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aula15 valoracaoaduaneira Concurso de Analista do Comércio Exterior

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Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale – Aula 15 
 
Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 63 
 
AULA 15: VALORAÇÃO ADUANEIRA 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Palavras Iniciais 1 
2- Histórico e Princípios Gerais da Valoração Aduaneira 2 - 9 
3- Métodos de Valoração Aduaneira 9 - 43 
4- Valoração Aduaneira no MERCOSUL 43 - 51 
5- Lista de Questões e Gabarito 52 - 63 
Olá, meus amigos, tudo bem? Hoje trataremos de um assunto 
bastante relacionado com o trabalho dos companheiros da Receita Federal que 
militam na área aduaneira. 
Falaremos da valoração aduaneira, assunto que não tem nada de 
fácil. Muito pelo contrário, este é um tema bastante complexo e que 
normalmente gera muitas dúvidas nos alunos. 
Estudaremos, mais uma vez, o tema com profundidade. Por isso, 
desde já, recomendo o máximo de atenção à nossa aula, que pretende abordar 
cada ponto importante sobre a valoração aduaneira, ok? 
Vamos em frente! 
Um abraço a todos, 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://twitter.com/#!/RicardoVale01 
http://www.facebook.com/rvale01 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” 
____________________x___________________ 
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1-HISTÓRICO E PRINCÍPIOS GERAIS DA VALORAÇÃO ADUANEIRA: 
Em 1947, os países celebraram o GATT com o objetivo de estabelecer 
as bases para a regulação do comércio internacional. O objetivo era a obtenção 
do livre comércio entre os países, o que era considerado essencial para a 
promoção do desenvolvimento e crescimento econômico. Na oportunidade, 
decidiram criar medidas que regulamentassem cada prática protecionista então 
existente. 
Dentre as práticas protecionistas combatidas pelo GATT, citamos a 
utilização de práticas arbitrárias de valoração aduaneira, as quais 
distorciam o comércio internacional. 
Mas, afinal, o que são práticas arbitrárias de valoração aduaneira? 
Antes de qualquer coisa, é preciso ter em mente que valoração 
aduaneira nada mais é do que a determinação do valor aduaneiro, que 
é a base de cálculo dos direitos aduaneiros (imposto de importação). 
Assim, quando se fala em realizar a valoração aduaneira, a referência que se 
faz é à determinação da base de cálculo do I.I quando a alíquota for ad 
valorem. 
Para que isso possa ficar bem claro, vejamos o que determina a 
legislação brasileira acerca da base de cálculo do imposto de importação 
(Decreto nº 6759/2009): 
Art. 75. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado 
segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas 
e Comércio - GATT 1994; e 
II - quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria 
expressa na unidade de medida estabelecida. 
O grande problema é que muitos países se utilizavam da valoração 
aduaneira de forma inadequada, com intuitos protecionistas. Mas vejamos 
como eles faziam isso! 
Imagine que a legislação de um país determine que o valor aduaneiro 
será de duas vezes o valor da transação ou, ainda, que o valor aduaneiro será 
o previsto em uma lista de preços pré-fixada! Se o importador estiver 
comprando calçados a US$2,00 / par e nessa lista estiver previsto que o preço 
de um par de calçados é US$6,00 e esta será a base de cálculo dos direitos 
aduaneiros, temos aí uma prática protecionista arbitrária. O importador vai ter 
que pagar impostos sobre uma base de cálculo muito maior do que o valor da 
mercadoria! 
Como resposta a esse tipo de prática protecionista, os países 
decidiram instituir uma regra no GATT/47 que impedisse a adoção de bases de 
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cálculo arbitrárias e fictícias para o imposto de importação. O art. VII do GATT 
estabeleceu, então, o seguinte: 
Artigo VII – Valor para fins alfandegários 
2.(a) O valor para fins alfandegários das mercadorias importadas 
deverá ser estabelecido sobre o valor real da mercadoria 
importada à qual se aplica o direito ou de uma mercadoria 
similar, e não sobre o valor do produto de origem nacional ou 
sobre valores arbitrários ou fictícios. 
(b) O "valor real" deverá ser o preço ao qual, em tempo e lugar 
determinados pela legislação do país importador, as mercadorias 
importadas ou as mercadorias similares são vendidas ou oferecidas à 
venda por ocasião das operações comerciais normais efetuadas nas 
condições de plena concorrência. Essas mercadorias ou mercadorias 
similares são vendidas ou oferecidas à venda em condições de plena 
concorrência e através de operações comerciais normais, na medida 
em que o preço dessas mercadorias ou de mercadorias similares 
dependa da quantidade sobre a qual recai uma transação determinada. 
O preço considerado deverá guardar relação na conformidade da 
escolha efetuada em definitivo pelo país importador, quer com 
quantidades comparáveis, quer com quantidades fixadas de forma não 
menos favorável ao importador do que se fosse tomado o maior 
volume dessas mercadorias que efetivamente tenha dado ensejo a 
transações comerciais entre o país exportador e o país importador. 
O objetivo do art. VII do GATT, não foi, entretanto, totalmente 
atingido. Era necessário que ele fosse mais bem regulamentado, uma vez que, 
da forma como estava escrito, dava margem a interpretações ambíguas, o que 
gerava diversidade de procedimentos entre os países. Como forma de resolver 
o problema, foi celebrado, na Rodada Tóquio (1973-1979), o Acordo de 
Valoração Aduaneira. Destaque-se, todavia, que todos os acordos 
celebrados na Rodada Tóquio eram plurilaterais, ou seja, vinculavam 
apenas os membros da OMC que a eles desejassem se obrigar. 
Na Rodada Uruguai, foi criada a OMC e vários acordos celebrados 
no âmbito do sistema multilateral de comércio tornaram-se 
multilaterais, vinculando automaticamente todos os membros dessa 
organização internacional. O Acordo de Valoração Aduaneira (AVA), também 
conhecido como Acordo sobre a Implementação do art. VII do GATT, foi um 
deles. Assim, pode-se dizer que o AVA é um acordo multilateral da OMC e, 
portanto, vincula todos os membros dessa organização internacional, 
inclusive o Brasil. 
Vamos dar uma olhada no Preâmbulo do Acordo de Valoração 
Aduaneira (AVA) a fim de entendermos melhor os princípios gerais que 
informam esse acordo: 
 
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Os Membros, 
Tendo em vista as Negociações Comerciais Multilaterais; 
Desejando promover a consecução dos objetivos do GATT 1994 e 
assegurar vantagens adicionais para o comércio internacional dos países 
em desenvolvimento; 
Reconhecendo a importância das disposições do Artigo VII do 
GATT 1994 e desejando elaborar normas para sua aplicação com 
vistas a assegurar maior uniformidade e precisão na sua 
implementação; 
Reconhecendo a necessidade de um sistema eqüitativo, uniforme e 
neutro para a valoração de mercadorias para fins aduaneiros, 
que exclua a utilização de valores aduaneiros arbitrários ou 
fictícios; 
Reconhecendo que a base de valoração de mercadorias para fins 
aduaneiros deve ser, tanto quanto possível, o valor de transação 
das mercadorias a serem valoradas; 
Reconhecendo que o valor aduaneiro deve basear-seem critérios 
simples e equitativos, condizentes com as práticas comerciais e que 
os procedimentos de valoração devem ser de aplicação geral, 
sem distinção entre fontes de suprimento; 
Reconhecendo que os procedimentos de valoração não devem ser 
utilizados para combater o dumping; 
A partir do Preâmbulo do AVA, podemos depreender vários princípios 
importantes da valoração aduaneira, assim como entender o porquê desse 
acordo ter sido celebrado: 
1)- O nome oficial do AVA é Acordo sobre a Implementação do Art.VII 
do GATT, já que suas disposições tem por objetivo principal regulamentar 
esse dispositivo do GATT. 
2)- A regulamentação do art. VII do GATT é importante porque 
possibilita maior uniformidade e precisão em sua aplicação. Assim, todos 
os países-membros da OMC aplicarão os mesmos procedimentos de valoração 
aduaneira (princípio da uniformidade), os quais seguirão critérios 
objetivamente definidos pelo AVA (princípio precisão). 
3)- O AVA busca instaurar um sistema equitativo, uniforme e 
neutro para a valoração aduaneira de mercadorias. Com efeito, as 
normas de valoração aduaneira não podem constituir-se em uma prática 
protecionista. A valoração aduaneira não deve utilizar-se de bases de cálculo 
arbitrárias e fictícias, mas sim realizar-se sobre bases justas. 
Ainda de acordo com o princípio da neutralidade, os procedimentos 
de valoração aduaneira não devem ser utilizados para combater o dumping. 
Dessa forma, o tratamento fiscal aplicável na valoração aduaneira de 
mercadorias objeto de dumping é o mesmo reservado a quaisquer outras 
mercadorias. A Receita Federal deverá admitir o valor declarado pelo 
importador, sem prejuízo da posterior confirmação do valor de transação. 
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4)- Mas o que seria uma base justa? O AVA prega que a base de 
valoração das mercadorias deverá ser o valor de transação, isto é, o 
valor efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias objeto da importação. 
5)- Devem ser aplicados na valoração critérios simples e 
equitativos, condizentes com as práticas comerciais. 
6)- Os procedimentos de valoração aduaneira não devem ser 
utilizados para combater o dumping. A maneira correta de se combater o 
dumping é por meio da aplicação de medidas antidumping, o que ocorrerá 
posteriormente a um processo administrativo específico. Com efeito, o 
tratamento fiscal aplicável na valoração aduaneira das mercadorias 
objeto de dumping é idêntico ao de qualquer outra mercadoria. 
7)- Os procedimentos de valoração aduaneira devem ser aplicados 
de forma geral, sem distinção entre fontes de suprimento. Nesse 
sentido, os procedimentos de valoração não podem ser utilizados de maneira 
discriminatória em razão da origem dos produtos importados. Essa disposição 
deriva do princípio da não-discriminação, mais especificamente da cláusula da 
nação mais favorecida. 
A celebração do Acordo de Valoração Aduaneira, com status de 
acordo multilateral da OMC, trouxe muito maior previsibilidade e segurança 
jurídica na determinação do valor aduaneiro, o qual é muito importante para 
as operações de comércio exterior. Isso porque, segundo Vera Thorstensen, 
sobre o valor aduaneiro irão incidir tarifas e quotas e se estabelecer 
direitos antidumping ou medidas compensatórias.1 
Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 
 
1-(AFRF-2005)- O Acordo sobre Valoração Aduaneira da OMC é um dos 
chamados acordos plurilaterais da Organização, ou seja, vincula 
apenas os países que desejarem aderir ao Acordo, situação na qual se 
enquadra o Brasil. 
Comentários: 
 
1 THORSTENSEN, Vera. OMC – Organização Mundial do Comércio: As regras do 
Comércio Internacional e a Nova Rodada de Negociações Multilaterais. São Paulo: 
Aduaneira, 2009. 
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O AVA é um acordo multilateral da OMC, vinculando todos os 
membros dessa organização internacional, inclusive o Brasil. Logo, a questão 
está errada. 
2- (Questão Inédita)- O valor aduaneiro deve basear-se em critérios 
simples e equitativos, condizentes com as práticas comerciais e os 
procedimentos de valoração devem ser de aplicação geral, sem 
distinção entre fontes de suprimento. 
Comentários: 
A assertiva faz referência a três princípios do AVA: simplicidade 
(critérios simples), equidade (critérios equitativos) e não-distinção entre fontes 
de suprimento (procedimentos com aplicação geral). Questão correta. 
3- (Questão Inédita)- Na valoração aduaneira, não se permite a 
utilização de critérios discriminatórios em relação à origem do 
produto. 
Comentários: 
O princípio da não-discriminação aplica-se ao AVA, vedando a 
utilização de critérios discriminatórios em razão da origem do produto. Questão 
correta. 
4- (AFRFB-2009 - adaptada)- O Acordo sobre Implementação do Artigo 
VII do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) foi um acordo que 
se tornou inoperante quando da criação da Organização Mundial do 
Comércio em substituição ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio 
(GATT) de 1947. 
Comentários: 
Ao contrário do que afirma a questão, com a criação da OMC, o AVA 
passou a operar com maior efetividade, uma vez que todos os membros dessa 
organização internacional tiveram que executar os procedimentos nele 
previstos. Recorde-se que o AVA foi celebrado originalmente na Rodada Tóquio 
(1973-1979), mas na condição de acordo plurilateral. Questão errada. 
5- (AFRFB-2009 - adaptada)- O Acordo sobre Implementação do Artigo 
VII do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) foi um acordo 
provisório que estabeleceu os critérios operacionais para a 
implementação dos compromissos previstos no Código sobre Normas 
Técnicas firmado na Rodada de Tóquio, no âmbito do Acordo Geral de 
Tarifas e Comércio (GATT). 
Comentários: 
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O Acordo sobre a Implementação do art. VII do GATT não possui 
caráter provisório, consistindo em acordo multilateral da OMC. O Código 
sobre Normas Técnicas a que a questão faz referência foi, de fato, celebrado 
na Rodada Tóquio. No entanto, ele não regulamentava os procedimentos de 
valoração aduaneira, mas sim a elaboração, aplicação e adoção de 
regulamentos técnicos, normas e procedimentos de avaliação da 
conformidade. O Código sobre Normas Técnicas antecedeu o TBT (Acordo 
sobre Barreiras Técnicas). Por tudo o que comentamos, a questão está errada. 
6- (AFRFB-2009 – adaptada)- O Acordo sobre Implementação do 
Artigo VII do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) define regras 
para a determinação do valor de uma mercadoria para fins do cálculo 
de tarifas e quotas que incidam em sua importação ou do 
estabelecimento de direitos antidumping ou de medidas 
compensatórias. 
Comentários: 
A assertiva está em plena conformidade com o entendimento da Prof. 
Vera Thortensen, que, inclusive, foi citada pela banca examinadora dos 
recursos apresentados contra essa questão. Questão correta. 
7- (AFRFB-2009 - adaptada)- O Acordo sobre Implementação do Artigo 
VII do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) é o principal 
instrumento no marco da Organização Mundial de Aduanas (OMA) 
voltado para a harmonização, entre os países signatários, dos 
controles e procedimentosadministrativos envolvidos na verificação 
aduaneira referente à exportação e à importação de mercadorias. 
Comentários: 
Dois erros na questão: 
1)- A valoração aduaneira é procedimento que se aplica apenas sobre 
as importações (e não sobre exportações!) 
2)- O Acordo de Valoração Aduaneira foi celebrado no marco da OMC 
(e não da OMA!). Destaque-se, entretanto, que a valoração aduaneira é tema 
de interesse da Organização Mundial de Aduanas, que cuida de aspectos 
técnicos do AVA. 
8- (ATRFB-2009)- O Acordo sobre Valoração Aduaneira define 
procedimentos para se determinar o valor a ser considerado pelas 
autoridades aduaneiras para a imposição dos tributos incidentes sobre 
a importação de um bem. 
Comentários: 
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O Acordo de Valoração Aduaneira (AVA) tem como objetivo definir e 
harmonizar procedimentos para a determinação do valor aduaneiro, 
que é a base de cálculo para os tributos incidentes sobre a importação. 
Questão correta. 
9- (AFRFB-2009 - adaptada)- O Acordo sobre Implementação do Artigo 
VII do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) dispõe sobre as 
regras para a definição do valor de mercadorias a serem exportadas e 
que servirá de base para a fixação dos preços de carregamento, frete e 
seguro. 
Comentários: 
O valor aduaneiro serve como base para a incidência de tarifas, 
quotas, direitos antidumping e medidas compensatórias. Assim, ele não 
serve como parâmetro para a fixação dos preços de carregamento, frete e 
seguro. Questão errada. 
10- (AFRF- 2002.2 - adaptada)- O tratamento fiscal aplicável na 
valoração aduaneira das mercadorias objeto de dumping é o mesmo 
reservado às mercadorias importadas a um preço inferior aos preços 
correntes de mercado para mercadorias idênticas, ou seja, o valor 
declarado deve ser admitido pelo Fisco, sem prejuízo de seu direito à 
confirmação do valor de transação. 
Comentários: 
Em homenagem ao princípio da neutralidade, as mercadorias objeto 
de dumping recebem o mesmo tratamento fiscal que as mercadorias 
importadas a um preço inferior ao preço de mercado. Em suma, a autoridade 
aduaneira deverá levar em consideração o valor declarado, sem prejuízo da 
ulterior confirmação do valor de transação. Questão correta. 
11- (Questão Inédita)- A valoração aduaneira pode ser utilizada como 
forma de combater o dumping e práticas de subfaturamento na 
importação. 
Comentários: 
O Acordo de Valoração Aduaneira obedece ao princípio da 
neutralidade, segundo o qual a valoração aduaneira não será utilizada para 
outros fins que não aduaneiros. Assim, a valoração aduaneira não poderá ser 
utilizada para combater o dumping. Questão errada. 
12- (Questão Inédita)- O Acordo de Valoração Aduaneira não permite, 
em hipótese alguma, que a autoridade aduaneira apure dois ou mais 
valores aduaneiros aplicáveis a uma operação de importação. 
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Comentários: 
Segundo o princípio da precisão, a determinação do valor aduaneiro 
irá basear-se em critérios objetivos. Disso decorre que o procedimento de 
valoração aduaneiro somente poderá ter como resultado um único valor 
aduaneiro possível. A autoridade aduaneira não apura, em hipótese alguma, 
dois ou mais valores aduaneiros. Questão correta. 
13- (Questão Inédita)- O Acordo de Valoração Aduaneira da OMC 
regulamentou o artigo VII do GATT-1994, buscando colocar um fim à 
prática usual de fixação de bases de cálculo arbitrárias e fictícias sobre 
as quais incidem os direitos aduaneiros. 
Comentários: 
É exatamente o que diz o art. VII do GATT. O valor aduaneiro deverá 
ser o valor real da mercadoria importada, sendo proibida a utilização de 
valores arbitrários ou fictícios. Questão correta. 
 
2- MÉTODOS DE VALORAÇÃO ADUANEIRA: 
O Acordo de Valoração Aduaneira (AVA) prevê 6(seis) métodos 
para a determinação do valor aduaneiro de mercadorias, os quais devem 
ser aplicados de maneira sucessiva, um imediatamente após o outro. 
Assim, a princípio, o importador deverá utilizar o 1º método. 
Somente na impossibilidade de utilizá-lo, ele deverá utilizar o 2º método, e 
assim sucessivamente. Um detalhe: no Brasil, o 4º e o 5º método poderão 
ter sua ordem invertida, desde que o importador solicite à autoridade 
aduaneira e esta concorde com o pleito. 
 
2.1-Método do Valor de Transação (1º método): 
Pelo primeiro método, o valor aduaneiro de mercadorias 
importadas será o valor de transação, isto é, o preço efetivamente 
pago ou a pagar pelas mercadorias em uma venda para exportação 
para o país de importação. Essa é a regra geral da valoração aduaneira, que 
torna o “valor de transação” um verdadeiro princípio do Acordo de Valoração 
Aduaneira. 
A partir dessa definição, percebe-se que o método do valor de 
transação será utilizado apenas quando houver uma venda de 
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mercadorias. Se a importação tratar-se de uma doação ou outra espécie 
contratual, não será possível aplicar-se o primeiro método. 
O primeiro método de valoração aduaneira também não poderá ser 
aplicado quando o valor aduaneiro não for confiável, isto é, quando existirem 
indícios de que o valor declarado não é o efetivamente pago ou a pagar pelas 
mercadorias. 
Mas quando é que o valor aduaneiro não será confiável? 
O art. 1º do Acordo de Valoração Aduaneira lista diversas situações 
em que o valor aduaneiro não é confiável. 
“1. O valor aduaneiro de mercadorias importadas será o valor de 
transação, isto é, o preço efetivamente pago ou a pagar 
pelas mercadorias, em uma venda para exportação para o país 
de importação, ajustado de acordo com as disposições do Artigo 
8, desde que: 
a) não haja restrições à cessão ou à utilização das mercadorias 
pelo comprador, ressalvadas as que: 
(i) sejam impostas ou exigidas por lei ou pela administração 
pública do país de importação; 
(ii) limitem a área geográfica na qual as mercadorias podem ser 
revendidas; ou 
(iii) não afetem substancialmente o valor das mercadorias; 
(b) a venda ou o preço não estejam sujeitos a alguma condição 
ou contraprestação para a qual não se possa determinar um valor 
em relação às mercadorias objeto de valoração; 
(c) nenhuma parcela do resultado de qualquer revenda, cessão 
ou utilização subseqüente das mercadorias pelo comprador 
beneficie direta ou indiretamente o vendedor, a menos que um 
ajuste adequado possa ser feito, de conformidade com as 
disposições do Artigo 8; e 
(d) não haja vinculação entre o comprador e o vendedor ou, se 
houver, que o valor de transação seja aceitável para fins 
aduaneiros, conforme as disposições do parágrafo 2 deste Artigo.” 
Em regra, quando houver restrições à cessão ou utilização das 
mercadorias impostas pelo vendedor ao comprador, o valor aduaneiro 
não será confiável. 
Há, todavia, algumas espécies de restrições consideradas legítimas e 
que, portanto, não afastam a aplicação do método do valor de transação, quais 
sejam: i) as impostas ou exigidas por lei ou pela Administração Pública; ii) as 
que limitem a área geográfica na qual as mercadorias podem ser vendida e; iii) 
as que não afetem substancialmente o valor das mercadorias. 
O método do valor de transação também deverá ser afastado 
quando a vendaou o preço estiverem sujeitos a uma condição ou 
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contraprestação para a qual não se possa determinar um valor em 
relação às mercadorias objeto de valoração. 
No mesmo sentido, se alguma parcela do resultado da revenda, 
cessão ou utilização reverter em favor do vendedor (exportador), o 
método do valor de transação não poderá ser utilizado. Outra hipótese 
em que não será possível a utilização do valor de transação será quando 
houver vinculação entre o comprador e o vendedor, a menos que o valor de 
transação seja aceitável para fins aduaneiros. 
 
2.1.1- Parcelas Integrantes do Valor Aduaneiro: 
Uma questão importante é saber quais são as parcelas que integram 
e as parcelas que não integram o valor aduaneiro. Para isso, vamos dar uma 
olhada no art. VIII do AVA: 
Artigo VIII: 
1. Na determinação do valor aduaneiro, segundo as disposições do 
Artigo 1, deverão ser acrescentados ao preço efetivamente pago ou a 
pagar pelas mercadorias importadas: 
(a) - os seguintes elementos, na medida em que sejam suportados 
pelo comprador mas não estejam incluídos no preço efetivamente pago 
ou a pagar pelas mercadorias: 
(i) comissões e corretagens, excetuadas as comissões de 
compra; 
(ii) o custo de embalagens e recipientes considerados, para fins 
aduaneiros, como formando um todo com as mercadorias em questão; 
(iii) o custo de embalar, compreendendo os gastos com mão-de-
obra e com materiais; 
(b) - o valor, devidamente atribuído, dos seguintes bens e serviços, 
desde que fornecidos direta ou indiretamente pelo comprador, 
gratuitamente ou a preços reduzidos, para serem utilizados na 
produção e na venda para exportação das mercadorias importadas, e 
na medida em que tal valor não tiver sido incluído no preço 
efetivamente pago ou a pagar: 
(i) materiais, componentes, partes e elementos semelhantes, 
incorporados às mercadorias importadas; 
(ii) ferramentas, matrizes, moldes e elementos semelhantes, 
empregados na produção das mercadorias importadas; 
(iii) materiais consumidos na produção das mercadorias 
importadas; 
(iv) projetos de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, 
trabalhos de arte e de "design", e planos e esboços, necessários à 
produção das mercadorias importadas e realizados fora do país de 
importação; 
(c) royalties e direitos de licença relacionados com as mercadorias 
objeto de valoração, que o comprador deva pagar, direta ou 
indiretamente, como condição de venda dessas mercadorias, na 
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medida em que tais royalties e direitos de licença não estejam 
incluídos no preço efetivamente pago ou a pagar; 
(d) - o valor de qualquer parcela do resultado de qualquer revenda, 
cessão ou utilização subseqüente das mercadorias importadas, que 
reverta direta ou indiretamente ao vendedor. 
 
2. Ao elaborar sua legislação, cada Membro deverá prever a inclusão 
ou a exclusão, no valor aduaneiro, no todo ou em parte, dos seguintes 
elementos: 
(a) o custo de transporte das mercadorias importadas até o porto ou 
local de importação; 
(b)os gastos relativos ao carregamento, descarregamento e manuseio, 
associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou 
local de importação; e 
(c) o custo do seguro. 
Trata-se de um dispositivo bem grande do AVA! Mas ele não é tão 
complexo quanto se pode imaginar... 
Vejamos algumas considerações: 
a) O art. VIII, parágrafo 1º, do AVA relaciona as parcelas que 
integram o valor aduaneiro. Poderíamos resumir tudo dizendo que integram o 
valor aduaneiro todas as despesas incorridas até que a mercadoria 
seja descarregada no território aduaneiro do país de importação. 
Guarde isso! 
b) As parcelas mencionadas no artigo VIII, parágrafo 1º, alínea “a” 
(custo das embalagens, custo de embalar e comissões de venda), já estão 
normalmente inseridas no valor efetivamente pago ou a pagar pelas 
mercadorias. Em outras palavras, são valores que integram o preço dos 
produtos, isto é, normalmente não são cobrados à parte. Logo, não é muito 
comum que sejam feitos ajustes ao valor aduaneiro com base nessas parcelas. 
O ajuste será realizado apenas quando essas parcelas vierem destacadas do 
preço do produto na fatura comercial. 
c) As comissões de compra não integram o valor aduaneiro de 
mercadorias. São comissões de compras os pagamentos feitos pelo importador 
ao seu agente pelos serviços de representá-lo no exterior na compra das 
mercadorias objeto de valoração. Por outro lado, as comissões de venda 
integram o valor aduaneiro. São comissões de venda os pagamentos feitos 
pelo exportador ao seu agente pelos serviços de representá-lo na venda das 
mercadorias objeto de valoração 
d) As parcelas mencionadas no artigo VIII, parágrafo 1º, alínea “b” 
dizem respeito aos valores dos bens fornecidos gratuitamente ou a 
preços baixos pelo comprador (importador) ao vendedor (exportador) 
para que este possa utilizá-los na produção das mercadorias objeto de 
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valoração. Imagine, por exemplo, que uma empresa brasileira forneça 
gratuitamente a uma empresa estrangeira matérias primas para a fabricação 
de uma determinada mercadoria. Seria um contrato do tipo “pode deixar que 
eu produzo, mas você me fornece o material”. Vamos supor que as matérias-
primas enviadas somem um total de R$15.000,00. Na importação do produto, 
esses R$15.000,00 deverão ser acrescentados ao valor da transação 
discriminado na fatura. 
Cabe destacar que esse ajuste somente será realizado quando o 
preço dos bens fornecidos gratuitamente pelo comprador ao vendedor não 
estiver embutido no preço efetivamente pago ou a pagar. 
e) Os royalties integram o valor aduaneiro. 
f) O art. VIII, parágrafo 2º, do AVA, relaciona parcelas que os 
membros da OMC podem incluir ou excluir do valor aduaneiro. São elas: 
- o custo do transporte até o porto ou local de importação (frete no 
país de exportação + frete internacional) 
- o custo do seguro (seguro no país de exportação + seguro 
internacional) 
- gastos relativos ao carregamento, descarregamento e manuseio, 
associados ao transporte das mercadorias importadas até o porto ou local de 
importação. 
Pode-se afirmar, portanto, que os membros da OMC possuem ampla 
discricionariedade para determinar a inclusão dessas parcelas no valor 
aduaneiro de mercadorias. A maioria dos países, no entanto, decidiu incluir 
essas parcelas no valor aduaneiro. O Brasil não foi diferente! Vejamos o que 
estabelece o art. 77 do Regulamento Aduaneiro: 
Art. 77. Integram o valor aduaneiro, independentemente do método 
de valoração utilizado: 
I - o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o 
aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira 
alfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada no 
território aduaneiro; 
II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados 
ao transporte da mercadoria importada, até a chegada aos locais 
referidos no inciso I; e 
III - o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas 
nos incisos I e II. 
A partir do exame do art. 77, podemos concluir que, no Brasil: 
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- O frete interno no país de exportação e o frete internacional 
integram o valor aduaneiro. O frete interno no país de importação não 
integra o valor aduaneiro. 
- O seguro interno no país de exportação e o seguro 
internacional integram o valor aduaneiro. O seguro interno no país de 
importação não integra o valor aduaneiro. 
- Os gastos relativos à carga, descarga e manuseio até a 
chegada da mercadoria em território nacional integram o valor aduaneiro. 
Resumindo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1.2- Parcelas não integrantes do valor aduaneiro: 
Conforme comentei anteriormente, a regra de ouro para definirmos 
se uma parcela integra ou não o valor aduaneiro é a seguinte: integram o 
valor aduaneiro todas as despesas incorridas até que a mercadoria 
seja descarregada no território aduaneiro do país de importação. 
Pois bem, as despesas incorridas após o descarregamento da 
mercadoria no território aduaneiro do país de importação não irão integrar o 
valor aduaneiro. Nesse sentido, o Acordo de Valoração Aduaneira estabelece o 
seguinte: 
 
 
PARCELAS INTEGRANTES 
DO VALOR ADUANEIRO 
- Comissões de venda 
- Frete interno no país de exportação + Frete 
internacional 
- Seguro interno no país de exportação + 
Seguro internacional 
- Gastos relativos a carga, descarga e 
manuseio 
- Royalties 
- Bens fornecidos gratuitamente ou a preço 
baixos pelo comprador ao vendedor 
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Nota ao Artigo 1 - Preço Efetivamente Pago ou a Pagar 
... 
3. O valor aduaneiro não incluirá os seguintes encargos ou custos, 
desde que estes sejam destacados do preço efetivamente pago ou a 
pagar pelas mercadorias importadas: 
(a) encargos relativos à construção, instalação, montagem, 
manutenção ou assistência técnica, executados após a importação, 
relacionados com as mercadorias importadas, tais como instalações, 
máquinas ou equipamentos industriais; 
(b) o custo de transporte após a importação; 
(c) direitos aduaneiros e impostos incidentes no país de importação. 
Percebam, caros amigos, que os gastos com montagem, manutenção, 
assistência técnica e instalação são todos incorridos após o descarregamento 
da mercadoria no país de importação. Logo, essas parcelas não integram o 
valor aduaneiro! Isso já foi, inclusive, cobrado em prova. 
Resumindo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1.3- Descontos concedidos: 
Vamos supor que uma empresa brasileira realize uma compra de 
produtos têxteis, tendo como valor total R$50.000,00. Entretanto, é concedido 
pelo exportador estrangeiro um desconto de R$3.000 na operação. 
Nesse caso, qual será o valor aduaneiro? 
Muito bom, sabia que você ia acertar! O valor aduaneiro será 
R$47.000,00, pois os descontos devem ser levados em consideração na 
determinação do valor aduaneiro. 
PARCELAS NÃO- INTEGRANTES 
DO VALOR ADUANEIRO 
- Frete interno no país de importação 
- Seguro interno no país de importação 
- Gastos com construção, instalação, 
montagem, manutenção ou assistência 
técnica, executados após a importação 
- Direitos aduaneiros e impostos incidentes 
no país de importação 
- Comissões de compra 
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No entanto, como vocês já devem estar cansados de ver nessa vida 
de concurseiros, sempre existe a exceção: os descontos relativos a operações 
anteriores não serão levados em consideração na determinação do valor 
aduaneiro. Em outras palavras, os descontos relativos a operações 
anteriores não são abatidos do valor aduaneiro. Destaque-se que os 
descontos relativos a operações anteriores são o mesmo que descontos-
fidelidade ou descontos condicionais. 
Assim, temos: 
 
 
 
 
 
2.1.4- Tratamento dos juros: 
Qual será o tratamento concedido aos juros em matéria de valoração 
aduaneira? Eles estão incluídos ou não no valor aduaneiro? 
A regra geral é que os juros devidos em razão de contratos de 
financiamento devem ser incluídos no valor aduaneiro. Todavia, quando 
cumpridos certos requisitos, eles estarão excluídos do valor aduaneiro. Os 
requisitos são os seguintes: 
- Devem estar destacados do preço efetivamente pago ou a pagar 
pela mercadoria. 
- O contrato de financiamento tenha sido firmado por escrito. 
- O importador possa comprovar que a mercadoria foi vendida pelo 
preço efetivamente declarado e que a taxa de juros não excede o nível 
usualmente praticado para esse tipo de transação no momento e no país em 
que tenha sido concedido o referido financiamento. 
 
2.1.5- Inaplicabilidade do primeiro método: 
Aqui temos a situação em que o Auditor da RFB duvida do valor 
aduaneiro declarado pelo importador! 
DESCONTOS 
INCONDICIONAIS 
Deduzidos do valor da 
mercadoria na 
determinação do valor 
aduaneiro 
DESCONTOS 
CONDICIONAIS 
Não são deduzidos do valor 
da mercadoria na 
determinação do valor 
aduaneiro 
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O art. 82 do Regulamento Aduaneiro estabelece que a autoridade 
aduaneira poderá decidir, com base em parecer fundamentado, pela 
impossibilidade de aplicação do método do valor de transação. A 
decisão pela inaplicabilidade do primeiro método ocorrerá quando a autoridade 
aduaneira possuir razões para duvidar da veracidade ou exatidão das 
informações apresentadas pelo importador e, adicionalmente, as provas 
complementares não forem consideradas suficientes para comprovar o valor 
declarado. 
Art. 82. A autoridade aduaneira poderá decidir, com base em parecer 
fundamentado, pela impossibilidade da aplicação do método do valor 
de transação quando: 
I - houver motivos para duvidar da veracidade ou exatidão dos 
dados ou documentos apresentados como prova de uma 
declaração de valor; e 
II - as explicações, documentos ou provas complementares 
apresentados pelo importador, para justificar o valor declarado, 
não forem suficientes para esclarecer a dúvida existente. 
Parágrafo único. Nos casos previstos no caput, a autoridade aduaneira 
poderá solicitar informações à administração aduaneira do país 
exportador, inclusive o fornecimento do valor declarado na exportação 
da mercadoria. 
 
2.2- Método do Valor de Transação de Mercadorias Idênticas (2º 
método): 
Há situações em que o primeiro método de valoração aduaneira não 
poderá ser aplicado, o que acontece quando a operação realizada não é uma 
venda ou quando o valor de transação não é confiável. Nesses casos, deverá 
ser utilizado o segundo método de valoração: o método do valor de 
transação de mercadorias idênticas. 
Nos termos do art. II do AVA, o valor aduaneiro será, então, “o valor 
de transação de mercadorias idênticas vendidas para exportação para o 
mesmo país de importação e exportadas ao mesmo tempo que as mercadorias 
objeto de valoração, ou em tempo aproximado”. 
Para entender esse dispositivo, é necessário esclarecer o significado 
de “mercadorias idênticas” e “ao mesmo tempo ou em tempo 
aproximado”. 
Segundo o AVA, mercadorias idênticas são mercadorias iguais em 
tudo, inclusive nas características físicas, qualidade e reputação comercial. 
Pequenas diferenças na aparência nãoimpedem que sejam consideradas 
idênticas mercadorias que em tudo o mais se enquadram na definição. 
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Por sua vez, ao fazer referência a mercadorias exportadas “ao mesmo 
tempo ou em tempo aproximado”, o AVA busca abranger um período o mais 
próximo possível da data da exportação. O período normalmente utilizado 
é de 3 meses, embora não exista qualquer previsão na legislação sobre isso. 
Com efeito, ao utilizar-se o 2º método, é necessário pesquisar se, nos 3 meses 
anteriores, foi realizada alguma importação de mercadoria idêntica à objeto de 
valoração. 
Caso a empresa importadora não tenha ela mesma realizado uma 
importação de mercadoria idêntica nos últimos 3 meses, poderão ser 
solicitadas informações à Receita Federal sobre importações de mercadorias 
idênticas realizadas por terceiros. 
E se tiverem sido identificadas várias importações de mercadorias 
idênticas àquelas objeto de valoração? 
Nesse caso, determina o AVA que, se na aplicação do 2º método, 
for encontrado mais de um valor de transação de mercadorias 
idênticas, será utilizado o mais baixo deles na determinação do valor 
aduaneiro. 
 
2.3- Método do Valor de Transação de Mercadorias Similares (3º 
método): 
Caso não tenham sido realizadas exportações de mercadorias 
idênticas nos últimos tempos e, em virtude disso, o valor aduaneiro também 
não puder ser determinado pelo 2º método de valoração, aplicar-se-á o 3º 
método. Trata-se do método do valor de transação de mercadorias 
similares. 
 Segundo o art. III do AVA, valor aduaneiro será, dessa forma, “o 
valor de transação de mercadorias similares vendidas para exportação para o 
mesmo país de importação e exportadas ao mesmo tempo que as mercadorias 
objeto de valoração, ou em tempo aproximado.” 
Destaque-se que o AVA conceitua mercadorias similares como 
aquelas que, embora não se assemelhem em todos os aspectos, têm 
características e composição material semelhantes, o que lhes permite cumprir 
as mesmas funções e serem permutáveis comercialmente. Alguns dos fatores 
utilizados para a determinação da similaridade entre as mercadorias são a 
qualidade, reputação comercial e a existência de uma marca comercial. 
O período normalmente utilizado é de 3 meses, embora não exista 
qualquer previsão na legislação sobre isso. Com efeito, ao utilizar-se o 3º 
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método, é necessário pesquisar se, nos 3 meses anteriores, foi realizada 
alguma importação de mercadoria similar à objeto de valoração. 
Caso a empresa importadora não tenha ela mesma realizado uma 
importação de mercadoria similar nos últimos 3 meses, poderão ser solicitadas 
informações à Receita Federal sobre importações de mercadorias similares 
realizadas por terceiros. 
E se tiverem sido identificadas várias importações de mercadorias 
similares àquelas objeto de valoração? 
Nesse caso, determina o AVA que, se na aplicação do 3º método, 
for encontrado mais de um valor de transação de mercadorias 
similares, será utilizado o mais baixo deles na determinação do valor 
aduaneiro. 
 
2.4- Método do Valor de Revenda ou Método Dedutivo (4º método): 
O 4º método de valoração aduaneira é o método do valor de revenda, 
também chamado de método dedutivo. Ele é utilizado diante da 
impossibilidade de aplicação dos três métodos anteriores. Cabe destacar que o 
4º e o 5º métodos de valoração aduaneira poderão ter sua ordem 
invertida, desde que haja aquiescência da autoridade aduaneira. 
Vejamos o que dispõe o art. V do AVA: 
Artigo V 
1. (a) Se as mercadorias importadas, ou mercadorias idênticas ou 
similares importadas, forem vendidas no país de importação no estado 
em que são importadas, o seu valor aduaneiro, segundo as disposições 
deste Artigo, basear-se-á no preço unitário pelo qual as mercadorias 
importadas ou as mercadorias idênticas ou similares importadas, são 
vendidas desta forma na maior quantidade total, ao tempo da importação 
ou aproximadamente ao tempo da importação das mercadorias objeto de 
valoração, a pessoas não vinculadas àquelas de quem compram tais 
mercadorias, sujeito tal preço às seguintes deduções: 
(i) as comissões usualmente pagas ou acordadas em serem pagas, 
ou os acréscimos usualmente efetuados a título de lucros e despesas 
gerais relativos a vendas em tal país de mercadorias importadas da 
mesma classe ou espécie; 
(ii) os custos usuais de transporte e seguro, bem como os custos 
associados, incorridos no país de importação; 
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(iii) quando adequado, os custos e encargos referidos no parágrafo 
2 do Artigo 8; e 
(iv) os direitos aduaneiros e outros tributos nacionais pagáveis no 
país de importação em razão da importação ou venda das mercadorias. 
Não se trata de um dispositivo fácil de ser compreendido, não é 
mesmo? Então, vamos por partes: 
a) Imagine que está sendo realizada uma compra de 5000 camisas, 
cada uma custando R$ 30,00 e que estas mesmas camisas serão revendidas 
por R$ 60,00 no Brasil. A autoridade aduaneira determinou a impossibilidade 
de se aplicar o 1º método de valoração aduaneira, pois entendeu que o valor 
de R$ 30,00 não era confiável. Também não foi possível aplicar o 2º e o 3º 
métodos! A solução será então o 4º método. 
Há uma revenda programada? 
Sim. O valor da revenda é R$ 60,00. Logo, essa será a base para a 
determinação do valor aduaneiro. Isso é o que diz o parágrafo 1º do art. V: 
“se as mercadorias importadas [...] forem vendidas no país de 
importação no estado em que são importadas, o seu valor aduaneiro 
[...] basear-se-á no preço unitário pelo qual as mercadorias 
importadas [...] são vendidas desta forma na maior quantidade total.” 
b) Partindo do valor da revenda, devem ser deduzidas todas as 
parcelas que não integram o valor aduaneiro. Destaque-se que essas 
parcelas são, na verdade, o que foi agregado de valor ao produto após o 
descarregamento no porto do país de importação. Até esse momento, todos os 
custos compõem o valor aduaneiro. Dessa forma, são deduzidas as seguintes 
parcelas: 
- comissões usualmente pagas ou acordadas em serem pagas no país 
de importação. 
- lucros e despesas gerais relativos à venda no país de importação 
- custos de transporte e seguro no país de importação 
- custos de transporte e seguro até o porto ou local de importação 
(apenas se o país importador tiver optado, em sua legislação interna, por não 
incluir esses valores no valor aduaneiro). 
- despesas de carregamento, descarregamento e manuseio, 
associados ao transporte das mercadorias importação até o porto ou local de 
importação (apenas se o país importador tiver optado, em sua legislação 
interna, por não incluir esses valores no valor aduaneiro). 
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- os direitos aduaneiros e outros tributos nacionais pagáveis no país 
de importação em razão da importação ou venda das mercadorias. 
c) O art. 5º, parágrafo 1º, do AVA dispõe que, quando se utilizar o 4º 
método, o valor aduaneiro será baseado no valor unitário da revenda “na 
maior quantidade total”. A expressão“na maior quantidade total” (greatest 
agreggate quantity) é utilizada para definir qual será o valor base para a 
valoração aduaneira quando houver mais de uma revenda, a diferentes 
pessoas. 
Suponha, por exemplo, que a empresa importadora tenha acertado a 
revenda com quatro empresas (A, B, C e D), pelos seguintes preços e 
quantidades: 
- Revenda à empresa A: 1000 camisas – R$ 50,00 / camisa 
- Revenda à empresa B: 1800 camisas – R$ 60,00 / camisa 
- Revenda à empresa C: 1000 camisas – R$ 70,00 / camisa 
- Revenda à empresa D: 200 camisas – R$ 70,00 / camisa 
E aí? Qual será a base para a valoração aduaneira? 
Será o valor em que as mercadorias foram vendidas na maior 
quantidade agregada. Ora, temos 1000 camisas vendidas a R$ 50,00, 1200 
camisas vendidas a R$ 70,00 e 1800 camisas vendidas a R$ 60,00. A maior 
quantidade agregada é 1800, logo, a base para a valoração aduaneira será R$ 
60,00 / camisa. 
d) A revenda não poderá ser a pessoa vinculada, a fim de se evitar 
desconfiança quanto ao valor da operação. 
e) E se as mercadorias importadas não forem revendidas? 
Nesse caso, utiliza-se como base o valor de revenda de 
mercadorias idênticas ou similares (nessa ordem) que tiverem sido objeto 
de venda ao mesmo tempo, ou aproximadamente ao mesmo tempo, que as 
mercadorias objeto de valoração. Destaque-se que, conforme entendimento do 
Comitê Técnico de Valoração Aduaneira, é possível que sejam utilizadas as 
revendas de mercadorias idênticas ou similares utilizadas por outros 
importadores. 
 
 
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2.5- Método do Valor Computado (5º método): 
O 5º método de valoração aduaneira é denominado “método 
computado”. Ele se baseia na construção do valor aduaneiro, obtido a partir 
da soma das seguintes parcelas: 
- o custo ou o valor dos materiais e da fabricação ou processamento, 
empregados na produção das mercadorias importadas. 
- um montante para lucros e despesas gerais. 
- custos de transporte e seguro até o porto ou local de importação 
(apenas se o país importador tiver optado, em sua legislação interna, por 
incluir esses valores no valor aduaneiro). 
- despesas de carregamento, descarregamento e manuseio, 
associados ao transporte das mercadorias importação até o porto ou local de 
importação (apenas se o país importador tiver optado, em sua legislação 
interna, por incluir esses valores no valor aduaneiro). 
Esse método de valoração aduaneira não é muito utilizado na prática, 
uma vez que depende de informações que o importador usualmente não 
possui. E como ele não possui tais informações, fica na dependência do 
fornecimento de dados pelo exportador. Ressalte-se que a Receita Federal do 
Brasil (RFB) não possui jurisdição sobre o exportador estrangeiro e, portanto, 
não tem meios para obrigá-lo a fornecer as informações necessárias. A 
aplicação desse método somente será possível, então, caso haja cooperação 
internacional entre Aduanas. 
 
2.6- Critérios Razoáveis (6º método): 
Se não for possível aplicar os 5 primeiros métodos de valoração 
aduaneira, o AVA determina que seja utilizado o 6º método, que se baseia em 
“critérios razoáveis”. 
O 6º método é, na verdade, uma flexibilização dos cinco métodos 
anteriores. Na Nota Interpretativa ao art. VII, o AVA traz uma lista não-
exaustiva de formas de aplicação do 6º método: 
- Na aplicação do método do valor de transação de mercadorias 
idênticas, pode-se aceitar que as mercadorias tenham sido importadas a mais 
tempo do que o considerado razoável. 
- Na aplicação do método do valor de transação de mercadorias 
similares, pode-se aceitar que as mercadorias tenham sido importadas a mais 
tempo do que o considerado razoável. 
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- É possível que, tanto na aplicação do 2º método quanto na 
aplicação do 3º método, sejam utilizadas como referência mercadorias 
importadas de um terceiro país, distinto do país de exportação. 
Pronto, amigos! Falamos de todos os métodos de valoração 
aduaneira! Vamos esquematizar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.7-Arbitramento do Valor Aduaneiro: 
O que vem a ser arbitramento? Palavra esquisita, não é?  
Esquisita nada! Os Auditores da RFB adoram... 
O Acordo de Valoração Aduaneira não traz qualquer disposição a 
respeito da apuração do valor aduaneiro de produtos que sejam objeto de 
MÉTODOS DE 
VALORAÇÃO 
ADUANEIRA 
- 1º Método: Valor de Transação 
- 2º Método: Valor de Transação de 
mercadorias idênticas 
- 3º Método: Valor de Transação de 
mercadorias similares 
- 4º Método: Valor de revenda (método 
dedutivo) 
- 5º Método: Valor computado 
- 6º Método: Critérios razoáveis 
Devem ser aplicados de 
forma sucessiva e 
sequencial 
A ordem do 4º e do 5º 
métodos de valoração 
aduaneira pode ser 
invertida, desde que haja 
aquiescência da autoridade 
aduaneira 
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transações comerciais ilícitas. 2 Tal tarefa foi, no entanto, desempenhada pela 
legislação brasileira, mais especificamente pela Medida Provisória nº 2.158-
35/01, que instituiu a hipótese de arbitramento do valor aduaneiro. 
Quando não for possível a apuração do preço efetivamente praticado 
na operação, em razão de fraude, sonegação ou conluio, o valor 
aduaneiro será apurado mediante arbitramento do preço da mercadoria. 
Quando se fala em arbitramento, a referência que se faz é à determinação do 
valor aduaneiro pela autoridade aduaneira (lembre-se que quem determinava 
o valor aduaneiro pelos outros métodos era o próprio importador!) 
Todavia, em que pese a determinação de valor ficar a cargo da 
autoridade aduaneira, arbitramento não se confunde com arbitrariedade. Com 
efeito, o arbitramento será aplicado em conformidade com os seguintes 
critérios, observada a ordem preferencial: 
1)- Preço de exportação para o País, de mercadoria idêntica ou 
similar. (esses são o 2º e o 3º métodos de valoração aduaneira) 
2)- Preço no mercado internacional apurado em cotação de bolsa de 
mercadoria ou em publicação especializada. (trata-se de um método de 
valoração não previsto no AVA) 
3)- Preço no mercado internacional apurado de acordo com o método 
previsto no art. VII do AVA. (esse é o 6º método de valoração aduaneira) 
4)- Preço no mercado internacional apurado mediante laudo expedido 
por entidade ou técnico especializado. (trata-se de um método de valoração 
não previsto no AVA). 
Além dos casos de fraude, sonegação e conluio, há outra 
possibilidade de utilização do arbitramento. Ele será aplicável diante do 
descumprimento pelo importador, exportador ou adquirente de mercadoria 
importada por conta e ordem, da obrigação de manter, em boa guarda e 
ordem, pelo prazo decadencial previsto na legislação (5 anos), os 
documentos obrigatórios de instrução das declarações aduaneiras. 
Nesse sentido, caso a RFB exija esses documentos e eles não sejam 
apresentados, será aplicado o arbitramento pela autoridade aduaneira. 
O arbitramento do valor aduaneiro representa, na prática, uma 
hipótese de inaplicabilidade do Acordo de Valoração Aduaneira, o que pode ser 
considerado controverso à luz da normativa internacional. Entretanto, a 
jurisprudência pátria temadmitido a possibilidade de arbitramento do valor 
aduaneiro nas importações brasileiras. 
 
2 TREVISAN NETO, Antenori. Aplicação do Acordo sobre Valoração Aduaneira no Brasil. 
São Paulo, Aduaneiras: 2010, pp. 240-242 
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Quando for descumprida a obrigação de manter, em boa guarda 
e ordem, pelo prazo decadencial previsto na legislação (5 anos), os 
documentos comprobatórios da transação comercial ou os respectivos 
registros contábeis, a apuração do valor aduaneiro será feito pela aplicação 
de método substitutivo ao primeiro. 
Esquematizando tudo isso: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 
ARBITRAMENTO 
- Fraude, sonegação ou conluio 
 
- Descumprimento da obrigação de 
manter em boa guarda e ordem os 
documentos obrigatórios de instrução 
das declarações aduaneiras. 
- Preço de exportação para o País, de 
mercadoria idêntica ou similar. 
- Preço no mercado internacional apurado 
em cotação de bolsa de mercadoria ou em 
publicação especializada 
- Preço no mercado internacional apurado 
de acordo com o método previsto no art. 
VII do AVA. 
- Preço no mercado internacional apurado 
mediante laudo expedido por entidade ou 
técnico especializado. 
 
CRITÉRIOS 
APLICAÇÃO DE 
MÉTODO 
SUBSTITUTIVO AO 
PRIMEIRO 
Descumprimento da obrigação de 
manter em boa guarda e ordem os 
documentos comprobatórios da 
transação comercial ou os respectivos 
registros contábeis 
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14- (TRF-2005)- Compete ao importador escolher o método de 
definição do valor aduaneiro aplicável à sua operação, entre os 
previstos no Acordo sobre Valoração Aduaneira da Organização 
Mundial do Comércio (OMC) e na legislação brasileira. 
Comentários: 
O importador não pode escolher o método de valoração aduaneira a 
ser utilizado. Ele deverá utilizar os métodos de valoração na ordem em que 
estes estão previstos no AVA. Questão errada. 
15- (AFRF-2005)- A autoridade aduaneira no Brasil deve respeitar a 
sequência de métodos de valoração aduaneira prevista no Acordo 
sobre Valoração Aduaneira da OMC. Contudo, caso haja a aquiescência 
da autoridade aduaneira, o importador pode optar pela aplicação do 
método do valor computado antes do método dedutivo. 
Comentários: 
Os 6 (seis) métodos de valoração aduaneira devem ser aplicados 
sucessiva e sequencialmente. No entanto, é possível que, caso haja 
concordância da autoridade aduaneira, o importador opte pela 
inversão da ordem do 4º e do 5º métodos. Questão correta. 
16- (TRF-2005)- O valor aduaneiro de bens importados deve ser o 
valor de transação, isto é, o preço de comercialização de bem idêntico 
no mercado interno. 
Comentários: 
Segundo o primeiro método de valoração, o valor aduaneiro de bens 
importados é o valor de transação, isto é, o valor efetivamente pago ou a 
pagar pelas mercadorias em uma venda para exportação para o país 
de importação. Esse valor deverá ser ajustado de acordo com as disposições 
do art. 8º do AVA. Questão errada. 
17- (TRF-2005)- Caso não seja possível a determinação do valor 
aduaneiro do bem pelo seu valor de transação, a autoridade aduaneira 
está autorizada a, em seguida, definir o valor aduaneiro a partir do 
método da construção de preço. 
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Comentários: 
Os métodos de valoração aduaneira devem ser aplicados de forma 
sucessiva e sequencial. Dessa forma, caso não seja possível a determinação do 
valor aduaneiro do bem pelo valor de transação (1º método), será utilizado o 
valor de transação de mercadorias idênticas (2º método). O método da 
construção do preço é o 5º método de valoração aduaneira. Questão errada. 
18- (ATRFB-2009)- O valor de transação de mercadoria idêntica ou, 
sucessivamente, de mercadoria similar deve ser considerado como 
base para a valoração aduaneira quando da impossibilidade de se 
aplicar, como base primeira, o valor de transação. 
Comentários: 
Diante da impossibilidade de se aplicar o primeiro método de 
valoração (método do valor de transação), usa-se o segundo método (método 
do valor de transação de mercadorias idênticas) e o terceiro método (método 
do valor de transação de mercadorias similares). Questão correta. 
19- (ATRFB-2009)- O valor computado, ou seja, o preço de revenda, no 
mercado nacional, de mercadoria importada idêntica ou similar é que 
servirá de base para a determinação do valor aduaneiro quando da 
impossibilidade de se estimar os custos de produção no exterior e de 
todas as despesas incorridas na Importação da mercadoria a ser 
gravada. 
Comentários: 
O valor computado (5º método) fundamenta-se na construção do 
preço da mercadoria, com base nos custos de produção no exterior e de todas 
as despesas incorridas na importação de mercadoria. O preço de revenda (4º 
método) é denominado método dedutivo. Questão errada. 
20- (ATRFB-2009)- O valor dedutivo é o critério final para a 
determinação do valor aduaneiro. 
Comentários: 
O método do valor dedutivo é o 4º método de valoração aduaneira. 
Caso ele não possa ser utilizado, o valor aduaneiro poderá ser determinado 
pelo 5º método (valor computado) ou pelo 6º método (critérios razoáveis). 
Dessa forma, está errado afirmar que o valor dedutivo é o critério final para a 
determinação do valor aduaneiro. 
21- (AFRF-2005)- Caso não seja possível a determinação do valor 
aduaneiro pelo método do valor de transação, a autoridade aduaneira 
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está autorizada a, em seguida, definir o valor aduaneiro do bem tendo 
como parâmetro o preço do produto similar no mercado doméstico. 
Comentários: 
Caso não seja possível a determinação do valor aduaneiro pelo 1º 
método (valor de transação), será utilizado o 2º método (valor de transação de 
mercadorias idênticas). O valor de transação de mercadorias similares é o 3º 
método de valoração aduaneira. Questão errada. 
22- (AFRF-2002.2) - Conforme estabelecido no Acordo de Valoração 
Aduaneira existem 6 (seis) métodos de Valoração Aduaneira nele 
descritos articuladamente, para as mercadorias importadas que devem 
ser aplicados, sucessiva e sequencialmente, até chegar ao primeiro na 
sequência que permita determinar tal valor independentemente de o 
importador solicitar a inversão da ordem dos 4º e 5º métodos. 
Comentários: 
É possível a inversão da ordem de aplicação do 4º e do 5º métodos 
de valoração aduaneira, desde que a autoridade aduaneira concorde. O erro da 
questão está em dizer que o valor aduaneiro é determinado 
“independentemente” de o importador solicitar a inversão de ordem desses 
métodos. Questão errada. 
23- (AFRF 2002.1) - O Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do 
Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio-1994 prevê Métodos 
Valorativos, a serem aplicados sequencialmente, isto é, se o problema 
valorativo não se equacionar pelo Método Primeiro aplicar-se-á o 
Método Segundo, e assimsucessivamente. Estão previstos seis 
métodos. 
Comentários: 
Perfeito o enunciado da questão! O AVA prevê seis métodos de 
valoração aduaneira, os quais deverão ser aplicados de forma sucessiva e 
sequencial. Dessa forma, o método seguinte só é aplicado diante da 
impossibilidade de aplicação dos métodos anteriores. Questão correta. 
24- (ATRFB-2009)- No caso da impossibilidade de determinação do 
valor de transação, o Acordo determina que compete à autoridade 
aduaneira, em seguida, calcular o valor aduaneiro a partir da 
estimativa de todos os custos associados à produção do bem 
considerado e, de acordo com o Termo Internacional de Comércio 
(INCOTERM) que reger a operação comercial, dos custos assumidos 
diretamente pelo importador. 
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Comentários: 
Se não for possível a determinação do valor aduaneiro pelo 1º método 
(método do valor de transação), deverá ser utilizado em seguida o 2º método 
(método do valor de transação de mercadorias idênticas). Questão errada. 
25- (ATRFB-2009)- Quando houver impedimentos para a aplicação do 
valor de transação, devem o importador e a autoridade aduaneira 
acordar o valor a ser considerado, tomando por base os custos 
assumidos direta e indiretamente pelo importador. 
Comentários: 
Quando houver impedimentos para a aplicação do valor de transação, 
deverá ser utilização o valor de transação de mercadorias idênticas. Questão 
errada. 
26- (AFRF-2005)- Não integram o valor aduaneiro do bem os gastos 
relativos a carga, descarga e manuseio, associados ao transporte da 
mercadoria importada até o ponto onde devam ser cumpridas as 
formalidades de entrada no território aduaneiro. 
Comentários: 
Pelas regras brasileiras de valoração aduaneira, integram o valor 
aduaneiro os gastos relativos a carga, descarga e manuseio, associados ao 
transporte da mercadoria importada até o ponto onde devam ser cumpridas as 
formalidades de entrada no território aduaneiro. Questão errada. 
27- (AFRF-2005)- Não integra o valor aduaneiro da mercadoria o custo 
de transporte do bem importado até o porto ou o aeroporto 
alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde 
devam ser cumpridas as formalidades de entrada no território 
aduaneiro. 
Comentários: 
Segundo o AVA, o custo de transporte do bem importado até o porto 
ou local de importação, poderá ser incluído ou excluído do valor aduaneiro, 
cabendo ampla discricionariedade aos membros da OMC para decidir quanto a 
isso. No Brasil, integra o valor aduaneiro o custo de transporte até o porto ou o 
aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde 
devam ser cumpridas as formalidades de entrada no território aduaneiro. 
Questão errada. 
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28- (TRF-2003)- No Brasil, o valor aduaneiro inclui as importâncias 
pagas pelo frete e pelo prêmio do seguro, sendo a base de cálculo do 
Imposto de Importação o valor CIF (Cost, Insurance and Freight). 
Comentários: 
De fato, o valor aduaneiro inclui o frete e o seguro até o porto de 
destino. No entanto, a base de cálculo do imposto de importação, quando a 
alíquota for ad valorem, será o valor aduaneiro determinado segundo as regras 
do AVA (e não o valor CIF!). Questão errada. 
29- (TRF-2003)- O valor aduaneiro será apurado mediante a aplicação 
de método substitutivo ao valor de transação, quando não for possível 
a apuração do preço efetivamente praticado na importação, por 
fraude, sonegação ou conluio, se o importador conservar em perfeita 
ordem e apresentar à fiscalização os documentos relativos à transação 
comercial. 
Comentários: 
Quando não for possível a apuração do preço efetivamente praticado 
na operação, em razão de fraude, sonegação ou conluio, o valor 
aduaneiro será apurado mediante arbitramento do preço da mercadoria. 
A questão está, portanto, errada. 
30- (AFRF-2002.2) - Conforme estabelecido no Acordo de Valoração 
Aduaneira existem 6 (seis) métodos de Valoração Aduaneira nele 
descritos articuladamente, para as mercadorias importadas que devem 
ser aplicados em sua totalidade, elegendo a autoridade fiscal aquele 
cujo valor aduaneiro se revele mais elevado tendo em vista a função 
protecionista do imposto de importação. 
Comentários: 
A autoridade aduaneira não pode simplesmente eleger o método de 
valoração a ser utilizado. Os 6 (seis) métodos de valoração devem ser 
aplicados sucessiva e sequencialmente. Questão errada. 
31- (AFRF-2002.2) - Conforme estabelecido no Acordo de Valoração 
Aduaneira existem 6 (seis) métodos de Valoração Aduaneira nele 
descritos articuladamente, para as mercadorias importadas que devem 
ser aplicados, sucessiva e sequencialmente, até chegar ao terceiro 
método, e assim prosseguir com os seguintes, salvo se o importador 
solicitar a inversão da ordem dos métodos quarto e quinto, desde que 
seja possível a aplicação do quinto método na sequência solicitada. 
Comentários: 
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É possível a inversão da ordem de aplicação do 4º e do 5º métodos 
de valoração, desde que haja autorização pela Receita Federal. Cabe ressaltar, 
todavia, que nem sempre é possível a aplicação do 5º método, uma vez que 
este implica no acesso da Receita Federal à contabilidade da empresa 
estrangeira. Tal acesso revela-se difícil em virtude da falta de jurisdição da RFB 
sobre empresas estrangeiras. Questão correta. 
32- (AFRF 2002.1 - adaptada) - É possível afirmar, com base no Acordo 
de Valoração Aduaneira, que a base de cálculo do Imposto de 
Importação - II (valor aduaneiro) é obtida pelo valor de transação 
ajustado segundo o Artigo 8º do referido Acordo. 
Comentários: 
A base de cálculo do imposto de importação é o valor aduaneiro, que 
é o valor de transação ajustado segundo o art. 8º do AVA. Questão correta. 
33- (AFRF-2002.1- adaptada) - Para os efeitos do Acordo sobre a 
Implementação do artigo VII do GATT-1994, entende-se por 
mercadorias idênticas à importada as que são iguais em tudo, inclusive 
nas características físicas, qualidade e reputação comercial. Pequenas 
diferenças na aparência impedirão que sejam consideradas 
perfeitamente iguais à importada. 
Comentários: 
Pequenas diferenças na aparência não impedem que sejam 
consideradas idênticas mercadorias que em tudo o mais se enquadram na 
definição. Questão errada. 
34- (AFRF-2002.1- adaptada)- Para os efeitos do Acordo sobre a 
Implementação do artigo VII do GATT-1994, entende-se por 
mercadorias idênticas à importada as que, embora não se assemelhem 
em todos os aspectos, têm características e composição material 
semelhantes, o que lhes permite cumprir as mesmas funções da 
mercadoria importada, além de serem permutáveis comercialmente. 
Comentários: 
Segundo o AVA, são mercadorias similares aquelas que, embora 
não se assemelhem em todos os aspectos, têm características e composição 
material semelhantes, o que lhes permite cumprir as mesmas funções e serem 
permutáveis comercialmente. Alguns dos fatores utilizados para a 
determinação da similaridade entre as mercadorias são a qualidade, reputação 
comercial e a existência de uma marca comercial. Questão errada. 
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35- (AFRF 2002-1 - adaptada) – Analisando os dados abaixo, é correto 
afirmar que, com base no Método Primeiro, o valor aduaneiro da 
importação é R$ 412.200,00. 
1. Elementos oferecidos pela Fatura Comercial: 
1.1. condição negocial Incoterms-2000 FOB/Porto de Santos 
1.2. valor do equipamento importado US$ 200,000.00 
1.3. despesas relativas à embalagem e acondicionamento no porto de 
embarque US$ 1,500.00 
1.4. Frete interno no país de exportação US$ 800.00 
1.5. Comissão à agente (comissão por venda) - 1% US$ 2,000.00 
1.6. montagem do equipamento no estabelecimento do comprador US$ 
5,000.00 
1.7. assistência técnica pelo período de 6 meses US$ 12,000.00 
1.8. Total faturado US$ 221,300.00 
2. Elementos oferecidos pelo Conhecimento de Transporte: 
2.1. Frete Internacional US$ 1,800.00 
3. Outros elementos: 
3.1. Dólar fiscal (taxa de conversão): 2,00 
Comentários: 
Para resolver esse tipo de questão, precisamos saber quais valores 
integram o valor aduaneiro. Um macete que podemos usar é pensar o 
seguinte: integram o valor aduaneiro todos os custos incorridos para trazer a 
mercadoria até o porto ou local de destino. Façamos o somatório: 
-Valor do equipamento: US$ 200.000,00 
- (+) Despesas relativas à embalagem e acondicionamento no porto 
de embarque: US$ 1.500,00 
- (+) Frete interno no país de exportação: US$ 800,00 
- (+) Comissão à agente (comissão por venda): US$ 2.000,00 
- (+) Frete Internacional: US$ 1.800,00 
= Valor Aduaneiro= US$ 206.100,00 x 2,00 = R$ 412.200,00 
(Questão correta) 
Dois detalhes importantes a serem comentados: 
1)- As comissões de venda integram o valor aduaneiro. Já as 
comissões de compra não o integram. Muito cuidado com isso! 
2)- Os gastos relativos à construção, à instalação, à montagem, à 
manutenção ou à assistência técnica, relacionados com a mercadoria 
importada e executados após a importação não integram o valor aduaneiro. 
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36- (AFRF 2002.1 - adaptada) - Analisando os dados abaixo, é correto 
afirmar que, com base no Método Primeiro, o valor aduaneiro da 
importação é R$ 25.400,00. 
1. Elementos oferecidos pela Fatura Comercial: 
1.1. condição negocial Incoterms-2000 - DDU/Porto do Rio de Janeiro 
1.2. valor unitário das mercadorias US$ 1.00 
1.3. valor total da aquisição US$ 10,000.00 
1.4. despesas relativas à embalagem e estufagem do contêiner no porto de 
embarque US$ 500.00 
1.5. royalties pelo uso de marca (10%) US$ 1,000.00 
1.6. Comissão à agente (comissão por venda) - 1,5% US$ 150.00 
1.7. Frete Internacional US$ 650.00 
1.8. Frete interno (porto/ estabelecimento do comprador) US$ 400.00 
1.9. Total faturado US$ 12.700,00 
 
2. Elementos oferecidos pelo Conhecimento de Transporte: 
2.1. Frete Internacional US$ 650.00 
 
3. Outros elementos: 
3.1. Dólar fiscal (taxa de conversão): 2,00 
Comentários: 
Questão bem semelhante à anterior! Basta somarmos as parcelas 
integrantes do valor aduaneiro. 
- Valor total das mercadorias: US$ 10.000,00 
- (+) Despesas relativas à embalagem e estufagem do contêiner no 
porto de embarque: US$ 500.00 
- (+) Royalties pelo uso de marca: US$ 1,000.00 
- (+) Comissão à agente (comissão por venda): US$ 150,00 
- (+) Frete Internacional: US$ 650.00 
= Valor aduaneiro = US$ 12.300,00 x 2,00 = R$ 24.600,00 
(Questão errada) 
37- (AFRF 2002.1 - adaptada) - Analisando os dados abaixo, é correto 
afirmar que, com base no Método Primeiro, o valor aduaneiro da 
importação é R$ 32.660,00. 
1. Elementos oferecidos pela Fatura Comercial: 
1.1. condição negocial Incoterms-2000 EXW - Ex works 
1.2. valor total da aquisição US$ 15,000.00 
1.3. desconto fidelidade (10%) (US$ 1,500.00) 
1.4. Comissão à agente (comissão por venda) - 1% US$ 150,00 
1.5. Total faturado US$ 13.650,00 
 
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2. Elementos oferecidos pelo Conhecimento de Transporte: 
2.1. Frete Internacional US$ 650.00 
 
3. Outros elementos: 
3.1. custo de embalagem e manuseio no porto de embarque US$100.00 
3.2. frete até o porto de embarque US$ 100.00 
3.3. Prêmio de seguro (contratado no Brasil) R$ 330,00 
3.4. Dólar fiscal (taxa de conversão): 2,00 
Comentários: 
Já estamos nos acostumando com esse tipo de questão, não é 
mesmo? Logo, podemos ir direto para a resolução! 
- Valor total da aquisição: US$ 15.000,00 
- (+) Comissão à agente (comissão por venda): US$ 150,00 
- (+) Custo de embalagem e manuseio no porto de embarque: US$ 
100,00 
- (+) Frete Internacional: US$ 650.00 
- (+) Frete até o porto de embarque: US$ 100.00 
- (+) Prêmio de seguro (o valor aqui é em reais – pegadinha!!!): 
R$330,00 
= Valor aduaneiro= US$ 16.000,00 x 2,00 +R$ 330,00= R$ 
32.330,00 (Questão errada) 
O detalhe dessa questão é o desconto fidelidade, o qual não deve ser 
considerado na apuração do valor aduaneiro. Em contrapartida, se o desconto 
for incondicional, este deverá ser deduzido do valor aduaneiro. 
38- (ACE-2008-adaptada) - Para fins de valoração aduaneira, no 
método do valor dedutivo, deve-se subtrair do preço associado à maior 
quantidade agregada (greatest aggregate quantity) as despesas com 
embalagem, transportes e seguros, bem como aquelas referentes aos 
gastos com comissões sobre as vendas, acordadas entre as partes. 
Comentários: 
O objetivo do método dedutivo é chegar ao valor aduaneiro 
subtraindo do valor de revenda todas as parcelas que não integram o valor 
aduaneiro. Dessa forma, podemos identificar os seguintes erros no enunciado: 
1)- As despesas com embalagens integram o valor aduaneiro e, 
portanto, não devem ser subtraídas do valor de revenda. 
2)- A questão não deixa claro a qual trecho se referem as despesas 
com transportes e seguros. O frete / seguro interno no país de exportação e o 
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frete / seguro internacional integram o valor aduaneiro e, portanto, não devem 
ser subtraídos do valor de revenda. 
3)- A questão também não deixa claro a qual operação as comissões 
de venda se referem. As comissões de venda relativas à exportação integram o 
valor aduaneiro e não devem ser subtraídas do valor de revenda. 
39- (Questão Inédita)- Segundo o art. VII do GATT, o valor para fins 
alfandegários das mercadorias importadas deverá ser estabelecido 
sobre o valor real da mercadoria importada à qual se aplica o direito 
ou de uma mercadoria similar, e não sobre o valor do produto de 
origem nacional ou sobre valores arbitrários ou fictícios. 
Comentários: 
É exatamente o que diz o art. VII do GATT. O valor aduaneiro deverá 
ser o valor real da mercadoria importada, sendo proibida a utilização de 
valores arbitrários ou fictícios. Questão correta. 
40- (Questão Inédita)- O valor aduaneiro de uma mercadoria será o 
valor de transação, isto é, o valor efetivamente pago ou a pagar pelas 
mercadorias, desde que não haja restrições à cessão ou utilização das 
mercadorias pelo comprador. 
Comentários: 
O valor aduaneiro será o valor de transação, assim entendido como o 
valor efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas. No entanto, 
caso haja restrições impostas pelo

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