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10 Direito Administrativo

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Prefeitura Municipal de Goiânia/GO 
Auditor de Tributos do Município de Goiânia 
 
1. Princípios Constitucionais do Direito Administrativo e conceitos de Direito Administrativo. .................... 1 
 
2. Controle Interno e Externo da Administração Pública. .............................................................................. 8 
 
3. Administração Pública: conceito, estrutura, poderes e deveres do administrador público. .................... 10 
 
4. Administração direta. Administração Indireta: conceito, autarquias, associações públicas, empresas 
públicas, fundações públicas e sociedades de economia mista, consórcio. Controle da Administração Indireta. 
 ............................................................................................................................................................................ 14 
 
5. Poderes administrativos. Uso, abuso e desvio de poder. ....................................................................... 31 
 
6. Ato administrativo: conceito, elementos, atributos, espécies. Discricionariedade e Vinculação. Ato 
administrativo punitivo. Mérito Administrativo. Extinção dos atos administrativos. Anulação. Revisão. 
Revogação. Convalidação. Controle jurisdicional. ........................................................................................... 38 
 
7. Procedimento Administrativo: conceito, princípios, pressupostos, objetivos. ......................................... 47 
 
8. Contratos administrativos: conceito, espécies, disposições peculiares. Cláusulas necessárias. 
Inadimplemento. Rescisão. Anulação. Convênios. .......................................................................................... 48 
 
9. Licitação: natureza jurídica, finalidades, espécies. Dispensa e inexigibilidade. Lei 8.666/93. Pregão. Lei 
10.520/2002. Lei Complementar n.º 123/2006. ................................................................................................ 60 
 
10. Parceria público privada. ...................................................................................................................... 162 
 
11. Serviço Público: conceito, classificação. Concessão, Permissão e Autorização. .............................. 173 
 
12. Agentes Públicos. Servidores Públicos: conceito, categorias, direitos e deveres. Cargo, emprego e 
função: normas constitucionais, provimento, vacância. Regime de previdência. .......................................... 180 
 
13. Responsabilidades dos Agentes Públicos: civil, administrativa e criminal. ......................................... 202 
 
14. Processo administrativo disciplinar. ..................................................................................................... 245 
 
15. Bens públicos: regime jurídico e classificação. Formas de utilização, Concessão, permissão e 
autorização de uso; Desafetação e alienação. ............................................................................................... 260 
 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 2 
16. Desapropriação: conceito. Desapropriação por utilidade pública, necessidade pública, interesse social. 
Indenização. Desapropriação indireta. Limitações administrativas. Função social da propriedade. ............ 265 
 
17. Responsabilidade extracontratual do Estado. Responsabilidade pelos atos danosos praticados pelos 
agentes públicos. Responsabilidade pela omissão ou deficiência de serviço. Excludentes de responsabilidade. 
Responsabilidade civil pessoal dos agentes públicos. Improbidade administrativa (Lei Federal n.º 
8.429/92). ......................................................................................................................................................... 274 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho 
na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 1 
 
 
OS DIFERENTES CRITÉRIOS ADOTADOS PARA A CONCEITUAÇÃO DO DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
Existe divergência entre os doutrinadores quanto ao conceito de Direito Administrativo. Na verdade, 
cada autor escolhe certos elementos que considera mais significativos para chegar ao conceito, como se 
pode notar nos exemplos abaixo. 
Celso Antônio Bandeira de Mello1 enfatiza a ideia de função administrativa: “o direito administrativo é 
o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a 
exercem” 
Hely Lopes Meirelles2, por sua vez, destaca o elemento finalístico na conceituação: os órgãos, agentes 
e atividades administrativas como instrumentos para realização dos fins desejados pelo Estado. Vejamos: 
“o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta 
e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro3 põe em evidência como objeto do Direito Administrativo: órgãos, 
agentes e as pessoas integrantes da Administração Pública no campo jurídico não contencioso: “o ramo 
do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram 
a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se utiliza para 
a consecução de seus fins, de natureza pública”. 
 
CONCEITO PARA FINS ATUAIS 
 
São muitos os conceitos do que vem a ser Direito Administrativo. Em resumo, pode-se dizer que direito 
administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que tratam da Administração Pública, suas entidades, 
órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira de se atingir as finalidades do Estado. 
Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação entre ela e os administrados e seus 
servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo. 
O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja principal característica está fato de 
haver uma desigualdade jurídica entre cada uma das partes envolvidas. De um lado, encontramos a 
Administração Pública, que defende os interesses coletivos; de outro, o particular, havendo conflito entre 
tais interesses, haverá que prevalecer o da coletividade, representado pela Administração. 
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior ao 
particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de condições. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Para compreender os Princípios da Administração Pública é necessário entender a definição básica 
de princípios, que servem de base para nortear e embasar todo o ordenamento jurídico e é tão bem 
exposto por Miguel Reale, ao afirmar que: 
 
“Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de 
certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da 
realidade. Às vezes também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não serem 
evidentes ou resultantes de evidências,são assumidas como fundantes da validez de um sistema 
particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários.” 
 
Desta forma, princípios são proposições que servem de base para toda estrutura de uma ciência, no 
Direito Administrativo não é diferente, temos os princípios que servem de alicerce para este ramo do 
direito público. Os princípios podem ser expressos ou implícitos, vamos nos deter aos expressos, que são 
 
1 MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014. 
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002. 
3 DI PIETRO , Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas. 
1. Princípios Constitucionais do Direito Administrativo e 
conceitos de Direito Administrativo. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 2 
os consagrados no art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil. Em relação aos princípios 
constitucionais, Meirelles afirma que: 
 
Assim sendo, os princípios constitucionais da administração pública, como tão bem exposto, vêm 
expressos no art. 37 da Constituição Federal, e como já afirmado, retoma aos princípios da legalidade, 
moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade. Em consonância, Di 
Pietro conclui que a Constituição de 1988 inovou ao trazer expresso em seu texto alguns princípios 
constitucionais. O caput do art. 37 afirma que a administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, os quais em seguida serão tratados com 
mais ênfase. 
 
Além da Constituição, a Lei nº 9784/1999, mais precisamente em seu artigo 2º, obedecerá aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla 
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
 
Não obstante o exposto, se torna primeiramente necessário falar de dois princípios que regem a 
Administração Pública de forma geral, são eles o princípio da supremacia do interesse público e o 
princípio da indisponibilidade do interesse público. Vejamos: 
 
Princípio da Supremacia Do Interesse Público 
 
Este princípio consiste na sobreposição do interesse público em face do interesse particular. Havendo 
conflito entre o interesse público e o interesse particular, aquele prevalecerá. 
Podemos conceituar INTERESSE PÚBLICO como o somatório dos interesses individuais desde que 
represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade. 
O interesse público PRIMÁRIO é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como um 
todo. Já o interesse público SECUNDÁRIO é o interesse direto do Estado como pessoa jurídica, titular de 
direitos e obrigações, em suma, é vontade do Estado. Assim, a vontade do povo (interesse público 
PRIMÁRIO) e a vontade do Estado (interesse público SECUNDÁRIO) não se confundem. 
O interesse público SECUNDÁRIO só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público 
PRIMÁRIO. E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse público 
PRIMÁRIO. Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta distinção. 
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a 
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública para que esta 
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela Constituição e pelas leis. 
O ordenamento jurídico determina que o Estado-Administração atinja uma gama de objetivos e fins e 
lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio da Supremacia do 
Interesse Público, fornecendo à Administração as prerrogativas e os poderes especiais para obtenção 
dos fins estabelecidos na lei. 
O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala, 
dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Direito Administrativo. Vejamos alguns 
exemplos práticos: 
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no princípio da 
Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma propriedade, 
requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à propriedade. 
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses contratos 
preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo, modificar 
ou rescindir unilateralmente tal contrato. 
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade, por exemplo, 
de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite com o 
objetivo de diminuir a violência. 
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades cometidas em nome do aludido princípio, já 
existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se por fim a este, através da Teoria da 
Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá o 
problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria da doutrina, o 
princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da Administração, 
devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário deve 
ser provocado para corrigi-lo. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 3 
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 
 
Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico-administrativo, funcionando como contrapeso ao 
princípio da Supremacia do Interesse Público. 
Ao mesmo tempo em que a Administração tem prerrogativas e poderes exorbitantes para atingir seus 
fins determinados em lei, ela sofre restrições, limitações que não existem para o particular. Essas 
limitações decorrem do fato de que a Administração Pública não é proprietária da coisa pública, não é 
proprietária do interesse público, mas sim, mera gestora de bens e interesses alheios que pertencem ao 
povo. 
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode atuar pautada em lei. A Administração 
somente poderá agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A atuação da 
Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único instrumento capaz de retratar o que seja 
interesse público. Assim, o princípio da Indisponibilidade do Interesse Público tem estreita relação com o 
princípio da Legalidade, sendo que alguns autores utilizam essas expressões como sinônimas. 
Este princípio também se encontra implícito em nosso ordenamento, surgindo sempre que estiver em 
jogo o interesse público. Exemplos da utilização deste princípio na prática: 
- os bens públicos não são alienados como os particulares, havendo uma série de restrições a sua 
venda. 
- em regra, a Administração não pode contratar sem prévia licitação, por estar em jogo o interesse 
público. 
- necessidade de realização de concurso público para admissão de cargo permanente. 
 
Sem prejuízo, voltamos a frisar que a Administração Pública deverá se pautar principalmente nos cinco 
princípios estabelecidos pelo “caput” do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Os princípios são os seguintes: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência. 
 
Dica de memorização: se unirmos as iniciais dos principais princípios constitucionais, 
chegaremos à palavra mnemônica “L.I.M.P.E.” 
 
- L egalidade;- I mpessoalidade 
- M oralidade 
- P ublicidade 
- E ficiência 
 
Vejamos o que prevê a Carta Magna sobre o tema: 
 
CAPÍTULO VII 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) 
 
Princípio da Legalidade 
 
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico 
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante 
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao 
administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que ele 
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o 
princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 
5º, II, da Constituição Federal de 1988. 
 
 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 4 
Princípio da Impessoalidade 
 
Posteriormente, o artigo 37 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade. 
Este princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução 
das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não 
o interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da 
impessoalidade estaria intimamente relacionado com a finalidade pública. De acordo com a autora “a 
Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que 
é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento”. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. 
Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005). 
Em interessante constatação, se todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput) necessariamente o serão 
perante a Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos de modo 
igual, ou quando necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar à igualdade real e 
material. 
Nesse sentido podemos destacar como um exemplo decorrente deste princípio a regra do concurso 
público, onde a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego. 
 
Princípio da Moralidade Administrativa 
 
A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com 
boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador 
público de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas 
dos padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei). 
Não basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser honesto tendo como finalidade o bem 
comum. Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade administrativa significa um conjunto de regras 
de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Trata-se de probidade administrativa, que é a 
forma de moralidade. Tal preceito mereceu especial atenção no texto vigente constitucional (§ 4º do artigo 
37 CF), que pune o ímprobo (pessoa não correto -desonesta) com a suspensão de direitos políticos. Por 
fim, devemos entender que a moralidade como também a probidade administrativa consistem 
exclusivamente no dever de funcionários públicos exercerem (prestarem seus serviços) suas funções 
com honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou função para proveito pessoal ou para 
favorecimento de outrem. 
 
Princípio da Publicidade 
 
O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração 
Pública, obedecendo, todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do eminente doutrinador 
Hely Lopes Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar 
seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados e pelo povo em 
geral, através dos meios constitucionais...”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 
São Paulo: Malheiros, 2005). 
Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII, garante a todos o direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei nº 
12.527/2011 (Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do 
art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; 
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e 
dá outras providências). 
Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de segurança cumprem importante papel 
enquanto garantias de concretização da transparência. 
 
Princípio da Eficiência 
 
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37, da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 é o da eficiência. 
Se, na iniciativa privada, se busca a excelência e a efetividade, na administração outro não poderia 
ser o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a eficiência também para a Administração Pública. 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 5 
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a todo 
agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno 
princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, 
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da 
comunidade e de seus membros”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: 
Malheiros, 2005). 
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode 
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor 
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação 
ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo 
de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. 
Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005). 
Por sua atualidade merece especial referência a questão do nepotismo, ou seja, a designação de 
cônjuge, companheiro e parentes para cargos públicos no órgão. A lei proíbe o nepotismo direto, aquele 
em que o beneficiado deve estar subordinado a seu cônjuge ou parente, limitado ao segundo grau civil, 
por consanguinidade (pai, mãe, avós, irmãos, filhos e netos) ou por afinidade (sogros, pais dos sogros, 
cunhados, enteados e filhos dos enteados). 
O Supremo Tribunal Federal ampliou essa vedação, por meio da Súmula Vinculante nº 13, onde proíbe 
o nepotismo em todas as entidades da Administração direta e indireta de todos os entes federativos, 
enquanto que a Lei 8.112/90 veda apenas para a Administração direta, às autarquias e fundações da 
União; estende a proibição aos parentes de terceiro grau (tios e sobrinhos), que alcançavaapenas os 
parentes de segundo grau; e proibiu-se também o nepotismo cruzado, aquele em que o agente público 
utiliza sua influência para possibilitar a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em cargo em 
comissão ou de confiança ou função gratificada não subordinada diretamente a ele. 
A vedação do nepotismo representa os princípios da impessoalidade, moralidade, eficiência e 
isonomia, de acordo com o decidido na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC nº 12). A partir de 
agora, temos a palavra da Suprema Corte, dizendo que o nepotismo ofende os princípios republicanos, 
previstos nos arts. 5º e 37 da Constituição Federal. 
 
Questões 
 
01. (TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC/2014) O 
princípio que traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem 
discriminações, benéficas ou peculiares denomina-se princípio da 
(A) responsabilidade. 
(B) moralidade. 
(C) publicidade. 
(D) supremacia do interesse público. 
(E) impessoalidade. 
 
02. (SEFAZ/RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - Prova 2 - FUNDATEC/2014) São 
Princípios da Administração Pública, expressos na Constituição Federal, exceto 
(A) Legalidade 
(B) Probidade 
(C) Impessoalidade. 
(D) Eficiência. 
(E) Publicidade. 
 
03. (DOCAS/RJ - Especialista Portuário - Contratos, Compras e Licitações: 
MakiyamaÓrgão/2014). São princípios constitucionais da Administração Pública: 
(A) Moralidade, contraditório e devido processo legal. 
(B) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
(C) Legalidade, supremacia do interesse público e proporcionalidade. 
(D) Razoabilidade, motivação, publicidade, probidade e eficiência. 
(E) Proporcionalidade, razoabilidade, motivação e publicidade. 
 
04. (TCE/RS - Auditor Público Externo - FCC/2014) A necessidade de publicação dos atos 
administrativos no Diário Oficial e, em alguns casos, em jornais de grande circulação é forma de 
observância do princípio da: 
1155683 E-book gerado especialmente para MARIA GABRIELA FERREIRA
 
. 6 
(A) legalidade, ainda que essa obrigação não esteja prevista na legislação. 
(B) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos são publicados sem identificação da 
autoridade que os emitiu. 
(C) eficiência, posto que a Administração deve fazer tudo o que estiver a seu alcance para promover 
uma boa gestão, ainda que não haja lastro na legislação 
(D) supremacia do interesse público, pois a Administração tem prioridade sobre outras publicações. 
(E) publicidade, na medida em que a Administração deve dar conhecimento de seus atos aos 
administrados. 
 
05. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) O Chefe da Polícia Civil, por razões 
estritamente pessoais, com o objetivo de prejudicar determinado Perito Criminal, determina sua remoção 
ex offício, da Capital para localidade bem distante. Diante da situação apresentada, é CORRETO afirmar 
que o ato administrativo praticado é 
(A) ilícito, porque ofende o princípio da impessoalidade. 
(B) lícito, porque atende o interesse da Administração Policial. 
(C) lícito, porque o servidor policial está sujeito a ser lotado em qualquer Unidade do Estado. 
(D) lícito, porque originário de Autoridade Administrativa competente. 
 
06. (TJ/PA - Auxiliar Judiciário - VUNESP/2014) Não basta ao administrador o cumprimento da 
estrita legalidade; ele deverá respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça. A afirmação se 
refere ao princípio constitucional da 
(A) publicidade. 
(B) efetividade. 
(C) impessoalidade. 
(D) eficiência. 
(E) moralidade. 
 
07. (PC/SC - Delegado de Polícia - ACAFE/2014) Correlacione os cinco princípios do serviço público 
com seus requisitos específicos. 
(1) Continuidade 
(2) Eficiência 
(3) Generalidade 
(4) Modicidade 
(5) Cortesia 
 
( ) O princípio que consagra o direito do cidadão, dentro das modalidades estabelecidas, exigir, tanto 
da Administração Pública, quanto dos prestadores delegados, a prestação do serviço público, sem se 
negar a um usuário o que foi concedido a outro, é o da (...). 
( ) Apesar de garantido pela Constituição Federal, em seu art. 37, VII, o direito de greve dos servidores 
públicos só pode ser exercido dentro dos limites definidos em lei, sob pena de ferimento do princípio da 
(...). 
( ) O prestador do serviço público que busca o aperfeiçoamento do serviço, incorporando os melhores 
recursos e técnicas possíveis, de modo que a execução seja mais proveitosa, com o menor dispêndio, 
está agindo consoante com o princípio da (...). 
( ) O princípio que traduz a preocupação da Administração Pública em estabelecer, em sentido mais 
amplo possível, o direito do cidadão de receber, do agente público competente, tratamento digno e que 
respeite os seus direitos como cidadão, é o da (...). 
( ) Se um serviço público for tarifado em valor que impeça o usuário de utilizá-lo, em razão de ausência 
de condições financeiras, excluindo-o do universo de beneficiários, estará ferindo o princípio da (...). 
 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
(A) 5 - 3 - 4 - 2 - 1 
(B) 2 - 5 - 1 - 4 - 3 
(C) 3 - 1 - 2 - 5 - 4 
(D) 1 - 4 - 5 - 3 - 2 
(E) 4 - 2 - 3 - 1 – 5 
 
 
 
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. 7 
Respostas 
 
01. Resposta: E 
O princípio da impessoalidade estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não 
poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o 
interesse social e não o interesse particular. 
 
02. Resposta: B 
Pelo disposto no artigo 37, caput, da CF/88, a administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
03. Resposta: B 
Art. 37, CF A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência ... 
 
04. Resposta: E 
(A) ERRADA – Segundo o Princípio da Legalidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei. Para a Administração o Princípio da Legalidade veda tudo que a 
lei não permite. 
(B) ERRADA – Pela Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal, abstrata, 
genérica. 
(C) ERRADA – Segundo o Princípio da Eficiência, a Administração deve ter a melhor produtividade 
possível, com o máximo de economia e agilidade. 
(D) ERRADA – A supremacia do interesse público, traduz-se na superioridade do interesse público em 
relação ao interesse privado. 
(E) CORRETA – Reproduz o Princípio da publicidade. 
 
05 Resposta: A 
(A) CORRETA - Pelo Princípio da Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal, 
abstrata, genérica. Assim, quando o Chefe da Polícia Civil, determina a remoção de um subordinado por 
razões estritamente pessoais, com o objetivo de prejudicá-lo fere a Impessoalidade. 
(B) ERRADA – Conforme exposto na alternativa “A”. 
(C) ERRADA – Conforme exposto na alternativa “A”. 
(D) ERRADA – Conforme exposto na alternativa “A”. 
 
06. Resposta: E 
(A)ERRADA – Pelo Princípio da Publicidade os atos da Administração devem ser públicos, de modo 
que todas as pessoas têm direito a receber dos seus órgãos informações de interesse particular, coletivo 
ou geral. 
(B) ERRADA – Para muitos autores a efetividade e a eficiência se assemelham. Para outros, a 
efetividade é mais abrangente que a eficácia, aduzindo que a medida deve, além de ter a melhor 
produtividade possível, com o máximo de economia e agilidade, trazer melhorias para a população visada.(C) ERRADA – Pela Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal, abstrata, 
genérica. 
(D) ERRADA – Segundo ele, a Administração deve ter a melhor produtividade possível, com o máximo 
de economia e agilidade. 
(E) CORRETA - É o conceito da Moralidade. 
 
07. Resposta: “C”. 
(1) Continuidade - Apesar de garantido pela Constituição Federal, em seu art. 37, VII, o direito de greve 
dos servidores públicos só pode ser exercido dentro dos limites definidos em lei, sob pena de ferimento 
do princípio da legalidade 
(2) Eficiência - O prestador do serviço público que busca o aperfeiçoamento do serviço, incorporando 
os melhores recursos e técnicas possíveis, de modo que a execução seja mais proveitosa, com o menor 
dispêndio, está agindo consoante com o princípio da Eficiência 
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(3) Generalidade - O princípio que consagra o direito do cidadão, dentro das modalidades 
estabelecidas, exigir, tanto da Administração Pública, quanto dos prestadores delegados, a prestação do 
serviço público, sem se negar a um usuário o que foi concedido a outro, é o da Generalidade 
(4) Modicidade - Se um serviço público for tarifado em valor que impeça o usuário de utilizá-lo, em 
razão de ausência de condições financeiras, excluindo-o do universo de beneficiários, estará ferindo o 
princípio da Modicidade 
(5) Cortesia - O princípio que traduz a preocupação da Administração Pública em estabelecer, em 
sentido mais amplo possível, o direito do cidadão de receber, do agente público competente, tratamento 
digno e que respeite os seus direitos como cidadão, é o da Cortesia. 
 
 
 
A Administração Pública se sujeita a controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, além de 
exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos. 
Embora o controle seja atribuição estatal, o administrado participa dele à medida que pode e deve 
provocar o procedimento de controle, não apenas na defesa de seus interesses individuais, mas também 
na proteção do interesse coletivo. 
A Emenda Constitucional nº 19/98 inseriu o § 3º no artigo 37, prevendo lei que discipline as formas de 
participação do usuário na administração pública direta e indireta: é o chamado controle popular. Essa 
lei ainda não foi promulgada. 
Atualmente, uma instituição que desempenha importante papel no controle da Administração Pública 
é o Ministério Público. Além da tradicional função de denunciar autoridades públicas por crimes no 
exercício de suas funções, ainda atua como autor da ação civil pública, seja para defesa de interesses 
difusos e coletivos, seja para repressão à improbidade administrativa. 
O controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais e, em certa medida, dos inconvenientes 
ou inoportunos. 
 
Com base nesses elementos, Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua “o controle da Administração 
Pública como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes 
Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com 
os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico”. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Conforme a origem. 
 
O controle pode ser interno ou externo. 
 
É interno o controle que cada um dos Poderes exerce sobre seus próprios atos e agentes. Exemplo: 
os chefes que possuem controle sobre seus funcionários. 
 
Exercido de forma integrada entre os Poderes com responsabilidade solidária dos responsáveis pelo 
controle interno, assim que deixam de dar ciência ao TCU sobre alguma irregularidade que tenha ocorrido. 
 
Art. 74, Constituição Federal Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma 
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de 
governo e dos orçamentos da União; 
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão 
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da 
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres 
da União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou 
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. 
2. Controle Interno e Externo da Administração Pública. 
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§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, 
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. 
 
É externo o controle exercido por um dos Poderes sobre o outro, como também o controle da 
Administração Direta sobre a Indireta. Exemplo: quando o ato da Administração é anulado judicialmente. 
 
A Constituição Federal prevê o controle externo a cargo do Congresso Nacional, com o auxílio do 
Tribunal de Contas (art. 71) e o controle interno que cada Poder exercerá sobre seus próprios atos (arts. 
70 e 74). No artigo 74 é prevista a responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle quando, ao 
tomarem conhecimento de irregularidade, deixarem de dar ciência ao Tribunal de Contas. 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Caieiras/SP - Assistente de Patrimônio e Estoque – VUNESP/2015). Os 
controles administrativos na Administração Pública são verticais e horizontais, conforme a localização do 
órgão que exerce o controle. Os controles horizontais são classificados como 
(A) interno e externo. 
(B) contábil e financeiro. 
(C) financeiro e patrimonial. 
(D) orçamentário e permanente. 
(E) direto e indireto. 
 
02. (UEG - Analista de Gestão Administrativa - Administração – FUNIVERSA/2015). Em relação 
ao controle interno e externo na administração pública brasileira, é correto afirmar que 
(A) uma das funções dos tribunais e conselhos de contas é subsidiar as ações da auditoria 
independente. 
(B) o Poder Legislativo pode aprovar propostas de fiscalização e controle a serem implementadas pelo 
controle interno das empresas estatais. 
(C) o Tribunal de Contas da União está autorizado a fiscalizar as contas dos países que participem do 
capital das empresas supranacionais. 
(D) um dos objetivos da chamada “supervisão ministerial” é fiscalizar a aplicação e a utilização de 
recursos públicos. 
(E) as transferências constitucionais da União para os municípios são objeto de fiscalização pela União 
e pelos respectivos estados. 
 
03. (TRT - 18ª Região/GO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador – FCC/2013). A 
atuação da Administração pública está submetida a controle interno e externo. É correto afirmar que; 
(A) o controle exercido pelo Legislativo é mais restrito do que o exercido pelo Judiciário, na medida em 
que se restringe ao controle de legalidade dos atos administrativos. 
(B) o controle de economicidade, exercido com auxílio do Tribunal de Contas, limita-se a exame de 
legalidade, visto que o controle Legislativo não admite análise discricionária. 
(C) o controle exercido pelo Legislativo é mais restrito que aquele desempenhado pelo poder judiciário, 
porque não admite análise de mérito da atuação administrativa. 
(D) a fiscalização exercida pelo Legislativo está expressamente delimitada pela Constituição Federal 
brasileira, incluindo o controle político, que abrange análise de mérito, em algum grau e medida. 
(E) não se admite controle exercido pelo Legislativo, em razão do princípio da separação de poderes, 
cabendo, apenas excepcionalmentecontrole pelo Judiciário, admitindo-se algum grau de controle de 
discricionariedade. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: A 
Os controles administrativos são denominados genericamente de controles internos. Fazem parte da 
estrutura administrativa de cada poder, tendo por função acompanhar a execução dos seus atos, 
indicando, em caráter opinativo, preventivo ou corretivo, ações a serem desempenhadas com vistas ao 
atendimento da legislação. Já em relação ao poder executivo, os poderes que o controlam são os 
controles legislativos e de contas, denominados controles externos, ou seja, são órgãos independentes 
da administração, não participando, portanto, dos atos por ela praticados, pois cabe a eles exercer a 
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fiscalização. Esse conjunto de controles horizontais, internos e externos, é formalmente institucionalizado 
por uma rede de órgãos autônomos. 
 
02. Resposta: D 
Decreto 200/67. 
Art . 25. A supervisão ministerial tem por principal objetivo, na área de competência do Ministro de 
Estado: 
(...) 
VIII - Fiscalizar a aplicação e utilização de dinheiros, valores e bens públicos. 
 
03. Resposta: C 
Segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Administrativo Descomplicado 
“O controle legislativo somente pode ocorrer nas situações e nos limites diretamente previstos no texto 
da Constituição Federal. (...) possui marcada índole política, razão pela qual ele não se limita ao estrito 
controle da legalidade formal, abrangendo outros aspectos, como a eficiência e, para alguns autores, até 
mesmo a conveniência pública de determinadas atuações do Poder Executivo." 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
A expressão “Administração Pública” abrange diversas concepções. Inicialmente, temos 
Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos de governo (com função 
política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, 
executando os planos governamentais). Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir 
Administração Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a 
função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, 
apenas, pelos órgãos administrativos. 
 
Administração Pública 
Sentido amplo Sentido estrito 
órgãos governamentais (políticos) + órgãos 
administrativos exclusivamente, órgãos administrativos. 
 
Sentido formal, subjetivo ou orgânico 
 
Sob esse aspecto, a expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a 
estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num 
sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que 
desempenham a função administrativa. O conceito subjetivo representa os meios de atuação da 
Administração Pública. 
Entes, Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração 
Direta e Indireta. 
Os Entes Políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (todas com 
personalidade jurídica de Direito Público). 
Os Entes Administrativos são as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado). Nesse 
caso, temos entidades integrantes da Administração Pública que não desempenham função 
administrativa, e sim atividade econômica, como ocorre com a maioria das empresas públicas e 
sociedades de economia mista (CF, art. 173). 
Órgãos Públicos são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma 
pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99 os conceitua 
como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta. 
Agentes Públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer 
3. Administração Pública: conceito, estrutura, poderes e 
deveres do administrador público. 
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. 11 
forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública, ou seja, são pessoas físicas 
incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. 
Há ainda as Entidades Privadas, não integrantes da Administração Pública formal, que exercem 
atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das concessionárias de 
serviços públicos (delegação) e das organizações sociais (atividades de utilidade pública). As atividades 
exercidas dessas entidades privadas não integram a Administração Pública, uma vez que o Brasil se 
baseia no critério formal. 
Embora seja certo que a acepção formal ou subjetiva não deva levar em conta a atividade realizada, 
é frequente os autores a esta se referirem, identificando a Administração Pública, em sentido subjetivo, 
com a totalidade do aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução das atividades 
compreendidas na função administrativa, como exemplo temos a definição de Maria Sylvia Di Pietro, “o 
conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do 
Estado”. 
Pela acepção formal / subjetiva / orgânica, deve-se perquirir tão somente “quem” o ordenamento 
jurídico considera Administração Pública, e não “o que” (critério objetivo, material, funcional). 
 
Sentido material, objetivo ou funcional 
 
Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) administrativa 
desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da 
Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas sim com o que faz a 
Administração Pública. 
Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, porém, 
os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende que as atividades 
administrativas englobam: 
1) Prestação de serviço público: é toda atividade que a administração pública executa, direta ou 
indiretamente, sob regime predominantemente público, para satisfação imediata de uma necessidade 
pública, ou que tenha utilidade pública. 
2) Polícia administrativa: são restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades 
privadas em benefício do interesse público, exemplo as atividades de fiscalização. 
3) Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, exemplo: concessão de benefícios ou 
incentivos fiscais. 
4) Intervenção administrativa: abrange toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua 
atuação direta como agente econômico. Inclui-se a intervenção na propriedade privada (desapropriação, 
tombamento) e a intervenção no domínio econômico como agente normativo e regulador (agências 
reguladoras, medidas de repressão a práticas tendentes à eliminação da concorrência, formação de 
estoques reguladores etc. 
Alguns autores consideram a atuação do Estado como agente econômico inclusa no grupo de 
atividades de administração em sentido material descrito como “intervenção”, nos termos do art. 173 da 
CF. Todavia, quando o Estado atua dessa maneira, isto é, como agente econômico, está sujeito 
predominantemente ao regime de direito privado, exercendo atividade econômica em sentido estrito. 
Nessa acepção, estaríamos adotando uma concepção subjetiva, atribuindo relevância à pessoa que 
exerce a atividade, caracterizando uma contradição incontornável, porque se estará abandonando o 
critério objetivo (o que é realizado?) e conferindo primazia ao critério subjetivo (quemrealiza?) em uma 
acepção que, por definição, deveria ser objetiva. 
 
Segundo ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro o conceito de administração pública divide-se em dois 
sentidos: 
- Objetivo (material/funcional): "Em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública 
pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de 
direito público, para a consecução dos interesses coletivos”. 
É a atividade administrativa executada pelo Estado, por seus órgãos e agente, com base em sua 
função administrativa. É a gestão dos interesses públicos, por meio de prestação de serviços públicos. É 
a administração da coisa pública (res publica). 
- Subjetivo (Formal/Orgânico): “Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, pode-se definir 
Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o 
exercício da função administrativa do Estado". 
É o conjunto de agentes, órgãos e entidades designados para executar atividades administrativas. 
Em resumo: 
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Administração Pública 
Sentido formal / subjetivo / orgânico órgãos + agentes + entidades (quem faz 
a Adm. Pública?) 
Sentido material / objetivo / funcional atividade administrativa (o que faz a 
Adm. Pública?) 
 
DIREITOS DO ADMINISTRADO4 
O termo “administrado” é utilizado em diversos dispositivos da Lei do Processo Administrativo. Porém, 
o emprego de tal nomenclatura vem caindo em desuso, isso porque transmite uma impressão de que o 
particular é objeto da atuação da Administração, é simplesmente “administrado” pelo Estado, e não um 
sujeito titular de direitos e deveres. Por isso, teria sido mais apropriado falar em usuário ou cidadão, 
terminologias mais condizentes com o papel, que os particulares exercem, de partícipes do processo 
decisório da Administração Pública moderna. 
 
Sem prejuízo de outros que lhes sejam assegurados, os usuários possuem os seguintes direitos (art. 
3º): 
a) ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus 
direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
b) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, 
ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
c) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de 
consideração pelo órgão competente; 
d) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por 
força de lei. 
 
DEVERES DO ADMINISTRADO 
Nos termos do art. 4º da Lei n. 9.784/99, são deveres do administrado, perante o Poder Público, sem 
prejuízo de outros previstos em ato normativo: 
a) expor os fatos conforme a verdade; 
b) proceder com lealdade, urbanidade e boa -fé; 
c) não agir de modo temerário; 
d) prestar a as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 
 
Questões 
 
01. (AL-GO -Assistente Legislativo - Assistente Administrativo – CS-UFG). Em sentido estrito, a 
Administração Pública compreende, 
(A) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto subjetivo, apenas a 
função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função 
política. 
(B) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a 
função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função 
política. 
(C) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto formal, apenas a função 
administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política. 
(D) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto hierárquico, apenas a 
função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função 
política. 
 
02. (TJ/CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária – CESPE/2014). Assinale a opção correta no que 
se refere aos poderes e deveres dos administradores públicos. 
(A) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites de sua competência, 
buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei permite. 
(B) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua competência, exerce 
atividades que a lei não lhe conferiu. 
 
4 MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo/Alexandre Mazza. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014 
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(C) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via administrativa ou judicial, 
a prática do ato imposto pela lei. 
(D) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação aos 
agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar atribuições e 
ainda aplicar sanções. 
(E) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática de determinado ato de 
interesse público. 
 
03. (TER/AL - Analista Judiciário - Engenharia Civil – FCC/2010). Sobre os deveres do 
administrador público é correto afirmar que 
(A) o ato do Presidente da República que atentar contra a probidade na administração constitui crime 
de responsabilidade. 
(B) o dever de prestar contas abrange a prestação de contas aos munícipes das atividades particulares 
do administrador público. 
(C) a obrigação do administrador público de agir com retidão, lealdade, justiça e honestidade, diz 
respeito ao dever de eficiência. 
(D) o dever da eficiência abrange a produtividade do ocupante do cargo ou função, mas não tem 
relação com a qualidade do trabalho desenvolvido. 
(E) pela inobservância do dever de probidade que caracterize improbidade administrativa, o 
administrador público está sujeito, dentre outras sanções, à perda da função pública, porém não à 
suspensão dos direitos políticos. 
 
04. (SUSEP - Analista Técnico – ESAF/2010). No exercício de seus poderes e deveres, ao 
administrador público cumpre saber que: 
(A) o uso do poder discricionário possui como limite o juízo valorativo, e não a lei. 
(B) exceto quando delegado a entidades privadas, o poder de polícia é ilimitado. 
(C) é imprescritível a ação civil pública cujo objeto seja o ressarcimento de danos ao erário. 
(D) o ato administrativo não pode ser revisto pelo Poder Judiciário. 
(E) o dever de prestar contas se restringe aos gestores de bens ou recursos públicos. 
 
05. (TJ/CE - Técnico Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2014). Assinale a opção correta no 
que se refere aos poderes e deveres dos administradores públicos. 
(A) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via administrativa ou judicial, 
a prática do ato imposto pela lei. 
(B) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação aos 
agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar atribuições e 
ainda aplicar sanções. 
(C) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática de determinado ato de 
interesse público. 
(D) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites de sua competência, 
buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei permite. 
(E) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua competência, exerce 
atividades que a lei não lhe conferiu. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: B 
Administração pública Objetiva/material/funcional: equivale à função administrativa. É a atividade 
administrativa 
Administração pública Subjetiva/Formal/Orgânica:equivale às pessoas, aos órgãos e aos agentes 
públicos. 
 
02. Resposta: C 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho assim nos ensina: 
"Corolário importante do poder-dever de agir é a situação de ilegitimidade de que se reveste a inércia 
do administrador: na medida em que lhe incumbe conduta comissiva, a omissão (conduta omissiva) 
haverá de configurar-se como ilegal. Desse modo, o administrado tem o direito subjetivo de exigir do 
administrador omisso a conduta comissiva imposta na lei, quer na via administrativa, o que poderá fazer 
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. 14 
pelo exercício do direito de petição (art. 5º, XXXIV, "a", da CF), quer na via judicial, formulando na ação 
pedido de natureza condenatória de obrigação de fazer (ou, para outros, pedido mandamental )." 
 
03. Resposta: A 
A probidade está ligada a ideia de honestidade na Administração Pública. Não basta a legalidade 
formal, restrita, da atuação administrativa, é preciso também a observância de princípios éticos, de 
lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa administração e a disciplina interna na Administração 
Pública. A Carta Magna prevê como crime de responsabilidade os atos do Presidente da República que 
atentem contra a probidade na Administração, fato que enseja sua destituição do cargo (CF/1988, art. 85, 
V) 
 
04. Resposta: C 
Art. 37, CF A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:....... 
(...) 
5º. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou 
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
 
05. Resposta: A 
O mandado de segurança, remédio constitucional que serve para amparar lesão ou ameaça de lesão 
a direito líquido e certo, é o meio comumente utilizado para combater os casos em que se verifica omissão 
administrativa. 
 
 
 
A Organização Administrativa compõe a parte do Direito Administrativo que estuda os órgãos e 
pessoas jurídicas que a compõem, além da estrutura interna da Administração Pública. 
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a organização 
da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”. 
Para que as suas competências constitucionais sejam cumpridas, a Administração utiliza-se de duas 
formas distintas: a descentralização e a desconcentração. 
A análise desses dois institutos é basilar para analisar a organização interna da Administração Pública. 
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer 
as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, 
administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, 
sendo dividida em administração direta e indireta. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA 
 
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da 
esfera governamental que integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia 
administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera. 
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas via de 
um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura. 
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles responsáveis. 
Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como característica inerente da 
Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direitos e 
assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa política (União, Estado, Distrito Federal e 
Municípios). 
4. Administração direta. Administração Indireta: conceito, 
autarquias, associações públicas, empresas públicas, 
fundações públicas e sociedades de economia mista, 
consórcio. Controle da Administração Indireta. 
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A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como autor 
ou réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda que 
pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá 
propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa política dotada 
de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
 
São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista. 
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de 
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do 
serviço público. 
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações 
previstas na CF/88, no seu art. 173: 
- para fazer frente à uma situação de relevante interesse coletivo; 
- para fazer frente à uma situação de segurança nacional. 
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica. Quando 
estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade com os 
particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à livre concorrência. 
 
Feitas essas considerações iniciais, passamos à análise das pessoas jurídicas que compõem a 
Administração Pública Indireta: 
 
AUTARQUIAS 
 
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para a prestação de serviços públicos, 
contando com capital exclusivamente público, ou seja, as autarquias são regidas integralmente por regras 
de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo 
da Administração Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.). 
 
 Características: 
- Dirigentes Próprios: Depois de criadas, as autarquias possuem uma vida independente, contando 
com dirigentes próprios. 
- Patrimônio Próprio. 
- Liberdade Financeira: As autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços 
que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para 
manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou. 
- Liberdade Administrativa: As autarquias têm liberdade para desenvolver os seus serviços como 
acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as 
criou. 
 
Controle: 
Não existe hierarquia ou subordinação entre as autarquias e a Administração Direta. Embora não se 
fale em hierarquia e subordinação, há que se falar, entretanto, em um controle de legalidade, ou seja, a 
Administração direta controlará os atos das autarquias para observar se estão dentro da finalidade e 
dentro dos limites legais. 
 
AUTARQUIA DE REGIME ESPECIAL 
 
É toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia 
comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a 
essas entidades de personalidade pública. O que posiciona a autarquia de regime especial são as regalias 
que a lei criadora lhe confere para o pleno desempenho de suas finalidades específicas. 5 
 
Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades 
encarregadas, por lei,dos serviços de fiscalização de profissões, como a OAB, etc. Com a política 
 
5
 http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial 
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governamental de transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado 
a regulamentação, o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na 
administração agências especiais destinadas a esse fim. 
 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
 
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu 
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto 
de direito privado. 
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de 
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de 
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado. 
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir 
a finalidade pública. Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico 
Estatístico); Universidade de Brasília; FEBEM; FUNAI; Fundação Memorial da América Latina; Fundação 
Padre Anchieta (TV Cultura). 
Características: 
- Liberdade financeira; 
- Liberdade administrativa; 
- Dirigentes próprios; 
- Patrimônio próprio: Patrimônio personalizado significa dizer que sobre ele recai normas jurídicas que 
o tornam sujeito de direitos e obrigações e que ele está voltado a garantir que seja atingido a finalidade 
para qual foi criado. 
Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é um 
controle de legalidade, um controle finalístico. 
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito privado, 
integram a Administração Pública. A lei cria e dá personalidade para as fundações governamentais de 
direito público. As fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua 
personalidade jurídica se inicia com o registro de seus estatutos. 
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta, tanto na área tributária 
(ex.: imunidade prevista no art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro). 
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a terceiros. A responsabilidade da 
Administração é de caráter subsidiário, independente de sua personalidade. 
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se extinta, o patrimônio vai para a 
Administração indireta, submetendo-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As 
particulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à ação popular e mandado de 
segurança, sendo estas fundações fiscalizadas pelo Ministério Público. 
 
EMPRESAS PÚBLICAS 
 
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas para a prestação de serviços 
públicos ou para a exploração de atividades econômicas que contam com capital exclusivamente público 
e são constituídas por qualquer modalidade empresarial. Se a empresa pública é prestadora de serviços 
públicos, por consequência está submetida a regime jurídico público. Se a empresa pública é exploradora 
de atividade econômica, estará submetida a regime jurídico igual ao da iniciativa privada. 
Alguns exemplos de empresas públicas: 
- BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): Embora receba o nome de banco, 
não trabalha como tal. A única função do BNDS é financiar projetos de natureza social. É uma empresa 
pública prestadora de serviços públicos. 
- EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos): É prestadora de serviço público (art. 21, X, da 
CF/88). 
- Caixa Econômica Federal: Atua no mesmo segmento das empresas privadas, concorrendo com os 
outros bancos. É empresa pública exploradora de atividade econômica. 
- RadioBrás: Empresa pública responsável pela “Voz do Brasil”. É prestadora de serviço público. 
 
As empresas públicas, independentemente da personalidade jurídica, têm as seguintes características: 
- Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são contempladas com verbas 
orçamentárias; 
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- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e demitir pessoas, devendo seguir as regras 
da CF/88. Para contratar, deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver motivação. 
Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas públicas e a Administração Direta, 
independentemente de sua função. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e 
finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão vinculadas àquela. Só é possível, 
portanto, controle de legalidade finalístico. 
A lei não cria, somente autoriza a criação das empresas públicas, ou seja, independentemente das 
atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das empresas públicas, não conferindo 
a elas personalidade jurídica. 
 
A empresa pública será prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. A 
CF/88 somente admite a empresa pública para exploração de atividade econômica em duas situações 
(art. 173 da CF/88): 
- Fazer frente a uma situação de segurança nacional; 
- Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo: A empresa pública deve obedecer aos 
princípios da ordem econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o Estado explora, 
portanto, atividade econômica por intermédio de uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela 
vantagens e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre concorrência). 
 
Quanto à responsabilidade das empresas públicas, temos que: 
- Empresas públicas exploradoras de atividade econômica: A responsabilidade do Estado não existe, 
pois, se essas empresas públicas contassem com alguém que respondesse por suas obrigações, elas 
estariam em vantagem sobre as empresas privadas. Só respondem na forma do § 6.º do art. 37 da CF/88 
as empresas privadas prestadoras de serviço público, logo, se a empresa pública exerce atividade 
econômica, será ela a responsável pelos prejuízos causados a terceiros (art. 15 do CC); 
- Empresas públicas prestadoras de serviço público: Como o regime não é o da livre concorrência, elas 
respondem pelas suas obrigações e a Administração Direta responde de forma subsidiária. A 
responsabilidade será objetiva, nos termos do art. 37, § 6.º, da CF/88. 
Empresas públicas exploradoras de atividade econômica: Submetem-se a regime falimentar, 
fundamentando-se no princípio da livre concorrência. 
Empresas públicas prestadoras de serviço público: não se submetem a regime falimentar, visto não 
estão em regime de concorrência. 
 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas para a prestação 
de serviços públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e 
constituídas somente sob a forma empresarial de S/A. As sociedades de economia mista são: 
- Pessoas jurídicas de Direito Privado. 
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de serviços públicos. 
- Empresas de capital misto. 
- Constituídas sob forma empresarial de S/A. 
 
Veja alguns exemplos de sociedade mista: 
a. Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil e Banespa. 
b.Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô, CDHU (Companhia de Desenvolvimento 
Habitacional Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços, empresa responsável pelo 
gerenciamento da execuçãode contratos que envolvem obras e serviços públicos no Estado de São 
Paulo). 
As sociedades de economia mista têm as seguintes características: 
- Liberdade financeira; 
- Liberdade administrativa; 
- Dirigentes próprios; 
- Patrimônio próprio. 
Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de economia mista e a Administração 
Direta, independentemente da função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de legalidade. 
Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades não estão subordinadas à Administração Direta, 
mas sim à lei que as autorizou. 
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As sociedades de economia mista integram a Administração Indireta e todas as pessoas que a 
integram precisam de lei para autorizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio do registro 
de seus estatutos. 
A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das sociedades de economia mista, ou seja, 
independentemente das atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das sociedades 
de economia mista, não conferindo a elas personalidade jurídica (art. 37, XX, da CF/88). 
A Sociedade de economia mista, quando explora atividade econômica, submete-se ao mesmo regime 
jurídico das empresas privadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que explora atividade 
econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade de economia mista prestadora de serviço público 
não se submete ao regime falimentar, visto que não está sob regime de livre concorrência. 
 
Pessoas Jurídicas de Direito Privado: Associações, Sociedades, Fundações, Organizações religiosas 
e Partidos políticos. 
 
ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS 
 
São Pessoas Jurídicas de Direito Privado e são caracterizadas pela união de pessoas que se 
organizam para fins não econômicos e pela inexistência, entre os associados, de direitos e obrigações 
recíprocos. 
São exemplos de Associações, os Sindicatos, as Cooperativas e os Partidos Políticos. 
 
CAPÍTULO II 
DAS ASSOCIAÇÕES 
 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais. 
 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. 
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a 
transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou 
ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. 
 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em 
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 
 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido 
legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. 
 
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: 
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto. 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido 
deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no 
estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um 
quinto) dos associados o direito de promovê-la. 
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Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se 
for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade 
de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à 
instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes 
da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo 
valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. 
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação 
tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se 
devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 
 
CONSÓRCIOS PÚBLICOS 
 
É possível conceituar consórcio público, nos termos da Lei n. 11.107/2005, como um contrato 
administrativo multilateral, realizado entre entidades federativas, para persecução de finalidades comuns, 
que ocasiona na criação de uma nova pessoa jurídica de direito público, momento em que recebe o nome 
de associação pública ou de direito privado. 
 
No Brasil, existem dois tipos de contratos de consórcio público, são eles: 
 
1) consórcios públicos regidos pela Lei n. 11.107/2005: celebrados por quaisquer entidades 
federativas; 
 
2) consórcios públicos convencionais: firmados entre entidades federativas do mesmo tipo. 
 
Base Legal dos Consórcios Públicos 
 
A base constitucional para a celebração de consórcios públicos é o art. 241 da Constituição Federal, 
com redação dada pela Emenda n. 19/98: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e o s convênios de cooperação entre os entes 
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial 
de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos”. 
 
A Lei n. 11.107/2005 tem natureza jurídica de lei nacional e foi promulgada com o objetivo de 
regulamentar o art. 241 da Constituição Federal, permitindo que sejam firmados consórcios públicos entre 
quaisquer entidades federativas. 
 
O consórcio público poderá adquirir personalidade jurídica das seguintes maneiras: 
a) de direito público: no caso de formar associação pública, por meio da vigência das leis de ratificação 
do protocolo de intenções; 
b) de direito privado: diante do atendimento das condições da legislação civil (art. 6º). 
 
Ao adquirir personalidade jurídica autônoma, o consórcio público poderá:6 
a) firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e 
subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo; 
b) promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou 
necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; 
c) ser contratado pela Administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, 
dispensada a licitação; 
d) emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros preços 
públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles 
administrados ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado; 
e) outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante

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