correta. 
51- (Questão Inédita)- Os relatórios do grupo especial e do Órgão de 
Apelação serão adotados pelo Órgão de Solução de Controvérsias 
respeitando-se a regra do consenso negativo. 
Comentários: 
A adoção dos relatórios do grupo especial e do Órgão de Apelação 
obedece à regra do consenso negativo, segundo a qual somente não serão 
adotados se todos os membros da OMC se manifestarem contra sua adoção. 
Questão correta. 
 
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52- (Questão Inédita)- Na fase de implementação, caso não seja 
possível que um país implemente imediatamente as recomendações 
feitas pelo relatório do grupo especial ou do Órgão de Apelação, a ele 
deverá ser concedido um período razoável de tempo. 
Comentários: 
Se não for possível a implementação imediata das recomendações, 
deverá ser concedido ao país um período razoável de tempo. Questão correta. 
53- (Questão Inédita)- De acordo com o sistema de solução de 
controvérsias da OMC, os litígios comerciais ocorridos entre 
integrantes de um mesmo bloco econômico devem ser 
preferencialmente resolvidos no âmbito do sistema de solução de 
controvérsias do próprio bloco. 
Comentários: 
Não há essa previsão na normativa da OMC. Se houvesse, a OMC 
estaria diminuindo sua própria relevância no cenário das relações comerciais 
internacionais. Questão errada. 
54- (Questão Inédita)- A negociação direta entre os litigantes é uma 
fase obrigatória do procedimento de solução de controvérsias da OMC, 
sendo possível que se chegue a uma solução mutuamente aceita a 
qualquer momento da disputa. 
Comentários: 
Os países que se envolvam em uma controvérsia comercial no âmbito 
da OMC são obrigados a negociar! Para isso, eles têm um prazo de 60 dias 
para a celebração de consultas. Mesmo se durante esse período eles não 
chegarem a um acordo, é possível que a qualquer momento da disputa eles 
cheguem a uma solução mutuamente aceita. Questão correta. 
 
3- CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE COMÉRCIO E 
DESENVOLVIMENTO: 
Vocês se lembram de quando falamos sobre Raúl Prébisch e a 
deterioração dos termos de troca? 
Não? Vamos relembrar então... 
Segundo Raúl Prébisch, os países em desenvolvimento levavam 
desvantagem no comércio internacional em razão da deterioração dos 
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termos de troca. Esse fenômeno ocorre porque os países em 
desenvolvimento se especializam na produção de bens primários, enquanto os 
países desenvolvidos (detentores de tecnologia) se especializam na produção 
de bens industrializados. Ocorre que, com o passar do tempo, os bens 
primários vão valendo cada vez menos no mercado internacional se 
comparados aos bens industrializados. É justamente isso o que gera a 
deterioração dos termos de troca dos países em desenvolvimento, fazendo 
com que estes “saiam perdendo”! 
Para compensar essa desvantagem dos países em desenvolvimento 
no campo do comércio internacional, seria necessário que estes recebessem 
um tratamento mais favorecido. Seria uma espécie de compensação! 
Como forma de atender, de forma mais efetiva, aos interesses dos 
países em desenvolvimento, foi criada em 1964 a UNCTAD (Conferência das 
Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento). 
A UNCTAD foi estabelecida por uma Resolução da Assembleia Geral 
das Nações Unidas. Segundo a referida resolução, a UNCTAD é um órgão da 
Assembleia Geral, composta por todos os Estados membros da ONU. Embora 
a UNCTAD seja um órgão da Assembleia Geral e, portanto, tenha caráter 
permanente, uma reunião deve ser convocada em intervalos não 
superiores a 4 (quatro) anos. 
A UNCTAD é, portanto, um organismo de caráter 
intergovernamental vinculado à Assembleia Geral da ONU que visa a discutir 
questões relacionadas ao comércio e desenvolvimento sob a perspectiva 
dos países em desenvolvimento (PED’s). O objetivo central da UNCTAD é 
justamente a promoção do desenvolvimento desses países menos 
favorecidos. Dessa forma, essa organização internacional discute como o 
comércio, as finanças e os investimentos internacional influenciam o 
desenvolvimento e crescimento econômico dos PED’s. Destaque-se que a 
atuação da UNCTAD não se limita ao campo comercial, abrangendo também os 
investimentos e as oportunidades de desenvolvimento deles decorrentes. 
A criação da UNCTAD advém do reconhecimento pela sociedade 
internacional do direito dos Estados a obter desenvolvimento econômico. 
Com efeito, os países em desenvolvimento necessitavam inserir-se de forma 
mais efetiva na economia internacional, fator essencial para o incremento do 
padrão de vida de suas populações. Percebe-se que a criação da UNCTAD 
teve forte influência do pensamento estruturalista da CEPAL, que 
pregava que os países em desenvolvimento deveriam se industrializar a 
qualquer custo e, para isso, deveriam adotar ummodelo de substituição de 
importações. 
A UNCTAD tem como missão principal promover a integração dos 
países menos favorecidos à economia mundial, constituindo-se atualmente em 
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importante fórum de debates sobre o desenvolvimento econômico. Suas 
principais funções são as seguintes: 
a) Promover o comércio internacional, especialmente como 
forma de acelerar o desenvolvimento econômico. A UNCTAD reconhece, 
assim como a OMC, que o comércio internacional é o grande motor do 
desenvolvimento e do crescimento econômico. Nesse mister, a UNCTAD busca 
estimular o comércio entre países em diferentes estágios de desenvolvimento e 
entre países em desenvolvimento. 
Pode-se afirmar, portanto, que, no âmbito da UNCTAD, se discute 
sobre estratégias de abertura comercial. Com efeito, os países em 
desenvolvimento devem se utilizar de estratégias de liberalização comercial 
como forma de se desenvolver economicamente. Tais estratégias devem ser 
amplamente discutidas, uma vez que, segundo parte da literatura econômica, 
a total liberalização pode causar prejuízos irreparáveis às indústrias 
domésticas. 
b) Funcionar como um fórum para deliberações e debates 
intergovernamentais acerca do direito ao desenvolvimento dos 
Estados. Nesse sentido, formula princípios e políticas sobre comércio 
internacional e problemas relacionados ao desenvolvimento econômico. 
c) Prover assistência técnica aos países em desenvolvimento, 
tendo especial atenção às necessidades dos países de menor desenvolvimento 
relativo. Com efeito, a UNCTAD busca assessorar os países em 
desenvolvimento na aplicação de instrumentos de política comercial que 
favoreçam seu crescimento e desenvolvimento econômico. 
 A assistência técnica prestada pela UNCTAD abrange os mais 
diversos assuntos relacionados ao comércio internacional. Com efeito, as 
regras comerciais são complexas e, por vezes, países menos favorecidos não 
possuem o necessário conhecimento para com elas lidar. O entendimento das 
regras do sistema multilateral de comércio é condição sine qua non para que 
um país participe efetivamente das negociações comerciais internacionais e 
supere os entraves à plena inserção internacional. 
d) Administração do SGP e do SGPC. Esses esquemas de 
preferências comerciais têm como objetivo conceder tratamento mais 
favorecido aos países em desenvolvimento, o que também se configura como 
objetivo da UNCTAD. 
 
 
 
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Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
55- (AFRF-2003)- A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e 
Desenvolvimento (UNCTAD) é a instância dedicada ao tratamento de 
questões afetas à participação e perspectivas dos países em 
desenvolvimento no comércio internacional. 
Comentários: 
A UNCTAD foi criada com o objetivo central de atender aos interesses 
dos países em desenvolvimento. Questão correta. 
Teoria da “deterioração dos 
termos de troca” 
Formulada por Raúl 
Prébisch no âmbito da 
CEPAL 
Desvantagem dos países em 
desenvolvimento no 
comércio internacional 
COMO COMPENSAR? 
Criação da UNCTAD 
Conferência das Nações 
Unidas sobre Comércio e 
Desenvolvimento (UNCTAD) 
OBJETIVO CENTRAL: 
Promover o crescimento 
e desenvolvimento 
econômico dos PED’s. 
- Promoção do comércio internacional 
como forma de estimular o 
desenvolvimento econômico. 
- Administração do SGP / SGPC 
- Fórum de discussão sobre questões 
relacionadas ao desenvolvimento 
econômico 
- Prestar assistência técnica aos PED’s 
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56- (AFRF – 2003 - adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao 
comércio internacional, envolve temas como sugestão de estratégias 
de abertura comercial e para a implementação do sistema de regras 
comerciais definido multilateralmente. 
Comentários: 
De fato, a UNCTAD é um foro para discussão sobre estratégias de 
abertura comercial, sempre sob a perspectiva de atender aos interesses dos 
países em desenvolvimento. No entanto, ela não é responsável pela 
implementação das regras comerciais definidas multilateralmente. 
A organização internacional responsável pela administração e 
implementação do sistema de regras comerciais definidos multilateralmente é 
a OMC, que o faz por meio dos seus diversos Comitês. Embora não atue na 
implementação das regras comerciais multilaterais, discute-se no âmbito da 
UNCTAD como tais regras podem favorecer os países em desenvolvimento. 
Questão errada. 
57- (AFRF – 2003 – adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao 
comércio internacional, envolve temas como a identificação de 
instrumentos de política comercial em apoio aos esforços de 
desenvolvimento no contexto de globalização econômica, apoio técnico 
para permitir participação efetiva em negociações comerciais 
internacionais e para a superação de entraves à plena inserção no 
comércio internacional. 
Comentários: 
A questão descreve dois temas importantes na agenda da UNCTAD! 
1)- A UNCTAD busca identificar instrumentos de política comercial em 
apoio aos esforços de desenvolvimento no contexto da globalização econômica. 
2)- A UNCTAD presta apoio técnico aos países em desenvolvimento 
como forma de permitir participação efetiva em negociações comerciais 
internacionais e a superação de entraves à plena inserção internacional. 
Logo, a questão está correta. 
58- (AFRF – 2003 – adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao 
comércio internacional, envolve temas como a geração de propostas e 
mecanismos alternativos para a resolução de disputas comerciais e 
para a construção de esquemas preferenciais entre países em 
desenvolvimento. 
Comentários: 
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A UNCTAD até pode atuar propondo a alteração das regras aplicáveis 
à solução de controvérsias comerciais. No entanto, ela não pode criar 
mecanismos alternativos para a resolução de disputas comerciais, tampouco 
servir ela mesma como foro para a solução de controvérsias. A questão está, 
portanto, errada. 
Cabe ainda destacar que a UNCTAD é responsável pela 
administração do SGP e do SGPC, que são esquemas preferenciais que 
visam a favorecer os países em desenvolvimento. 
59- (AFRF-2002.2)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre 
Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é uma 
conferência convocada a cada quatro anos pela Assembleia Geral das 
Nações Unidas, assistida por todos os seus membros, para discutir 
questões relacionadas ao comércio e aos investimentos sob a 
perspectiva dos interesses dos países em desenvolvimento. 
Comentários: 
De fato, a UNCTAD é uma conferência convocada a cada quatro anos 
pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Ela visa a discutir questões 
relacionadas ao comércio e desenvolvimento sob o ponto de vista dos 
países em desenvolvimento (PED’s). 
Ao falar que a UNCTAD foi criada para discutir questões relativas ao 
comércio e investimentos, a questão não se preocupou em tratar do objetivo 
central

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