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aula12 regimesaduaneirosespeciais Concurso de Analista do Comércio Exterior

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Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale – Aula 12 
 
Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 122 
 
AULA 12: REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Palavras Iniciais 1 - 2 
2- Introdução – Aspectos Comuns aos Regimes Aduaneiros 
Especiais 
3 - 19 
3- Trânsito Aduaneiro 20 - 30 
4- Admissão Temporária 30 - 39 
5- Admissão Temporária para aperfeiçoamento ativo 39 - 46 
6- Drawback 46 - 63 
7- Entreposto Aduaneiro 63 - 74 
8- RECOF 74 – 78 
9- Exportação Temporária 78 - 84 
10- Loja Franca 84 - 90 
11- Depósito Especial 90 - 93 
12- Depósito Afiançado 93 - 95 
13- Depósito Alfandegado Certificado 95 - 96 
14- Depósito Franco 96 - 101 
15- Zona Franca de Manaus 102 - 107 
16- Zonas de Processamento de Exportações (ZPE’s) 107 - 109 
17- Lista de Questões e Gabarito 110 - 122 
Olá, amigos estrategistas, tudo bem? 
E aí? Todos ansiosos pelo edital de Analista de Comércio Exterior? 
Imagino que sim! Eu também não aguento mais esperar por esse 
edital... Quero saber exatamente o que a ESAF irá cobrar!  
Mas fiquem tranquilos! Assim que for publicado o edital, farei todas as 
adaptações necessárias ao nosso curso! Vamos fazer melhor: quando sair o 
edital, iremos começar o curso do zero, colocando no ar apenas o que 
for cobrado! Estamos combinados? E fica aqui a promessa: colocarei todas as 
aulas o mais rápido possível, ok? Vou trabalhar num “ritmo industrial”!  
Mas vamos nos esquecer disso e continuar estudando nossa matéria, 
ok? Vejo que alguns alunos têm acompanhado rigorosamente as aulas! O 
“povo” tá estudando forte demais! Esse concurso vai ser de altíssimo nível! 
Pessoal, por questões didáticas, resolvi mudar a ordem do nosso 
curso. Na aula anterior, havíamos estudado sobre o controle aduaneiro e a 
legislação tributária, não foi? Pois bem, nada melhor do que continuarmos 
falando sobre a “parte aduaneira” do comércio exterior, concordam? 
Trataremos, na aula de hoje, então, dos regimes aduaneiros especiais! 
Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale – Aula 12 
 
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Darei uma abordagem bem ampla ao assunto! Não é um tema fácil, 
mas também não é tão impossível assim! Tenho certeza de que vocês vão tirar 
de letra! 
Ah, antes que eu me esqueça, na aula anterior, eu comentei sobre os 
tributos incidentes no comércio exterior, mas não me reportei ao ICMS (alguns 
alunos muito atentos até me falaram disso!) Bem, vamos falar sobre os 
principais tópicos desse tributo aplicado à importação quando tratarmos do 
drawback. Lá vai ter um tópico denominado “Drawback e ICMS”, ok? 
Deixemos de conversa e vamos logo à nossa aula! 
Grande abraço, 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://twitter.com/#!/RicardoVale01 
http://www.facebook.com/rvale01 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” 
Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
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1- INTRODUÇÃO – ASPECTOS COMUNS AOS REGIMES ADUANEIROS 
ESPECIAIS: 
Quando uma mercadoria é importada ou exportada, a regra geral é 
que deverá ocorrer a incidência tributária e serem cobrados os tributos 
incidentes. No entanto, em algumas situações especiais, por razões de ordem 
econômica, logística ou mesmo facilitação do comércio, as mercadorias 
importadas ou exportadas podem fugir à regra geral. 
Nesses casos, quando não se aplica às mercadorias importadas ou 
exportadas o regime comum de importação, dizemos que as mercadorias são 
submetidas a regimes aduaneiros especiais. 
Com efeito, quando uma mercadoria entra no país, ela pode se 
submeter a três tipos de regimes aduaneiros: o regime comum, regimes 
aduaneiros especiais ou regimes aduaneiros aplicados em áreas 
especiais. 
As mercadorias submetidas ao regime comum de importação são 
aquelas que entram a título definitivo no país, ou seja, são nacionalizadas. 
Seria o caso, por exemplo, de automóveis importados por uma empresa que 
irá revendê-los no país. Nesse tipo de importação, haverá recolhimento 
tributário integral, sendo as mercadorias despachadas para consumo. Os 
bens beneficiados com isenção e imunidade, por entrarem a título definitivo no 
país, também sofrem despacho para consumo e, portanto, estão sujeitos ao 
regime comum de importação. 
As mercadorias submetidas a regimes aduaneiros especiais na 
importação, por sua vez, entram no país com a exigibilidade do crédito 
tributário suspensa. A suspensão do crédito tributário ocorrerá devido a 
características especiais da operação que está sendo realizada. 
São inúmeros os Regimes Aduaneiros Especiais em vigor na legislação 
brasileira, sendo os mesmos discriminados no Decreto nº 6759/2009, Novo 
Regulamento Aduaneiro. Neste tipo de regime, as mercadorias sofrem 
despacho para admissão, com exceção das mercadorias importadas ao 
amparo do drawback, que sofrem despacho para consumo. 
“Ricardo, você pode dar um exemplo da aplicação de um regime 
aduaneiro especial a uma situação em concreto?” 
Claro, meu amigo! Vamos lá! 
Suponha que será realizada uma exposição de obras de arte no Brasil 
e que, para isso, serão importados esculturas e quadros de artistas 
estrangeiros. Essas obras de arte permanecerão no país durante o período de 
realização da exposição e depois retornarão ao exterior. Será que os tributos 
Comércio Internacional p/ ACE 
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serão exigidos pela Receita Federal do Brasil nesta operação? Não, a 
importação dessas obras de artes será feita ao amparo do regime aduaneiro 
especial de admissão temporária. Dessa forma, a entrada desses bens no 
país será realizada com suspensão dos tributos incidentes. Percebam, no 
entanto, que a entrada desses bens com suspensão de tributos está 
condicionada ao regresso destes ao exterior. Moral da história: esses bens 
permanecerão no país apenas por um período de tempo determinado. 
Conseguiu entender esse exemplo, meu amigo? 
“Entendi, Ricardo! Agora falta você explicar o que são regimes 
aduaneiros aplicados em áreas especiais.” 
Os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais são aqueles 
que existem em áreas específicas do território nacional com o objetivo de 
promover o desenvolvimento regional. Como exemplo de regime aduaneiro 
aplicado em áreas especiais, citamos a Zona Franca de Manaus. 
A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de 
importação e exportação cuja criação teve por objetivo o estabelecimento de 
um pólo regional em Manaus, promovendo seu desenvolvimento. Assim, em 
face de condições especiais daquela região (grande distância dos principais 
centros consumidores), esta recebe incentivos governamentais. 
 
 
 
 
 
 
Para que vocês não fiquem com dúvidas com relação aos tipos de 
despacho aduaneiro, vale a pena fazer um rápido parêntesis e explicar isso! 
Há três tipos de modalidades de despacho aduaneiro: i) despacho 
para consumo; ii) despacho para admissão e; iii) despacho para 
internação. 
Os bens submetidos ao regime de importação comum sofrem 
despacho para consumo. Nesse caso, em regra, há recolhimento tributário 
integral. 
Por sua vez, os bens submetidos a regimes aduaneiros 
especiais sofrem despacho para admissão. Há, todavia, uma exceção 
 
REGIMES ADUANEIROS 
- Regime Aduaneiro Comum 
-Regimes Aduaneiros Especiais 
- Regimes Aduaneiros Aplicados em 
áreas especiais 
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importante: o drawback. Em que pese o drawback ser um regime aduaneiro 
especial, os bens a ele submetidos sofrem despacho para consumo. Os bens 
que ingressam na ZFM com isenção tributária também sofrem despacho para 
admissão; os bens que entram na ZFM sem isenção tributária sofrem despacho 
para consumo. 
Já o despacho de internação é o que ocorre quando bens que 
tenham ingressado na Zona Franca de Manaus com o benefício de isenção são 
internalizados no território brasileiro. Considerando-se que a entrada de bens 
na ZFM recebe isenção tributária, o ingresso desses bens na ZFM sofrerá 
despacho para admissão. Caso esses bens sejam vendidos a empresa situada 
em outro lugar do Brasil, sofrerão despacho para internação, havendo 
recolhimento tributário. 
 
a) Mercadorias submetidas ao regime comum de 
importação: despacho para consumo 
b) Mercadorias submetidas a regime aduaneiro 
especial: despacho para admissão, à exceção do 
drawback, que sofre despacho para consumo. 
c) Mercadorias ingressadas na ZFM: despacho para 
admissão (quando receberem isenção tributária) ou 
despacho para consumo (quando não receberem 
isenção tributária). 
d) Mercadorias vendidas da ZFM para qualquer 
outra parte do território brasileiro: despacho para 
internação. 
 
 
Mais adiante em nossa aula, trataremos individualmente de cada um 
dos regimes aduaneiros especiais e, ainda, da Zona Franca de Manaus e das 
Zonas de Processamento de Exportações. 
Antes disso, porém, vamos falar sobre algumas regras gerais 
aplicáveis a todos os regimes aduaneiros especiais, as quais estão 
definidas pelos art.307 a 314 do Decreto nº 6759/2009 (Regulamento 
Aduaneiro). 
Os art.307 e 308 definem como funciona a suspensão de tributos em 
razão da aplicação de regimes aduaneiros especiais: 
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Art. 307. O prazo de suspensão do pagamento das obrigações fiscais 
pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais, na importação, será 
de até um ano, prorrogável, a juízo da autoridade aduaneira, por 
período não superior, no total, a cinco anos. 
§ 1o A título excepcional, em casos devidamente justificados, o prazo 
de que trata este artigo poderá ser prorrogado por período superior a 
cinco anos, observada a regulamentação editada pelo Ministério da 
Fazenda. 
§ 2o Quando o regime aduaneiro especial for aplicado a mercadoria 
vinculada a contrato de prestação de serviço por prazo certo, de 
relevante interesse nacional, o prazo de que trata este artigo será o 
previsto no contrato, prorrogável na mesma medida deste. 
§ 3o Nas hipóteses de que trata o § 2o, o prazo contratual prevalece 
sobre aqueles referidos no caput, no § 1o, e em dispositivos específicos 
deste Título. 
 
Art. 308. Ressalvado o disposto no Capítulo VII, as obrigações fiscais 
suspensas pela aplicação dos regimes aduaneiros especiais serão 
constituídas em termo de responsabilidade firmado pelo beneficiário do 
regime, conforme disposto nos arts. 758 e 760. 
Conforme podemos perceber da leitura dos dispositivos 
supratranscritos, a suspensão de tributos não ocorre por prazo 
indeterminado. Ao contrário, no momento em que concede o regime 
aduaneiro especial, a autoridade aduaneira define o prazo pelo qual o crédito 
tributário ficará suspenso. 
Cada um dos regimes aduaneiros especiais possui regras específicas 
quanto ao prazo de concessão. No entanto, a regra geral é que as 
obrigações fiscais poderão ficar suspensas por até 1 (um) ano. Todavia, 
cabe à autoridade aduaneira, a seu juízo (ato discricionário) decidir se é 
cabível prorrogação, que não poderá ultrapassar 5 (cinco) anos. 
“Mas, Ricardo, é possível prorrogar a concessão de um regime 
aduaneiro especial por mais de 5 (cinco) anos?” 
Sim, meu amigo! Mas isso só poderá ocorrer em casos excepcionais 
devidamente justificados, conforme regulamentação do Ministério da Fazenda. 
A Portaria MF nº 320/2006 estabelece que o prazo de suspensão do 
pagamento das obrigações fiscais pela aplicação dos regimes 
aduaneiros especiais, na importação, poderá ser prorrogado por 
período superior a cinco anos, em caráter excepcional e desde que 
devidamente justificado quando se tratar de: i) protótipos ou unidades 
pré-séries, adaptados em decorrência dos ensaios e testes para o 
desenvolvimento de outros produtos, conforme exigido no programa de 
certificação e que não farão parte dos produtos seriados; e ii) motivo alheio à 
vontade do beneficiário do regime, que venha a impedir o adimplemento 
do compromisso assumido, dentro do prazo estabelecido. 
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Ainda quanto a prazos de concessão de regimes aduaneiros especiais, 
vale destacar que quando uma mercadoria importada estiver vinculada a 
contrato de prestação de serviço por prazo certo, de relevante 
interesse nacional, nenhuma das regras acima expostas será aplicável. 
O prazo de concessão do regime aduaneiro especial, nesse caso, será o mesmo 
prazo do contrato, prorrogável na mesma medida deste. 
Como exemplo, imagine que sejam importadas ao amparo de um 
contrato de aluguel, várias máquinas para serem utilizadas em uma obra de 
construção civil. Tais máquinas são, então, submetidas ao regime de admissão 
temporária. E aí, qual será o prazo de concessão do regime? Considerando 
queque as mercadorias estão vinculadas a um contrato de prestação de serviço 
por prazo certo (digamos que sejam 3 anos!), o prazo de concessão será o 
mesmo prazo do contrato. Cabe destacar que se o contrato puder ser 
prorrogado por mais 3 anos, também poderá ser prorrogado por igual período 
o prazo de concessão do regime. 
Questão controversa é a que permeia a ocorrência ou não do fato 
gerador do imposto de importação na entrada de bens no território nacional ao 
amparo de regimes aduaneiros especiais. Afinal, ocorre fato gerador do 
imposto de importação quando um bem é admitido em um regime aduaneiro 
especial? 
O posicionamento dominante, embora não-unânime, é o de 
que ocorre o fato gerador no momento em que o bem é admitido em 
um regime aduaneiro especial. Isso é o que se depreende da leitura do art. 
311 do Regulamento Aduaneiro, que dispõe o seguinte: 
Art. 311- No caso de descumprimento dos regimes aduaneiros 
especiais de que trata este Título, o beneficiário ficará sujeito ao 
pagamento dos tributos incidentes, com acréscimo de juros de 
mora e de multa, de mora ou de ofício, calculados da data do 
registro da declaração de admissão no regime ou do registro de 
exportação, sem prejuízo da aplicação de penalidades específicas. 
Vamos entender esse dispositivo! 
Interpretando o art. 311 do R/A, parte da doutrina afirma que, 
quando um bem é admitido em um regime aduaneiro especial, ocorre o fato 
gerador dos tributos e há incidência tributária. No entanto, a exigibilidade do 
crédito tributário fica suspensa. Com efeito, a suspensão do pagamento dos 
tributos de mercadorias admitidas em regimes aduaneiros especiais 
está sujeita a uma condição resolutória, que é o descumprimento dos 
requisitos para concessão do regime. Nesse sentido, caso ocorra a 
condição resolutória (descumprimentodo regime), os tributos se tornarão 
exigíveis. Destaque-se que condição resolutória é aquela cujo implemento tem 
por efeito resolver (desfazer) uma situação jurídica. Vejamos um exemplo! 
Comércio Internacional p/ ACE 
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Uma máquina entra no país ao amparo do regime aduaneiro especial 
de admissão temporária. No momento em que ela é admitida nesse regime, 
ocorre o fato gerador do imposto de importação. No entanto, o crédito 
tributário fica suspenso, condicionado ao cumprimento do regime (retorno da 
mercadoria ao exterior dentro do prazo legal). Temos aí uma condição 
resolutória (descumprimento do regime), que, caso ocorra, tem por efeito 
desfazer a suspensão tributária. 1 
Assim, caso o beneficiário do regime descumpra um regime 
aduaneiro especial, ele ficará sujeito, nos termos do art. 311 do 
Regulamento Aduaneiro, ao pagamento dos tributos incidentes, 
acrescidos de juros de mora e de multa (de mora ou de ofício) 
calculados da data do registro da declaração de admissão no regime ou 
do registro de exportação. Percebe-se, nesse sentido, que o Regulamento 
Aduaneiro definiu, como momento da ocorrência do fato gerador, o registro da 
declaração de admissão no regime (no caso de importação) ou do registro de 
exportação (no caso de exportação). 
Mas como eu havia dito, nem tudo são flores... 
Parcela da doutrina considera que a entrada de bens no país 
ao amparo de regimes aduaneiros especiais não é fato gerador do 
imposto de importação. No concurso de Auditor da RFB, 2009, a ESAF 
adotou esse entendimento na prova de Direito Tributário, ao considerar 
correta questão que afirmava o seguinte2: 
 
“A simples entrada em território nacional de um quadro para 
exposição temporária num museu ou de uma máquina para 
exposição em feira, destinados a retornar ao país de origem, 
não configuram importação, e, por conseguinte não 
constituem fato gerador.” (Perceba, caro amigo, que a 
ESAF entendeu que a entrada de um bem no território 
nacional ao amparo do regime aduaneiro especial não 
constitui fato gerador do imposto de importação). 
 
1 Por oportuno, cabe recordar o que dispõe o art. 117, inciso II, do CTN, segundo o 
qual os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados, 
sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da 
celebração do negócio. 
 
2 Apesar desse entendimento da ESAF na última prova de Auditor RFB, 
historicamente, há certas questões de C.I em que essa mesma banca, apesar de não 
deixar explícita sua posição, nos faz crer que seu entendimento é diverso. Assim, a 
recomendação que faço é que vocês saibam os dois entendimentos e, diante de uma 
questão de múltipla escolha, saibam qual posição adotar. Ao longo da aula, 
utilizaremos, por vezes, o entendimento de que a entrada de bens no território 
nacional ao amparo de regimes aduaneiros especiais é fato gerador do imposto de 
importação. 
Comércio Internacional p/ ACE 
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O mais problemático desse enunciado, no entanto, foi dizer que a 
admissão temporária não configura importação, o que consideramos um 
verdadeiro absurdo... Entendimentos “esafianos”! 
Os tributos, como pudemos verificar, ficam suspensos durante o prazo 
de concessão dos regimes aduaneiros especiais. Mas será que existe algum 
documento que serve de garantia para que o governo possa exigir tais 
tributos? 
Sim, existe! As obrigações fiscais suspensas ficam constituídas em um 
Termo de Responsabilidade. Segundo o art. 760 do R.A, o Termo de 
Responsabilidade é título representativo de direito líquido e certo da 
Fazenda Nacional em relação às obrigações fiscais nele constituídas. 
“Mas, Ricardo, o que significa dizer que o Termo de Responsabilidade 
é título representativo de direito líquido e certo da Fazenda Nacional” 
Excelente pergunta! Dizer que o Termo de Responsabilidade é título 
representativo de direito líquido e certo da Fazenda Nacional significa afirmar 
que não é necessário um processo administrativo para determinar o montante 
do crédito tributário que ficou suspenso. Nesse sentido, o Termo de 
Responsabilidade possui presunção de certeza (há pleno conhecimento 
dos sujeitos da relação, natureza do direito e do objeto devido) e liquidez 
(sabe-se o quantum debeatur dos tributos suspensos). 
A autoridade aduaneira poderá exigir, além da constituição do Termo 
de Responsabilidade, que o beneficiário do regime aduaneiro especial preste 
uma garantia real ou pessoal. Tal garantia poderá ser prestada na forma de 
depósito, fiança idônea ou seguro aduaneiro em favor da União. 
Percebam que, como regra geral, a exigência de prestação de garantia é ato 
discricionário da autoridade aduaneira. 
Quando é concedido um regime aduaneiro especial, é como se o 
beneficiário assumisse um compromisso. Assim, os tributos ficam suspensos, 
mas isto fica condicionado ao cumprimento do compromisso assumido. Caso as 
condições da concessão do regime aduaneiro especial não sejam cumpridas, o 
beneficiário vai ter que se “virar” com a RFB. O crédito consignado no Termo 
de Responsabilidade se tornará objeto de exigência, juntamente com os 
acréscimos legais cabíveis. Vejamos como funciona: 
1)- Caso o beneficiário do regime aduaneiro especial descumpra as 
condições do regime, a RFB intima o responsável para, no prazo de 10 
dias, manifestar-se sobre o descumprimento total ou parcial do 
regime. Se o interessado não apresentar suas alegações dentro dos 10 (dez) 
dias, o crédito tributário se torna automaticamente exigível. A concessão ao 
beneficiário do regime aduaneiro especial de oportunidade para se manifestar 
Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
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tem como objetivo assegurar-lhe o direito à ampla defesa e ao contraditório, 
cláusula pétrea prevista no texto constitucional. 
2)- A RFB procede à revisão do processo vinculado ao Termo de 
Responsabilidade para decidir se o beneficiário tem ou não razão, para 
fins de ratificação ou liquidação do crédito. Essa revisão ocorrerá na hipótese 
que o beneficiário do regime aduaneiro especial apresentou suas alegações 
dentro do prazo de 10 dias que lhe foi concedido. 
3)- Decidindo a RFB que o beneficiário não tem razões, o crédito 
tributário se torna exigível. A exigência do crédito tributário poderá, então, ser 
efetuada de duas formas diferentes: 
- Conversão do depósito em renda da União, na hipótese de 
prestação de garantia sob a forma de depósito em dinheiro: Se o 
beneficiário do regime aduaneiro especial tiver prestado garantia na forma de 
depósito, este será convertido em renda. A conversão do depósito em renda é 
uma das hipóteses de extinção do crédito tributário previstas no Código 
Tributário Nacional (CTN). 
- Intimação do responsável para efetuar o pagamento, no 
prazo de 30 (trinta) dias, na hipótese de dispensa de garantia, ou da 
prestação de garantia sob a forma de fiança idônea ou de seguro 
aduaneiro: Quando não for prestada garantia, o beneficiário do regime será 
chamado a pagar o crédito tributário suspenso em um prazo de 30 dias. Pode 
ocorrer, todavia, que a garantia seja prestada na forma de fiança idônea ou 
seguro aduaneiro. No primeiro caso, serão intimados o beneficiário e o fiador 
para honrar o pagamento; no segundo casoserão intimados o beneficiário e a 
seguradora. 
4)- Caso não seja efetuado o pagamento do crédito tributário, este é 
encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional, para inscrição em 
Dívida Ativa. A cobrança do crédito tributário tornar-se-á, a partir daí, uma 
cobrança judicial. 
De acordo com o art.311 do R.A, na hipótese de descumprimento dos 
regimes aduaneiros especiais, o beneficiário ficará sujeito ao pagamento dos 
tributos incidentes, de juros e multa, os quais são calculados a contar da data 
do registro da declaração para admissão no regime ou do registro de 
exportação. 
Destaque-se que os juros e a multa não ficam consubstanciados no 
Termo de Responsabilidade, sendo exigíveis mediante auto de infração 
lavrado por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Esse é o entendimento 
que devemos ter da leitura do § 2o do art.758 do R/A, segundo o qual “as 
multas por eventual descumprimento do compromisso assumido no 
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termo de responsabilidade não integram o crédito tributário nele 
constituído.” 
Da mesma forma, o crédito tributário apurado em procedimento 
posterior à formalização do Termo de Responsabilidade, em decorrência de 
ajuste no cálculo do tributo devido, será constituído mediante auto de infração. 
O art. 766 do R/A é bem explícito quanto a isso, estabelecendo que a exigência 
de crédito tributário decorrente de aplicação de penalidade ou de ajuste no 
cálculo de tributo será feita por meio de auto de infração. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entrada do bem no 
território aduaneiro ao 
amparo de regime 
aduaneiro especial 
Ocorre fato gerador dos 
tributos (posição dominante) 
Há incidência tributária 
Tributos ficam suspensos 
sob condição resolutória 
Constituição de Termo de 
Responsabilidade Termo representativo de 
direito líquido e certo da 
Fazenda Nacional 
Descumprimento das 
condições do regime 
aduaneiro especial 
RFB intima o responsável 
para, dentro de 10 dias, 
apresentar suas alegações 
Revisão do processo pela 
RFB caso sejam 
apresentadas alegações 
pelo responsável 
RFB decide que o 
interessado não tem razão 
Crédito tributário se torna 
exigível 
Crédito tributário encaminhado à 
Procuradoria da Fazenda Nacional p/ 
inscrição em Dívida Ativa 
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Quando uma mercadoria é importada ao amparo de regimes 
aduaneiros especiais, os tributos exigíveis ficam, portanto, suspensos e 
constituídos no Termo de Responsabilidade. Acho que quanto a isso ninguém 
mais tem dúvidas, não é mesmo? 
Todavia, não é porque uma mercadoria foi admitida ao amparo de 
um regime aduaneiro especial que ela não pode ser transferida para outro 
regime. Isso é sim uma prática possível! A IN/SRF nº 121/2002 regula o 
assunto, dispondo sobre a transferência de mercadoria importada e admitida 
em um regime aduaneiro especial para outro. 
Dessa forma, a RFB poderá autorizar a transferência de 
mercadoria admitida em um regime aduaneiro especial ou aplicado em 
área especial para outro. Todavia, as condições de admissão no novo 
regime deverão ser cumpridas. 
Art. 310. Poderá ser autorizada a transferência de mercadoria 
admitida em um regime aduaneiro especial ou aplicado em área 
especial para outro, observadas as condições e os requisitos próprios 
do novo regime e as restrições estabelecidas em ato normativo da 
Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
Art. 314. A Secretaria da Receita Federal do Brasil fica autorizada a 
estabelecer hipóteses em que, na substituição de beneficiário de 
regime aduaneiro suspensivo, o termo inicial para o cálculo de juros e 
multa de mora relativos aos tributos suspensos passe a ser a data da 
transferência da mercadoria. 
Para visualizarmos a hipótese prevista no art.310, nada melhor do 
que um exemplo! 
Imagine que um máquina para construção civil foi admitida no regime 
de entreposto aduaneiro. O entreposto aduaneiro é um regime aduaneiro 
especial que permite a armazenagem de um bem em recinto alfandegado com 
suspensão dos tributos incidentes. Pois bem, passado um tempo, uma 
empresa de construção civil decide, ao invés de comprar, alugar essa máquina 
entrepostada. A empresa solicita, então, à RFB, a concessão do regime de 
admissão temporária para a máquina. Assim, ocorre a transferência do regime 
de entreposto aduaneiro para admissão temporária. As condições do novo 
regime foram cumpridas, uma vez que, para a admissão em entreposto 
aduaneiro, o bem deve ter sido importado sem cobertura cambial, o que 
também se aplica à admissão temporária. 
De acordo com a IN/SRF nº121/2002, a transferência de 
mercadoria de um regime para outro ocorrerá em relação à totalidade 
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ou parte da mercadoria e com ou sem mudança de beneficiário. Assim, 
existem várias hipóteses possíveis de transferência de regime: 
1)- São admitidas em entreposto aduaneiro 10 (dez) prensas em 
nome da empresa “X”. Todas as 10 prensas poderão ser transferidas para o 
regime de admissão temporária em nome da empresa “X”. Ou então, as 10 
prensas poderão ser poderão ser transferidas para o regime de admissão 
temporária em nome da empresa “Y”. 
2)- São admitidas em entreposto aduaneiro 10 (dez) prensas em 
nome da empresa “X”. Podem ser transferidas 8 (oito) prensas para o regime 
de admissão temporária em nome da empresa “X”, enquanto outras duas são 
nacionalizadas (despachadas para consumo). Ou então, 8 (oito) prensas 
podem ser transferidas para o regime de admissão temporária em nome da 
empresa “Y”, enquanto as outras são nacionalizadas. 
3)- São importadas ao amparo do regime de admissão temporária 10 
(dez) prensas em nome da empresa “X”. As 10 (prensas) poderão continuar 
admitidas temporariamente, com transferência de titularidade do regime para 
a empresa “Y”. Ou então, 8 (oito) prensas podem continuar admitidas 
temporariamente (com transferência de titularidade do regime para a empresa 
“Y”), enquanto 2(duas) são nacionalizadas. 
Quando um regime aduaneiro é descumprido, os tributos suspensos 
serão cobrados, juntamente com os juros e multas, os quais serão calculadas a 
partir da data do registro da declaração de admissão no regime ou do registro 
de exportação. Em outras palavras, a cobrança retroage à data da admissão 
dos bens no regime aduaneiro especial. Isso nós já vimos! 
Todavia, quando há transferência de um regime aduaneiro 
especial para outro, seria mais justo que o termo inicial para o cálculo 
de juros e multa, no caso de descumprimento, fosse a data de 
transferência. A RFB foi autorizada pela Lei nº 10.833/2003 a estabelecer, 
por ato próprio, hipóteses em que o termo inicial passará a ser a data de 
transferência. Entretanto, até a data em que escrevemos essa aula, não foi 
editada Instrução Normativa sobre o assunto. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
1-(ACE-2008)-Os regimes aduaneiros são classificados como comum e 
especiais. Os regimes aduaneiros especiais distinguem-se do regime 
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aduaneiro comum por contemplarem, sob formas diversas, a entrada e 
a saída de mercadorias do território nacional com isenção ou 
suspensão dos direitos aduaneiros aplicáveis. 
Comentários: 
A questão apenas faz menção ao regime aduaneiro comum e aos 
regimes aduaneiros especiais, omitindo os regimes aduaneiros aplicados em 
áreas especiais. Portanto, está errada. 
2- (AFRF-2002.2 - adaptada) - Os regimes aduaneiros especiais se 
diferenciam do regime aduaneiro geral ou comum, caracterizam- se 
por serem em regra regimes econômicos ou suspensivos, enfatizam a 
geração de divisas e de empregos, são aplicados em regra às 
mercadorias não nacionalizadas, e sua admissão ao regime não se 
processa através de um despacho aduaneiro de importação para 
consumo, exceto, neste caso, o regime de admissão temporária para 
aperfeiçoamento ativo. 
Comentários: 
Os regimes aduaneiros especiais se submetem ao despacho para 
admissão, à exceção dos bens que entram no país ao amparo do drawback. 
Logo, a questão está errada. 
3- (Analista dos Correios – 2011)- O despacho aduaneiro de 
importação ocorre sob as modalidades de despacho para consumo, 
admissão e internação, sendo a modalidade definida de acordo com o 
tipo de regime aduaneiro aplicado à mercadoria em questão. 
Comentários: 
De fato, existem três modalidades de despacho aduaneiro: i) 
despacho para consumo; ii) despacho para admissão e; iii) despacho para 
internação. Cada uma delas é empregada conforme o tipo de regime aduaneiro 
aplicado à mercadoria em questão. Questão correta. 
4- (AFRF-2000)- Os regimes aduaneiros especiais caracterizam-se pela 
não-incidência dos tributos no período de sua vigência, considerando-
se ocorrido o fato gerador dos tributos somente a partir do 
inadimplemento das condições que embasaram a sua concessão. 
Comentários: 
O fato gerador do imposto de importação ocorre no momento da 
admissão do bem no regime aduaneiro especial (e não com o inadimplemento 
das condições que embasaram a concessão do regime!). Adicionalmente, cabe 
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destacar que, quando um bem é admitido em regime aduaneiro especial, 
ocorre a incidência tributária, mas a exigibilidade dos tributos é suspensa. 
Questão errada. 
5- (AFRF-2000)- Os regimes aduaneiros especiais são destinados 
precipuamente a incrementar a arrecadação tributária federal e 
estadual decorrente das atividades incentivadas pela sua aplicação, 
sendo exigidos os tributos se houver o descumprimento dos prazos e 
condições para sua vigência e a partir da ocorrência desse 
descumprimento. 
Comentários: 
Dois erros nessa questão: 
1)- O objetivo dos regimes aduaneiros especiais não é incrementar a 
arrecadação tributária federal. Aliás, seria ilógico fazer-se uma afirmação 
destas, tendo em vista que quando uma mercadoria é submetida a um regime 
aduaneiro especial, os tributos ficam suspensos, ou seja, eles não vão para os 
cofres públicos. 
2)- O descumprimento das condições de um regime aduaneiro 
especial faz com que os tributos sejam exigíveis desde a ocorrência do fato 
gerador (data do registro da declaração de admissão no regime ou do registro 
de exportação). 
6- (AFRF-2000)- Os regimes aduaneiros especiais caracterizam-se 
como um ato ou negócio jurídico sob condição resolutiva, em que o 
fato gerador dos tributos considera-se ocorrido e existentes os seus 
efeitos desde o momento da prática do ato concessivo, sendo exigíveis 
os tributos retroativamente na hipótese de inadimplemento. 
Comentários: 
Perfeito o enunciado da questão! Os regimes aduaneiros especiais são 
atos ou negócios jurídicos sujeitos a condição resolutiva. Disso decorre, 
segundo o art. 117, inciso II, do CTN, que o fato gerador considera-se ocorrido 
desde o momento da prática do ato (admissão no regime aduaneiro especial). 
Com efeito, o descumprimento das condições do regime torna 
os tributos exigíveis desde a data do registro da declaração de 
admissão no regime ou do registro de exportação. Pode-se afirmar, 
portanto, que o descumprimento de um regime aduaneiro especial possui 
efeitos “ex tunc” (retroativos) quanto à exigibilidade do crédito tributário. 
7- (AFRF-2000)- Os regimes aduaneiros especiais tendo em vista que 
os tributos têm sua exigibilidade suspensa no momento de sua 
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concessão, caracterizam-se como um ato ou negócio jurídico sob 
condição suspensiva, em que o fato gerador considera-se ocorrido e 
existentes os seus efeitos a partir de seu implemento. 
Comentários: 
Os regimes aduaneiros especiais são atos ou negócios jurídicos 
sujeitos a condição resolutória (e não suspensiva!). Questão errada. 
8- (AFTN-1994) – Os regimes aduaneiros especiais em relação ao 
regime aduaneiro geral caracterizam-se pela suspensão do pagamento 
do crédito decorrente das obrigações fiscais até o implemento de 
condição imposta pelo interesse da economia nacional. 
Comentários: 
De fato, os regimes aduaneiros especiais caracterizam-se pela 
suspensão do pagamento do crédito tributário. Tal suspensão subsistirá até o 
momento em que for implementada a condição imposta pelo interesse da 
economia nacional, que, em virtude do princípio da legalidade, deverá, 
necessariamente, vir expressa em uma norma. 
Cabe destacar que, por “interesse da economia nacional”, entende-se 
o incentivo às exportações, facilidades logísticas, estímulo à industrialização, 
dentre outros. Questão correta. 
9- (AFTN-1994) – Os regimes aduaneiros especiais em relação ao 
regime aduaneiro geral caracterizam-se pela não constituição do 
crédito tributário relativo às mercadorias a eles submetidas no 
momento do despacho aduaneiro. 
Comentários: 
Quando uma mercadoria é submetida a um regime aduaneiro 
especial, há constituição do crédito tributário, mas este fica com a exigibilidade 
suspensa. Questão errada. 
10- (AFRF-2000)- Os regimes aduaneiros especiais são marcadamente 
econômicos e impedem a ocorrência do fato gerador dos tributos 
incidentes sobre as mercadorias a eles submetidas, que somente 
ocorrerá na hipótese de inadimplemento das condições impostas à 
concessão, a partir do qual incidirão os tributos. 
Comentários: 
Há ocorrência do fato gerador do imposto de importação no momento 
em que a mercadoria é admitida em regime aduaneiro especial. Assim, caso 
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haja o inadimplemento das condições do regime, os tributos irão incidir 
retroativamente à data da declaração de admissão no regime. Questão errada. 
11- (AFRF-2002.2) - No regime aduaneiro especial de admissão 
temporária os impostos e penalidades pecuniárias previstos para a 
hipótese de descumprimento das normas que disciplinam o regime 
serão consubstanciados em Termo de Responsabilidade. 
Comentários: 
As penalidades pecuniárias não ficam consubstanciadas no Termo de 
Responsabilidade. Elas são exigidas mediante auto de infração lavrado por 
Auditor da RFB. Questão errada. 
12- (AFRF-2002.2) - No regime aduaneiro especial de admissão 
temporária, a parcela dos impostos devida na importação, suspensa 
em decorrência da aplicação do regime será garantida em Termo deResponsabilidade cuja exigência será objeto de procedimento fiscal 
administrativo em que se assegure o contraditório e ampla defesa, no 
caso de inadimplência do beneficiário do regime. 
Comentários: 
O Termo de Responsabilidade é título representativo de direito líquido 
e certo da Fazenda Nacional, o que torna desnecessário procedimento fiscal 
administrativo tendente a apurar o crédito tributário. Questão errada. 
13- (AFRF-2002.2) - No regime aduaneiro especial de admissão 
temporária, a parcela das penalidades pecuniárias e de outros 
acréscimos legais devida pelo descumprimento das condições do 
regime será, após quantificada, objeto de execução administrativa 
juntamente com os impostos devidos constantes do Termo de 
Responsabilidade, se não houver recolhimento nos 30 (trinta) dias 
subsequentes à ciência da notificação fiscal. 
Comentários: 
Caso o beneficiário do regime de admissão temporária não tenha 
cumprido as condições do regime, ele será intimado pela RFB para justificar o 
porquê do descumprimento. Decidindo a RFB que o beneficiário não possui 
razões legítimas para descumprir as condições do regime, este deverá recolher 
os tributos suspensos no prazo de 30 dias. Se isto não for feito, o Termo de 
Responsabilidade será encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional para 
que se proceda à inscrição em dívida ativa e cobrança judicial. Em suma, após 
os 30 dias, a execução não será administrativa, mas sim judicial. Questão 
errada. 
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14- (AFRF-2002.2) - No regime aduaneiro especial de admissão 
temporária a parcela dos impostos devida na importação, suspensa em 
decorrência da aplicação do regime, será consubstanciada em Termo 
de Responsabilidade, garantido por fiança ou seguro aduaneiro, que, 
no caso de descumprimento das condições do regime concedido, será 
encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição na 
Dívida Ativa se não comprovado o pagamento no prazo estabelecido e 
a parcela relativa às penalidades pecuniárias e ajuste de cálculo de 
tributos devidos será exigida através da lavratura do auto de infração 
regularmente notificado ao contribuinte. 
Comentários: 
Várias informações importantes nessa questão: 
1) A parcela dos impostos suspensa fica consubstanciada no Termo de 
Responsabilidade. 
2) O Termo de Responsabilidade poderá ser assegurado por meio de 
garantia na forma de fiança ou seguro aduaneiro. 
3) Findo o prazo de 30 dias para recolhimento dos tributos suspensos, 
o Termo de Responsabilidade é encaminhado à Procuradoria da Fazenda 
Nacional para inscrição em dívida ativa. 
4) A parcela das penalidades pecuniárias e ajuste de tributos devidos 
será exigida mediante auto de infração regularmente notificado ao 
contribuinte. 
Pelo que comentamos, a questão está correta. 
15- (Questão Inédita)- As obrigações fiscais suspensas pela aplicação 
dos regimes aduaneiros especiais serão constituídas em termo de 
responsabilidade firmado pelo beneficiário do regime. 
Comentários: 
O Termo de Responsabilidade leva a assinatura do beneficiário do 
regime aduaneiro especial, que, por meio deste, se compromete a cumprir as 
condições do regime. Questão correta. 
16- (Questão Inédita)- Não poderá ser autorizada a transferência de 
mercadoria admitida em um regime aduaneiro especial ou aplicado em 
área especial para outro. 
Comentários: 
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É possível a transferência de uma mercadoria de um regime 
aduaneiro especial para outro, desde que sejam atendidos os requisitos para a 
concessão do novo regime. Questão errada. 
 
2- Trânsito Aduaneiro: 
2.1- Conceito e Modalidades de Trânsito Aduaneiro: 
Imaginemos que você é dono de uma distribuidora de 
eletrodomésticos situada em Campinas e que seus produtos (geladeiras, 
fogões, microondas) sejam importados. Esses equipamentos entram no Brasil 
pelo Porto de Santos, que é o porto mais próximo de Campinas. Para proceder 
ao despacho aduaneiro desses bens, você terá duas opções: i) fazer o 
despacho aduaneiro no próprio Porto de Santos ou; ii) fazer o despacho 
aduaneiro em um porto seco3 ( que pode ser em Campinas). 
Por razões logísticas, pode ser mais interessante que você realize o 
despacho aduaneiro em um porto seco localizado em Campinas. De fato, levar 
as mercadorias para Campinas permitirá maior agilidade no desembaraço 
aduaneiro, uma vez que este será realizado em local próximo ao 
estabelecimento do importador. Além disso, os custos de armazenagem de 
mercadorias em portos e aeroportos (enquanto se espera o desembaraço 
aduaneiro) são mais elevados do que os custos de armazenagem em um porto 
seco. 
Dessa forma, vale a pena levar os bens importados para sofrerem 
despacho aduaneiro em Campinas. Para isso, é necessário, então, submetê-
los ao regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro. Assim, os bens 
serão transportados desde o Porto de Santos até o porto seco de 
Campinas, com suspensão dos tributos incidentes sobre a operação. Os 
tributos somente serão recolhidos por ocasião do despacho para consumo, que 
será realizado no porto seco em Campinas. 
A definição de trânsito aduaneiro está prevista no art. 315 do R/A, 
que estabelece que este regime aduaneiro especial é o que permite o 
transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro 
do território nacional, com suspensão do pagamento de tributos. 
Para entender o regime de trânsito aduaneiro, é importante ter 
conhecimento de uma nomenclatura específica: i) local de origem; ii) local de 
destino; iii) unidade de origem e; iv) unidade de destino. Voltando ao exemplo 
anterior, os bens (eletrodomésticos) chegaram ao Porto de Santos e lá foram 
descarregados. Eles serão, então, transportados até o porto seco de Campinas. 
Nessa situação, o local de origem do trânsito, isto é, o ponto inicial do 
 
3 Porto Seco é um recinto alfandegado situado na zona secundária. 
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itinerário, será o Porto de Santos. O local de destino (ponto final do 
itinerário) será o porto seco de Campinas. A unidade de origem será a URF 
que possui jurisdição sobre o local de origem do trânsito. A unidade de 
destino será a URF que jurisdiciona o local de destino do trânsito. 
O art. 318 do R/A prevê sete modalidades para o regime de trânsito 
aduaneiro, quais sejam: 
1)- O transporte de mercadoria procedente do exterior, do 
ponto de descarga no território aduaneiro até o ponto onde deva 
ocorrer outro despacho. Essa modalidade é o chamado “trânsito de 
importação”. A mercadoria estrangeira é descarregada no Porto de Santos, 
sendo transportada de lá até um porto seco em Campinas (onde ocorrerá o 
despacho) 
2)- O transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, 
verificada ou despachada para exportação, do local de origem ao local 
de destino, para embarque ou para armazenamento em área 
alfandegada para posterior embarque. Essa modalidade é o chamado 
“trânsito de exportação”. A mercadoria nacional ou nacionalizada é 
transportada a partir de um porto seco em Campinas (onde sofreu despacho 
para exportação) até o Porto de Santos (onde embarcará para o exterior). O 
trânsito de exportação poderátambém ter início no próprio estabelecimento da 
empresa exportadora, o que seria, logisticamente, a melhor situação. 
3)- O transporte de mercadoria estrangeira despachada para 
reexportação, do local de origem ao local de destino, para embarque 
ou armazenamento em área alfandegada para posterior embarque. 
Aqui também temos um caso de “trânsito de exportação”. A única diferença 
é que, nessa hipótese, a mercadoria é estrangeira (ela está no Brasil, mas não 
foi nacionalizada). Logo, não cabe falar em “exportação”, mas sim em 
“reexportação”. 
4)- O transporte de mercadoria estrangeira de um recinto 
alfandegado situado na zona secundária a outro. Essa modalidade é 
conhecida como “trânsito interno”. A mercadoria estrangeira é transportada 
de um porto seco (recinto alfandegado de zona secundária) para outro porto 
seco. 
5)- A passagem, pelo território aduaneiro, de mercadoria 
procedente do exterior e a ele destinada. Esse é o “trânsito 
internacional”. Seria o caso, por exemplo, em que uma mercadoria 
procedente da Alemanha chega ao Porto de Santos, tendo como destino a 
Argentina. O trânsito na modalidade de passagem só poderá ser aplicado à 
mercadoria declarada para trânsito no conhecimento de carga correspondente, 
ou no manifesto ou declaração de efeito equivalente do veículo que a 
transportou até o local de origem. Em outras palavras, só se aplica o 
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trânsito internacional quando no conhecimento de carga (documento 
que materializa o contrato de frete) já estava previsto que a 
mercadoria se destinaria a outro país, isto é, que só passaria pelo 
Brasil. 
6)- O transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria 
procedente do exterior, conduzida em veículo em viagem internacional 
até o ponto em que se verificar a descarga. Aqui também temos um caso 
de “trânsito de importação”. Nessa situação, um veículo procedente do 
Uruguai leva mercadorias até um porto seco situado em Uberlândia, onde será 
feita a descarga e o despacho aduaneiro. 
7)- O transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria 
estrangeira, nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para 
reexportação ou para exportação e conduzida em veículo com destino 
ao exterior. Aqui temos um “trânsito de exportação”. Nessa situação, um 
veículo parte de Uberlândia com destino ao Uruguai levando mercadorias já 
despachadas para exportação (mercadorias nacionais ou nacionalizadas) ou 
para reexportação (mercadorias estrangeiras). 
 
2.2 – Beneficiários do Regime: 
O art. 321 do R/A lista os beneficiários do regime aduaneiro especial 
de trânsito aduaneiro. São eles: 
a) no trânsito de importação: o importador 
b) no trânsito de exportação: o exportador 
c) no trânsito interno: o depositante 
d) no trânsito internacional: o representante, no País, de 
exportador estrangeiro ou importador estrangeiro domiciliado no exterior. 
e) em qualquer caso: i) o permissionário ou concessionário de 
recinto alfandegado (exceto no trânsito internacional); ii) o operador de 
transporte multimodal (OTM), iii) o transportador e ; iv) o agente credenciado 
a efetuar operações de unitização ou desunitização de cargas em recintos 
alfandegados. 
Segundo o Prof. Rodrigo Luz4, é mais adequado dizer que as pessoas 
listadas no art.321 do R/A são aquelas que podem solicitar o regime especial 
 
4 LUZ, Rodrigo Teixeira. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira, 3ª 
edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 
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de trânsito aduaneiro, isto é, podem registrar a declaração de trânsito 
aduaneiro. 
 
2.3- Autorização para o transporte: 
Para que uma empresa possa transportar mercadorias em trânsito 
aduaneiro, é necessário sua prévia habilitação perante a Receita Federal do 
Brasil. Assim, somente empresas credenciadas pela RFB poderão operar no 
regime de trânsito aduaneiro. Esse é o exato teor do art. 322 do R/A, que 
estabelece que “a habilitação das empresas transportadoras será feita 
previamente ao transporte de mercadorias em regime de trânsito 
aduaneiro e será outorgada, em caráter precário, pela Secretaria da 
Receita Federal do Brasil.” Assim, não é qualquer um que poderá operar o 
regime de trânsito aduaneiro! 
As empresas interessadas em transportar mercadorias sob o regime 
de trânsito aduaneiro precisarão se habilitar na unidade de fiscalização 
aduaneira, solicitando o cadastramento no sistema e apresentando o Termo de 
Responsabilidade para Trânsito Aduaneiro (TRTA). A concessão da habilitação 
pela RFB é feita a título precário, isto é, em caráter temporário (por tempo 
determinado). 
Para a concessão ou renovação da habilitação para operar o 
regime de trânsito aduaneiro, serão levados em conta fatores direta ou 
indiretamente relacionados com os aspectos fiscais, a conveniência 
administrativa, a situação econômico-financeira e a tradição da empresa 
transportadora. 
Cabe destacar que algumas pessoas jurídicas não necessitam de 
habilitação prévia para operar o regime de trânsito aduaneiro, por 
serem consideradas idôneas por natureza. São elas: i) empresas públicas e 
sociedades de economia mista que explorem serviços de transporte e; ii) os 
outros beneficiários do regime (habilitados no SISCOMEX), quando não sendo 
empresas transportadoras, utilizarem veículos próprios. A RFB possui 
competência, ainda, para estabelecer outras hipóteses de dispensa de 
habilitação prévia. 
 
2.4- Despacho para Trânsito: 
Quando uma carga chega no Porto de Paranaguá e o importador quer 
levá-la a um porto seco localizado em Curitiba (onde será feito o desembaraço 
 
 
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aduaneiro), ele deverá solicitar o regime de trânsito aduaneiro. Mas como é 
feita a solicitação do regime de trânsito aduaneiro? 
A solicitação da aplicação do regime de trânsito aduaneiro é feita 
mediante requerimento à autoridade aduaneira competente da unidade de 
origem. Tal requerimento é realizado por meio do SISCOMEX-Trânsito. 
O despacho para trânsito aduaneiro é, assim, processado por meio de 
uma declaração para trânsito aduaneiro (que poderá ser a DTA, MIC-DTA, TIF-
DTA, DTT ou a DTC, dependendo da situação).5 Pela especificidade do assunto, 
considero que não há necessidade (para a prova) de se saber em que 
situações é utilizada cada uma dessas declarações. 
O registro da declaração para trânsito aduaneiro no SISCOMEX 
caracteriza o início do despacho de trânsito aduaneiro e, ao mesmo 
tempo, o fim da espontaneidade do beneficiário relativamente às informações 
prestadas. 
Uma vez registrada a declaração para trânsito aduaneiro, ela 
será direcionada para o canal verde (desembaraço automático) ou 
para o canal vermelho (exame documental e conferência física). O 
direcionamento de uma declaração para trânsito para o canal verde ou 
vermelho será feito com base em critérios de seleção e amostragem definidos 
pela RFB. 
Quando a declaração for selecionada para conferência (direcionada 
para o canal vermelho), a concessão do regime de trânsitoaduaneiro caberá a 
Auditor Fiscal da Receita Federal (AFRFB) designado pelo titular da unidade de 
origem (URF que jurisdiciona o local de origem do trânsito). 
A conferência para trânsito tem por finalidade i) identificar o 
beneficiário; ii) verificar a mercadoria; iii) verificar a correção das informações 
relativas à sua natureza e quantificação e; iv) em caso de mercadorias sujeitas 
a controle prévio, verificar se houve a liberação por outros órgãos da 
administração pública. 
A verificação para trânsito será realizada na presença do 
beneficiário do regime e do transportador. Nela, o AFRFB ou ATRFB (sob 
supervisão de um AFRFB) irá observar se o peso, a quantidade e as 
características dos volumes estão condizentes com os documentos que 
 
5 DTA- Declaração de Trânsito Aduaneiro 
MIC-DTA - Manifesto Internacional de Carga - Declaração de Trânsito Aduaneiro 
TIF-DTA- Conhecimento-Carta de Porte Internacional - Declaração de Trânsito 
Aduaneiro 
DTT- Declaração de Trânsito de Transferência 
DTC- Declaração de Trânsito de Contêiner 
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instruem a declaração para trânsito. Além disso, deverá ser observado se o 
veículo transportador oferece condições adequadas de segurança fiscal. 
Quando, nessa verificação para trânsito, for verificada avaria 
ou extravio, poderá ser realizada vistoria aduaneira. A vistoria aduaneira 
é um processo administrativo cujo objetivo é apurar a responsabilidade pela 
avaria ou pelo extravio de mercadoria. Cabe destacar que é possível a 
desistência da vistoria aduaneira pelo transportador ou pelo beneficiário do 
regime. Entretanto, para isso, o desistente deverá assumir, por escrito, os 
prejuízos decorrentes da avaria ou extravio. 
Ao conceder o regime de trânsito aduaneiro, a autoridade 
aduaneira sob cuja jurisdição se encontrar a mercadoria a ser 
transportada estabelecerá a rota a ser cumprida, fixará os prazos para 
execução da operação e para comprovação da chegada da mercadoria 
ao destino e adotará as cautelas julgadas necessárias à segurança 
fiscal. 
Quanto ao estabelecimento de rota e prazo para conclusão do 
trânsito aduaneiro, estes poderão ser objeto de proposta do 
transportador ou do beneficiário. Se essa proposta não for aceita pela 
unidade de origem dentro de 15 dias, ela será automaticamente cancelada. 
Destaque-se que, mesmo havendo rota legal preestabelecida, poderá ser 
aceita rota alternativa proposta por beneficiário. O trânsito por via 
rodoviária será feito preferencialmente pelas vias principais, onde houver 
melhores condições de segurança e policiamento, utilizando-se, sempre que 
possível, o percurso mais direto. 
Todos esses procedimentos, por sinal bastante rígidos, têm como 
objetivo promover a segurança fiscal , já que, durante todo o trajeto do 
trânsito aduaneiro, os tributos estarão com a exigibilidade suspensa. A RFB, 
portanto, informa ao beneficiário do regime qual o caminho ele deverá 
percorrer e em quanto tempo. Além disso, poderá adotar cautelas fiscais, 
cujo objetivo é impedir a violação do veículo, da unidade de carga e dos 
volumes que estiverem em trânsito. 
De acordo com a IN SRF nº 248/2002, as cautelas fiscais que podem 
ser adotadas são a lacração (colocação de lacres), a sinetagem (colocação 
de símbolos nos lacres), a cintagem (colocação de cintas nos volumes), a 
marcação (colocação de marcas nos volumes) e o acompanhamento fiscal 
(designação de um veículo para acompanhar o trânsito aduaneiro). Ressalte-se 
que o acompanhamento fiscal somente será realizado em casos 
excepcionais, em que, por exemplo, o transportador seja reincidente em 
infrações à legislação aduaneira. 
Agora me respondam o seguinte: será que o regime de trânsito 
aduaneiro poderá ser indeferido pela RFB? 
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Sim. O AFRFB designado para proceder à conferência para trânsito 
poderá indeferir a solicitação, desde que o faça com base em decisão 
fundamentada. Todavia, uma vez indeferido o trânsito aduaneiro, o 
beneficiário poderá interpor recurso ao titular da unidade de origem no prazo 
de 10 (dez) dias, a contar da ciência do indeferimento. 
O ato final do despacho para trânsito é o desembaraço, que é 
quando a unidade da RFB de origem efetivamente concede o regime de 
trânsito aduaneiro ao beneficiário. Nesse momento, em que se encerra o 
despacho para trânsito, tem início o regime de trânsito aduaneiro. Após 
o AFRFB registrar no Sistema a aplicação dos dispositivos de segurança, 
ocorrerá automaticamente o desembaraço. Quando os dispositivos de 
segurança tiverem sido dispensados, o desembaraço ocorrerá após o 
carregamento do veículo pelo transportador. 
 
2.5- Garantias e Responsabilidades: 
Segundo o art. 337 do R/A, as obrigações fiscais suspensas em 
virtude da aplicação do regime de trânsito aduaneiro ficarão 
constituídas em Termo de Responsabilidade, firmado na data do registro 
da declaração de admissão no regime, que assegure sua eventual liquidação e 
cobrança. 
Por sua vez, o art. 20 da IN SRF Nº 248/2002, com o fito de 
operacionalizar a constituição do Termo de Responsabilidade, dispôs que a 
responsabilidade pelo cumprimento das obrigações fiscais suspensas 
em decorrência da aplicação do regime de trânsito aduaneiro será 
formalizada em Termo de Responsabilidade para Trânsito Aduaneiro 
(TRTA), com validade de três anos, firmado pelo transportador. 
Juntamente com a constituição de Termo de Responsabilidade, é 
necessária a prestação de garantia das obrigações fiscais suspensas. A 
garantia poderá ser prestada na forma de depósito em dinheiro, fiança idônea 
ou seguro aduaneiro, a critério do transportador. Há alguns casos especiais em 
que não se exige a prestação de garantia como, por exemplo, quando o 
transportador possui patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois 
milhões de reais). 
Ok! O trânsito aduaneiro foi concedido pela RFB, os tributos 
suspensos ficaram consignados no Termo de Responsabilidade e, ainda, foi 
apresentada uma garantia. Mas e se acontecer alguma coisa no trajeto? De 
quem é a responsabilidade pelas mercadorias em trânsito aduaneiro? 
De acordo com o art. 338 do R/A, “o transportador de mercadoria 
submetida ao regime de trânsito aduaneiro responde pelo conteúdo 
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dos volumes, nos casos previstos no art. 661”. Por sua vez, o art. 661 
dispõe que: 
Art. 661. Para efeitos fiscais, é responsável o transportador 
quando houver: 
I - substituição de mercadoria após o embarque; 
II - extravio de mercadoria em volume descarregado com indício de 
violação; 
III - avaria visível por fora do volume descarregado; 
IV - divergência, para menos, de peso ou dimensão do volume em 
relação ao declarado no manifesto, no conhecimento de carga ou em 
documento de efeito equivalente, ou ainda, se for o caso, aos 
documentos que instruíram o despacho para trânsito aduaneiro; 
V - extravio ou avaria fraudulenta constatada na descarga; e 
VI - extravio, constatado na descarga, de volume ou de mercadoria a 
granel, manifestados. 
Parágrafo único. Constatado, na conferência final do manifesto de 
carga, extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria, inclusivea 
granel, serão exigidos do transportador os tributos e multas 
cabíveis. 
Interpretando os dois dispositivos em conjunto, podemos verificar que 
o transportador possui responsabilidade exclusiva pelas mercadorias 
em trânsito aduaneiro. Assim, caso ocorra avaria, extravio ou alteração de 
mercadoria, a RFB exigirá dele os tributos e multas cabíveis. Percebam, meus 
amigos, que todas as situações relacionadas no art. 661 do R/A representam 
casos em que o transportador recebeu uma mercadoria intacta e, ao chegar no 
destino, apresentou-a modificada (seja na quantidade ou qualidade). 
Durante o trajeto referente ao trânsito aduaneiro, há outras 
ocorrências possíveis, como, por exemplo: i) chegada do veículo fora do 
prazo fixado pela RFB; ii) violação de dispositivo de segurança; iii) desvio da 
rota autorizada; iv) substituição do veículo transportador sem autorização da 
RFB. Cada uma das infrações possíveis possui uma pontuação (como se fosse 
carteira de motorista!). Ao atingir 20 pontos, o transportador sofrerá 
advertência; ao somar ou ultrapassar 40 pontos, o transportador terá sua 
habilitação suspensa. 
Nos termos do art. 339, § 1o, do R/A, quando o transportador não 
apresentar a mercadoria no local de destino, na forma e no prazo 
previsto, ele ficará sujeito ao cumprimento das obrigações assumidas 
no Termo de Responsabilidade, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
Os tributos serão os vigentes na data da assinatura do Termo de 
Responsabilidade com acréscimos legais. 
 
2.6- Interrupção e Conclusão do Trânsito: 
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Vamos imaginar que a autoridade aduaneira tenha concedido o 
regime de trânsito aduaneiro para o transporte de uma carga desde o Porto de 
Suape até um porto seco localizado em Caruaru. No entanto, no meio do 
trajeto, o veículo que transportava a carga se envolve em um acidente de 
trânsito. E aí, o que acontece? 
Nesse caso, meus amigos, ocorrerá a interrupção do trânsito 
aduaneiro, em razão da ocorrência de um evento que impede o 
prosseguimento do trânsito e, ainda, que, muito provavelmente, provocou 
avarias nas mercadorias transportadas. 
O art. 340 do R/A lista as hipóteses em que poderá haver interrupção 
do trânsito aduaneiro: 
“Art. 340. O trânsito poderá ser interrompido pelos seguintes 
motivos: 
I - ocorrência de eventos extraordinários que comprometam ou 
possam comprometer a segurança do veículo ou equipamento de 
transporte; 
II - ocorrência de eventos que resultem ou possam resultar em avaria 
ou extravio da mercadoria; 
III - ocorrência de eventos que impeçam ou possam impedir o 
prosseguimento do trânsito; 
IV - embargo ou impedimento oferecido por autoridade competente; 
V - rompimento ou supressão de dispositivo de segurança; e 
VI - outras circunstâncias alheias à vontade do transportador, que 
justifiquem a medida. “ 
Mas o que deve fazer o importador se houver a interrupção do 
trânsito aduaneiro? 
Nesse caso, o transportador deverá imediatamente comunicar o 
fato à unidade aduaneira que jurisdiciona o local onde se encontrar o 
veículo, a fim de que esta possa adotar as providências cabíveis. 
A autoridade aduaneira também poderá determinar a interrupção do 
trânsito aduaneiro, ainda que não tenha ocorrido nenhuma das hipóteses 
previstas no art. 340 do R/A. Isso ocorrerá em razão de denúncia, suspeita ou 
mesmo em função da conveniência da fiscalização. 
Caso não haja qualquer tipo de problema no trânsito aduaneiro, o 
transportador irá apresentar a carga à unidade da RFB que jurisdiciona o local 
de destino. Para fins de conclusão do trânsito aduaneiro, a unidade da RFB de 
destino procederá ao exame dos documentos e à verificação do veículo, dos 
dispositivos de segurança e da integridade da carga. 
Se estiver tudo certo, o trânsito aduaneiro será concluído e será 
dada baixa no Termo de Responsabilidade junto à unidade de origem. 
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Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
17- (AFRF-2002.1) – Ultimada a conferência (para o trânsito 
aduaneiro), serão adotadas cautelas fiscais visando impedir a violação 
dos volumes, recipientes e, se for o caso, do veículo transportador. São 
cautelas fiscais, entre outras: lacração, a sinetagem e a etiquetagem 
dos volumes. 
Comentários: 
 No regime de trânsito aduaneiro, as mercadorias podem ser 
transportadas com suspensão de tributos de um ponto a outro do território 
nacional, mas, durante esse percurso, deverão estar sob controle aduaneiro. 
Isso quer dizer que poderão ser adotadas cautelas fiscais: lacração, sinetagem, 
cintagem, marcação ou acompanhamento fiscal. Questão correta. 
18- (AFRF-2002.1 - adaptada)- O regime de trânsito aduaneiro implica 
o transporte de um bem importado, sob controle aduaneiro, de um 
ponto a outro do território aduaneiro para internalização em caráter 
definitivo. 
Comentários: 
O trânsito aduaneiro implica sim o transporte de um bem importado, 
sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro. No 
entanto, nem sempre o objetivo é a internalização do bem em caráter 
definitivo no país. Pode ser que seja um trânsito aduaneiro de passagem, no 
qual o destino de um bem é outro país. Questão errada. 
19- (Petrobrás – 2007 - adaptada)- O regime de trânsito aduaneiro 
pode ser aplicado à passagem pelo território nacional de mercadoria 
procedente do exterior e destinada a um país do MERCOSUL. 
Comentários: 
Uma das modalidades de trânsito aduaneiro é o “trânsito 
internacional”, também chamado de trânsito aduaneiro de passagem. Nessa 
modalidade de trânsito, o bem é procedente do exterior e é a ele destinado. 
Questão correta. 
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20- (Questão Inédita)- O trânsito aduaneiro é o regime aduaneiro 
especial em que se permite o transporte de mercadoria de um ponto a 
outro do território nacional com suspensão tributária. Uma das 
modalidades de trânsito aduaneiro é o trânsito de exportação, em que 
uma mercadoria procedente do exterior é transportada do ponto de 
descarga no território aduaneiro até o porto seco onde ocorrerá outro 
despacho. 
Comentários: 
A modalidade de trânsito aduaneiro descrita na assertiva é o trânsito 
de importação. Questão errada. 
21- (Questão Inédita)- Em operações de trânsito aduaneiro, o 
transporte de mercadorias somente poderá ser efetuado por empresas 
transportadoras previamente habilitadas pela Receita Federal do 
Brasil. 
Comentários: 
Nos termos do art. 322 do R/A, o trânsito aduaneiro só poderá ser 
executado por empresas transportadoras devidamente habilitadas junto 
à Receita Federal do Brasil. Questão correta. 
22- (Questão Inédita)- A passagem pelo território aduaneiro, de 
mercadoria procedente do exterior e a ele destinada, constitui 
modalidade de trânsito aduaneiro que somente poderá ser concedida à 
mercadoria declarada para trânsito no conhecimento de carga 
correspondente ou no manifesto ou documento equivalente do veículo 
que o transportou até o local de origem do trânsito. 
Comentários: 
Essa assertiva descreve o trânsito internacional, que se caracteriza 
pela suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria que 
adentre o território aduaneiro, mas que sedestina a outro país. A RFB só 
permite essa modalidade de trânsito aduaneiro se este estiver previsto 
desde a emissão do conhecimento de carga no exterior, exigência que 
existe para evitar possíveis fraudes. Questão correta. 
23- (Questão Inédita)- O regime especial de trânsito aduaneiro é o que 
permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um 
ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento 
de tributos. 
Comentários: 
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Uma mercadoria submetida ao regime de trânsito aduaneiro pode ser 
transportada de um ponto a outro do território nacional com suspensão 
tributária. É o caso em que uma mercadoria chega ao Porto de Santos e é 
destinada a um porto seco em Campinas para que se proceda ao desembaraço 
aduaneiro – trânsito de importação. Ou ainda, quando um exportador 
brasileiro leva sua mercadoria ao mesmo porto seco de Campinas, onde ela é 
despachada para exportação, seguindo destino para o Porto de Santos, onde é 
embarcada para o exterior – trânsito de exportação. 
Existem ainda outras modalidade de trânsito aduaneiro: o trânsito 
internacional – a mercadoria entra no Brasil procedente da China, sendo 
destinada ao Paraguai – e o trânsito interno – a mercadoria é transportada 
de um porto seco a outro porto seco. Questão correta. 
24- (Questão Inédita)- O trânsito na modalidade de passagem 
somente poderá ser aplicado à mercadoria declarada para trânsito no 
conhecimento de carga correspondente, ou no manifesto ou declaração 
de efeito equivalente do veículo que a transportou até o local de 
origem. 
Comentários: 
O trânsito internacional – de passagem – somente será possível se a 
mercadoria tiver sido declarada para trânsito no conhecimento de carga 
correspondente, no manifesto ou declaração de efeito equivalente do veículo 
que a transportou até o local de origem do trânsito. Questão correta. 
 
3- Admissão Temporária: 
3.1- Conceito e Generalidades: 
Vocês se lembram dos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007? 
Naquela oportunidade, várias delegações de diversos países se instalaram no 
Brasil durante o período de realização dos jogos, não foi? Pois bem, essas 
delegações trouxeram uma enorme parafernália, envolvendo materiais 
esportivos e bagagem de atletas e técnicos. 
Lembram-se também da última vez que Paul McCartney veio ao Brasil 
fazer um show? Para realizar o show, o cantor trouxe grande quantidade de 
material ao país, como equipamentos de som e iluminação, estrutura e 
equipamentos de efeitos especiais. 
Agora eu lhes pergunto: será que houve recolhimento tributário sobre 
os bens trazidos pelas delegações estrangeiras por ocasião dos Jogos Pan-
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Americanos em 2011? E em relação ao material destinado ao show do Paul 
McCartney? 
Não, meus amigos! Nos dois casos, os bens foram submetidos ao 
regime de admissão temporária. Eles permaneceram no Brasil durante um 
prazo determinado, com suspensão de tributos, regressando posteriormente 
ao exterior. 
O art. 353 do R/A define o regime de admissão temporária como 
sendo o regime aduaneiro especial que permite a importação de bens 
que devam permanecer no País durante prazo fixado, com suspensão 
total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de 
utilização econômica. 
Um detalhe importante que precisamos perceber a partir da leitura da 
definição de admissão temporária é que a suspensão de tributos poderá 
ser total ou parcial. No caso de bens importados temporariamente para 
participar de uma competição esportiva, de uma exposição ou de um show, a 
suspensão de tributos será total. Entretanto, quando os bens admitidos 
temporariamente forem destinados à produção de bens e serviços 
(utilização econômica), a suspensão será parcial. Seria o caso, por 
exemplo, da admissão temporária de máquinas de construção civil. 
Na hipótese de admissão temporária para utilização econômica, o 
pagamento dos tributos federais será proporcional ao tempo de permanência 
do bem no território nacional. Mais especificamente, será aplicado o 
percentual de 1% (um por cento) relativamente a cada mês 
compreendido no prazo de concessão do regime, sobre o montante dos 
tributos originalmente devidos. 
Vamos imaginar um guindaste cujo valor aduaneiro seja R$ 
500.000,00 e que esteja sujeito a uma alíquota de 30% do Imposto de 
Importação (II). Caso ele fosse importado a título definitivo e houvesse 
recolhimento integral, o valor a ser pago a título de II seria de R$ 150.000,00. 
No entanto, caso ele entrasse no Brasil ao amparo do regime aduaneiro de 
admissão temporária e fosse ser utilizado economicamente durante 10 meses, 
o valor a ser recolhido a título seria de R$15.000,00 (10% de R$150.000,00). 
Quando um bem é admitido temporariamente no País, não podemos 
dizer que ocorreu sua nacionalização, pois sua entrada não possui ânimo de 
definitividade. Ao contrário, ele ficará no país durante um tempo, retornando 
ao exterior. Os tributos ficam suspensos durante a estadia desses bens 
no País justamente porque eles regressarão ao exterior. 
 
3.2- Requisitos para a concessão do regime de admissão temporária: 
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A concessão do regime aduaneiro especial é de competência da 
Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB). De acordo com o art.358 do 
R/A, a autoridade aduaneira observará, para a concessão do regime, o 
cumprimento cumulativo das seguintes condições: 
1)- Importação em caráter temporário, comprovada esta 
condição por qualquer meio julgado idôneo. Quando um bem é admitido 
temporariamente no País, não podemos dizer que ocorreu sua nacionalização, 
pois sua entrada não possui ânimo de definitividade. Ao contrário, ele ficará no 
país durante um tempo, retornando ao exterior. Os tributos ficam suspensos 
durante a estadia desses bens no País justamente porque eles regressarão ao 
exterior. 
Nesse sentido, a Receita Federal do Brasil (RFB) somente concede o 
regime de admissão temporária a bens que permanecerão no Brasil em caráter 
temporário. O art. 355 do R/A estabelece que o regime de admissão 
temporária poderá ser aplicado aos bens relacionados em ato normativo da 
Secretaria da Receita Federal do Brasil e aos admitidos temporariamente ao 
amparo de acordos internacionais. 
A IN SRFB nº 285/2003, por sua vez, disciplinando a aplicação do 
regime aduaneiro especial de admissão temporária, estabeleceu um rol 
exaustivo de situações em que os bens poderão ser submetidos ao regime 
aduaneiro especial de admissão temporária. Transcrevemos a seguir, a título 
ilustrativo, o art. 4º da IN SRFB nº 285/2003: 
Art. 4º- Poderão ser submetidos ao regime de admissão temporária 
com suspensão total do pagamento dos tributos incidentes na 
importação, os bens destinados: 
I - a feiras, exposições, congressos e outros eventos científicos ou 
técnicos; 
II - a pesquisa ou expedição científica, desde que relacionados em 
projetos previamente autorizados pelo Conselho Nacional de Ciência e 
Tecnologia; 
III - a espetáculos, exposições e outros eventos artísticos ou culturais; 
IV - a competições ou exibições esportivas; 
V - a feiras e exposições, comerciais ou industriais; 
VI - a promoção comercial, inclusive

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