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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Aberta do Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Diretoria de Educação a Distância Fortaleza, CE 2011 Tecnologia em Hotelaria Contabilidade Aplicada Maria do Socorro Cândido Andrea Pazo Moreira Silvane Passos de Castro e Silva Contabilidade Aplicada.indd 1 03/12/2014 09:36:04 Créditos Presidente Dilma Vana Rousseff Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário da SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Diretor de Educação a Distância Celso Costa Reitor do IFCE Cláudio Ricardo Gomes de Lima Pró-Reitor de Ensino Gilmar Lopes Ribeiro Diretora de EAD/IFCE e Coordenadora UAB/IFCE Cassandra Ribeiro Joye Vice-Coordenadora UAB Régia Talina Silva Araújo Coordenador do Curso de Tecnologia em Hotelaria José Solon Sales e Silva Coordenador do Curso de Licenciatura em Matemática Priscila Rodrigues de Alcântara Elaboração do conteúdo Maria do Socorro Cândido Andrea Pazo Moreira Silvane Passos de Castro e Silva Colaborador Luciana de Lima Regina Santos Young Equipe Pedagógica e Design Instrucional Ana Claúdia Uchôa Araújo Andréa Maria Rocha Rodrigues Carla Anaíle Moreira de Oliveira Cristiane Borges Braga Eliana Moreira de Oliveira Gina Maria Porto de Aguiar Vieira Glória Monteiro Macedo Iraci Moraes Schmidlin Irene Moura Silva Isabel Cristina Pereira da Costa Jane Fontes Guedes Karine Nascimento Portela Lívia Maria de Lima Santiago Lourdes Losane Rocha de Sousa Luciana Andrade Rodrigues Maria Irene Silva de Moura Maria Vanda Silvino da Silva Marília Maia Moreira Maria Luiza Maia Saskia Natália Brígido Equipe Arte, Criação e Produção Visual Ábner Di Cavalcanti Medeiros Benghson da Silveira Dantas Davi Jucimon Monteiro Germano José Barros Pinheiro Gilvandenys Leite Sales Júnior José Albério Beserra José Stelio Sampaio Bastos Neto Marco Augusto M. Oliveira Júnior Navar de Medeiros Mendonça e Nascimento Roland Gabriel Nogueira Molina Samuel da Silva Bezerra Equipe Web Aline Mariana Bispo de Lima Benghson da Silveira Dantas Fabrice Marc Joye Luiz Bezerra de Andrade FIlho Lucas do Amaral Saboya Ricardo Werlang Samantha Onofre Lóssio Tibério Bezerra Soares Revisão Textual Aurea Suely Zavam Nukácia Meyre Araújo de Almeida Revisão Web Antônio Carlos Marques Júnior Débora Liberato Arruda Hissa Saulo Garcia Logística Francisco Roberto Dias de Aguiar Virgínia Ferreira Moreira Secretários Breno Giovanni Silva Araújo Francisca Venâncio da Silva Auxiliar Ana Paula Gomes Correia Bernardo Matias de Carvalho Isabella de Castro Britto Maria Tatiana Gomes da Silva Charlene Oliveira da Silveira Wagner Souto Fernandes Contabilidade Aplicada.indd 2 03/12/2014 09:36:04 Cândido, Maria do Socorro. Contabilidade Aplicada: semestre II / Maria do Socorro Cândido, Andrea Pazo Moreira, Silvane Passos de Castro e Silva; Coordenação Cassandra Ribeiro Joye. - Fortaleza: UAB/IFCE, 2011. 73p. : il. ; 27cm. 1. CONTABILIDADE – HOTÉIS. 2. PATRIMÔNIO. I. Joye, Cassandra Ribeiro (Coord.). II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE. III. Universidade Aberta do Brasil – UAB. IV. Título. CDD – 657.837 C217c Catalogação na Fonte: Etelvina Marques (CRB 3 – Nº 615) Contabilidade Aplicada.indd 3 03/12/2014 09:36:04 SUMÁRIO AULA 2 AULA 3 AULA 4 Apresentação 5 Referências 71 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 4 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 1 Tópico 2 Tópico 3 Currículo 73 Contabilidade Aplicada à Hotelaria 6 Turismo, Hotelaria e Evolução da Contabilidade 7 Procedimentos Burocráticos para a Constituição de uma Empresa no Setor de Hotelaria 14 Fontes de Financiamento 17 AULA 1 Patrimônio 23 Patrimônio 24 Fato Contábil e Método das Partidas Dobradas 28 Plano de Contas 34 Os Princípios Fundamentais de Contabilidade 38 Demonstrações Contábeis 40 Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 41 Demonstração do Fluxo de Caixa e das Mutações do Patrimônio Líquido 49 Análise das Demonstrações Contábeis 56 Análise Horizontal e Vertical 57 Índices de Liquidez, de Endividamento, de Rotatividade e de Rentabilidade 63 Aspectos Fiscais e Tributários 68 Contabilidade Aplicada.indd 4 03/12/2014 09:36:05 5 APRESENTAÇÃO Caro (a) aluno (a): Na disciplina Contabilidade Aplicada estudaremos a ciência contábil e sua aplicação no setor hoteleiro. Em nossas aulas daremos destaque aos seguintes temas: A evolução da contabilidade, as principais escolas que contribuíram para a ciência contábil; a importância da contabilidade para o setor de hotelaria; os procedimentos burocráticos para a constituição de uma empresa hotelaria e as fontes de financiamento. Estudaremos o patrimônio e seus estados patrimoniais; os fatos contábeis, as contas patrimoniais e de resultado, o método das partidas dobradas; o plano de contas e os princípios fundamentais de contabilidade. Salientamos que esta aula é de extrema importância para a compreensão dos procedimentos contábeis. Iremos conhecer, de forma detalhada, as demonstrações contábeis, tais como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido. Você irá se apropriar de conhecimentos de modo a se tornarem capazes de analisar, através de coeficientes, as informações contábeis e os aspectos fiscais e tributários das empresas. Vamos lá? APRESENTAÇÃO Contabilidade Aplicada.indd 5 03/12/2014 09:36:05 6 Contab i l idade Ap l i cada AULA 1 Contabilidade Aplicada à Hotelaria Caro(a) aluno(a), Estamos iniciando nossa primeira aula. Estudaremos a evolução da contabilidade, as principais escolas que contribuíram para a ciência contábil; a importância da contabilidade para o setor de hotelaria; os procedimentos burocráticos para a constituição de uma empresa hotelaria e as fontes de financiamento. Objetivos • Discutir a evolução da contabilidade • Compreender a importância da contabilidade para o setor hoteleiro Contabilidade Aplicada.indd 6 03/12/2014 09:36:05 7 Caro aluno, neste tópico, falaremos sobre a relevância do fenômeno turístico; relembraremos a evolução histórica do turismo; abordaremos de forma sucinta a história da contabilidade, apontando as principais escolas do pensamento contábil que contribuíram para a ciência contábil; e, por fim, ressaltaremos a importância da contabilidade para o setor de hotelaria, recorrendo ao conceito de Patrimônio. Vamos começar então nossa aula! Neste momento, milhares de turistas estão viajando pelo mundo, atraídos por uma variedade de motivações, gerando atividades, distribuindo renda e, com isso, transformando comunidades. A atividade turística é considerada um dos fenômenos mais recentes e impactantes da sociedade contemporânea. A Organização Mundial do Turismo – OMT tem medido o impacto econômico do turismo desde o início da década de 1990, e os números em turismo têm-se revelado impressionantes. Ademais, as previsões e expectativas para o setor nas próximas décadas são otimistas. O Brasil tem acompanhado e se beneficiado deste segmento tanto na geração de divisas internas e externas (geração de postos de trabalho e recursos) quanto no despertar do turismo interno, excelente gerador de desenvolvimento para as cidades. Mediante os números apresentados que compõem os aspectos quantitativos relativos ao turismo na atualidade, vale a pena fazer uma reflexão de como se TÓPICO 1 Turismo, Hotelaria e Evolução da Contabilidade ObjetivOs • Compreender a relevância do fenômeno turístico e relembrar sucintamente a evolução histórica do turismo • Conhecer a evolução da contabilidadee as prin- cipais escolas que contribuíram para a ciência contábil • Compreender a importância da contabilidade para o setor de hotelaria, conceituando essa ciência AULA 1 TÓPICO 1 Contabilidade Aplicada.indd 7 03/12/2014 09:36:05 Contab i l idade Ap l i cada8 desenvolveu a atividade. Antes de adentrar no tema central de nossa disciplina, a aplicabilidade da contabilidade no segmento hoteleiro, vamos relembrar um conteúdo de suma importância para contextualizar a grande “indústria do lazer”, através de uma breve evolução histórica. 1.1 BREVE HISTÓRICO DO TURISMO NA ANTIGUIDADE Muitas descobertas e inovações históricas são representativas e eficazes no contexto contemporâneo de determinados destinos turísticos. A origem, os antecedentes, desde a antiguidade até o século XIX, apontam o momento histórico dos primeiros deslocamentos, as primeiras viagens da humanidade. Indicam uma série de fatos isolados que podem ser registros, guardadas suas devidas proporções, de atividade turística e de viagens. Na antiguidade, os sumérios, os fenícios, os polinésios, os faraós do Egito, motivados pela busca de mercados, realizavam grandes e consideráveis deslocamentos. Por sua vez, no período de 27 a.C. a 476 d.C., durante o Império Romano, além da construção de inúmeras estradas (vias de acesso), os romanos desenvolveram grandiosos espetáculos circenses, encenações teatrais, tratamento em estações termais, combates nas arenas romanas, que constituíam grandes atrações de entretenimento. A história relata que durante o verão eram intensos os movimentos de pessoas que se dirigiam de Roma para o campo e para os lugares de veraneio situados à beira-mar, para usufruir das estâncias termais (MONTEJANO, 2001). Após este fértil momento da história da humanidade, o colapso do Império Romano trouxe o período conhecido como a Idade Média (476 d.C. a 1450). As viagens nesta época eram marcadas pela insegurança, ocasionada pelos povos bárbaros (visigodos, ostrogodos, vândalos), que desmotivavam os deslocamentos. O único fato a se destacar é que este era o momento de ascensão da era Igreja Católica. Dessa forma, ocorriam basicamente as viagens religiosas dos cristãos para Santiago de Compostela (Espanha), Canterbury (Inglaterra) e para a Terra Santa (Palestina) (IGNARRA, 1998). 1.2 AS VIAGENS NA IDADE MODERNA A Idade Moderna é um período específico da História do Ocidente. Ele se destaca dos demais por ter sido um período de transição por excelência. Nesse período, um tipo de viagem de lazer caracterizou os primeiros tempos do turismo, ocorrido na Idade Moderna: o Grand Tour, um prolongado deslocamento, uma ATENTAR PARA ESPAÇO NO FIM DO ICONE (TENTAR MANTER SEMPRE ESSE MESMO ESPAÇAMENTO) Contabilidade Aplicada.indd 8 03/12/2014 09:36:05 9 viagem destinada à formação educacional de jovens aristocratas ingleses, que se estendia pela França, Suíça e Itália, além de outros países. Acompanhados dos mais conceituados mestres da época, os jovens deslocavam-se, vivenciando in loco, aprendizados sobre os mais variados conhecimentos: política, cultura, comportamento, gastronomia, história, geografia etc. Alguns registros do século XVIII apontavam outro aspecto interessante da história do turismo, os spas. No continente europeu, especificamente na Inglaterra, os spas estiveram em moda entre os membros dos setores mais altos da sociedade, pois, além de proporcionar tratamentos de saúde, ofereciam eventos sociais, competições, danças e jogos (MCINTOSH, 2002). Com a Revolução Industrial, um grande marco da sociedade ocidental capitalista, ocorreu uma profunda transformação nas relações sociais. As viagens, então, voltaram a se propagar nessa época, com características nunca antes vistas. É, portanto, neste momento da história da humanidade, especificamente a ocidental capitalista, que podemos destacar o surgimento do turismo. A partir de 1980, despontaram novos paradigmas para a atividade turística. Beneficiando-se da globalização, que é fruto da integração e da necessidade de formar uma “aldeia global” que permite maiores ganhos para os mercados já saturados, o turismo incorporou uma nova postura. Destinos inusitados, demandas segmentadas, consumidores mais informa(tiza)dos e exigentes, mercado turístico mais eficiente, múltiplos serviços e produtos, tudo em prol do desenvolvimento turístico. Atualmente o mercado acompanha as tendências mundiais, nas quais novos desafios são propostos face à qualificação do setor perante um público consumidor muito mais experiente, agora composto por turistas nacionais e uma boa parcela de estrangeiros. A parceria entre instituição pública, iniciativa privada e comunidades- destino redesenhou o turismo no País, desenvolvendo as atividades turísticas de uma forma nunca antes vista. Políticas, programas e projetos nacionais foram implementados, o marketing turísticos (interno e externo) surtiu efeitos revelados em números. Dos 43 milhões de turistas (nacionais e estrangeiros) registrados em 1999, o Brasil passou a receber em 2006, 52 milhões turistas que consomem e movimentam o mercado turístico (dados da OMT). Crescente, também, é o número de instituições de ensino na área de turismo, o que sinaliza a preocupação com aspectos qualitativos (formação, qualificação e pesquisa). AULA 1 TÓPICO 1 Contabilidade Aplicada.indd 9 03/12/2014 09:36:05 Contab i l idade Ap l i cada10 A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE Até aqui falamos da história do turismo. Agora, vamos conhecer, também de forma sucinta, a história da contabilidade, destacando as principais escolas que contribuíram para a ciência contábil e a importância da contabilidade para o setor de hotelaria recorrendo ao conceito de Patrimônio. A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e, durante um longo período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas específicas, que foram se aperfeiçoando e especializando, algumas delas aplicadas até hoje. O homem enriquecia, e isso impunha o estabelecimento de técnicas para controlar e preservar os seus bens. 1 É importante lembrar que a ciência contábil é uma ciência social e, como as demais ciências, possui seus teóricos, pessoas que estudam e analisam fatores para posteriormente criar teorias a serem aplicadas nos procedimentos diários. O professor Antônio Lopes de Sá (1995), conselheiro consultivo do Conselho Federal de Contabilidade e autor de mais de 170 livros, dos quais muitos voltados à Contabilidade, dividiu a evolução da contabilidade em 7 períodos a saber: • Intuitivo-primitivo. • Racional-mnemônico. • Lógico Racional. • Literário. • Pré-científico. • Científico. • Filosófico-normativo. Focalizaremos nosso estudo a partir do período pré-científico. Com a sistematização do método das partidas dobradas (só existe aplicação, se houver origem), Frei Luca Pacioli, conhecido como o “pai” da Contabilidade, em sua obra “Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá”, publicada em 1494, inaugura a fase do período pré-científico, também conhecida como período moderno, finalizada em 1840. A imagem ao lado mostra o ENIAC, um dos primeiros protótipos de computador que surgiram ao meio do século XX (por volta de 1940). Seu tamanho era tão grande que ocupava vários andares de um edifício. A fase científica tem como precursor Francesco Villa, que, em 1840, publica a obra “La Contabilità Applicatta alle ¹ Trecho retirado do site: http://www.gesbanha.pt/contab/conthis/cont_his.htm. Acessado em: 05/04/2009. Figura 1 – ENIAC - Primeiro computador ht tp :/ /u pl oa d. w ik im ed ia .o rg / ContabilidadeAplicada.indd 10 03/12/2014 09:36:05 11 administrazioni Private e Plubbliche”. Fábio Besta, discípulo de Francesco Villa, desenvolveu a escola controlista ou veneziana Quando vários mestres formam bases doutrinárias e teorias, partindo de uma teoria principal, em diversos locais, estabelece-se uma corrente científica de pensamentos semelhantes. Dentre as principais correntes de pensamentos sobre a doutrina ou teoria da Contabilidade, destacamos: Patrimonialismo, Aziendalismo, Controlismo, Personalismo, Contismo, Neocontismo, Universalismo e Reditualismo. Dentre outras, as escolas de Contabilidade que mais se destacaram foram as escolas européias, com representações da Itália, Alemanha, França, Inglaterra, e a escola norteamericana ou anglossaxônica, nos Estados Unidos. A escola italiana preocupava- se com a formação acadêmica. Na Alemanha, a contabilidade era estudada sob os aspectos econômicos e de escrituração, custos, orçamentos e estatísticas. A escola inglesa, diante do advento da Revolução Industrial, preocupava-se com um modelo de demonstrações contábeis, padrão, que identificasse a propriedade da empresa, inaugurando a era da auditoria contábil. A escola francesa, por sua vez, deteve-se na teoria do neocontismo, ou seja, uma teoria baseada nas contas, não somente em suas nomenclaturas, mas no valor que cada uma tem no patrimônio da entidade. Em virtude da expansão territorial dos Estados Unidos em direção ao Oeste no século XIX e da necessidade de capital para o financiamento de sua indústria, os recursos obtidos na Europa levaram, para os norteamericanos, as exigências dos credores em demonstrar a posição financeira das empresas nos moldes exigidos por auditores contratados pelos banqueiros europeus (PEREIRA et al., 2005). Na escola norteamericana, a integração dos profissionais com o mundo acadêmico foi, então, o fator impulsionador para a ciência contábil, bem como para o crescimento das teorias e práticas que permitiam a correta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro interessado no assunto. No século XX, com o surgimento das corporações gigantes, o acentuado crescimento do mercado de capitais ampliou o campo de aplicação das teorias e práticas contábeis da escola norteamericana, as quais fizeram surgir especializações, como Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial e Gerencial Estratégica. AULA 1 TÓPICO 1 s a i b a m a i s ! Para aprofundar as correntes de pensamento discussão indicamos o site disponível no material web. Contabilidade Aplicada.indd 11 03/12/2014 09:36:05 Contab i l idade Ap l i cada12 No final da década de 80, a mesma escola norteamericana trouxe novas técnicas, como custeio baseado em atividades (método de conhecer custo de produto/ departamento da empresa) e substituição da demonstração de origens e aplicações de recursos pela demonstração de fluxo de caixa, em complementação às demonstrações de balanço patrimonial e de resultado do exercício. Tal procedimento começou a ser adotado pelo Brasil somente em dezembro de 2007 (PEREIRA et al., 2005). Ainda segundo Pereira et al. (2005), os teóricos da escola norteamericana, no ano de 1996, já tinham clareza de que a estratégia deveria ser incorporada ao conhecimento e à prática contábil e refletida nas demonstrações contábeis prospectivas, o que desencadeou a busca por modelos da contabilidade gerencial estratégica. Essa necessidade ficou ainda mais clara com as pesquisas de Kaplan e Norton, registradas na obra “The strategy-focused organization” (em português: Organização orientada para a estratégia), em 2001, da qual se pode dizer que lançou as bases fundamentais da SBM – “Strategic Based Management” (em português: Gestão baseada em estratégia). Diante de tanta complexidade no mundo dos negócios, não há dúvida de que os empreendedores da área de turismo e de hotelaria precisam também de controles e registros que informem a toda a sociedade como os seus recursos são aplicados. Resulta dessa necessidade a importância da Contabilidade como meio de controle, gerenciamento, acompanhamento, comunicação e divulgação de todo esse movimento. Para entendermos melhor a importância da contabilidade, vamos conceituá-la. Rogério João Lunkes (2004 p.58) define contabilidade como sendo um instrumento da função administrativa que tem como finalidade controlar o patrimônio, apurar o resultado e prestar informações aos seus usuários. Lunkes (2004) ainda define Patrimônia, resultados e usuários: I – Patrimônio: é formado por bens, direitos e obrigações. Vamos entender melhor cada um deles. • Bens – os bens podem ser divididos em bens de uso, de consumo e de troca. São conhecidos também como bens tangíveis e intangíveis, bens móveis e imóveis. Como exemplo de bens tangíveis, podemos citar: máquinas e equipamentos, material de limpeza, mercadoria para revenda etc. Como exemplo de bens intangíveis ou incorpóreos, podemos citar a marca de algumas empresas (Beach Park, Gran Marquise Hotel, entre outras); • Direitos – os direitos formam os recebíveis do hotel e são identificados pela expressão “a receber”. Como exemplo, citamos: diárias a receber, títulos a receber, notas promissórias a receber etc.; Contabilidade Aplicada.indd 12 03/12/2014 09:36:05 13 • Obrigações – as obrigações formam as dívidas do hotel ão identificadas pela expressão e “a pagar” ou “a recolher”. Como exemplo, citamos: salários a pagar, duplicatas a pagar, empréstimos a pagar, impostos a recolher etc. II – Resultado: significa dizer, apurar as receitas, os custos e despesas da empresa. III – Usuários: os usuários da informação contábil são todos os que se utilizam dela. Dividem-se em dois grupos, os usuários internos e os externos. Vejam abaixo a figura demonstrativa dos usuários de um hotel. Uma empresa hoteleira é um ente econômico e jurídico, pois detém a capacidade de possuir bens e direitos e obter obrigações. Neste tópico, vocês relembraram a evolução histórica do turismo e da hotelaria, acompanharam a evolução da ciência contábil, aprenderam que as escolas norteamericana e inglesa se voltaram para as técnicas mais modernas da Contabilidade. Viram, ainda, que a escola norteamericana preocupou-se com a qualidade das informações e como as suas interpretações, para auxiliar os gestores, investidores e demais interessados para a tomada de decisão, foram importantes para o desenvolvimento dessa ciência. Por último perceberam a importância da Contabilidade para a área de turismo e de hotelaria, revisando seu conceito. No próximo tópico, abordaremos os procedimentos burocráticos para a constituição de uma empresa no setor de hotelaria. Vamos lá? Figura 2 – Usuários da informação contábil (LUNKES, 2004) Figura 3 – Sinopse básica da Contabilidade Neves e Viceconti (1995, p. 1, apud LUNKES, 2004) AULA 1 TÓPICO 1 Contabilidade Aplicada.indd 13 03/12/2014 09:36:05 14 Contab i l idade Ap l i cada TÓPICO 2 Procedimentos Burocráticos para a Constituição de uma Empresa no Setor de Hotelaria ObjetivOs • Conhecer os órgãos públicos responsáveis por regular, fiscalizar e autorizar o funcionamento de um empreendimento no setor de hotelaria • Aprender o passo a passo para constituir um empreendimento no setor de hotelaria • Conhecer as formas de constituição de um empreendimento no setor de hotelaria Neste tópico, você conhecerá os órgãos públicos responsáveis por regular, fiscalizar e autorizar o funcionamento de uma empresa no setor de hotelaria, aprenderá os procedimentos necessários para constituir um empreendimento neste setor, bem como suas formas de constituição, dando ênfase às maisusadas pelos empreendedores. 2.1 ÓRGÃOS PÚBLICOS RESPONSÁVEIS E PROCEDIMENTOS PARA CONSTITUIÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO NO SETOR DE HOTELARIA Hospedagem significa acolhimento. Acolhimento não está ligado à sofisticação, luxo, mas a ser afável, acolhedor, saber receber. O setor de hospedagem engloba vários segmentos, como hotéis, pousadas, hotelaria hospitalar, entre outros. Iremos nos direcionar para o setor de hotelaria. Para a constituição de um empreendimento no setor de hotelaria, é necessário se cadastramento junto aos seguintes órgãos públicos: 1. Junta Comercial do Estado; 2. Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); 3. Secretaria de Finanças da Prefeitura do Município (SEFIN); 4. Secretaria da Fazenda (SEFAZ); 5. Ministério do Turismo. Contabilidade Aplicada.indd 14 03/12/2014 09:36:05 15 Esses órgãos públicos regulam e fiscalizam o empreendimento hoteleiro e são responsáveis por concederem as inscrições cadastrais e a autorização para seu funcionamento. Vamos falar um pouco sobre a atuação de cada um deles. Iniciaremos pela Prefeitura, pois este órgão deverá ser consultado antes do processo de constituição do empreendimento no setor de hotelaria. Sabemos que todo município tem uma prefeitura e cada prefeitura tem suas próprias normas e leis. Por tal motivo, a primeira providência a ser tomada é identificar em qual município os empreendedores pretendem constituir seu empreendimento e em seguida fazer uma visita à Prefeitura. Sabem por quê? Porque em determinadas localidades do município não é permitida a instalação de alguns empreendimentos. Geralmente, as restrições se devem ao impedimento de algumas atividades (ramo de negócio) que serão desenvolvidas naquela região, e/ou à área edificada do imóvel (área construída) estar acima do limite permitido, e/ou ao endereço comercial estar situado em uma via (logradouro) não permitida. Por tal motivo, é de extrema relevância protocolizar junto à Prefeitura uma consulta prévia do local pretendido para a instalação do empreendimento e as atividades que se está buscando desenvolver. Em se tratando do município de Fortaleza, essas informações devem ser consultadas na Secretaria Executiva Regional (SER), que está dividida em 6 (seis) regionais: SER I, SER II, SER III, SER IV, SER V, SER VI e SER VII. Importante salientar que todos os bairros do município de Fortaleza estão distribuídos entre as 6 (seis) SER, de modo que não há um endereço que não possa ser consultado para nos certificarmos se é possível ou não a instalação de um empreendimento no setor de hotelaria. O resultado da consulta protocolizada pelo empreendedor junto a SER será enviado pelos correios. O resultado sendo favorável à instalação do empreendimento no local pretendido, só resta iniciar o processo de constituição junto aos outros órgãos públicos. Antes de iniciarmos o “passo a passo” da constituição de uma empresa no setor de hotelaria, vocês, alunos, devem entender o que é empresa, como se caracterizam os tipos de empresa, o que é sociedade e a diferença entre sociedade limitada e sociedade anônima. Vamos lá? Conforme Fortes (2004), a empresa, sob o ponto de vista econômico, é considerada uma combinação de fatores produtivos, elementos pessoais e reais, voltados para um resultado econômico, tomando ímpeto na ação organizadora AULA 1 TÓPICO 2AULA 1 TÓPICO 2 Contabilidade Aplicada.indd 15 03/12/2014 09:36:06 Contab i l idade Ap l i cada16 do empresário. É a organização econômica destinada à produção ou venda de mercadorias ou serviços, tendo em geral como objetivo o lucro. Do ponto de vista jurídico, é uma abstração, uma organização jurídica. Assim, uma empresa pode ser caracterizada sob diversas modalidades, a saber: a. aberta (com ações negociadas em bolsa de valores); b. fechada; c. mista (ações com direito a voto pertencem em sua maioria ao poder público); d. estatal (controle acionário é detido direta ou indiretamente pelo poder público); e. empresa pública (aquela cujo capital pertence inteiramente ao poder público). O Novo Código Civil Brasileiro (NCC), em vigor desde 11 de janeiro de 2003, em seu artigo 981, traz: O conceito básico de sociedade em sentido amplo, não se vinculando neste caso somente ao aspecto empresarial. Assim, pelo diploma legal, celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Pelo exposto, identificamos que não há nem proibição e nem exclusividade quanto ao tipo de pessoas, podendo compor a sociedade, na condição de sócios, tanto pessoas físicas (naturais), quanto pessoas jurídicas. Por outro lado, pelo conceito legal, as pessoas não são sócias da sociedade, as pessoas são verdadeiramente sócias umas das outras, diferentemente do que ocorre com as associações em que cada participante é associado da entidade. Na mesma ótica da vinculação do associado de uma entidade, está tendendo o acionista das companhias (Lei das Sociedades Anônimas nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976). Na lei, as pessoas não são acionistas umas das outras, e sim, acionistas da empresa. Alguns defendem que a própria identificação “companhia” é mais adequada do que “sociedade anônima”, pois, para este tipo jurídico, a rigor não haveria sócios e sim acionistas. (LUNARDI, 2009) Conforme a Lei Geral do Turismo n.º 11.771, de 17 de setembro de 2008, em seu Artigo 23: Consideram-se meios de hospedagem os empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de freqüência individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária. (grifo nosso) Contabilidade Aplicada.indd 16 03/12/2014 09:36:06 17 Neste tópico abordaremos apenas as três formas mais usuais de constituição de empresa no setor de hotelaria: o empresário individual e as sociedades empresárias – limitada e anônima. O Art. 966 do NCC “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” Dessa forma, qualquer pessoa que não esteja impedida por lei poderá constituir, em seu nome, uma atividade no setor de hotelaria, atendendo aos requisitos da Lei n.º 11.771/08. A administração da empresa individual caberá exclusivamente ao titular. A constituição de sociedades empresárias é estabelecida pelo NCC e deve atender o que está disposto nos artigos 1.039 a 1.092, que tratam dos seguintes tipos societários: Sociedade em Nome Coletivo (arts.1.039 a 1.044); Sociedade em Comandita Simples (arts. 1.045 a 1.051); Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.087); Sociedade Anônima (arts. 1.088 e 1.089); e Sociedade em Comandita por Ações (arts. 1.090 a 1.092). Vamos nos reportar apenas às sociedades limitadas e anônimas por serem as modalidades mais usuais entre os empreendedores. De acordo com o artigo 1.052 do Código Civil, na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de sua participação nas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Nesta modalidade de sociedade, as regras entre os sócios são estabelecidas atravésde Contrato Social. Este documento define como os sócios irão gerenciar o patrimônio da empresa, quem poderá representá-la (um dos sócios, ambos ou um terceiro), qual a participação no capital de cada sócio, e como será a distribuição dos lucros ou como serão suportados os prejuízos. A sociedade anônima está prevista no artigo 1.089 do NCC. Mas é regida pela Lei das Sociedades Anônimas nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Lunkes (2004) define sociedade anônima como sendo uma sociedade de capital formada por ações. Lunkes ainda complementa lembrando que a responsabilidade dos acionistas limita-se ao montante da ação, e a sociedade anônima (S.A.) pode ser constituída sob forma de sociedade de capital aberto ou capital fechado. AULA 1 TÓPICO 2 Contabilidade Aplicada.indd 17 03/12/2014 09:36:06 Contab i l idade Ap l i cada18 Vamos esclarecer essas duas formas de constituição de S.A. • Sociedade anônima de capital aberto são as companhias que negociam suas ações na bolsa de valores ou no mercado de balcão. A bolsa de valores são associações civis, sem fins lucrativos, cujos patrimônios são representados por títulos pertencentes às sociedades corretoras membros. Estão sujeitas à supervisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e devem obedecer às diretrizes e políticas emanadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O mercado de balcão é uma alternativa para as companhias que desejam que suas ações sejam negociadas no mercado secundário, sem que tenham interesse imediato ou se identifiquem com o mercado da bolsa de valores. O mercado secundário é um tipo de mercado onde as negociações podem ser feitas por telefone ou internet, podendo participar as companhias de capital aberto, entidades associadas à Soma (Sociedade Operadora de Mercado de Acesso, entidade jurídica com fins lucrativos de personalidade civil e responsabilidade limitada), e investidores em geral. • Sociedade anônima de capital fechado são as companhias que negociam suas ações apenas dentro da própria companhia. Na denominação social de uma sociedade anônima, é obrigatório acrescentar a expressão “S.A.” ou preceder de “CIA”. Nesta modalidade de sociedade, as regras das relações entre os acionistas são definidas através do Estatuto Social. Neste estatuto definem-se o capital social, as ações ordinárias e preferenciais, a composição do Conselho de Administração, Diretoria e Conselho Fiscal, entre outros. As ações são títulos emitidos por uma sociedade anônima, que representam a menor fração de seu capital social. Podem ser ordinárias ou preferenciais. As ações ordinárias concedem ao detentor o poder de votar nas assembléias gerais da companhia. As preferenciais, como o nome já indica, possuem preferência na distribuição dos resultados da empresa, ou no reembolso do capital. Em caso de liquidação da companhia, os acionistas preferenciais, no entanto, não podem votar nas assembléias gerais ou, se participarem, o farão de forma restritiva. Agora que vocês entenderam o significado de empresa, perceberam que a empresa no setor de hotelaria poderá ser constituída independentemente de sua forma de constituição, atendendo o que diz o Art. 23 da Lei n.º 11.771/08, entenderam também o significado de sociedade, então já podemos iniciar o processo burocrático para a constituição de empresa no setor de hotelaria. Contabilidade Aplicada.indd 18 03/12/2014 09:36:06 19 2.2 PASSOS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA 1º PASSO: Junta Comercial do Estado 2º PASSO: Receita Federal do Brasil (RFB) 3º PASSO: Secretaria da Fazenda (SEFAZ) 4º PASSO: Secretaria de Finanças do Município (SEFIN) 5º PASSO: Secretaria Executiva Regional (SER) 6º PASSO: Ministério do Turismo Neste tópico, você aprendeu que, antes de iniciar qualquer empreendimento, o empreendedor deverá consultar a Prefeitura Municipal da cidade na qual deseja estabelecer o negócio, a fim de conhecer as regras de funcionamento da atividade desejada, bem como proceder ao registro nos órgãos competentes, como a Junta Comercial do Estado, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a Secretaria de Finanças da Prefeitura do Município (SEFIN), a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) e o Ministério do Turismo. Outro aprendizado foi a forma de constituição do negócio: quando uma pessoa sozinha resolve assumir o risco da atividade e constitui empresa em seu nome, chama-se de empresário; já quando dois ou mais empreendedores dividem o risco do capital, chama-se de sociedade. Entre os tipos de sociedades previstas pelo Código Civil brasileiro, nosso estudo se deteve em duas modalidades: a sociedade limitada, cujo capital é dividido em quotas e as responsabilidades estão restritas ao número de quotas que os sócios adquiriram na sociedade; e a sociedade anônima, cujo capital é divido em ações. AULA 1 TÓPICO 2AULA 1 TÓPICO 2 Contabilidade Aplicada.indd 19 03/12/2014 09:36:06 20 Contab i l idade Ap l i cada TÓPICO 3 Fontes de FinanciamentoObjetivO • Saber como as empresas hoteleiras podem captar recursos e parcerias para seu negócio Neste tópico falaremos de forma resumida sobre as fontes de financiamento que uma empresa hoteleira legalmente constituída poderá obter para viabilizar o seu projeto inicial. É natural os sócios ou acionistas de um hotel, que é um empreendimento dispendioso e cheio de riscos, fazer parcerias, com receio de não conseguirem inicialmente cobrir todos os custos da entidade com o valor que foi investido por eles no capital social da empresa. As formas de captação de recursos e parcerias utilizadas na hotelaria são: FRANQUIA A Lei nº. 8.955/94 define franquia como o sistema pelo qual o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca e patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao o direito de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. ARRENDAMENTO MERCANTIL A Lei nº.7.132/83 conceitua arrendamento mercantil como o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso desta. Contabilidade Aplicada.indd 20 03/12/2014 09:36:06 21 LEASING Lunkes (2004) conceitua leasing como uma operação na qual é cedido um bem em troca de remuneração. Define, ainda, como uma operação de empréstimo vinculada à aquisição de determinado bem, na qual o bem permanece de prioridade do cedente até o final do contrato, quando então é transferido para o “tomador do empréstimo” mediante o pagamento de um valor residual, estimado no contrato. PRODETUR/NE O Programa Regional de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR/NE) é um programa de crédito para o setor público (estados e municípios), que foi concebido tanto para criar condições favoráveis à expansão e melhoria da qualidade da atividade turística na Região Nordeste, quanto para melhorar a qualidade de vida das populações residentes nas áreas beneficiadas. O PRODETUR/NE é financiado com recursos do BID e tem o Banco do Nordeste como agente repassador. A regulamentação dessa linha de financiamento previu, em sua concepção original, uma contrapartida de recursos próprios em torno de 50%. O contrato entre o BID e o BNB foi firmado em 12 de dezembro de 1994, pelo prazo de 25 anos. A área de abrangência do PRODETUR/NE compreende os nove estados nordestinos, além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo, onde sua atuaçãoocorre por meio do financiamento de obras de infraestrutura (saneamento, transportes, urbanização e outros), projetos de proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural, projetos de capacitação profissional e fortalecimento institucional das administrações de estados e municípios. O programa foi desenvolvido a partir de estudos encomendados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no começo da década de 90, para se identificar as atividades econômicas que apresentariam vantagens competitivas, caso fossem desenvolvidas na região Nordeste. A conclusão desses estudos identificou que uma das oportunidades mais viáveis para a região era o turismo, pelo fato de a Região Nordeste apresentar recursos cênicos e culturais significativos, além de mão-de-obra em abundância e com custos relativamente baixos. Com isso, para financiar atividades de infraestrutura, o BNDES inaugurou em 1994 o Programa Nordeste Competitivo (PNC). A iniciativa em turismo do PNC foi apoiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Após negociações envolvendo a extinta SUDENE, o Banco do Nordeste (BNB), o BID, AULA 1 TÓPICO 3 Contabilidade Aplicada.indd 21 03/12/2014 09:36:06 Contab i l idade Ap l i cada22 o então Ministério dos Esportes e Turismo e os Estados do Nordeste, foi criado o PRODETUR/NE, cuja primeira fase foi iniciada ainda em 1994. O Prodetur I registrou investimentos de U$ 678,8 milhões para projetos de infraestrutura. O PRODETUR/NE-I foi concluído, e a versão completa do Relatório Final está disponível no site disponível no material web. Atualmente, o PRODETUR/NE está em sua segunda fase: o Prodetur II, que mobilizará recursos da ordem de U$ 800 milhões para investimentos em particular na área da capacitação profissional. FUNGETUR Ainda objetivando a viabilidade de investimentos e acessos de recursos necessários para implantação, melhoria, conservação e manutenção de empreendimentos e serviços turísticos, o governo federal disponibiliza linhas de crédito através do Fundo Geral de Turismo (FUNGETUR), destinado a facilitar investimentos no setor e incentivar o incremento da atividade nos principais destinos turísticos, por meio de financiamento de capital fixo ou de estudos e projetos voltados para a melhoria da capacidade do turismo no Brasil. Contabilidade Aplicada.indd 22 03/12/2014 09:36:06 23AULA 2 AULA 2 Patrimônio Caro(a) aluno(a), Nesta aula estudaremos o patrimônio e seus estados patrimoniais; os fatos contábeis, as contas patrimoniais e de resultado, o método das partidas dobradas; o plano de contas e os princípios fundamentais de contabilidade. Salientamos que esta aula é de extrema importância para a compreensão dos procedimentos contábeis. Objetivos • Consolidar o aprendizado sobre Patrimônio • Entender o significado de Fato Contábil, conhecer as Contas Patrimoniais e de Resultado, e o processo de debitar e creditar • Conhecer Plano de Contas, a natureza e a estruturação das contas • Conceituar Princípios Fundamentais de Contabilidade e sua importância na Escrituração da Empresa Hoteleira Contabilidade Aplicada.indd 23 03/12/2014 09:36:06 24 Contab i l idade Ap l i cada TÓPICO 1 PatrimônioObjetivOs • Consolidar o aprendizado sobre patrimônio relembrando seu conceito • Conhecer os aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio • Entender o que é situação líquida do patrimônio, conhecer os seus estados patrimoniais e demonstrar as representações gráficas desses estados patrimoniais • Diferenciar capital de patrimônio Vimos na aula anterior (Tópico 1), o conceito de patrimônio e percebemos que o objeto da contabilidade é o patrimônio. Por tal motivo é interessante destinarmos um tópico nesta aula para tratarmos um pouco mais sobre o patrimônio da empresa. Começamos, relembrando o conceito de Patrimônio, apresentado por Magalhães (2000, p.19): “Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda e vinculado a um titular (entidade)”. Os bens, direitos e obrigações compõem partes distintas do patrimônio. Com a representação gráfica abaixo, fica bem clara essa distinção. De um lado temos o Ativo, representado pelos bens e direitos; e por outro, temos o Passivo, representado pelas obrigações. ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa Fornecedores Banco Contra Movimento Empréstimos e Financiamentos Aplicações Financeiras Adiantamento de Diárias Mercadorias para Revenda Salários a Pagar Veículos Contas a Pagar Terrenos Impostos a Recolher Móveis e Utensílios Figura 4 – Composição do patrimônio ht tp :/ /w w w .la ti ns to ck .c om .b r Contabilidade Aplicada.indd 24 03/12/2014 09:36:06 25 Quando qualificamos os bens, direitos e obrigações, estamos estudando o patrimônio sob o aspecto qualitativo. Podemos admitir que o aspecto qualitativo não nos dá ideia do tamanho do patrimônio, por isso faz-se necessário o estudo sob o aspecto quantitativo, pois só assim teremos condição de proceder à avaliação monetária desses bens, direitos e obrigações. Exemplificando, podemos dizer que uma empresa hoteleira tem em seu ativo e passivo, a seguinte composição patrimonial. Com a tabela, podemos visualizar o tamanho do patrimônio dessa empresa hoteleira: o valor total do ativo é R$ 17.580,00 e o valor total do passivo é R$ 8.000,00. Já que estamos falando em ativo e passivo, que tal entendermos melhor esses conceitos? Vejamos. i. Ativo - é o conjunto de bens e direitos, o qual é conhecido também como patrimônio bruto, capital aplicado, recursos aplicados, aplicações dos recursos, ou ainda capital investido. AULA 2 TÓPICO 1 Instalação Marca e Patentes DIREITOS Diárias a Receber Tabela 1 – Ativo e passivo ATIVO PASSIVO BENS OBRIGAÇÕES Caixa----1.000,00 Fornecedores----1.500,00 Banco Contra Movimento----5.780,00 Salários a Pagar----3.000,00 Aplicações Financeiras----10.000,00 Contas a Pagar----1.000,00 Impostos a Recolher----2.500,00 DIREITOS Díárias a Receber----800,00 TOTAL DO PASSIVO----8.000,00 TOTAL DO ATIVO----17.580,00 Diárias a Receber Tabela 2 – Composição patrimonial do Hotel X Contabilidade Aplicada.indd 25 03/12/2014 09:36:06 Contab i l idade Ap l i cada26 ii. Passivo - é o conjunto das obrigações, o qual é conhecido também como passivo exigível, capital alheio, capital de terceiros, ou ainda recursos de terceiros. O passivo sempre evidencia o que a empresa deve a terceiros, podendo estes serem seus empregados, fornecedores, poder público etc. Agora que vocês já entenderam o que é patrimônio e já sabem que o patrimônio está separado entre o ativo e o passivo, vamos entender o que é situação líquida (SL) do patrimônio. A situação líquida (SL) ou patrimônio líquido (PL) da empresa é chamado também de passivo não exigível, recursos próprios, capital próprio. O patrimônio líquido é a situação líquida da empresa. Segundo Magalhães (2000), situação líquida do patrimônio é a diferença entre o total do ativo (bens + direitos) e o total do passivo (obrigações). ATIVO (bens + direitos) – PASSIVO (obrigações) = SITUAÇÃO LÍQUIDA (PL) Podemos dizer que a situação líquida do patrimônio poderá resultar em 3 (três) estados patrimoniais a seguir: a. Positiva (também chamada de ativo líquido, situação superavitária ou situação favorável); b. Nula; c. Negativa (também chamada de passivo descoberto, situação deficitária ou situação desfavorável). Mais a frente, mostraremos alguns estudos de caso para um melhor entendimento sobre os estados patrimoniais. Por ora, é importante saber que o patrimônio líquido evidencia recursos dos sócios ou acionistasque foram aplicados na empresa hoteleira e que está representado pela conta, capital social. Este capital que foi investido pelos sócios ou acionistas pertence apenas à empresa. Quando o sócio ou acionista desejar se retirar da sociedade, a parte do capital social investida por ele será devolvida e caberá aos sócios remanescentes complementar a parte do capital que foi retirada. Assim, todos ou alguns dos sócios ou acionistas farão novos investimentos, ou ainda permitirão a entrada de novo(s) sócio(s) ou acionista(s) na empresa. O patrimônio líquido cresce a partir de novos investimentos, aumento de capital social e rendimentos resultantes do capital aplicado, o Lucro. No passivo, estão localizadas as obrigações exigíveis (reclamáveis) por terceiros, e assim são denominadas, também, de capital de terceiros. No patrimônio líquido, encontram-se as obrigações com os proprietários da empresa e como vimos, mesmo que o sócio ou acionista se retire, é necessário que os demais reconstituam o montante do capital social, denominado também, de capital próprio ou não exigível. Contabilidade Aplicada.indd 26 03/12/2014 09:36:06 27 Magalhães (2000) estabelece distinções entre capital e patrimônio recorrendo a alguns termos frequentes que são usados e a algumas conceituações. Vejamos. i. Patrimônio Bruto: significa o valor total dos bens e direitos; ii. Patrimônio Líquido: significa a diferença entre o ativo e o passivo; iii. Capital Nominal: é o chamado capital registrado. É o capital declarado no contrato social ou estatuto social da empresa hoteleira; iv. Capital Subscrito: é o montante do capital que os sócios de uma sociedade se comprometem a realizar; v. Capital a Realizar: é a parcela do capital subscrito ainda não realizado pelos sócios ou acionistas; vi. Capital Realizado: é o valor do capital subscrito menos o Capital a Realizar. É também chamado de Capital Integralizado; vii. Capital de Terceiros: corresponde ao valor das obrigações ou passivo da empresa hoteleira; viii. Capital Próprio: corresponde ao valor dos recursos próprios da empresa hoteleira. Observe que somente a empresa com situação líquida positiva possui Capital Próprio; ix. Capital Total a Disposição da Entidade: é a soma do Capital de Terceiros com o Capital Próprio. Neste tópico, estudamos o patrimônio sob o aspecto qualitativo, quando demos nomes às contas patrimoniais (bens, direitos e obrigações) e sob o aspecto quantitativo, quando agregamos valor (em moeda) a cada conta. Diferenciamos capital de patrimônio através de termos que são costumeiramente empregados na contabilidade e apresentamos alguns conceitos. Por fim, percebemos que, através da diferença entre o Ativo e o Passivo, a empresa, no caso a hoteleira, em momentos distintos poderá apresentar uma situação líquida positiva, nula ou negativa, conhecidas como estados patrimoniais, os quais podem ser compreendidos por representações gráficas. AULA 2 TÓPICO 1 Contabilidade Aplicada.indd 27 03/12/2014 09:36:06 28 Contab i l idade Ap l i cada TÓPICO 2 Fato Contábil e Método das Partidas Dobradas ObjetivOs • Compreender Fato Contábil e sua classificação • Conhecer as Contas Patrimoniais e de Resultado, sua representação gráfica e o conceito de conta sintética e conta analítica • Conhecer o processo de debitar e creditar e o Método das Partidas Dobradas Neste tópico vocês entenderão o que é fato contábil; aprenderão o significado de escrituração contábil, de contas sintética e analítica; conhecerão as regras básicas que facilitam o raciocínio para o registro dos lançamentos contábeis e como se debita e se credita um fato contábil utilizando-se o conhecido “Método das Partidas Dobradas”. Iniciaremos entendendo o significado de Fato Contábil segundo dois autores, a saber: a. Para Magalhães (2000): Fatos Contábeis, também conhecidos como Fatos Administrativos, são alterações que ocorrem no patrimônio das entidades. Essas alterações podem ser apenas qualitativas, não influenciando na situação líquida da entidade, assim como podem ser de natureza quantitativa, aumentando ou diminuindo a situação líquida da entidade. b. Para Walter (1987): As modificações geradas de fatos administrativos não alteram a situação líquida do patrimônio quando modificados apenas os valores correspondentes a bens, direitos e obrigações. Por outro lado, quando estas modificações resultam em aumento ou diminuição do patrimônio líquido indicam que tais alterações devem-se à movimentação das contas de receita e despesas (contas de resultado). s a i b a m a i s ! Contas Resultado ou diferenciais: São as contas cuja movientação produz alterações na situação líquida patrimonial. São as conhecidas contas de Recitas e Despesas (CHAGAS, 2005, p. 43). Contas Patrimoniais ou integrais: São aquelas utilizadas para o controle e apuração do patrimônio. São elas: contas do ativos, contas do passivo exigível e contas do patrimônio líquido. (FERRARI, 2008, p. 143) Contabilidade Aplicada.indd 28 03/12/2014 09:36:06 29 O plano de contas de uma empresa compreende um agrupamento ordenado de todas as contas, que serão utilizadas pela contabilidade dentro de uma determinada empresa, ou no caso específico, dentro de um determinado hotel. Essas contas podem ser contas patrimoniais e contas de resultado. Vejamos abaixo: Os fatos contábeis são classificados conforme Magalhães (2000) da seguinte forma: Permutativos, Modificativos, Mistos ou Compostos. Mais à frente, citaremos alguns exemplos e mencionaremos sua classificação (permutativo, modificativo ou mistos). Todos os fatos que ocorrem na empresa são registrados nos livros próprios (livro Diário, livro Razão, livro Caixa e livros auxiliares), através dos lançamentos contábeis. Lançamento é, portanto, o meio pelo qual se processa a escrituração contábil. Segundo Lunkes (2004), o lançamento é o registro contábil de um fato, enquanto escrituração é um conjunto de lançamentos. Lunkes (2004) ressalta que a escrituração deve ser completa, em idioma e moeda corrente nacionais, em forma contábil, em ordem cronológica de dia, mês e ano, com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens e com base em documentos de origem externa ou interna ou, em sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atos administrativos. Ocorrendo um fato contábil, precisamos fazer o seu registro contábil com exatidão. Para isso se concretizar, é essencial: a. Identificar o fato. Ex.: A empresa hoteleira comprou à vista (em dinheiro) um microônibus para o transporte de hóspedes, por R$ 87.000,00, conforme Nota Fiscal 1920, da Mercedes Benz Veículos, estabelecida em Fortaleza-CE, em 06/05/2009; b. Identificar o local e a data da operação. Ex.: Local Fortaleza, data 06/05/2009; c. Verificar se o documento foi emitido. Ex.: NF 1920 da Mercedes Benz Veículos; d. Identificar os elementos envolvidos na operação. Ex.: dinheiro e veículo; e. Verificar no plano de contas que conta deve-se utilizar para registrar cada um dos elementos envolvidos. Ex.: Elemento 1: o dinheiro; Elemento 2: o veículo; f. Preparar o histórico do problema. Ex.: compra de automóvel, conforme NF 1920, da Mercedes Benz Veículos. g. Identificar qual das contas será debitada e creditada. AULA 2 TÓPICO 2 Contabilidade Aplicada.indd 29 03/12/2014 09:36:06 Contab i l idade Ap l i cada30 Estas contas são representadas através de gráficos em forma de T, denominados de Razonete. Conforme Franco (1972), conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial.Do seu lado esquerdo, sempre será o débito; e do lado direito, sempre será o crédito. Como exemplo, apresentamos abaixo uma das contas do grupo do Ativo, a conta Caixa; e uma das contas do grupo Passivo, a conta Fornecedor: Há outra forma representativa para estas contas. Como exemplo, apresentamos abaixo uma conta do grupo do Passivo, a conta Fornecedor: A finalidade de cada coluna é o registro de: i. DATA ii. HISTÓRICO iii. DÉBITO iv. CRÉDITO v. SALDO vi. D/C Durante o processo de registro dos fatos contábeis, algumas contas precisam ser desdobradas, por isso existem as chamadas Contas Sintéticas e Contas Analíticas. Todas as contas estão cronologicamente organizadas no plano de contas da empresa. Falaremos sobre o plano de contas de uma empresa hoteleira mais adiante. Por ora, vamos entender o que significa essas contas. Podemos dizer que conta sintética é o nome atribuído a um grupo de subcontas ou contas analíticas. São também conhecidas como Conta Mãe. Como regra básica, o saldo da conta sintética sempre será o somatório dos saldos de seus desdobramentos, ou seja, de suas contas analíticas, e os saldos das contas analíticas de uma conta sintética são da mesma natureza (devedora ou credora) do saldo desta. Título: Caixa DÉBITO CRÉDITO AUMENTA DIMINUI Título: FORNECEDOR DÉBITO CRÉDITO DIMINUI AUMENTA Título: Fornecedor Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C Contabilidade Aplicada.indd 30 03/12/2014 09:36:07 31 A título de ilustração, vamos analisar um exemplo muito comum, que é o que acontece na conta de depósitos bancários. Imagine que a empresa hoteleira movimenta seus recursos em três bancos distintos. Assim, se o controle das contas for feito de forma global em uma única conta analítica, a empresa não saberá qual o saldo individual de cada conta bancária. Portanto há necessidade de se desdobrar a conta em três subtítulos, uma para cada banco. Vejamos abaixo como se dá esse registro. Observe que o razonete da conta sintética serve para representar o somatório das contas analíticas, de modo que qualquer usuário da contabilidade terá de forma resumida a soma dos saldos das três contas bancárias. Contas sintéticas jamais serão utilizadas como conta de lançamento contábil, pois servem apenas para totalizar o somatório das contas analíticas. Já as contas analíticas têm como finalidade receber todo os lançamentos contábeis. Agora que vocês entenderam o que é fato contábil; sabem que toda conta, seja Patrimonial – ativo (bens e direitos), passivo (obrigações) e patrimônio líquido (capital acumulado dos sócios ou acionistas) –, ou de Resultado – (custos, despesas, receita), sempre será representada por um razonete, cujo lado esquerdo destina-se ao Débito e do o lado direito ao Crédito; entenderam que o conjunto de lançamentos é chamado de escrituração e que esta técnica consiste em registrar todos os lançamentos nos livros próprios da empresa, como livro Diário, livro Razão, livro Caixa e livros auxiliares; e compreenderam o significado das contas sintética e analítica; então, estamos prontos para conhecer o processo de debitar e creditar as contas e o Método das Partidas Dobradas. Vamos começar? Primeiramente precisamos entender o que significa débito e crédito na contabilidade de uma empresa. A maior dificuldade, a nosso ver, decorre do valor que as pessoas no dia-a-dia costumam atribuir aos termos crédito (visto algo bom, com sentido positivo) e débito (visto como algo ruim, com sentido negativo). Conta: SINTÉTICA BANCOS C/ MOVIMENTO 10.000,00 Contas: ANALÍTICAS D Banco Marte C D Banco Júpiter C D Banco Saturno C 5.000,00 4.000,00 1.000,00 AULA 2 TÓPICO 2 Contabilidade Aplicada.indd 31 03/12/2014 09:36:07 Contab i l idade Ap l i cada32 Na Contabilidade, esse conceito do senso comum, de certa forma, só atrapalha o processo de debitar e creditar. Devemos, então, deixar de lado esse conceito e fixar nossa atenção nas regras que estão sendo demonstradas nos quadros abaixo e que acabam resumindo o entendimento do processo de debitar e creditar. Lunkes (2004) diz que, para a contabilização das contas, faz-se necessário conhecer o funcionamento e a interpretação dos débitos e créditos. Vejamos como o autor demonstra isso numa empresa hoteleira: Com essas demonstrações, podemos perceber que, se partirmos do conceito de que débito é ruim e crédito é bom, comprometeremos a realidade dos fatos contábeis. Para que vocês, alunos, obtenham então êxito no lançamento dos fatos contábeis, procurem entender, com propriedade, o que está demonstrado nos três quadros anteriores. Figura 5 – Quadro demonstrativo do processo de debitar e creditar (F on te : M A G A LH Ã ES , 2 00 0, p .5 4) Para as Contas Patrimoniais a) Toda vez que aumentar o Ativo Debita-se a respectiva conta b) Toda vez que diminuir o Ativo Credita-se a respectiva conta c) Toda vez que aumentar o Passivo Credita-se a respectiva conta d) Toda vez que diminuir o Passivo Debita-se a respectiva conta Quadro 3 - Quadro demonstrativo de Contas Patrimoniais Para as Contas de Resultado a) Toda vez que ocorrerem Despesas Debita-se a respectiva conta b) Toda vez que realizarem Receita Credita-se a respectiva conta Quadro 4 – Quadro demonstrativo de Contas de Resultado (Fonte: RIBEIRO, 2003) Grupo Quando Debita Quando Credita ATIVO Existência ou entrada no hotel de bens, dinheiro ou diretos. Saída de bens, dinheiro ou direitos. PASSIVO Redução das obrigações com terceiros ou do capital próprio. Aumento das obrigações com terceiros ou do capital próprio. RECEITAS Cancelamento das receitas. Registro das receitas. DESPESAS/ CUSTOS Gastos incorridos pelo regime de competência. Transferência de uma despesa para outra ou estorno. Quadro 5 – Quadro demonstrativo de contabilização de contas (Fonte: LUNKES, 2004) Contabilidade Aplicada.indd 32 03/12/2014 09:36:07 33 Veremos agora algumas operações que ocorrem no dia-a-dia das empresas hoteleiras e como são registrados em sua contabilidade. AULA 2 TÓPICO 2 g u a r d e b e m i s s o ! Para concluir este tópico, lembrem sempre: • Toda operação afeta, pelo menos, dois itens do patrimônio; • A base de sustentação da teoria contábil é o axioma do Método das Partidas Dobradas, segundo o qual a cada débito corresponde um crédito de igual valor e ao mesmo tempo; • Como consequência da regra acima, a soma de todos os débitos será sempre igual à soma de todos os créditos; • A soma de todos os saldos devedores será sempre igual à soma de todos os saldos credores. Contabilidade Aplicada.indd 33 03/12/2014 09:36:07 34 Contab i l idade Ap l i cada TÓPICO 3 Plano de Contas ObjetivOs • Conceituar Plano de Contas • Conhecer a natureza das Contas; sua estruturação; sua importância e finalidade na informação contábil Caros alunos, vamos ampliar nosso aprendizado falando um pouco sobre o Plano de Contas. Mas antes, é relevante que saibam que as entidades hoteleiras têm algumas peculiaridades que as diferem das demais empresas. Com a edição da Resolução nº. 956, de 21/02/2003, publicada no Diário Oficial da União (DOU), de 11/03/2003, o Conselho Federal de Contabilidade aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica 10 (NBC T 10), que dispõe sobre os critérios e procedimentos peculiares de avaliação, de registro e variações patrimoniais e estruturação das demonstrações contábeis das empresas hoteleiras. Em relação às demais normas e procedimentos, os hotéis seguem as leis que regulam a contabilidade no Brasil. Além destas NBC T, as entidades hoteleiras também estãosujeitas aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, sobre os quais falaremos no próximo tópico. Por todas essas normas, resoluções e princípios, o plano de contas de uma empresa hoteleira deve ser devidamente elaborado para dar o suporte devido quando dos registros dos lançamentos contábeis, a fim de evidenciarem os fatos contábeis e consequentemente as respectivas demonstrações contábeis. Segundo Iudícibus e Marion (2006, p.223) “Plano de contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade dentro de determinada empresa. Portanto, o elenco de contas considerado é indispensável para os registros de todos os fatos contábeis”. Contabilidade Aplicada.indd 34 03/12/2014 09:36:07 35 É muito importante que vocês saibam que todas as contas são evidenciadas e ordenadas em uma estrutura chamada Plano de Contas. O Plano de Contas é a coluna vertebral da Contabilidade, pois é o instrumento que padroniza o registro das operações contábeis, permitindo a elaboração das Demonstrações Contábeis, como Balanço Patrimonial, Demonstrações do Resultado do Exercício, entre outras, que veremos posteriormente. Como vocês já estudaram, conta é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos e obrigações) e aos elementos de resultado (despesas, custos e receitas). A partir do porte (tamanho) e da finalidade da empresa, é que se elabora o plano de contas. Não se devem copiar modelos, pois se corre o risco de incluir contas que não estão de acordo com o perfil da empresa.Como exemplo dessa impropriedade, podemos lembrar que um hotel não possui conta matéria-prima, pois esta conta é específica do segmento indústria, por isso essa conta não deve ser incluída no plano de contas. O ideal é que cada hotel elabore ou implante o seu plano de contas e, no decorrer do tempo, faça as alterações necessárias para aperfeiçoá-lo. Já falamos que o plano de contas está dividido em contas patrimoniais e contas de resultado. Para viabilizar os registros contábeis, as contas são codificadas, pois, no período tecnológico, a contabilidade é informatizada; caso não fosse, não haveria como atender as exigências legais. Assim as contas são representadas por grupos: 1. ATIVO 2. PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3. RECEITAS 4. CUSTOS 5. DESPESAS Este grupo inicialmente é do nível sintético, pois totaliza as informações que são registradas no nível analítico. É necessário ter conhecimento de que, em regra geral, as contas: a. do ativo são de natureza devedora; b. do passivo e patrimônio líquido são de natureza credora; c. de receitas são de natureza credora; e d. de custos e despesas são de natureza devedora. As contas de natureza devedora indicam a aplicação do recurso. As contas de natureza credora indicam a origem do recurso. Figura 6 – Simulação de uma consulta ao plano de contas ht tp :/ /w w w .la ti ns to ck .c om .b r AULA 2 TÓPICO 3 Contabilidade Aplicada.indd 35 03/12/2014 09:36:07 Contab i l idade Ap l i cada36 ExEmplo: Dois sócios investem o capital social na empresa no valor de R$ 2.000,00, cada, totalizando o valor de R$ 4.000,00. Este valor é registrado no lado esquerdo (débito) da conta caixa da empresa. Assim, a conta capital social é a origem do dinheiro (natureza credora) e a conta caixa é a aplicação do recurso (natureza devedora). A empresa obtém receita de R$ 1.000,00, e este valor é registrado no lado esquerdo (débito) da conta corrente do Banco do Brasil. Logo, a receita é a origem do recurso (natureza credora) e a conta Bancos é a aplicação do recurso (natureza devedora). Existem contas no grupo do ativo que são de natureza credora – as conhecidas contas retificadoras –, que têm a função de fazer correções, em nome do princípio da prudência ou do registro pelo valor original. O mesmo ocorre no passivo e patrimônio Líquido. São indicadas no plano de contas com o símbolo da subtração (-). ExEmplo: Plano de contas básico. Contas Patrimoniais ATIVO INATIVO BENS E DIREITOS Indica: Aplicação do recurso NATUREZA DEVEDORA As contas do Ativo são classificadas pelo grau de liquidez. Quanto maior a capacidade de se transformar, a moeda corrente, será classificada nas contas mais acima. OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS Indica: origem do recurso NATUREZA CREDORA As contas do Passivo são classifica- das pelo grau de exigibilidade. Quanto menor o prazo para paga- mento, as dívidas serão classifica- das mais acima. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Próprio Indica: origem do recurso NATUREZA CREDORA Quadro 6 – Quadro demonstrativo de Contas Patrimoniais Contas de Resultado CUSTOS E DESPESAS RECEITAS Indica: aplicação do recurso NATUREZA DEVEDORA Indica: origem do recurso NATUREZA CREDORA Quadro 7 – Quadro demonstrativo de Contas de Resultado Contabilidade Aplicada.indd 36 03/12/2014 09:36:07 37 Chegando ao fim deste tópico, vocês são capazes de compreender a importância do plano de contas, o que representa a natureza das contas e compreender, ainda, que o plano de contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas de contabilidade e objetivam a uniformização dos registros contábeis. No próximo tópico, falaremos dos princípios fundamentais da Contabilidade. AULA 2 TÓPICO 3 Contabilidade Aplicada.indd 37 03/12/2014 09:36:07 38 Contab i l idade Ap l i cada TÓPICO 4 Os Princípios Fundamentais de Contabilidade ObjetivOs • Conceituar Plano de Contas • Conceituar Princípios Fundamentais de Contabilidade • Reconhecer a importância dos Princípios Fundamentais na Escrituração da Empresa Hoteleira Como falamos no tópico anterior, as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica são indispensáveis para as empresas de hoteleira. Seus critérios e procedimentos regulam a Contabilidade no Brasil. Além destas NBC T, as entidades hoteleiras também estão sujeitas aos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Princípios são verdades, são fundamentos, são proposições básicas que direcionam os procedimentos de profissionais, no caso os de Contabilidade, no exercício de suas prerrogativas. Conforme o Conselho Federal de Contabilidade, a Resolução nº 750, de 29/12/1993, trata especificamente dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Em seu Art. 2º, os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso país. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. Martins (2003, p.24) apresenta a definição dada por José Cretella Jr.: “princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subseqüentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces da ciência”. A aplicação dos Princípios Fundamentais é obrigatória no exercício da profissão contábil. Somente o profissional da área, que tem o conhecimento Contabilidade Aplicada.indd 38 03/12/2014 09:36:07 39 aprofundado no assunto, poderá fazer a aplicação dos princípios, de forma que as informações contábeis (demonstrações contábeis) geradas pela correta escrituração contábil garantam a segurança e a fidedignidade dos fatos contábeis. Para vocês terem conhecimento, os 7 (sete) Princípios Fundamentais de Contabilidade são: entidade, continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, atualização monetária, competência e prudência. Neste tópico, vocês conheceram os princípios que norteiam o registro da informação contábil e aprenderam que eles sãofundamentos para a veracidade da qualidade das demonstrações contábeis. AULA 2 TÓPICO 4 Contabilidade Aplicada.indd 39 03/12/2014 09:36:07 40 Contab i l idade Ap l i cada AULA 3 Demonstrações Contábeis Caro(a) aluno(a), Nesta aula conheceremos, de forma detalhada, as demonstrações contábeis, tais como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido. Objetivo • Extrair e compreender as informações das demonstrações para tomada de decisões Contabilidade Aplicada.indd 40 03/12/2014 09:36:07 41 Diversas são as finalidades pelas quais são apresentadas as demonstrações contábeis, em especial, o Balanço Patrimonial. Podemos citar algumas: i. Legal ii. Administrativa iii. Econômico-financeira Agora que você conheceu algumas finalidades das demonstrações contábeis, vamos entender o que significa Balanço Patrimonial partindo do conceito que alguns autores apresentam. Conforme Magalhães (2000, p. 197): “O balanço patrimonial é como se fosse uma fotografia do Patrimônio numa determinada data”. É, portanto, a posição do patrimônio em determinado instante da vida da empresa, quando há o reconhecimento e a agregação do resultado do exercício findo. O professor Newton Jacques Studart (in Magalhães 2000, p.197), em seu trabalho “Contabilidade Geral”, define, de forma concisa, clara e abrangente, este demonstrativo contábil quando diz: “É demonstrativo contábil que evidencia, de forma equacional, sintética e ordenada, os valores específicos dos bens, direitos e obrigações e a situação liquida da entidade”. TÓPICO 1 Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ObjetivO • Conhecer o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício como relatórios de gestão Figura 7 - Demonstrações Contábeis e os Usuários das Informações Contábeis http://w w w .latinstock.com .br AULA 3 TÓPICO 1 Contabilidade Aplicada.indd 41 03/12/2014 09:36:07 Contab i l idade Ap l i cada42 Para Lunkes (2004, p. 71), “Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, o patrimônio da empresa, no nosso caso, do hotel, naquele momento”. O balanço patrimonial é, portanto, uma demonstração contábil bastante usada pelos usuários internos (os sócios ou acionistas) e externos (bancos, governo, fornecedores etc.). Devido a ser uma demonstração clara e simples de ser entendida, não precisa ser especialista em contabilidade para perceber a situação econômico- financeira da empresa. Basta apenas entender algumas regras. Vamos conhecê-las? Há duas regras básicas estabelecidas para distribuição das contas no Balanço Patrimonial, o Prazo e o Grau de Liquidez ou Exigibilidade. Vamos esclarecer cada uma delas. • Prazo: representa o período de realização das contas, que estão separadas em contas de curto ou longo prazo. As contas de curto prazo são as contas que são realizadas (pagas ou recebidas) até o término do exercício seguinte, ou seja, normalmente o período de até um ano. As contas de longo prazo são as contas que são realizadas (pagas ou recebidas) após o término do exercício seguinte, o que significa dizer, em período superior a 12 (doze) meses. • Grau de Liquidez ou Exigibilidade: o grau de liquidez representa período em que as contas do Ativo se transformarão em dinheiro no caixa, enquanto o grau de exigibilidade representa o período de pagamento das dívidas. Assim, o Balanço Patrimonial terá suas contas do Ativo classificadas pelo curto e longo prazo e pelo grau de liquidez; e o Passivo, por sua vez, terá suas contas classificadas em curto e longo prazo e pelo grau de exigibilidade ou de vencimento das contas. Para facilitar a interpretação das regras, vamos observar como os grupos das contas patrimoniais estão distribuídos e ainda os comentários sobre cada grupo. Contas Patrimoniais ATIVO PASSIVO CIRCULANTE Estão as contas que são dinheiro ou se transformarão em curto prazo. São contas que estão constantemente em giro. CIRCULANTE Estão as contas que serão pagas rapidam- ente no curto prazo. Contabilidade Aplicada.indd 42 03/12/2014 09:36:07 43 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Espera-se longo período para se transfor- mar em dinheiro (receber) PERMANENTE Normalmente não é para venda, estão para gerar renda (extra) ou contribuir com a operacionalidade da empresa. É para uso. Este grupo está dividido em: Investimento, imobilizado e diferido. Investimento São aplicações em bens e direitos de caráter permanente que geram rendimen- tos que não são necessários à manutenção da atividade fundamental da empresa. Imobilizado São bens de natureza permanente que serão utilizados para a manutenção da atividade básica da empresa. Diferido São aplicações que beneficiarão resulta- dos de exercícios futuros. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Há um período superior a doze meses para pagar a dívida. Resultados de exercícios futuros São as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas cor- respondentes. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Não precisa pagar enquanto houver continui- dade da empresa. São os recursos dos proprietários aplicados na empresa. Quadro 7 – Contas Patrimoniais Após percebermos que o Ativo, assim como o Passivo, é composto por 3 (três) grupos, vamos aprender quais os subgrupos e contas que representam cada um destes grupos. Vejamos primeiramente os grupos, subgrupos e contas do ativo. Neste grupo, como já foi visto, estão os bens e direitos da empresa. Nele se encontram a aplicação dos recursos da empresa, sejam de curto ou longo prazo. Perceba que as contas que têm maior liquidez estão alocadas logo no início e consequentemente as de menor liquidez vêm em seguida. Isso se deve ao fato de as contas do Ativo serem classificadas por ordem decrescente de liquidez. ATIVO CIRCULANTE Disponibilidades -Caixa -Banco Conta Corrente -Aplicações Financeiras Direitos a Receber de Curto Prazo AULA 3 TÓPICO 1 Contabilidade Aplicada.indd 43 03/12/2014 09:36:07 Contab i l idade Ap l i cada44 -Diárias a Receber -Provisão para Devedores Duvidosos (-) Estoque -Mercadoria para Revenda -Imposto a Recuperar -Almoxarifado Despesas Pagas Antecipadamente -Assinatura de Jornais/Revistas -Prêmios de Seguro/IPTU Outros Créditos -Adiantamento a Funcionários -Adiantamento a Fornecedores REALIZÁVEL A LONGO PRAZO -Aplicações Financeiras -Empréstimos a Coligadas e Controladas -Depósitos Judiciais PERMANENTE Investimento -Ouro e Obra de Arte -Imóveis de Usofruto -Participações em Outras Empresas Imobilizado Imobilizado -Terrenos -Imóveis -Máquinas e Equipamentos -Instalações -Móveis e Utensílios -Veículos -Marcas e Patentes -Depreciação Acumulada (-) Diferido -Gastos Pré-operacionais -Pesquisa e Desenvolvimento -Amortização Acumulada (-) Quadro 8 – Quadro demonstrativo do Ativo Contabilidade Aplicada.indd 44 03/12/2014 09:36:07 45 Agora vejamos os grupos, subgrupos e contas do Passivo. Neste grupo, como já foi visto também, estão as obrigações com terceiros, ou seja, pessoas estranhas à entidade, como fornecedores, Governo etc. Nele se encontra a origem dos recursos, de terceiros ou próprio, sejam de curto ou longo prazo. Perceba que as contas do Passivo estão classificadas por ordem decrescente de exigibilidade. PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE -Fornecedores -Empréstimos e Financiamentos -Adiantamento de Diárias -Salários a Pagar -Encargos Sociais a Recolher -Tributos a Recolher -Contas
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