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Português para concurso - Aula 04

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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 4 
(Emprego das classes de palavras) 
Olá, pessoal! 
Chegamos à nossa aula 4! 
O assunto agora é o emprego das classes de palavras. 
Na Língua Portuguesa, há dez classes de palavras (substantivo, adjetivo, 
advérbio, verbo, pronome, artigo, numeral, interjeição, preposição e 
conjunção). Logicamente, não nos interessa comentar todas as classes, mas 
aquilo que é cobrado em prova. 
O assunto é vasto, mas percebemos que a banca CESPE concentra suas 
questões basicamente nos termos “substantivo”, “adjetivo”, “advérbio”, 
“conjunção” e “preposição”, os quais foram vistos nas aulas anteriores sobre a 
sintaxe da oração e do período composto. 
Além disso, esta banca cobra o emprego de pronomes e verbos, os quais 
serão vistos nesta aula. 
PRONOME 
Pronome é a palavra variável em gênero (masculino e feminino), 
número (singular e plural) e pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles) que substitui 
ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa do discurso. O mais 
importante para a prova é o pronome pessoal. Veja o quadro-resumo abaixo e 
acompanhe o valor de cada um deles. 
Pronomes Pessoais 
Caso reto caso oblíquo 
átono (sem preposição) tônico (com preposição) 
eu me mim, comigo 
tu te ti, contigo 
ele se, o, a, lhe si, consigo, ele/ela 
nós nos nós, conosco 
vós vos vós, convosco 
eles se, os, as, lhes si, consigo, eles/elas 
1. Pronomes Pessoais 
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do 
discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem se fala. 
a. Pronomes pessoais do caso reto 
São os que desempenham a função sintática de sujeito da oração, vocativo e 
predicativo. São os pronomes eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas. 
b. Pronomes pessoais do caso oblíquo 
São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto 
direto ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto 
adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (sujeito de oração reduzida). 
Português p/ Polícia Federal 
(teoria e questões comentadas) 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2
Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, 
que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por 
preposição. 
b.1. Pronomes pessoais oblíquos átonos: (localize isso no quadro-resumo) 
Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: “me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, 
os, as, lhes”. Eles podem exercer diversas funções sintáticas nas orações. São 
elas: 
Objeto Direto 
Os pronomes que funcionam como objeto direto são “me, te, se, o, a, nos, 
vos, os, as”. 
Ex.: Quando encontrar seu material, traga-o até mim. 
Respeite-me, garoto. 
Levar-te-ei a São Paulo amanhã. 
Notas: 
01) Se o verbo for terminado em “m” ou “õe”, os pronomes o, a, os, as
transformar-se-ão em no, na, nos, nas. 
Ex. Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. (tragam + o) 
Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor. (põe + os) 
02) Se o verbo terminar em “r”, “s” ou “z”, essas terminações serão retiradas, 
e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo, la, los, las. 
Ex. Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim. 
As apostilas, tu perde-las toda semana. (Pronuncia-se /pérde-las/) 
As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade. 
03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em “-mos”, 
seguido de “nos” ou de “vos”, retira-se a terminação “-s”. 
Ex. Encontramo-nos ontem à noite. 
 Recolhemo-nos cedo todos os dias. 
Objeto Indireto: os pronomes que funcionam como objeto indireto são 
“me, te, se, lhe, nos, vos, lhes”. 
Ex. Traga-me as apostilas, quando as encontrar. 
Obedecemos-lhe cegamente. 
Observação: Se o verbo for transitivo indireto terminado em “s”, seguido de 
lhe, lhes, não se retira a terminação “-s”. 
Ex. Obedecemos-lhe cegamente. 
Tu obedeces-lhe? 
Adjunto adnominal: os pronomes que funcionam como adjunto 
adnominal são “me, te, lhe, nos, vos, lhes”, quando indicarem posse (algo 
de alguém). Algumas gramáticas também denominam essa função de objeto 
indireto de posse. 
Ex. Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança 
dele) 
Roubaram-me os documentos. (os documentos de alguém - meus) 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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Complemento nominal: os pronomes que funcionam como complemento 
nominal são “me, te, lhe, nos, vos, lhes”, quando complementarem o 
sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo a alguém, não 
provindo a preposição a de um verbo). 
Ex. Tenha-me respeito. (respeito a alguém) 
É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém) 
Sujeito acusativo: os pronomes que funcionam como sujeito acusativo 
são “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”, quando estiverem em um período 
composto formado pelos verbos “fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir”, e 
um verbo no infinitivo ou no gerúndio. 
Ex. Deixei-a entrar atrasada. 
Mandaram-me conversar com o diretor. 
Parte Integrante do Verbo: os pronomes me, te, se, nos, vos são parte 
integrante do verbo pronominal. Verbo pronominal é aquele que se conjuga 
com o pronome. São exemplos de verbo pronominal “suicidar-se, queixar-se, 
arrepender-se, lembrar-se, esquecer-se, recordar-se, referir-se, tornar-se...” 
Ex. Queixei-me de Pedro por ter atrapalhado o nosso trabalho. 
 Arrependam-se, pecadores! 
Partícula Expletiva ou de Realce: os pronomes que são partículas 
expletivas, ou partícula de realce são me, te, se, nos, vos. 
Ocorre a partícula de realce com verbo intransitivo, com sujeito 
claramente determinado. Esse pronome pode ser retirado da frase, sem 
prejuízo de significado. 
Ex. João foi-se embora. 
Maria morria-se de ciúmes da cunhada. 
Questão 1: Assistente de Chancelaria 2008 - nível superior 
Julgue a frase abaixo quanto à correção gramatical. 
Já que eu não posso amar ela, vou procurar outro amor. 
Comentário: O vocábulo “ela”, dependendo de seu valor sintático, poderá ser 
pronome pessoal do caso reto ou oblíquo tônico. Como este pronome está na 
função de objeto direto, deve ser substituído por “a”, com as devidas 
adaptações: “amá-la”. Porém, esta estrutura pode despertar um desprestígio 
linguístico, produzindo a pronúncia (a mala), em determinados contextos 
causando até ambiguidade. Por isso, é relevante posicionar esse pronome 
átono antes do verbo “posso”: “eu não a posso amar”. 
Gabarito: E 
Questão 2: TRE - MA / 2006 / nível superior 
Texto: Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o 
Estado, é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem não só se 
defrontar com o Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão forte 
quanto o Estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de 
entender o mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, 
sabe o que poderiam ser os seus direitos. 
Estaria garantida a obediência às regras de regência verbal, caso se 
substituísse a expressão “afrontar o Estado” por afrontar-lhe. 
Comentário: o verbo “afrontar” é transitivo direto, então só cabe objeto 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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direto, por isso não se utiliza o pronome “-lhe” (objeto indireto), mas o 
pronome “lo” (objeto direto) (imposição do “L” pela retirada do “r” final do 
verbo). Verifique que esta troca pode ser feita porque a palavra “Estado” já 
havia sido expressa no texto. 
Gabarito: EQuestão 3: A substituição da expressão “capacidade de entender o mundo” 
por capacidade de entendê-lo mantém a coesão e a coerência do texto, 
além de conferir ao período maior concisão. 
Comentário: Observe que a expressão “o mundo” é objeto direto do verbo 
“entender”. É gramaticalmente correta a substituição; porém, textualmente, 
deve-se observar que o recurso de se substituir um substantivo por um 
pronome oblíquo ocorre quando esse substantivo está sendo repetido; no 
entanto, a palavra “mundo” não havia sido expressa no texto anteriormente, e 
sua substituição causaria uma incoerência no texto. 
Ficou com dúvida? Pense nesta frase iniciando um texto: 
Ela chegou tarde hoje. 
Ela quem? Para que esse pronome tenha coesão e coerência no texto, deve-
se substituir um substantivo escrito anteriormente no texto: 
Margarida saiu às cinco horas da manhã. Ela chegou tarde hoje. 
Agora se sabe quem é ela: Margarida. 
Gabarito: E 
Questão 4: TSE / 2007 / Analista 
Fragmento de texto: Um dos eleitores veio a mim e por sinais me fez 
compreender que estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego 
e os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei que tinha razão, 
e contei-lhe algumas eleições antigas. 
Na expressão “contei-lhe”, “lhe” exerce a função de objeto direto. 
Comentário: Note que o pronome “lhe” pode ocupar os valores de objeto 
indireto, complemento nominal e valor de posse; mas não cabe valor de 
objeto direto. 
Gabarito: E 
Questão 5: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: “Aos remanescentes das 
comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida 
a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.” 
Era o reconhecimento de um direito. 
Em “emitir-lhes”, o pronome exerce a função de objeto direto. 
Comentário: O pronome “lhes” não pode ocupar a função sintática de objeto 
direto. Neste contexto, sua função é de objeto indireto. 
Gabarito: E 
Questão 6: FUB / 2010 / Médio 
Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais 
talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de 
estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente 
em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for 
America estabeleceu uma produtiva parceria. 
O pronome “lhes” poderia ser substituído por os, sem prejuízo da correção 
gramatical do texto, dada a possibilidade de dupla regência do verbo oferecer. 
Comentário: O verbo “oferecendo” é transitivo direto e indireto. Seu objeto 
direto é “algo” e o objeto indireto é “lhes”. Assim, este não pode ser 
substituído por “os”. 
Gabarito: E 
Cabe relembrarmos aqui dois valores do pronome “se”: índice de 
indeterminação do sujeito e pronome apassivador. Além disso, veremos outros 
valores desse pronome que caem muito em prova. 
 
Valor do pronome oblíquo átono “se”: (valores morfológicos) 
Índice de indeterminação do sujeito (voz ativa): 
Vimos na aula 2 que o pronome “se” pode ser índice de 
indeterminação do sujeito (IIS), o qual se junta a verbo transitivo indireto, 
intransitivo e de ligação, na intenção de indeterminar o agente (sujeito). 
Perceba que todas as orações em que ele aparece obrigatoriamente estão na 
voz ativa e o verbo obrigatoriamente fica na 3ª pessoa do singular. 
Trata-se de assuntos sigilosos. (verbo transitivo indireto + IIS + objeto indireto) 
Morre-se de fome em várias partes do mundo. (verbo intransitivo + IIS + 
adjunto adverbial de causa + adjunto adverbial de lugar) 
É-se feliz aqui. (verbo de ligação + IIS + predicativo + adjunto adverbial de lugar) 
Questão 7: Agente educacional / 2010 / nível médio 
Fragmento do texto: Trata-se da chamada poluição urbana, observada, 
sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento 
demográfico. 
Caso a expressão “da chamada poluição urbana” estivesse no plural, a forma 
verbal “Trata-se” deveria também ser flexionada no plural. 
Comentário: O verbo “Trata” é transitivo indireto, com isso, o pronome “se” 
é índice de indeterminação do sujeito. Esse verbo ficará no singular 
independentemente da flexão do objeto indireto. 
Gabarito: E 
Pronome apassivador (voz passiva sintética): 
Também vimos naquela mesma aula que o vocábulo “se” pode ser 
pronome apassivador (PAp), o qual se junta a verbo transitivo direto ou a 
verbo transitivo direto e indireto, na intenção de indeterminar o agente 
(agente da passiva). Perceba que todas as orações em que ele aparece 
obrigatoriamente estão na voz passiva sintética e o verbo concorda com o 
sujeito paciente: 
Consertam-se carrocerias. Carrocerias são consertadas. 
 VTD + PAp + sujeito paciente sujeito paciente locução verbal 
voz passiva sintética voz passiva analítica 
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Questão 8: PMDF/CHOAEM 
Fragmento do texto: O medo tem raízes profundas na alma dos seres. 
Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica, com 
destaque para a psicanálise. 
Em “Radica-se”, o pronome indica que o sujeito é indeterminado. 
Comentário: Afirmou-se que o “se” é índice de indeterminação do sujeito. 
Isso não é verdade, pois o verbo radicar é transitivo direto. Com isso o “se” é 
pronome apassivador e seu sujeito paciente está subentendido como “O 
medo”. Para a confirmação de ser pronome apassivador, temos sempre que 
passar esta voz passiva sintética para voz passiva analítica: O medo é 
radicado no inconsciente...” 
Gabarito: E 
Questão 9: Polícia Federal / 2004 / nível médio 
Fragmento do texto: Não se pode negar que o advento dos regimes liberais 
em 1989-90, em todos os grandes Estados da América do Sul, criou uma 
ilusão de modernidade. (...) 
A partir de 1995, a ilusão começou a desfazer-se e a dura vida real 
transformou sonhos em pesadelos. 
O emprego do pronome “se” marca a formalidade da linguagem utilizada e 
indica, nas duas ocorrências, que o sujeito da oração é indeterminado, 
impessoal. 
Comentário: O pronome “se” é uma forma de tornar o texto objetivo, 
flexionando o verbo em terceira pessoa, isso o leva mais próximo à 
formalidade (não que isso seja o determinante na formalidade). O erro está 
em afirmar que o “se” é uma forma de indeterminação do sujeito. O “se” nas 
duas ocorrências não é índice de indeterminação do sujeito, mas pronome 
apassivador. Para se ter certeza, deve-se transpor as duas construções em 
voz passiva analítica. Assim: 
Não pode ser negado que o advento dos regimes liberais... 
A ilusão começou a ser desfeita... 
Gabarito: E 
Pronome reflexivo (voz reflexiva): 
Esse é um valor ainda não visto em nossas aulas. Diz-se que um 
pronome é reflexivo quando este “reflete” a ação ao mesmo elemento. Isto é, 
o sujeito age e o objeto direto sofre a ação, porém a mesma pessoa (ou coisa) 
sujeito será também o objeto direto. Veja: 
Ela olhou-se no espelho. (ela olhou e foi olhada) 
Porém, podemos ter dúvida se esse pronome é reflexivo ou apassivador. 
Por isso, vamos a suas diferenças: 
Feriu-se o atleta durante a partida. 
Há ambiguidade gerada a partir do se, pois não se sabe se o atleta agiu 
ou sofreu a ação. Por isso há necessidade de um contexto, e é isso que tem 
caído em prova. 
Supondo-se que o atleta agiu contra ele mesmo (caiu sozinho, por 
exemplo), o pronome se será entendido como pronome reflexivo: 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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Feriu-se o atleta durante a partida. 
VTD + P Refl 
 (OD) 
sujeito 
agente 
adjunto adverbial de tempo 
Desfar-se-á a ambiguidade, substituindo o pronome átono “se” pela 
expressão tônica “a si mesmo”, da seguinte maneira: 
O atleta feriu a si mesmo durante a partida. 
sujeito agente VTD + P Refl (OD prep) adjunto adverbial de tempo 
Supondo-se que o atleta sofreu a ação de alguém (agente da passiva) 
que não foi identificado, o pronome se será entendido como pronome 
apassivador: 
Feriu-se o atleta durante a partida. (* O agente da passiva 
está indeterminado) 
VTD + P Ap sujeito 
paciente 
adjunto adverbial de tempo 
Desfar-se-á a ambiguidade da seguinte maneira: 
O atleta foi ferido durante a partida. (* O agente da passiva
continua indeterminado) 
sujeito 
paciente 
locução verbal adjunto adverbial de tempo 
 
Pronome reflexivo recíproco (voz reflexiva recíproca): 
Esse pronome transmite uma reação dos objetos direto ou indireto à 
ação do sujeito, por isso é chamado de pronome reflexivo recíproco (P Rec) e 
compõe a voz recíproca, que é apenas uma variação da reflexiva, com o 
detalhe de que se necessita de no mínimo dois indivíduos para se efetivar a 
reciprocidade, motivo este que faz com que apenas os pronomes oblíquos 
átonos plurais possuam este valor. Uma forma prática de visualizar o pronome 
reflexivo recíproco é subentender os advérbios de modo “reciprocamente”, 
“mutuamente”: 
Os deputados cumprimentaram-se após a sessão plenária. 
sujeito VTD + P Rec (OD) adjunto adverbial de tempo 
voz reflexiva recíproca 
Com base no que foi visto anteriormente sobre o pronome apassivador, 
reflexivo recíproco e o puramente reflexivo, entendamos a diferença entre 
eles, dependendo do contexto. 
Feriu-se mais de um atleta durante a partida. 
VTD + P Refl sujeito agente adjunto adverbial de tempo 
 
Mais de um atleta feriu a si mesmo durante a partida. 
sujeito agente VTD + P Refl adjunto adverbial de tempo 
Feriu-se mais de um atleta durante a partida. 
VTD + P Ap sujeito paciente adjunto adverbial de tempo 
 
Mais de um atleta foi ferido durante a partida.
sujeito paciente locução verbal adjunto adverbial de 
tempo 
Feriram-se mais de um atleta durante a partida. 
VTD + P Rec sujeito paciente adjunto adverbial de tempo 
 
Mais de um atleta feriram-se mutuamente durante a partida. 
VTD + P Ap VTD + P Rec + adj adv modo adjunto adverbial de tempo 
Pronome reflexivo: cada atleta a 
seu tempo se machucou durante a 
partida; portanto, verbo no 
singular. 
Pronome recíproco: os 
atletas se chocaram. Um 
contra o outro. Esta é a 
exceção à regra da 
concordância com o sujeito 
“mais de um”. Verbo no 
plural. 
Pronome apassivador: cada atleta 
a seu tempo foi machucado por um 
agente (agente da passiva) que não 
foi identificado, isto é, está 
indeterminado. Verbo concorda no 
singular. 
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Questão 10: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior 
Julgue a frase quanto à correção gramatical: Sucede-se na comarca os juízes 
e nos tribunais os relatores de modo que, sobre uma única demanda, várias 
gerações de magistrados se devam debruçar, reiniciando — como se espera — 
o estudo do feito desde sua página inicial. 
Comentário: O verbo “sucede-se” é transitivo direto e possui como objeto 
direto o pronome recíproco “se”. Esse verbo tem seu sujeito “os juízes”; 
portanto deve se flexionar no plural (sucedem-se). Note que, para o texto 
ficar mais claro, poder-se-ia inserir dupla vírgula em “nos tribunais” (locução 
adverbial de pequena extensão), vírgula após “relatores” (iniciaria oração 
subordinada adverbial consecutiva posposta à oração principal). Ressalte-se 
que a colocação pronominal antes da locução verbal “devam debruçar” é 
aceita, mesmo sem palavra atrativa. 
Gabarito: E 
Questão 11: TCE RN – 2009 – Inspetor de Controle Externo 
Fragmento do texto: Em todos os povos ou períodos da história, a sensação 
de pertencimento a uma comunidade sempre foi construída com base nas 
diferenças em relação aos que estão de fora, “os outros”. Muitas tribos 
indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de “homens” ou 
“gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos — 
esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. 
Na linha 4, seriam preservadas a coerência da argumentação e a correção 
gramatical do texto se a opção fosse por não enfatizar o objeto de chamar, 
conferida pelo pronome “próprias”, e se substituísse “a si” por se, escrevendo-
se chamam-se. 
Comentário: Fazendo-se as trocas necessárias na questão, percebemos que 
há coerência com os argumentos do texto, bem como há correção gramatical. 
Compare: 
Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de 
“homens” ou “gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros 
grupamentos — esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. 
Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam-se de “homens” ou 
“gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos — 
esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. 
No primeiro caso, o pronome oblíquo tônico “si” foi seguido do pronome 
demonstrativo de reforço “próprias”, para enfatizar o valor reflexivo. 
No segundo caso, não há ênfase no valor reflexivo, mas o contexto nos 
mantém com este sentido. Quando usamos a expressão “a si próprias” temos 
certeza do valor reflexivo; mas, quando usamos apenas o “se”, em 
determinados contextos, como este, pode-se confundir o “se” reflexivo com o 
pronome apassivador. Veja: 
Pronome reflexivo “se”: Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, 
chamam-se de “homens” ou “gente” (chamam a si próprias de). 
Pronome apassivador “se”: Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, 
chamam-se de “homens” ou “gente” (são chamadas de). 
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Como pode haver ambiguidade na construção apenas com o “se”, a 
banca perguntou simplesmente se conserva a coerência com os argumentos e 
com a correção gramatical. Ela não mencionou sentido original, pois isso 
poderia ser contestado pela possibilidade de se entender voz passiva nesta 
última construção. 
Gabarito: C 
Questão 12: TRE - TO / 2007 / Analista 
Fragmento de texto: Mais organizado, letal e violento, o banditismo precisa 
ser combatido com todas as armas legais que se possam mobilizar. As 
alternativas não são excludentes. 
É uma substituição correta para o texto trocar “se possam mobilizar” por 
possam ser mobilizadas. 
Comentário: O pronome relativo “que” está na função de sujeito e retoma o 
termo “armas legais”, a locução verbal “possam mobilizar” é transitiva direta; 
por isso o pronome “se” é apassivador. A banca apenas transformou a voz 
passiva sintética (“se possam mobilizar“) em voz passiva analítica: possam 
ser mobilizadas. 
Gabarito: C 
Questão 13: PM - ES / 2010 / nível médio 
Fragmento de texto: O currículo não é mais um fim em si, mas um meio 
bem estruturado para que o indivíduo, na relação entre teoria e prática, se 
torne capaz de incorporar determinadas habilidades. 
Em “se torne”, o pronome “se” indica sujeito indeterminado. 
Comentário: A questão afirma que o “se” é o índice de indeterminação do 
sujeito. Mas note que o sujeito está expresso na oração: o indivíduo. Na 
realidade esse vocábulo “se” é parte integrante do verbo, fazendo com que o 
“torne” seja um verbo de ligação. 
Gabarito: E 
Questão 14: TRE - TO / 2007 / Analista 
Fragmento de texto: Em um continente emque países e economias estão 
interligados não apenas por fronteiras comuns ou por interesses 
convergentes, mas especialmente por laços comerciais e culturais, é imperioso 
que se dê atenção ao que está ocorrendo na Venezuela. 
A substituição de “que se dê atenção” por que atenção seja dada mantém a 
correção gramatical do período. 
Comentário: O verbo “dê” é transitivo direto e indireto, seu objeto indireto é 
“ao”. Note que ocorre a preposição “a” e em seguida o pronome 
demonstrativo “o” (=aquele). Como o verbo é transitivo direto, o pronome 
“se” é apassivador e “atenção” é o sujeito paciente. A banca apenas pediu 
para transpor para a voz passiva analítica: atenção seja dada. 
Gabarito: C 
Questão 15: FUB / 2010 / Superior 
Fragmento de texto: Essas conexões seriam os nossos hiperlinks cerebrais, 
e a Internet seria uma das formas de comunicação que mais se assemelha a 
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nós próprios. Criador e criatura se influenciam de forma parecida. 
O vocábulo “se” é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a 
de marcar reciprocidade de ação. 
Comentário: Para ocorrer a reciprocidade, necessita-se de que haja uma 
ação provocada por um elemento e uma resposta a essa ação do outro 
elemento. 
Assim, no mínimo dois agentes devem estar presentes na ação. O 
primeiro “se” é reflexivo. Note que a comunicação assemelha alguma coisa a 
outra, mas alguém pode assemelhar “ele mesmo” a algo. Isso confirma a ideia 
reflexiva. 
A segunda ocorrência do “se” realmente é de reciprocidade. Criador 
influencia a criatura e vice-versa. 
Gabarito: E 
Questão 16: ANVISA / 2004 / Superior 
Fragmento de texto: O biólogo norte-americano Craig Venter acredita que o 
código genético de microrganismos pode se transformar num excelente 
negócio no futuro. 
De acordo com os sentidos do texto, a troca da expressão verbal “pode se 
transformar” por pode vir a ser transformado mantém a correção 
gramatical e a voz passiva verbal. 
Comentário: Cuidado com esta questão, pois houve a passagem da voz 
passiva sintética para a analítica, porém esta transposição não foi exatamente 
a mesma, mas de expressões semelhantes semanticamente. Veja: 
1. O código... pode se transformar (voz passiva sintética) 
2. O código... pode ser transformado (voz passiva analítica) 
3. O código... pode vir a se transformar (voz passiva sintética) 
4. O código... pode vir a ser transformado (voz passiva analítica) 
Sabendo-se que as frases 1 e 3 estão na voz passiva sintética e possuem 
mesmo sentido; suas transposições para a voz passiva analítica (2 e 4) 
também possuem mesmo sentido. Por isso a troca é possível. 
Gabarito: C 
Questão 17: TRE–AP / 2007 / Analista 
Fragmento de texto: “Quando a gente não sabe resolver um problema, não 
é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma, 
ela cuida de tudo”. Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o 
Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não 
por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda 
assim deu certo. Não fui ao Clemente e tenho levado uma vida normal com 
meu molar de parede derruída, faz uns catorze meses já. Até o esqueço. 
Vicentina disse que quando respondeu ao Soledade já haver perdoado a mãe, 
ele insistiu: não perdoou, não. Mas, se eu mesma não sei disso, como vou 
perdoar de novo, se acho que já perdoei, ela falou. “Entregue para sua alma, 
ela resolve para você”. Como ele disse, aconteceu. 
No trecho ‘cansar-se bobamente’ (linha 2), o pronome ‘se’ indica 
reciprocidade. 
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Comentário: Na realidade, o pronome “se”, neste contexto, é reflexivo. Veja 
que podemos entender que podemos cansar alguém, porém esse “alguém” 
poderia ser “nós mesmos”. Além disso, podemos substituir o “se” pelo 
pronome oblíquo tônico “si” e o reforço reflexivo “mesmo”: cansar a si 
mesmo bobamente. 
Gabarito: E 
Questão 18: (MPOG / 2008 / Analista) 
Fragmento de texto: Se, atualmente, em raras empresas, já é aceitável que 
uma mulher reivindique tempo parcial de trabalho para dedicar-se à família, 
sem que isso a desqualifique aos olhos do empregador, o mesmo não 
acontece com um homem. 
A supressão do pronome “se” em “dedicar-se” acarretaria mudança de sentido 
do período. 
Comentário: Podemos entender, na frase, que a mulher pode dedicar seu 
tempo, sua atenção à família. Com a retirada desse pronome reflexivo, ela iria 
dedicar o tempo parcial de trabalho à família. Assim, teríamos mudança de 
sentido. 
Gabarito: C 
Questão 19: TRE - TO / 2007 / Técnico 
Fragmento de texto: Nas décadas de 70 e 80 do século passado, foram 
denunciados incêndios propositais na região, provocados por proprietários 
rurais, com o objetivo de aproveitar os espaços para a pecuária. 
A substituição de “foram denunciados” por denunciaram-se mantém a 
correção gramatical do período. 
Comentário: Houve apenas a transformação da voz passiva analítica em voz 
passiva sintética: ... denunciaram-se incêndios propositais... 
 VTD + Pron Ap + sujeito paciente. 
Gabarito: C 
Questão 20: TRE - TO/ 2006 / Analista 
 
1 
4 
7 
10 
13 
Geralmente, as oposições não gostam dos governos. 
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido 
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se 
acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita 
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de 
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que 
estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem 
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. 
Continuou praticamente o sistema da lavra única. 
(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando 
houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, 
os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de 
propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e 
o partido que não folheia a gramática política acha 
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a 
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16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e 
corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous 
exemplares da mesma gramática. 
Machado de Assis. A Semana. Obra completa,
v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
A substituição de “Tentam-se” (linha 3) por São tentados prejudica a 
correção gramatical do período. 
Comentário: O erro foi afirmar que essa substituição prejudicaria a correção 
gramatical, pois, em “Tentam-se”, há verbo transitivo direto, seguido de 
pronome apassivador, e o sujeito paciente é “acordos”. Logo, a substituição 
desta voz passiva sintética para a voz passiva analítica realmente é “acordos 
são tentados”. 
Gabarito: E 
Questão 21: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Empregando-se a voz ativa e mantendo-se os tempos verbais empregados, o 
trecho “O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia 
sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos” seria, corretamente, reescrito 
da seguinte forma: O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 
1808, o vice-rei conde dos Arcos remodelou. 
Comentário: Perceba a estrutura abaixo: 
“...antiga cadeia pública que havia sido remodelada pelo vice-rei...” 
O pronome relativo “que” está na função de sujeito e a locução verbal 
“havia sido remodelada” está na voz passiva analítica e recebeu o verbo “ser” 
no particípio. Ademais, “pelo vice-rei” cumpre a função de agente da passiva.Para transpor para a voz ativa, o agente da passiva passa a sujeito agente e o 
sujeito paciente torna-se objeto direto. Além disso, a locução verbal deve 
perder o verbo “sido”. Assim, teríamos a construção: 
O vice-rei havia remodelado a antiga cadeia pública. 
Como a estrutura “antiga cadeia pública” foi retomada pelo pronome 
relativo “que”, cabe a esta estrutura o seguinte: 
“...antiga cadeia pública que havia remodelado o vice-rei...” 
Gabarito: E 
Questão 22: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Em novembro de 2003, o presidente da República 
assinou o Decreto n.º 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.º: “Consideram-
se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste 
decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com 
trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com 
presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão 
histórica sofrida.” 
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir ‘Consideram-se’ 
(linhas 2 e 3) por São considerados. 
Comentário: A substituição de “Consideram-se” (estrutura da voz passiva 
OD sujeito agente 
agente da passiva sujeito paciente 
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sintética) por São considerados (estrutura da voz passiva analítica) está 
correta; pois o sujeito paciente é “os grupos étnico-raciais”, que mantém o 
verbo no plural. O erro na afirmativa está em dizer que isso prejudica a 
correção gramatical. 
Gabarito: E 
Colocação dos pronomes oblíquos átonos
Numa relação frasal, muitas vezes há dúvida quanto ao posicionamento 
desses pronomes, que podem ficar antes do verbo (próclise), no meio dele 
(mesóclise) e depois dele (ênclise). 
a. Em relação a um só verbo: 
A estrutura básica da oração é o sujeito (S), verbo (V) e complemento 
(O). Essa é a sequência natural, pois é mais prático ao falante concordar o 
verbo com o sujeito que já foi dito. Os pronomes pessoais oblíquos átonos 
ocupam a função de complemento (representado adiante por “O”). Então, 
façamos a seguinte depreensão: 
S V O 
Ênclise: o pronome surge após o verbo. Pode ser considerada a colocação 
básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua 
culta, é observada no início das frases ou quando não houver palavra que 
atraia esse pronome: 
Apresento-lhe meus cumprimentos. Contaram-te tudo?
Joana cansou-se de tanto andar. 
Observação: deve-se ter em mente que não se inicia oração com pronome 
oblíquo átono: estão erradas as construções “Me disseram assim.”, o ideal é 
“Disseram-me assim.” 
Próclise: o pronome surge antes do verbo, porque há uma palavra que o 
atrai, chamada palavra atrativa, ou se houver conveniência eufônica: 
S O V 
Não nos mostraram nada. Nada me disseram. 
a) São palavras atrativas: advérbios¹, pronomes relativos², interrogativos³, 
conjunções subordinativas4 e, normalmente, as negações5: 
Sempre¹ se encontram. 
É a pessoa que² nos orientou. 
Quem³ te disse isso? 
oblíquo 
átono
ênclise 
oblíquo
átono
próclise
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Nada foi feito, embora4 se conhecessem as consequências da omissão. 
Não5 me falaram nada a respeito disso. 
b) Se, após a palavra atrativa houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula, dois-
pontos etc), a atração perde força e o pronome deve posicionar-se após o 
verbo: 
Não nos falaram a verdade. Não, falaram-nos a verdade. 
Agora nos fale a verdade. Agora, fale-nos a verdade. 
c) O pronome átono, não inicial, pode vir antes da palavra negativa: 
“...descia eu para Nápoles a busca de sol que o não havia nas terras do norte.” 
d) A colocação pronominal enclítica ocorre por força gramatical, porém os 
autores modernos têm optado pela próclise, mesmo não havendo palavra 
atrativa, haja vista o processo eufônico (soar melhor). Veja: 
O marceneiro feriu-se com a lâmina. 
O marceneiro se feriu com a lâmina. 
Mesóclise: o pronome é intercalado ao verbo, que deve estar no futuro do 
presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo. Mas, se houver 
palavra atrativa, mesmo com os verbos nestes tempos, a colocação é a 
próclise: 
Mostrar-lhe-ei meus escritos. Falar-vos-iam a verdade? 
Nunca lhe mostrarei meus escritos. Jamais vos falarei a verdade. 
b. Agora, veja essas regras com uma locução verbal: 
O pronome oblíquo átono pode posicionar-se em qualquer das três 
formas a seguir: 
infinitivo gerúndio particípio 
1 Vou-lhe falar. Estou-lhe falando. Tenho-lhe falado. 
2 Vou lhe falar. Estou lhe falando. Tenho lhe falado. 
3 Vou falar-lhe. Estou falando-lhe. — 
Quando há hífen, sabe-se que ocorre ênclise. Assim, na estrutura 1, há 
ênclise ao verbo auxiliar; na 2 há próclise ao verbo principal e na 3 há ênclise 
ao verbo principal. Note que não pode haver ênclise com verbo no particípio. 
Observe também que não se muda o sentido com a mudança de posição 
do pronome oblíquo átono. Outra importante observação: via de regra, com 
palavra atrativa, o pronome oblíquo átono ficará proclítico ao auxiliar ou ao 
principal, e enclítico ao principal: 
infinitivo gerúndio particípio 
1 Não lhe vou falar. Não lhe estou falando. Não lhe tenho falado. 
2 Não vou lhe falar. Não estou lhe falando. Não tenho lhe falado. 
3 Não vou falar-lhe. Não estou falando-lhe. — 
 
Portanto, há de se concluir que as normas de colocação pronominal não 
devem ser vistas como preceitos intocáveis, ficando, em muitos casos, 
subordinados às exigências da ênfase, da harmonia e espontaneidade da 
expressão. 
verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal
verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principalverbo auxiliar verbo principal
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Questão 23: Agente da Polícia Federal / 2000 / nível superior 
Fragmento do texto: Recentemente me pediram para discutir os desafios 
políticos que o Brasil tem pela frente. 
A posição do pronome átono “me”, antecedendo o verbo, constitui uma 
violação às regras da colocação pronominal da norma culta e, por isso, ele 
deveria ser usado posposto a “pediram”. 
Comentário: O advérbio “Recentemente” é palavra atrativa, por isso o 
pronome está corretamente posicionado em próclise. 
Gabarito: E 
Questão 24: TCE PE – 2004 – Assistente Técnico Infor 
Fragmento do texto: O que está em jogo é a própria idéia de Constituição, 
que é muito maior que seu texto, seus constituintes ou as autoridades que 
devem guardá-la. A democracia depende de os direitos serem levados a sério 
por todos os cidadãos, sejam eles autoridades ou não. 
Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se empregar o 
pronome átono de “guardá-la” (linha 3) antes da locução verbal, desde que 
seja usada sua forma original, a, e o verbo esteja no infinitivo: guardar. 
Comentário: Sabemos que o pronome oblíquo átono pode se posicionar de 
três formas básicas diante de uma locução verbal com palavra atrativa: antes 
do verbo auxiliar, após o verbo auxiliar (sem hífen) e após o verbo principal 
(com hífen). 
Mas note que, por motivos de eufonia e evitando-se a cacofonia ou 
ambiguidade, como neste caso, não devemos inserir este pronome antes do 
verbo “guardar”, pois geraria uma ambiguidade, soando o verbo “aguardar” 
(devem a guardar). 
Assim, ou este pronome se posiciona antes do verbo auxiliar, como foi 
pedido na questão, ou se mantém após o verbo principal, como se encontra no 
texto. Veja: 
que devem guardá-la.que a devem guardar. 
Por isso, a questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 25: TCE TO – 2009 – Superior 
O trecho “Ela não o viu ficar paralítico” admite, sem prejuízo para a correção 
gramatical e o sentido original do texto, a seguinte reescrita: Ela não viu ficá-
lo paralítico. 
Comentário: O pronome “o” está entre dois verbos de duas orações 
diferentes. Nesta estrutura não há locução verbal, por isso, o pronome não 
pode se movimentar de um verbo a outro. Por isso, o sentido muda e a 
estrutura fica incoerente. 
Esta estrutura ocorre porque o verbo “viu” é chamado de sensitivo, 
seguido de uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de 
infinitivo. 
Gabarito: E 
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Questão 26: TRT - RJ / 2008 / nível superior 
Fragmento do texto: Em consequência, nas vilas próximas às fazendas, se 
concentra uma população detritária de velhos desgastados no trabalho e de 
crianças entregues a seus avós. 
Seria mantida a correção gramatical caso se empregasse o pronome posposto 
ao verbo: concentra-se. 
Comentário: O pronome oblíquo átono “se” está antecipado do verbo por 
motivo eufônico, numa liberdade expressiva. A banca, então, sugere a 
recolocação em ênclise, que seria o padrão natural, pois o termo atrativo (a 
locução adverbial “Em consequência”) está separado por outra locução 
adverbial intercalada de vírgulas. Perceba que a banca não diz que a 
colocação original em próclise está errada, mesmo não havendo palavra 
atrativa, pelo motivo anteriormente exposto. 
Gabarito: C 
Questão 27: Banco do Brasil / 2008 / nível médio 
Fragmento do texto: Some-se a isso o faturamento com as tarifas e chega-
se aos resultados do ano passado, com os quais as instituições financeiras do 
país se elevaram à condição de instituições mais rentáveis do planeta. 
As regras gramaticais de emprego dos pronomes átonos permitem também a 
redação de elevaram-se à condição, em lugar de “se elevaram à condição”, 
sendo ambas as construções apropriadas a documentos oficiais.
Comentário: O pronome átono “se” está proclítico ao verbo “elevaram”, 
mesmo não havendo palavra atrativa, o que é natural na linguagem atual por 
motivo de eufonia. Assim, esse pronome pode ser deslocado também para 
depois do verbo (ênclise). 
Gabarito: C 
Questão 28: TRE - TO/ 2006 / Analista 
Fragmento de texto: Amanhã serão definidos os nomes do presidente da 
República e dos governadores de alguns estados. 
A substituição da expressão “serão definidos” por definir-se-ão garante a 
correção gramatical do período. 
Comentário: Normalmente se poderia substituir “serão definidos os nomes” 
(voz passiva analítica) por “definir-se-ão os nomes” (voz passiva sintética). O 
problema é que o advérbio “Amanhã” é palavra atrativa e exige a próclise; por 
isso, o correto seria: Amanhã se definirão os nomes”. 
Gabarito: E 
Questão 29: ANVISA / 2004 / Superior 
Fragmento de texto: Há bactérias que só vivem em locais onde existe 
petróleo. Quem identificá-las terá o mapa da mina para explorar o produto.
Para que o texto respeitasse completamente as normas da língua culta 
exigidas em um relatório, atestado ou ofício, o pronome átono em “identificá-
las” deveria ser empregado antes do verbo: Quem as identificar. 
Comentário: Vimos que o pronome interrogativo (“Quem”) é palavra 
atrativa, portanto a próclise é obrigatória. 
Gabarito: C 
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Questão 30: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema 
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria. 
Em “deve basear-se”, a colocação do pronome “se” antes da forma verbal 
“deve” atenderia à prescrição gramatical. 
Comentário: Note que a locução verbal pode ser antecedida do pronome 
oblíquo átono, mesmo sem palavra atrativa. 
Gabarito: C 
Questão 31: TRE - GO / 2008 / Analista 
Fragmento de texto: Por muitos anos, pensávamos compreender o que era 
interpretado, o que era uma interpretação; inquietávamo-nos, eventualmente, 
a propósito de uma dificuldade em particular, ocorrida no trabalho de 
interpretação. 
Preservam-se a correção gramatical e a coerência das ideias do texto ao se 
deslocar o pronome átono em “inquietávamo-nos” para antes do verbo, 
escrevendo nos inquietava. 
Comentário: Não é previsto na norma culta iniciar enunciado com pronome 
oblíquo átono, mas o erro grave da questão foi a mudança de pessoa do 
discurso. O verbo estava na primeira pessoa do plural “inquietávamos” e 
passou à terceira pessoa do singular: inquietava. Isso torna o texto 
incoerente, pois no texto o pronome “nos” é reflexivo (o mesmo elemento é 
sujeito e objeto direto). Com a mudança, deixou-se de ter um sujeito para 
esta ação. 
Gabarito: E 
Questão 32: TRE - GO / 2008 / Analista 
Fragmento de texto: Censurar, proibir e reprimir são atitudes antipáticas, 
porque geralmente são vistas pela sociedade como inimigas da liberdade 
individual, da criatividade e da verdade. 
A expressão, na voz passiva, “são vistas pela sociedade” corresponde à voz 
ativa a sociedade vê-nas, que a pode substituir sem prejudicar a correção e 
a coerência do texto. 
Comentário: O problema não é a transposição de voz passiva analítica (são 
vistas) para a voz ativa (a sociedade vê ...). Veja que o verbo “vê” não 
termina “n”, nem sinal til (~). Por isso, não se pode adicionar “n” no pronome 
“as”. O correto é: a sociedade vê-as... ou ... a sociedade as vê... 
Gabarito: E 
Questão 33: Procurador Federal / 2002 / nível superior 
Fragmento do texto: Observamos a impossibilidade de surgirem 
individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos, porque o 
país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das 
virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se honestamente, está, 
como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”. 
Em “procura elevar-se”, estaria correta a colocação pronominal procura se 
elevar. 
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Comentário: Vimos que, numa locução verbal antecedida de palavra atrativa 
(neste caso “que”), o pronome pode ficar proclítico ao verbo auxiliar (que se
procura elevar), proclítico ao verbo principal (que procura se elevar) ou 
enclítico ao verbo principal (que procura elevar-se). 
Gabarito: C 
Questão 34: TRE - GO / 2008 / nível superior 
Fragmento do texto: Povo e tesouro, para os efeitos puramente pecuniários, 
pode dizer-se que são a mesma coisa... 
Em “pode dizer-se” estaria igualmente correta a colocação pronominal pode-
se dizer. 
Comentário: As colocações naturais do pronome oblíquo átono numa locução 
verbal são três: pode-se dizer; pode se dizer; pode dizer-se. Portanto, a 
afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
Questão 35: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema 
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria. 
Em “deve basear-se”, a colocação do pronome “se” antes da forma verbal 
“deve” atenderia à prescrição gramatical. 
Comentário: Por questões de eufonia, a locução verbal pode ser antecedida 
do pronome oblíquo átono, mesmo sem palavra atrativa. 
Gabarito: C 
b. 2. Pronomes pessoais oblíquos tônicos: 
Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, 
ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. 
Abaixo segue a diferença entre os tipos de pronomes pessoais: 
Eu, tu / Mim, ti 
Eu e tu exercem a função sintática de sujeito (então são pronomes pessoais 
do caso reto).Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou 
nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de 
preposição (então são pronomes pessoais do caso oblíquo tônico). 
 Ex. Trouxeram aquela encomenda para mim. 
Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições. 
Si, consigo 
Si e consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser 
usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca. 
Ex. Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho. 
 Gilberto trouxe consigo os três irmãos. 
Assim, é considerada errada a construção de consigo com o valor de com 
você: Gostaria de falar consigo. Deve-se trocar para: Gostaria de falar com 
você. 
Com nós, com vós / Conosco, convosco 
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Usa-se com nós ou com vós, quando os pronomes pessoais são reforçados 
por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral. 
Ex. Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas. 
Ele disse que sairia com nós dois. 
Dele, do + subst. / De ele, de o + subst.
Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, 
funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados com a preposição de. 
Ex. É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade. 
 No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra. 
Questão 36: TSE / 2007 / Analista 
Fragmento de texto: Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas 
urnas maços de cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, 
pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum 
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados pela 
vontade soberana do país. 
A expressão “lhe foram dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical 
do período, ser substituída por foram dados a ele. 
Comentário: O pronome “lhe” é átono e se refere a “candidato”. A 
substituição deste pronome por um tônico (a ele) preserva a correção 
gramatical. 
Gabarito: C 
c. Pronomes Indefinidos 
Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma 
maneira vaga, imprecisa, genérica. São eles: 
Invariáveis Variáveis 
alguém, 
ninguém, tudo, 
nada, algo, 
cada, outrem, , 
alhures, mais, 
menos, 
demais. 
algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, 
nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, 
muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, 
poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, 
tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, 
um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, vário, vária, 
vários, várias, etc 
Acrescentam-se, ainda, as locuções pronominais indefinidas: cada um, cada 
qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais... 
Usos de alguns pronomes indefinidos 
Todo: 
O pronome indefinido “todo” deve ser usado com artigo, se significar inteiro e 
o substantivo à sua frente o exigir; caso signifique cada ou todos, não terá 
artigo, mesmo que o substantivo exija. 
 Ex. Todo dia telefono a ela. (Todos os dias) 
 Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro) 
 Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não 
admite artigo.) 
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Todos, todas: 
Os pronomes indefinidos “todos e todas” devem ser usados com artigo, se o 
substantivo à sua frente o exigir. 
Ex. Todos os colegas o desprezam. 
Todas as meninas foram à festa. 
Todos vocês merecem respeito. 
Algum: 
O pronome indefinido “algum” tem sentido afirmativo, quando usado antes do 
substantivo; passa a ter sentido negativo, quando estiver depois do 
substantivo. 
Ex. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo) 
 Algum amigo o ajudará. (Alguém) 
Certo: 
A palavra “certo” será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e 
será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo. 
Ex. Certas pessoas não se preocupam com os demais. 
 As pessoas certas sempre nos ajudam. 
Qualquer: Designa coisa, lugar ou indivíduo indeterminado: 
Veio duma cidade qualquer. 
Dependendo do contexto, a troca de posição faz mudar o sentido 
Qualquer pessoa pode entrar naquela empresa!! (sentido de “toda”) 
Ele não é uma pessoa qualquer! (sentido pejorativo) 
Questão 37: PGM RR / 2010 / Superior 
Fragmento de texto: A cidadania exige modelos econômicos que incluam a 
todos e existe uma demanda ativa e crescente em muitos países nesse 
sentido. 
Mantêm-se a coerência e a correção gramatical do texto ao se retirar a 
preposição do termo “a todos”. 
Comentário: É natural ocorrer a preposição “a” antes do pronome indefinido 
“todos”, mesmo com verbo transitivo direto. Isso acontece por estilo do autor, 
não porque o verbo exija. 
Gabarito: C 
d. Pronomes Possessivos 
São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São 
eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), 
nossa(s), vosso(s), vossa(s). 
Empregos dos pronomes possessivos: 
O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode 
dar duplo sentido à frase (ambiguidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do 
substantivo dele, dela, deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses 
elementos. 
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 Ex. Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos. 
De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está 
ambígua. Para evitar a ambiguidade, coloca-se, após o substantivo, o 
elemento referente ao dono dos documentos: se for Joaquim: Joaquim contou-
me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra: 
Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela. 
Pode-se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me que 
Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela). 
É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos. 
Ex. Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos. 
Pronomes Demonstrativos 
Esse pronome situa os seres no tempo, no espaço e no discurso
(posição dentro do próprio texto). O posicionamento no discurso é dividido em 
anafórico e catafórico, os quais trabalham a coesão referencial, por retomar 
palavra ou expressão dita anteriormente e referenciar-se a termo posterior, 
respectivamente. 
Os pronomes demonstrativos são este, esta, isto; esse, essa, isso; 
aquele, aquela, aquilo; tal; semelhante; próprio; mesmo; o; a. Os 
pronomes isto, isso, aquilo são invariáveis. 
a. Uso de este, esta, isto; esse, essa, isso; aquele, aquela, aquilo: 
I - Posicionamento referente a lugar e tempo: 
Este, esta, isto: são usados para o que está próximo da pessoa que fala 
e para o tempo presente. 
 Este chapéu que estou usando é de couro. 
 Este ano está sendo cheio de surpresas. 
Esse, essa, isso: são usados para o que está próximo da pessoa com 
quem se fala, para o tempo passado recente e para o futuro. 
 Esse chapéu que você está usando é de couro? 
 Dezembro. Esse mês será marcado pelo meu casamento. 
Em novembro de 2007, inauguramos a loja. Até esse mês, nada 
sabíamos sobre comércio. 
Aquele, aquela, aquilo: são usados para o que está distante da pessoa 
que fala e da pessoa com quem se fala e para o tempo passado remoto. 
Aquele chapéu que ele está usando é de couro? 
Em 1980, eu tinha 15 anos. Naquela época, Campinas ainda era 
considerada uma cidade pequena. 
II - Posicionamento no discurso (no próprio texto): 
Em uma citação oral ou escrita, usa-se “este, esta, isto” para o que 
ainda vai ser dito ou escrito (recurso catafórico), e “esse,essa, isso” 
(recurso anafórico) para o que já foi dito ou escrito. 
 A verdade é esta: o Brasil será campeão. 
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O Brasil será campeão. A verdade é essa. 
Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente 
citados, usa-se “este, esta, isto” em relação ao que foi mencionado por 
último e “aquele, aquela, aquilo”, em relação ao que foi nomeado em 
primeiro lugar. 
(A, B. Este, aquele) 
Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio 
destes sobre aquele. 
Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu 
prefiro aqueles a estas. 
b. O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, 
isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s). 
Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou) 
 Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu) 
A que apresentar o melhor texto será aprovada. (aquela que 
apresentar) 
c. Tal, tais podem ter sentido próximo ao dos pronomes demonstrativos 
ou de semelhante, semelhantes: 
Os dois estão casados há 50 anos. Tal amor não se encontra facilmente.
Embora tenha sido o mentor do plano, ele nunca admitiu tal fato. 
d. Da mesma forma, semelhante, semelhantes são demonstrativos 
quando equivalem a tal, tais: 
O Brasil ficou em choque com a tragédia na Região Serrana do Rio de janeiro. 
Não se veriam semelhantes catástrofes se os projetos urbanísticos municipais 
fossem eficazes ou, pelo menos, existissem. 
Para o romano, o mundo dos prodígios ficava a Ocidente. Semelhante
tradição vinha de longe, através dos escritores gregos, sobretudo de Platão” 
(Aquilino Ribeiro). 
e. Mesmo, mesmos, mesma, mesmas; próprio, próprios, própria, 
próprias são demonstrativos quando têm o sentido de "idêntico", "em 
pessoa": 
Não é possível continuar insistindo nos mesmos erros. 
Ela própria deve fiscalizar a mercadoria que lhe é entregue. 
Os recursos anafóricos e catafóricos não são exclusividades do pronome 
demonstrativo, a retomada, por exemplo, já foi vista com outros pronomes 
substantivos, como o relativo, o pessoal, e também cabe a substantivos e a 
outras classes gramaticais: 
Algo me incomoda: a fome no mundo. (recurso catafórico: algo→fome) 
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Há dois detalhes não previstos: comida e água. (recurso catafórico: 
detalhes→comida, água) 
Questão 38: Agente educacional - ES / 2010 / nível médio 
Fragmento do texto: Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 
mil mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa 
continuar. E o que o governo brasileiro escolheu para mostrar aos haitianos 
como se pode construir um país? A educação. Um dos convênios assinados 
pelo Haiti com o Brasil dá o suporte na reordenação e reconstrução de todo o 
sistema educacional haitiano. Dadas as condições, será uma tarefa hercúlea, 
mas vale lembrar que temos competência nesse assunto; afinal, foram os 
professores que partiram das cidades brasileiras que transformaram a 
realidade dos habitantes de Timor Leste depois da independência e reduziram 
a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado. No caso 
haitiano, esse elemento não existe, e a população não só está interessada 
como apoia qualquer medida nesse sentido. 
A expressão “esse elemento” (linha 11) refere-se ao antecedente “influência 
que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado” (linha 10). 
Comentário: Uma leitura atenta nos remete a entender que o elemento não 
existente é mesmo “a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam 
deixado”. 
Gabarito: C 
Questão 39: Pelos sentidos do texto, é correto inferir que a expressão 
“Dadas as condições” (linha 6) faz alusão à realidade de destruição em que se 
encontra o Haiti após o terremoto. 
Comentário: Perceba que a retomada agora foi realizada pelo substantivo 
“condições”. Entende-se, portanto, que, por causa das condições da realidade 
da destruição após o terremoto no Haiti, a tarefa será hercúlea, de grande 
dimensão. 
Gabarito: C 
Questão 40: A expressão “nesse sentido” (linha 12) retoma a ideia 
antecedente de “reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional 
haitiano” (linhas 5 e 6). 
Comentário: Primeiro, perceba o recurso anafórico em “esse elemento não 
existe”, mostrando que não há no Haiti a barreira de problemas deixados por 
uma ditadura, como ocorreu no Timor Leste em experiência anterior dos 
professores brasileiros. E o que a população haitiana está interessada e apoia 
é a reordenação e a reconstrução de todo o sistema educacional haitiano, 
expressão que foi retomada pelo recurso anafórico “nesse sentido”. 
Gabarito: C 
Questão 41: TCE PE – 2004 – Assistente Técnico Infor (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Não basta, no entanto, que tenhamos instituições 
fortes. É preciso que haja, igualmente, uma sociedade participativa. A 
interação desta com essas instituições vitais do Estado é que vai permitir a 
sublimação da vontade do povo de fazer do Brasil, de fato, como queria 
Tiradentes, uma grande nação. Tanto mais depressa se der a consolidação 
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dessa cumplicidade, tanto melhor será para a cidadania. 
O pronome “desta” (linha 3) está empregado no feminino porque, de acordo 
com os sentidos do texto, refere-se à expressão “sociedade participativa” 
(linha 2). 
Comentário: Naturalmente percebemos que o pronome “desta” faz relação 
com a expressão feminina “uma sociedade participativa”. 
Gabarito: C 
Questão 42: PM - ES / 2007 / nível médio 
Fragmento de texto: No entanto, a partir das revoluções burguesas, 
principalmente da inglesa e francesa, a cidadania voltou a fazer parte dos 
discursos e das práticas dos que defendiam um novo modelo de sociedade.
Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “dos”, em “dos 
que defendiam”, por daqueles. 
Comentário: Note que o vocábulo “dos” é a contração da preposição “de” 
mais o pronome demonstrativo “os”, o qual obrigatoriamente subentende 
“aqueles”. Assim, “de” + “aqueles = “daqueles” 
Gabarito: C 
Questão 43: TRE–AP / 2007 / Analista 
Fragmento de texto: “Quando a gente não sabe resolver um problema, não 
é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma, 
ela cuida de tudo”. Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o 
Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não 
por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda 
assim deu certo. Não fui ao Clemente e tenho levado uma vida normal com 
meu molar de parede derruída, faz uns catorze meses já. Até o esqueço. 
Vicentina disse que quando respondeu ao Soledade já haver perdoado a mãe, 
ele insistiu: não perdoou, não. Mas, se eu mesma não sei disso, como vou 
perdoar de novo, se acho que já perdoei, ela falou. “Entregue para sua alma, 
ela resolve para você”. Como ele disse, aconteceu. 
No trecho “Até o esqueço” (linha 7), o pronome “o” se refere ao antecedente 
“meu molar de parede derruída” (linha 7). 
Comentário: Note como é fácil perceber que o pronome “o” retomou a 
expressão “meu molar de parede derruída”, por causa do contexto e também 
porque é a única expressão próxima que se encontra no masculino e singular, 
de acordo com o pronome “o”. 
Gabarito: C 
Questão 44: IBRAM / 2009 / Superior
Fragmento de texto: 
As áreas urbanas são as que mais expressam intervenções humanas no 
meio natural. O desmatamento, as edificações, a canalização, a mudança do 
curso dos rios, a poluição daatmosfera, dos cursos de água e a produção de 
calor geram diversos efeitos sobre o ambiente. As alterações ambientais 
causadas pelas atividades urbanas são sentidas pela população, tais como o 
aumento da temperatura nas áreas centrais, o aumento da precipitação e as 
enchentes. 
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Esta última consequência do processo de urbanização teve como causa 
principal a construção de casas, indústrias, vias marginais implantadas nas 
áreas dos rios e proximidades e é, atualmente, um problema constante nos 
períodos chuvosos nos principais centros urbanos. 
A partir do último parágrafo do texto, infere-se que o termo “Esta” (linha 8) 
reporta-se a “enchentes” (linha 7). 
Comentário: O pronome que retoma o último termo em relação a vários 
outros é o “este, esta, isto”. Note que a própria oração frisou isso: “Esta 
última consequência”. 
Gabarito: C 
Questão 45: FUB / 2010 / Médio 
Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais 
talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois 
de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de 
estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente 
em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for 
America estabeleceu uma produtiva parceria. Para as empresas, recrutar 
gente que passou por lá significa encurtar o complicado processo de busca por 
bons profissionais. Pela estreita peneira do programa só passam os realmente 
capazes. Para se ter uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm direito 
à inscrição e, ainda assim, 85% deles ficam de fora. É essa rigorosa seleção 
que atrai os próprios estudantes. Sobreviver a ela é um sinal claro de 
excelência, algo que faz todo mundo querer ostentar um carimbo do Teach for 
America no currículo. 
O termo “lá” (linha 7) está empregado em referência a “escola pública” (linha 
3). 
Comentário: O advérbio “lá” também é empregado como elemento de 
coesão referencial. Neste contexto, ele não está retomando “escola pública”. 
Na realidade, retoma o programa “Teach for America”, pois as empresas se 
interessam em recrutar gente que passou por essa experiência, não apenas 
por ter passado por escola pública. 
Gabarito: E 
Questão 46: Na linha 11, a substituição do pronome “ela” por rigorosa 
seleção manteria o sentido e a correção gramatical do texto. 
Comentário: O pronome “ela” retoma “rigorosa seleção”, mas não se pode 
simplesmente realizar tal substituição, tendo em vista que essa expressão já 
foi dita imediatamente antes no texto, significando que há necessidade do 
artigo “a” antes dessa expressão, fazendo com que haja crase 
obrigatoriamente. 
Gabarito: E 
Questão 47: TRE - TO/ 2006 / Analista 
1 
4 
Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que o 
sistema democrático exige a descentralização do poder. 
Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo 
a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos 
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7 
10 
13 
16 
para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao 
de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses 
vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também 
fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não 
signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação 
—, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem 
identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse 
sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 
cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar. O 
fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a 
discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 
fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre 
os estados. 
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
Acerca das relações lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção 
incorreta. 
(A) “-lo”, em “associá-lo” (linha 5), refere-se a “poder” (linha 2). 
(B) “deles” (linha 8) refere-se a “comitês dos partidos” (linha 7). 
(C) “isso” (linha 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, 
mas também fora deles, suas idéias com os candidatos” (linha 7-8). 
(D) “ao qual” (linha 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (linha 10).
Comentário: 
(A) O pronome “-lo” refere-se diretamente ao substantivo “poder” da linha 5. 
Textualmente, entendemos que esse poder do eleitor refere-se, mesmo que 
indiretamente, ao “poder” (linha 2), cuja descentralização é exigida pelo 
sistema democrático. 
(B) Observe o reforço para o referente com os advérbios “dentro” e “fora” 
(dentro dos comitês dos partidos, mas também fora deles). 
(C) É natural o pronome “isso” retomar toda a estrutura oracional anterior. Foi 
justamente isso que ocorreu nesta alternativa. 
(D) ...o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem 
identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. 
A locução verbal “deverá dar” é transitiva direta e indireta, seu objeto direto é 
“explicações periódicas” e seu objeto indireto é “ao qual”. Contextualmente, 
entendemos que o sujeito dessa locução verbal está elíptico, referindo-se a 
“parlamentar escolhido”. Ele deve dar explicações periódicas ao eleitor 
múltiplo e bem identificado, por isso o pronome relativo “ao qual” retoma esse 
eleitor. 
Gabarito: D 
Questão 48: MPOG / 2008 / Analista 
Fragmento de texto: As empresas se transformaram profundamente. 
Modernizaram sua tecnologia e seus métodos de gestão para tornarem-se 
competitivas e ajustarem-se às exigências da globalização. Mexeram em seus 
horários em razão dos interesses da produção, mas mantiveram-se, em sua 
esmagadora maioria, cegas e alheias à existência da vida privada de seus 
empregados. Parques industriais de última geração não rimam com o 
impressionante atraso no tratamento do que chamam de capital humano. 
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No trecho “Mexeram em seus horários”, o pronome “seus” refere-se a 
“empregados”. 
Comentário: O pronome “seus” retoma “empresas” (horários das empresas). 
Gabarito: E 
VERBO 
Os verbos desempenham uma função vital em qualquer língua, e, no 
português, não seria diferente. É em torno deles que se organizam as orações 
e os períodos, consequentemente, é em torno deles que se estrutura o 
pensamento. 
É a palavra que se flexiona em número (singular/plural), pessoa 
(primeira, segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), 
tempo (presente, pretérito e futuro), e voz (ativa, passiva e reflexiva). Pode 
indicar ação (fazer, copiar), estado (ser, permanecer, ficar), fenômeno natural 
(chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (aspirar, almejar)
e outros processos. 
Nesta aula, abordaremos o assunto verbo naquilo que é importante para 
a banca CESPE, a qual cobra praticamente de duas formas este assunto: 
a) o reconhecimento dos tempos e modos verbais; 
b) o emprego desses tempos e modos verbais; 
1. O que são formas nominais? 
Muita gente se pergunta por que o infinitivo, o gerúndio e o particípio são 
chamados de formas nominais, se eles são verbos. Bom, o motivo disso é 
porque muitas vezes se comportam como nomes (substantivo, advérbio e 
adjetivo). Veja: 
Infinitivo: termina em “r” (cantar, saber, partir). Algumas vezes se comporta 
como substantivo em construções do tipo “Amar é viver” (Amor é vida); 
“Estudar é bom” (Estudo é bom). 
Gerúndio: normalmente termina em “ndo”(cantando, sabendo, partindo). 
Algumas vezes se comporta como advérbio em construções do tipo 
“Amanhecendo, vou a sua casa” (valor adverbial de tempo: quando 
amanhecer); “Estudando, passarei no concurso” (valor adverbial de condição: 
se estudar). 
Particípio: (normalmente termina em “do”: cantado, sabido, partido). 
Algumas vezes ocupa valor de adjetivo, em construções do tipo: “Ele é 
abençoado”; “Janaína foi demitida”. 
Veja a aplicação disso na prova. 
Questão 49:TRE–AP / 2007 / Analista 
Fragmento de texto: 
Os montantes investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ 
871,6 milhões, empenhados em 2006. 
Também a partir do assentamento, essa família passa a participar de 
uma série de programas que são desenvolvidos pelo governo federal. Além de 
promover a geração de renda das famílias de trabalhadores rurais, os 
assentamentos da reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem 
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de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar na preservação 
do meio ambiente e da biodiversidade local, especialmente na região Norte do 
país. Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ 2 bilhões em 
quatro anos. Os recursos foram aplicados na construção de estradas, na 
educação e na oferta de luz elétrica, entre outros benefícios. O governo 
também construiu ou reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e 
pontes, beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o número 
de famílias assentadas beneficiadas com assistência técnica cresceu 
significativamente. Em 2006, esse número foi superior a 555 mil. 
Estão empregadas em função adjetiva as seguintes palavras do texto: 
“investidos” (linha 1), “aplicados” (linha 10), “beneficiando” (linha 13) e 
“assentados” (linha 13). 
Comentário: Note que esses vocábulos são gerados dos verbos “investir”, 
“aplicar”, “beneficiar” e “assentar”. Com a inserção da desinência de particípio 
“do”, esse vocábulo pode, a depender do contexto, transformar-se em 
adjetivo. Justamente isso foi cobrado na questão. Perceba que o particípio 
pode ser contextualmente trabalhado como adjetivo. Mas o verbo 
“beneficiando” recebeu o sufixo “ndo”; portanto não pode ser adjetivo, apenas 
verbo. 
Gabarito: E 
Questão 50: TRE–AP / 2007 / Analista 
Fragmento do texto: Somado aos nomeados desde 2003, o número de 
novos servidores passou para 1.800, o que representa um aumento de mais 
de 40% na força de trabalho do Instituto. 
O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e introduz oração 
reduzida com valor condicional. 
Comentário: O vocábulo “Somado” possui o sufixo “do” marcando o 
particípio. Isso quer dizer que realmente há uma oração reduzida de 
particípio; mas o problema é que não há valor de condição, mas tempo ou até 
causa . Veja: 
 Depois que foi somado aos nomeados desde 2003... 
 Porque foi somado aos nomeados desde 2003... 
Gabarito: E 
Questão 51: Detran - ES / 2011 / nível superior 
Fragmento de texto: 
Essa nova forma de ver a mobilidade deve promover o reordenamento dos 
espaços e das atividades urbanas, de forma a reduzir as necessidades de 
deslocamento motorizado e seus custos e construir espaços e tempos sociais 
em que se preserve, defenda e promova a qualidade do ambiente natural e os 
patrimônios históricos, culturais e artísticos das cidades e dos bairros antigos. 
A expressão “de forma a reduzir” poderia ser substituída pela forma verbal 
reduzindo sem prejuízo para o sentido e a correção gramatical do período 
sintático em que ocorre. 
Comentário: Não se pode substituir a expressão “de forma a reduzir” por 
reduzindo, tendo em vista que esta oração é coordenada à segunda 
“construir espaços e tempos sociais”, a qual também, por paralelismo, 
encontra-se iniciada por verbo no infinitivo. O uso de gerúndio em “reduzindo” 
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forçaria o uso de gerúndio também em “construindo”. Veja: 
...de forma a reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus 
custos e construir espaços e tempos sociais... 
... reduzindo as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos e 
construindo espaços e tempos sociais... 
Gabarito: E 
2. É importante sabermos a estrutura do verbo? 
Olha, entender a estrutura da palavra nos ajuda a saber seu sentido, sua 
flexão etc. No caso dos verbos, entender a sua estrutura nos ajuda a entender 
a conjugação, que fará diferença no sentido do verbo no texto. Então, vamos à 
estrutura do verbo. (NÃO DECORE, procure apenas entender) 
Estrutura das formas verbais: 
Há três tipos de morfemas (partes da palavra) que participam da 
estrutura das formas verbais: o radical, a vogal temática e as desinências. 
a. radical – é o morfema que concentra o significado essencial do verbo: 
estud-ar vend-er permit-ir 
am-ar beb-er part-ir
cant-ar escond-er proib-ir 
b. Vogal temática – é o morfema que permite a ligação entre o radical e as 
desinências. Há três vogais temáticas: 
-a- caracteriza os verbos da primeira conjugação: solt-a-r, cant-a-r 
-e- caracteriza os verbos da segunda conjugação: viv-e-r, esquec-e-r 
O verbo pôr e seus derivados (supor, depor, repor, compor, etc) 
pertencem à segunda conjugação, pois sua vogal temática é –e–, obtida da 
forma portuguesa arcaica poer, do latim poere. 
-i- caracteriza os verbos da terceira conjugação: assist-i-r, decid-i-r 
O conjunto formado pelo radical e pela vogal temática recebe o nome de 
tema. Assim: 
cantar vender partir 
c. Desinências – são morfemas que se acrescentam ao tema para indicar as 
flexões do verbo. Há desinências número-pessoais e desinências modo-
temporais: 
cant á sse mos 
Desinência modo-temporal 
Indica o modo (indicativo e subjuntivo) e o tempo 
verbal (presente, passado, futuro) 
Desinência número-pessoal
Indica a pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª) e 
número (singular ou plural) 
Vogal temática 
Indica a conjugação (1ª, 2ª, 3ª)
Radical 
É a base de sentido do verbo. 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação 
tema tema tema 
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Essas desinências serão fundamentais para notarmos em que modos e 
tempos os verbos estão e com isso sabermos empregá-los. Mais à frente em 
nossa aula, faremos a conjugação do verbo e você terá discriminado cada 
morfema para entender melhor o processo de conjugação. Como dissemos, 
sem decoreba. 
3. Uma das desinências aponta o modo verbal. Mas o que é MODO 
VERBAL? 
Podemos entender os modos verbais como os divisores dos tempos 
verbais. Cada modo possui tempos verbais peculiares. Os modos verbais são: 
o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Entendê-los é importante para 
sabermos seu emprego no texto. Veja: 
Indicativo: transmite certeza, convicção: 
Eu estudo todos os dias. 
Subjuntivo: transmite dúvida, incerteza, possibilidade: 
Talvez eu estude ainda hoje. 
Imperativo: transmite ordem, pedido, solicitação, conselho: 
Estude, pois esta matéria é importante para a prova. 
Então vejamos a flexão dos verbos em cada tempo e em seguida o 
emprego do tempo verbal. 
Para fins didáticos, vamos notar algumas letras com contornos diferentes 
para chamar sua atenção quanto à estrutura do verbo. Isso é apenas para 
facilitar seu entendimento da conjugação. As letras marcadas em negrito são 
vogais temáticas, as sublinhadas são desinências número-pessoais. O morfema 
entre a vogal temática e a desinência número-pessoal é a desinência modo-
temporal, marcada com . 
estuda s
radical vogal temática

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