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Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 84 AULA 05: INTEGRAÇÃO REGIONAL II SUMÁRIO PÁGINA 1-Histórico da Integração Regional no MERCOSUL 3- 10 2- Objetivos Integracionistas do MERCOSUL 10 – 21 3- Estrutura Institucional do MERCOSUL 22- 42 4- Resultados do MERCOSUL 42 – 63 5- Regime de Origem 63 – 69 6- Lista de Questões e Gabarito 70 - 84 Olá, amigos tudo bem? Como vão os estudos? É sempre uma grande satisfação estar aqui com vocês! Na aula anterior, nós falamos sobre a teoria da integração regional e demos início ao estudo sobre os principais blocos regionais. Falamos da União Europeia (experiência integracionista mais avançada!), do NAFTA, da ALADI e da Comunidade Andina de Nações (CAN). Na aula de hoje, dando continuidade ao estudo da integração regional, falaremos sobre o MERCOSUL. Reservamos uma aula inteira para o estudo desse bloco regional porque esse é um dos assuntos mais cobrados em concursos (no ranking de assuntos mais cobrados, ele só perde para a OMC!). Quero destacar apenas dois detalhes: 1) A valoração aduaneira no MERCOSUL é assunto que explicamos na aula sobre “Valoração Aduaneira”. 2) O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL é assunto que, no edital, está sendo cobrado em DIP. Portanto, não consta do conteúdo dessa aula. De qualquer forma, há muita coisa para falarmos sobre o MERCOSUL: objetivos, atual estágio de integração, estrutura institucional, regras de origem, exceções à Tarifa Externa Comum... É realmente bastante extenso nosso assunto! Mas não se preocupem! Tenho certeza de que, ao final da aula, vocês serão quase especialistas em MERCOSUL, ok? Todos preparados? Então vamos nessa... Uma boa aula a todos! Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 84 Um abraço, Ricardo Vale ricardovale@estrategiaconcursos.com.br http://twitter.com/#!/RicardoVale01 http://www.facebook.com/rvale01 “O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 84 1-HISTÓRICO DA INTEGRAÇÃO REGIONAL NO MERCOSUL: Na década de 70, o Brasil atravessou um período conhecido por “milagre econômico”, em que houve crescimento econômico acelerado e ampla industrialização. Por sua vez, a Argentina experimentou um declínio de seu modelo agroexportador, o qual reduziu sua importância e alcance internacional. Com o surto de crescimento econômico obtido pelo Brasil, surgiram novos interesses em relação aos países vizinhos, notadamente a busca de novas fontes de energia e aproveitamento da rede hidrográfica de forma conjunta, iniciativas que poderiam sustentar o desenvolvimento do país. A maior penetração brasileira nos países vizinhos e o “milagre econômico”, aliados a visões geopolíticas dos militares brasileiros e argentinos (que estavam no poder à época), suscitaram desconfianças da Argentina em relação à política externa brasileira. As desconfianças argentinas se materializaram na oposição à construção da usina hidrelétrica de Itaipu, o que criou um conflito de alcance internacional, deixando em clima de tensão as relações bilaterais entre os países durante uma década. A superação do conflito ocorreu com a celebração, em 1979, do acordo Itaipu-Corpus. A partir daí, ocorreu uma reaproximação entre Argentina e Brasil, possibilitando mais tarde a integração econômica entre os dois países e, futuramente, a constituição do MERCOSUL. As origens do MERCOSUL remontam, portanto, à década de 80, quando houve um relativo incremento da cooperação bilateral entre Brasil e Argentina. Anteriormente, os dois países possuíam uma relação bilateral de natureza conflitiva, marcada por uma disputa pela hegemonia regional. A existência de regimes ditatoriais acentuava ainda mais a rivalidade e, ao mesmo tempo, contribuía para a ideia de que havia um risco de conflito entre eles.1 Percebeu-se, todavia, que a integração seria benéfica aos dois países, permitindo-lhes obter maior desenvolvimento e crescimento econômico. Isso nos permite afirmar que, ao contrário da União Europeia, o que motivou a aproximação bilateral entre Brasil e Argentina foi fundamentalmente o aspecto econômico-comercial. Entretanto, houve também aspectos políticos que aproximaram os dois países. Na década de 80, Argentina e Brasil possuíam algumas semelhanças políticas e econômicas que os aproximava. Ambos haviam mudado o regime político, instaurando a democracia após o fim do regime militar, o que os levava a sentir a necessidade de consolidar o processo democrático. Ao mesmo tempo, percebiam a importância de criar alianças para fortalecer-se nas relações econômicas internacionais, o que seria particularmente importante em virtude das negociações comerciais da Rodada 1 OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: Campus, 2008, pp.461-463 Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 84 Uruguai, iniciada em 1986. Os problemas econômicos que Brasil e Argentina atravessavam também eram bastante parecidos. A dívida externa dos dois países era bastante elevada e ambos os governos adotavam medidas para controlar a alta inflação. Em 1985, Brasil e Argentina assinaram a Declaração de Iguaçu, que estabeleceu as bases da cooperação bilateral econômica entre os dois países. No ano seguinte, em 1986, foi assinado entre os ex-presidentes José Sarney e Raúl Alfonsin o Tratado de Cooperação Econômica, por meio do qual foi estabelecido o PICE (Programa de Integração e Cooperação Econômica), que visava a incrementar a cooperação econômica entre os dois países. Em 1988, foi assinado, também por esses dois países, o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, que tinha como objetivo estabelecer as bases para uma área de livre comércio entre Brasil e Argentina. A adesão do Uruguai ao projeto de integração sul-americano foi realizada de forma lenta, uma vez que esse país tinha preferência por manter seus acordos bilaterais, temendo que a integração pudesse comprometer sua incipiente indústria. O Paraguai, por sua vez, só foi incorporado ao processo de integração após a deposição do ditador Alfredo Stroessner em 1989, representante do último regime ditatorial da região. 2 Lançadas as bases do MERCOSUL, este bloco regional foi constituído por meio do Tratado de Assunção, assinado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A celebração do Tratado de Assunção foi motivada nitidamente por aspectos econômico-comerciais, já que os 4 (quatro) países perceberam que teriam muito maior poder negociador caso atuassem em conjunto. Com efeito, as origens do MERCOSUL remontam a um contexto global em que se vivia ampla abertura comercial, seja em âmbito multilateral ou regional. Em nível multilateral, desenvolvia-se a mais complexa e ambiciosa de todas as negociações comerciais: a Rodada Uruguai. Já em nível regional, os países latino-americanos, seguindo a ideologia liberal do Consenso de Washington, promoviam a abertura comercial. Vocês se lembram de quando estudamos sobre a ALADI na aula anterior? No âmbitodessa organização internacional, podem ser celebrados acordos de alcance regional (entre todos os membros) e acordos de alcance parcial (limitado a apenas alguns membros). Pois bem, o MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado sob a égide da ALADI, denominado mais especificamente de Acordo de Complementação Econômica (ACE) nº 18. 2 OCAMPO, Raúl Granillo. Direito Internacional Público da Integração. Rio de Janeiro: Campus, 2008, pp.461-463 Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 84 Em 2006, foi assinado o Protocolo de Adesão da Venezuela ao MERCOSUL, tendo como objetivo que esse país se torne um membro efetivo do bloco regional. No entanto, para que ele possa entrar em vigor e a Venezuela efetivamente se incorporar ao MERCOSUL, é necessário que todos os membros do bloco ratifiquem esse protocolo. Brasil, Argentina e Uruguai já o fizeram, faltando apenas a ratificação do Paraguai, onde não há ambiente político para isso na atualidade. Atualmente, temos as seguintes categorias de membros no MERCOSUL: a) membros efetivos: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai b) membros associados: Chile, Bolívia, Equador, Peru e Colômbia c) membro em adesão: Venezuela (que também pode ser considerada membro associado) Os membros associados do MERCOSUL participam das reuniões desse bloco regional, mas não possuem direito de voto. Esses países já possuem acordos comerciais com o MERCOSUL (e.g, MERCOSUL-CAN, MERCOSUL- Chile), o que demonstra a intenção de ainda maior aproximação comercial no futuro. Cabe destacar que os membros associados do MERCOSUL não utilizam a Tarifa Externa Comum (TEC), tampouco se vinculam às normas emanadas dos órgãos decisórios do bloco. O Tratado de Assunção prevê a possibilidade de adesão ao MERCOSUL de qualquer Estado integrante da Associação Latino- Americana de Integração (ALADI). A aprovação da adesão de um Estado deverá ser objeto de deliberação unânime dos Estados-partes do MERCOSUL. Também é possível que um Estado queira denunciar o Tratado de Assunção, ou seja, desvincular-se do MERCOSUL. Quando um Estado tiver essa intenção, ele deverá comunicá-la aos demais Estados-partes, de maneira expressa e formal, entregando o documento de denúncia ao Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, que o distribuirá aos demais membros do MERCOSUL. Uma vez formalizada a denúncia, o Estado denunciante não estará mais vinculado aos direitos e obrigações que lhe correspondam na condição de Estado-parte, salvo em relação ao Programa de Liberalização Comercial e outros aspectos negociados, os quais irão vigorar por 2 (dois) anos contados da data da denúncia. Dessa forma, mesmo saindo do MERCOSUL, o Estado ainda irá participar, por mais 2 (dois) anos, da livre circulação de mercadorias intrabloco. O MERCOSUL possui acordos comerciais celebrados com diversos países, dentre os quais citamos MERCOSUL-Índia, MERCOSUL- SACU (União Aduaneira Sul-Africana), MERCOSUL-Israel, MERCOSUL- Chile e Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 84 MERCOSUL-México. Nos próximos anos, vislumbra-se o MERCOSUL celebre um acordo preferencial com a União Europeia. Cabe destacar, quanto a esse ponto, que, nas negociações comerciais internacionais, o MERCOSUL atua sempre em bloco. Assim, não há acordo comercial celebrado exclusivamente pelo Brasil ou exclusivamente pela Argentina. Ao contrário, somente há acordos celebrados pelo MERCOSUL como um todo. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 1-(INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Criado por meio do Tratado de Assunção, o MERCOSUL teve, no momento de seu surgimento, finalidade nitidamente política, relacionada tanto à necessidade de consolidar o processo de convergência política existente entre o Brasil e a Argentina quanto à necessidade de superar o clima de enfrentamento que caracterizou historicamente as relações entre os dois vizinhos. Comentários: De fato, houve alguns aspectos políticos que levaram à aproximação bilateral entre Brasil e Argentina. No entanto, a integração regional entre os membros do MERCOSUL teve finalidade nitidamente econômico-comercial. Os quatro países (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) perceberam que, juntos, teriam muito maior poder nas negociações comerciais internacionais. Questão errada. 2- (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- São membros plenos do MERCOSUL o Brasil, o Paraguai, a Argentina, o Uruguai e a Venezuela. Comentários: A Venezuela não é membro pleno do MERCOSUL, uma vez que seu processo de adesão ainda não foi concluído. Para isso, falta que o Paraguai aprove e internalize em seu ordenamento jurídico interno o “Protocolo de Adesão da Venezuela ao MERCOSUL”. Questão errada. 3- (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Os Estados associados do MERCOSUL são Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador e Guiana. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 84 Comentários: Os membros associados do MERCOSUL são Chile, Bolívia, Equador, Peru e Colômbia. A Guiana não é membro associado do MERCOSUL. Questão errada. 4- (AFRFB – 2009)- O MERCOSUL foi constituído sob a égide da Associação Latino-Americana de Integração por meio de acordo de complementação econômica firmado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Comentários: O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI. Trata-se de um acordo de complementação econômico (ACE nº 18) firmado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Questão correta. 5- (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- O processo de integração econômica sob a égide do MERCOSUL remonta à superação do contencioso Itaipu-Corpus entre Brasil e Argentina e aos instrumentos firmados por ambos os países. Comentários: De fato, a integração econômica na América do Sul tem suas origens na aproximação bilateral entre Brasil e Argentina no início da década de 80, o que só foi possível após a superação do contencioso que envolvia os dois países acerca da construção da hidrelétrica de Itaipu. Questão correta. 6- (ACE-1997 - adaptada)- O Tratado de Cooperação Econômica (1986) firmado pelos ex-presidentes José Sarney (Brasil) e Raul Alfonsin (Argentina) propunha criar uma área de livre comércio entre Brasil e Argentina. Comentários: Em 1986, os presidente Sarney e Alfonsín assinaram o Tratado de Cooperação Econômica, por meio do qual foi estabelecido o PICE, que tinha como objetivo aprofundar a integração econômica entre Brasil e Argentina. O objetivo de criar uma área de livre comércio somente foi estabelecido em 1988, pelo Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento. Questão errada. 7- (AFRFB – 2009)- Como os membros da ALADI estão formalmente proibidos de integrarem outros esquemas preferenciais, os países do MERCOSUL desligaram-se daquela associação quando firmaram o Tratado de Assunção que constituiu o MERCOSUL. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 84 Comentários: Os membros da ALADI não estão proibidos de integrarem outros esquemas preferenciais. Aocontrário, a ALADI permite que sejam celebrados, sob sua égide, acordos de alcance regional (que vinculam todos os seus membros) e acordos de alcance parcial (que vinculam somente alguns membros). O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI e seus membros (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) são também membros da ALADI. Questão errada. 8- (AFRFB – 2005)- Em 2004, o MERCOSUL concluiu acordos comerciais, por exemplo, com a Índia e com a SACU (União Aduaneira Sul-Africana, formada por África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia), e atualmente negocia acordos com outros países. Comentários: O MERCOSUL possui acordos comerciais com a Índia e com a União Aduaneira Sul-Africana (SACU). Atualmente, a maior expectativa é acerca das negociações comerciais com a União Europeia. Questão correta. 9- (AFTN-1996)- O MERCOSUL é um sistema de integração regional estabelecido inicialmente pela Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), em 1980. Com a redução do número de participantes desta associação, os remanescentes mudaram sua denominação para MERCOSUL, na reunião realizada em 1991 em Assunção, capital do Paraguai. Comentários: O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI. No entanto, ele foi uma iniciativa de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (e não estabelecido pela ALADI!). Outro erro da questão está em dizer que o número de integrantes da ALADI se reduziu e os remanescentes formaram o MERCOSUL. A ALADI é uma coisa e MERCOSUL é outra. A ALADI foi criada em 1980 pelo Tratado de Montevidéu; o MERCOSUL foi criado em 1991 pelo Tratado de Assunção. Questão errada. 10- (Questão Inédita)- MERCOSUL e União Europeia estabeleceram no ano de 2009 uma área de livre comércio de mercadorias. Comentários: Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 84 Ainda não foi estabelecida uma área de livre comércio entre MERCOSUL e União Europeia. No entanto, os dois blocos regionais já iniciaram as negociações de um acordo comercial. Questão errada. 11- (Questão Inédita)- O MERCOSUL possui acordos comerciais com países fora do continente americano, tais como Israel, Índia e a União Aduaneira Sul-Africana (SACU). Comentários: O MERCOSUL possui acordos comerciais com países dentro da ALADI e ainda com países de fora do continente americano, tais como Israel, Índia e SACU. Questão correta. 12- (Questão Inédita)- O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI. Comentários: O MERCOSUL, assim como a Comunidade Andina, é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI. Questão correta. 13- (IRB-2010-adaptada)- Após a aprovação, pelo Senado Federal, em dezembro de 2009, do protocolo de adesão da Venezuela ao MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte do Paraguai para que o processo de incorporação daquele país à União Aduaneira seja concluído. Comentários: Os quatro membros do MERCOSUL já assinaram o “Protocolo de Adesão da Venezuela”. No entanto, para que ele possa entrar em vigor e a Venezuela efetivamente se incorporar ao MERCOSUL, é necessário que todos os membros do bloco ratifiquem esse protocolo. Brasil, Argentina e Uruguai já o fizeram. Falta apenas a ratificação paraguaia. Questão correta. 14- (TRF-2005)- Na qualidade de membros associados do MERCOSUL, Chile e Bolívia também aplicam a Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco. Comentários: A Tarifa Externa Comum (TEC) somente é aplicada pelos membros efetivos do MERCOSUL: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Questão errada. 15- (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- Diante da especificidade de seus interesses comerciais e de seu maior grau de Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 84 desenvolvimento, relativamente aos demais sócios do MERCOSUL, o Brasil tem preferido negociar, isoladamente com a União Europeia, os temas mais sensíveis da agenda bilateral, juntamente com os temas relacionados ao acesso a mercados para produtos não agrícolas, à facilitação de comércio e à resolução de controvérsias comerciais. Comentários: O MERCOSUL somente pode negociar em conjunto, isto é, os membros do MERCOSUL não possuem autonomia para negociar acordos comerciais individualmente com outros países. Dessa forma, o Brasil não pode negociar um acordo com a União Europeia sem a participação dos demais membros do MERCOSUL. Questão errada. 2- OBJETIVOS INTEGRACIONISTAS DO MERCOSUL: O Tratado de Assunção estabelece, em seu art. 1º, que o objetivo do MERCOSUL é constituir, até 31 de dezembro de 1994, um mercado comum entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. E o que pressupõe um mercado comum? Conforme já estudamos, um mercado comum pressupõe: i) livre circulação de bens e serviços; ii) política comercial comum em relação a terceiros países e; iii) livre circulação dos fatores de produção. Pois bem, para que o MERCOSUL se torne um mercado comum ele deverá, portanto, promover tais avanços. Guarde bem isso! Em um mercado comum, assume-se a existência das “quatro liberdades” do mercado: livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais. Vamos ler juntos o art. 1º do Tratado de Assunção, que é, sem dúvida alguma, muito importante: Artigo 1º - Os Estados Partes decidem constituir um Mercado Comum, que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro de 1994, e que se denominará "Mercado Comum do Sul" (MERCOSUL). Este Mercado Comum implica: - A livre circulação de bens serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários restrições não tarifárias à circulação de mercado de qualquer outra medida de efeito equivalente; - O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais; - A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes - de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 84 monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se acordem -, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados Partes; e - O compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração. Agora vamos analisar esse artigo por etapas! A primeira implicação da constituição de um mercado comum é a livre circulação de mercadorias entre seus integrantes. Será que isso já existe no MERCOSUL? Pode-se considerar que há livre circulação de mercadorias em relação à parte substancial do comércio entre os membros do MERCOSUL. No entanto, ainda existem importantes exceções ao comércio intrabloco, como, por exemplo, automóveis e açúcar. Outro exemplo de restrição ao livre fluxo de mercadorias é a possibilidade de que os membros do MERCOSUL apliquem medidas antidumping e medidas compensatórias uns contra os outros. Além disso, no comércio entre Brasil e Argentina, é possível a aplicação de medidas de salvaguarda, ao amparo do Mecanismo deAdaptação Competitiva (MAC). A segunda implicação da constituição de um mercado comum é a livre circulação de serviços entre seus integrantes. Isso ainda não existe (e está longe de existir!) no âmbito do MERCOSUL. Todavia, os membros do MERCOSUL assinaram o Protocolo de Montevidéu (que ainda não está em vigor!), cujo objetivo é promover a livre circulação de serviços no interior do bloco. A terceira implicação de um mercado comum é a livre circulação dos fatores de produção (capital e mão-de-obra). Esse objetivo ainda não foi conquistado, uma vez que se faz necessário a harmonização das políticas trabalhista, previdenciária e de capitais. Cabe destacar, todavia, que no âmbito do MERCOSUL, já existem iniciativas nesse sentido, como a Declaração Sociolaboral do MERCOSUL, assinada em 1998 pelos quatro membros do bloco, que estabelece princípios em matéria trabalhista para o MERCOSUL. Também já foi assinado, no âmbito do bloco regional, o Acordo Multilateral de Seguridade Social do MERCOSUL. A quarta implicação de um mercado comum é o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), que é justamente o que materializa uma política comercial comum em relação a terceiros países (característica de uma união aduaneira!). No MERCOSUL, já existe uma Tarifa Externa Comum (TEC). No entanto, ainda existem diversas exceções à TEC, sobre as quais estudaremos mais à frente. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 84 A quinta implicação para a constituição de um mercado comum é a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-partes. O objetivo dessa coordenação de políticas é justamente promover condições adequadas de concorrência entre os membros do bloco regional. A sexta implicação é a harmonização das legislações nas áreas pertinentes. Considerando-se que o objetivo do MERCOSUL é tornar-se um mercado comum, haverá necessidade de harmonizar as políticas comerciais intrabloco e extrabloco e, ainda, as políticas trabalhista, previdenciária e de capitais. Ao contrário da União Europeia, o MERCOSUL não possui como objetivo estabelecer uma moeda comum, tampouco harmonizar políticas econômicas. Esquematizando: O MERCOSUL quer se tornar um mercado comum. Será que ele chega lá? Não sei! Talvez, quem sabe, um dia... O fato é que, embora o MERCOSUL deseje se tornar um mercado comum, ele é considerado, atualmente, apenas uma união aduaneira imperfeita. A imperfeição da união aduaneira reside no fato de que ainda existem, no âmbito do bloco, diversas exceções à Tarifa Externa Comum. Falaremos sobre isso mais à frente! O Tratado de Assunção, a fim de alcançar os objetivos a que se propõe estabeleceu os seguintes instrumentos de ação: OBJETIVOS DO MERCOSUL Objetivo Central: Constituição de um mercado comum até 31 de dezembro de 1994 - Livre circulação de mercadorias - Livre circulação de serviços - Livre circulação de fatores de produção - Estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) -Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais - Harmonização de legislações nas áreas pertinentes Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 84 - Programa de Liberalização Comercial: reduções tarifárias progressivas, acompanhadas da eliminação de barreiras não-tarifárias, até a completa liberalização (tarifa zero e fim das barreiras não-tarifárias). Destaque-se que a implementação de um programa de liberalização comercial depende do estabelecimento de regras de origem. Isso é essencial para o acordo regional, pois evita que produtos fabricados fora do bloco possam se beneficiar da eliminação de barreiras comerciais intrabloco. No MERCOSUL já existe um regime de origem, o qual, atualmente, está definido pela Decisão CMC nº 01/2004. - Coordenação de Políticas Macroeconômicas: a ser realizada de forma gradual. - Adoção de uma Tarifa Externa Comum: o objetivo é incentivar a competitividade externa dos membros do bloco. - Adoção de acordos setoriais: o objetivo é otimizar a utilização e mobilidade dos fatores de produção. Adicionalmente, o Tratado de Assunção estabeleceu: i) um sistema institucional provisório para o MERCOSUL e; ii) um sistema de solução de controvérsias provisório. Ambos foram desenvolvidos em momento futuro, conforme estudaremos mais à frente. É importante compararmos os objetivos e o atual estágio de integração do MERCOSUL e da ALADI: a) Objetivos: MERCOSUL e ALADI tem como objetivo estabelecer um mercado comum. b) Estágio de Integração: a ALADI é, atualmente, uma zona de preferências tarifárias; o MERCOSUL é uma união aduaneira imperfeita. Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 84 16- (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O objetivo primordial do Tratado de Assunção consiste na integração dos Estados-membros por meio dos seguintes processos: livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos; estabelecimento de tarifa externa comum (TEC); adoção de política comercial comum; coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; e harmonização de legislações nas áreas pertinentes. Comentários: O objetivo do MERCOSUL é estabelecer um mercado comum, o que implica: i) livre circulação de bens e serviços; ii) existência de política comercial comum em relação a terceiros países; iii) livre circulação dos fatores de produção; iv) coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais e; v) harmonização de legislações nas áreas pertinentes. Questão correta. 17- (Advogado da União / 2008) - O MERCOSUL garante, de forma semelhante à União Europeia, uma união econômica, monetária e política entre países. Comentários: O MERCOSUL tem como objetivo final estabelecer um mercado comum (e não uma união econômica e monetária!). Questão errada. 18- (Advogado da União / 2008) - A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados é um dos objetivos da criação do MERCOSUL. Comentários: O MERCOSUL, enquanto união aduaneira, adota uma política comercial comum em relação a terceiros Estados. Questão correta. 19- (AFRFB-2009)- O MERCOSUL e a ALADI são esquemas preferenciais complementares, na medida em que perseguem distintos níveis de integração econômica. Comentários: O MERCOSUL e a ALADI têm o mesmo objetivo: formar um mercado comum. Questão errada. 20- (AFRFB – 2009- adaptada)- Por possuírem objetivos, alcance e instrumentos distintos de integração, não há nenhuma relação funcional e jurídica entre o MERCOSUL e a ALADI. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 84 Comentários: Vamos examinar detalhadamente essa questão: 1)- ALADI e MERCOSUL têm objetivos de integração distintos? Não. Ambos desejam formar um mercado comum. 2)- ALADI e MERCOSUL têm alcance distinto? Sim. A ALADI engloba 12 países, representantes das três Américas. O MERCOSUL engloba, atualmente, apenas 4 países (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) 3)- ALADI e MERCOSUL possuem instrumentosdistintos de integração? Sim. Os acordos de alcance parcial existem apenas na ALADI. 4)- ALADI e MERCOSUL possuem relação funcional e jurídica? Sim. O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI. Por tudo o que comentamos, a questão está errada. Os objetivos da ALADI e do MERCOSUL são coincidentes e existe sim uma relação jurídica entre os dois blocos. 21- (AFRFB – 2009 - adaptada)- Embora sejam esquemas idênticos quanto aos propósitos e instrumentos que aplicam visando à integração econômica regional, inexistem vínculos funcionais ou jurídicos o MERCOSUL e a ALADI. Comentários: Vamos examinar essa questão por partes! 1)- O MERCOSUL e a ALADI são esquemas idênticos quanto aos propósitos? Sim. Ambos almejam instituir um mercado comum. 2)- O MERCOSUL e a ALADI são esquemas idênticos quanto aos instrumentos que utilizam visando à integração econômica? Não. A ALADI permite a existência de acordos de alcance parcial, que contam com a participação de apenas alguns de seus membros. 3)- Existem vínculos entre o MERCOSUL e a ALADI? Sim. O MERCOSUL é um acordo de alcance parcial celebrado no âmbito da ALADI, mais especificamente o ACE nº 18. Por tudo o que comentamos, a questão está errada. 22- (AFRF-2003)- O Tratado de Assunção, que criou o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 84 Uruguai, enuncia como principal objetivo o estabelecimento de uma união aduaneira a partir de janeiro de 1995. Comentários: O Tratado de Assunção deixa bem explícito que seu objetivo é a criação de um mercado comum até 31 de dezembro de 1994 entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Questão errada. 23- (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-partes – como as de comércio exterior, fiscal, monetária, cambial e alfandegária, entre outras –, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados-partes. Comentários: O art. 1º do Tratado de Assunção é muitíssimo importante para sua prova! Segundo esse dispositivo, o MERCOSUL tem como objetivo a formação de um mercado comum, sendo necessário para isso: i) livre circulação de bens e serviços; ii) estabelecimento de uma tarifa externa comum; iii) livre circulação dos fatores de produção; iv) coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais e; v) harmonização de legislações nas áreas pertinentes. Por tudo isso, a questão está correta. 24- (AFTN-1996)- Os instrumentos básicos de ação previstos no Tratado de Assunção para o MERCOSUL são: a redução progressiva de barreiras tarifárias e não-tarifárias, até a eliminação total das barreiras entre os países-membros; o estabelecimento de uma tarifa externa comum; acordos setoriais para o mercado de fatores, sistema provisório de solução de controvérsias e coordenação gradual de políticas macroeconômicas. Comentários: O Tratado de Assunção estabelece que o objetivo do MERCOSUL é formar um mercado comum, o que pressupõe: i) eliminação de barreiras comerciais à circulação de bens e serviços; ii) política comercial comum em relação a terceiros países (estabelecimento de uma TEC); iii) livre circulação dos fatores de produção (acordos setoriais para o mercado de fatores). Adicionalmente, o Tratado de Assunção previu a necessidade de Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 84 coordenação de políticas macroeconômicas e um sistema provisório de solução de controvérsias. Questão correta. 25- (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim liberalizar o comércio de serviços, coordenar políticas macroeconômicas e estabelecer a livre circulação de capital e mão-de-obra. Comentários: Pegadinha! A questão quer saber o que falta para o MERCOSUL aperfeiçoar-se como união aduaneira (e não o que falta para tornar-se um mercado comum!) A coordenação de políticas macroeconômicas e a livre circulação de capital e mão-de-obra são objetivos de um mercado comum, o que torna a questão errada. 26- (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim eliminar barreiras não-tarifárias ainda existentes, promover a liberalização do comércio de serviços e a incorporar à tarifa externa comum produtos mantidos à margem da mesma. Comentários: Perfeita a assertiva! Para tornar-se uma união aduaneira perfeita, é necessário que o MERCOSUL liberalize o comércio de bens (eliminando barreiras não-tarifárias ainda existentes), liberalize o comércio de serviços e elimine as exceções à Tarifa Externa Comum. Questão correta. 27- (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui o compromisso de os Estados-partes harmonizarem suas legislações nas áreas pertinentes. Comentários: Considerando-se que o MERCOSUL objetiva tornar-se um mercado comum, há necessidade de se harmonizar as políticas comerciais intrabloco e extrabloco, além das políticas trabalhista, previdenciária e de capitais. Nessas áreas, existe, portanto, a necessidade de que as legislações sejam harmonizadas. Questão correta. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 84 28- (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui a definição de uma moeda comum, uma vez constituído o mercado comum e harmonizadas as políticas monetária, fiscal e cambial. Comentários: O MERCOSUL não tem como objetivo adotar uma moeda comum. A adoção de uma moeda única é característica de uma união econômica e monetária, estágio de integração do qual é exemplo a União Europeia. Questão errada. 29- (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui a livre-circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os Estados-partes do bloco. Comentários: Um mercado comum pressupõe a livre circulação de bens, serviços e fatores de produção (capital e mão-de-obra). Nesse tipo de estágio de integração, vigoram as “quatro liberdades” do mercado. Questão correta. 30- (AFRF-2003)- O regime de livre comércio implantado no âmbito do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) a partir de 01 de janeiro de 1995 alcançou o substancial do comércio entre os quatro países-membros. Persiste como exceção, dentro de tal regime, o comércio de automóveis e açúcar. Comentários: No MERCOSUL, há livre circulação de mercadorias em relação ao substancial do comércio. Pode-se verificar, no entanto, que ainda existem algumas barreiras comerciais que dificultam o livre fluxo de mercadorias no interior do bloco. Com efeito,o comércio de automóveis e açúcar está fora das regras de livre comércio. Questão correta. 31- (AFTN-1998 - adaptada) - Constitui objetivo ou característica do MERCOSUL a livre circulação de bens e fatores de produção, exceto pessoas. Comentários: O MERCOSUL tem como objetivo se tornar um mercado comum, o que pressupõe a livre circulação de bens, serviços e fatores de produção e, Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 84 ainda, o estabelecimento de uma política comercial em relação a terceiros países. Dentro do objetivo de livre circulação dos fatores de produção, inclui-se a livre circulação de pessoas! Questão errada. 32- (TRF-2005 - adaptada)- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do MERCOSUL, define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco, dentre os quais se inclui a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados. Comentários: O MERCOSUL tem como objetivo o estabelecimento de uma política comercial comum em relação a terceiros países, o que se materializa pela existência de uma Tarifa Externa Comum (TEC). Questão correta. 33- (MDIC-2009/Área Administrativa)- Entre as medidas compreendidas pelo acordo do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), não se inclui a eliminação de direitos aduaneiros e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias e outras medidas que se fizerem necessárias, de modo a permitir a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países participantes. Comentários: A eliminação de direitos aduaneiros e restrições não-tarifárias à circulação de mercadorias, assim como a liberalização do fluxo de serviços e de fatores de produção (capital e mão de obra), estão sim entre os objetivos do MERCOSUL. Questão errada. 34- (AFRF-2002.1) - O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi criado em março de 1991 tendo como objetivo final a harmonização das políticas comerciais mediante a adoção de uma tarifa externa comum. Comentários: O objetivo final do MERCOSUL é estabelecer um mercado comum entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o que vai muito além da harmonização das políticas comerciais mediante a adoção de uma TEC. Para alcançar o mercado comum, é necessário um passo adiante, permitindo a livre circulação dos fatores de produção. Questão errada. 35- (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim eliminar barreiras não-tarifárias ainda existentes, promover a liberalização dos fluxos de capital e de serviços e coordenar políticas macroeconômicas. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 84 Comentários: Pegadinha! A questão quer saber o que falta para o MERCOSUL aperfeiçoar-se como área de livre comércio e união aduaneira (e não o que falta para o MERCOSUL atingir o objetivo de se tornar um mercado comum!) Liberalizar fluxos de capital e coordenar políticas macroeconômicas é objetivo de um mercado comum. Para tornar-se uma união aduaneira completa, o MERCOSUL não precisa implementar tais medidas. Questão errada. 36- (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim aplicar integralmente o Programa de Liberalização Comercial, estabelecer regras de origem e incorporar produtos mantidos em listas de exceções à Tarifa Externa Comum. Comentários: No âmbito do MERCOSUL, já existem regras de origem, as quais estão definidas pela Decisão CMC nº 01/2004. Logo, esse não é um aperfeiçoamento do qual o bloco carece para se tornar uma união aduaneira completa. Questão errada. Quanto ao estabelecimento de uma política comercial comum em relação a terceiros países, realmente, faz-se necessário que os produtos mantidos à margem da Tarifa Externa Comum (TEC) sejam a ela incorporados. Por fim, embora o substancial do fluxo de comércio intrabloco esteja livre de barreiras, ainda há produtos que não circulam livremente no MERCOSUL, como, por exemplo, automóveis e açúcar. 37- (AFRF-2002.2) - A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) instituiu uma área de livre comércio e uma união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim aperfeiçoar o sistema de salvaguardas intra- MERCOSUL, implementar um regime de compras governamentais e introduzir mecanismo de salvaguardas comerciais. Comentários: Uma união aduaneira pressupõe a livre circulação de bens intrabloco e, portanto, não deverá existir um sistema de aplicação de salvaguardas entre seus integrantes. Questão errada. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 84 38- (Questão Inédita)- O MERCOSUL tem como objetivo a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes - de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se acordem -, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre seus membros. Comentários: Segundo o art. 1º do Tratado de Assunção, o MERCOSUL tem como objetivo a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais a fim de assegurar condições adequadas de concorrência. Questão correta. 39- (Questão Inédita)- Para que o MERCOSUL atinja o nível de integração regional pretendido, deverá haver livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países-membros através da eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias, assim como a adoção de uma Tarifa Externa Comum. Comentários: O mercado comum pressupõe a livre circulação de mercadorias, serviços e fatores de produção e, ainda, o estabelecimento de uma política comercial comum em relação a terceiros países, a qual se materializa na existência de uma TEC. Faz-se necessário, portanto, a harmonização das políticas comerciais intra-bloco e extra-bloco e das políticas trabalhista, previdenciária e de capitais. Questão correta. 40- (INMETRO – Articulação Internacional / 2009)- No presente, o MERCOSUL conforma uma união aduaneira, envolvendo um regime de livre comércio que alcança parcela substancial do comércio entre os Estados-parte e a aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC). Comentários: No MERCOSUL, há livre circulação de mercadorias em relação à parcela substancial do comércio e, adicionalmente, aplica-se uma Tarifa Externa Comum (TEC) em relação às exportações de terceiros países. Logo, é possível dizer que o bloco constitui uma união aduaneira, ainda que imperfeita. Questão correta. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 84 3- ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO MERCOSUL: O Tratado de Assunção, celebrado em 1991 por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, criou uma estrutura institucional provisória para o MERCOSUL, a vigorar durante o período de transição para o mercado comum. Foram criados, então, para conduziro processo de integração regional, dois órgãos: o Conselho do Mercado Comum (CMC) e o Grupo Mercado Comum (GMC) Em 1994, foi celebrado pelos membros do MERCOSUL o Protocolo de Ouro Preto, que aperfeiçoou a estrutura institucional do bloco regional e, ainda, conferiu-lhe expressamente personalidade jurídica de direito internacional público. Assim, ficou assegurado ao MERCOSUL exercer todos os atos internacionais necessários à consecução de seus objetivos, em especial contratar, adquirir ou alienar bens móveis e imóveis, comparecer em juízo, conservar fundos e fazer transferências. Pode-se considerar, portanto, que, a partir desse momento, o MERCOSUL é reconhecido como organização internacional intergovernamental. O Protocolo de Ouro Preto não criou o Conselho do Mercado Comum (CMC) e o Grupo Mercado Comum (GMC). Esses órgãos foram criados pelo Tratado de Assunção. Ao estabelecer uma estrutura institucional e conferir personalidade jurídica internacional ao MERCOSUL, o Protocolo de Ouro Preto contribuiu para o crescimento da confiança no êxito do bloco regional. Embora muitas das previsões estabelecidas pelo Tratado de Assunção e pelo Protocolo de Ouro Preto não tenham se concretizado na prática, esses normativos representam as bases sobre as quais se assenta a integração regional no MERCOSUL. Segundo o Protocolo de Ouro Preto, a estrutura institucional do MERCOSUL conta com os seguintes órgãos: i) Conselho do Mercado Comum (CMC); ii) Grupo Mercado Comum (GMC); iii) Comissão de Comércio do MERCOSUL; iv) Comissão Parlamentar Conjunta; v) Foro Consultivo Econômico-Social e; vi) Secretaria Administrativa do MERCOSUL. Essa estrutura institucional não foi, todavia, engessada pelos membros do MERCOSUL. Segundo o art. 1º, parágrafo único, do Protocolo de Ouro Preto, é possível que sejam criados pelo Conselho do Mercado Comum (CMC) novos órgãos ou mesmo extintos os já existentes. Com efeito, a Comissão Parlamentar Conjunta foi substituída pelo Parlamento do MERCOSUL e a Secretaria Administrativa do MERCOSUL passou a ser chamada simplesmente de Secretaria do MERCOSUL. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 84 São três os órgãos decisórios do MERCOSUL, que têm poder para emitir normas no âmbito do bloco: o Conselho do Mercado Comum (CMC), o Grupo Mercado Comum (GMC) e a Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM). Esses três órgãos (assim como os demais órgãos do MERCOSUL!) possuem natureza intergovernamental. Isso significa que suas decisões não têm eficácia imediata, mas precisam ser internalizadas no ordenamento jurídico de todos os membros do bloco para entrar em vigor. Cabe destacar que as decisões emanadas dos órgãos decisórios do MERCOSUL são adotadas mediante consenso. Vamos falar agora sobre os órgãos mais importantes do MERCOSUL: a)- Conselho do Mercado Comum (CMC): O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão superior do MERCOSUL, ao qual incumbe a condução política do processo de integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos do Tratado de Assunção. O CMC é integrado pelos Ministros das Relações Exteriores e pelos Ministros da Economia, ou seus equivalentes, dos Estados partes. As funções do CMC estão relacionadas no art. 8º do Protocolo de Ouro Preto: Art. 8º - São funções e atribuições do Conselho do Mercado Comum: I. Velar pelo cumprimento do Tratado de Assunção, de seus Protocolos e dos acordos firmados em seu âmbito; II. Formular políticas e promover as ações necessárias à conformação do mercado comum; III. Exercer a titularidade da personalidade jurídica do Mercosul. IV. Negociar e firmar acordos em nome do Mercosul com terceiros países, grupos de países e organizações internacionais. Estas funções podem ser delegadas ao Grupo Mercado Comum por mandato expresso, nas condições estipuladas no inciso VII do artigo 14; V. Manifestar-se sobre as propostas que lhe sejam elevadas pelo Grupo Mercado Comum; VI. Criar reuniões de ministros e pronunciar-se sobre os acordos que lhe sejam remetidos pelas mesmas; VII. Criar os órgãos que estime pertinentes, assim como modificá-los ou extingui-los; VIII. Esclarecer, quando estime necessário, o conteúdo e o alcance de suas Decisões; IX. Designar o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul. X. Adotar Decisões em matéria financeira e orçamentária; XI. Homologar o Regimento Interno do Grupo Mercado Comum; Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 84 O Conselho do Mercado Comum irá se reunir tantas vezes quanto julgar oportuno. Entretanto, deverá se reunir, pelo menos uma vez por semestre, com a participação dos Presidentes dos Estados-partes. Cabe destacar que, na condição de órgão de cúpula do MERCOSUL, o Conselho do Mercado Comum (CMC) exerce a titularidade da personalidade jurídica do MERCOSUL e, portanto, possui autoridade para negociar e firmar acordos em nome do MERCOSUL com Estados e organizações internacionais. Na promoção de ações direcionadas para alcançar os objetivos de integração regional, o CMC manifesta-se mediante Decisões, as quais são obrigatórias para os Estados-membros a partir de sua entrada em vigor. b) Grupo Mercado Comum (GMC): O Grupo Mercado Comum (GMC) é o órgão executivo do MERCOSUL. É composto por 4 (quatro) membros titulares e 4 (quatro) membros alternos por país, designados pelos respectivos Governos, dentre os quais devem constar necessariamente representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, dos Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos Bancos Centrais. Na condição de órgão executivo do MERCOSUL, incumbe ao GMC tomar as medidas necessárias para o cumprimento das decisões adotadas pelo Conselho do Mercado Comum. O GMC também possui competência para propor projetos de Decisão ao Conselho Mercado Comum e, ainda, é responsável pela elaboração de estudos e relatórios que lhe forem solicitados. Para elaborar esses estudos e relatórios, o GMC dispõe da prerrogativa de criar , modificar ou extinguir subgrupos de trabalho e reuniões especializadas. As funções do Grupo Mercado Comum estão relacionadas no art. 14 do Protocolo de Ouro Preto, abaixo transcrito: Art. 14 - São funções e atribuições do Grupo Mercado Comum: I. Velar, nos limites de suas competências, pelo cumprimento do Tratado de Assunção, de seus Protocolos e dos acordos firmados em seu âmbito; II. Propor projetos de Decisão ao Conselho do Mercado Comum; III. Tomar as medidas necessárias ao cumprimento das Decisões adotadas pelo Conselho do Mercado Comum; IV. Fixar programas de trabalho que assegurem avanços para o estabelecimento do mercado comum; V. Criar, modificar ou extinguir órgãos tais como subgrupos de trabalho e reuniões especializadas, para o cumprimento de seus objetivos; Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 84 VI. Manifestar-se sobre as propostas ou recomendações que lhe forem submetidas pelos demais órgãos do Mercosul no âmbito de suas competências; VII. Negociar, com a participação de representantes de todos os Estados Partes, por delegação expressa do Conselho do Mercado Comum e dentro dos limites estabelecidos em mandatos específicos concedidos para esse fim, acordos emnome do Mercosul com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais. O Grupo Mercado Comum, quando dispuser de mandato para tal fim, procederá à assinatura dos mencionados acordos. O Grupo Mercado Comum, quando autorizado pelo Conselho do Mercado Comum, poderá delegar os referidos poderes à Comissão de Comércio do Mercosul; VIII. Aprovar o orçamento e a prestação de contas anual apresentada pela Secretaria Administrativa do Mercosul; IX. Adotar Resoluções em matéria financeira e orçamentária, com base nas orientações emanadas do Conselho do Mercado Comum; X. Submeter ao Conselho do Mercado Comum seu Regimento Interno; XI. Organizar as reuniões do Conselho do Mercado Comum e preparar os relatórios e estudos que este lhe solicitar. XII. Eleger o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul; XIII. Supervisionar as atividades da Secretaria Administrativa do Mercosul; XIV. Homologar os Regimentos Internos da Comissão de Comércio e do Foro Consultivo Econômico-Social; c) Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM): A Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) é responsável por velar pela aplicação dos instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados Partes para o funcionamento da união aduaneira, bem como acompanhar e revisar os temas e matérias relacionados com as políticas comerciais comuns, com o comércio intra-Mercosul e com terceiros países. A coordenação da CCM está a cargo dos Ministérios das Relações Exteriores. Trata-se de um órgão encarregado de assistir o Grupo Mercado Comum, possuindo natureza técnica. Para tanto, é responsável por instituir comitês técnicos necessários ao cumprimento de suas funções. A CCM é, ainda, responsável por considerar e pronunciar-se sobre as solicitações apresentadas pelos Estados Partes com respeito à aplicação e ao cumprimento da tarifa externa comum e dos demais instrumentos de política comercial comum. Além disso, cabe à CCM propor ao Grupo Mercado Comum novas normas ou modificações às normas existentes referentes à matéria comercial e aduaneira do Mercosul. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 84 d) Parlamento do MERCOSUL: O aprofundamento da integração regional no âmbito do MERCOSUL requer um aperfeiçoamento institucional desse bloco regional, seja no que diz respeito à criação de um ambiente de maior previsibilidade e segurança jurídica, seja quanto à necessidade de permitir uma representação dos interesses dos cidadãos de cada Estado-parte. A criação do Parlamento do MERCOSUL (que substituiu a Comissão Parlamentar Conjunta) é, nesse sentido, uma importante iniciativa para o aperfeiçoamento institucional do bloco. Vejam só que interessante! A Comissão Parlamentar Conjunta foi criada pelo Protocolo de Ouro Preto, que estabeleceu que esse órgão seria representativo dos Parlamentos dos Estados Partes do MERCOSUL. Ao contrário, o Parlamento do MERCOSUL é, segundo seu Protocolo Constitutivo, órgão representativo dos povos dos Estados-partes do MERCOSUL. Como se pode perceber, a iniciativa de criação do Parlasul visa a dotar o MERCOSUL, em última análise, de uma legitimidade democrática. O Parlamento do MERCOSUL é um órgão de natureza intergovernamental, cujo objetivo é fortalecer a cooperação interparlamentar, a fim de harmonizar as legislações nacionais nas áreas pertinentes. Em razão de sua natureza intergovernamental, o Parlamento do MERCOSUL não cria leis regionais.3 São princípios do Parlamento do MERCOSUL: i) o pluralismo; ii) a transparência; iii) a cooperação com os demais órgãos do MERCOSUL e com os âmbitos regionais de representação cidadã; iv) o respeito aos direitos humanos e o repúdio a todas as formas de discriminação; vi) a promoção do patrimônio cultural, institucional e de cooperação latino-americana nos processos de integração; vii) a promoção do desenvolvimento sustentável no MERCOSUL; viii) o trato especial e diferenciado para os países de economias menores e para as regiões com menor grau de desenvolvimento; ix) a equidade e; x) a solução pacífica das controvérsias. O Protocolo Constitutivo do Parlamento do MERCOSUL prevê duas etapas de transição para o Parlasul: i) 1ª etapa: período compreendido entre 31 de dezembro de 2006 e 31 de dezembro de 2010; ii) 2ª etapa: período compreendido entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2014. 3 Ao contrário do Parlamento do MERCOSUL, o Parlamento Europeu por ser um órgão supranacional, possui competência para criar leis regionais. Entendemos que o aprofundamento da integração regional no MERCOSUL demanda a existência de órgãos supranacionais que tenham poder para emitir decisões com aplicação imediata no âmbito do bloco. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 84 O que se previa, inicialmente, era que na primeira etapa de transição (31 de dezembro de 2006 até 31 de dezembro de 2010), o Parlamento seria integrado por 18 Parlamentares de cada Estado-parte. Nessa primeira etapa, os integrantes do Parlasul seriam eleitos entre os legisladores de cada Estado-parte, segundo critérios definidos por cada Parlamento nacional. A partir da segunda etapa de transição (1º de janeiro de 2011), todos os parlamentares já teriam sido eleitos pelos cidadãos de cada Estado- parte, por meio de sufrágio direto, secreto e universal. Para isso, antes do final da primeira etapa de transição, deveriam ter ocorrido eleições diretas para o Parlasul. Nessa segunda etapa de transição, a representação no Parlasul seria proporcional à população de cada Estado, configurando a chamada “representação-cidadã”. A questão da “representação cidadã” (representação proporcional à população) é algo bastante controverso no MERCOSUL. Em 2010, por meio da Decisão CMC nº 28/10, foi aprovado um acordo político que estabeleceu que os Estados-parte do MERCOSUL teriam a seguinte representação no Parlasul: - Brasil: 75 parlamentares regionais - Argentina: 43 parlamentares regionais - Paraguai: 18 parlamentares regionais - Uruguai: 18 parlamentares regionais Pelos números, dá pra ver que a controvérsia foi grande! Com essa composição do Parlasul, uma posição adotada pelo conjunto de parlamentares brasileiros somente poderia ser rechaçada caso Argentina, Paraguai e Uruguai adotassem posição contrária. Considerando essas controvérsias e, ainda, o fato de que Brasil, Argentina e Uruguai não conseguiram realizar eleições diretas para o Parlasul até o fim da primeira etapa de transição (31 de dezembro de 2006 até 31 de dezembro de 2010), o Parlamento do MERCOSUL fez a Recomendação nº 16/2010 ao CMC. Por meio dessa Recomendação, aceita pela Decisão CMC nº 18/2011, estabeleceu-se que: - Definir uma etapa de transição única para o Parlamento do MERCOSUL (31 de dezembro de 2006 a 31 de dezembro de 2014). - Até 2014, serão realizadas eleições diretas para o Parlasul no Brasil, na Argentina e no Uruguai (o Paraguai já fez eleições diretas). - Foi aprovada uma representação atenuada no Parlasul para Brasil e Argentina. Nesse sentido, Brasil e Argentina têm 37 e 26 Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 84 representantes, respectivamente. Paraguai e Uruguai continuam com 18 representantes.As competências do Parlasul estão relacionadas no art. 4º de seu Protocolo Constitutivo: Artigo 4- Competências O Parlamento terá as seguintes competências: 1. Velar, no âmbito de sua competência, pela observância das normas do MERCOSUL. 2. Velar pela preservação do regime democrático nos Estados Partes, de acordo com as normas do MERCOSUL, e em particular com o Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no MERCOSUL, na República da Bolívia e República do Chile. 3. Elaborar e publicar anualmente um relatório sobre a situação dos direitos humanos nos Estados Partes, levando em conta os princípios e as normas do MERCOSUL. 4. Efetuar pedidos de informações ou opiniões por escrito aos órgãos decisórios e consultivos do MERCOSUL estabelecidos no Protocolo de Ouro Preto sobre questões vinculadas ao desenvolvimento do processo de integração. Os pedidos de informações deverão ser respondidos no prazo máximo de 180 dias. 5. Convidar, por intermédio da Presidência Pro Tempore do CMC, representantes dos órgãos do MERCOSUL, para informar e/ou avaliar o desenvolvimento do processo de integração, intercambiar opiniões e tratar aspectos relacionados com as atividades em curso ou assuntos em consideração. 6. Receber, ao final de cada semestre a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL, para que apresente um relatório sobre as atividades realizadas durante dito período. 7. Receber, ao início de cada semestre, a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL, para que apresente o programa de trabalho acordado, com os objetivos e prioridades previstos para o semestre. 8. Realizar reuniões semestrais com o Foro Consultivo Econômico- Social a fim de intercambiar informações e opiniões sobre o desenvolvimento do MERCOSUL. 9. Organizar reuniões públicas, sobre questões vinculadas ao desenvolvimento do processo de integração, com entidades da sociedade civil e os setores produtivos. 10. Receber, examinar e se for o caso encaminhar aos órgãos decisórios petições de qualquer particular, sejam pessoas físicas ou jurídicas, dos Estados Partes, relacionadas com atos ou omissões dos órgãos do MERCOSUL. 11. Emitir declarações, recomendações e relatórios sobre questões vinculadas ao desenvolvimento do processo de integração, por iniciativa própria ou por solicitação de outros órgãos do MERCOSUL. 12. Com o objetivo de acelerar os correspondentes procedimentos internos para a entrada em vigor das normas nos Estados Partes, o Parlamento elaborará pareceres sobre todos os projetos de normas do MERCOSUL que requeiram aprovação legislativa em um ou vários Estados Partes, em um prazo de noventa dias (90) a contar da data da Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 84 consulta. Tais projetos deverão ser encaminhados ao Parlamento pelo órgão decisório do MERCOSUL, antes de sua aprovação. Se o projeto de norma do MERCOSUL for aprovado pelo órgão decisório, de acordo com os termos do parecer do Parlamento, a norma deverá ser enviada pelo Poder Executivo nacional ao seu respectivo Parlamento, dentro do prazo de quarenta e cinco (45) dias, contados a partir da sua aprovação. Nos casos em que a norma aprovada não estiver de acordo com o parecer do Parlamento, ou se este não tiver se manifestado no prazo mencionado no primeiro parágrafo do presente inciso a mesma seguirá o trâmite ordinário de incorporação. Os Parlamentos nacionais, segundo os procedimentos internos correspondentes, deverão adotar as medidas necessárias para a instrumentalização ou criação de um procedimento preferencial para a consideração das normas do MERCOSUL que tenham sido adotadas de acordo com os termos do parecer do Parlamento mencionado no parágrafo anterior. O prazo máximo de duração do procedimento previsto no parágrafo precedente, não excederá cento e oitenta (180) dias corridos, contados a partir do ingresso da norma no respectivo Parlamento nacional. Se dentro do prazo desse procedimento preferencial o Parlamento do Estado Parte não aprovar a norma, esta deverá ser reenviada ao Poder Executivo para que a encaminhe à reconsideração do órgão correspondente do MERCOSUL. 13. Propor projetos de normas do MERCOSUL para consideração pelo Conselho do Mercado Comum, que deverá informar semestralmente sobre seu tratamento. 14. Elaborar estudos e anteprojetos de normas nacionais, orientados à harmonização das legislações nacionais dos Estados Partes, os quais serão comunicados aos Parlamentos nacionais com vistas a sua eventual consideração. 15. Desenvolver ações e trabalhos conjuntos com os Parlamentos nacionais, a fim de assegurar o cumprimento dos objetivos do MERCOSUL, em particular aqueles relacionados com a atividade legislativa. 16. Manter relações institucionais com os Parlamentos de terceiros Estados e outras instituições legislativas. 17. Celebrar, no âmbito de suas atribuições, com o assessoramento do órgão competente do MERCOSUL, convênios de cooperação ou de assistência técnica com organismos públicos e privados, de caráter nacional ou internacional. 18. Fomentar o desenvolvimento de instrumentos de democracia representativa e participativa no MERCOSUL. 19. Receber dentro do primeiro semestre de cada ano um relatório sobre a execução do orçamento da Secretaria do MERCOSUL do ano anterior. 20. Elaborar e aprovar seu orçamento e informar sobre sua execução ao Conselho do Mercado Comum no primeiro semestre do ano, posterior ao exercício. 21. Aprovar e modificar seu Regimento interno. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 84 22. Realizar todas as ações pertinentes ao exercício de suas competências. O Parlamento do MERCOSUL é um órgão unicameral, que tem como uma de suas funções principais agilizar os procedimentos internos para a entrada em vigor de normas no âmbito do MERCOSUL. Para isso, o Parlamento do MERCOSUL elabora Pareceres sobre todas as normas que requeiram aprovação legislativa, devendo os projetos ser a ele encaminhados antes da aprovação pelo órgão decisório. A entrada em vigor de normas no âmbito do MERCOSUL não é algo tão simples. Para que uma norma entre em vigor simultaneamente em todos os Estados membros do bloco regional, ela precisa seguir um trâmite previsto no Protocolo de Ouro Preto. Segundo o art. 40 do Protocolo de Ouro Preto, após aprovada uma norma, ela precisa ser internalizada ao ordenamento jurídico de cada Estado-membro do MERCOSUL. O procedimento de internalização depende do que estabelece o ordenamento jurídico de cada país. No Brasil, por exemplo, qualquer acordo internacional (dentre os quais estão as normas dos órgãos do MERCOSUL) depende, para ser incorporado ao ordenamento jurídico pátrio, de aprovação do Congresso Nacional e da edição de decreto pelo Chefe do Executivo. Cada país, ao internalizar uma norma em seu ordenamento jurídico interno, deverá comunicar à Secretaria do MERCOSUL quanto a esse fato. Quando todos os Estados-membros tiverem internalizado a norma, a Secretaria do MERCOSUL comunicará o fato a cada um deles. Essa comunicação tem como objetivo alertar os Estados-membros do MERCOSUL de que a norma entrará em vigor. As normas entrarão em vigor 30 dias após a comunicação efetuada pela Secretaria do MERCOSUL. Entendemos que esse rito processual para a entrada em vigor simultâneo de normas é bastante complexo e prejudica a segurança jurídica noâmbito do MERCOSUL. A quantidade de normas emitidas pelos órgãos decisórios do bloco regional é considerável, mas muitas delas não chegam nunca a entrar em vigor. e) Foro Consultivo Econômico-Social: O Foro Consultivo Econômico Social (FCES) é o órgão de representação dos setores econômicos e sociais dos países-membros do MERCOSUL. Possui função consultiva, manifestando-se mediante Recomendações. No exercício dessa função consultiva, o FCES atua por Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 84 iniciativa própria ou mediante consulta de outros órgãos do MERCOSUL. Por meio da atuação da FCES, o MERCOSUL, enquanto organização internacional, toma consciência dos anseios e do pensamento do setor privado de cada Estado-membro f) Secretaria do MERCOSUL: A Secretaria do MERCOSUL possui sede em Montevidéu e é o órgão de apoio operacional e administrativo do MERCOSUL. Suas atividades principais são: i) servir como arquivo oficial da documentação do MERCOSUL; ii) publicar e comunicar as decisões adotadas no âmbito do MERCOSUL; iii) organizar os aspectos logísticos do CMC, GMC e CCM; iv) informar regularmente os Estados Partes sobre as medidas implementadas por cada país para incorporar em seu ordenamento jurídico as normas emanadas dos órgãos do Mercosul e; v) editar o Boletim Oficial do MERCOSUL e; vi) registrar as listas nacionais dos árbitros e especialistas, conforme dispõe o Protocolo de Olivos. Esquematizando: Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! TRATADO DE ASSUNÇÃO Estrutura Institucional Provisória - Conselho do Mercado Comum - Grupo do Mercado Comum PROTOCOLO DE OURO PRETO Estrutura institucional definitiva - Conselho do Mercado Comum - Grupo do Mercado Comum - Comissão de Comércio do Mercosul - Parlamento do MERCOSUL - Foro Consultivo Econômico- Social - Secretaria do MERCOSUL Conferiu personalidade jurídica de direito internacional público ao MERCOSUL Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 84 41- (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Em dezembro de 1994, foi aprovado o Protocolo de Olivos, por meio do qual foi estabelecida a estrutura institucional do MERCOSUL e sua personalidade jurídica internacional. Comentários: A estrutura institucional do MERCOSUL foi definida pelo Protocolo de Ouro Preto (e não pelo Protocolo de Olivos!). Da mesma forma, foi o Protocolo de Ouro Preto que atribuiu personalidade jurídica de direito internacional ao MERCOSUL. Questão errada. 42- (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O conjunto normativo do MERCOSUL tem caráter obrigatório e aplicação direta, não havendo necessidade de ser incorporado ao ordenamento jurídico dos Estados-membros. Comentários: A entrada em vigor de normas do MERCOSUL depende da incorporação ao ordenamento jurídico interno de todos os Estados-membros. Dessa forma, não se pode dizer que elas têm aplicação direta. Questão errada. 43- (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O Parlamento do MERCOSUL, desde a sua criação, caracteriza-se como órgão político superior desse bloco regional. Comentários: O órgão político de cúpula do MERCOSUL, desde sua criação, é o Conselho do Mercado Comum (CMC). Questão errada. 44- (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- Entre as competências do Parlamento do MERCOSUL, inclui-se a de aprovar o orçamento e a prestação de contas anual apresentada por sua secretaria administrativa. Comentários: Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 84 A aprovação do orçamento e da prestação de contas anual apresentada pela Secretaria do MERCOSUL compete ao Grupo do Mercado Comum (GMC). Questão errada. 45- (INMETRO – Articulação Internacional / 2010)- O MERCOSUL tornou-se uma organização internacional, dotada de personalidade jurídica, apenas a partir de 1995, quando entrou em vigor o Protocolo de Ouro Preto. Comentários: Somente com a entrada em vigor do Protocolo de Ouro Preto é que foi reconhecida a personalidade jurídica de direito internacional do MERCOSUL, que a partir de então se tornou uma organização internacional. Questão correta. 46- (ACE-2008)- No marco institucional do MERCOSUL, definido pelo Tratado de Assunção e pelo Protocolo de Ouro Preto, as negociações entre governos, sem mediação de órgãos supranacionais, resultam em decisões consensuais, visto que nesse acordo não se faz uso de votações. Comentários: Os órgãos decisórios do MERCOSUL (Conselho do Mercado Comum, Grupo do Mercado Comum e Comissão de Comércio do MERCOSUL) tomam suas decisões mediante consenso. Questão correta. 47- (TRF – 2005)- O Grupo Mercado Comum, órgão máximo na estrutura do MERCOSUL, tem poderes para, por consenso, tomar decisões obrigatórias para os membros do bloco. Comentários: O órgão máximo da estrutura do MERCOSUL é o Conselho do Mercado Comum (CMC). O GMC é o órgão executivo do bloco. Questão errada. 48- (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- O Conselho do Mercado Comum é o órgão executivo do MERCOSUL. Comentários: O órgão executivo do MERCOSUL é o Grupo Mercado Comum (GMC). Questão errada. 49- (ACE-1997- adaptada)- O Conselho do Mercado Comum pode firmar acordos com outros países em nome do MERCOSUL. Comércio Internacional p/ ACE Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 05 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 84 Comentários: O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão de cúpula do MERCOSUL, possuindo competência para exercer a titularidade da pessoa jurídica desse bloco regional. Logo, é o CMC quem firma acordos com outros países e organizações internacionais em nome do MERCOSUL. Questão correta. 50- (INMETRO – Articulação Internacional / 2007)- O Tratado de Assunção e os Protocolos de Ouro Preto foram instrumentos jurídicos que, embora não tenham sido cumpridos em todos os aspectos, deram certa previsibilidade e confiança aos negociadores e operadores diplomáticos e econômicos da integração sub-regional. Comentários: De fato, o Tratado de Assunção e o Protocolo de Ouro Preto, ao estabelecer as bases jurídicas para a existência do MERCOSUL, permitiram que se tivesse maior confiança na integração regional. Questão correta. 51- (MDIC-2009 / Área Administrativa - adaptada)- O Conselho do Mercado Comum é o órgão executivo do MERCOSUL. É formado por representantes dos seguintes organismos de cada país: Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Economia (ou equivalente) e Banco Central. É coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores. Comentários: O órgão executivo do MERCOSUL é o Grupo do Mercado Comum (GMC). Ele é composto de 4 membros titulares e 4 membros alternos por país, dentre os quais devem constar, necessariamente, representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, dos Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos Bancos Centrais. O GMC é coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores. Questão errada. 52- (Juiz Federal – TRF 1ª Região / 2009)- O Conselho do Mercado Comum é integrado por ministros das relações exteriores, ministros da economia
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