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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 5 (Significação das palavras) Olá, pessoal! O assunto desta aula é semântica: o sentido das palavras. Veremos uma teoria rápida que vai nortear o caminho, mas este tema se resolve mesmo é fazendo uma boa interpretação do texto. Isso tira qualquer dúvida. Procurei nas provas as questões puramente de semântica, mas é difícil encontrar as que envolvam somente esse assunto. Muitas vezes ele está relacionado às questões de interpretação de texto. Por isso, teremos vários textos e tiraremos deles as ideias necessárias para a boa compreensão do sentido. Vamos a alguns dados conceituais que nos ajudarão. I) Denotação e conotação: Denotação é o sentido literal da palavra. Por exemplo, podemos dizer: A onça é uma fera. O vocábulo “fera” significa “animal bravio e carnívoro”. Esse é o seu sentido literal. Mas, por associação, visto que as feras têm muita astúcia, agilidade, agressividade; esse vocábulo ganha uma dimensão além do literal. É o que chamamos de Conotação. Nos dicionários, normalmente são os últimos significados e vêm com a abreviatura “fig.”, mostrando que é um sentido figurado. Assim, por associação à ideia de agilidade, podemos dizer: Ele é uma fera no computador. Mas podemos associá-lo à braveza: O meu chefe está uma fera comigo. Vamos a mais alguns exemplos de denotação, agora com a palavra “flor”: Essa flor de seu jardim não deve receber água por muito tempo. A orquídea é uma flor muito bela. Vamos comparar com o sentido conotativo: Ela é uma flor de pessoa! Muitas vezes, veremos perguntas do CESPE quanto ao valor denotativo ou conotativo, além de se perguntar o sentido das palavras. Por isso, é muito importante a leitura atenta do texto. Questão 1: TRE - ES / 2011 / nível médio Fragmento de texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do Português p/ Polícia Federal (teoria e questões comentadas) PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2 eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. O termo “sanções” (linha 5) está empregado em sentido conotativo. Comentário: O substantivo “sanções” está sendo empregado em sentido literal (denotativo) de punições. Gabarito: E Questão 2: TSE / 2006 / Técnico Fragmento do texto: (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática. As expressões “folheia a gramática política” (linha 4) e “tem a gramática na mão” (linhas 5 e 6) estão sendo empregadas em sentido denotativo. Comentário: As expressões “folheia a gramática política” e “tem a gramática na mão” estão em sentido figurado, conotativo; pois o substantivo “gramática” está sendo empregado no sentido de regra e, por consequência, poder. Gabarito: E Questão 3: MRE / 2008 / Superior Fragmento do texto: O boom no preço das commodities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também produz efeitos adversos, não neutralizados pela política econômica. A palavra “fôlego” (linha 2) está sendo empregada em sentido conotativo e tem o mesmo significado de força, resistência. Comentário: Note que “fôlego” não está no sentido literal (voltado à respiração: boa respiração, bom fôlego, boa saúde), mas tem a ver com força, resistência. Assim, bom fôlego na economia é maior rendimento. Gabarito: C II) Campos semânticos As palavras podem se situar em campos semânticos, associando-se por laços de sentido. Veja a sequência abaixo: Ex.: carteira, mesa, professor, aluno, livro educação escolar vermelho, verde, amarelo, cinza, azul cores pera, maçã, laranja, melancia, abacaxi frutas pedestre, rodovia, veículo, sinalização trânsito Note que os vocábulos “carteira”, “mesa” fazem parte de um grupo, os quais se referem à educação. Da mesma forma, os vocábulos “vermelho” e “verde” se referem a cores. Assim, percebemos que as palavras podem se agrupar por afinidade a um campo semântico. Esse campo representa um sentido geral e seus componentes representam um sentido específico. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3 A palavra que apresenta um significado mais abrangente é chamada de hiperônimo. O prefixo “hiper” dá a noção de generalização. Já a palavra que especifica o sentido é chamada de hipônimo. O prefixo “hipo” transmite o valor de especificação. Assim: cores (sentido mais geral) é hiperônimo de azul (sentido mais específico). frutas (sentido mais geral) é hiperônimo de abacaxi (sentido mais específico). trânsito (sentido mais geral) é hiperônimo de rodovia (sentido mais específico). Por associação, hipônimos são palavras que se relacionam pelo sentido dentro de um conjunto, ligando-se por afinidade. laranja (sentido mais específico) é hipônimo de fruta (sentido mais geral). preto (sentido mais específico) é hipônimo de cor (sentido mais geral). couve (sentido mais específico) é hipônimo de verdura (sentido mais geral). A relação existente entre hiperônimo e hipônimo é fundamental para a coesão referencial (retomada de palavra). Assim, muitas vezes um pode substituir o outro para se evitar a repetição viciosa. Veja: Dois soldados da Polícia Militar foram baleados na noite de ontem. O comandante da operação informou que os militares já estão fora de perigo. Neste exemplo, a palavra “militares” é um hiperônimo da palavra “soldados” e foi utilizado para evitar a repetição do substantivo anteriormente expresso. Questão 4: TRE - ES / 2011 / nível médio Texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. Em geral, porém, as constituições têm deixado o exercício da função de votar a critério do eleitor, não estabelecendo sanções para os que se omitem. Nessa hipótese, as normas jurídicas sobre o voto pertenceriam à categoria das normas imperfeitas, o que redundaria em fazer do sufrágio simples dever cívico ou moral. Somente quando se torna obrigatório, o voto assume verdadeiro caráter de dever jurídico. Tal obrigatoriedade foi estabelecida por alguns países, menos pelos argumentos sobre a natureza do voto do que pela abstenção de muitos eleitores — fato prenhe de consequências políticas, inclusive no sentido de desvirtuar o sistema democrático. Nos pleitos eleitorais com alta porcentagem de abstenção, a minoria do eleitorado poderia formar os órgãos dirigentes do Estado, ou seja, governo e parlamento. Eleições e sistemas eleitorais. In: Revista de Jurisprudência – Arquivos do tribunal de alçada do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1.º trim./1981, p. 66 (com adaptações). Pertencem ao mesmo campo de significação, no texto, as palavras: “voto” (linha 1); “sufrágio” (linha 7) e “eleitorado” (linha 13). Comentário:Note que campo semântico não significa sinônimo, mas apenas palavras que dizem respeito a ideias que cobrem um mesmo assunto. As palavras “voto”, “sufrágio” e “eleitorado” dizem respeito ao mesmo assunto: eleição. Gabarito: C PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 4 Questão 5: Tribunal de Justiça – RJ / 2008 / nível superior Fragmento do texto: A divulgação científica, as informações e os conhecimentos que podemos oferecer à educação são elementos que contribuem para formar a opinião, a capacidade de crítica e de decisão dos diferentes setores da sociedade. O termo “elementos” funciona como hiperônimo de “divulgação científica”, “informações” e “conhecimentos”. Comentário: Note que “elementos” é o predicativo do sujeito, isto é, caracteriza esse sujeito composto. Naturalmente o vocábulo “elementos” deve ser abrangente para abarcar as ideias específicas de cada núcleo desse termo enumerado, por isso “elementos” é hiperônimo (sentido geral) de seus hipônimos (sentido específico) “divulgação científica”, “informações” e “conhecimentos”. Gabarito: C Questão 6: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia) Comentário: Na realidade, “crime” (mais específico) é um termo incluso em “delitos” (mais abrangente), por isso a relação deveria ser contrária: (hiponímia/hiperonímia) Gabarito: E III Polissemia: O radical “poli” significa vários. Assim, o vocábulo polissêmico é aquele que pode possuir vários significados a depender de seu contexto. Veja os diferentes contextos de emprego do verbo pegar: 1. Ele pegou um balde grande de plástico. 2. Os alunos pegam facilmente tudo o que é ensinado. 3. Pegar um bom emprego é o objetivo de todos. 4. Pegou do irmão a mania de fazer coleção de figurinhas. (questão de prova: PROMINP 2010) No contexto da frase 1, o verbo “pegou” está sendo empregado no sentido de “apanhar”, “segurar”. Na frase 2, “pegam” tem o sentido de “abstrair”, “entender”. Na frase 3, “Pegar” tem o sentido de “conquistar”, “conseguir”. Na frase 4, “Pegou” tem o sentido de “receber algo por influência”. IV Sinonímia: é um item de suma importância para a interpretação de textos do CESPE e também para a coesão referencial, pois se pode retomar palavra anteriormente expressa por seu sinônimo, evitando a repetição viciosa. Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto. Joana procedeu de Manaus. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 5 Joana veio de Manaus. A substituição de procedeu por veio não altera o sentido da frase, pois os termos são sinônimos. Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. É a riqueza da língua portuguesa falando mais alto. Pode- se dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face do exposto, aceitarei. Isso você vai ver muitas vezes nas provas do CESPE. Realizaremos exaustivamente questões que pedem para substituir uma palavra por outra mantendo o mesmo sentido. Algumas vezes, esta banca insere o nome “símile” (=semelhança). Esse processo resulta em semelhança contextual de sentido, pois normalmente haverá termo que fará uma aproximação semântica. Por exemplo: Sua cidade é linda, como a capital do país. Houve um processo de comparação por igualdade, isto é, houve semelhança textual entre duas cidades. Então o mais importante é a atenção na interpretação. Mas, como abordamos anteriormente, uma leitura atenta do texto retira qualquer dúvida. Questão 7: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior Julgue a afirmativa em que a palavra grifada mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: O crime já foi definido como toda conduta humana que infringisse a lei penal. Nesse sentido, o indivíduo que transgredisse essa lei deveria ser punido. (homonímia) Comentário: A relação é de sinonímia, pois as palavras em destaque possuem o mesmo sentido. O conceito de homonímia será visto adiante. Gabarito: E V Antonímia Requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário. Antonímia é o emprego de palavras de sentido contrário, oposto. Ex.: É um menino corajoso. É um menino medroso. Questão 8: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação. (sinonímia) Comentário: A relação é de antonímia, pois os sentidos dessas palavras são opostos. Gabarito: E PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 6 VI Homônimos, parônimos e expressões afins Homônimos são vocábulos de sentidos diferentes que, por apresentarem semelhanças formais, costumam provocar dúvidas de significado e de grafia. Há dois tipos de homônimos: homônimos homógrafos e homônimos homófonos. Os homógrafos são palavras que têm a mesma grafia, podendo a sua pronúncia coincidir ou não, como nos exemplos: manga (de roupa), manga “fruta” e manga “tubo de vidro ou cristal para lâmpadas”; seco /ê/ (adjetivo) e seco /é/ (verbo), gosto /ô/ (substantivo) e gosto /ó/ (verbo). Já os homófonos caracterizam-se por terem pronúncia idêntica e grafia diferente: censo/senso, cessão/seção/sessão, etc. Por sua vez, os parônimos são palavras que se apresentam como muito parecidas na pronúncia e na grafia, mas não chegam a ser idênticas. Exemplos: deferir/diferir, infligir/infringir. Vamos, assim, elencar alguns vocábulos que têm caído nas provas: 1) Uso dos porquês 1) Porquê (junto e com acento) é usado quando for sinônimo de motivo, causa, indagação. Por ser substantivo, admite artigo e pode ir ao plural: Os considerandos são os porquês de um decreto. O Relator explicou o porquê de cada emenda. Qual é o porquê desta vez? 2) Por quê (separado e com acento) é usado quando a expressão aparecer em final de frase, ou sozinha: Brigou de novo, por quê? Brigou de novo? Por quê? Ria, ria sem saber por quê. 3) Porque (junto e sem acento) é usado nos seguintes casos: a. Para introduzir explicação, causa, motivo, podendo ser substituído por conjunções causais como pois, porquanto, visto que: Traga agasalho, porque vai fazer frio.(conjunção coordenativa explicativa = pois) A reunião foi adiada porque faltou energia.(conjunção subordinativa causal = pois) Porque ainda é cedo, proponho esperarmos um pouco mais. (conjunção subordinativa causal = como) b. Nas frases interrogativas a que se responde com “sim” ou “não”: Ele não votou o projeto porque estava de licença? Essa medida provisória está na pauta de votação porque é urgente? Na realidade, a conjunção “porque” continua sendo subordinativa adverbial causal. A diferença é que na própria pergunta já se dá a causa (oração subordinada adverbial causal). PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7 c. Como conjunção de finalidade (= para que), levando o verbo para o subjuntivo. Esta construção é arcaica, mas vezpor outra tem sido encontrada: Rezo porque tudo corra bem. Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas. Contemporaneamente, para exprimir finalidade, objetivo, prefere-se usar para que em lugar de porque: Rezo para que tudo corra bem. 4) Por que (separado e sem acento) é usado nos seguintes casos: a. nas interrogativas diretas e indiretas: Por que você demorou tanto? (interrogativa direta) Quero saber por que meu dinheiro está valendo menos. (interrogativa indireta) b. sempre que se puder inserir as palavras motivo, razão: Não sei por que ele se ofendeu. (Não sei por que motivo ele se ofendeu.) O funcionário explicou por que havia faltado. (O funcionário explicou por que motivo havia faltado.) c. quando a expressão puder ser substituída por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, confirma-se que há pronome relativo “que” antecedido da preposição “por”: A estrada por que passamos está em péssimo estado de conservação. (A estrada pela qual passamos está em péssimo estado de conservação.) Esse é o motivo por que a reunião foi adiada. (Esse é o motivo pelo qual a reunião foi adiada.) d. quando “que” for conjunção integrante iniciando oração subordinada substantiva objetiva indireta ou completiva nominal, com imposição da preposição “por” pelo verbo ou nome, respectivamente: Torcemos por que tudo se resolva logo. (= torcemos por isso) O Relator estava ansioso por que começasse a votação. (= ansioso por isso) Não se pode confundir este último caso com o uso da conjunção de finalidade (conforme acima - nº 3, letra c). Veja a diferença: Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas. Note que o nome opinião, anterior à conjunção, não exigiu a preposição por. Além disso, percebe-se a intenção, a finalidade de não expressar sua opinião: para que não desanimasse os colegas. O Relator estava ansioso por que começasse a votação. Aqui, o nome ansioso exige a preposição por, razão pela qual deve ser separada do que. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 8 Questão 9: TRE - ES / 2011 / nível médio Julgue os próximos itens, com relação ao correto emprego de porque, porquê, por que e por quê. Se me perguntam por que sou favorável ao voto distrital, qual o motivo porque defendo tal sistema, explico de pronto: porque com ele diminui a briga interna dos partidos em cada distrito. Além disso, porque o voto distrital dá ao eleitor a possibilidade de controlar quem foi por ele eleito. Comentário: O primeiro “por que” está correto, pois se encontra em frase interrogativa indireta. O “que” é um advérbio interrogativo de causa. O segundo “porque” está errado, pois deveria estar separado (por que), tendo em vista que inicia oração subordinada adjetiva, podendo ser substituído por “pelo qual”. Isso mostra que há pronome relativo “que”. Os dois últimos estão corretos, porque são conjunções subordinativas adverbiais causais, podendo ser substituídos por porquanto, pois. Gabarito: E Questão 10: Alguns prefeitos se reelegem com extrema facilidade. Por que isso ocorre? Por que prefeitos de municípios recém-criados se reelegem com muito mais facilidade do que os demais? Provavelmente, porque têm mais liberdade para gastar e amplas possibilidades de contratar novos funcionários para compor a burocracia local. Comentário: A primeira e a segunda ocorrências do “Por que” estão corretas, pois fazem parte de frases interrogativas diretas. Então o “que” é advérbio interrogativo. O terceiro “porque” também está correto, por ser uma conjunção causal, podendo ser substituído por porquanto, pois. Gabarito: C Questão 11: Em cada eleição se manifesta o desejo de permanência ou mudança. Mudar por quê? Nem todos os porquês são razoavelmente justificáveis. É preciso que cada um reflita seriamente para saber por que quer mudar, ou por que quer a continuidade de determinado grupo no poder. Comentário: O primeiro “por quê” está em final de frase, por isso fica separado e com cento. O segundo (“porquês”) fica junto e recebeu acento por ser um substantivo, fato provado pela presença do artigo “os” antecipando-o, além de poder flexionar-se no plural. As duas últimas, com esse termo separado e sem acento, ocorre por estar em estrutura de frase interrogativa indireta, pois eles estão antecedidos do verbo “saber”, além disso, pode-se subentender o vocábulo “motivo, causa ou razão” após esse termo. Gabarito: C 2. Mau e mal 1) Mau é antônimo de bom. Pode aparecer como: a. adjetivo – varia em gênero e número: Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso. Não eram maus rapazes, apenas um pouco preguiçosos. Obs.: (feminino) Não era má atriz nas novelas, mas boa cantora no palco. b. palavra substantivada: PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 9 Os bons vencerão os maus. 2) Mal é antônimo de bem. Pode aparecer como: a. advérbio – não varia: O candidato foi mal recebido. Fizeram mal em dizer tais coisas. b. substantivo – varia em número: O mal nem sempre vence o bem. Há males que vêm para o bem. c. conjunção (corresponde a quando)– não varia: Mal cheguei, ele saiu. d. mal é também um prefixo: mal-educado, malcriado, mal-humorado 3. Mas – más – mais 1. Mais pode ser um pronome ou um advérbio. É o contrário de menos: a. advérbio (indica intensidade) – modifica verbo ou adjetivo: Converse menos e trabalhe mais. A garota está mais bonita hoje. b. pronome indefinido (indica quantidade) – modifica um substantivo: Comprei mais lâmpadas para a sala de aula. 2. Mas é uma conjunção adversativa (indica oposição). Equivale a porém, todavia, contudo: Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu. 3. Más é adjetivo: Ela é uma má aluna. 4. Há – a – à 1) Emprega-se o há: a. Com referência ao verbo fazer, indicando tempo decorrido: Não o vejo há quinze dias. Não se encontram há tempos. Saiu daqui há duas horas. b. Quando se trata de forma do verbo haver: Há um artigo interessante nesta revista. 2) Emprega-se o a (preposição): a. Com referência a tempo futuro: A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a maquilagem. b. Com referência a distância: PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10 Morava a cinco quadras daqui. 3) Emprega-se o a (artigo) quando se antepõe a substantivo feminino: A apólice tornou-se grande trunfo na mão do advogado. 4) Emprega-se o à quando houver crase da preposição a com o artigo a ou com o demonstrativo a: Rendeu à colega uma homenagem semelhante à que recebera. 5. Senão – se não 1. A palavra senão é usada equivalendo a : a. do contrário (conjunção) Saia daqui, senão vai se molhar. b. a não ser, salvo, exceto (preposição): Não podia acreditar, senão vendo com os próprios olhos. Não faz outra coisa, senão reclamar. c. mas sim, porém (conjunção adversativa) Não tive a intenção de exigir, senão de pedir. Aconselhava não como chefe, senão como amigo. d. defeito, falha (substantivo): Fez um discurso perfeito, sem nenhum senão. (Esta é a forma que se usa na expressão “senão vejamos”.) 2. A expressão se não é usada equivalendo a caso não (conjunção condicional e hipotética): Esperarei mais um pouco; se não vier, irei embora. (caso não venha) Se não buscares, não encontrarás. O dispositivo está na Constituição, se não no Regimento Interno. 6. A fim de – afim 1. A expressão a fim de indica finalidade; correspondea para: Cheguei cedo a fim de terminar meu serviço. (Deve-se evitar estar a fim de no sentido de estar com vontade de em textos mais elaborados, pois trata-se de modismo, de gíria. Seu emprego só se justifica em textos coloquiais: Eu não estou a fim de sair hoje.) 2. A palavra afim (numa única palavra) corresponde a semelhante ou parente por afinidade: A Matemática e a Física são ciências afins. A língua portuguesa é afim da espanhola. 7. A par ou ao par? 1. A expressão a par equivale a ciente, informado, prevenido; em geral, emprega-se com o verbo estar: O diretor não estava a par do assunto. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 11 2. A expressão ao par emprega-se em relação a câmbio; indica título ou moeda de valor idêntico: O real já esteve ao par do dólar. As ações foram cotadas ao par. A lista a seguir mostra os distintos significados das palavras e expressões que podem gerar dúvidas. Isso é importante para o seu conhecimento e em determinadas questões esses valores podem ajudá-lo tanto na semântica, quanto na ortografia. Apenas LEIA, de vez em quando, essas palavras. Não decore, pois a banca CESPE cobra o sentido contextual. Abaixo-assinado: documento em geral de reivindicação, protesto ou solidariedade assinado por várias pessoas: Não faltaram abaixo-assinados contra a reforma da Previdência. Abaixo assinado: cada uma das pessoas que assinam um abaixo-assinado: Nós, abaixo assinados, vimos manifestar... Abjeção: baixeza, degradação: Em um ambiente de abjeção, as pessoas perdem o respeito. Objeção: réplica, contestação, obstáculo: O projeto tramitou sem encontrar nenhuma objeção. Absolver (absolvição): inocentar, perdoar: O tribunal absolveu o réu. Absorver (absorção): embeber em si, recolher em si, fazendo desaparecer por incorporação ou assimilação: O novo órgão absorveu as funções das duas secretarias que foram extintas. Acender: pôr fogo: Acender uma fogueira; ligar: Acender a lâmpada. Ascender: subir, elevar-se: Ascender na carreira. Acento: sinal gráfico, tom de voz: Nos discursos que fazia, era mestre em pôr o acento certo nas palavras certas. Assento: banco, cadeira: O Brasil reivindica assento no Conselho de Segurança da ONU. Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, falou acerca de seus projetos. A cerca de: preposição “de” + quantidade aproximada: Brasília fica a cerca de duzentos quilômetros de Goiânia. Há cerca de: verbo “há” + quantidade aproximada: O povoado existe há cerca de um século; Atualmente, há cerca de trezentos moradores vivendo em suas ruelas. Acessório: suplementar, adicional, secundário: As questões acessórias serão discutidas posteriormente; aquilo que se junta ao principal, complemento: Comprou acessórios de informática. Assessório: assessorial; relativo a assessores. Acidente: acontecimento casual, imprevisto: Encontraram-se por acidente em uma solenidade; desastre: Por sorte, ninguém se feriu no acidente. Incidente: episódio; dificuldade passageira: O incidente da agressão ao diplomata desencadeou uma crise entre os dois países. Alto: de grande dimensão vertical, elevado: alto-falante, muro alto. Auto: de si mesmo; ato público; registro escrito de uma ocorrência: automóvel; autos do processo. À medida que: à proporção que, ao passo que (expressa o desenvolvimento de ação simultânea a outra): À medida que amadurecem, as pessoas aumentam sua capacidade de compreensão; A situação foi se aclarando, à medida que a testemunha relatava os fatos. Na medida em que: pelo fato de que, uma vez que; porque (expressa causa ou a ideia de utilização de dado preexistente): Na medida em que o Relator apresentar seu parecer, a Comissão poderá votá-lo imediatamente; Devemos usar nossas prerrogativas de cidadãos, na medida em que elas existem. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 12 Amoral: que não tem senso de moral; moralmente neutro: Diz-se que a ciência é amoral. Imoral: contrário à moral, aos bons costumes; indecoroso; libertino: Conduta imoral. Moral: que está conforme os princípios socialmente aceitos: Encerrou o discurso com uma anedota de cunho moral. Ante: preposição: em frente a, perante: A verdade está ante nossos olhos; em consequência de; diante de: Ante os protestos, recuou da decisão. (Diz-se ante a, ante o, e não *ante à, *ante ao.) Ante: pref. expressa anterioridade: anteontem, antessala. Anti: pref. expressa contrariedade, oposição: antiácido, antirregimental. Ao encontro de: para junto de: Com os braços abertos, caminhou ao encontro dos colegas; favorável a, concordante ou compatível com: Suas ideias vêm ao encontro do que o projeto defende (as ideias concordam com o que o projeto defende). De encontro a: contra; em prejuízo de: Tropeçou, indo de encontro à mesa; Suas ideias vão de encontro ao que o projeto defende (as ideias são contrárias ao que o projeto defende). Ao invés de: ao contrário de (deve ser empregado quando houver oposição real entre uma coisa e outra): Ao invés de aprovar, rejeitou; Ao invés de rir, chorou. Em vez de: em lugar de; em substituição a: Em vez do Presidente, falou o Vice- Presidente; Em vez de pôr o projeto em votação, suspendeu a sessão; ao invés de: Em vez de rir, chorou. Aonde: usa-se com verbos de movimento (ir a, dirigir-se a, chegar a, etc.): Aonde vai o Brasil?; A comissão aonde (à qual / para a qual) foi encaminhado o projeto irá apreciá-lo hoje. Onde: usa-se com verbos que não dão idéia de movimento: Onde está o projeto no momento?; A comissão onde (em que / na qual) se encontra o projeto irá apreciá-lo hoje; Onde será a reunião? Aparte: interrupção ao orador: “Concedo o aparte ao nobre Colega.” À parte: isoladamente: O destaque apresentado foi votado à parte. Apreçar: perguntar o preço. Apressar: dar pressa. A princípio: no começo, inicialmente: A princípio, ninguém acreditava que o projeto seria aprovado. Em princípio: antes de qualquer consideração; de maneira geral; em tese: Em princípio, as leis visam ao bem comum. No princípio: mesmo que a princípio. Aresto: acórdão, solução de um julgado. Arresto: apreensão judicial de bens para garantir futura cobrança de dívida; embargo. Arrochar (arrocho): apertar muito: Arrochar o salário. Arroxar: variação do verbo arroxear “tornar roxo”. Ascendente: ancestral, antepassado (pai, avô, etc.): O avô materno foi o ascendente que mais o estimulou a seguir a carreira política. Descendente: pessoa que descende de outra (filho, neto, etc.): Os descendentes souberam consolidar o império industrial iniciado pelo patriarca. À toa: com a reforma ortográfica, é a mesma grafia para adjetivo (irrefletido; inútil): Um gesto à toa e para locução adverbial de modo (a esmo; irrefletidamente): Uma pessoa que vive à toa. Avocar: chamar; atribuir a si; arrogar-se: Avoca a si poderes de que não está investido. Evocar: lembrar; invocar: De maneira saudosa, vive evocando o passado. Invocar: pedir a proteção ou a ajuda de; chamar: Invocou o apoio de seus pares. Caçar (caça): perseguir para aprisionar ou matar: A polícia caçou os fugitivos até encontrá-los. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 13 Cassar (cassação): anular, revogar: A portaria cassou as aposentadorias concedidas irregularmente. Cardeal: adj. principal, fundamental. • subst. prelado: O cardeal foi quem celebrou a missa. Cardial: cárdico, cardíaco. Cavaleiro: que anda a cavalo; cavalariano. Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. Cela: pequeno quarto de dormir. Sela: assento que se põe sobre cavalgadura. Censo:levantamento de dados estatísticos; recenseamento: De acordo com o Censo 2000, há 171 milhões de brasileiros. Senso: faculdade de julgar, de sentir; juízo, entendimento: O estudo da Filosofia desenvolve o senso crítico. Cerrar: fechar; unir fortemente: Cerrou as mãos e soltou um grito; Encontrou todas as portas cerradas. Serrar: cortar com serra ou serrote: Os fugitivos serraram as grades da cela. Cessão: ato ou efeito de ceder: Agradeceu ao orador a cessão do aparte; transferência de posse ou direito: Cessão sem ônus. Seção: setor, repartição: Trabalha na Seção de Editoração; subdivisão de um todo: Um extenso capítulo com muitas seções. Sessão: espaço de tempo em que se realiza um trabalho: A sessão solene estendeu- se por mais de três horas; A primeira sessão do filme começará às 17 h. Chá: bebida: Em vez de chá, tomou café. Xá: antigo soberano do Irã. Cheque: ordem de pagamento. Xeque: chefe muçulmano; lance de xadrez. (xeque-mate = o rei morreu ou o rei está morto) Pôr em xeque: pôr em dúvida ou dificuldade. Comprimento: dimensão longitudinal de um objeto; tamanho: A sala tem 10 m de comprimento. Cumprimento: ato ou efeito de cumprir: o cumprimento de uma promessa; gesto ou palavra de elogio ou de saudação: Recebeu emocionado os cumprimentos dos colegas. Concertar: fazer acordo; combinar: Os Líderes concertaram a votação para hoje. Concerto: acordo; ajuste: O projeto foi aprovado graças ao concerto entre os partidos; harmonia: O concerto das nações; espetáculo musical: O concerto foi aplaudido de pé. Consertar (conserto): reparar; restaurar: Mandou consertar o relógio. Coser: costurar. Cozer: cozinhar. Deferir (deferimento): atender: A Diretora deferiu prontamente o pedido; outorgar, conceder: Os jurados deferiram o prêmio ao jovem cientista. Diferir (diferimento): adiar: A empresa diferiu o pagamento; ser diferente: Esses projetos diferem apenas no acessório, sendo idênticos no essencial. Defeso /ê/: adj. proibido: É defeso utilizar tributo com efeito de confisco; não sujeito a, isento. • subst. período do ano em que é proibido caçar ou pescar: O defeso da lagosta. Defesso /é/: que se fatigou; cansado. Delatar (delação): denunciar; revelar (crime ou delito): No interrogatório, o assaltante delatou seus comparsas. Dilatar: aumentar as dimensões ou o volume (dilatação): O calor dilata os sólidos; adiar, diferir, prorrogar (dilação): O Governo dilatou o prazo para pagamento do imposto. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 14 Demais e por demais: excessivamente, em demasia: A discussão deixou-a irritada demais (ou: por demais irritada). De mais: a mais: A conta veio com trinta reais de mais. (Na dúvida entre demais e de mais, lembrar que de mais é intercambiável com de menos.) Descrição: ato ou efeito de descrever; retrato: Fez uma descrição sumária da situação. Discrição: qualidade de discreto, do que não atrai a atenção: Veste-se com discrição; discernimento; poder (discricionário) da autoridade de agir. Descriminalizar: isentar de culpa; excluir a criminalidade: Há uma tendência de se descriminalizar a maconha. Descriminar: mesmo que descriminalizar. Discriminar: diferençar, distinguir; separar: Discriminar o bem do mal. Desidioso: em que há desídia; preguiçoso; negligente. Dissidioso: em que há dissídio, divisão; conflituoso, desarmonioso. Destratar: maltratar com palavras. Distratar: desfazer (trato, acordo). Discente: relativo a alunos: O corpo discente reclamou daquele professor. Docente: relativo a professores: O corpo docente avaliou os recursos dos alunos. Dorso: costas. Torso: tronco. Elidir: fazer elisão “supressão”; excluir, eliminar: A elisão fiscal é lícita. Ilidir: rebater, contestar, refutar: No tribunal, foi capaz de ilidir as provas que o incriminavam. Eludir: evitar ou esquivar-se com astúcia ou com artifício: Eludir a lei. Iludir: causar ilusão em; enganar; burlar: Suas promessas já não iludem ninguém. Emenda: correção de falta ou defeito, alteração: A emenda aperfeiçoou o projeto; regeneração. Ementa: resumo, síntese (de lei, decisão judicial, etc.): Muitas ementas terminam com a expressão “e dá outras providências”. Emergir: vir à tona; surgir, manifestar-se. Imergir: fazer submergir; mergulhar, afundar. Emigrar (emigrante): sair de um país para ir viver em outro: Milhares de descendentes de japoneses emigraram do Brasil para o Japão. Imigrar (imigrante): entrar em outro país para nele viver: A maioria dos alemães que imigraram para o Brasil fixaram-se no Sul. Migrar (migrante): mudar periodicamente de região ou país; passar de um lugar para outro. Eminente: proeminente; sublime; ilustre, notável: O eminente professor marcou época com aulas memoráveis. Iminente: que está a ponto de acontecer: Com o transbordamento do rio, a inundação da cidade é iminente. Empoçar: formar poça. Empossar: dar ou tomar posse. Espectador: aquele que assiste a um espetáculo. Expectador: aquele que permanece na expectativa. Esperto: atento; perspicaz; ativo. Experto: especialista, perito. Espiar: observar secretamente, espionar. Expiar: remir (a culpa), cumprindo pena; purificar-se. Estada: ato de estar; permanência: A estada da comitiva na capital foi de três dias. Estadia: prazo concedido para carga e descarga de um navio mercante num porto. Observação: O dicionário Aurélio (2009) categoriza este vocábulo também com valor de estada, permanência, mesmo este uso sendo condenado por muitos. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 15 Estático: imóvel como estátua; sem movimento; parado, hirto. “Olhava, estática, os destroços espalhados pelo chão”. Extático: posto em êxtase, absorto, enlevado. Estrato: camada; faixa ou camada de uma população: Estratos sociais. Extrato: coisa que se extraiu de outra; resumo: Extrato bancário; perfume. Flagrante: registrado no momento da realização: Prisão em flagrante; evidente. Fragrante: perfumado. Florescente: que floresce; próspero: pomares florescentes. Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência: Comprei uma lâmpada fluorescente. Florescer: florir; prosperar, desenvolver-se: A indústria do turismo floresce a cada dia. Fluorescer: emitir radiação de fluorescência. Incerto: duvidoso; impreciso. Inserto: inserido; introduzido. Incipiente: que está no começo. Insipiente: ignorante; tolo. Incontinente: adj. imoderado, desregrado; sensual, lascivo. Incontinente ou incontinênti: adv. imediatamente, logo, sem intervalo: Os bombeiros responderam incontinente/ incontinênti ao chamado. Indefeso /ê/: sem defesa; desprotegido. Indefesso /é/: incansável; incessante. Infligir: impor, aplicar (pena, castigo): Na votação, os partidos de Oposição infligiram uma dura derrota ao Governo. Infringir: desobedecer a; transgredir: Quem infringe o Código Penal está sujeito a ser levado preso. Intemerato: não corrompido; puro. Intimorato: que não sente temor; destemido. Intercessão: ato de interceder, de intervir. Interse(c)ção: cruzamento; corte. Mandado: ordem escrita emitida por autoridade pública: Mandado de prisão. Mandato: concessão de poderes para desempenho de uma representação; procuração; delegação: Mandato parlamentar. Melhora: recuperação de mal físico ou moral; mudança para melhor estado ou condição. Melhoria: melhoramento; aprimoramento; mesmo que melhora “mudança para melhor estado ou condição”. Óptico: respeitante à óptica “ciência da visão”; relativo à visão ou ao olho; ocular. Ótico: relativo ao ouvido; que é eficaz contra os males do ouvido. Ordinal: que denota ordem, posição. Ordinário: conforme ao costume; comum; frequente; vulgar. Original: que não ocorreuantes; novo; autêntico; com caráter próprio; primitivo. Originário: oriundo, proveniente; que não se alterou. Paço: palácio real ou episcopal. Passo: ato ou jeito de andar. Pleito: questão em juízo; discussão; eleição: Ele elegeu-se no pleito do ano passado. Pleitear: demandar em juízo; falar a favor de; fazer por conseguir: Pleitear um cargo. Preito: homenagem; respeito; assunto. Render preito: fazer declaração de louvor, gratidão, respeito. Posar (pose): assumir atitude, modos ou ares de algo que se quer aparentar; fazer pose: Posar para fotos. Pousar (pouso): descer, baixar em pouso: O avião pousou; pernoitar: Pousaram em um hotel à beira da estrada. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 16 Preceder: anteceder, vir antes; ter precedência. Proceder: vir, provir; originar-se. Preeminente: que ocupa lugar mais elevado; superior; sublime. Proeminente: que sobressai; que avança em ponta; preeminente. Prescrever (prescrição): preceituar; receitar: O médico prescreveu repouso; perder o efeito: O prazo para cobrança da dívida prescreveu. Proscrever (proscrição): banir; expulsar; vetar: A Constituição proscreve a pena de banimento. Prever: ver antecipadamente. Prover: abastecer; regular; nomear para um cargo; deferir. Provir: vir de; originar-se; resultar: Certas doenças provêm da falta de saneamento básico. Ratificar (ratificação): confirmar, validar. Retificar (retificação): corrigir. Recrear: proporcionar recreação a; divertir(-se). Recriar: criar de novo. Reincidir (reincidência): tornar a incidir, recair em; repetir. Rescindir (rescisão): tornar nulo (contrato); cancelar. Remição: ato ou efeito de remir “tornar a obter, resgatar”; liberação de pena ou dívida. Remissão: ato ou efeito de remitir “perdoar”; perdão; ação ou efeito de remeter. Repreensão: ato de repreender; censura; advertência. Repressão: ação de reprimir; contenção; impedimento. Saldar: pagar o saldo de; liquidar (contas). Saudar: cumprimentar; aclamar. Segmento: porção de um todo: Segmento de mercado. Seguimento: continuação: Dar seguimento ao trabalho. Sob: debaixo de: A lixeira fica sob a mesa; debaixo de autoridade, comando, orientação: Agiu sob o manto da lei; Sob esse ponto de vista, o argumento dele está correto; Ficou sob a mira do assaltante. Sobre: em cima de: O livro está sobre a mesa; acima de, em lugar superior: Nem sempre sabemos que forças atuam sobre nós; a respeito de: No discurso, falou sobre a seca. Sobrescrever ou sobrescritar: escrever (no envelope) nome e endereço do destinatário. Subscrever ou subscritar: assinar. Sortir: prover, abastecer: Sortiu a despensa com as compras. Surtir: dar como resultado: Apesar de oportuna, a medida não surtiu a mudança desejada. Tachar: pôr defeito em, qualificar negativamente; censurar: Tachou a Oposição de revanchista; Tacharam-no de provinciano. Taxar: tributar; submeter a uma taxa: O Brasil taxa pesado as importações de certos produtos; fixar o preço de: O correio taxa as cartas com base no peso das mesmas; qualificar positivamente ou negativamente: Taxou a Oposição de aguerrida; Taxaram- no de provinciano. Tampouco: também não, muito menos (é usado para reforçar uma negação): Não veio, tampouco telefonou; Não pôde encaminhar o trabalho no prazo, tampouco teve tempo de revisá-lo. (Nem tampouco é expressão redundante, a ser evitada.) Tão pouco: muito pouco: É pena que demonstre tão pouco interesse pelos estudos; em tal (pequeno, escasso) grau ou quantidade: Ganha tão pouco, que mal tem dinheiro para comer. Tráfego: movimento ou fluxo: tráfego aéreo; trânsito: Tráfego congestionado. Tráfico: negócio, comércio: tráfico negreiro; negócio ilícito: Tráfico de entorpecentes. Trás: atrás, detrás; após, depois de. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 17 Traz: forma do verbo trazer. Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. Vestuário: conjunto das peças de vestir; traje. Vultoso: de grande vulto, volumoso, muito grande: Pagou pelo resgate uma vultosa soma em dinheiro. Vultuoso: acometido de vultuosidade “inchaço no rosto”. Cuidado quando a prova “camufla” a questão gramatical numa de semântica. O sentido pode permanecer, mas às vezes a troca dos vocábulos pode gerar um problema de concordância ou de regência. Veja um exemplo: Questão 12: PGM RR/ 2010 / nível médio Fragmento do texto: Assim, a noção de capacidade é essencialmente um regime de liberdade — o leque de opções que uma pessoa tem para decidir que tipo de vida levar. Preservam-se a coerência e a correção gramatical ao se substituir “tem” por dispõe, com a vantagem de tornar o texto mais de acordo com o padrão culto da língua. Comentário: O verbo “tem” e “dispõe” são sinônimos, mas o problema é que um não pode substituir o outro, se não houver ajustes gramaticais, pois o verbo “tem” é transitivo direto e “dispõe” é transitivo indireto e exige preposição “de”. Veja os ajustes: “...que uma pessoa tem... (“que” =OD, “uma pessoa” = sujeito, “tem” = VTD) “...de que uma pessoa dispõe...” (“de que” =OI, “uma pessoa”= sujeito, “dispõe”= VTI) Gabarito: E Neste tipo de cobrança, note que a banca salienta para o candidato que ele deve observar, além da “coerência” (sentido nos argumentos), a “correção gramatical”. O nosso trabalho nesta aula é treinar as questões especificamente de semântica, mas em outras aulas vimos e continuaremos vendo questões que pedem, camufladamente, o sentido, mas na realidade cobram a correção gramatical, como vimos nesta questão. Portanto, muito cuidado!!!! Questão 13: Tribunal de Justiça - RJ / 2008 / nível superior Julgue a afirmativa em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses: Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos não houve ato algum de descriminação. (paronímia) Comentário: Paronímia significa que o nome é parecido, mas não idêntico; por isso esta afirmativa é correta. Gabarito: C Questão 14: TRT - RJ / 2008 / nível superior Fragmento do texto: Nas camadas mais pobres, se podem distinguir famílias se esforçando para ascender e outras tantas soterradas cada vez mais na pobreza, na delinquência e na marginalidade. A palavra “ascender” poderia ser corretamente grafada, nesse contexto, também como acender. Comentário: São palavras homônimas (pronúncia igual), em que acender PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 18 significa pôr fogo, ligar; já ascender significa subir, elevar-se. Gabarito: E Questão 15: INCA / 2010 / nível médio Fragmento do texto: Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da criança monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de 6 anos de idade...” Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de” por acerca de. Comentário: A expressão “cerca de” significa quantidade aproximada e acerca de significa a respeito de, sobre. Por isso a substituição não manteria a correção gramatical. Gabarito: E Questão 16: TRE - ES / 2011 / nível médio Texto: O voto tem, primordialmente, o caráter de função pública. Como componente do órgão eleitoral, o eleitor concorre para compor outros órgãos do Estado também criados pela Constituição. O sentido do advérbio “primordialmente” (linha 1) equivale ao do adjetivo “primordial” na frase: O conceito primordial da arte encerra a ideia de equilíbrio. Comentário: O adjetivo “primordial” e o advérbio “primordialmente” significam principal, principalmente, respectivamente. Assim, a afirmativa está correta. Gabarito: CTRE - ES / 2011 / nível médio 1 5 10 15 20 Texto: No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.” Era o reconhecimento de um direito. Restava regulamentar a forma pela qual esse direito seria garantido. Em novembro de 2003, o presidente da República assinou o Decreto n.º 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.º: “Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.” E, logo em seguida, o parágrafo primeiro do mesmo artigo reafirma e esclarece: “Para os fins deste decreto, a caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade.” Essa regulamentação resultou naquilo que o professor Denis Rosenfield descreveu como “ressemantização da palavra quilombo”; segundo ele, “o quilombo já não significaria um povoado formado por escravos negros (...), mas uma identidade cultural.” O Estado de S.Paulo, 29/11/2010 (com adaptações). PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 19 Questão 17: O vocábulo ‘presunção’ (linha 10) é empregado no texto com o sentido de suposição que se tem como verdadeira. Comentário: O substantivo ‘presunção’ é derivado do verbo “presumir”. Esses vocábulos têm o sentido de “opinião ou juízo (suposição, suspeita) baseado em algo”. Esse sentido, juridicamente, foi estendido para “Consequência que a lei deduz de certos atos ou fatos, e que estabelece como verdade por vezes até prova em contrário.” (Dicionário Aurélio). No texto, é essa extensão de sentido que foi empregada. Veja o contexto: “Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos (...) os grupos étnico-raciais (...) com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”. Assim, na forma da lei, são considerados remanescentes das comunidades aqueles que se declaram de ancestralidade negra e que satisfaçam as exigências legais. Há uma declaração, uma suposição, que é dada como verdadeira, até que se prove o contrário. Por isso, a questão está correta. Gabarito: C Questão 18: Mantêm-se as informações do período ao se substituir a palavra ‘remanescentes’ (linha 7) por descendentes. Comentário: O vocábulo “remanescentes” tem o sentido de aquilo que resta, restante, remanente. Contextualmente, esse sentido se amplia. Não é apenas aquelas pessoas que restaram, mas aqueles que descendem daquela ancestralidade, de acordo com as restrições da lei. Por isso, contextualmente, o sentido permanece o mesmo. Gabarito: C Questão 19: De acordo com os sentidos do texto, a palavra ‘ressemantização’ (linha 17) pode, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por ressignificação. Comentário: O vocábulo “semantização” é derivado de semântica, que significa o sentido das palavras. O prefixo “re” mostra que há nova semântica, isto é, novo sentido (ressignificação). Por isso, a questão está correta. Gabarito: C Questão 20: TRE - PA / 2007 / Analista Fragmento do texto: A expedição de qualquer diploma pelo TSE e pelos TREs depende, entre outros fatores, também da prova de o eleito estar em dia com o serviço militar. Consta que os candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República recebem diplomas assinados pelo presidente do TSE, os demais ministros, pelo procurador-geral eleitoral. Os eleitos aos demais cargos — governador, senador, deputados federais, estaduais e distritais, assim como os respectivos vices e suplentes — recebem diplomas assinados pelo presidente do respectivo TRE. A palavra “também” (linha 2) está sendo usada para indicar a competência exclusiva dos tribunais citados para a expedição dos diplomas. Comentário: Para indicar que a competência é exclusiva dos tribunais PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 20 citados, haveria a necessidade dos vocábulos “só”, “somente”, “apenas”, junto aos vocábulos que indicam os tribunais, da seguinte forma: “...expedição somente (apenas) pelo TSE e pelos TREs...”. Já o vocábulo “também” mostra a inclusão, isso quer dizer que, além de a expedição de qualquer diploma depender da prova de o eleito estar em dia com o serviço militar, ainda há outras exigências (“entre outros fatores”). Gabarito: E Questão 21: TRE - ES / 2011 / nível médio Fragmento de texto: A expansão do agronegócio, segundo as Contas Regionais do Brasil 2004-2008, divulgadas pelo IBGE, foi um notável vetor de crescimento das regiões menos desenvolvidas. A cana-de-açúcar, a soja e o café ajudaram Rondônia; as lavouras temporárias empurraram o Acre; o Amazonas sofreu percalços na área industrial, mas ganhou com a criação de gado, o café e o cultivo de frutas cítricas. Mantém-se a informação do segundo período, ao se substituir o vocábulo “percalços” (linha 5) por qualquer uma das seguintes palavras: dificuldades, transtornos, contratempos. Comentário: O substantivo “percalços” transmite, no texto, a ideia de dificuldade. Veja que o próprio verbo “sofreu” já indica que é algo negativo. Por extensão, podemos entender também a ideia de “transtornos” e “contratempos”, por serem sinônimos contextuais. Gabarito: C Questão 22: TRE - ES / 2011 / nível médio Fragmento de texto: Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa decepção: não conseguiu produzir um documento tornando obrigatórias as metas de redução da emissão de poluentes, mas houve consensos. A expressão “sob o signo da” poderia, sem prejuízo para a informação do período, ser substituída por sob a influência da. Comentário: Importante observarmos o sentido da palavra “signo”. Esse vocábulo tem seus sinônimos literais: sinal, símbolo. Por extensão, entendemos que a civilização possui alguns símbolos, como os das constelações (representando o zodíaco), a cruz (representando o cristianismo), as placas (representando as várias informações) etc. Daí observarmos que esses signos (símbolos) passam a influenciar a conduta do ser humano. Eis o novo sentido da palavra signo: influência. Daí a expressão “sob o signo de” ter seu sentido categórico nos dicionários como “sob a influência de”. Veja que, contextualmente, a COP-15 foi uma relativa decepção, porque as metas de redução da emissão de poluentes não se tornaram obrigatórias. Segundo o texto, uma possível explicação para que isso não tornasse obrigatório foi a forte influência da recessão mundial. Note que, nessa situação de forte recessão, dificilmente se iria querer reduzir a produção, para baixar as metas da emissão de poluentes. Por isso, a expressão “sob o signo da” foi utilizada no texto. A questão está corretíssima. Gabarito: C PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 21 Questão 23: PC - ES / 2011 / nível médio Fragmento de texto: Recentemente, a Coreia do Norte, mais uma vez, atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoase feriu pelo menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas pelos sulistas em águas sob sua jurisdição. A tensão na fronteira é grande. O governo de Seul ameaça com uma retaliação que pode desencadear um confronto de proporções catastróficas, não só para os coreanos de ambos os lados, mas para todo o planeta. Mantêm-se a coerência textual e as informações originais do texto ao se substituir a palavra “retaliação” (linha 9) por represália. Comentário: O sinônimo de “retaliação” é vingança, desforra, represália. Por isso, a questão está correta. Veja que o governo de Seul quer dar uma resposta à Coreia do Norte. E essa resposta não é nada amigável, pois poderá ter consequências catastróficas, segundo o texto. Daí entendermos que os sentidos literais arrolados acima realmente cabem neste contexto. Gabarito: C Questão 24: TRE - PA / 2007 / Analista Fragmento do texto: A partir da diplomação, os deputados federais eleitos só podem ser presos em caso de incontestável crime. A regra vale para todos os membros do Congresso Nacional, conforme dispõe o texto constitucional em vigor. Enquanto não forem diplomados, os eleitos continuam sujeitos às penalidades da lei, como qualquer cidadão, podendo, inclusive, ser presos, mesmo se não se tratar de crime evidente. O artigo 53 da Constituição Federal expressa que, a partir da posse, com a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos. Ainda de acordo com o texto constitucional promulgado em 1988, a diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A mesma norma legal estabelece que deputados e senadores, a contar da expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Considerando os sentidos das palavras empregadas no texto, há relação de sinonímia contextual entre A “incontestável” (linha 2) e imponderável. B “diplomados” (linha 4) e reformados. C “evidente” (linha 6) e indubitável. D “invioláveis” (linha 10) e permanentes. E “expedição” (linha 12) e envio. Comentário: Na alternativa (A), perceba que “incontestável” significa indiscutível (em caso de crime indiscutível). Já “imponderável” significa aquilo que não se pode avaliar. Assim, não são sinônimos. Na alternativa (B), o segundo parágrafo explica literalmente o que venha a ser diplomação: é a formalidade da posse dos membros do Congresso PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 22 Nacional. Já “reformados” significa, de maneira geral, aquilo que foi corrigido. A alternativa (C) está correta, pois a expressão “evidente” significa “às claras”, “que não oferece dúvida”. Por isso, a substituição pelo adjetivo “indubitável” preserva o sentido no texto. Na alternativa (D), perceba que invioláveis significa aquilo que não pode ser violado, mexido, aberto. No contexto, significa que deputados e senadores não serão imputados civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos; a partir da diplomação. O adjetivo “permanentes” significa aquilo que perdura, aquilo que é ininterrupto. Isso não cabe no contexto. Na alternativa (E), “expedição” está no sentido do ato da homologação, assinatura, despacho do documento. Já “envio” significa remessa, por isso não cabe no contexto. Gabarito: C Questão 25: TRE - TO / 2007 / Analista Fragmento do texto: O debate sobre as deficiências na legislação penal brasileira, as falhas na justiça e a crise do sistema penitenciário oscila em função do noticiário policial. Cada crime de impacto, como as ondas de violência deflagradas, no Rio e em São Paulo, de dentro de penitenciárias, produz clamores por leis mais duras e prisões com rigidez absoluta. Os críticos desse tipo de reação argumentam que mais eficaz do que qualquer agravamento de penas ou aperto extremo nos presídios é o cumprimento da legislação vigente, para se acabar com a perigosa sensação de impunidade que existe na criminalidade. Essa posição é bastante razoável, por ter uma sólida fundamentação. É certo que muitas leis podem até ser formalmente bem redigidas, baseadas em conceitos estruturados, mas de nada adianta se forem mal aplicadas. A expressão “clamores” (linha 5) está sendo empregada no sentido de rejeições. Comentário: O substantivo “clamor” tem o sentido de “queixar, protestar, bradar”. Pelo contexto, entendemos que os crimes de impacto produzem protestos, rogos por mais rigidez na legislação. Observe que “rejeições” não tem esse valor semântico, por isso a questão está errada. Gabarito: E Questão 26: TRE - TO / 2007 / Técnico Fragmento do texto: Na movimentação em curso, uma das preocupações predominantes é a de fugir de partidos que, nos estados representados pelos parlamentares, não conseguiram eleger governador. A outra justificativa é a de que não há como ficar de fora da ampla coalizão de apoio ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em fase de montagem no Congresso. A palavra “coalizão” (linha 4) está sendo empregada com o sentido de oposição. Comentário: A palavra “coalizão” significa acordo, aliança, união; enquanto “oposição” significa contraste, contrário; por isso a questão está errada. Gabarito: E PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 23 Questão 27: TRE - TO / 2007 / Técnico Fragmento do texto: A mudança desenfreada de legendas contribui sempre para desgastar ainda mais a atividade política, aumentando o descrédito dos representantes da sociedade no Poder Legislativo. A expressão “ainda mais” (linha 2) deixa pressupor que a atividade política tem outros motivos para estar desgastada, além das trocas de legendas. Comentário: A expressão “ainda mais” é termo adicional, pressupondo-se que haja elemento já adicionado. Por esse motivo, entende-se que a atividade política já está desgastada e a mudança desenfreada de legendas vai aumentar esse desgaste. Por isso, a questão está correta. Gabarito: C Questão 28: TSE / 2006 / Analista Fragmento do texto: Muitos defendem o federalismo, quando se encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia política. A palavra “manietados” (linha 3) está sendo empregada com o sentido de mobilizados. Comentário: O adjetivo “manietados” é gerado do verbo “manietar”, o qual possui a variação “maniatar”. Esse vocábulo é constituído dos substantivos “mão” e o verbo “atar”: maniatar. Então, o sentido desses vocábulos é “atar as mãos”, prender-se ou sentir-se preso. Assim, entendemos que os municípios sentiam-se tolhidos, dificultados, presos, imobilizados, por causa da falta de recursos próprios, por isso reclamam por ajuda dos governos estaduais e federal. Veja: “Os municípios, tolhidos pela falta de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia política.” Gabarito: E Questão 29: TSE / 2006 / Analista Fragmento do texto: Nisto o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa; em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia universal. Apalavra “panacéia” (linha 6) significa estratégia, método. Comentário: “panacéia” está no sentido irônico de solução, resolução de todos os problemas universais. Por isso, a alternativa está errada. Gabarito: E Questão 30: TSE / 2006 / Técnico Fragmento do texto: Uma sociedade democrática vive de suas clivagens, que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político. Cada partido tem o direito de fazer suas próprias propostas, procurando mostrar para a opinião PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 24 pública a sua viabilidade, a sua pertinência e a sua importância. A palavra “clivagens” (linha 1) está sendo empregada com o sentido de convergências, uniões. Comentário: O substantivo “clivagens” significa divisão, fragmentação. Mas você não precisava saber o sentido desse substantivo, pois bastava interpretar o texto. Veja: Uma sociedade democrática vive de suas clivagens, que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político. A oração “que têm como fundamento o respeito ao pluralismo político” é subordinada adjetiva explicativa e com isso mostra o sentido deste substantivo no texto: as clivagens de uma sociedade democrática fundamentam-se no respeito à pluralidade, à diversidade política. Assim, não se pode entender como convergência ou união. Gabarito: E Questão 31: (SEPLAG - MG/ 2008 / Técnico) Fragmento do texto: O programa Fica Vivo, carro-chefe da SEDS, tem como objetivo a prevenção da violência e é focado em jovens de 12 a 24 anos. Criado em 2002, em Belo Horizonte, atualmente atende a mais de 13 mil jovens de onze municípios mineiros. O programa Fica Vivo consiste na atuação de várias esferas do poder público em comunidades marcadas pela violência. A palavra “esferas” (linha 5) está sendo empregada com o sentido de instâncias. Comentário: Note que o vocábulo “esferas” tem o seu sentido literal como um espaço geométrico limitado por uma superfície esférica. Esse ambiente limitado se estendeu ao sentido figurado de área de atuação, campo, instância, setor, ramo profissional etc. Dessa forma, usamos as expressões “esfera (ou instância) do poder público”. Por isso, a alternativa está correta. Gabarito: C SERPRO / 2010 / Técnico 1 5 10 15 Incentivar o uso de transportes que desafoguem o trânsito e diminuam a poluição é uma necessidade urgente nas metrópoles. Sintonizado com essa demanda, o Rio de Janeiro seguiu o exemplo de cidades europeias e implantou um serviço de aluguel de bicicletas públicas, o Pedala Rio, há um ano. A iniciativa louvável, porém, esbarrou em um velho problema dos grandes municípios brasileiros: o furto. Em menos de duas semanas, cinquenta e seis unidades foram roubadas. O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo em uma cidade que sofre com a falta de segurança pública e a atuação de gangues criminosas. Incapaz de operar sem quase um terço da frota, a concessionária responsável cancelou o serviço temporariamente. A empresa prometeu reativá-lo, mas agora com novas precauções para tentar driblar os gatunos. Para isso, usará mecanismos como travas mais resistentes nas estações e dispositivos eletrônicos que permitam comunicar à central de operações a retirada forçada dos equipamentos. Também está sendo estudada a implantação de câmeras nos pontos de aluguel. Além disso, as bikes não voltarão prateadas às ruas, mas com PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 25 20 25 cores chamativas, para serem mais facilmente identificadas. Ao que tudo indica, o furto foi uma ação coordenada. Ladrões teriam usado a estrutura do próprio equipamento como alavanca para quebrar as travas de segurança nas estações, que, a não ser por isso, permaneceram intactas. “Tudo ia muito bem até esse incidente”, afirma Altamirando Moraes, subsecretário de meio ambiente da prefeitura. Segundo ele, agora o governo estadual concordou em dar maior atenção ao policiamento e ao controle das estações. Essa ação integrada das duas esferas de governo é uma providência útil para salvar uma boa ideia. Maíra Magro. Será que dá pedal? In: Istoé online, 30/12/2009, p. 86 (com adaptações). Questão 32: As expressões “empresa” (linha 12) e “central de operações” (linha 15) foram empregadas, no texto, com a finalidade de se evitar a repetição do vocábulo “concessionária” (linha 11). Comentário: Contextualmente, “empresa” e “concessionária” são palavras equivalentes, sinônimas. Já “central de operações” é um departamento específico que controla a segurança. Por isso, a questão está errada. Gabarito: E Questão 33: O vocábulo “demanda” (linha 3) poderia ser substituído por diligência, sem que se alterassem as informações apresentadas no texto. Comentário: O vocábulo “demanda” significa necessidade, procura; já “diligência” significa providência, medida. Por isso, não se pode substituir um vocábulo por outro, sem a mudança do sentido original. Gabarito: E Questão 34: No trecho “O episódio colocou em xeque a viabilidade do modelo” (linhas 7 e 8), a palavra “xeque” poderia ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso, seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original. Comentário: A expressão “colocou em xeque” significa pôr em dúvida o mérito, o valor de algo. Por isso, “xeque” não pode ser substituído por “cheque”. Gabarito: E Questão 35: A locução “a não ser” (linha 20) poderia, sem prejuízo sintático ou semântico para o texto, ser substituída por senão. Comentário: Um dos valores do “senão” é “a não ser”, “exceto”, “salvo”. Como no texto o sentido da expressão “a não ser” é de exceção, cabe a substituição. Gabarito: C Questão 36: A substituição de “maior” (linha 24) por mais não traria prejuízo para o sentido original do texto. Comentário: A ideia no texto é aumentar a atenção, por isso, cabe tanto o pronome indefinido “mais”, quanto o adjetivo “maior”, mantendo-se o sentido original. Gabarito: C PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 26 Questão 37: SGA – AC / 2007 / Superior Fragmento do texto: Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, temia que me abordasse para conversar sobre o filho. A correção gramatical do texto seria mantida se o pronome “que”, em “que me escapavam”, fosse substituído por quê. Comentário: Da mesma forma que o vocábulo “porque” leva acento quando recebe artigo ou fica em final de frase, também ocorre o mesmo com o vocábulo “que”. Mas, no contexto, “que” é apenas um pronome relativo e não pode receber acento. Gabarito: E Questão 38: SEMEC – PI / 2009 / Superior Texto: Estava em tempo de aprender a ler. (...) Meu primeiro mestre me ensinava as letras, a princípio com agrado. Aos poucos foi se aborrecendo e chegou até a gritar: “— Menino burro!” (...) Nada aprendi na aula do mestre desgraçado. Somente fiquei mais próximo da infelicidade. (...) Tudo me parecia dificílimo. As letras boiavam nos meus olhos banhados de lágrimas, pois a tia Naninha perdia a paciência com a minha obtusidade e me dava piparotes. (...) Aquele suplício era pior que o da asma. Às vezes desejava cair doente para fugir das lições. No entanto era preciso aprender a ler. A minha cabeça era de pedra. José Lins do Rego. Meus verdes anos. Rio de Janeiro, José Olympio / INL, MEC, 1980, p.187- 213. No trecho “a tia Naninha perdia a paciência com a minha obtusidade e me dava piparotes” (linhas 6 e 7), a palavra “obtusidade” está sendo empregada com o sentido de A distração. B desatenção.C rebeldia. D estupidez. Comentário: Perceba que o contexto nos mostra que a então criança tinha dificuldades na aprendizagem, por isso foi usado o substantivo “obtusidade”, isto é, fechado para aquelas informações. Esse comportamento dava a entender à professora que o aluno não dava atenção à aula. Por isso, o único vocábulo, dentre as alternativas, que comporta o sentido de “obtusidade” é “desatenção”. Você poderia ter ficado em dúvida na palavra “distração” (alternativa A), mas veja que o aluno se fechava para a compreensão do que a professora falava, ele não entendia, não acompanhava o ritmo. Já a palavra “distração” seriam momentos em que o aluno se deixaria levar por outros pensamentos; mas, uma vez cobrado pela professora, voltaria sua atenção à aula. Porém, não é essa interpretação que podemos ter do texto, concorda??!!! Gabarito: B PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 27 Questão 39: Prefeitura VV – ES / 2008 / Superior Fragmento do texto: Eu tinha todas as outras liberdades, preso no porão — de pensar, de xingar meus captores, de ter uma religião (caso quisesse uma), de escolher minhas convicções políticas. Tinha liberdade de sonhar. Contudo, de que me adiantava isso, se estava preso dentro de um porão? O sentido do texto seria mantido se o vocábulo “convicções” fosse substituído por crenças. Comentário: O substantivo “convicções” está relacionado a ideologias, crenças. Por isso, a questão está certa. Gabarito: C Questão 40: SEDUES – ES / 2010 / Técnico Fragmento do texto: Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar. E o que o governo brasileiro escolheu para mostrar aos haitianos como se pode construir um país? A educação. Um dos convênios assinados pelo Haiti com o Brasil dá o suporte na reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano. Pelos sentidos do texto, a palavra “sismo” (linha 1) significa sinistro, tragédia. Comentário: Podemos entender que um abalo sísmico é uma tragédia. A palavra sinistro não seria muito adequada, mas até (com bons olhos) poderíamos entender, pois alguns dicionários trazem esse substantivo também com o valor de grande dano. Mas perceba o pedido da questão: “Pelos sentidos do texto”. Devemos levar em conta como está escrito no texto: “os tremores do sismo”. Uma tragédia treme? Um sinistro treme? Logicamente, não. Por isso, contextualmente, não possuem o mesmo sentido. Gabarito: E Questão 41: SEDUES – ES / 2010 / Técnico Fragmento do texto: Existe um problema que tende a ser minimizado na elaboração e divulgação das campanhas de preservação ambiental, sobretudo naquelas que enfocam, especificamente, o relacionamento do ser humano com o meio onde vive e ao qual está diretamente relacionado. Trata-se da chamada poluição urbana, observada, sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento demográfico. Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo nas metrópoles, aconteceu nos últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos, a situação resulta da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de mínimas noções de higiene. A palavra “proliferação” (linha 7) está sendo empregada com o sentido de liberação. Comentário: O substantivo “proliferação” tem o sentido de ampliar, propagar-se. Assim, entendemos no texto que houve o aumento, a propagação desenfreada do consumo. Já o substantivo “liberação” transmite a ideia de que algo estava fechado e foi liberado, o que não cabe no contexto. Gabarito: E PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 28 Questão 42: Com o emprego da palavra “consumismo” (linha 7), confere-se à ideia de consumo a noção de exagero. Comentário: O próprio sufixo “-ismo” confere ao vocábulo uma ideia pejorativa, transmitindo a noção de exagero. Isso foi reforçado ainda mais com a expressão “proliferação desenfreada”. Por isso, a questão está certa. Gabarito: C Questão 43: SEDAP – PB / 2009 / Superior Fragmento do texto: O fato é que, antes da atual crise, nem todos os mutuantes foram predadores e nem todos os mutuários foram idiotas. Mas alguns empréstimos foram imprudentes e outros foram fraudulentos. Alguns investidores correram riscos que não entendiam. Muito poucos estavam dispostos a aprender com as evidências dos projetos de microcrédito bem- sucedidos em todo o mundo; então, agora, teremos todos que aprender com as evidências de nossos erros. A substituição da palavra “fraudulentos” (linha 3) pela palavra fraudadores não altera o sentido nem a adequação gramatical do período em que a palavra está inserida. Comentário: Não há adequação vocabular com essa troca, porque o sufixo de substantivo or(ores) em “fraudadores” denota a ação de alguém; já o sufixo de adjetivo ente(entos) denota uma característica da ação ou do elemento fraudado (eleição fraudulenta, campeonato fraudulento, empréstimos fraudulentos). Por isso, a substituição não cabe neste contexto. Gabarito: E Polícia Federal / 2004 / Delegado Fragmento do texto: Diversos municípios brasileiros, especialmente aqueles que se urbanizaram de forma muito rápida, não oferecem à população espaços públicos para a prática de atividades culturais, esportivas e de lazer. A ausência desses espaços limita a criação e o fortalecimento de redes de relações sociais. Em um tecido social esgarçado, a violência é cada vez maior, ameaçando a vida e enclausurando ainda mais as pessoas nos espaços domésticos. Questão 44: A expressão “tecido social esgarçado” (linha 5) está empregada em sentido figurado e representa a ideia de que as estruturas sociais estão fortalecidas em suas instituições oficiais. Comentário: Realmente ocorre uma linguagem figurada, pois não há literalmente um tecido. Mas o erro está em dizer que “esgarçado” teria sentido de “fortalecido”. É o contrário, ele está enfraquecido. Gabarito: E Questão 45: A expressão “ainda mais” (linha 6) reforça a ideia implícita de que há dois motivos para o enclausuramento das pessoas: a falta de espaços públicos que favoreçam as relações sociais com atividades culturais, esportivas e de lazer e o aumento da ameaça de violência. Comentário: Como já abordamos em outra questão, a expressão “ainda mais” é usada para enfatizar que há elementos já adicionados a determinado PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 29 termo. Neste contexto, houve a adição da violência como causadora do enclausuramento. Com a expressão “ainda mais”, percebemos que há outro motivo para esse enclausuramento, motivo esse que podemos notar no texto, na passagem: “Diversos municípios brasileiros (...) não oferecem à população espaços públicos para a prática de atividades culturais, esportivas e de lazer. A ausência desses espaços limita a criação e o fortalecimento de redes de relações sociais”. Por isso, a questão está correta. Gabarito: C Polícia Federal / 2002 / Delegado O que incomoda o Terror O verdadeiro alvo visado pelos terroristas que atacaram Nova York e Washington não foram as torres gêmeas do sul de Manhattan nem o edifício do Pentágono. O atentado foi cometido contra um sistema social e econômico que, mesmo longe da perfeição, é o mais justo e livre que a humanidade conseguiu fazer funcionar ininterruptamente até hoje. Não foi um ataque de Davi contra Golias. Nem um grito dos excluídos do Terceiro Mundo que, de modo trágico mas efetivo, se fez ouvir no império.
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