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WILMAR-MACHADO-VIEIRA-JUNIOR - Brasil e a Corrupção

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I CONCURSO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS DA ASBAN E DO 
FOCCO/GO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA: 
Meios e oportunidades de combate à corrupção e à improbidade 
administrativa 
 
 
 
 
 
TÍTULO: 
A sociedade civil como peça chave no combate à corrupção 
 
 
 
 
 
 
 
WILMAR MACHADO VIEIRA JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 
 
2 CORRUPÇÃO: FENÔMENO COMPLEXO PLURIDIMENSIONAL …..................... 4 
 
1.1 O problema da definição …............................................................................. 4 
1.2 Escorço histórico da corrupção …................................................................... 6 
1.3 A corrupão no Setor Público …....................................................................... 7 
1.4 Corrupção e Improbidade Administrativa ….................................................... 8 
 
3 O BRASILEIRO E A CORRUPÇÃO ….................................................................... 9 
 
4 A DEMOCRACIA, O PRINCÍPIO REPÚBLICANO, O REGIME DE 
RESPONSABILIDADE E O COMBATE À CORRUPÇÃO PELA SOCIEDADE CIVIL 
......................................................................................................................... 11 
 
5 O CONTROLE SOCIAL COMO MEIO DE COMBATE À CORRUPÇÃO NA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA …............................................................................... 13 
 
6 CONCLUSÃO ….................................................................................................... 15 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ….......................................................................... 16 
 
 
 
3 
 
A sociedade civil como peça chave no combate à corrupção 
 
 
 
RESUMO: combater a corrupção é medida que se impõe em qualquer nação, tendo 
em vista que trata-se ela de um fenômeno que corrói as estruturas sociais e dificulta 
o convívio social, implica o descrédito nas instituições e atua como fator limitante ao 
desenvolvimento. Esse combate será tanto mais efetivo quanto mais engajada 
estiver a sociedade civil. Porém, promover a desejada mobilização não é tarefa fácil, 
vez que a prática de atos corruptos é tolerada, e até mesmo enaltecida, em nossa 
sociedade. Como promover essa mudança de atitude é o grande desafio. Esta 
incumbência deverá recair, indubitavelmente, sobre as instituições que têm como 
atribuições constitucionalmente fixadas o controle e a fiscalização dos recursos 
públicos e a repressão à prática de atos corruptos. Mais que isso, esses órgãos 
deverão atuar de modo articulado, uma vez que, por meio de ações isoladas estar-
se-á como que a “enxugar gelo”. Com a mobilização da sociedade civil, esta 
exercerá papel de extrema relevância na prevenção e combate à corrupção, 
primordialmente pelo efetivo controle social. 
 
 
Palavras-chave: corrupção, Administração Pública, democracia, controle social, 
sociedade civil. 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Comparada a uma doença endêmica, a corrupção é um fenômeno que 
remonta aos primórdios da vida em sociedade e hoje representa um dos grandes 
problemas do mundo globalizado. 
A corrupção na Administração Pública brasileira é sistêmica e, como um 
câncer, possui metástases em praticamente todos os órgãos. De efeitos 
devastadores, seu combate exige a mobilização de várias estruturas da sociedade, 
no setor público e no setor privado. 
O desafio, todavia, será o de engajar a sociedade civil nessa luta, uma vez 
que estamos arraigados na cultura do “jeitinho brasileiro” e vivemos sob o império da 
fatídica “lei de Gérson”, cuja regra principal é a de sempre levar 'vantagens', ainda 
que indevidas. Falta ao 'cidadão' brasileiro a mais simples noção de cidadania: a não 
sobreposição de seu interesse individual sobre o coletivo e a compreensão de que a 
res publica é coisa do povo e para o povo e não coisa de ninguém. 
4 
 
Ainda que os efeitos decorrentes da corrupção sejam nefastos, a 
sociedade aparentemente não consegue enxergar além da vantagem percebida de 
modo imediato. Tradicionalmente, não se dá conta – ou mesmo não reprova – de 
que com os “pequenos desvios”, praticados por vários sujeitos, todos agindo do 
mesmo modo, ao final chega-se a verdadeiro rombo nos cofres públicos. 
O que é pior, não se atentam de que as mortes nas filas dos hospitais 
públicos, a falta de vagas nas escolas públicas e o aumento da violência são 
consequências imediatas da corrupção. 
Identificar ações que sejam capazes de reverter este estado de coisas e 
combater a corrupção, mal que assola a humanidade, é medida que se impõe. Este 
é o objetivo deste estudo que, frente ao desafio de se encontrar meios e 
oportunidades de combate à corrupção e à improbidade administrativa, debruça-se 
sobre a temática, visando alcançar uma compreensão sobre o fenômeno da 
corrupção e identificar como o brasileiro se porta frente a ele e demonstrar como – 
na atual forma de organização do Estado brasileiro – o cidadão, legitimado a 
controlar seus administradores públicos e o maior interessado no combate à prática 
da corrupção, pode e deve operar . 
Ao final pretende-se expor algumas ações passíveis de implementação e 
que visem contribuir com a luta contra a corrupção. 
 
2 CORRUPÇÃO: FENÔMENO COMPLEXO PLURIDIMENSIONAL 
 
2.1 O problema da definição 
 
A corrupção é um fenômeno maléfico extremamente complexo sobre o 
qual se dedicam várias áreas do conhecimento com o objetivo de compreendê-lo, de 
analisar seus efeitos e, sobretudo, de combatê-lo. Para sua correta compreensão, 
exige-se uma análise multidisciplinar, sob pena de se chegar a conclusões caolhas e 
parciais. 
Por isso, apresentar um conceito abrangente de corrupção é tarefa árdua, 
tendo em vista emaranhado de elementos que envolvem o fenômeno e que, a 
depender da faceta analisada, pode ser definido de múltiplas maneiras. Em outros 
termos, 
5 
 
a conceituação da corrupção muda conforme a perspectiva do autor ou 
do ângulo científico em que é vista: pelo jurista, pelo teólogo, pelo 
sociólogo, cada uma a define de um modo. Corroborando o 
entendimento de que a corrupção deve ser analisada sob uma 
perspectiva multidisciplinar (ROCHA, 2009, p. 41). 
O estabelecimento de uma definição generalista ao termo corrupção é 
dificultado, também, pela sua variedade de acepções. Pode-se falar em corrupção 
sob as perspectivas política, moral, religiosa, penal, social, internacional ou 
administrativa. A partir de cada uma delas, chega-se a uma realidade distinta. 
Porém, todas essas acepções têm em comum o fato de se referir a situações ou 
circunstâncias sempre valoradas negativamente. Corrupção está associada à ideia 
de desonestidade, de imoralidade, de enriquecimento ilícito e de desvio de poder e é 
nesse sentido que se pauta o presente estudo. 
Tal dificuldade no emprego de uma definição para corrupção é ressaltada 
por Nunes (2008), ao apontar que 
Para o Direito Internacional, definir corrupção não é uma tarefa simples, 
vez que não há uma estreita, compreensiva e universal de corrupção, 
dada a complexidade e pluridimensionalidade do tema. As tentativas de 
definição, anteriormente feitas, acabaram encontrando obstáculos legais, 
doutrinários e políticos em muitos países (p. 17). 
Todavia, é possível adotar como ponto de partida para a compreensão 
desse fenômeno e caminhar rumo a uma definição a análise etimológica do verbete 
corrupção. “Etimologicamente, corrupção deriva do latim rumpere, equivalente a 
romper, dividir, gerando o vocábulo corrumpere, que, por sua vez, significa 
deterioração, depravação, alteração, sendo largamente coibidapelos povos 
civilizados” (GARCIA, 2008). 
Atentando-se à etimologia do termo, não é difícil concluir os efeitos dos 
atos corruptos: eles corroem os fios que compõem a teia ética que conforma a vida 
em sociedade e, por consequência, comprometem a integridade do organismo 
social. Todavia, como já dito, a análise do fenômeno deve se estender para além de 
suas consequências. 
Porém, devido ao escopo deste estudo, será dado enfoque à corrupção 
administrativa, afeta ao setor público. Esse recorte metodológico se impõe ante a 
impossibilidade de manejar todas as variáveis afetas a esse fenômeno danoso. 
Assim, exposto o problema afeto à definição, não se ocupa, aqui, a enfrentá-lo, por 
fugir ao objetivo do presente trabalho. 
 
6 
 
2.2 Escorço histórico da corrupção 
 
Alguns estudiosos sobre o tema, entre eles Nunes (2008), ressaltam que a 
existência da corrupção se confunde com a história da humanidade. Segundo ele, 
“referências ao fenômeno podem ser encontradas no Código de Hamurabi, no Reino 
da Babilônia (XX a.C.), no Reino do Egito (XIV a.C.) e na Bíblia” (p.16). 
Os filósofos da Grécia Antiga já se dedicavam ao tema. Aristóteles, em 
Ética a Nicômaco, já discorria sobre a currupção na polis. 
Foi na era clássica do Direito Grego, caracterizada pela aparição da 
cidade-estado, polis, e da democracia direta que surgiram os delitos de 
funcionários contra a Administração Pública. Eram tipificados o peculato, 
a corrupção e o abuso de autoridade, aos quais se cominavam penas 
gravíssimas, inclusive a de morte (BARROS JUNIOR apud ROCHA, 
2009, p. 37). 
O filme Gladiador (2000) destaca, de maneira explícita, a corrupção no 
Senado romano no período do Baixo Império (Século II), sendo salientado pelo 
Imperador que sua dissolução não seria sentida pelos romanos, ante os inúmeros 
escândalos de corrupção envolvendo os senadores. 
O que se observa é que a corrupção vem se desenvolvendo na mesma 
proporção que se desenvolve a sociedade. Quanto maior o número de relações 
humanas, mais propícia a ocorrência de um ato corrupto. Desde a expansão 
marítimo-comercial essas relações vêm aumentando vertiginosamente, passando 
pela Revolução Industrial, que mudou radicalmente a divisão do trabalho e 
aumentou a circulação de riquezas. Paralelamente, o Estado, na concepção que se 
conhece hoje, surge e se expande cada vez mais. 
A disputa pelo poder no mundo bipolar (entre capitalistas e socialistas), já 
no Século XX, foi propícia ao surgimento de governos ditatoriais, caracterizados por 
abusos praticados por ditadores corruptos. 
Essa Ordem Mundial foi rompida com o término da chamada Guerra Fria, 
já nos anos 1990, ocasião em que se iniciou processo de democratização. 
Esse processo de ampla democratização após a Guerra Fria fez com 
que houvesse uma verdadeira explosão de ações preventivas e 
repressivas ao fenômeno da corrupção. 
A democracia (…) permite a coexistência de mecanismos institucionais e 
sociais de controle e contribui para o aumento das discussões e das 
ações anticorrupção em razão do aumento dos espaços para discussão 
do fenômeno, além do aumento das instituições governamentais ou não 
que estudam o tema (NUNES, 2008, p. 23). 
7 
 
Hodiernamente, a corrupção passou a ser uma preocupação global, tanto 
que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a necessidade de 
desenvolver um instrumento jurídico contra a corrupção1. Após todos os trabalhos, 
em 9 de dezembro de 2003 foi assinada a Convenção das Nações Unidas contra a 
Corrupção – UNCAC2 (CGU, 2008). Desde então, o dia 9 de dezembro foi escolhido 
como o Dia Internacional de Combate à Corrupção. 
 
2.3 A corrupção no Setor Público 
 
A corrupção não é fenômeno exclusivo do setor público, ocorrendo em 
larga escala também no setor privado. Os efeitos desse fenômeno são maléficos a 
toda a sociedade, uma vez que implica a descrença nas instituições e o desvio de 
recursos públicos destinados a políticas públicas essenciais, como na saúde, 
educação e segurança pública, por exemplo. As consequências sociais são 
imensuráveis, mas não imperceptíveis. “A corrupção 'corrói a dignidade do cidadão, 
deteriora o convívio social, os serviços públicos e compromete a vida de gerações 
futuras'” (TREVISAN apud CARVALHO, 2005, p. 9). 
Todo cidadão brasileiro tem consciência de que cada vez mais pessoas 
morrem nas filas dos hospitais ante a falta de vagas, de equipamentos básicos, de 
remédios ou mesmo de profissionais. A qualidade do ensino público, em que pese a 
relevante força de vontade de nossos professores, é cada vez menor. A violência já 
não é mais uma característica marcante apenas dos grandes centros urbanos. 
Sofrem com os efeitos da corrupção não apenas as pessoas que necessitam 
diretamente desses serviços públicos essenciais, mas também a classe média que 
se sucumbe diante da sobrecarga tributária. 
Conforme conclusões exaradas em estudo realizado pelo Banco 
Mundial, publicado na Revista Veja nº 1.491, de 14/03/2001, acaso 
diminuídos os níveis de corrupção pela metade, acarretariam eles a 
redução dos seguintes fatores de arrefecimento social: a) mortalidade 
infantil - 51%; b) desigualdade na distribuição de renda - 54% e c) 
porcentagem da população que vive com menos de dois dólares por dia 
– 45% (GARCIA, 2008, p. 13). 
 
1
 Além da UNCAC, o Brasil já ratificou outros dois Tratados Internacionais que preveem a cooperação 
internacional na prevenção e combate à corrupção. Para mais informações consultar a a cartilha da CGU sobre a 
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO (2008, p. 5). 
2
 Sigla da expressão inglesa United Nations Convention Against Corruption. 
8 
 
A precariedade na prestação de boa parte dos serviços públicos não 
decorre da falta de recursos, mas sim da sua má aplicação. A Fundação Getúlio 
Vargas, em pesquisa, chegou à conclusão de que “a economia brasileira perde com 
a corrupção, todos os anos, de 1% a 4% do PIB (FGV). Isso equivale, anualmente, a 
um valor mínimo de 30 bilhões de reais” (NÓBREGA, 2009). 
Desse modo, aumentar as receitas públicas, principalmente com a 
sobrecarga tributária, em nada contribuirá para solução desse quadro caótico. Pelo 
contrário, o Estado, se assim agisse, estaria a exercer atividade confiscatória sobre 
o patrimônio particular. Aumentar-se-ia ainda mais a injustiça. 
Forçoso reconhecer que o fenômeno da corrupção na Administração 
Pública representa um entrave à realização dos objetivos fundamentais previstos no 
artigo 3º de nossa Constituição Federal (CF/88), in verbis: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Esses efeitos são nocivos à economia e à sociedade de qualquer país, 
“mas seus efeitos são mais devastadores nos países em desenvolvimento porque 
afetam diretamente o crescimento, os investimentos, a economia nacional e o 
desenvolvimento econômico e social” (NUNES, 2008, p. 19). Daí a necessidade de 
se combater, em âmbito global, esse fenômeno. 
 
2.4 Corrupção e Improbidade Administrativa 
 
Alguns autores consideram a corrupção na Administração Pública uma 
espécie do gênero improbidade administrativa. A probidade administrativa, princípio 
constitucional do Direito Administrativo, é conceito mais amplo e se relaciona com a 
ideia de honestidade na Administração Pública. Nessa linha, Garcia (2008),sustenta 
que 
No Brasil, como se sabe, a corrupção configura tão-somente uma das 
faces do ato de improbidade, o qual possui um espectro de maior 
amplitude, englobando condutas que não poderiam ser facilmente 
enquadradas sob a epígrafe dos atos de corrupção. Improbidade e 
9 
 
corrupção relacionam-se entre si como gênero e espécie, sendo esta 
absorvida por aquela (p. 2). 
Disciplinando o artigo 37, § 4º, da Carta Maior, a lei nº 8.429/92 define os 
atos praticados por agentes públicos, bem como por particulares em conluio com 
aqueles, que configuram improbidade administrativa. O artigo 1º e seu parágrafo 
único da referida lei estabelece quem são os sujeitos ativos dos atos de 
improbidade, in verbis: 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, 
servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público 
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, serão punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos 
de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba 
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público 
bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido 
ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da 
receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
E mais à frente estabelece as modalidades de improbidade: 
Os atos de improbidade compreendem três modalidades: 
a) os que importam enriquecimento ilícito (art. 9º); 
b) os que causam prejuízo ao erário (art. 10); 
c) os que atentam contra os princípios da Administração Pública 
(art. 11). (Grifos no original) (DI PIETRO, 2010, p. 833). 
 
É nítido que nem todos os atos de improbidade administrativa são, 
também, atos de corrupção. O presente estudo dá enfoque apenas aos atos de 
corrupção, que necessariamente se consubstanciam, simultaneamente, em ato 
ímprobo. 
 
3 O BRASILEIRO E A CORRUPÇÃO 
 
Estabelecidas essas premissas básicas acerca do tema do presente 
estudo, passa-se à análise de como o cidadão brasileiro se porta ante a ocorrência 
de corrupção na Administração Pública. 
10 
 
É mundialmente sabido que entre os brasileiros impera a “Lei de Gérson”3, 
em que a maioria das pessoas sempre busca sempre levar vantagens, ainda que 
indevidas, o que é demonstrado por pesquisas, como a adiante apresentada. Pagar 
propina ao agente de trânsito para não ser multado, ficar silente ao receber troco 
errado, valer-se do sistema de cotas para acesso ao cursos oferecidos pelas 
universidades públicas sem preencher os requisitos e mediante declarações falsas 
são só alguns exemplos práticos da aplicação da fatídica “lei de Gérson”. Mais que 
isso, a maioria daqueles que toma conhecimento das práticas corruptas (sem delas 
participar) as enxerga com relevante normalidade. 
Falta aos brasileiros4 maior consciência coletiva de que o bem de todos 
implicará, também, seu bem individual, assim como de que as pequenas vantagens 
individuais indevidamente percebidas se reverterão em circunstâncias mais 
gravosas, se não imediatamente, em curto prazo. 
A equivocada ideia de que a coisa pública é coisa de ninguém também 
reforça a tolerância, e até mesmo enaltecimento, daqueles que solapam o erário. 
Nesse sentido, pesquisa do IBOPE (2006) concluiu que 
a maioria dos brasileiros costuma condenar a corrupção, mas tem um 
comportamento nada aceitável nos seus atos do dia-a-dia, 
menosprezando valores como honestidade e ética e se apegando ao 
chamado "jeitinho brasileiro”. 75% afirmaram que cometeriam atos de 
corrupção se tivessem oportunidade de fazê-lo; 14% disseram que já 
pagaram gorgetas para se livrar de multas; 59% das pessoas ouvidas 
afirmaram que, se fossem autoridades, contratariam familiares ou 
amigos para cargos de confiança; 43% disseram que aproveitariam 
viagens oficiais para lazer próprio e dos familiares (NÓBREGA, 2009). 
O autor literário Mário de Andrade (1997), no romance “Macunaíma – o 
herói sem nenhum caráter”, bem ressaltou o perfil do herói Macunaíma, espertalhão, 
trapaceiro e sempre levando vantagem em tudo, sem a observância de quaisquer 
valores morais. Retratou, então, ainda no início do Século XX, como o brasileiro se 
vale o conhecido “jeitinho brasileiro”, e mais, como é enaltecido aquele que assim 
age. Trata-se de verdadeira subversão de valores. 
A passagem a seguir transcrita bem sintetiza esse entendimento: 
 
3
 “expressão que (lamentavelmente) é associada ao renomado jogador de futebol que ao realizar 
propaganda de cigarros, tinha por slogan publicitário 'leve você também vantagem' ou algo assim, acabou como 
um bordão associado à política e a esquema de corrupção” (FIGUEIREDO, 2008, p. 259). 
4
 Fala-se, aqui, apenas dos brasileiros não porque essas sejam características exclusivas deste povo, mas 
tão somente pelo recorte metodológico adotado na presente análise. Como já mencionado, a corrupção não é 
uma característica apenas desta ou daquela nação, mas sim um fenômeno global. 
11 
 
A corrupção está associada à fragilidade dos padrões éticos de 
determinada sociedade, os quais se refletem sobre a ética do agente 
público. Sendo este, normalmente, um mero "exemplar" do meio em que 
vive e se desenvolve, um contexto social em que a obtenção de 
vantagens indevidas é vista como prática comum pelos cidadãos, em 
geral, certamente fará com que idêntica concepção seja mantida pelo 
agente nas relações que venha a estabelecer com o Poder Público. Um 
povo que preza a honestidade terá governantes honestos. Um povo que, 
em seu cotidiano, tolera a desonestidade e, não raras vezes, a enaltece, 
por certo terá governantes com pensamento similar (GARCIA, 2008, p. 
3). 
É lastimável concluir que a sociedade brasileira repousa-se sobre padrões 
éticos tão frágeis. E como os agentes políticos e servidores públicos são alçados 
aos seus cargos escolhidos, por eleição ou concurso público, dentre os integrantes 
dessa mesma sociedade, essa ideologia permeia a Administração Pública. 
 
4 A DEMOCRACIA, O PRINCÍPIO REPÚBLICANO, O REGIME DE 
RESPONSABILIDADE E O COMBATE À CORRUPÇÃO PELA SOCIEDADE CIVIL 
 
No Brasil impera a democracia, regime político no qual “todo o poder 
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente” 
(parágrafo único do artigo 1º da CF/88). Portanto, os representantes eleitos exercem 
o poder não em nome próprios, mas sim como mandatários do povo, verdadeiros 
soberanos. A participação direta do povo nas decisões políticas se dão nos termos 
fixados na Carta Maior, por meio de projeto de lei de iniciativa popular, plebiscitos ou 
referendos. Trata-se da democracia semidireta. 
Por seu turno, o Brasil adota a república como forma de governo. 
Caracterizam um governo republicano: a) a temporariedade; b) a eletividade; c) a 
responsabilidade do governante; d) a representatividade popular. O princípio 
republicano está estampado no caput do artigo 1º da Constituição de 1988. Dele 
decorre alguns desdobramentos, dentre os quais se destacam a possibilidade de 
qualquer do povo, preenchidos os requisitos constitucionais ou legais, investir-se no 
poder e a responsabilização do governante pelos seus atos. 
A república enquanto forma de governo tem na responsabilidade o seu 
traço característico. É a garantia de que os mandatários edemais 
pessoas envolvidas no trato com a coisa pública definem como se irão 
portar no manejo e desempenho das funções republicanas. Daí 
compreender-se que a responsabilidade se faz indissociável do 
significado do termo república (NEIVA, 2007, p. 8). 
12 
 
A noção de responsabilidade é corolário do princípio de republicano. Isso 
porque o governante não exerce os seus atos em nome próprio, mas como 
mandatário do povo. Portanto, o mandatário tem o dever de prestar contas a quem 
representa. Se os atos empreendidos pelo governante forem contrários ao interesse 
público (interesse do povo), seja por desvio de finalidade, seja por abuso de poder, 
este deverá ser responsabilizado. 
Portanto, 
todos os que agirem, em qualquer área ou nível, como integrantes de 
algum órgão público ou exercendo uma função pública devem ser 
juridicamente responsável por seus atos e omissões. Para a efetivação 
dessa responsabilidade é preciso admitir que o agente do poder 
público ou o exercente de função pública possam ser chamados a 
dar explicações, por qualquer pessoa do povo, por um grupo social 
definido, ou por um órgão previsto na Constituição como agente 
fiscalizador. Se a coisa pública pertence ao povo, perante este todos 
os seus gestores devem responder (ATALIBA apud NEIVA, 2007, p. 8) 
(grifou-se). 
Isso porque a res publica (coisa pública), em essência, é coisa de todos e 
não coisa de ninguém, como a parte significativa da sociedade aparenta acreditar. 
Portanto, sendo o povo o soberano e detentor da coisa pública, nada mais óbvio que 
ele, enquanto integrante dessa sociedade, seja o principal legitimado a exigir a 
prestação de contas por parte daqueles que o representa. 
A idéia de responsabilidade faz-se acompanhar necessariamente das 
noções de pretação de contas e de fiscalização dos mandantes pelos 
mandatários, assegurando que, na ausência de tais ingredientes 
idoneamente formulados e de instrumental a torná-los plenamente 
eficazes, não há que falar em república representativa (SIRAQUE, 2009, 
p. 31-32). 
Deste modo, não há maior interessado ou legitimado ao combate à 
corrupção na Administração Pública que a sociedade civil. Como bem explicitado no 
excerto acima, o representante tem o dever de prestar contas perante qualquer do 
povo, grupo social ou órgão previsto na Constituição como agente fiscalizador. 
Assim, em que pese o relevante e fundamental papel desempenhado 
pelos órgãos de controle e fiscalização5 e os de repressão6 no combate à corrupção, 
o cidadão não pode acreditar que tal mister é atribuição exclusiva daqueles. Aliando-
se a esses órgãos, a sociedade civil, uma vez mobilizada, pode exercer papel 
 
5
 Papel desempenhado, principalmente, pelas ouvidorias, controles internos e pelos poderes legislativos, 
com o auxílio dos tribunais de contas. 
6
 Função dos ministérios públicos e das polícias judiciárias. 
13 
 
fundamental no combate à corrupção, especialmente no modo preventivo, com a 
obtenção de resultados alvissareiros. 
 
5 O CONTROLE SOCIAL COMO MEIO DE COMBATE À CORRUPÇÃO NA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
O cidadão e as entidades que compõem a sociedade civil podem 
combater a corrupção na Administração Pública por meio do controle social. Esse 
controle pode se dar mediante: a) encaminhamento de denúncias aos órgãos de 
controle e fiscalização da aplicação de recursos pelo Estado e de repressão aos 
atos de corrupção; b) monitoramento direto na aplicação de recursos públicos e na 
execução de políticas públicas nos municípios em que residem os cidadãos e c) 
repreensão moral, consubstanciada na não eleição de candidatos políticos que já 
estiveram envolvidos em escândalos de corrupção. 
Como visto, são vários os mecanismos de combate à corrupção que 
podem ser empreendidos pela sociedade civil, mas para que se tornem efetivos é 
necessário um árduo trabalho de mobilização e articulação sobre os cidadãos, 
visando despertar a consciência para os efeitos catastróficos da corrupção, o 
respeito individual aos interesses coletivos e a correta concepção sobre a res 
publica. Trata-se, pois, de ofertar uma melhor formação cidadã aos integrantes da 
sociedade brasileira. 
Somente uma ampla mobilização nacional, um plano estratégico de 
combate à corrupção de longo prazo, que envolva o setor público e a 
iniciativa privada, além da sociedade civil organizada, com um trabalho 
também fortemente centrado na educação, pode fazer a diferença 
(NÓBREGA, 2009). 
Porém, para que essa mobilização social ocorra é necessário o 
desenvolvimento de um planejamento estratégico7, coordenado pelos mencionados 
órgãos que têm constitucionalmente conferidas as funções de fiscalização e 
repressão aos atos de corrupção, uma vez que estes já estão estrutural e 
tecnicamente organizados para consecução de tal incumbência. 
O primeiro passo para a consecução desse intento é a articulação entre os 
os órgãos já referidos. Essa caminhada já foi iniciada com a criação dos Fóruns 
Permanentes de Combate à Corrupção (FOCCO) nos Estados de Alagoas, Goiás, 
 
7
 Planejamento estratégico é aquele que estabelece planos e objetivos a serem executados a longo prazo. 
14 
 
Rio Grande do Sul, Piauí , Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Tocantins, Acre e 
Amazonas (NÓBREGA, 2009), e pela implementação da Rede de Controle da 
Gestão Pública8. No Relatório 2009/2010, no qual o FOCCO-GO apresenta as 
principais atividades desenvolvidas no referido período, estão consignados sua 
natureza e objetivos: 
Trata-se, pois, de uma entidade interinstitucional que visa o 
estabelecimento de parcerias estratégicas objetivando contribuir para o 
fortalecimento do controle social, como forma de atuação também 
preventiva no combate à corrupção, além de tornar mais efetiva a 
atuação repressiva deste mal que assola a sociedade. 
Faz parte ainda das metas do Fórum desenvolver mecanismos de 
fomento e apoio à participação da sociedade civil organizada na 
fiscalização da aplicação do dinheiro público. (FOCCO-GO, 2011, p. 1). 
A comunhão de esforços entre os órgãos previstos na Constituição como 
agentes fiscalizadores e os integrantes da sociedade civil é fundamental para 
aumentar a efetividade no combate à corrupção, tendo em vista que, apesar da 
qualificação técnica e da missão perseguida por esses órgãos constitucionais, seus 
recursos são limitados e não dispõem da capilaridade necessária para alcançar a 
corrupção nos mais de cinco mil municípios que integram a Federação Brasileira. 
Como já mencionado, para que a sociedade civil possa ter condições de 
exercer papel atuante no combate à corrupção é necessário árduo trabalho de 
conscientização, que implique em mudança cultural e desperte os cidadãos para os 
danosos efeitos desse mal. Para tanto, essas entidades interinstitucionais podem 
realizar as seguintes ações: 
a) firmar parcerias com entidades da sociedade civil com o objetivo 
de apoiar o trabalho de mobilização social acerca do tema; 
b) incentivar a discussão entorno da corrupção e seu combate no 
âmbito escolar e no meio acadêmico; 
c) expandir os programas já desenvolvidos por alguns órgãos como 
“Olho Vivo no Dinheiro Público”, promovido pela Controladoria-Geral da 
União (CGU); 
d) intensificar a promoção de campanhas publicitárias que mostrem 
de maneira explícita os danos decorrentes da corrupção, visando 
 
8
 A Rede de Controle é um centro decisório interorganizacional que visa aprimorar a efetividade da 
função de controle do Estado sobre a gestão pública. Maiores informações podem ser obtidas na homepage da 
entidade (http://www.rededecontrole.gov.br/portal/page/portal/rededecontrole).15 
 
provocar no cidadão o choque necessário para sua mudança de 
postura frente a esse fenômeno; 
e) empreender gestão junto aos instrumentos midiáticos de modo 
fortalecer a divulgação, de modo crítico e sem sensacionalismos, os 
atos corruptos e seus efeitos nefastos; 
f) estudar os meios empregados pelos ambientalistas na promoção 
da mudança de conscientização promovida na sociedade em relação a 
preservação do meio ambiente e analisar a possibilidade de aplicá-los 
no combate à corrupção. 
 
Será sinal de que a interação entre sociedade civil e os órgãos de 
controle, fiscalização e os de repressão está se materializando.quando qualquer do 
povo9 irresignar-se ao se deparar com um veículo particular abastecendo à conta do 
contrato de fornecimento de combustível destinado a atender a frota de veículos da 
prefeitura, por exemplo, e se vir compelido a procurar os órgãos de fiscalização para 
comunicar o fato e apresentá-lo do modo correto, indicando eventuais meios de 
prova (ainda que testemunhais), bem como admoestar moralmente os responsáveis 
por referida conduta., 
Ou, ainda, quandos os políticos investigados por estarem envolvidos em 
escândalos de corrupção não conseguirem mais se elegerem, estar-se-á frente ao 
efetivo controle social. 
O combate à corrupção não haverá de ser fruto de mera produção 
normativa, mas, sim, o resultado da aquisição de uma consciência 
democrática e de uma lenta e paulatina participação popular, o que 
permitirá uma contínua fiscalização das instituições públicas, reduzirá a 
conivência e, pouco a pouco, depurará as idéias daqueles que 
pretendem ascender ao poder. Com isto, a corrupção poderá ser 
atenuada, pois eliminada nunca o será (GARCIA, 2008, p. 3) 
Ainda que árdua a caminhada rumo à efetiva prevenção e repressão da 
corrupção, ela deve ser iniciada e continuar de modo perene. A iniciativa, no sentido 
de reverter o estado de coisas apontado no item 2 deste estudo, deve recair, 
indubitávelmente, sobre os órgãos formalmente imbuídos de controlar e fiscalizar a 
aplicação dos recursos públicos e de reprimir os atos corruptos perpetrados. 
 
6 CONCLUSÃO 
 
9
 Aqui espera-se que referida conduta seja a regra e não a exceção, como tem-se hoje. 
16 
 
 
É fato que o combate à corrupção é um problema de tamanha proporção 
que, não raras vezes, acaba-se por acreditar não haver solução para amenizá-lo. 
Todavia, há que se buscar a consciência de que “o soldado da paz não pode ser 
derrotado, ainda que a guerra pareça perdida”10. A corrupção é um fenômeno que, 
por suas características e efeitos, deve mobilizar a todos no mister de combatê-la. 
E este combate não pode se limitar à pratica de ações meramente formais 
ou protocolares, mas sim se pautar por práticas efetivas e concretas que sejam 
capazes de atenuar a corrupção. Não é crivel que mudanças legislativas ou 
promulgação de novas leis sejam capazes de reduzir a corrupção. Na verdade, é 
necessário executar corretamente as leis que compõem o ordenamento júrídico 
pátrio. 
Ademais, as ações de combate à corrupção devem ser planejadas e 
executadas de maneira coordenada entre os órgãos que têm esse finalidade. Se 
assim não for, estar-se-á apenas a “enxugar gelo”, uma vez que ações isoladas 
dificilmente conseguirão efetivamente alterar o estado de coisas com o qual se 
depara hoje. 
Por fim, o efetivo combate à corrupção necessariamente deverá contar 
com participação da sociedade civil, de modo a aliar os controles sociais e 
institucionais. Os resultados serão lentos, porém praticamente certos e 
recompensadores. As consequências desse concerto será a redução da corrupção 
no Setor Público e, com isso, o desenvolvimento econômico e social do Brasil. 
 
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10
 Fragmento da música da banda Cidade Negra “Soldado da Paz” (Composição: Toni Garrido / Lazão / 
Da Gama / Bino / Herbert Viana). 
17 
 
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