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aula04 integracaoregionali Concurso de Analista do Comércio Exterior

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Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale – Aula 04 
 
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AULA 04: INTEGRAÇÃO REGIONAL 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Palavras Iniciais 1 - 4 
2- O processo de integração regional 5 - 22 
3- União Europeia 22 - 37 
4- O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) 37 - 47 
5- Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) 47 - 55 
6- Comunidade Andina de Nações (CAN) 55 - 60 
7-Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) 60 – 61 
8- Associação de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico 
(APEC) 
61 - 64 
9- Lista de Questões e Gabarito 65 - 74 
Olá, amigos tudo bem? Como vão os estudos? 
É sempre uma grande satisfação estar aqui com vocês! 
Espero que tudo esteja ficando claro até agora! Caso tenham 
dúvidas, lembro que estarei sempre à disposição! 
Nas duas aulas anteriores, nós comentamos sobre o sistema 
multilateral de comércio (administrado pela OMC). 
Ao estudarmos sobre a OMC, nós comentamos que um dos pilares do 
sistema multilateral de comércio é o princípio da não-discriminação, que se 
desdobra em dois outros princípios: a cláusula da nação mais favorecida e 
o princípio do tratamento nacional. 
A cláusula da nação mais favorecida está prevista no art. I do GATT e 
tem como objetivo evitar a discriminação entre países. Por essa cláusula, 
se um membro da OMC concede uma preferência tarifária a qualquer país, 
deverá imediata e incondicionalmente estender essa mesma preferência a 
todos os outros membros da OMC. Vocês estão lembrados? 
Ocorre que, de acordo com o art. XXIV do GATT, é possível que os 
países excepcionem a cláusula da nação mais favorecida no âmbito de 
acordos regionais de comércio. Também é possível que ela seja 
excepcionada com base na Cláusula de Habilitação. 
Com amparo nesses dois dispositivos (art. XXIV do GATT e Cláusula 
de Habilitação) é que ocorre o processo de integração regional, sobre o 
qual estudaremos na aula de hoje! 
Vamos em frente! 
Comércio Internacional p/ ACE 
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Um abraço, 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://twitter.com/#!/RicardoVale01 
http://www.facebook.com/rvale01 
 
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Teoria e Questões 
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1- O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: 
1.1- Estágios de Integração: 
Hoje em dia é muito comum ouvir falar em “blocos econômicos” e 
“processo de integração regional”. Não é para menos! Com a globalização 
e o aprofundamento das relações internacionais, o tema da integração 
econômica vem ganhando cada vez maior importância no âmbito do direito 
internacional público. 
Mas, afinal de contas, qual é o conceito de integração regional? 
Quando é que se falou pela primeira vez nisso? E por que os países decidiram 
integrar-se economicamente? 
Responder a essas perguntas com rigor acadêmico é algo bastante 
complexo, mas de uma forma bem simples, a integração regional pode ser 
entendida como um fenômeno por meio do qual países formam blocos 
econômicos regionais com o objetivo de obter desenvolvimento 
econômico conjunto. Para Raúl Granillo Ocampo, o processo de integração 
regional é um fenômeno de interação entre Estados por meio do qual 
estes aumentam sua interdependência e aprofundam seu 
relacionamento mútuo, transformando-se de unidades previamente 
separadas em partes componentes de um sistema coerente.1 Trata-se 
de um processo complexo, voluntário, dirigido a um fim específico e que pode 
se manifestar no campo econômico, social e político. 
O ideal integracionista não é algo recente. Ele teve sua origem no 
pensamento do filósofo Immanuel Kant e sua esperança de encontrar a “paz 
perpétua” por meio de uma federação de Estados livres ou, ainda, no 
pensamento de líderes como Simon Bolívar, que defendia a associação dos 
recém-independentes Estados latino-americanos como forma de evitar possível 
recolonização por parte das potências européias. 
Embora o ideal integracionista não seja recente, o processo de 
integração regional somente foi sistematizado e descrito teoricamente na 
década de 60, pelo economista húngaro Bela Balassa. 
Segundo Bela Balassa, os processos de integração regional 
distinguem-se em cinco modelos, os quais ordenados em ordem crescente de 
integração são os seguintes: área de livre comércio, união aduaneira, 
mercado comum, união econômica e integração econômica total. Muita 
atenção quanto a isso meus amigos! É fundamental que você guarde isso! 
 
1 . OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: 
Campus, 2008. pp. 21-22 
 
 
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Mas o que pressupõe cada um desses estágios de integração? 
a) A área de livre comércio é o primeiro dos estágios de 
integração, isto é, o estágio que apresenta o menor nível de integração. Sua 
característica principal é a livre circulação de mercadorias e serviços entre 
os países que a integram. No âmbito de uma área de livre comércio, não há 
direitos aduaneiros incidentes sobre a circulação de bens. Para visualizarmos 
melhor como funciona esse tipo de bloco econômico, vamos a um exemplo! 
Imagine que três países A, B e C formem uma área de livre comércio. Se o 
país A exporta uma mercadoria para o país B, não será cobrado imposto nessa 
importação. Da mesma forma, se o país B exporta para o país C, não incidirá 
imposto de importação nessa operação. 
Mas será que é possível uma liberalização completa do fluxo de bens 
e serviços? Ou melhor: será que para que fique configurada uma área de livre 
comércio é necessária uma completa liberalização do fluxo de bens e serviços? 
Excelente pergunta, meu amigo! A liberalização completa do fluxo de 
bens e serviços, mesmo em uma área de livre comércio, é algo que não existe. 
Mesmo no âmbito de áreas de livre comércio, é possível que os países 
imponham restrições à livre circulação de bens e serviços. 
Segundo o art. XXIV do GATT, existe uma área de livre comércio 
entre países quando são eliminadas tarifas e outras regulações 
restritivas sobre “substancialmente todo o comércio”. Definir a 
expressão “substancialmente todo o comércio” é uma das maiores polêmicas 
da literatura que trata dos acordos regionais. Para alguns países, deve-se levar 
em conta aspectos quantitativos (existência de um percentual de comércio 
coberto pelo acordo); para outros, devem ser considerados aspectos 
qualitativos (nenhum setor econômico deve estar de fora da abrangência do 
FASES DA 
INTEGRAÇÃO 
REGIONAL 
- Área de Livre Comércio 
- União Aduaneira 
- Mercado Comum 
- União Econômica 
- Integração Econômica Total 
Grau de Integração 
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acordo).2 Em que pese estas duas correntes divergentes, não há definição 
sobre o tema. Quando o Órgão de Apelação da OMC teve a oportunidade de 
se manifestar sobre o assunto e definir o significado de “substancialmente todo 
o comércio”, ele preferiu ficar em cima do muro e não chegoua nenhuma 
conclusão substancial.3 
Outra questão que suscita dúvidas é quanto ao tipo de restrições 
comerciais que podem ser mantidas no âmbito de uma área de livre comércio. 
Segundo o art. XXIV do GATT, “entende-se por área de livre comércio um 
grupo de dois ou mais territórios aduaneiros entre os quais os direitos 
aduaneiros e outras regulamentações restritivas das trocas comerciais (com 
exceção, na medida necessária, das restrições autorizadas nos termos dos 
artigos XI, XII, XIII, XIV, XV e XX) são eliminados para substancialmente todo 
o comércio.” 
Pela leitura desse dispositivo, percebe-se que são possíveis as 
seguintes restrições comerciais em virtude de um acordo regional: 
- Art. XI: imposição de restrições quantitativas 
- Art. XII: imposição de restrições em razão de déficits no Balanço de 
Pagamentos 
- Art. XIII: obriga que as cotas sejam aplicadas de forma não-
discriminatória 
- Art. XIV: em virtude de déficits no Balanço de Pagamentos, admite 
que sejam aplicadas cotas de maneira discriminatória 
- Art. XV: o cumprimento de obrigações perante o FMI pode ensejar 
o descumprimento de normas do GATT. 
- Art. XX: admite restrições comerciais para: i) proteger a segurança 
e a saúde de pessoas, plantas e animais; ii) para proteger a moralidade 
pública; iii) para proteção ambiental; etc. 
Aí é que entram duas perguntas: 
 
2 PRAZERES, Tatiana. A OMC e os Blocos Regionais. São Paulo: Aduaneiras, 2008, 
pp. 285-286. 
3 Segundo o Órgão de Apelação “substantially all the trade is not the same as all the 
trade, and also that substantially all the trade is something considerable more than 
merely some of the trade.” Em tradução livre, “substancialmente todo o comércio não 
é o mesmo que todo o comércio, e também ‘substancialmente todo o comércio’ é 
consideravelmente superior a apenas algum comércio.” 
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1)- É possível a aplicação de medidas de defesa comercial (direitos 
antidumping, medidas compensatórias e medidas de salvaguarda) entre os 
membros de um bloco comercial? 
2)- É possível a aplicação de restrições comerciais por razões de 
segurança nacional? 
Respondendo à primeira pergunta, pela literalidade do art. XXIV, 
os integrantes de blocos regionais não podem aplicar entre si medidas 
de defesa comercial. No entanto, em boa parte dos acordos regionais 
existentes (NAFTA e MERCOSUL, por exemplo) são aplicadas medidas de 
defesa comercial intrabloco. Com efeito, parte da doutrina entende que a lista 
de restrições definida pelo art. XXIV do GATT seria meramente exemplificativa 
(e não taxativa!). Todavia, segundo Tatiana Prazeres, o entendimento 
tecnicamente mais correto seria o de que a lista de restrições do art. XXIV é 
taxativa (“numerus clausus”).4 Em que pese esse entendimento da atual 
Secretária de Comércio Exterior, pode-se afirmar categoricamente que não há 
ambiente político para que seja impedida a imposição de medidas de 
defesa comercial entre os membros de blocos regionais. 5 
Quanto à segunda pergunta, o entendimento predominante é o de 
que, apesar de não estar relacionada no art. XXIV, é possível a aplicação de 
restrições comerciais por razões de segurança nacional no interior de 
blocos regionais (art. XXI). Segundo a doutrina majoritária, o art. XXI do 
GATT representa uma exceção que se sobrepõe à lista do art. XXIV. 6 
b) A união aduaneira, por sua vez, se caracteriza pela livre 
circulação de mercadorias e serviços entre seus integrantes e, ainda, 
pela harmonização da política comercial em relação a terceiros países. 
Assim, os países-membros desse bloco comercial estabeleceriam as mesmas 
regras alfandegárias em relação a terceiros não-membros. Em outras palavras, 
as normas de comércio exterior seriam essencialmente as mesmas em todos 
os países, aplicando-se, inclusive, uma Tarifa Externa Comum (TEC). Com 
efeito, a TEC é considerada um instrumento que materializa a existência de 
uma política comercial comum em relação a terceiros países. 
“Mas, Ricardo, o que significa dizer que as normas de comércio 
exterior seriam essencialmente as mesmas?” 
 
4 PRAZERES, Tatiana. A OMC e os Blocos Regionais. São Paulo: Aduaneiras, 2008, 
pp. 292-293 
5 PRAZERES, Tatiana. A OMC e os Blocos Regionais. São Paulo: Aduaneiras, 2008, pp. 
295-296 
6 PRAZERES, Tatiana. A OMC e os Blocos Regionais. São Paulo: Aduaneiras, 2008, pp. 
294-295 
 
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Excelente pergunta, meu amigo! Em uma união aduaneira ideal, é 
como se os países que a integram formassem um território aduaneiro único. 
Como formam um território aduaneiro único, as regras aplicáveis às operações 
de comércio exterior – classificação fiscal, valoração aduaneira, regimes 
aduaneiros, controle aduaneiro, tributação, etc – também deveriam ser únicas. 
“Ah, Ricardo, mas isso é utopia!” 
É, meu amigo, a formação de uma união aduaneira ideal não é 
realmente algo fácil! Justamente por isso, quando citamos exemplos de uniões 
aduaneiras – MERCOSUL e Comunidade Andina – temos que dizer que elas são 
consideradas uniões aduaneiras imperfeitas. 
O fator primordial para considerarmos que esses blocos comerciais 
são exemplos de uniões aduaneiras é a existência de uma Tarifa Externa 
Comum (TEC), que nada mais é do que uma tabela que estabelece as 
alíquotas do I.I para os produtos importados de terceiros países. 
Todavia, as imperfeições dessas uniões aduaneiras ficam visíveis quando 
verificamos que as normas de comércio exterior nesses países não são 
essencialmente unificadas e que ainda persistem inúmeras exceções à Tarifa 
Externa Comum (TEC). Falaremos mais à frente sobre o caso específico de 
cada um desses blocos comerciais. 
A Tarifa Externa Comum (TEC) é determinada discricionariamente 
pelos órgãos decisórios do bloco regional. Todavia, as regras da OMC (art. 
XXIV, parágrafo 5º) estabelecem que as tarifas e outras regulações de 
comércio impostas por ocasião da formação da união aduaneira não 
podem ser mais restritivas em seu conjunto do que as restrições 
aplicáveis pelos seus integrantes antes da constituição do bloco 
regional. 
c) O mercado comum é o estágio de integração que se caracteriza 
pela livre circulação de mercadorias e serviços, harmonização da 
política comercial em relação a terceiros países e, ainda, pela livre 
circulação dos fatores de produção. Perceba, caro amigo, que as 
características da união aduaneira estão presentes no mercado comum, 
somadas ainda à sua característica peculiar: livre circulação de fatores de 
produção. 
“Mas, Ricardo, o que seria essa tal livre circulação dos fatores de 
produção?” 
Ótima pergunta! Em primeiro lugar, precisamos saber o que são 
“fatores de produção”, conceito que retiramos da Macroeconomia. Bem, 
podemos dizer que fatores de produção são os elementos básicos utilizados na 
produção de bens e serviços. São considerados fatores de produção a terra, o 
trabalho, o capital, a capacidade empresarial e, modernamente, a tecnologia. 
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Pois bem, a livre circulação de fatores de produção (característica do 
mercado comum) implicaria na possibilidade de que um trabalhador pudesseexercer suas atividades livremente em qualquer dos países do bloco. Ou ainda, 
que não houvesse restrições aos investimentos intra-bloco, sendo possível a 
livre circulação de capitais. 
Para que seja possível a livre circulação de fatores de produção, é 
necessário, todavia, a harmonização das políticas previdenciária, 
trabalhista e de capitais entre os integrantes do bloco. Vale ressaltar que 
no mercado comum existirá, assim como na união aduaneira, uma 
harmonização da política comercial intrabloco (comércio livre de barreiras 
entre seus integrantes) e extrabloco (regras de comércio exterior unificadas, 
incluindo tributação). 
d) A união econômica é o quarto estágio de integração econômica, 
em que, além das características do mercado comum, há harmonização das 
políticas econômicas dos países do bloco. Quando dizemos que as políticas 
econômicas são harmonizadas, estamos nos referindo às políticas cambial, 
monetária e fiscal. 
Destaque-se que a literatura considera como fator essencial ao 
sucesso de uniões econômicas e mercados comuns a proximidade 
geográfica entre seus membros. Tal característica não é considerada, 
todavia, um diferencial importante para o sucesso de áreas de livre comércio e 
zonas de preferências tarifárias. 
e) A integração econômica total é o estágio de integração mais 
avançado, que se caracteriza pela unificação ou equalização das políticas 
econômicas de seus integrantes. Vejam, caros amigos, que no caso da 
integração econômica total não há uma simples harmonização das políticas 
econômicas. Estas são, ao contrário, conduzidas de forma unificada. 
Para que as políticas econômicas possam ser conduzidas de forma 
unificada, é necessário que exista um órgão supranacional com essa 
responsabilidade. Todavia, para que ele possa exercer essa competência, cada 
um dos integrantes do bloco econômico deverá abdicar de parcela de sua 
soberania em prol do poder central. 
Cabe esclarecer aqui a diferença entre “órgãos intergovernamentais” 
e “órgãos supranacionais”. Órgãos intergovernamentais são aqueles cujas 
decisões necessitam ser internalizadas ao ordenamento jurídico dos Estados 
para que, só então, entrem em vigor. Por outro lado, órgãos supranacionais 
são aqueles que emanam decisões que não precisam ser incorporadas ao 
ordenamento jurídico interno dos Estados para entrarem em vigor e já gozam, 
desde o momento em que emitidas, de eficácia e aplicabilidade imediatas. A 
supranacionalidade pressupõe cessão de soberania em prol de um poder 
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central; a intergovernamentabilidade pressupõe a existência de mecanismos 
de mera cooperação internacional. 
Questão interessante, que suscita largos debates doutrinários, é 
acerca do estágio atual de integração da União Europeia. Embora parcela da 
literatura considere que a U.E alcançou o estágio de “integração econômica 
total”, a doutrina majoritária entende que trata-se de uma união econômica 
e monetária.7 De nossa parte, entendemos que a União Europeia é, 
inegavelmente, uma união econômica e monetária, uma vez que apenas a 
política cambial e monetária são conduzidas de forma unificada pelo Banco 
Central Europeu. As políticas econômicas “latu sensu” da União Europeia são 
objeto de mera coordenação. Com efeito, é possível afirmar que uma das 
causas da atual crise econômica na U.E é a inexistência de uma política 
fiscal unificada, o que levou alguns países a exacerbarem seus gastos 
públicos. 
Vejamos o quadro abaixo! 
Estágio de Integração Características 
Área de Livre Comércio Livre circulação de mercadorias e 
serviços em relação ao substancial do 
comércio. 
União Aduaneira Livre circulação de mercadorias e 
serviços em relação ao substancial do 
comércio e política comercial comum em 
relação a terceiros países 
Mercado Comum Livre circulação de mercadorias e 
serviços em relação ao substancial do 
comércio, política comercial comum em 
relação a terceiros países e livre 
circulação dos fatores de produção 
União Econômica Harmonização das políticas econômicas. 
Integração Econômica 
Total 
Unificação das políticas econômicas 
Existe ainda um outro tipo de acordo regional, o qual não é, todavia, 
enquadrado como um estágio de integração pela doutrina desenvolvida por 
Bela Balassa. Trata-se das zonas de preferências tarifárias (ou acordos de 
preferências tarifárias). As zonas de preferências tarifárias são meros acordos 
comerciais, em que os integrantes se outorgam mutuamente preferências 
tarifárias (reduções do imposto de importação). Diz-se, portanto, que os 
 
7 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: 
Editora Juspodium, 2009, pp. 802-803 
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integrantes desse tipo de acordo concedem entre si uma margem de 
preferência nas importações. 
Na medida em que há avanço do processo de liberalização 
comercial e as economias dos membros de um acordo regional se 
tornam mais integradas, faz-se necessário a coordenação de políticas 
macroeconômicas. Muitos economistas argumentam, inclusive, que a falta 
de coordenação macroeconômica no âmbito do MERCOSUL foi a grande 
causadora da crise econômica argentina entre 1999 e 2001. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
1-(AFRF-2003)- Uma união aduaneira pressupõe a livre movimentação 
de bens, capital e mão de- obra e a adoção de uma tarifa externa 
comum entre dois ou mais países. 
Comentários: 
Em uma união aduaneira, não há livre circulação de capital e mão-de-
obra. Essas são características de um mercado comum. Questão errada. 
2- (AFRF – 2002.1 – adaptada)- O que define, essencialmente, uma 
área de livre comércio é a livre circulação de bens e serviços através 
das fronteiras. 
Comentários: 
A área de livre comércio fica caracterizada quando há livre circulação 
de bens e serviços em relação ao substancial do comércio. Questão correta. 
3- (ACE-2002 – adaptada)- Acordos Comerciais Preferenciais são 
acordos nos quais Estados uniformizam o tratamento a ser dispensado 
às importações oriundas de terceiros países. 
Comentários: 
O tratamento dispensado às importações oriundas de terceiros 
países é uniformizado em uma união aduaneira (e não em uma zona de 
preferências tarifárias!). Pode-se afirmar, inclusive, que, no âmbito de uma 
união aduaneira, existe harmonização da política comercial extrabloco. Por 
Comércio Internacional p/ ACE 
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meio de acordos comerciais preferenciais, os países outorgam-se mutuamente 
preferências tarifárias. Questão errada. 
4- (AFRF-2000)- Dois países, ao reduzirem suas tarifas de importação 
entre si ao nível mais baixo possível com vistas a uma liberalização 
integral do comércio recíproco dentro de dez anos, sem, entretanto, 
estabelecerem uma tarifa externa comum para as importações de 
terceiros países, pretenderam criar uma zona de livre comércio. 
Comentários: 
O estágio de integração que os países pretenderam estabelecer por 
meio do acordo foi uma área de livre comércio, que se caracteriza pela 
liberalização do fluxo de bens e serviços em relação ao substancial do 
comércio. Se os países tivessem, adicionalmente, estabelecidouma tarifa 
externa comum, teríamos uma união aduaneira. Questão correta. 
5- (ACE-1997)- São Fases do Processo de Integração, em ordem 
crescente de complexidade: zona de livre comércio, mercado Comum, 
união aduaneira e união econômica. 
Comentários: 
Em ordem crescente de complexidade temos: i) área de livre 
comércio; ii) união aduaneira; iii) mercado comum; iv) união econômica e; v) 
integração econômica total. Questão errada. 
6- (AFTN-1996 – adaptada)- União aduaneira e mercado comum são 
duas formas de integração econômica regional. O que diferencia essas 
duas formas é a inclusão dos fatores de produção no tratamento das 
relações econômicas entre os países-membros. 
Comentários: 
A união aduaneira se caracteriza pela livre circulação de bens e 
serviços e, ainda, pela política comercial comum em relação a terceiros países. 
Já o mercado comum, além das características da união aduaneira, é um 
estágio de integração que permite a livre circulação dos fatores de 
produção (capital e mão-de-obra). 
Portanto, está correto dizer que o que diferencia a união aduaneira do 
mercado comum é a inclusão dos fatores de produção no tratamento das 
relações econômicas entre os países membros. 
7- (AFRF – 2003)- Uma união aduaneira pressupõe a liberalização do 
comércio entre os países que a integram e a adoção de uma tarifa 
comum a ser aplicada às importações provenientes de terceiros países. 
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Comentários: 
Essa é a exata definição de uma união aduaneira: livre circulação de 
bens e serviços e política comercial comum em relação a terceiros países, a 
qual se materializa na existência de uma tarifa externa comum. Questão 
correta. 
8- (INMETRO – 2007)- Uniões monetárias e mercados comuns, a 
exemplo dos acordos de preferência comerciais e áreas de livre 
comércio, dispensam a vizinhança entre países, para serem bem- 
sucedidos. 
Comentários: 
A literatura econômica reconhece que um dos fatores para o sucesso 
de uniões econômicas e monetárias e mercados comuns é a proximidade 
geográfica entre os países. Questão errada. 
9- (ACE-2001)- Em um processo de preferências comerciais 
diferenciadas entre dois países a tarifa externa comum a ser imposta a 
produtos de terceiros países deverá ser sempre a média ponderada 
das estruturas tarifárias dos dois países. 
Comentários: 
Em uma área de preferências tarifárias, não há uma Tarifa Externa 
Comum (TEC). A existência de uma TEC é característica das uniões 
aduaneiras. Questão errada. 
10- (ACE-2001)- Em um processo de preferências comerciais 
diferenciadas entre dois países a proximidade geográfica é condição 
essencial para o êxito do processo. 
Comentários: 
A proximidade geográfica não é condição essencial para o sucesso de 
áreas de livre comércio e de zonas de preferências tarifárias. Questão errada. 
11- (ACE-2001)- Em um processo de preferências comerciais 
diferenciadas entre dois países haverá necessidade de alinhar as 
políticas macroeconômicas, no momento que as preferências 
negociadas compreenderem a maior parte da pauta de comércio 
bilateral. 
Comentários: 
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O avanço da liberalização comercial e o aprofundamento da 
integração torna necessária a coordenação macroeconômica. Assim, quando as 
preferências tarifárias compreenderem a maior parte da pauta do comércio no 
interior de uma zona de preferências tarifárias, será necessária a coordenação 
de políticas macroeconômicas. Questão correta. 
 
1.2- Efeitos Econômicos da Integração Regional: 
Agora que já temos uma noção acerca dos estágios de integração 
econômica, precisamos nos aprofundar um pouco mais nos efeitos da formação 
de blocos econômicos regionais. 
Os efeitos econômicos da integração regional podem ser dinâmicos 
ou estáticos. Efeitos dinâmicos são os relacionados ao crescimento e 
desenvolvimento econômico. Efeitos estáticos, por sua vez, estão relacionados 
ao deslocamento geográfico da produção após a formação de um bloco 
regional. 
 Os efeitos dinâmicos da integração são basicamente os mesmos 
efeitos que parte da literatura econômica defende como decorrentes do 
processo de liberalização comercial. Ao nível da produção e do comércio, a 
formação de um bloco regional tem como efeito imediato o aumento da 
concorrência e a ampliação do mercado consumidor. 
Em virtude de os produtos circularem livremente pelos países 
integrantes do bloco regional, pode-se afirmar que há um aumento da oferta 
de bens e, consequentemente, redução dos preços. Com a redução dos 
preços, pode-se afirmar que há aumento do bem estar do consumidor, que 
passa a ter maiores possibilidades de escolha e a preços mais baixos. 
O aumento da concorrência entre as empresas (em virtude da 
eliminação de tarifas) gera ganhos de eficiência, uma vez que estas 
precisam, para poder se manter no mercado, desenvolver novas tecnologias e 
novos processos. Passa a haver, então, maiores investimentos em P & D 
(incentivo à inovação), o que leva ao desenvolvimento tecnológico. 
A integração gera também ganhos de escala (economias de escala), 
uma vez que as empresas terão a possibilidade de explorar um mercado 
consumidor ampliado. Com efeito, haverá aumento do fluxo comercial 
(aumento da corrente de comércio) entre os membros do acordo regional, o 
que permitirá a especialização da produção e, portanto, a geração de 
complementaridade entre as economias dos países do bloco. O fluxo de 
investimento estrangeiro direto (IED) também tende a aumentar, uma 
vez que as empresas multinacionais (transnacionais) desejarão auferir os 
benefícios de um mercado ampliado. 
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Outra efeito importante da celebração de um acordo regional é que, 
juntos, os países-membros do acordo adquirem maior poder de negociação 
em nível internacional e, com isso, podem obter maiores vantagens do 
comércio. Vamos entender melhor! 
A literatura econômica aponta que um país grande é capaz de 
afetar os preços dos exportadores estrangeiros. É fácil chegar a essa 
conclusão! Um país grande possui um enorme mercado consumidor e, 
portanto, se impuser restrições ao comércio, os exportadores estrangeiros 
terão que reduzir seus preços, pois não será fácil “arranjar” um novo mercado 
consumidor para seus produtos. Moral da história: quando um país grande 
impõe uma tarifa sobre suas importações, ele piora os termos de troca 
(relação valor das exportações / valor das importações) dos outros países e 
melhora seus próprios termos de troca. 
Por analogia, podemos transpor esse entendimento sobre o “país 
grande” para um “bloco comercial”. Nesse sentido, um acordo regional 
(mais especificamente uma união aduaneira) tem potencial para 
aumentar os termos de troca dos países-membros em detrimento de 
terceiros países. Com efeito, caso uma união aduaneira imponha uma Tarifa 
Externa Comum elevada, ela irá piorar os termos de troca dos países não-
membros. Logicamente, a imposição de tarifas tem seus custos (são os 
efeitos negativos do protecionismo!). Dessa forma, faz-se necessário analisar, 
caso a caso, se os benefícios dos termos de troca resultantes da imposição da 
tarifa superam seus custos (o que pode ocorrer em certos casos).EFEITOS DINÂMICOS DA 
INTEGRAÇÃO REGIONAL 
- Aumento da oferta de produtos 
- Redução dos preços dos produtos 
-Aumento do bem-estar dos consumidores 
- Aumento da concorrência 
- Incentivo à inovação e desenvolvimento 
tecnológico 
- Ampliação do mercado consumidor 
- Ganhos de escala 
- Aumento da corrente de comércio 
- Geração de complementaridade 
- Tendência ao aumento do fluxo de IED 
 
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Os efeitos estáticos da integração, por sua vez, foram estudados 
com grande destaque por Jacob Viner e Paul Krugman. Eles estão relacionados 
ao deslocamento geográfico da produção (deslocalização da produção) 
após a formação de um acordo regional de comércio. Mas como assim 
deslocamento geográfico da produção? 
Simples. Hoje a maior parte da produção de calçados que atende ao 
mercado consumidor do país A é oriunda do país X. Após a formação do acordo 
regional, a maior parte da produção de calçados que atende ao mercado do 
país A passa a vir do país Y (houve deslocamento da produção do país X para o 
país Y!) 
Esse deslocamento geográfico da produção pode gerar, segundo 
Viner, dois efeitos diferentes: a criação de comércio e o desvio de 
comércio. 
A criação de comércio ocorre quando a produção é deslocada de 
um local em que ela era obtida a custos maiores para um local em que 
ela é obtida a custos menores, o que gera ganho de bem-estar à sociedade. 
Suponha, por exemplo, que, antes da celebração de um acordo 
regional, o mercado consumidor de laranjas do país A seja atendido pelos 
próprios produtores domésticos. Os produtores domésticos não são tão 
eficientes (produzem a um custo alto), mas em virtude das tarifas incidentes 
sobre as laranjas importadas, acabam ganhando o mercado. Após a celebração 
do acordo regional e a consequente eliminação das tarifas, o mercado 
consumidor de laranjas do país A passa a ser atendida pelos produtores do 
país B. Os produtores do país B são mais eficientes (produzem a um custo 
menor) do que os produtores domésticos de A. Quando existiam tarifas, os 
produtores de laranja do país B não conseguiam ganhar mercado; quando 
estas foram rebaixadas, eles saíram ganhando. A produção de laranjas foi 
geograficamente deslocada de um local de menor eficiência (país A) para um 
local de maior eficiência (país B). 
Por outro lado, o desvio de comércio ocorre quando a produção é 
deslocada de um local em que ela era obtida a custos menores para um 
local em que ela é obtida a custos maiores, o que gera perda de bem-
estar à sociedade. 
Imagine que, antes da celebração de um acordo regional, o mercado 
consumidor de automóveis do país A seja atendido pelos automóveis 
produzidos pelo país B. Ocorre, então, que o país A celebra um acordo regional 
com o país C (o país B fica de fora desse acordo!). Como resultado desse 
acordo, o mercado consumidor de automóveis do país A passa a ser atendido 
pelos automóveis produzidos pelo país C. Antes do acordo, quando o país A 
cobrava igualmente tarifas sobre a importação de automóveis originários de B 
e C, os automóveis do país B saíam ganhando, pois eram mais eficientes 
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(produziam a um custo inferior). Após o acordo, não há mais tarifas sobre os 
automóveis do país C e, portanto estes saem ganhando em relação aos 
automóveis de B (lembre-se de que o país B ficou de fora do acordo!). Foram 
as tarifas reduzidas que fizeram a diferença! Houve um deslocamento 
geográfico da produção de um local mais eficiente (país B) para um local de 
menor eficiência (país C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo Jacob Viner, a integração regional somente será 
benéfica aos membros do bloco regional quando a criação de comércio 
prevalecer sobre o desvio de comércio. Dessa forma, nem todo acordo 
regional traz ganhos de bem-estar à sociedade, mas apenas aqueles em que 
prepondera a criação de comércio. 
Assim, ao celebrar um acordo regional de comércio, o país 
deve analisar se irá prevalecer a criação ou o desvio de comércio. Por 
ocasião das propostas de criação da ALCA, um dos motivos que levou o Brasil 
a manter posição de cautela foi a possibilidade de que as exportações 
brasileiras para os mercados regionais sofressem com o desvio de comércio. 
Com efeito, o MERCOSUL é um dos maiores destinos das exportações 
brasileiras e, caso a ALCA fosse criada, as empresas brasileiras poderiam 
sofrer com a competição intrabloco. 
 
1.3- Efeitos Políticos da Integração Regional: 
Há diferentes visões quanto ao fenômeno do regionalismo. 
Parcela da literatura defende que os blocos comerciais prejudicam o 
EFEITOS ESTÁTICOS DA 
INTEGRAÇÃO REGIONAL 
CRIAÇÃO DE COMÉRCIO DESVIO DE COMÉRCIO 
Produção se desloca de 
um local de menor 
eficiência para um local 
de maior eficiência 
Produção se desloca de 
um local de maior 
eficiência para um local 
de menor eficiência 
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multilateralismo; outra parte argumenta que o regionalismo é instrumento que 
age a favor do multilateralismo. 
O que se observa nos últimos anos, porém, é que a proliferação dos 
acordos regionais de comércio notificados à OMC tem sido tão grande que 
passou a representar um risco aos objetivos do sistema multilateral de 
comércio. Com efeito, a maior parte das trocas comerciais é hoje realizada 
com amparo em acordos regionais (art. XXIV do GATT) e não como 
decorrência da cláusula da nação mais favorecida (art. I do GATT). É 
importante termos em mente, quanto a esse ponto, que o objetivo da OMC é a 
liberalização do comércio internacional em nível multilateral (e não apenas em 
nível regional!) 
Percebe-se, na verdade, que o que era exceção (art. XXIV do GATT) 
vem se tornando uma regra no contexto do comércio internacional, o que nos 
permite dizer que o tema “regionalismo versus multilateralismo” precisa 
receber especial atenção no contexto da Rodada Doha da OMC. Segundo 
Tatiana Prazeres, a cláusula da nação mais favorecida, pilar central do 
multilateralismo, está nitidamente se transformando na cláusula da nação 
menos favorecida. De fato, os compromissos do regime multilateral de 
comércio passaram a, no atual contexto, ser o pior tratamento que um 
país pode receber de outro membro da OMC. 8 
A solução para esse cenário parece ser a proposta de um 
“regionalismo aberto”, que foi originalmente elaborado pela CEPAL. Trata-se 
de um fenômeno que busca conciliar a liberalização do comércio entre os 
parceiros regionais com a liberalização comercial em relação a terceiros países. 
Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 
 
12- (ACE-2008)- Os acordos de integração regional, tais como zonas 
de preferências tarifárias e mercados comuns, não somente permitem 
que as empresas aufiram os ganhos derivados das economias de 
escala propiciadas pelo aumento do mercado, mas também conduzem 
a aumentos de eficiência devido a maior competição entre as empresas 
dos países-membros. 
Comentários: 
 
8 PRAZERES, Tatiana. A OMC e os Blocos Regionais. São Paulo: Aduaneiras, 2008, pp. 495-
496 
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Essa questão trata dos efeitos dinâmicos da integração regional. Ela 
está correta, uma vez que os acordos regionais têm como efeito o aumento 
da concorrência e aumento do mercado consumidor. A ampliação do 
mercado consumidor, por sua vez, é responsável pela geração de economias 
de escala. 
13- (AFRF-2002.2) - Segundo as teorias de integração econômica, a 
liberalização do comércio entre um número restrito de países produz 
efeitos comerciais e econômicos que permitem avaliar o desempenho, 
desde o ponto de vista da eficiência econômica, dos acordos regionais. 
A esse respeito, é correto afirmar que a integração regional é 
economicamente benéfica se prevalecer a criação sobre o desvio de 
comércio e ocorrerem efeitos dinâmicos. 
Comentários: 
A criação de comércio ocorre quando há um deslocamento 
geográfico da produção de um local de menor eficiência econômica para um 
local de maior eficiência. Já o desvio de comércio ocorre quando há um 
deslocamento geográfico da produção de um local de maior eficiência 
econômica para um local de menor eficiência. 
Conforme comentamos anteriormente, a integração regional somente 
será benéfica quando a criação de comércio prevalecer sobre o desvio de 
comércio. Questão correta. 
14- (Questão Inédita)- O desvio de comércio é um efeito estático da 
integração regional, ficando caracterizado quando um país passa a 
comprar um determinado tipo de bem de outro país, participante do 
acordo regional, deixando de importar este bem de um terceiro país 
que não faz parte do acordo, mas que antes constituía a melhor fonte 
de oferta do bem em questão. 
Comentários: 
Essa questão traduz exatamente o que é o desvio de comércio! 
Vejam que a produção foi deslocada, após a celebração de um acordo regional, 
do país de maior eficiência para um país de menor eficiência. 
O deslocamento da produção foi resultado do rebaixamento de tarifas 
proveniente do acordo. O “terceiro país” constituía a melhor fonte de oferta do 
bem (por produzir a custos mais baixos!), mas, em virtude de não participar 
do acordo, perdeu mercado para um país menos eficiente. Questão correta. 
15- (INMETRO – 2007)- O fato de os acordos de integração regional 
poderem melhorar os termos de troca dos países-membros às 
expensas dos países não-membros, incentivando, assim, a manutenção 
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de barreiras em relação ao resto do mundo, constitui um dos custos 
desses acordos. 
Comentários: 
De fato, os acordos de integração regional têm potencial para 
melhorar os termos de troca dos países-membros às custas dos países 
não-membros. Isso porque, após a celebração do acordo regional, o mercado 
consumidor se torna ampliado. Com isso, o bloco passa a ter potencial para 
influenciar o preços dos exportadores estrangeiros, por meio da imposição de 
tarifas. Destaque-se, todavia, que a imposição de tarifas sempre implica em 
custos (efeitos danosos do protecionismo). Questão correta. 
16- (INMETRO-2009)- A possibilidade de desvio de comércio que 
afetasse as exportações brasileiras nos mercados regionais levou o 
Brasil a assumir posição cautelosa frente às propostas norte-
americanas de criação de uma área de livre comércio de alcance 
continental. 
Comentários: 
Um dos motivos que levou o Brasil a manter posição de cautela nas 
negociações da ALCA foi a possibilidade de que as exportações brasileiras para 
os mercados regionais fossem afetadas. Questão correta. 
17- (INMETRO – 2009)- Por representarem iniciativas de liberalização 
comercial, os blocos comerciais regionais não colocam em risco a 
consecução dos objetivos principais do sistema multilateral de 
comércio. 
Comentários: 
A proliferação dos acordos regionais representa um risco ao sistema 
multilateral de comércio, na medida em que afeta seu principal pilar: a 
cláusula da nação mais favorecida. Questão errada. 
18- (INMETRO – 2009)- O regionalismo aberto é expressão, de caráter 
propositivo, da possibilidade de se harmonizar o tratamento 
preferencial próprio dos blocos comerciais com o impulso liberalizante 
no contexto do processo de globalização econômica. 
Comentários: 
O “regionalismo aberto” é uma visão que busca compatibilizar a 
liberalização comercial intrabloco com a liberalização comercial em relação a 
terceiros países. Questão correta. 
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19- (ACE- 2001)- Em um processo de preferências comerciais 
diferenciadas entre dois países, haverá criação de comércio superando 
sempre os desvios de comércio. 
Comentários: 
Nem sempre a criação de comércio irá superar o desvio de comércio 
em um bloco regional. Questão errada. 
 
2- UNIÃO EUROPEIA: 
2.1- Evolução Histórica: 
A origem da União Européia remonta à década de 40, quando Bélgica, 
Holanda e Luxemburgo resolveram formar uma união aduaneira chamada de 
BENELUX. 
Em 1951, foi criada a Comunidade Européia do Carvão e do Aço 
(CECA), tendo como objetivo a integração das indústrias de carvão e do aço 
dos países europeus ocidentais. A CECA foi fundada por Alemanha, França, 
Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, tendo como base, segundo seu Tratado 
Constitutivo, um mercado comum. As ideias que deram concretude ao 
estabelecimento da CECA são as emanadas da Declaração Schumann, de 
autoria do Ministro dos Assuntos Exteriores da França, Robert Schumann. 
A Declaração Schumann propunha que a produção franco-alemã de 
carvão e aço fosse colocada sob a direção de uma Alta Autoridade europeia. O 
objetivo central era colocar um fim à histórica rivalidade entre Alemanha e 
França, lançando, por intermédio da integração econômica, as bases para uma 
futura unificação política. Ao terem um objetivo econômico em comum, se 
tornaria possível uma solidariedade de fato entre Alemanha e França.9 
Em 1957, são assinados pelos países europeus dois importantes 
tratados, ambos chamados de Tratado de Roma. O primeiro deles 
instituiu a Comunidade Econômica Européia (CEE) e o segundo a 
Comunidade Européia da Energia Atômica (EURATOM). Com a celebração 
dos Tratados de Roma, as três Comunidades (CECA, CEE e EURATOM) passam 
a conviver simultaneamente, cada uma desempenhando funções específicas no 
contexto da integração europeia. 
O Tratado de Roma que constituiu a Comunidade Econômica Européia 
tinha como objetivo a criação de um mercado comum europeu, que se 
 
9 OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de 
Janeiro: Campus, 2008, pp. 147- 150 
 
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fundamentava nas chamadas “quatro liberdades”: livre circulação de 
pessoas, de serviços, de mercadorias e de capitais. Além disso, explicitava a 
intenção dos países europeus de estabelecer políticas comuns – agrícola, de 
transportes e comercial. Já o Tratado que instituiu a Comunidade Européia da 
Energia Atômica buscava criar condições favoráveis ao desenvolvimento de 
uma indústria nuclear. 
Em 1992, é finalmente assinado o Tratado de Maastricht, que dá 
um passo adiante no processo de integração regional europeu, criando a União 
Europeia, que é atualmente o blocoeconômico que se encontra no estágio 
mais avançado de integração10. Após a celebração do Tratado de Maastricht, 
novos aperfeiçoamentos institucionais foram promovidos no âmbito da 
União Europeia, por meio do Tratado de Amsterdam (1997), Tratado 
de Nice (2001) e, finalmente, pelo Tratado de Lisboa (2007). 
O Tratado de Maastricht trouxe a perspectiva da criação de uma 
união econômica e monetária na União Europeia. Ele estabeleceu três 
grandes pilares para a União Europeia, sendo o primeiro de caráter 
supranacional e o segundo e terceiro de caráter intergovernamental. 
No primeiro pilar, de caráter supranacional, foram colocados os 
assuntos referentes às Comunidades Europeias (CECA, CEE e EURATOM), nos 
quais os países-membros abdicam de sua soberania em prol de um poder 
central. Destaca-se no primeiro pilar a obtenção de uma união econômica e 
monetária entre seus membros. O segundo pilar, por sua vez, baseia-se na 
definição e a execução de uma política externa e de segurança comum (PESC). 
Por fim, o terceiro pilar baseia-se na cooperação judiciária, policial e em 
assuntos internos.11 
 
A União Europeia é uma união 
econômica e monetária (e não 
uma união política!) 
Com o Tratado de Lisboa, teve fim a estrutura de pilares na 
União Europeia. Assim, na atualidade, todos os temas são tratados em nível 
supranacional no âmbito dessa organização internacional.12 Com efeito, a 
União Européia, enquanto organização internacional, tem presente em si uma 
característica singular: a supranacionalidade de seus órgãos. Assim, 
percebe-se, no âmbito desse bloco regional, uma relativização do conceito de 
soberania. É como se cada Estado-membro da União Européia concedesse uma 
 
10 Segundo a doutrina dominante, que se apóia no texto do Tratado de Maastricht, a 
União Européia logrou estabelecer uma união econômica e monetária. 
11 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: 
Editora Juspodium, 2009 
12 MARTIN, Araceli Mangas & NOGUERAS. Instituciones y Derecho de la Unión Europea. 
Madrid: 2010, Ed. Tecnos. 
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parcela da sua soberania para que um órgão supranacional possa agir em seu 
nome. Apesar do fim da estrutura de pilares na U.E, algumas matérias são 
mantidas sob a competência dos Estados-membros, tais como a 
política de imigração e a fixação de tributos internos. 
Segundo a doutrina dominante, que se póia no texto do Tratado de 
Maastricht, a União Européia logrou estabelecer uma união econômica e 
monetária.13 Na União Européia, há equalização das políticas cambial e 
monetária, o que exige a presença de órgãos que adotem decisões 
vinculantes e obrigatórias para todos os Membros. Destaque-se que ainda não 
é possível falar em equalização das políticas econômicas latu sensu, sendo 
estas objeto de mera coordenação. Com efeito, a política fiscal é conduzida 
individualmente por cada Estado-membro da U.E. 
Atualmente, fazem parte da União Européia 27 membros, havendo 
ainda 5 (cinco) outros Estados em processo de adesão: Macedônia, Turquia, 
Croácia, Islândia e Montenegro. O processo de adesão à União Européia 
consiste em preparar os países candidatos para cumprirem as obrigações 
decorrentes da qualidade de Estado membro. Assim, para a adesão ao bloco, 
exige-se o cumprimento dos requisitos conhecidos como critérios de 
Copenhague, que consistem em requisitos políticos, econômicos e de 
aplicação da legislação europeia. 
 
2.2- Estrutura Institucional da União Européia: 
Conforme já dissemos anteriormente, a União Européia possui uma 
estrutura formada por instituições supranacionais, as quais têm competência 
para adotar decisões vinculantes e obrigatórias para todos os Estados-
membros. Destaque-se, todavia, que nem todas as instituições da U.E 
possuem caráter supranacional. 
Vejamos a seguir as principais competências de cada instituição da 
União Européia: 
1)- Parlamento Europeu: 
O Parlamento Europeu é o órgão representativo das populações dos 
Estados-membros, sendo eleito diretamente pelos cidadãos da União Européia 
para representar os seus interesses. O número de representantes de cada país 
no Parlamento Europeu é proporcional à sua população. 
As principais funções do Parlamento Europeu são as seguintes: 
 
13 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. Salvador: 
Editora Juspodium, 2009. 
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- Adotar os atos legislativos europeus: o processo legislativo na 
União Européia é baseado no modelo de co-decisão, segundo o qual o 
Parlamento Europeu exerce em conjunto com o Conselho da União Européia o 
poder legislativo. Com efeito, as duas instituições compartilham o poder 
legislativo na União Europeia, o que é decorrência da dupla legitimidade da 
União (legitimidade intergovernamental e legitimidade democrática). 
Há algumas matérias cuja competência para legislar recai apenas 
sobre o Conselho da União Européia – agricultura, política econômica e política 
em matéria de vistos e de imigração. Mesmo nessas horas, no entanto, há a 
participação do Parlamento, que deverá ser consultado. 
- Exercer o controle democrático: como órgão de representação 
popular da União Européia, o Parlamento Europeu exerce um controle 
democrático de outras instituições européias. 
- Elaboração e fiscalização orçamentária: o Parlamento Europeu 
decide, conjuntamente com o Conselho, o orçamento da União Européia. 
2)- Conselho Europeu: 
O Conselho Europeu é composto pelos Chefes de Estado ou de 
Governo dos Estados-membros da EU, assim como pelo seu Presidente e o 
Presidente da Comissão Européia. Também participa em seus trabalhos o Alto 
Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança. 
Precisamos ter bastante cuidado para não confundir o Conselho 
Europeu com o Conselho da União Européia. O Conselho Europeu não possui 
função legislativa, sendo responsável por dar à União os impulsos necessários 
ao seu desenvolvimento e definir orientações e prioridades políticas gerais para 
a EU. 
3)- Conselho da União Européia: 
O Conselho da União Européia é a instituição representativa dos 
interesses nacionais dos Estados-membros da União Européia. Participam das 
reuniões do Conselho um ministro de cada Estado-membro, que varia 
conforme o assunto a ser tratado. Se, por exemplo, o assunto da reunião é 
Educação e Cultura, participarão da reunião os ministros da Educação de cada 
Estado-membro. 
Temos que ter um cuidado muito especial em diferenciar o 
Conselho da União Europeia do Conselho da Europa. O Conselho da União 
Europeia (ou simplesmente Conselho) é instituição da UE, enquanto o 
Conselho da Europa é organização intergovernamental que se ocupa de 
questões relacionadas à proteção dos direitos humanos. Bastante atenção!! 
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O Conselho da União Européia tem as seguintes funções: 
- Adotar os atos legislativos europeus: o Conselho exerce o poder 
legislativo em conjunto com o Parlamento Europeu – co-decisão. Interessante 
notar que as propostas legislativas, como regra geral, são feitas pela Comissão 
Européia,que as encaminha ao Conselho. 
- Coordenar as políticas econômicas dos Estados-membros 
- Celebrar acordos internacionais entre a União Européia e 
outros países e organizações internacionais. 
- Aprovar, em conjunto com o Parlamento Europeu, o 
orçamento da União Européia. 
- Desenvolver a Política Externa e de Segurança Comum da 
União Européia 
- Coordenar a cooperação entre os tribunais e as forças 
policiais nacionais dos Estados-membros em matéria penal. 
O processo decisório no âmbito do Conselho da União Européia é 
baseado em votação, havendo alguns assuntos que exigem um quórum 
qualificado. Quando se fala de assuntos sensíveis, como, por exemplo, política 
externa e segurança comum, as decisões são adotadas por unanimidade. 
4)- Comissão Européia: 
A Comissão Européia é independente dos governos nacionais, 
consistindo no órgão executivo da União Européia. Dessa forma, é a Comissão 
Européia, conhecida até o Tratado de Lisboa por Comissão das Comunidades, 
que coloca em prática as decisões adotadas pelo Conselho da União Européia e 
pelo Parlamento Europeu. 
As principais funções da Comissão Européia são as seguintes: 
- Apresentar propostas legislativas ao Parlamento e ao 
Conselho: A Comissão Européia possui o que se chama direito de iniciativa, 
ou seja, somente esta pode apresentar propostas legislativas ao Parlamento e 
ao Conselho. 
- Gerir e executar as políticas e o orçamento da União 
Européia: estas são atribuições eminentemente executivas realizadas pela 
Comissão. Para visualizarmos bem basta pensar o seguinte: enquanto o 
Conselho e o Parlamento definem as diretrizes, por exemplo, da Política 
Agrícola Comum, quem a efetivamente implementa é a Comissão Européia. 
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- Garantir a aplicação do direito comunitário: essa função é 
exercida em conjunto com o Tribunal de Justiça da Comunidade Européia. 
- Negociar acordos entre a União Européia e terceiros países: 
enquanto o Conselho da União Européia possui competência para celebrar 
acordos internacionais em nome da U.E, a Comissão é quem efetivamente 
negocia esses acordos. Dessa forma, podemos dizer que a Comissão 
Européia é quem representa a U.E a nível internacional. 
5)- Banco Central Europeu: 
O Banco Central Europeu é o responsável pela definição e execução 
da política monetária da U.E, mais especificamente da chamada “zona do 
euro”. Ele faz parte de um conjunto institucional denominado Sistema 
Europeu de Bancos Centrais (SEBC), do qual fazem parte os Bancos 
Centrais de todos os Estados-membros da U.E, inclusive daqueles que não 
adotaram o euro como moeda única. O objetivo central do Sistema Europeu de 
Bancos Centrais é a manutenção da estabilidade dos preços na União Europeia, 
o que demonstra a opção por uma política econômica ortodoxa de controle da 
inflação. 
Atualmente, somente 17 países dos 27 membros da União Européia 
utilizam o euro. Dentre os países que não utilizam a moeda única européia, 
destacamos a Inglaterra, que mantém a soberania na condução de sua política 
monetária. 
A adoção do euro como moeda oficial por parte de um membro da 
União Européia exige, em conformidade com o Tratado de Maastricht, certo 
grau de amadurecimento econômico. Assim, é necessário que haja uma 
estabilidade de preços – baixo índice de inflação -, sustentabilidade das 
finanças públicas – inexistência de déficits fiscais excessivos -, flutuações 
da taxa de câmbio dentro de margens normais e baixas taxas de juros 
de longo prazo. 
“Tudo bem, Ricardo, eu entendi! Mas que índices são tomados como 
base de comparação?” 
Excelente pergunta, meu amigo! Os índices de inflação, as taxas de 
câmbio as taxas de juros e os déficits fiscais são medidos em função dos 
melhores resultados alcançados pelos países envolvidos no processo 
de unificação monetária. 
6)- Tribunal de Justiça da Comunidade Européia: 
O Tribunal de Justiça é composto por 27 juízes, sendo um 
representante de cada Estado-membro da União Européia, o que garante que 
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todos os sistemas jurídicos comunitários estejam representados perante este 
órgão. 
A principal função do Tribunal de Justiça é garantir a aplicação da 
justiça em conjunto com a Comissão Europeia, sendo responsável ainda por 
uniformizar a interpretação da ordem jurídica comunitária. 
Se um ato da Comissão Européia, do Conselho ou ainda de um 
governo nacional for incompatível com um Tratado firmado no âmbito da U.E, 
o Tribunal de Justiça poderá anulá-lo mediante petição de outro órgão 
comunitário, de um Estado-membro ou mesmo de um particular. 
É possível também que, a pedido de um tribunal ou juiz nacional, o 
Tribunal de Justiça se pronuncie sobre a interpretação ou validade do direito 
comunitário. 
Destacamos que é possível que um indivíduo recorra ao Tribunal de 
Justiça por intermédio de juízes nacionais que solicitam a manifestação do 
referido tribunal. 
7)- Tribunal de Contas Europeu: 
O Tribunal de Contas Europeu é o órgão responsável pela fiscalização 
e controle do orçamento da União Europeia. Ele verifica se os fundos da U.E 
estão sendo utilizados em conformidade com a legislação e ainda se estes 
atendem à economicidade – é o papel típico de um Tribunal de Contas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTITUIÇÕES DA UNIÃO 
EUROPEIA 
- Parlamento Europeu 
- Conselho Europeu 
- Conselho da União Europeia 
- Comissão Europeia 
- Tribunal de Justiça da União 
Europeia 
- Banco Central Europeu 
- Tribunal de Contas Europeu 
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2.3- Princípios da União Europeia: 
Segundo Mota Campos, a União Europeia se baseia em dois grandes 
“eixos de reflexão”: o princípio democrático e os princípios da ordem 
jurídico-econômica.14 
No que diz respeito ao princípio democrático, o art. 8º-A, parágrafo 
1º, do Tratado da União Europeia (TUE), dispõe que a U.E se baseia na 
democracia representativa. Nesse sentido, os cidadãos estão diretamente 
representados no Parlamento Europeu. Ao mesmo tempo, os Estados-membros 
estão representados no Conselho Europeu e no Conselho da União Europeia. A 
União Europeia possui, portanto, uma dupla legitimidade, podendo ser 
considerada uma organização de integração entre povos e Estados. De 
um lado, há a legitimidade internacional ou intergovernamental; de outro, a 
legitimidade democrática. 
No que diz respeito à ordem jurídico-econômica, pode-se destacar o 
princípio da liberdade econômica e o princípio da subsidiariedade. 
O princípio da liberdade econômica se materializa nas “quatro 
liberdades” fundamentais do mercado: livre circulação de mercadorias, 
serviços, pessoas e capitais. Desse princípio, decorre a não-discriminação em 
função da nacionalidade, expressa no art.45 do Tratado sobre o 
Funcionamento da União Europeia (TFUE). Segundo esse dispositivo, 
assegurada a livre circulação dos trabalhadores no âmbito do bloco, o 
que implica a abolição de quaisquer formas de discriminação em razão da 
nacionalidade entre os trabalhadores dos Estados-membros, no que diz 
respeito ao emprego, à remuneração e demais condições de trabalho. Por 
razões de mercado de trabalho, admite-se que os Estados-membros da EU 
deem preferência aoscidadãos europeus em relação aos nacionais de terceiros 
Estados. 
O princípio da subsidiariedade, por sua vez, rege o exercício das 
competências compartilhadas entre os Estados membros e a União Europeia. 
Em razão desse princípio, quando houver competências compartilhadas entre 
os Estados-membros e a União, esta somente irá agir em caráter excepcional, 
em virtude da dimensão supranacional do problema ou quando sua ação for 
mais eficaz. 15 O princípio da subsidiariedade visa a tornar o processo de 
tomada de decisões o mais próximo possível dos cidadãos europeus. 
Cabe destacar também que, em 1992, por meio do Tratado de 
Maastricht, foi criada a cidadania europeia. Nesse sentido, o referido tratado 
estabeleceu que qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de um Estado-
 
14. CAMPOS, João Mota de. Direito Comunitário. 8ª ed, I Vol. Lisboa: 1997. Ed. Fundação 
Calouste Gulbenkian. 
15 MARTIN, Araceli Mangas & NOGUERAS. Instituciones y Derecho de la Unión Europea. 
Madrid: 2010, Ed. Tecnos. 
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membro será também cidadão europeu. Tal dispositivo, para além de 
consagrar a cidadania europeia, vedou a discriminação entre cidadãos 
europeus. 
 
2.4- Ordenamento jurídico comunitário: 
Os objetivos integracionistas da União Europeia tiveram como uma de 
suas principais conseqüências a criação de um ordenamento jurídico com 
maior extensão e alcance do que as regulamentações das organizações 
internacionais. 
Como principal característica do ordenamento jurídico europeu 
destacamos a supranacionalidade. A supranacionalidade implica na vinculação 
de todas as instituições comunitárias, todos os Estados-membros, pessoas 
físicas e pessoas jurídicas a uma ordem única. Em outras palavras, no âmbito 
da União Européia, o direito comunitário prevalece sobre os 
ordenamentos internos de cada Estado-membro. 
O conceito de supranacionalidade está intimamente ligado ao 
conceito de soberania relativa, já que para que existam órgãos supranacionais 
é fundamental que cada país outorgue uma parcela de sua soberania. A 
supranacionalidade levou os juristas a cunharem o termo “direito 
comunitário” para se referirem à ordem jurídica da União Europeia, a qual é 
autônoma e independente tanto em relação ao direito internacional 
público quanto em relação ao direito interno de cada Estado-membro.16 
Baseando-se nessa idéia, podemos dizer que há prevalência das 
normas e políticas comunitárias sobre as normas e políticas de cada Estado-
membro e, ainda, que as decisões no âmbito da União Européia são adotadas, 
nas palavras de Accioly, de cima para baixo.17 Ou seja, os órgãos 
supranacionais tomam decisões que passam a vincular os Estados-membros. 
Podemos dizer que o ordenamento jurídico da União Européia é 
composto pelo direito originário, pelo direito derivado, pela 
jurisprudência e pelos princípios gerais de direito. O direito originário 
consiste basicamente nos Tratados europeus, enquanto o direito secundário é 
representado pelo conjunto de atos jurídicos adotados pelos órgãos da União 
Européia. A jurisprudência, por sua vez, consiste no conjunto de decisões do 
Tribunal de Justiça da União Europeia. 
 
16 OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: 
Campus, 2008. 
17 ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de 
Direito Internacional Público, 17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009 
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Importante notar que antes da entrada em vigor de uma fonte 
primária – um tratado – esta deverá ser ratificada pelos Estados, o que só 
ocorrerá após uma análise prévia da constitucionalidade destas face aos 
ordenamentos jurídicos nacionais. Assim, antes do Tratado de Maastricht 
entrar em vigor, ele teve que ser ratificado por cada um dos Estados-
membros, os quais o examinaram à luz de suas legislações nacionais. 
Ao contrário, as normas secundárias, emitidas pelos órgãos 
supranacionais da União Européia, não necessitam passar por um 
processo de incorporação ao ordenamento jurídico interno de cada 
país-membro. Elas têm efeito vinculante em relação a todos os Estados-
membros desde o momento em que adotadas. 
 
2.5- Integração regional e Tratado de Lisboa: 
Quando a União Européia foi efetivamente criada pelo Tratado de 
Maastricht em 1992, ela era integrada por apenas 12 membros. Hoje são 27 
membros, o que reclama um aperfeiçoamento da estrutura dessa 
instituição. Dessa forma, o Tratado de Lisboa foi assinado em dezembro de 
2007 pelos 27 Estados-membros da União Européia com vistas a dotar a União 
Europeia de uma estrutura institucional e jurídica que lhe permita fazer 
frente aos desafios atuais. O Tratado de Lisboa entrou em vigor em 1º 
de dezembro de 2009, alterando o Tratado de Maastricht (1992) e o Tratado 
de Roma (1957) que instituiu a Comunidade Econômica Europeia.18 
Dentre as principais mudanças introduzidas pelo Tratado de Lisboa 
podemos citar: 
- Elevação do Conselho Europeu à condição de instituição da União 
Europeia. 
- Melhoria do processo de tomada de decisão no âmbito da União 
Européia. 
- Reforça a democracia através da atribuição de um papel mais 
importante ao Parlamento Europeu (maior número de matérias passaram a 
estar sujeitas ao processo de co-decisão) e aos parlamentos nacionais. 
- Criação da figura do Presidente do Conselho Europeu, eleito por um 
período de dois anos e meio, renovável uma vez; 
 
18 O Tratado que instituiu a Comunidade Econômica Europeia (CEE) passou a chamar-
se Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE). 
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- Criação do cargo de Alto Representante da União para Relações 
Exteriores e a Política de Segurança, que será simultaneamente vice-
presidente da Comissão Européia. 
- Possibilidade de que um grupo de 1 milhão de cidadãos da União 
Européia, de um número significativo de Estados dirija-se diretamente à 
Comissão Européia para solicitar a apresentação de uma proposta legislativa 
(iniciativa popular). 
- Possibilidade de que os Estados abandonem a União. 
- O Tratado de Lisboa previu a cláusula de solidariedade, que dispõe 
que a União Europeia e os Estados-membros atuarão em conjunto, num 
espírito de solidariedade, se um Estado-membro for alvo de um ataque 
terrorista ou vítima de catástrofe natural ou de origem humana. 
- O Tratado de Lisboa deixa explícito que a União Europeia reconhece 
os direitos, as liberdades e os princípios enunciados na Carta dos Direitos 
Fundamentais da União Europeia. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
20- (ACE-2008)- A União Europeia constitui uma união aduaneira 
porque, nela, os países-membros, além de não imporem restrições 
comerciais entre si, partilham uma moeda comum e adotam políticas 
fiscais e monetárias unificadas. 
Comentários: 
Dois erros na questão: 
1)- A União Europeia é uma união econômica e monetária (e não uma 
união aduaneira!) 
2)- Na União Europeia, não há unificação da política fiscal. O Banco 
Central Europeu apenas conduz, de forma unificada, a políticamonetária e 
cambial da U.E. 
21- (Consultor Legislativo – Câmara dos Deputados / 2002)- A União 
Europeia iniciou seu processo de formação de bloco econômico em 
1957, com a assinatura do Tratado de Roma, entre França, Alemanha, 
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Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que criou a Comunidade 
Econômica Europeia. O Tratado de Maastricht trouxe a perspectiva de 
união política, monetária e econômica para o mercado europeu. 
Comentários: 
Em 1992, foi assinado o Tratado de Maastricht que, aprofundando 
ainda mais a integração no continente europeu, trouxe a perspectiva da 
criação de uma união econômica e monetária, agora já sob a denominação 
de União Europeia. Ao contrário do que diz a questão, o Tratado de Maastricht 
não estabeleceu uma união política no continente europeu, mas tão somente 
uma união econômica e monetária. Questão errada. 
22- (Juiz do Trabalho – TRT 5ª Região / 2006)- O princípio da livre 
circulação de trabalhadores baseia-se na vedação a discriminações aos 
profissionais oriundos dos Estados que integram os países 
comunitários, bem como na preferência, no acesso ao emprego, de 
trabalhadores da área comunitária em relação a terceiros Estados. 
Comentários: 
É assegurada a livre circulação dos trabalhadores no âmbito da 
União, o que implica a abolição de quaisquer formas de discriminação em 
razão da nacionalidade entre os trabalhadores dos Estados-membros. Também 
se admite que os Estados-membros da EU deem preferência aos cidadãos 
europeus em relação aos nacionais de terceiros Estados. Questão correta. 
23- (Juiz do Trabalho – TRT 1ª Região / 2010)- A participação na zona 
do euro conforma obrigação comunitária irrenunciável, à exceção dos 
recém-admitidos países do leste europeu, que deverão passar por 
período de convergência macroeconômica. 
Comentários: 
Nem todos os Estados-membros da U.E integram a “zona do euro”, 
uma vez que adoção do euro requer o cumprimento de diversos critérios 
macroeconômicos. Questão errada. 
24- (Procurador BACEN / 2009)- O objetivo primordial do Sistema 
Europeu de Bancos Centrais, nos termos do Tratado de Maastricht, é a 
manutenção da estabilidade de preços na União Europeia. 
Comentários: 
Segundo o art. 127 do Tratado sobre o Funcionamento da União 
Europeia (TFUE), o objetivo central do Sistema Europeu de Bancos Centrais é a 
manutenção da estabilidade de preços na União. Questão correta. 
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25- (ACE – 2002 – adaptada)- São critérios para a convergência em 
matéria de políticas econômicas e monetárias, no âmbito da União 
Europeia os índices de inflação, as taxas de câmbio, as taxas de juros e 
os índices de desemprego, todos medidos em função dos melhores 
resultados alcançados pelos países envolvidos no processo de 
unificação monetária. 
Comentários: 
Para adotar o euro, é necessário que os países possuam índices 
econômicos mínimos. Nesse sentido, os países que adotam o euro devem 
ter controle da inflação, finanças públicas equilibradas, taxas de juros 
reduzidas e taxas cambiais estáveis. Todos esses índices econômicos são 
medidos tomando-se como padrão os melhores resultados alcançados pelos 
países da “zona do euro”. 
Analisando-se a questão, verifica-se que ela está errada, uma vez 
que os índices de desemprego não são critérios para a adoção do euro por um 
membro da União Europeia. 
26- (Juiz do Trabalho – TRT 5ª Região / 2006)- A Comunidade 
Econômica Europeia assegura a livre circulação de mercadorias, 
serviços e capitais, mas não a de pessoas. 
Comentários: 
A União Europeia se baseia nas chamadas “quatro liberdades”: livre 
circulação de bens, serviços, pessoas e capitais. A questão está, portanto, 
errada. 
27- (AFRF 2002.1)- A recente introdução do Euro como moeda comum 
entre doze dos quinze países membros da União Europeia representou 
importante avanço em direção à formação de um(a) mercado comum. 
Comentários: 
A União Europeia possui 27 membros, dentre os quais 17 utilizam o 
euro. A adoção do euro representou a consolidação de uma união econômica e 
monetária (e não um passo rumo ao mercado comum!). Questão errada. 
28- (Juiz do Trabalho – TRT 5ª Região / 2006)- São órgãos da União 
Europeia o Parlamento Europeu, o Conselho da Europa, a Comissão, o 
Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas. 
Comentários: 
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Segundo o art. 13 do TUE, são instituições da União Europeia as 
seguintes: i) Parlamento Europeu; ii) Conselho Europeu; iii) Conselho; 
iv) Comissão Europeia; v) Tribunal de Justiça da EU; vi) Banco Central 
Europeu e; vii) Tribunal de Contas. O Conselho da Europa não é instituição 
da União Europeia, mas sim organização intergovernamental que se ocupa de 
questões relacionadas à proteção dos direitos humanos. Embora a questão 
esteja errada, o CESPE a considerou correta (apesar de o erro seja notório!) 
29- (Advogado BRB / 2009)- O êxito da U.E deve-se ao consenso 
obtido pelos integrantes do bloco em agir de modo uniforme e 
unânime em áreas vitais como política externa, legislação sobre 
imigração e fixação de tributos diversos. 
Comentários: 
A política de imigração e a política tributária são mantidas sob a 
competência dos Estados-membros da União Europeia, não tendo sido 
transferidas a um poder central. Questão errada. 
30- (Juiz do Trabalho - TRT 1ª Região / 2010)- Na União Europeia, o 
Tratado de Lisboa incorporou formalmente a cláusula da solidariedade, 
definindo como ela se expressa na vida comunitária. 
Comentários: 
De fato, o Tratado de Lisboa incorporou formalmente a cláusula de 
solidariedade, que prevê a atuação conjunta dos Estados-membros e da União 
diante de um ataque terrorista ou de catástrofe natural ou humana. Questão 
correta. 
31- (AFTN-1996 - adaptada)- Em fins dos anos 50, disseminou-se, no 
mundo, a ideia de promover o crescimento econômico por meio da 
integração econômica regional. Um marco deste fenômeno foi a 
assinatura do Tratado de Roma, em 1957. Neste tratado, foram 
estabelecidas as bases contratuais para a organização que, no futuro, 
viria a se transformar na União Europeia. A organização estruturada 
pelo Tratado de Roma foi a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço 
(CECA). 
Comentários: 
Em 1957, foram assinados dois Tratados de Roma. Um deles instituiu 
a Comissão Europeia (CE); o outro, a Comunidade Europeia da Energia Atômica 
(EURATOM). A CECA já existia desde 1951. Questão errada. 
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32- (Questão Inédita)- O Tratado de Lisboa tem como objetivo dotar a 
União Europeia de uma estrutura institucional e jurídica que lhe 
permita fazer frente aos desafios contemporâneos. 
Comentários: 
De fato, o Tratado de Lisboa teve como objetivo reformar a estrutura 
institucional e jurídica da União Europeia, alterando o Tratado da União 
Europeia e o Tratado que instituiu a Comunidade Econômica Europeia. Questão 
correta. 
33- (Questão Inédita)- A Comissão Europeia, na condição de órgão 
executivo da União Europeia, tem competência para celebrar, em

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