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O JOGO E A CRIANÇA Jean Château BIOGRAFIA DE JEAN CHATEAU Obras: SUMÁRIO Objetivo O jogo e a natureza infantil Introdução Por que a criança brinca? Desenvolvimento O jogo e o outro A disciplina do jogo Os jogos, as idades e os caracteres Considerações finais Papel pedagógico do jogo POR QUE A CRIANÇA BRINCA? O que é o jogo para a criança? Brincadeira Atividade séria Faz de conta Euforia Autoafirmação Formação da personalidade Percepção total da criança “Não se pode dizer de uma criança “que ela cresce” apenas, seria preciso dizer “que ela se torna grande” pelo jogo” POR QUE A CRIANÇA BRINCA? O que aconteceria se as crianças parassem de brincar? “Mundo infantil que faz a nossa alegria e o nosso tormento, mas um mundo triste de pigmeus desajeitados e silenciosos, sem inteligência e sem alma” POR QUE A CRIANÇA BRINCA? Como o período da infância pode influenciar o desenvolvimento das espécies? “Quanto mais longa a infância, maior o período de plasticidade durante o qual o animal brinca, joga, imita, experimenta, isto é, multiplica suas possibilidades de ação e enriquece com o fruto de sua experiência individual o fraquíssimo capital que lhe foi transmitido como herança” POR QUE A CRIANÇA BRINCA? Qual o objetivo dos jogos funcionais nos bebês? “A atividade dos jogos funcionais permite a cada função explorar sua área e se expandir para dar surgimento a novos resultados” POR QUE A CRIANÇA BRINCA? O que caracteriza uma atividade lúdica? “É preciso buscar o princípio da atividade lúdica não mais num impulso interno de tendências, mas numa necessidade mais ampla de se afirmar, de revelar seus poderes” POR QUE A CRIANÇA BRINCA? O que conseguimos perceber vendo crianças brincando? Atitude lúdica “Mergulha fundo no seu jogo, porque é coisa séria” POR QUE A CRIANÇA BRINCA? O adulto brinca? “O próprio adulto procura às vezes no jogo o esquecimento de seus problemas e uma grandeza ilusória” POR QUE A CRIANÇA BRINCA? O jogo do adulto é diferente da criança? Principais características ADULTO CRIANÇA Relaxamento Tem um fim em si mesmo Passar o tempo Afirmação do Eu Tristeza e alegria Alegria Mostrar superioridade Sem preocupação Esporte Liberdade e Fantasia POR QUE A CRIANÇA BRINCA? O mundo do jogo é uma antecipação das ocupações sérias? “O jogo prepara para a vida séria” “Não tem consciência do treinamento que de fato realiza, a criança tem consciência de desempenhar o papel do adulto no seu diminuto mundo lúdico” POR QUE A CRIANÇA BRINCA? Qual é o princípio motor do jogo infantil? Personalidade Afirmação de si Futuro desejado Faz-de-conta Válvula de escape Formalismo Divertimento Seriedade “Como se o jogo operasse um corte no mundo, destacando no ambiente o objeto lúdico para apagar todo o resto” “ Jogando a criança revela a sua espontaneidade” CAPÍTULO I: O JOGO E O OUTRO – O APELO DO MAIS VELHO Por que a criança revela um gosto pelo trabalho? “Tem uma significação, um valor” “Participar das atividades adultas é o sonho de toda criança” “Toda a sua atividade é comandada pela sombra do mais velho” CAPÍTULO I: O JOGO E O OUTRO – O APELO DO MAIS VELHO Qual o papel do apelo do mais velho na infância da criança? “Toda infância é sustentada e impulsionada pelo apelo do mais velho” “Os adultos, e mais genericamente os mais velhos, são os deuses que a criança adora, aqueles em cuja direção ela quer se elevar, aqueles a quem ela copia todos os seus atos” CAPÍTULO I: O JOGO E O OUTRO – O APELO DO MAIS VELHO Como o apelo do mais velho é percebido nas brincadeiras infantis? “A atividade lúdica como um ritual” Adulto→Pai →O Grande→Regras tradicionais CAPÍTULO I: O JOGO E O OUTRO – A FORMAÇÃO DO GRUPO De onde vem essa superioridade da criança? “Superioridade de sua estrutura, do desenvolvimento de seu cérebro, de sua posição ereta, da forma de suas mãos, mas também da duração de sua infância e de sua integração no universo social” CAPÍTULO I: O JOGO E O OUTRO – A FORMAÇÃO DO GRUPO Qual a origem da sociedade infantil? Fator instintivo Atração mútua natural Capacidade de imitação E como esses fatores aparecem nos jogos das crianças? Idade Características 1 a 4 anos Isoladas ou em pares 5 anos Companheiro para o jogo 6 a 10 anos Ampliam o grupo fragmentário 11 anos... Cooperação e competição CAPÍTULO I: O JOGO E O OUTRO – A FORMAÇÃO DO GRUPO Como se dá a passagem do grupo segmentário para o de cooperação? Jogos de imitação Jogos de competição “Brincam isolados, mas esboçam uma colaboração, a solidariedade mecânica tende a tornar-se orgânica” “O jogo “contra” substitui o jogo “lado a lado” CAPÍTULO I: O JOGO E O OUTRO – A FORMAÇÃO DO GRUPO Como os pequenos são aceitos nos jogos dos mais velhos? “A benevolência dos grandes tem então duas origens: por um lado, procede de sentimentos naturais de simpatia, como a atração mútua; por outro, ela constitui um testemunho a mais desse orgulho infantil” “A integração se faz paulatinamente, como se o pequeno devesse realizar uma aprendizagem” “É um espectador...É impregnar-se na atmosfera dos grandes” “Participa passivamente antes de participar ativamente” CAPÍTULO I: O JOGO E O OUTRO – A FORMAÇÃO DO GRUPO Como aparece o fenômeno da cefalização? “Geralmente o mentor se impõe progressivamente, até sem que seus pares se apercebam” Principais características do mentor: Guardião Fixa os papéis Autoridade Líder Castigo Iniciativa “Ser um mentor num grupo infantil é um bom sinal para o sucesso futuro no mundo adulto” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – A REGRA E A ORDEM Qual a função da regra no jogo? Moralidade Obediência Afirmação Amor à regra “A regra é o instrumento da personalidade” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – A REGRA E A ORDEM O que é preciso acrescentar a regra para dar consistência à alma infantil? “Necessidade de ordem...rege as condutas mais simples” Amor à repetição Ritmos Aritmomania É patológico? Geometrismo “A regra é a ordem imposta em nossos atos” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – A REGRA E A ORDEM O que ocorre nos jogos representativos das crianças? Modelo real “Todo jogo de imitação contém assim regras implícitas, mas que ainda não estão separadas do modelo concreto” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – A REGRA E A ORDEM Quais as principais características da regra arbitrária? Desligado de modelo concreto Inventados e logo esquecidos Pouca duração Entre 5 a 8 anos Entre o apelo do adulto e dos grandes Jogos solitários Dar lugar ao desafio/aposta Como a regra arbitrária pode corroborar para a afirmação do eu? “Manifesto a minha vontade pela permanência do meu ato” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – A REGRA E A ORDEM Qual é a origem das regras do jogo? “Ela pode ser inventada, pode originar-se da imitação, pode ter sido aprendida pela tradição, enfim, pode simplesmente resultar de nossa estrutura e de nossos instintos” “Eles estão presentes, com freqüência, no mesmo jogo” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – ORIGEM DAS REGRAS DO JOGO Como a criança inventa? Esquemas e procedimentos Tema Analogias Circunstâncias acidentais Por acréscimo Imitação Variações e combinações CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – ORIGEM DAS REGRAS DO JOGO O que mascara a fragilidade da invenção da criança? Imaginação Contentamento fácil Mundo do faz-de-conta Objeto fragmentado “É a facilidade com que ela pode, num objeto qualquer, ver a imagem de um outro ser” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – A REGRA E A ORDEM Qual é a origem das regras tradicionais? Sociedade infantil ou adulto? “Essa sociedade impõe regras rígidas, ela é tirânica e o mentor é seu símbolo vivo” “Tudo que parece ser precioso para o adulto, parece mais precioso ainda para à criança” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – OS OBSTÁCULOS À DISCIPLINA Por que a criança demora tanto tempo para se submeter as regras tradicionais? Instabilidade Incapacidade fisiológica Egocentrismo Euforia “A disciplina de jogo supõe, de fato, desde que aparece um grupo não segmentário, uma colaboração entre seus membros” CAPÍTULO II: A DISCIPLINA DO JOGO – O OBJETO, O ADULTO E O GRUPO Quais são os fatores externos que agem no jogo? Objeto Adulto Grupo infantil “O objeto desempenha apenas um papel de suporte da imaginação, apenas um gancho onde prender os sonhos” “O papel do adulto na gênese da disciplina do jogo parece, portanto, bastante reduzido...mas são os grandes, bem mais que os adultos, que são aqui os instrutores, o adulto só intervém eventualmente” “O fator essencial na disciplina do jogo... é o grupo organizado que impõe a disciplina” CAPÍTULO III: OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES “Como os interesses da criança evoluem de idade para idade?” CAPÍTULO III– OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES “Os interesses mudam com as idades” “Todo novo comportamento lúdico, uma vez adquirido, persiste por muito tempo, ainda que novos comportamentos venham a pressioná-lo” CAPÍTULO III– OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES Jogos Idades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Jogos Funcionais _____........... J. Hedonísticos _____ J. Com o novo _____......................................... J. De destruição _____................................. J. De desordem e euforia ......._______............. J. Figurativos ____________............................ J. De construção ___________________________ J. De regras arbitrárias ____________............................ J. De valentia ........______ J. De competição _____________ Danças ......................_________ Cerimônias .........._________ CAPÍTULO III– OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES Há diferença nos jogos de meninos e meninas? Principais características dos jogos entre os sexos: MENINOS MENINAS ↑ Hierarquia ↑ Disciplina ↑ Euforia ↑ Organização ↑ Combatividade ↑ Benevolência ↑ Comportamento agressivo ↑ Conservantismo ↑ Tendência dominadora ↑ Sociabilidade ↓ Benevolência ↓ Hierarquização Jogos ativos e vigorosos Jogos dramáticos e sociais CAPÍTULO III– OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES Como a caracterologia pode ajudar a compreender os jogos infantis? Testes de caráter Cartilhas manchadas de tinta Desenhos Histórias Questionários Será que há sempre tendências ocultas nos jogos infantis? “Os desejos secretos da criança - ser grande, forte, hábil, célebre -, suas simpatias, antipatias, gulodices, sensualidade, crueldade se refletem em seus jogos prediletos” CAPÍTULO III– OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES Tendências ocultas Percepção da criança Exploração da alma infantil nos jogos “Não se deve procurar sempre um fim oculto nas atividades” “No jogo, a criança mostra, aliás, sua inteligência, sua vontade, seu traço dominante, sua personalidade, enfim.” CAPÍTULO III: OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES Seria possível verificar em cada idade a duração média de um jogo? Será que há uma distribuição cronológica dos jogos através do ano? Como se dá a evolução dos jogos? CAPÍTULO III: OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES “Somos tentados a procurar uma regularidade onde não existe” “Digamos que o clima favorece a localização de certos jogos em certas épocas; os outros se encaixam como podem no calendário” “Cada tendência nova – e cada esquema novo – tem propensão a anexar os domínios de tendência já constituídas” CAPÍTULO III– OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES “Uma rica fonte de atividades superiores” “É no jogo que contemplamos, que projetamos, que construímos... É entretanto, pelo jogo que a humanidade se insinua por toda a parte, e é pelo jogo que essa humanidade se desenvolve” CAPÍTULO III: OS JOGOS, AS IDADES E OS CARACTERES Qual o papel pedagógico do jogo? “O jogo dá origem a inúmeras atividades superiores, senão a todas, arte, ciência, trabalho etc. Ele constitui, portanto, como o vestíbulo natural dessas atividades; é por seu intermédio que a criança pode chegar a elas. Sabe-se assim que se pode buscar no jogo um meio de educação. Os métodos ativos tem usado e às vezes abusado do jogo. Convém, portanto, ver em que sentido e até que ponto o jogo pode conduzir a criança ao limitar da sua vida social e fazê-la conhecer o trabalho.” CONCLUSÃO – O PAPEL PEDAGÓGICO DO JOGO Para que servem os jogos educativos nas escolas? Atenção Instabilidade natural Esforço Tarefa “O jogo é um vestíbulo natural do trabalho” CONCLUSÃO – O PAPEL PEDAGÓGICO DO JOGO Qual é a função da escola? “Deve preparar para a vida, substituindo o trabalho imposto pelo desenvolvimento ativo da personalidade infantil” Qual é o papel do professor? Adivinhar a alma infantil Dar vida Modelo Interferência Desenvolvimento da criança Obediência consentida, desejada CONCLUSÃO – O PAPEL PEDAGÓGICO DO JOGO “O pedagogo não é – e não deve querer ser – um criador, mas um jardineiro que sabe fazer crescer as sementes” CONCLUSÃO – O PAPEL PEDAGÓGICO DO JOGO É possível ter uma educação pelo Jogo? “O jogo exercita não apenas os músculos, mas a inteligência, dá flexibilidade e vigor” “A criança quer um jogo a sua altura” “Por ele, a criança toma contato com outras, se habitua a considerar o ponto de vista de outrem e sair do seu egocentrismo” “O que agrada no jogo é a dificuldade livremente superada” CONCLUSÃO – O PAPEL PEDAGÓGICO DO JOGO Que diferenças separam o jogo do trabalho? JOGO TRABALHO Não é duradouro Sociedade É abstraído da situação real É total Não tem hora e em local É conjunto Fora da sociedade Matéria concreta CONCLUSÃO – O PAPEL PEDAGÓGICO DO JOGO Ter uma educação baseada somente no jogo seria suficiente? Isolamento Não tem um fim concreto Formalismo Integrar o indivíduo ao todo Trabalho “Uma educação que se limitasse ao jogo isolaria, pois o homem da vida, fazendo o viver num mundo ilusório” CONCLUSÃO – O PAPEL PEDAGÓGICO DO JOGO O jogo prepara a criança para o trabalho? “A escola deve preparar para a vida, e até ser a vida, é preciso então incluir nela o trabalho” “O Jogo é apenas um substituto do trabalho” “Se a criança brinca é porque é ainda incapaz de trabalhar” “Não se pode esquecer de levar em conta a natureza da infância” CONCLUSÃO – O PAPEL PEDAGÓGICO DO JOGO Então, de quem a escola se aproxima: do jogo ou do trabalho? “Não procuremos identificá-lo nem com um e nem com outro” “O trabalho real e a vida lhes darão o que lhes falta” “Alegoria platônica da caverna” A Caverna do Dragão
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