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Contabilidade Aplicada à Hotelaria (apostila)

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Universidade Aberta do Brasil
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Diretoria de Educação a Distância
Fortaleza, CE
2011
Tecnologia em Hotelaria 
Contabilidade Aplicada
Maria do Socorro Cândido
Andrea Pazo Moreira
Silvane Passos de Castro e Silva
Contabilidade Aplicada.indd 1 03/12/2014 09:36:04
Créditos
Presidente
Dilma Vana Rousseff
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário da SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Diretor de Educação a Distância
Celso Costa
Reitor do IFCE
Cláudio Ricardo Gomes de Lima
Pró-Reitor de Ensino
Gilmar Lopes Ribeiro
Diretora de EAD/IFCE e Coordenadora 
UAB/IFCE
Cassandra Ribeiro Joye
Vice-Coordenadora UAB 
Régia Talina Silva Araújo
Coordenador do Curso de
Tecnologia em Hotelaria
José Solon Sales e Silva
Coordenador do Curso de 
Licenciatura em Matemática
Priscila Rodrigues de Alcântara
Elaboração do conteúdo
Maria do Socorro Cândido
Andrea Pazo Moreira
Silvane Passos de Castro e Silva
Colaborador
Luciana de Lima
Regina Santos Young
Equipe Pedagógica e Design Instrucional
Ana Claúdia Uchôa Araújo
Andréa Maria Rocha Rodrigues
Carla Anaíle Moreira de Oliveira
Cristiane Borges Braga
Eliana Moreira de Oliveira
Gina Maria Porto de Aguiar Vieira
Glória Monteiro Macedo
Iraci Moraes Schmidlin
Irene Moura Silva
Isabel Cristina Pereira da Costa
Jane Fontes Guedes
Karine Nascimento Portela
Lívia Maria de Lima Santiago
Lourdes Losane Rocha de Sousa
Luciana Andrade Rodrigues
Maria Irene Silva de Moura
Maria Vanda Silvino da Silva
Marília Maia Moreira
Maria Luiza Maia
Saskia Natália Brígido
Equipe Arte, Criação e Produção Visual
Ábner Di Cavalcanti Medeiros
Benghson da Silveira Dantas
Davi Jucimon Monteiro 
Germano José Barros Pinheiro
Gilvandenys Leite Sales Júnior
José Albério Beserra 
José Stelio Sampaio Bastos Neto
Marco Augusto M. Oliveira Júnior 
Navar de Medeiros Mendonça e Nascimento
Roland Gabriel Nogueira Molina
Samuel da Silva Bezerra
Equipe Web
Aline Mariana Bispo de Lima 
Benghson da Silveira Dantas 
Fabrice Marc Joye
Luiz Bezerra de Andrade FIlho
Lucas do Amaral Saboya
Ricardo Werlang 
Samantha Onofre Lóssio 
Tibério Bezerra Soares
Revisão Textual
Aurea Suely Zavam
Nukácia Meyre Araújo de Almeida
Revisão Web
Antônio Carlos Marques Júnior
Débora Liberato Arruda Hissa
Saulo Garcia
Logística
Francisco Roberto Dias de Aguiar
Virgínia Ferreira Moreira
Secretários
Breno Giovanni Silva Araújo
Francisca Venâncio da Silva
Auxiliar
Ana Paula Gomes Correia
Bernardo Matias de Carvalho
Isabella de Castro Britto
Maria Tatiana Gomes da Silva
Charlene Oliveira da Silveira
Wagner Souto Fernandes
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Cândido, Maria do Socorro.
 Contabilidade Aplicada: semestre II / Maria do Socorro Cândido, 
Andrea Pazo Moreira, Silvane Passos de Castro e Silva; Coordenação 
Cassandra Ribeiro Joye. - Fortaleza: UAB/IFCE, 2011.
73p. : il. ; 27cm.
 1. CONTABILIDADE – HOTÉIS. 2. PATRIMÔNIO. I. Joye, Cassandra 
Ribeiro (Coord.). II. Instituto Federal de Educação, Ciência 
e Tecnologia do Ceará – IFCE. III. Universidade Aberta do Brasil – 
UAB. IV. Título.
CDD – 657.837
C217c
Catalogação na Fonte: Etelvina Marques (CRB 3 – Nº 615)
Contabilidade Aplicada.indd 3 03/12/2014 09:36:04
SUMÁRIO
AULA 2
AULA 3
AULA 4
Apresentação 5
Referências 71
Tópico 1
Tópico 2
Tópico 3
Tópico 1
Tópico 2
Tópico 3
Tópico 4
Tópico 1
Tópico 2
Tópico 1
Tópico 2
Tópico 3
Currículo 73
Contabilidade Aplicada à 
Hotelaria 6
Turismo, Hotelaria e Evolução da Contabilidade 7
Procedimentos Burocráticos para a Constituição de 
uma Empresa no Setor de Hotelaria 14
Fontes de Financiamento 17
AULA 1
Patrimônio 23
Patrimônio 24
Fato Contábil e Método das Partidas Dobradas 28
Plano de Contas 34
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade 38
Demonstrações Contábeis 40
Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado 
do Exercício (DRE) 41
Demonstração do Fluxo de Caixa e das Mutações 
do Patrimônio Líquido 49
Análise das Demonstrações Contábeis 56
Análise Horizontal e Vertical 57
Índices de Liquidez, de Endividamento, de 
Rotatividade e de Rentabilidade 63
Aspectos Fiscais e Tributários 68
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5
APRESENTAÇÃO
Caro (a) aluno (a): 
Na disciplina Contabilidade Aplicada estudaremos a ciência contábil e sua aplicação no setor 
hoteleiro. Em nossas aulas daremos destaque aos seguintes temas:
A evolução da contabilidade, as principais escolas que contribuíram para a ciência contábil; a 
importância da contabilidade para o setor de hotelaria; os procedimentos burocráticos para a 
constituição de uma empresa hotelaria e as fontes de financiamento.
Estudaremos o patrimônio e seus estados patrimoniais; os fatos contábeis, as contas 
patrimoniais e de resultado, o método das partidas dobradas; o plano de contas e os princípios 
fundamentais de contabilidade. Salientamos que esta aula é de extrema importância para a 
compreensão dos procedimentos contábeis.
Iremos conhecer, de forma detalhada, as demonstrações contábeis, tais como o Balanço 
Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a Demonstração do Fluxo de Caixa 
e a Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido.
Você irá se apropriar de conhecimentos de modo a se tornarem capazes de analisar, através 
de coeficientes, as informações contábeis e os aspectos fiscais e tributários das empresas.
Vamos lá?
APRESENTAÇÃO
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6 Contab i l idade Ap l i cada
AULA 1 Contabilidade Aplicada à Hotelaria
Caro(a) aluno(a),
Estamos iniciando nossa primeira aula. Estudaremos a evolução da contabilidade, 
as principais escolas que contribuíram para a ciência contábil; a importância da 
contabilidade para o setor de hotelaria; os procedimentos burocráticos para a 
constituição de uma empresa hotelaria e as fontes de financiamento.
Objetivos
•	 Discutir a evolução da contabilidade
•	 Compreender a importância da contabilidade para o setor hoteleiro
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7
Caro aluno, neste tópico, falaremos sobre a relevância do fenômeno turístico; relembraremos a evolução histórica do turismo; abordaremos de forma sucinta a história da contabilidade, 
apontando as principais escolas do pensamento contábil que contribuíram para a 
ciência contábil; e, por fim, ressaltaremos a importância da contabilidade para o 
setor de hotelaria, recorrendo ao conceito de Patrimônio.
Vamos começar então nossa aula!
Neste momento, milhares de turistas estão viajando pelo mundo, atraídos por 
uma variedade de motivações, gerando atividades, distribuindo renda e, com isso, 
transformando comunidades. A atividade turística é considerada um dos fenômenos 
mais recentes e impactantes da sociedade contemporânea. A Organização Mundial 
do Turismo – OMT tem medido o impacto econômico do turismo desde o início da 
década de 1990, e os números em turismo têm-se revelado impressionantes. 
Ademais, as previsões e expectativas para o setor nas próximas décadas são 
otimistas. O Brasil tem acompanhado e se beneficiado deste segmento tanto na geração 
de divisas internas e externas (geração de postos de trabalho e recursos) quanto no 
despertar do turismo interno, excelente gerador de desenvolvimento para as cidades.
Mediante os números apresentados que compõem os aspectos quantitativos 
relativos ao turismo na atualidade, vale a pena fazer uma reflexão de como se 
TÓPICO 1
Turismo, Hotelaria e Evolução da 
Contabilidade
ObjetivOs
•	 Compreender a relevância do fenômeno turístico 
e relembrar sucintamente a evolução histórica do 
turismo
•	 Conhecer a evolução da contabilidadee as prin-
cipais escolas que contribuíram para a ciência 
contábil
•	 Compreender a importância da contabilidade para 
o setor de hotelaria, conceituando essa ciência
AULA 1 TÓPICO 1
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Contab i l idade Ap l i cada8
desenvolveu a atividade. Antes de adentrar no tema central de nossa disciplina, 
a aplicabilidade da contabilidade no segmento hoteleiro, vamos relembrar um 
conteúdo de suma importância para contextualizar a grande “indústria do lazer”, 
através de uma breve evolução histórica.
1.1 BREVE HISTÓRICO DO TURISMO NA ANTIGUIDADE
Muitas descobertas e inovações históricas são representativas e eficazes 
no contexto contemporâneo de determinados destinos turísticos. A origem, os 
antecedentes, desde a antiguidade até o século XIX, apontam o momento histórico 
dos primeiros deslocamentos, as primeiras viagens da humanidade. Indicam uma 
série de fatos isolados que podem ser registros, guardadas suas devidas proporções, 
de atividade turística e de viagens.
Na antiguidade, os sumérios, os fenícios, os polinésios, os faraós do 
Egito, motivados pela busca de mercados, realizavam grandes e consideráveis 
deslocamentos. Por sua vez, no período de 27 a.C. a 476 d.C., durante o Império 
Romano, além da construção de inúmeras estradas (vias de acesso), os romanos 
desenvolveram grandiosos espetáculos circenses, encenações teatrais, tratamento em 
estações termais, combates nas arenas romanas, que constituíam grandes atrações de 
entretenimento. A história relata que durante o verão eram intensos os movimentos 
de pessoas que se dirigiam de Roma para o campo e para os lugares de veraneio 
situados à beira-mar, para usufruir das estâncias termais (MONTEJANO, 2001). 
Após este fértil momento da história da humanidade, o colapso do Império 
Romano trouxe o período conhecido como a Idade Média (476 d.C. a 1450). As 
viagens nesta época eram marcadas pela insegurança, ocasionada pelos povos 
bárbaros (visigodos, ostrogodos, vândalos), que desmotivavam os deslocamentos. 
O único fato a se destacar é que este era o momento de ascensão da era Igreja 
Católica. Dessa forma, ocorriam basicamente as viagens religiosas dos cristãos para 
Santiago de Compostela (Espanha), Canterbury (Inglaterra) e para a Terra Santa 
(Palestina) (IGNARRA, 1998). 
1.2 AS VIAGENS NA IDADE MODERNA
A Idade Moderna é um período específico da História do Ocidente. Ele se 
destaca dos demais por ter sido um período de transição por excelência. Nesse 
período, um tipo de viagem de lazer caracterizou os primeiros tempos do turismo, 
ocorrido na Idade Moderna: o Grand Tour, um prolongado deslocamento, uma 
ATENTAR PARA ESPAÇO NO FIM DO ICONE (TENTAR 
MANTER SEMPRE ESSE MESMO ESPAÇAMENTO)
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9
viagem destinada à formação educacional de jovens aristocratas ingleses, que 
se estendia pela França, Suíça e Itália, além de outros países. Acompanhados 
dos mais conceituados mestres da época, os jovens deslocavam-se, vivenciando 
in loco, aprendizados sobre os mais variados conhecimentos: política, cultura, 
comportamento, gastronomia, história, geografia etc.
Alguns registros do século XVIII apontavam outro aspecto interessante da 
história do turismo, os spas. No continente europeu, especificamente na Inglaterra, 
os spas estiveram em moda entre os membros dos setores mais altos da sociedade, 
pois, além de proporcionar tratamentos de saúde, ofereciam eventos sociais, 
competições, danças e jogos (MCINTOSH, 2002). 
Com a Revolução Industrial, um grande marco da sociedade ocidental 
capitalista, ocorreu uma profunda transformação nas relações sociais. As viagens, 
então, voltaram a se propagar nessa época, com características nunca antes vistas. 
É, portanto, neste momento da história da humanidade, especificamente a ocidental 
capitalista, que podemos destacar o surgimento do turismo.
A partir de 1980, despontaram novos paradigmas para a atividade turística. 
Beneficiando-se da globalização, que é fruto da integração e da necessidade de formar 
uma “aldeia global” que permite maiores ganhos para os mercados já saturados, o 
turismo incorporou uma nova postura. Destinos inusitados, demandas segmentadas, 
consumidores mais informa(tiza)dos e exigentes, mercado turístico mais eficiente, 
múltiplos serviços e produtos, tudo em prol do desenvolvimento turístico.
Atualmente o mercado acompanha as tendências mundiais, nas quais novos 
desafios são propostos face à qualificação do setor perante um público consumidor 
muito mais experiente, agora composto por turistas nacionais e uma boa parcela de 
estrangeiros. A parceria entre instituição pública, iniciativa privada e comunidades-
destino redesenhou o turismo no País, desenvolvendo as atividades turísticas de 
uma forma nunca antes vista. 
Políticas, programas e projetos nacionais foram implementados, o marketing 
turísticos (interno e externo) surtiu efeitos revelados em números. Dos 43 milhões 
de turistas (nacionais e estrangeiros) registrados em 1999, o Brasil passou a receber 
em 2006, 52 milhões turistas que consomem e movimentam o mercado turístico 
(dados da OMT). Crescente, também, é o número de instituições de ensino na área 
de turismo, o que sinaliza a preocupação com aspectos qualitativos (formação, 
qualificação e pesquisa).
AULA 1 TÓPICO 1
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Contab i l idade Ap l i cada10
A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE
Até aqui falamos da história do turismo. Agora, vamos conhecer, também 
de forma sucinta, a história da contabilidade, destacando as principais escolas que 
contribuíram para a ciência contábil e a importância da contabilidade para o setor 
de hotelaria recorrendo ao conceito de Patrimônio.
A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e, durante um longo 
período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas 
específicas, que foram se aperfeiçoando e especializando, algumas delas 
aplicadas até hoje. O homem enriquecia, e isso impunha o estabelecimento de 
técnicas para controlar e preservar os seus bens. 1
É importante lembrar que a ciência contábil é uma ciência social e, como as 
demais ciências, possui seus teóricos, pessoas que estudam e analisam fatores para 
posteriormente criar teorias a serem aplicadas nos procedimentos diários.
O professor Antônio Lopes de Sá (1995), conselheiro consultivo do Conselho 
Federal de Contabilidade e autor de mais de 170 livros, dos quais muitos voltados à 
Contabilidade, dividiu a evolução da contabilidade em 7 períodos a saber:
•	 Intuitivo-primitivo.
•	 Racional-mnemônico.
•	 Lógico Racional.
•	 Literário.
•	 Pré-científico.
•	 Científico.
•	 Filosófico-normativo.
Focalizaremos nosso estudo a partir do período pré-científico. Com a 
sistematização do método das partidas dobradas (só existe aplicação, se houver 
origem), Frei Luca Pacioli, conhecido como o “pai” da Contabilidade, em sua obra 
“Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá”, publicada em 
1494, inaugura a fase do período pré-científico, também conhecida como período 
moderno, finalizada em 1840.
A imagem ao lado mostra o ENIAC, um dos primeiros 
protótipos de computador que surgiram ao meio do século XX 
(por volta de 1940). Seu tamanho era tão grande que ocupava 
vários andares de um edifício.
A fase científica tem como precursor Francesco Villa, 
que, em 1840, publica a obra “La Contabilità Applicatta alle 
¹ Trecho retirado do site: http://www.gesbanha.pt/contab/conthis/cont_his.htm. Acessado em: 05/04/2009.
Figura 1 – ENIAC - Primeiro computador
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11
administrazioni Private e Plubbliche”. Fábio Besta, discípulo de Francesco Villa, 
desenvolveu a escola controlista ou veneziana
Quando vários mestres formam bases doutrinárias e teorias, partindo de 
uma teoria principal, em diversos locais, estabelece-se uma corrente científica de 
pensamentos semelhantes. 
Dentre as principais correntes de pensamentos sobre a doutrina ou teoria 
da Contabilidade, destacamos: Patrimonialismo, Aziendalismo, Controlismo, 
Personalismo, Contismo, Neocontismo, Universalismo e Reditualismo.
Dentre outras, as escolas de Contabilidade 
que mais se destacaram foram as escolas 
européias, com representações da Itália, 
Alemanha, França, Inglaterra, e a escola 
norteamericana ou anglossaxônica, nos 
Estados Unidos. A escola italiana preocupava-
se com a formação acadêmica. Na Alemanha, 
a contabilidade era estudada sob os aspectos 
econômicos e de escrituração, custos, orçamentos e estatísticas. A escola inglesa, 
diante do advento da Revolução Industrial, preocupava-se com um modelo de 
demonstrações contábeis, padrão, que identificasse a propriedade da empresa, 
inaugurando a era da auditoria contábil. A escola francesa, por sua vez, deteve-se 
na teoria do neocontismo, ou seja, uma teoria baseada nas contas, não somente em 
suas nomenclaturas, mas no valor que cada uma tem no patrimônio da entidade.
Em virtude da expansão territorial dos Estados Unidos em direção ao Oeste 
no século XIX e da necessidade de capital para o financiamento de sua indústria, 
os recursos obtidos na Europa levaram, para os norteamericanos, as exigências dos 
credores em demonstrar a posição financeira das empresas nos moldes exigidos 
por auditores contratados pelos banqueiros europeus (PEREIRA et al., 2005). Na 
escola norteamericana, a integração dos profissionais com o mundo acadêmico foi, 
então, o fator impulsionador para a ciência contábil, bem como para o crescimento 
das teorias e práticas que permitiam a correta interpretação das informações, por 
qualquer acionista ou outro interessado no assunto.
No século XX, com o surgimento das corporações gigantes, o acentuado 
crescimento do mercado de capitais ampliou o campo de aplicação das teorias e 
práticas contábeis da escola norteamericana, as quais fizeram surgir especializações, 
como Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial e Gerencial Estratégica.
AULA 1 TÓPICO 1
s a i b a m a i s !
Para aprofundar as correntes de pensamento 
discussão indicamos o site disponível no 
material web.
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Contab i l idade Ap l i cada12
No final da década de 80, a mesma escola norteamericana trouxe novas 
técnicas, como custeio baseado em atividades (método de conhecer custo de produto/
departamento da empresa) e substituição da demonstração de origens e aplicações de 
recursos pela demonstração de fluxo de caixa, em complementação às demonstrações 
de balanço patrimonial e de resultado do exercício. Tal procedimento começou a ser 
adotado pelo Brasil somente em dezembro de 2007 (PEREIRA et al., 2005).
Ainda segundo Pereira et al. (2005), os teóricos da escola norteamericana, 
no ano de 1996, já tinham clareza de que a estratégia deveria ser incorporada ao 
conhecimento e à prática contábil e refletida nas demonstrações contábeis prospectivas, 
o que desencadeou a busca por modelos da contabilidade gerencial estratégica. Essa 
necessidade ficou ainda mais clara com as pesquisas de Kaplan e Norton, registradas 
na obra “The strategy-focused organization” (em português: Organização orientada 
para a estratégia), em 2001, da qual se pode dizer que lançou as bases fundamentais da 
SBM – “Strategic Based Management” (em português: Gestão baseada em estratégia). 
Diante de tanta complexidade no mundo dos negócios, não há dúvida de que 
os empreendedores da área de turismo e de hotelaria precisam também de controles 
e registros que informem a toda a sociedade como os seus recursos são aplicados. 
Resulta dessa necessidade a importância da Contabilidade como meio de controle, 
gerenciamento, acompanhamento, comunicação e divulgação de todo esse movimento.
Para entendermos melhor a importância da contabilidade, vamos conceituá-la. 
Rogério João Lunkes (2004 p.58) define contabilidade como sendo um instrumento 
da função administrativa que tem como finalidade controlar o patrimônio, apurar 
o resultado e prestar informações aos seus usuários.
Lunkes (2004) ainda define Patrimônia, resultados e usuários:
I – Patrimônio: é formado por bens, direitos e obrigações. 
Vamos entender melhor cada um deles.
•	 Bens – os bens podem ser divididos em bens de uso, de consumo e 
de troca. São conhecidos também como bens tangíveis e intangíveis, 
bens móveis e imóveis. Como exemplo de bens tangíveis, podemos 
citar: máquinas e equipamentos, material de limpeza, mercadoria 
para revenda etc. Como exemplo de bens intangíveis ou incorpóreos, 
podemos citar a marca de algumas empresas (Beach Park, Gran 
Marquise Hotel, entre outras);
•	 Direitos – os direitos formam os recebíveis do hotel e são identificados 
pela expressão “a receber”. Como exemplo, citamos: diárias a receber, 
títulos a receber, notas promissórias a receber etc.;
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13
•	 Obrigações – as obrigações formam as dívidas do hotel ão identificadas 
pela expressão e “a pagar” ou “a recolher”. Como exemplo, citamos: 
salários a pagar, duplicatas a pagar, empréstimos a pagar, impostos a 
recolher etc.
II – Resultado: significa dizer, apurar as receitas, os custos e despesas da empresa.
III – Usuários: os usuários da informação contábil são todos os que se 
utilizam dela. Dividem-se em dois grupos, os usuários internos e os externos. 
Vejam abaixo a figura demonstrativa dos usuários de um hotel.
Uma empresa hoteleira é um ente econômico e jurídico, pois detém a 
capacidade de possuir bens e direitos e obter obrigações.
Neste tópico, vocês relembraram 
a evolução histórica do turismo e da 
hotelaria, acompanharam a evolução 
da ciência contábil, aprenderam que 
as escolas norteamericana e inglesa se 
voltaram para as técnicas mais modernas 
da Contabilidade. Viram, ainda, que a 
escola norteamericana preocupou-se com 
a qualidade das informações e como as suas 
interpretações, para auxiliar os gestores, 
investidores e demais interessados para a 
tomada de decisão, foram importantes para o desenvolvimento dessa ciência. Por 
último perceberam a importância da Contabilidade para a área de turismo e de 
hotelaria, revisando seu conceito.
No próximo tópico, abordaremos os procedimentos burocráticos para a 
constituição de uma empresa no setor de hotelaria. Vamos lá?
Figura 2 – Usuários da informação contábil (LUNKES, 2004)
Figura 3 – Sinopse básica da Contabilidade Neves e Viceconti 
(1995, p. 1, apud LUNKES, 2004)
AULA 1 TÓPICO 1
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14 Contab i l idade Ap l i cada
TÓPICO 2
Procedimentos Burocráticos para 
a Constituição de uma Empresa no 
Setor de Hotelaria
ObjetivOs
•	 Conhecer os órgãos públicos responsáveis por 
regular, fiscalizar e autorizar o funcionamento de um 
empreendimento no setor de hotelaria
•	 Aprender o passo a passo para constituir um 
empreendimento no setor de hotelaria
•	 Conhecer as formas de constituição de um 
empreendimento no setor de hotelaria
Neste tópico, você conhecerá os órgãos públicos responsáveis por regular, fiscalizar e autorizar o funcionamento de uma empresa no setor de hotelaria, aprenderá os procedimentos necessários para 
constituir um empreendimento neste setor, bem como suas formas de constituição, 
dando ênfase às maisusadas pelos empreendedores.
2.1 ÓRGÃOS PÚBLICOS RESPONSÁVEIS E PROCEDIMENTOS PARA 
CONSTITUIÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO NO SETOR DE HOTELARIA
Hospedagem significa acolhimento. Acolhimento não está ligado à sofisticação, 
luxo, mas a ser afável, acolhedor, saber receber.
O setor de hospedagem engloba vários segmentos, como hotéis, pousadas, 
hotelaria hospitalar, entre outros. Iremos nos direcionar para o setor de hotelaria.
Para a constituição de um empreendimento no setor de hotelaria, é necessário 
se cadastramento junto aos seguintes órgãos públicos: 
1. Junta Comercial do Estado;
2. Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB);
3. Secretaria de Finanças da Prefeitura do Município (SEFIN);
4. Secretaria da Fazenda (SEFAZ);
5. Ministério do Turismo.
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15
Esses órgãos públicos regulam e fiscalizam o empreendimento hoteleiro e 
são responsáveis por concederem as inscrições cadastrais e a autorização para seu 
funcionamento.
Vamos falar um pouco sobre a atuação de cada um deles.
Iniciaremos pela Prefeitura, pois este órgão deverá ser consultado antes do 
processo de constituição do empreendimento no setor de hotelaria. Sabemos que 
todo município tem uma prefeitura e cada prefeitura tem suas próprias normas 
e leis. Por tal motivo, a primeira providência a ser tomada é identificar em qual 
município os empreendedores pretendem constituir seu empreendimento e em 
seguida fazer uma visita à Prefeitura. 
Sabem por quê? Porque em determinadas localidades do município não 
é permitida a instalação de alguns empreendimentos. Geralmente, as restrições 
se devem ao impedimento de algumas atividades (ramo de negócio) que serão 
desenvolvidas naquela região, e/ou à área edificada do imóvel (área construída) 
estar acima do limite permitido, e/ou ao endereço comercial estar situado em uma 
via (logradouro) não permitida. Por tal motivo, é de extrema relevância protocolizar 
junto à Prefeitura uma consulta prévia do local pretendido para a instalação do 
empreendimento e as atividades que se está buscando desenvolver. 
Em se tratando do município de Fortaleza, essas informações devem ser 
consultadas na Secretaria Executiva Regional (SER), que está dividida em 6 (seis) 
regionais: SER I, SER II, SER III, SER IV, SER V, SER VI e SER VII. Importante 
salientar que todos os bairros do município de Fortaleza estão distribuídos entre 
as 6 (seis) SER, de modo que não há um endereço que não possa ser consultado 
para nos certificarmos se é possível ou não a instalação de um empreendimento 
no setor de hotelaria. O resultado da consulta protocolizada pelo empreendedor 
junto a SER será enviado pelos correios. O resultado sendo favorável à instalação 
do empreendimento no local pretendido, só resta iniciar o processo de constituição 
junto aos outros órgãos públicos.
Antes de iniciarmos o “passo a passo” da constituição de uma empresa 
no setor de hotelaria, vocês, alunos, devem entender o que é empresa, como se 
caracterizam os tipos de empresa, o que é sociedade e a diferença entre sociedade 
limitada e sociedade anônima. Vamos lá?
Conforme Fortes (2004), a empresa, sob o ponto de vista econômico, é 
considerada uma combinação de fatores produtivos, elementos pessoais e reais, 
voltados para um resultado econômico, tomando ímpeto na ação organizadora 
AULA 1 TÓPICO 2AULA 1 TÓPICO 2
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Contab i l idade Ap l i cada16
do empresário. É a organização econômica destinada à produção ou venda de 
mercadorias ou serviços, tendo em geral como objetivo o lucro. Do ponto de vista 
jurídico, é uma abstração, uma organização jurídica. Assim, uma empresa pode ser 
caracterizada sob diversas modalidades, a saber:
a. aberta (com ações negociadas em bolsa de valores);
b. fechada;
c. mista (ações com direito a voto pertencem em sua maioria ao poder 
público);
d. estatal (controle acionário é detido direta ou indiretamente pelo poder 
público); 
e. empresa pública (aquela cujo capital pertence inteiramente ao poder 
público).
O Novo Código Civil Brasileiro (NCC), em vigor desde 11 de janeiro de 2003, 
em seu artigo 981, traz:
O conceito básico de sociedade em sentido amplo, não se vinculando neste 
caso somente ao aspecto empresarial. Assim, pelo diploma legal, celebram 
contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, 
com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, 
entre si, dos resultados.
Pelo exposto, identificamos que não há nem proibição e nem exclusividade 
quanto ao tipo de pessoas, podendo compor a sociedade, na condição de 
sócios, tanto pessoas físicas (naturais), quanto pessoas jurídicas. Por outro 
lado, pelo conceito legal, as pessoas não são sócias da sociedade, as pessoas são 
verdadeiramente sócias umas das outras, diferentemente do que ocorre com as 
associações em que cada participante é associado da entidade. Na mesma ótica 
da vinculação do associado de uma entidade, está tendendo o acionista das 
companhias (Lei das Sociedades Anônimas nº. 6.404, de 15 de dezembro de 
1976). Na lei, as pessoas não são acionistas umas das outras, e sim, acionistas 
da empresa. Alguns defendem que a própria identificação “companhia” é mais 
adequada do que “sociedade anônima”, pois, para este tipo jurídico, a rigor 
não haveria sócios e sim acionistas. (LUNARDI, 2009)
Conforme a Lei Geral do Turismo n.º 11.771, de 17 de setembro de 2008, em 
seu Artigo 23: 
Consideram-se meios de hospedagem os empreendimentos ou estabelecimentos, 
independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços 
de alojamento temporário, ofertados em unidades de freqüência individual 
e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos 
usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de 
instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária. (grifo nosso)
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Neste tópico abordaremos apenas as três formas mais usuais de constituição 
de empresa no setor de hotelaria: o empresário individual e as sociedades 
empresárias – limitada e anônima.
O Art. 966 do NCC “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento 
de empresa.”
Dessa forma, qualquer pessoa que não esteja impedida por lei poderá 
constituir, em seu nome, uma atividade no setor de hotelaria, atendendo aos 
requisitos da Lei n.º 11.771/08. A administração da empresa individual caberá 
exclusivamente ao titular.
A constituição de sociedades empresárias é estabelecida pelo NCC e deve 
atender o que está disposto nos artigos 1.039 a 1.092, que tratam dos seguintes 
tipos societários: Sociedade em Nome Coletivo (arts.1.039 a 1.044); Sociedade em 
Comandita Simples (arts. 1.045 a 1.051); Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.087); 
Sociedade Anônima (arts. 1.088 e 1.089); e Sociedade em Comandita por Ações 
(arts. 1.090 a 1.092).
Vamos nos reportar apenas às sociedades limitadas e anônimas por serem as 
modalidades mais usuais entre os empreendedores.
De acordo com o artigo 1.052 do Código Civil, na sociedade limitada, a 
responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de sua participação nas quotas, 
mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Nesta 
modalidade de sociedade, as regras entre os sócios são estabelecidas atravésde 
Contrato Social. Este documento define como os sócios irão gerenciar o patrimônio 
da empresa, quem poderá representá-la (um dos sócios, ambos ou um terceiro), 
qual a participação no capital de cada sócio, e como será a distribuição dos lucros 
ou como serão suportados os prejuízos.
A sociedade anônima está prevista no artigo 1.089 do NCC. Mas é regida 
pela Lei das Sociedades Anônimas nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
Lunkes (2004) define sociedade anônima como sendo uma sociedade de capital 
formada por ações. Lunkes ainda complementa lembrando que a responsabilidade 
dos acionistas limita-se ao montante da ação, e a sociedade anônima (S.A.) pode ser 
constituída sob forma de sociedade de capital aberto ou capital fechado.
AULA 1 TÓPICO 2
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Contab i l idade Ap l i cada18
Vamos esclarecer essas duas formas de constituição de S.A.
•	 Sociedade anônima de capital aberto são as companhias que negociam 
suas ações na bolsa de valores ou no mercado de balcão. A bolsa de 
valores são associações civis, sem fins lucrativos, cujos patrimônios 
são representados por títulos pertencentes às sociedades corretoras 
membros. Estão sujeitas à supervisão da Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) e devem obedecer às diretrizes e políticas emanadas 
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O mercado de balcão é uma 
alternativa para as companhias que desejam que suas ações sejam 
negociadas no mercado secundário, sem que tenham interesse imediato 
ou se identifiquem com o mercado da bolsa de valores. O mercado 
secundário é um tipo de mercado onde as negociações podem ser feitas 
por telefone ou internet, podendo participar as companhias de capital 
aberto, entidades associadas à Soma (Sociedade Operadora de Mercado 
de Acesso, entidade jurídica com fins lucrativos de personalidade civil 
e responsabilidade limitada), e investidores em geral.
•	 Sociedade anônima de capital fechado são as companhias que negociam 
suas ações apenas dentro da própria companhia.
Na denominação social de uma sociedade anônima, é obrigatório acrescentar 
a expressão “S.A.” ou preceder de “CIA”. Nesta modalidade de sociedade, as regras 
das relações entre os acionistas são definidas através do Estatuto Social. Neste 
estatuto definem-se o capital social, as ações ordinárias e preferenciais, a composição 
do Conselho de Administração, Diretoria e Conselho Fiscal, entre outros. 
As ações são títulos emitidos por uma sociedade anônima, que representam 
a menor fração de seu capital social. Podem ser ordinárias ou preferenciais. As 
ações ordinárias concedem ao detentor o poder de votar nas assembléias gerais 
da companhia. As preferenciais, como o nome já indica, possuem preferência na 
distribuição dos resultados da empresa, ou no reembolso do capital. Em caso de 
liquidação da companhia, os acionistas preferenciais, no entanto, não podem votar 
nas assembléias gerais ou, se participarem, o farão de forma restritiva.
Agora que vocês entenderam o significado de empresa, perceberam que 
a empresa no setor de hotelaria poderá ser constituída independentemente de 
sua forma de constituição, atendendo o que diz o Art. 23 da Lei n.º 11.771/08, 
entenderam também o significado de sociedade, então já podemos iniciar o processo 
burocrático para a constituição de empresa no setor de hotelaria.
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2.2 PASSOS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA
1º PASSO: Junta Comercial do Estado
2º PASSO: Receita Federal do Brasil (RFB)
3º PASSO: Secretaria da Fazenda (SEFAZ)
4º PASSO: Secretaria de Finanças do Município (SEFIN)
5º PASSO: Secretaria Executiva Regional (SER)
6º PASSO: Ministério do Turismo
Neste tópico, você aprendeu que, antes de iniciar qualquer empreendimento, 
o empreendedor deverá consultar a Prefeitura Municipal da cidade na qual deseja 
estabelecer o negócio, a fim de conhecer as regras de funcionamento da atividade 
desejada, bem como proceder ao registro nos órgãos competentes, como a Junta 
Comercial do Estado, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a Secretaria 
de Finanças da Prefeitura do Município (SEFIN), a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) 
e o Ministério do Turismo. 
Outro aprendizado foi a forma de constituição do negócio: quando uma 
pessoa sozinha resolve assumir o risco da atividade e constitui empresa em seu 
nome, chama-se de empresário; já quando dois ou mais empreendedores dividem o 
risco do capital, chama-se de sociedade. Entre os tipos de sociedades previstas pelo 
Código Civil brasileiro, nosso estudo se deteve em duas modalidades: a sociedade 
limitada, cujo capital é dividido em quotas e as responsabilidades estão restritas ao 
número de quotas que os sócios adquiriram na sociedade; e a sociedade anônima, 
cujo capital é divido em ações.
AULA 1 TÓPICO 2AULA 1 TÓPICO 2
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20 Contab i l idade Ap l i cada
TÓPICO 3 Fontes de FinanciamentoObjetivO
•	 Saber como as empresas hoteleiras podem captar 
recursos e parcerias para seu negócio
Neste tópico falaremos de forma resumida sobre as fontes de financiamento que uma empresa hoteleira legalmente constituída poderá obter para viabilizar o seu projeto inicial. É natural os sócios 
ou acionistas de um hotel, que é um empreendimento dispendioso e cheio de riscos, 
fazer parcerias, com receio de não conseguirem inicialmente cobrir todos os custos da 
entidade com o valor que foi investido por eles no capital social da empresa. 
As formas de captação de recursos e parcerias utilizadas na hotelaria são:
FRANQUIA 
A Lei nº. 8.955/94 define franquia como o sistema pelo qual o franqueador 
cede ao franqueado o direito de uso de marca e patente, associado ao direito de 
distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, 
também ao o direito de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido 
pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, 
fique caracterizado vínculo empregatício.
ARRENDAMENTO MERCANTIL
A Lei nº.7.132/83 conceitua arrendamento mercantil como o negócio jurídico 
realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou 
jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de 
bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para 
uso desta.
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LEASING 
Lunkes (2004) conceitua leasing como uma operação na qual é cedido um 
bem em troca de remuneração. Define, ainda, como uma operação de empréstimo 
vinculada à aquisição de determinado bem, na qual o bem permanece de prioridade 
do cedente até o final do contrato, quando então é transferido para o “tomador do 
empréstimo” mediante o pagamento de um valor residual, estimado no contrato.
PRODETUR/NE 
O Programa Regional de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste 
(PRODETUR/NE) é um programa de crédito para o setor público (estados e 
municípios), que foi concebido tanto para criar condições favoráveis à expansão 
e melhoria da qualidade da atividade turística na Região Nordeste, quanto para 
melhorar a qualidade de vida das populações residentes nas áreas beneficiadas. O 
PRODETUR/NE é financiado com recursos do BID e tem o Banco do Nordeste como 
agente repassador. A regulamentação dessa linha de financiamento previu, em sua 
concepção original, uma contrapartida de recursos próprios em torno de 50%. O 
contrato entre o BID e o BNB foi firmado em 12 de dezembro de 1994, pelo prazo 
de 25 anos.
A área de abrangência do PRODETUR/NE compreende os nove estados 
nordestinos, além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo, onde sua atuaçãoocorre 
por meio do financiamento de obras de infraestrutura (saneamento, transportes, 
urbanização e outros), projetos de proteção ambiental e do patrimônio histórico 
e cultural, projetos de capacitação profissional e fortalecimento institucional das 
administrações de estados e municípios.
O programa foi desenvolvido a partir de estudos encomendados pelo Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no começo da década 
de 90, para se identificar as atividades econômicas que apresentariam vantagens 
competitivas, caso fossem desenvolvidas na região Nordeste. A conclusão desses 
estudos identificou que uma das oportunidades mais viáveis para a região era o 
turismo, pelo fato de a Região Nordeste apresentar recursos cênicos e culturais 
significativos, além de mão-de-obra em abundância e com custos relativamente 
baixos. Com isso, para financiar atividades de infraestrutura, o BNDES inaugurou 
em 1994 o Programa Nordeste Competitivo (PNC). A iniciativa em turismo do 
PNC foi apoiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Após 
negociações envolvendo a extinta SUDENE, o Banco do Nordeste (BNB), o BID, 
AULA 1 TÓPICO 3
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Contab i l idade Ap l i cada22
o então Ministério dos Esportes e Turismo e os Estados do Nordeste, foi criado 
o PRODETUR/NE, cuja primeira fase foi iniciada ainda em 1994. O Prodetur I 
registrou investimentos de U$ 678,8 milhões para projetos de infraestrutura. 
O PRODETUR/NE-I foi concluído, e a versão completa do Relatório Final 
está disponível no site disponível no material web.
Atualmente, o PRODETUR/NE está em sua segunda fase: o Prodetur II, que 
mobilizará recursos da ordem de U$ 800 milhões para investimentos em particular 
na área da capacitação profissional.
FUNGETUR 
Ainda objetivando a viabilidade de investimentos e acessos de recursos 
necessários para implantação, melhoria, conservação e manutenção de 
empreendimentos e serviços turísticos, o governo federal disponibiliza linhas de 
crédito através do Fundo Geral de Turismo (FUNGETUR), destinado a facilitar 
investimentos no setor e incentivar o incremento da atividade nos principais 
destinos turísticos, por meio de financiamento de capital fixo ou de estudos e 
projetos voltados para a melhoria da capacidade do turismo no Brasil.
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23AULA 2
AULA 2 Patrimônio
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula estudaremos o patrimônio e seus estados patrimoniais; os fatos contábeis, 
as contas patrimoniais e de resultado, o método das partidas dobradas; o plano de 
contas e os princípios fundamentais de contabilidade. Salientamos que esta aula é 
de extrema importância para a compreensão dos procedimentos contábeis. 
Objetivos
•	 Consolidar o aprendizado sobre Patrimônio
•	 Entender o significado de Fato Contábil, conhecer as Contas Patrimoniais e 
de Resultado, e o processo de debitar e creditar
•	 Conhecer Plano de Contas, a natureza e a estruturação das contas
•	 Conceituar Princípios Fundamentais de Contabilidade e sua importância na 
Escrituração da Empresa Hoteleira
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24 Contab i l idade Ap l i cada
TÓPICO 1 PatrimônioObjetivOs
•	 Consolidar o aprendizado sobre patrimônio relembrando 
seu conceito
•	 Conhecer os aspectos qualitativos e quantitativos do 
patrimônio
•	 Entender o que é situação líquida do patrimônio, 
conhecer os seus estados patrimoniais e demonstrar as 
representações gráficas desses estados patrimoniais
•	 Diferenciar capital de patrimônio
Vimos na aula anterior (Tópico 1), o conceito de patrimônio e percebemos que o objeto da contabilidade é o patrimônio. Por tal motivo 
é interessante destinarmos um tópico nesta aula para tratarmos 
um pouco mais sobre o patrimônio da empresa.
Começamos, relembrando o conceito de Patrimônio, 
apresentado por Magalhães (2000, p.19): “Patrimônio é um 
conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda e 
vinculado a um titular (entidade)”.
Os bens, direitos e obrigações compõem partes distintas 
do patrimônio. Com a representação gráfica abaixo, fica bem clara essa distinção. De um 
lado temos o Ativo, representado pelos bens e direitos; e por outro, temos o Passivo, 
representado pelas obrigações.
ATIVO PASSIVO
BENS OBRIGAÇÕES
Caixa Fornecedores
Banco Contra Movimento Empréstimos e Financiamentos
Aplicações Financeiras Adiantamento de Diárias
Mercadorias para Revenda Salários a Pagar
Veículos Contas a Pagar
Terrenos Impostos a Recolher
Móveis e Utensílios
Figura 4 – Composição do patrimônio
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25
Quando qualificamos os bens, direitos e obrigações, estamos estudando o 
patrimônio sob o aspecto qualitativo. Podemos admitir que o aspecto qualitativo 
não nos dá ideia do tamanho do patrimônio, por isso faz-se necessário o estudo 
sob o aspecto quantitativo, pois só assim teremos condição de proceder à avaliação 
monetária desses bens, direitos e obrigações.
Exemplificando, podemos dizer que uma empresa hoteleira tem em seu ativo 
e passivo, a seguinte composição patrimonial.
Com a tabela, podemos visualizar o tamanho do patrimônio dessa empresa 
hoteleira: o valor total do ativo é R$ 17.580,00 e o valor total do passivo é R$ 8.000,00.
Já que estamos falando em ativo e passivo, que tal entendermos melhor esses 
conceitos? Vejamos.
i. Ativo - é o conjunto de bens e direitos, o qual é conhecido também 
como patrimônio bruto, capital aplicado, recursos aplicados, aplicações 
dos recursos, ou ainda capital investido.
AULA 2 TÓPICO 1
Instalação
Marca e Patentes
DIREITOS
Diárias a Receber
Tabela 1 – Ativo e passivo
ATIVO PASSIVO
BENS OBRIGAÇÕES
Caixa----1.000,00 Fornecedores----1.500,00
Banco Contra Movimento----5.780,00 Salários a Pagar----3.000,00
Aplicações Financeiras----10.000,00 Contas a Pagar----1.000,00
Impostos a Recolher----2.500,00
DIREITOS
Díárias a Receber----800,00 TOTAL DO PASSIVO----8.000,00
TOTAL DO ATIVO----17.580,00
Diárias a Receber
Tabela 2 – Composição patrimonial do Hotel X
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Contab i l idade Ap l i cada26
ii. Passivo - é o conjunto das obrigações, o qual é conhecido também 
como passivo exigível, capital alheio, capital de terceiros, ou ainda 
recursos de terceiros. O passivo sempre evidencia o que a empresa 
deve a terceiros, podendo estes serem seus empregados, fornecedores, 
poder público etc.
Agora que vocês já entenderam o que é patrimônio e já sabem que o 
patrimônio está separado entre o ativo e o passivo, vamos entender o que é situação 
líquida (SL) do patrimônio. 
A situação líquida (SL) ou patrimônio líquido (PL) da empresa é chamado 
também de passivo não exigível, recursos próprios, capital próprio. O patrimônio 
líquido é a situação líquida da empresa.
Segundo Magalhães (2000), situação líquida do patrimônio é a diferença 
entre o total do ativo (bens + direitos) e o total do passivo (obrigações).
ATIVO (bens + direitos) – PASSIVO (obrigações) = SITUAÇÃO LÍQUIDA (PL)
Podemos dizer que a situação líquida do patrimônio poderá resultar em 3 
(três) estados patrimoniais a seguir:
a. Positiva (também chamada de ativo líquido, situação superavitária ou 
situação favorável);
b. Nula; 
c. Negativa (também chamada de passivo descoberto, situação deficitária 
ou situação desfavorável).
Mais a frente, mostraremos alguns estudos de caso para um melhor entendimento 
sobre os estados patrimoniais. Por ora, é importante saber que o patrimônio líquido 
evidencia recursos dos sócios ou acionistasque foram aplicados na empresa hoteleira 
e que está representado pela conta, capital social. Este capital que foi investido pelos 
sócios ou acionistas pertence apenas à empresa. Quando o sócio ou acionista desejar 
se retirar da sociedade, a parte do capital social investida por ele será devolvida e 
caberá aos sócios remanescentes complementar a parte do capital que foi retirada. 
Assim, todos ou alguns dos sócios ou acionistas farão novos investimentos, ou ainda 
permitirão a entrada de novo(s) sócio(s) ou acionista(s) na empresa.
O patrimônio líquido cresce a partir de novos investimentos, aumento de 
capital social e rendimentos resultantes do capital aplicado, o Lucro.
No passivo, estão localizadas as obrigações exigíveis (reclamáveis) por 
terceiros, e assim são denominadas, também, de capital de terceiros. No patrimônio 
líquido, encontram-se as obrigações com os proprietários da empresa e como vimos, 
mesmo que o sócio ou acionista se retire, é necessário que os demais reconstituam o 
montante do capital social, denominado também, de capital próprio ou não exigível.
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Magalhães (2000) estabelece distinções entre capital e patrimônio recorrendo 
a alguns termos frequentes que são usados e a algumas conceituações. Vejamos.
i. Patrimônio Bruto: significa o valor total dos bens e direitos;
ii. Patrimônio Líquido: significa a diferença entre o ativo e o passivo;
iii. Capital Nominal: é o chamado capital registrado. É o capital declarado 
no contrato social ou estatuto social da empresa hoteleira;
iv. Capital Subscrito: é o montante do capital que os sócios de uma 
sociedade se comprometem a realizar;
v. Capital a Realizar: é a parcela do capital subscrito ainda não realizado 
pelos sócios ou acionistas;
vi. Capital Realizado: é o valor do capital subscrito menos o Capital a 
Realizar. É também chamado de Capital Integralizado;
vii. Capital de Terceiros: corresponde ao valor das obrigações ou passivo 
da empresa hoteleira;
viii. Capital Próprio: corresponde ao valor dos recursos próprios da 
empresa hoteleira. Observe que somente a empresa com situação 
líquida positiva possui Capital Próprio;
ix. Capital Total a Disposição da Entidade: é a soma do Capital de Terceiros 
com o Capital Próprio.
Neste tópico, estudamos o patrimônio sob o aspecto qualitativo, quando demos 
nomes às contas patrimoniais (bens, direitos e obrigações) e sob o aspecto quantitativo, 
quando agregamos valor (em moeda) a cada conta. Diferenciamos capital de 
patrimônio através de termos que são costumeiramente empregados na contabilidade 
e apresentamos alguns conceitos. Por fim, percebemos que, através da diferença entre 
o Ativo e o Passivo, a empresa, no caso a hoteleira, em momentos distintos poderá 
apresentar uma situação líquida positiva, nula ou negativa, conhecidas como estados 
patrimoniais, os quais podem ser compreendidos por representações gráficas.
AULA 2 TÓPICO 1
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28 Contab i l idade Ap l i cada
TÓPICO 2 Fato Contábil e Método das Partidas Dobradas
ObjetivOs
•	 Compreender Fato Contábil e sua classificação
•	 Conhecer as Contas Patrimoniais e de Resultado, sua 
representação gráfica e o conceito de conta sintética e 
conta analítica
•	 Conhecer o processo de debitar e creditar e o Método 
das Partidas Dobradas
Neste tópico vocês entenderão o que é fato contábil; aprenderão o significado de escrituração contábil, de contas sintética e analítica; conhecerão as regras básicas que facilitam o raciocínio 
para o registro dos lançamentos contábeis e como se debita e se credita um fato 
contábil utilizando-se o conhecido “Método das Partidas Dobradas”.
Iniciaremos entendendo o significado de Fato Contábil segundo dois autores, 
a saber:
a. Para Magalhães (2000): Fatos Contábeis, 
também conhecidos como Fatos Administrativos, 
são alterações que ocorrem no patrimônio das 
entidades. Essas alterações podem ser apenas 
qualitativas, não influenciando na situação 
líquida da entidade, assim como podem ser 
de natureza quantitativa, aumentando ou 
diminuindo a situação líquida da entidade.
b. Para Walter (1987): As modificações 
geradas de fatos administrativos não alteram 
a situação líquida do patrimônio quando 
modificados apenas os valores correspondentes 
a bens, direitos e obrigações. Por outro lado, 
quando estas modificações resultam em aumento 
ou diminuição do patrimônio líquido indicam 
que tais alterações devem-se à movimentação das 
contas de receita e despesas (contas de resultado).
s a i b a m a i s !
Contas Resultado ou diferenciais:
São as contas cuja movientação produz 
alterações na situação líquida patrimonial. São 
as conhecidas contas de Recitas e Despesas 
(CHAGAS, 2005, p. 43). 
Contas Patrimoniais ou integrais:
São aquelas utilizadas para o controle e apuração 
do patrimônio. São elas: contas do ativos, contas 
do passivo exigível e contas do patrimônio 
líquido. (FERRARI, 2008, p. 143)
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29
O plano de contas de uma empresa compreende um agrupamento ordenado 
de todas as contas, que serão utilizadas pela contabilidade dentro de uma 
determinada empresa, ou no caso específico, dentro de um determinado hotel. 
Essas contas podem ser contas patrimoniais e contas de resultado. Vejamos abaixo:
Os fatos contábeis são classificados conforme Magalhães (2000) da seguinte 
forma: Permutativos, Modificativos, Mistos ou Compostos. Mais à frente, citaremos 
alguns exemplos e mencionaremos sua classificação (permutativo, modificativo ou 
mistos).
Todos os fatos que ocorrem na empresa são registrados nos livros próprios 
(livro Diário, livro Razão, livro Caixa e livros auxiliares), através dos lançamentos 
contábeis. Lançamento é, portanto, o meio pelo qual se processa a escrituração 
contábil. Segundo Lunkes (2004), o lançamento é o registro contábil de um fato, 
enquanto escrituração é um conjunto de lançamentos.
Lunkes (2004) ressalta que a escrituração deve ser completa, em idioma e 
moeda corrente nacionais, em forma contábil, em ordem cronológica de dia, mês e 
ano, com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas 
ou transportes para as margens e com base em documentos de origem externa ou 
interna ou, em sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a 
prática de atos administrativos.
Ocorrendo um fato contábil, precisamos fazer o seu registro contábil com 
exatidão. Para isso se concretizar, é essencial:
a. Identificar o fato. Ex.: A empresa hoteleira comprou à vista (em 
dinheiro) um microônibus para o transporte de hóspedes, por R$ 
87.000,00, conforme Nota Fiscal 1920, da Mercedes Benz Veículos, 
estabelecida em Fortaleza-CE, em 06/05/2009;
b. Identificar o local e a data da operação. Ex.: Local Fortaleza, data 
06/05/2009;
c. Verificar se o documento foi emitido. Ex.: NF 1920 da Mercedes Benz 
Veículos;
d. Identificar os elementos envolvidos na operação. Ex.: dinheiro e 
veículo;
e. Verificar no plano de contas que conta deve-se utilizar para registrar 
cada um dos elementos envolvidos. Ex.: Elemento 1: o dinheiro; 
Elemento 2: o veículo;
f. Preparar o histórico do problema. Ex.: compra de automóvel, 
conforme NF 1920, da Mercedes Benz Veículos.
g. Identificar qual das contas será debitada e creditada. 
AULA 2 TÓPICO 2
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Contab i l idade Ap l i cada30
Estas contas são representadas através de gráficos em forma de T, denominados 
de Razonete. Conforme Franco (1972), conta é o registro de débitos e créditos 
da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componente 
do patrimônio ou uma variação patrimonial.Do seu lado esquerdo, sempre será 
o débito; e do lado direito, sempre será o crédito. Como exemplo, apresentamos 
abaixo uma das contas do grupo do Ativo, a conta Caixa; e uma das contas do 
grupo Passivo, a conta Fornecedor:
Há outra forma representativa para estas contas. Como exemplo, apresentamos 
abaixo uma conta do grupo do Passivo, a conta Fornecedor:
A finalidade de cada coluna é o registro de:
i. DATA 
ii. HISTÓRICO 
iii. DÉBITO 
iv. CRÉDITO 
v. SALDO 
vi. D/C 
Durante o processo de registro dos fatos contábeis, algumas contas precisam 
ser desdobradas, por isso existem as chamadas Contas Sintéticas e Contas Analíticas. 
Todas as contas estão cronologicamente organizadas no plano de contas da empresa. 
Falaremos sobre o plano de contas de uma empresa hoteleira mais adiante. Por ora, 
vamos entender o que significa essas contas.
Podemos dizer que conta sintética é o nome atribuído a um grupo de 
subcontas ou contas analíticas. São também conhecidas como Conta Mãe. Como 
regra básica, o saldo da conta sintética sempre será o somatório dos saldos de seus 
desdobramentos, ou seja, de suas contas analíticas, e os saldos das contas analíticas 
de uma conta sintética são da mesma natureza (devedora ou credora) do saldo desta.
Título: Caixa
DÉBITO CRÉDITO
AUMENTA DIMINUI
Título: FORNECEDOR
DÉBITO CRÉDITO
DIMINUI AUMENTA
Título: Fornecedor
Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
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31
A título de ilustração, vamos analisar um exemplo muito comum, que é o que 
acontece na conta de depósitos bancários. Imagine que a empresa hoteleira movimenta 
seus recursos em três bancos distintos. Assim, se o controle das contas for feito 
de forma global em uma única conta analítica, a empresa não saberá qual o saldo 
individual de cada conta bancária. Portanto há necessidade de se desdobrar a conta 
em três subtítulos, uma para cada banco. Vejamos abaixo como se dá esse registro.
Observe que o razonete da conta sintética serve para representar o somatório 
das contas analíticas, de modo que qualquer usuário da contabilidade terá de forma 
resumida a soma dos saldos das três contas bancárias. Contas sintéticas jamais serão 
utilizadas como conta de lançamento contábil, pois servem apenas para totalizar o 
somatório das contas analíticas. Já as contas analíticas têm como finalidade receber 
todo os lançamentos contábeis.
Agora que vocês entenderam o que é fato contábil; sabem que toda conta, 
seja Patrimonial – ativo (bens e direitos), passivo (obrigações) e patrimônio 
líquido (capital acumulado dos sócios ou acionistas) –, ou de Resultado – (custos, 
despesas, receita), sempre será representada por um razonete, cujo lado esquerdo 
destina-se ao Débito e do o lado direito ao Crédito; entenderam que o conjunto de 
lançamentos é chamado de escrituração e que esta técnica consiste em registrar 
todos os lançamentos nos livros próprios da empresa, como livro Diário, livro 
Razão, livro Caixa e livros auxiliares; e compreenderam o significado das contas 
sintética e analítica; então, estamos prontos para conhecer o processo de debitar e 
creditar as contas e o Método das Partidas Dobradas. Vamos começar?
Primeiramente precisamos entender o que significa débito e crédito na 
contabilidade de uma empresa. A maior dificuldade, a nosso ver, decorre do valor 
que as pessoas no dia-a-dia costumam atribuir aos termos crédito (visto algo bom, 
com sentido positivo) e débito (visto como algo ruim, com sentido negativo). 
Conta: SINTÉTICA
BANCOS C/ MOVIMENTO
10.000,00
Contas: ANALÍTICAS
D Banco Marte C D Banco Júpiter C D Banco Saturno C
5.000,00 4.000,00 1.000,00
AULA 2 TÓPICO 2
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Contab i l idade Ap l i cada32
Na Contabilidade, esse conceito do senso comum, de certa forma, só atrapalha o 
processo de debitar e creditar. Devemos, então, deixar de lado esse conceito e fixar 
nossa atenção nas regras que estão sendo demonstradas nos quadros abaixo e que 
acabam resumindo o entendimento do processo de debitar e creditar.
Lunkes (2004) diz que, para a contabilização das contas, faz-se necessário 
conhecer o funcionamento e a interpretação dos débitos e créditos. Vejamos como 
o autor demonstra isso numa empresa hoteleira:
Com essas demonstrações, podemos perceber que, se partirmos do conceito 
de que débito é ruim e crédito é bom, comprometeremos a realidade dos fatos 
contábeis. Para que vocês, alunos, obtenham então êxito no lançamento dos fatos 
contábeis, procurem entender, com propriedade, o que está demonstrado nos três 
quadros anteriores.
Figura 5 – Quadro demonstrativo do 
processo de debitar e creditar
(F
on
te
: M
A
G
A
LH
Ã
ES
, 2
00
0,
 p
.5
4) Para as Contas Patrimoniais
a) Toda vez que aumentar o Ativo Debita-se a respectiva conta
b) Toda vez que diminuir o Ativo Credita-se a respectiva conta
c) Toda vez que aumentar o Passivo Credita-se a respectiva conta
d) Toda vez que diminuir o Passivo Debita-se a respectiva conta
Quadro 3 - Quadro demonstrativo de Contas Patrimoniais
Para as Contas de Resultado
a) Toda vez que ocorrerem Despesas Debita-se a respectiva conta
b) Toda vez que realizarem Receita Credita-se a respectiva conta
Quadro 4 – Quadro demonstrativo de Contas de Resultado 
(Fonte: RIBEIRO, 2003)
Grupo Quando Debita Quando Credita
ATIVO
Existência ou entrada no 
hotel de bens, dinheiro ou 
diretos.
Saída de bens, dinheiro ou 
direitos.
PASSIVO
Redução das obrigações 
com terceiros ou do capital 
próprio.
Aumento das obrigações 
com terceiros ou do capital 
próprio.
RECEITAS Cancelamento das receitas. Registro das receitas.
DESPESAS/
CUSTOS
Gastos incorridos pelo regime 
de competência.
Transferência de uma despesa 
para outra ou estorno.
Quadro 5 – Quadro demonstrativo de contabilização de contas 
(Fonte: LUNKES, 2004)
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33
Veremos agora algumas operações que ocorrem no dia-a-dia das empresas 
hoteleiras e como são registrados em sua contabilidade.
AULA 2 TÓPICO 2
g u a r d e b e m i s s o !
Para concluir este tópico, lembrem sempre: 
•	 Toda operação afeta, pelo menos, dois 
itens do patrimônio;
•	 A base de sustentação da teoria contábil 
é o axioma do Método das Partidas 
Dobradas, segundo o qual a cada débito 
corresponde um crédito de igual valor e 
ao mesmo tempo;
•	 Como consequência da regra acima, a 
soma de todos os débitos será sempre 
igual à soma de todos os créditos; 
•	 A soma de todos os saldos devedores será 
sempre igual à soma de todos os saldos 
credores.
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34 Contab i l idade Ap l i cada
TÓPICO 3 Plano de Contas
ObjetivOs
•	 Conceituar Plano de Contas
•	 Conhecer a natureza das Contas; sua estruturação; sua 
importância e finalidade na informação contábil
Caros alunos, vamos ampliar nosso aprendizado falando um pouco sobre o Plano de Contas. Mas antes, é relevante que saibam que as entidades hoteleiras têm algumas peculiaridades que as diferem das 
demais empresas.
Com a edição da Resolução nº. 956, de 21/02/2003, publicada no Diário 
Oficial da União (DOU), de 11/03/2003, o Conselho Federal de Contabilidade 
aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica 10 (NBC T 10), que dispõe 
sobre os critérios e procedimentos peculiares de avaliação, de registro e variações 
patrimoniais e estruturação das demonstrações contábeis das empresas hoteleiras. 
Em relação às demais normas e procedimentos, os hotéis seguem as leis que regulam 
a contabilidade no Brasil. Além destas NBC T, as entidades hoteleiras também estãosujeitas aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, sobre os quais falaremos 
no próximo tópico.
Por todas essas normas, resoluções e princípios, o plano de contas de uma 
empresa hoteleira deve ser devidamente elaborado para dar o suporte devido 
quando dos registros dos lançamentos contábeis, a fim de evidenciarem os fatos 
contábeis e consequentemente as respectivas demonstrações contábeis.
 Segundo Iudícibus e Marion (2006, p.223)
“Plano de contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são 
utilizadas pela contabilidade dentro de determinada empresa. Portanto, o 
elenco de contas considerado é indispensável para os registros de todos os 
fatos contábeis”.
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35
É muito importante que vocês saibam que todas as contas 
são evidenciadas e ordenadas em uma estrutura chamada Plano de 
Contas. O Plano de Contas é a coluna vertebral da Contabilidade, 
pois é o instrumento que padroniza o registro das operações 
contábeis, permitindo a elaboração das Demonstrações Contábeis, 
como Balanço Patrimonial, Demonstrações do Resultado do 
Exercício, entre outras, que veremos posteriormente.
Como vocês já estudaram, conta é o nome técnico dado aos componentes 
patrimoniais (bens, direitos e obrigações) e aos elementos de resultado (despesas, 
custos e receitas). A partir do porte (tamanho) e da finalidade da empresa, é que se 
elabora o plano de contas. Não se devem copiar modelos, pois se corre o risco de 
incluir contas que não estão de acordo com o perfil da empresa.Como exemplo dessa 
impropriedade, podemos lembrar que um hotel não possui conta matéria-prima, 
pois esta conta é específica do segmento indústria, por isso essa conta não deve ser 
incluída no plano de contas. O ideal é que cada hotel elabore ou implante o seu plano 
de contas e, no decorrer do tempo, faça as alterações necessárias para aperfeiçoá-lo.
Já falamos que o plano de contas está dividido em contas patrimoniais e contas 
de resultado. Para viabilizar os registros contábeis, as contas são codificadas, pois, 
no período tecnológico, a contabilidade é informatizada; caso não fosse, não haveria 
como atender as exigências legais. Assim as contas são representadas por grupos:
1. ATIVO
2. PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
3. RECEITAS
4. CUSTOS
5. DESPESAS
Este grupo inicialmente é do nível sintético, pois totaliza as informações que 
são registradas no nível analítico. É necessário ter conhecimento de que, em regra 
geral, as contas:
a. do ativo são de natureza devedora;
b. do passivo e patrimônio líquido são de natureza credora;
c. de receitas são de natureza credora; e
d. de custos e despesas são de natureza devedora. 
As contas de natureza devedora indicam a aplicação do recurso. As contas de 
natureza credora indicam a origem do recurso.
Figura 6 – Simulação de uma 
consulta ao plano de contas
ht
tp
:/
/w
w
w
.la
ti
ns
to
ck
.c
om
.b
r
AULA 2 TÓPICO 3
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Contab i l idade Ap l i cada36
ExEmplo:
Dois sócios investem o capital social na empresa no valor de R$ 2.000,00, cada, 
totalizando o valor de R$ 4.000,00. Este valor é registrado no lado esquerdo (débito) 
da conta caixa da empresa. Assim, a conta capital social é a origem do dinheiro 
(natureza credora) e a conta caixa é a aplicação do recurso (natureza devedora).
A empresa obtém receita de R$ 1.000,00, e este valor é registrado no lado esquerdo 
(débito) da conta corrente do Banco do Brasil. Logo, a receita é a origem do recurso 
(natureza credora) e a conta Bancos é a aplicação do recurso (natureza devedora).
Existem contas no grupo do ativo que são de natureza credora – as conhecidas 
contas retificadoras –, que têm a função de fazer correções, em nome do princípio da 
prudência ou do registro pelo valor original. O mesmo ocorre no passivo e patrimônio 
Líquido. São indicadas no plano de contas com o símbolo da subtração (-).
ExEmplo:
Plano de contas básico.
Contas Patrimoniais
ATIVO INATIVO
BENS E DIREITOS
Indica: Aplicação do recurso
NATUREZA DEVEDORA
As contas do Ativo são classificadas 
pelo grau de liquidez. 
Quanto maior a capacidade de se 
transformar, a moeda corrente, será 
classificada nas contas mais acima.
OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS
Indica: origem do recurso
NATUREZA CREDORA
As contas do Passivo são classifica-
das pelo grau de exigibilidade. 
Quanto menor o prazo para paga-
mento, as dívidas serão classifica-
das mais acima.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Próprio
Indica: origem do recurso
NATUREZA CREDORA
Quadro 6 – Quadro demonstrativo de Contas Patrimoniais
Contas de Resultado
CUSTOS E DESPESAS RECEITAS
Indica: aplicação do recurso
NATUREZA DEVEDORA
Indica: origem do recurso
NATUREZA CREDORA
Quadro 7 – Quadro demonstrativo de Contas de Resultado
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37
Chegando ao fim deste tópico, vocês são capazes de compreender a importância 
do plano de contas, o que representa a natureza das contas e compreender, ainda, que o 
plano de contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas 
de contabilidade e objetivam a uniformização dos registros contábeis. No próximo 
tópico, falaremos dos princípios fundamentais da Contabilidade.
AULA 2 TÓPICO 3
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38 Contab i l idade Ap l i cada
TÓPICO 4 Os Princípios Fundamentais de Contabilidade
ObjetivOs
•	 Conceituar Plano de Contas
•	 Conceituar Princípios Fundamentais de Contabilidade
•	 Reconhecer a importância dos Princípios Fundamentais 
na Escrituração da Empresa Hoteleira
Como falamos no tópico anterior, as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica são indispensáveis para as empresas de hoteleira. Seus critérios e procedimentos regulam a Contabilidade 
no Brasil. Além destas NBC T, as entidades hoteleiras também estão sujeitas aos 
Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
Princípios são verdades, são fundamentos, são proposições básicas que 
direcionam os procedimentos de profissionais, no caso os de Contabilidade, no 
exercício de suas prerrogativas.
Conforme o Conselho Federal de Contabilidade, a Resolução nº 750, de 
29/12/1993, trata especificamente dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
Em seu Art. 2º, os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a 
essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o 
entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso país. 
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo 
objeto é o Patrimônio das Entidades.
Martins (2003, p.24) apresenta a definição dada por José Cretella Jr.:
“princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas 
que condicionam todas as estruturações subseqüentes. Princípios, neste 
sentido, são os alicerces da ciência”. 
A aplicação dos Princípios Fundamentais é obrigatória no exercício da 
profissão contábil. Somente o profissional da área, que tem o conhecimento 
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39
aprofundado no assunto, poderá fazer a aplicação dos princípios, de forma que as 
informações contábeis (demonstrações contábeis) geradas pela correta escrituração 
contábil garantam a segurança e a fidedignidade dos fatos contábeis. 
Para vocês terem conhecimento, os 7 (sete) Princípios Fundamentais de 
Contabilidade são: entidade, continuidade, oportunidade, registro pelo valor 
original, atualização monetária, competência e prudência. 
Neste tópico, vocês conheceram os princípios que norteiam o registro da 
informação contábil e aprenderam que eles sãofundamentos para a veracidade da 
qualidade das demonstrações contábeis.
AULA 2 TÓPICO 4
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40 Contab i l idade Ap l i cada
AULA 3 Demonstrações Contábeis
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula conheceremos, de forma detalhada, as demonstrações contábeis, 
tais como o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício, a 
Demonstração do Fluxo de Caixa e a Demonstração da Mutação do Patrimônio 
Líquido.
Objetivo
•	 Extrair e compreender as informações das demonstrações para tomada de 
decisões
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41
Diversas são as finalidades pelas quais são apresentadas as demonstrações contábeis, em especial, o Balanço Patrimonial. Podemos citar algumas: 
i. Legal 
ii. Administrativa 
iii. Econômico-financeira 
Agora que você conheceu algumas finalidades das 
demonstrações contábeis, vamos entender o que significa Balanço 
Patrimonial partindo do conceito que alguns autores apresentam. 
Conforme Magalhães (2000, p. 197):
“O balanço patrimonial é como se fosse uma fotografia do Patrimônio numa 
determinada data”. É, portanto, a posição do patrimônio em determinado 
instante da vida da empresa, quando há o reconhecimento e a agregação do 
resultado do exercício findo. 
O professor Newton Jacques Studart (in Magalhães 2000, p.197), em seu 
trabalho “Contabilidade Geral”, define, de forma concisa, clara e abrangente, este 
demonstrativo contábil quando diz:
“É demonstrativo contábil que evidencia, de forma equacional, sintética e 
ordenada, os valores específicos dos bens, direitos e obrigações e a situação 
liquida da entidade”.
TÓPICO 1
Balanço Patrimonial e 
Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE)
ObjetivO
•	 Conhecer o Balanço Patrimonial e a Demonstração do 
Resultado do Exercício como relatórios de gestão
Figura 7 - Demonstrações Contábeis 
e os Usuários das Informações 
Contábeis
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w
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.latinstock.com
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AULA 3 TÓPICO 1
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Contab i l idade Ap l i cada42
Para Lunkes (2004, p. 71),
“Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, 
quantitativa e qualitativamente, o patrimônio da empresa, no nosso caso, do 
hotel, naquele momento”.
O balanço patrimonial é, portanto, uma demonstração contábil bastante 
usada pelos usuários internos (os sócios ou acionistas) e externos (bancos, governo, 
fornecedores etc.). Devido a ser uma demonstração clara e simples de ser entendida, 
não precisa ser especialista em contabilidade para perceber a situação econômico-
financeira da empresa. Basta apenas entender algumas regras. Vamos conhecê-las?
Há duas regras básicas estabelecidas para distribuição das contas no Balanço 
Patrimonial, o Prazo e o Grau de Liquidez ou Exigibilidade. Vamos esclarecer 
cada uma delas.
•	 Prazo: representa o período de realização das contas, que estão 
separadas em contas de curto ou longo prazo. As contas de curto prazo 
são as contas que são realizadas (pagas ou recebidas) até o término do 
exercício seguinte, ou seja, normalmente o período de até um ano. 
As contas de longo prazo são as contas que são realizadas (pagas ou 
recebidas) após o término do exercício seguinte, o que significa dizer, 
em período superior a 12 (doze) meses.
•	 Grau de Liquidez ou Exigibilidade: o grau de liquidez representa 
período em que as contas do Ativo se transformarão em dinheiro 
no caixa, enquanto o grau de exigibilidade representa o período de 
pagamento das dívidas.
Assim, o Balanço Patrimonial terá suas contas do Ativo classificadas pelo 
curto e longo prazo e pelo grau de liquidez; e o Passivo, por sua vez, terá suas 
contas classificadas em curto e longo prazo e pelo grau de exigibilidade ou de 
vencimento das contas.
Para facilitar a interpretação das regras, vamos observar como os grupos das 
contas patrimoniais estão distribuídos e ainda os comentários sobre cada grupo.
Contas Patrimoniais
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE
Estão as contas que são dinheiro ou se 
transformarão em curto prazo.
São contas que estão constantemente em 
giro.
CIRCULANTE
Estão as contas que serão pagas rapidam-
ente no curto prazo.
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43
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Espera-se longo período para se transfor-
mar em dinheiro (receber)
PERMANENTE
Normalmente não é para venda, estão 
para gerar renda (extra) ou contribuir 
com a operacionalidade da empresa. É 
para uso. Este grupo está dividido em: 
Investimento, imobilizado e diferido.
Investimento
São aplicações em bens e direitos de 
caráter permanente que geram rendimen-
tos que não são necessários à manutenção 
da atividade fundamental da empresa.
Imobilizado
São bens de natureza permanente que 
serão utilizados para a manutenção da 
atividade básica da empresa.
Diferido
São aplicações que beneficiarão resulta-
dos de exercícios futuros.
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Há um período superior a doze meses para 
pagar a dívida.
Resultados de exercícios futuros
São as receitas de exercícios futuros, 
diminuídas dos custos e despesas a elas cor-
respondentes.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Não precisa pagar enquanto houver continui-
dade da empresa.
São os recursos dos proprietários aplicados 
na empresa.
Quadro 7 – Contas Patrimoniais
Após percebermos que o Ativo, assim como o Passivo, é composto por 3 
(três) grupos, vamos aprender quais os subgrupos e contas que representam cada 
um destes grupos.
Vejamos primeiramente os grupos, subgrupos e contas do ativo. Neste 
grupo, como já foi visto, estão os bens e direitos da empresa. Nele se encontram a 
aplicação dos recursos da empresa, sejam de curto ou longo prazo. Perceba que as 
contas que têm maior liquidez estão alocadas logo no início e consequentemente 
as de menor liquidez vêm em seguida. Isso se deve ao fato de as contas do Ativo 
serem classificadas por ordem decrescente de liquidez.
ATIVO
CIRCULANTE
Disponibilidades
-Caixa
-Banco Conta Corrente
-Aplicações Financeiras
Direitos a Receber de Curto Prazo
AULA 3 TÓPICO 1
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Contab i l idade Ap l i cada44
-Diárias a Receber
-Provisão para Devedores Duvidosos (-)
Estoque
-Mercadoria para Revenda
-Imposto a Recuperar
-Almoxarifado
Despesas Pagas Antecipadamente
-Assinatura de Jornais/Revistas
-Prêmios de Seguro/IPTU
Outros Créditos
-Adiantamento a Funcionários
-Adiantamento a Fornecedores 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
-Aplicações Financeiras
-Empréstimos a Coligadas e Controladas
-Depósitos Judiciais
PERMANENTE
Investimento
-Ouro e Obra de Arte
-Imóveis de Usofruto
-Participações em Outras Empresas Imobilizado
Imobilizado
-Terrenos
-Imóveis
-Máquinas e Equipamentos
-Instalações
-Móveis e Utensílios
-Veículos
-Marcas e Patentes
-Depreciação Acumulada (-) 
Diferido
-Gastos Pré-operacionais
-Pesquisa e Desenvolvimento
-Amortização Acumulada (-)
Quadro 8 – Quadro demonstrativo do Ativo
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45
Agora vejamos os grupos, subgrupos e contas do Passivo. Neste grupo, 
como já foi visto também, estão as obrigações com terceiros, ou seja, pessoas 
estranhas à entidade, como fornecedores, Governo etc. Nele se encontra a origem 
dos recursos, de terceiros ou próprio, sejam de curto ou longo prazo. Perceba que 
as contas do Passivo estão classificadas por ordem decrescente de exigibilidade.
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
-Fornecedores
-Empréstimos e Financiamentos
-Adiantamento de Diárias
-Salários a Pagar
-Encargos Sociais a Recolher
-Tributos a Recolher
-Contas

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