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Poluição do ar Visão geral, alguns causadores, doenças e estudos de caso

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
POLUIÇÃO DO AR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Cristóvão 
2016 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
POLUIÇÃO DO AR 
 
 
 
 
 
 
Professor Dr. Daniel Moureira Fontes Lima. 
Alunos: Alan de Gois Barbosa; 
André Luiz Delmondes Pereira Filho; 
Luiz Pereira de Aguiar Neto; 
Matheus Lopes Peres; 
Renério Pereira Neto. 
São Cristóvão 
2016 
Sumário 
1. Introdução. .............................................................................................................. 5 
1.1 Histórico. ............................................................................................................. 5 
1.2 Definição e principais fontes poluidoras. .......................................................... 6 
1.3 Principais Poluentes Atmosféricos: ................................................................... 7 
1.4 Efeitos da poluição do ar. ................................................................................... 8 
2. Lixões e Aterros: Impactos na Poluição Atmosférica. ...................................... 11 
2.1 Poluição Atmosférica. ........................................................................................ 12 
2.2 Saúde Humana. ................................................................................................... 13 
2.3 Controle .............................................................................................................. 14 
3. Queimadas............................................................................................................. 14 
4. Indústria do Cimento. .......................................................................................... 15 
4.1 Impactos ambientais – Poluição do ar. ............................................................... 16 
5. Poluição atmosférica na produção siderúrgica. ................................................ 20 
5.1 Poluentes atmosféricos. ...................................................................................... 21 
5.2 Fontes de emissão, controle e prevenção de poluição atmosférica. ................... 21 
6. Estudos de Caso. ................................................................................................... 25 
6.1 Cubatão. .............................................................................................................. 25 
6.2 Cidade do México. .............................................................................................. 26 
6.3 Pequim. ............................................................................................................... 28 
6.4 Stuttgart. ............................................................................................................. 28 
6.5 Emissões Globais. ............................................................................................... 29 
7. Danos à Saúde. ...................................................................................................... 30 
7.1 Ação dos poluentes no sistema respiratório. ...................................................... 31 
7.2 Efeitos da Poluição do ar na gravidez. ............................................................... 31 
7.3 Efeitos sobre o Sistema Respiratório. ................................................................. 32 
7.4 Poluição do ar e mortalidade. ............................................................................. 36 
7.5 Poluição do ar e exercícios Físicos. .................................................................... 36 
8. Conclusão. ............................................................................................................. 37 
9. Referências. ........................................................................................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
A poluição do ar é um problema que está diretamente relacionado ao crescimento econômico da 
população, pois são os diversos tipos de indústrias e de automóveis, quando não pensados de maneira 
sustentável, que mais poluem a atmosfera. As implicações desse problema são, principalmente, 
alterações climáticas e prejuízos para a saúde da população. No presente trabalho, será abordado os 
aspectos que mais se relacionam com a engenharia civil e suas particularidades, bem como serão feitos 
estudos de casos de cidades que sofrem ou sofreram com a poluição do ar. 
 
1. Introdução. 
Desde que o ser humano deixou de ser nômade, ele começou a modificar e assim a 
agredir com mais intensidade o meio ao seu redor, seja o solo, a água ou o ar. Suas moradias, 
culturas ou modo de vida acabam sempre gerando impacto no ambiente ao seu redor. 
Neste trabalho será enfatizado o impacto dos seres humanos na atmosfera do planeta, 
assim como os principais meios poluidores do ar. Também serão abordadas ideias para se 
amenizar a poluição ou até reverter em um produto que possa ser aproveitado para sequer 
atividade. Não deixando de fora estudos de casos específicos que têm alguma relação com a 
Engenharia Sanitária. 
 
1.1 Histórico. 
O problema da poluição atmosférica não é um problema da modernidade, há dois mil 
anos, em Roma, já se tem registros de reclamações a respeito da qualidade do ar. Durante a 
idade média, como o carvão e a lenha eram as principais fontes de calor nos tempos de 
inverno, há também registro de queixas sobre a qualidade do ar. Já na Inglaterra, tem-se 
registro até de leis que impõem uso de carvões com baixo teor de enxofre no século XIII e 
que proíbem a sua queima durante as sessões do parlamento por causa do cheiro e da fumaça. 
Havia existência de pequenas indústrias, principalmente as que praticavam a metalurgia e 
cerâmica, que, mesmo em pequena proporção, já lançavam resíduos gasosos no meio 
ambiente. Já a partir da revolução industrial, como mostrado no gráfico a seguir, quando os 
combustíveis fósseis passaram a ser queimados para alimentar as máquinas a vapor, foi que se 
intensificou a poluição a atmosfera e os problemas ambientais e para a saúde do ser humano. 
É importante observar que a máquina à vapor foi criada em 1784, já as primeiras leis 
destinadas ao controle da “fumaça” só foram surgir em 1853. 
 
Figura 1 – Evolução da concentração de CO2 
No século XX, já se percebeu um considerável aumento da poluição do ar devido ao 
crescimento das cidades e das indústrias. Em 1911 e em 1952 ocorreram graves acidentes com 
mortes de 1150 e 4000 pessoas, respectivamente. Mas é importante ressaltar que foi também 
nessa época em que os governos começaram a se preocupar com a qualidade do ar, realizando 
conferências mundiais com intuito de controlar as emissões e, principalmente, as fontes 
emissoras. 
 
1.2 Definição e principais fontes poluidoras. 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a poluição do ar pode ser definida como 
qualquer forma de matéria ou energia com intensidade, concentração, tempo ou características 
que possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar 
público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial a segurança, ao uso e gozo da 
propriedade e à qualidade de vida da comunidade. 
Atualmente, podemos dividir as fontes de poluição atmosférica em duas esferas: 
 A esfera natural, que inclui os vulcões, aerossóis marinhos, decomposição 
biológica,dentre outros mais; 
 A esfera antropogênica, ou seja, gerada pelo homem e, consequentemente, pela 
modernidade. Essa esfera inclui os motores de combustão interna; fornos 
industriais e indústrias em geral e as queimadas juntamente com o 
desmatamento. 
 
 
 
1.3 Principais Poluentes Atmosféricos: 
O conhecimento e a tecnologia desenvolvidos pela humanidade só aumentam, mas, por 
abranger diversas áreas, o desenvolvimento também polui a atmosfera com diversas 
substâncias cujas podemos destacar: 
1.3.1 Monóxido de carbono (CO). 
É um composto gerado pelos processos de combustão incompleta dos combustíveis 
fósseis ou de qualquer outro material inflamável que seja constituído por carbono. É perigoso 
para o ser humano por juntar-se à hemoglobina e inutilizá-la, ocasionando diminuição da 
capacidade respiratória. 
1.3.2 Dióxido de Carbono (CO2). 
É o principal composto resultante dos processos de combustão completa de 
combustíveis fósseis ou de qualquer outro material inflamável que contenha carbono, além de 
ser produzido por algumas reações químicas em determinados segmentos industriais, por 
exemplo, pela indústria de cimento. Uma das principais substâncias que vêm agravando o 
efeito estufa no planeta. 
1.3.3 Óxidos de Enxofre (SO2 e SO3). 
São produzidos por processos de combustão de materiais que contenham enxofre em 
sua composição, por exemplo, pneus. Também gerado por processos biogênicos naturais, 
tanto no solo como na água. É um dos principais agentes causadores da chuva ácida. 
1.3.4 Óxidos de Nitrogênio (NOx). 
Como o principal constituinte da atmosfera é o nitrogênio, ao se realizar uma combustão 
em contato com a atmosfera, esses óxidos podem ser gerados. Também ocorre sua formação 
em descargas elétricas na atmosfera. 
1.3.5 Hidrocarbonetos. 
Os hidrocarbonetos são resultantes da combustão incompleta dos combustíveis, além da 
evaporação de solventes ou de combustíveis. 
1.3.6 Material Particulado (MP). 
Entende-se por material particulado todas as partículas sólidas ou líquidas capazes de 
permanecer em suspensão, por exemplo, a poeira, fuligem e do pólen. Essas partículas podem 
ter origem em processos de combustão, ou em processos específicos de algumas indústrias ou 
até por razões naturais. 
1.3.7 Asbestos (amianto). 
É um subtipo de Material Particulado, mas requer enfoque especial. É produzido no 
processo de extração e beneficiamento do amianto e sua presença traz graves problemas de 
saúde, como câncer de pulmão. 
1.3.8 Metais. 
É também um subtipo de Material Particulado, é liberado em processos de mineração, 
combustão e processos siderúrgicos, sua presença podem trazer sérios problemas para o ser 
humano. 
1.3.9 Gás Fluorídrico (HF). 
Composto gerado nos processos de produção de alumínio e de fertilizantes, também em 
refinarias de petróleo. 
1.3.10 Amônia (NH3). 
As principais fontes de amônia são as indústrias de fertilizantes e químicas, 
principalmente aquelas à base de nitrogênio. Também gerada por processos biológicos 
naturais na água e no solo. 
1.3.11 Calor. 
 O calor geralmente é liberado junto a processos de combustão ou junto com gases 
quentes resultantes de processos industriais. Se em grande quantidade pode aumentar a 
temperatura ambiente e mudando o clima da região em que é liberado. 
 
1.4 Efeitos da poluição do ar. 
Como consequência dessas mudanças na atmosfera, a humanidade acaba sofrendo. A 
saúde do ser humano acaba sendo afetada, principalmente por doenças respiratórias como 
bronquite, rinite alérgica, além de irritações na pele, lacrimação exagerada, infecção nos 
olhos. Esses efeitos podem ainda ter mais destaque em dias secos e serão abordados com mais 
detalhes ao decorrer do texto. 
Além da humanidade, o planeta acaba sofrendo também, a intensificação do efeito 
estufa pode trazer muitos malefícios, além da destruição da camada de ozônio e da chuva 
ácida. 
 
1.4.1 O efeito Estufa 
O efeito estufa é um dos principais fatores que contribuem para a vida no planeta Terra. 
Pode-se descrevê-lo como uma camada de determinados gases que funciona como uma 
barreira para o calor, ou seja, essa barreira mantém o planeta aquecido a cerca de 15°C. 
O grande problema do efeito estuda é seu aumento, já que com a modernização da 
humanidade, passou-se a liberar cada vez mais gases que intensificam seu poder, sejam eles o 
CO2, metano, óxido nitroso e até clorofluorcarbonos CFCs. O metano é o gás que está mais 
intimamente relacionado com o aumento da temperatura terrestre, estudos indicam que o 
metano contribuiu 25% a mais que a concentração de CO2 para as alterações da temperatura 
entre os anos 8.000a.C. e 10.000a.C. 
Devido ao aumento da concentração dos gases estufa, a tendência da temperatura global 
é aumentar, causando derretimento das calotas polares e com isso a elevação nível dos mares. 
Além disso, podem ocorrer mudanças climáticas sérias, com consequências inimagináveis 
para a humanidade. De acordo com a World Meteorological Organization (WMO), 
temperaturas de inverno, em altas e médias latitudes, poderão crescer mais que duas vezes a 
média mundial, enquanto as temperaturas de verão não irão se alterar muito. 
O controle do efeito estufa se dá direto nas fontes emissoras dos gases estufa. Portanto é 
necessário que se diminua as emissões de metano e CO2 na atmosfera utilizando fontes 
alternativas de combustível e melhorando o sistema de transporte coletivo. Como a vegetação 
acaba absorvendo o gás carbônico em seu processo de crescimento, os países deveriam 
controlar cada vez mais o desmatamento e incentivar o reflorestamento. 
1.4.2 Destruição da Camada de Ozônio. 
Na estratosfera, entre 15 e 50 km da superfície, existe uma concentração de gás ozônio 
(O3) responsável por bloquear certas faixas de radiações solares, principalmente a ultravioleta, 
impedindo que se atinjam níveis excessivos na superfície, essa concentração é chamada de 
camada de ozônio. 
O ozônio presente na atmosfera atenua as radiações por usá-las em seu processo de 
formação e deterioração. A radiação em excesso na superfície pode aumentar a incidência de 
câncer de pele, reduzir as safras agrícolas e destruir ou inibir o crescimento de determinadas 
espécies vegetais, além de causar danos aos materiais plásticos. 
O lançamento de CFCs na atmosfera pelas indústrias de refrigeração, aerossóis e de 
plásticos causa a destruição do ozônio, por ser uma molécula bastante estável, o 
clorofluorcarbono pode ficar na atmosfera por cerca de 100 anos. Uma molécula de cloro 
pode destruir até dez mil moléculas de ozônio. A imagem a seguir mostra a evolução do 
buraco que se formou na camada de ozônio sobre a Antártica. 
Tratados feitos por os países desenvolvidos e em desenvolvimento á cerca de 25 anos ( 
Protocolo de Montreal) conseguiram reverter a situação. Atualmente o buraco voltou a 
diminuir de tamanho, e as previsões para o futuro são positivas. 
 
Figura 2 – Evolução do Buraco na camada de ozônio. Fonte: Terra Notícias. 
1.4.3 Chuva Ácida 
A chuva, por sua natureza, já apresenta um caráter levemente ácido. Isso vem das 
reações do CO2 presente na atmosfera com os vapores de água, que geram ácido carbônico 
(um ácido bastante instável). As regiões densamente industrializadas liberam várias toneladas 
de gases sulfurosos e nitrogenados para a atmosfera, esses gases, ao reagirem com o vapor de 
água, formam ácidos fortes, que podem tornar as chuvas com caráter bastante ácido, com pH 
por volta de 3,0. 
As perdas para a agricultura são enormes, já que os solos acabam se tornando ácidos e 
inadequados para determinadas culturas. Além das florestas e peixes que também sofrem pela 
exposição à ácidosfortes. Além disso, a acidez pode destruir bens feitos á base de concreto, 
desde usinas hidroelétricas até monumentos históricos. Estima-se que as ruínas de Atenas 
sofreram nos últimos 40 anos uma deterioração comparada aos últimos dois mil anos. 
O controle da chuva ácida se dá pelo controle na emissão dos óxidos nitrosos e 
sulfurosos, utilizando filtros em usinas e controlando a emissão pelos veículos. 
 
2. Lixões e Aterros: Impactos na Poluição Atmosférica. 
Atualmente, a disposição dos resíduos sólidos desde o âmbito doméstico ao industrial 
tem sido uma questão bastante discutida por sua relação intima com a poluição do ambiente 
no qual vivemos. O descarte impróprio desses resíduos (domiciliares, químicos, hospitalares, 
etc.) é uma preocupação, pois além de contaminarem a região na qual são despejados, também 
são nocivos às pessoas que entram em contato com estes e, indiretamente, a todos nós. 
Os destinos mais conhecidos para os resíduos sólidos podem ser divididos em duas 
classes: lixões e aterros. Os aterros, por sua vez, podem ser do tipo controlado ou sanitário. Os 
lixões são áreas de despejo sem nenhuma preparação prévia da área, ou seja, sem 
manipulação do solo e sem sistema de tratamento de efluentes, permitindo que o chorume 
infiltre, contaminando o solo e o lençol freático. Esses locais são frequentados por diversos 
animais (urubus, ratos) e por catadores de materiais recicláveis, de crianças a adultos, que 
ficam expostos à doenças, tornando os lixões desagradáveis não apenas ecologicamente, mas 
também socialmente. 
 
Figura 3 – Lixão a céu aberto. 
Os aterros controlados apresentam condições intermediárias entre os lixões e os aterros 
sanitários. É uma célula adjacente a um lixão já coberto por argila e grama, com sistema de 
captação, recirculação e queima de chorume e gás metano, causando uma menor 
contaminação do solo e do lençol freático. Esta célula é preparada para receber o lixo e tem 
uma operação para a cobertura deste (idealmente, uma manta impermeável). 
 
Figura 4 – Esquema de aterro controlado. 
Já os aterros sanitários são a disposição adequada dos resíduos. Nestes casos, o terreno 
é preparado previamente, a base é selada com argila e mantas de PVC resistentes. Desta 
forma, o lençol freático não é contaminado pelo chorume, que é coletado através de drenos de 
e encaminhados para um poço de acumulação de onde, nos seis primeiros meses de operação 
é recirculado sobre a massa de lixo aterrada. Depois desses seis meses, o chorume acumulado 
é encaminhado para a estação de tratamento de efluentes (ETE). No aterro sanitário, assim 
como no aterro controlado, acontece a cobertura diária do lixo, não ocorrendo mau cheiro, 
proliferação de vetores e poluição visual. 
 
Figura 5 – Esquema Simplificado de Aterro Sanitário. 
 
2.1 Poluição Atmosférica. 
Esclarecidas as diferenças entre lixões e aterros e seus respectivos funcionamentos, se 
torna fácil a percepção das consequências negativas que estes trazem ao ambiente, não 
somente ao solo e à água, como foi visto, mas também ao ar. Lixões, principalmente, são 
responsáveis por parte da poluição atmosférica, pelos seguintes fatores: 
 Espalhamento de partículas e materiais leves através do vento; 
 Liberação de gases e odores decorrente da decomposição da matéria orgânica 
presente no lixo, entre estes os gases metano (inflamável) e sulfídrico; 
 Queima de resíduos ao ar livre. 
O processo de decomposição dos resíduos sólidos por meio da ação dos micro-
organismos produz o biogás que é composto por hidrogênio, nitrogênio, gás sulfídrico, 
dióxido de carbono e metano, citado acima. Este último é altamente inflamável e junto com o 
ar pode formar uma mistura explosiva; sendo comum a combustão espontânea do lixo em 
vazadouros a céu aberto. Cabe ressaltar que o metano e o dióxido de carbono contribuem para 
a intensificação do Efeito Estufa. 
No caso de aterros, parte do metano produzido no é drenado e depois queimado, sendo 
obtido como produto desse processo o gás carbônico. Também é realizada nesses locais a 
incineração irregular dos resíduos sólidos, que lança na atmosfera material particulado 
composto por poluentes orgânicos e inorgânicos prejudiciais à saúde humana e ao equilíbrio 
do ambiente. Além disso, o monitoramento da qualidade do ar em aterros é quase inexistente 
no Brasil. 
2.2 Saúde Humana. 
No Brasil, tanto aterros quanto lixões são o meio de sobrevivência para milhares de 
catadores individuais entre homens, mulheres e crianças. Essas pessoas são submetidas a 
condições precárias de subsistência e a riscos diversos devido ao contato direto com o lixo, 
além de conviverem com os elevados índices de violência nessas áreas. 
A importância desta coleta informal de materiais recicláveis realizadas por catadores é 
indiscutível, haja vista que estes, mesmo que involuntariamente, contribuem para reintroduzir 
no processo industrial os resíduos que seriam desperdiçados em aterros ou lixões. Porém, as 
condições ambientais destes locais representa um problema bastante grave do ponto de vista 
social, sobretudo pela exposição a uma situação de extremo risco. Nesse contexto, estudos 
epidemiológicos têm associado o aparecimento de doenças respiratórias crônicas, asma, 
bronquite e enfisema pulmonar à atividade da coleta. 
É importante destacar que o metano é apontado como um poluente prejudicial ao 
homem, podendo, em alguns casos, provocar câncer, náusea, sonolência ou irritação nas 
narinas e olhos. Além de ocasionar a liberação de gases tóxicos que são inalados pelas 
pessoas que residem ou trabalham na área, a disposição inadequada dos resíduos sólidos 
contribui para a proliferação de vetores como moscas, baratas e ratos. 
2.3 Controle 
Os estudos que têm como meta avaliar tais fenômenos nesses locais tornam-se 
extremamente importantes, principalmente, quando os aterros/lixões se situam em áreas 
urbanas. Assim, o monitoramento de fontes poluidoras e o controle da qualidade do ar devem 
ser programas permanentes na operação destes. 
Tornam-se necessárias também a efetivação da fiscalização para combater as queimas 
irregulares e implantação de um suporte para criação e/ou fortalecimento das cooperativas de 
resíduos sólidos atuantes na região e capacitação dos catadores para diminuir os riscos de 
contaminação e eventuais acidentes. Outra alternativa, é a criação e operação de um sistema 
de compostagem, que venha a aproveitar parte do material orgânico presente na área. 
É viável ainda a adoção de procedimentos que permitam a separação dos resíduos 
sólidos nas fontes geradoras, por meio de um programa de coleta seletiva, com fiscalização 
atuante. Além disso, deve-se ter uma fiscalização quanto à deposição dos resíduos em aterros 
para evitar que resíduos perigosos, como os hospitalares, sejam lançados no local. Em suma, é 
ideal a construção de um aterro sanitário dentro dos padrões estabelecidos na legislação. 
3. Queimadas. 
Via de regra, os gases reagem de maneira diferente à radiação eletromagnética de 
diferentes comprimentos de onda. No caso da terra, a atmosfera é relativamente transparente à 
radiação solar, e opaca à radiação emitida pela Terra, ou seja, parte da radiação solar é 
absorvida pela superfície do planeta, mas a emissão da mesma é absorvida pela atmosfera. 
Isto significa dizer que a superfície terrestre é aquecida pela radiação solar direta e também 
pela radiação secundária da atmosfera. Este processo causa um aquecimento adicional da 
superfície, conhecido como Efeito Estufa. 
Dos gases que incrementam o efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2), é o principal 
contribuinte diretamente influenciado pelas atividades humanas, juntamente com osclorofluorcarbonos (CFCs), metano (CH4) e outros. 
 A colaboração relativa destes gases, para o efeito estufa, vem mudando ao longo dos 
anos. A concentração de CO2 na atmosfera, por exemplo, aumentou cerca de 26% em 240 
anos (Sarmiento e Sundquist, 1992). A causa fundamental do aumento da concentração deste 
gás na atmosfera nos últimos anos, é a queima de combustíveis fósseis e através do 
processamento de rocha calcária para produção de cimento. 
Também os desmatamentos e queimadas de florestas com propósitos industriais ou 
agrícolas, liberaram para a atmosfera uma quantidade de 1,0 - 2,6 Gt ( kg) de 
dióxido de carbono ao decorrer do ano de 1980, sendo a parte majoritária referente a 
queimadas nas regiões tropicais (Houghton et al., 1987). 
As queimadas que acompanham o desmatamento determinam o volume de gases 
emitidos, não somente da biomassa que queima, mas também da parte que não queima. 
Quando ocorre uma queimada, além da liberação do dióxido de carbono, são liberados 
também gases-traço como metano, monóxido de carbono e nitroso de oxigênio. A biomassa 
que não queima na queimada inicial, com chamas, também será oxidada. Isto ocorre, em 
parte, por processos de decomposição e parte pelas requeimadas, de temperaturas reduzidas, 
com formação de brasas e maiores emissões de gases. 
A quantidade de gases de efeito estufa liberada pelo desmatamento são de grande 
importância, tanto em termos do impacto presente, quanto do potencial para colaboração em 
longo prazo com a continuação do desmatamento das áreas próximas às que aconteceram 
queimadas. 
4. Indústria do Cimento. 
O cimento, assim como o aço e o petróleo, é uma das mercadorias vitais para o 
crescimento da economia mundial. Nenhum outro material é tão versátil quanto este, ao se 
tratar de construções prediais e obras de infraestrutura. Em um panorama mundial, a indústria 
de cimento alcançou no ano de 2013 uma produção em torno de 4000 Mton, destacando se 
países como China, Índia, Estados Unidos, Irã e Brasil como os principais produtores neste 
respectivo ano. 
 Em contraste ao grande avanço da indústria de cimento, há os fortes impactos 
ambientais que ela traz consigo, e o consequente dano à saúde humana. Com enfoque à 
poluição do ar, se tem muitas críticas a essa atividade fabril, sendo uma das principais fontes 
emissoras de atualmente, além de outros contaminantes atmosféricos, e, devido à 
demanda econômica, é um setor em pleno crescimento na sua produção. 
4.1 Impactos ambientais – Poluição do ar. 
4.1.1 Material particulado: 
 Os materiais particulados (MP) são determinados pelo conjunto de partículas muito 
finas de sólidos ou líquidos suspensos no ar, na qual, suas dimensões variam entre 0,001 a 500 
𝜇m. Essas partículas geram grandes danos ao trato respiratório superior humano, e quanto 
menor forem suas dimensões, maior seu potencial de atingir os pulmões e se alojarem no 
mesmo. 
 Além dos sérios riscos à saúde humana, a emissão de MP na atmosfera traz consigo 
fortes impactos ambientais, aumentando suas taxas de reações, redução de visibilidade e dos 
níveis de radiação solar, alterando a temperatura e interferindo no crescimento da flora. 
 Um das grandes inquietações da indústria cimenteira se deve a esse fato. Desde a etapa 
de mineração, a obtenção do produto – manipulação, moagem e mistura, e manuseio – 
empacotamento, transporte e armazenamento, há a fuga de materiais particulados, na qual, 
afeta tanto a saúde de morados no entorno da planta fabril quanto às condições ambientais ali 
presentes. Críticos afirmam a necessidade de maiores estudos quanto aos impactos causados 
pela emissão de , e metais pesados presentes nos MP, além dos fenômenos de 
inversão térmica, os quais agravam os efeitos da poluição atmosférica. 
 Existem, contudo, tecnologias para o controle da emissão de MP na atmosfera, entre 
elas, podem citar os precipitadores eletrostáticos, filtros de manga e lavadores. As tecnologias 
de maior eficiência são os precipitadores eletrostáticos e os filtros de manga, chegando a 
alcançar uma eficiência de despoeiramento de 99,9% e 99,8% respectivamente. 
 A emissão de gases de exaustão carrega consigo o material particulado. Os filtros de 
manga possui um procedimento funcional bastante simples. É utilizado um tecido filtrante, no 
qual, as partículas maiores dos MP ficam retidas, torando-se, rapidamente, um tapete de 
poeira que irá funcionar de forma eficiente para reter as partículas menores. A Figura 6 
apresenta um modelo de filtro de manga utilizado na indústria cimenteira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – filtro de manga. 
 Já os precipitadores eletrostáticos, tem como principio funcional, a utilização de forças 
eletrostáticas. Os gases de exaustão são carregados negativamente por um eletrodo de 
descarga e posteriormente, são atraídos por um eletrodo de coleta carregado positivamente. 
Após essa coleta, as partículas são recolhidas através de batidas no coletor. A Figura 7 
apresenta um modelo de precipitador eletrostático utilizado na indústria cimenteira. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – precipitador eletrostático. 
 Estudos afirmam que essas tecnologias não são consideradas de alto custo. Além 
disso, medidas adicionais podem ser inseridas para o controle da emissão de MP na 
atmosfera. Como exemplo, podemos citar o bom planejamento das atividades de carga e 
descarga e ações durante o processo de produção. 
4.1.2 Óxidos de nitrogênio: 
 Os óxidos de nitrogênio ( ) são compostos que apresentam em sua ligação 
molecular, átomos de nitrogênio e oxigênio. Este grupo é constituído por sete compostos, 
porém, apenas dois deles são considerados impurezas relevantes à poluição atmosférica, o 
dióxido de nitrogênio ( ) e o óxido de nítrico (NO), exercendo grande influência na 
degradação da camada e ozônio e formação da chuva ácida. 
 A presença desses gases na atmosfera apresentam bastantes riscos à saúde 
humana. Em contato com o , há a provocação de lesões celulares (ardência nos olhos, 
nariz e mucosas em geral), além dos revestimentos pulmonares das vias respiratórias, indo 
desde o nariz até os alvéolos pulmonares. Em casos críticos, ainda pode causar hemorragia, 
insuficiência respiratória e até morte. O óxido nítrico tende a se oxidar na atmosfera, 
formando o dióxido de nitrogênio, e, da mesma forma, contribui para o desequilíbrio do efeito 
estufa. 
 Na indústria cimenteira, a formação dos óxidos de nitrogênio ( ) é devida às altas 
temperaturas e a atmosfera oxidante dentro dos fornos rotativos de clínquer. O controle das 
emissões de na atmosfera não depende apenas da instalação de equipamentos, além 
disso, é preciso analisar etapas da produção, principalmente ligadas à queima. 
4.1.3 Óxidos de enxofre: 
 Os óxidos de enxofre ( ) englobam uma série de óxidos em que apresentam na sua 
ligação molecular átomos de enxofre e oxigênio. Entretanto, apenas dois destes apresentam 
relevância quanto à poluição atmosférica, o dióxido de enxofre ( ) e o trióxido de enxofre 
( ). 
 O contato com o dióxido de enxofre causa sérios riscos à saúde humana, entre eles, 
podemos citar irritação e aumento da produção de muco, desconforto na respiração e 
agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares. Além disso, estudos apontam que 
o permanece na atmosfera em forma de gotículas ou retorna para a terra no processo de 
oxidação e reação, a forma de chuva ácida. Além disso, pode-se reagir com outros compostos 
na atmosfera, formando material particulado. 
 O contato com o trióxido de enxofre também traz risco à saúde humana, podendo 
causar complicações respiratórias, como bronquites e enfisemapulmonar, além de doenças 
cardiovasculares. Pode trazer ainda prejuízos ambientais, como a acidificação da água dos 
rios e lagos e o equilíbrio químico do solo. 
 A principal fonte de enxofre na indústria cimenteira são os sulfatos e sulfetos 
presentes na composição da farinha e do enxofre presente nos combustíveis. Durante a 
obtenção do clínquer, grande parte do enxofre é absorvido, incorporando-se ao clínquer ou 
emitido na forma de material particulado. 
 Uma primeira medida para diminuir a emissão de se da pela adoção de medidas 
que venham a diminuir a formação de , podendo utilizar combustíveis e/ou matérias-
primas que contenham teores baixos de enxofre na sua composição química, além de medidas 
adicionais. 
4.1.4 Monóxido de carbono: 
 O monóxido de carbono (CO) emitido durante a produção de cimento Portland tem 
como fontes principais o carbono orgânico presente na matéria prima e a combustão 
incompleta no pré-calcinador ou no forno rotativo de clínquer. A contaminação com o CO 
pode ocasionar efeitos tóxicos cumulativos, como insônia, fadiga, vômitos, doenças 
respiratórias, entre outras. 
 A fim de reduzir a emissão de CO proveniente da combustão incompleta dos 
combustíveis, é importante que exista um excesso de ar durante a queima dos mesmos no 
forno rotativo de clínquer. 
4.1.5 Dióxido de carbono: 
 O dióxido de carbono ( ) é um gás essencial à vida no planeta por ser um dos 
principais compostos para a fotossíntese, no entanto, a grande preocupação se deve à alta 
concentração em que se encontra na atmosfera, sendo considerado o maior contribuinte para o 
efeito estufa. Como já citado, a alta concentração de dióxido de carbono leva à poluição do ar, 
formação da chuva ácida e desequilíbrio do efeito estufa, além de doenças respiratórias e 
cardiovasculares. 
 A produção de cimento Portland é uma grande fonte geradora de . Estudos 
apontam que cerca de 5% do liberado de fonte antrópica atualmente na atmosfera e de 
responsabilidade desse setor. No processo de queima da farinha, algumas reações que 
ocorrem no forno rotativo de clínquer com a mistura de matérias-primas têm como um dos 
seus produtos finais o dióxido de carbono. 
 Outra reação que libera é a calcinação, que consiste na decomposição do calcário 
em óxido de cálcio. Essa reação é responsável por cerca de 50% do liberado na atmosfera 
durante a produção do clínquer. A queima dos combustíveis no forno de clínquer é outra fonte 
de liberação de , que ocorre através da reação do carbono presente nos mesmos com o 
oxigênio presente no forno. Essa fonte é responsável por 40% das emissões de CO2 durante a 
fabricação do cimento Portland. 
 
 A diminuição da liberação de durante o processo de fabricação do cimento é feita 
atualmente pela indústria brasileira através do uso do coprocessamento, da diminuição do 
clínquer na composição final do cimento e da melhoria da eficiência energética do parque 
industrial. 
 
5. Poluição atmosférica na produção siderúrgica. 
Estima-se que o minério de ferro foi descoberto a 5000 a.C., porém foi por volta de 
1200 a.C. que a se iniciou a idade do ferro na Europa e no Oriente médio e por volta de 600 
a.C. que se iniciou na China. Período este que muitos utensílios e armas passaram a ser 
fabricadas em ferro e posteriormente em aço, o que possibilitou a expansão de diversos povos. 
Porém, foi com a revolução industrial que o consumo de ferro e do aço sofreu acentuado 
crescimento, principalmente pela sua aplicabilidade na indústria de base como construção 
civil, transportes, construção naval, máquinas e equipamentos diversos, mineração e indústria 
ligada à produção de energia. 
Deve-se perceber que a atividade siderúrgica está diretamente ligada ao 
desenvolvimento econômico de um país, o que torna os países em desenvolvimento um dos 
principais causadores do consumo do aço e, por conseguinte, do aumento da poluição do ar 
causada pela siderurgia. 
Em 1950, a produção de aço bruta foi de 200 Mt e atingiu a marca de 1512,2 em 2011, 
com a expectativa de crescimento anual entre 3% e 5% impulsionada pela demanda em países 
emergentes onde a siderurgia deve crescer de 8% a 10%. Junto a esse dado deve acrescentar-
se que para cada tonelada de aço produzida, em média, são emitidas 1,7 toneladas de dióxido 
de carbono. Portanto, a Agência internacional de Energia (AIE) estimar que a indústria 
siderúrgica seja responsável por 4% a 5% das emissões de dióxido de carbono no mundo, está 
coerente com os dados citados anteriormente. 
É devido a estes dados que o estudo dos poluentes liberados em cada etapa da produção 
do aço pode impactar na poluição atmosférica bem como os mecanismos para diminuir os 
impactos são de grande importância para o desenvolvimento sustentável. 
5.1 Poluentes atmosféricos. 
O nível de poluição do ar é medido pela quantificação de alguns poluentes em função da 
sua importância aos efeitos provocados. A poluição supõe o aumento ou a diminuição de 
certos componentes naturais da atmosfera causados por alguma atividade humana. De forma 
geral os principais indicadores de poluição são o monóxido de carbono, o dióxido de enxofre, 
o dióxido de nitrogênio, o ozônio e as partículas em suspensão. Essas substâncias podem 
ainda piorar a poluição atmosférica, também, ao atingir a vegetação, pois aderem à superfície 
e dificultam o processo de fotossíntese. 
As partículas em suspensão é o poluente mais frequente nas siderurgias sejam em 
emissões difusas ou em emissões pontuais, como em chaminés de dutos de exaustão de 
processos de combustão e de sistemas de controle ambiental. Foi por sua presença nos 
processos produtivos que este foi o primeiro indicador a ter sua emissão e produção 
controlada nas siderurgias. 
Os processos de combustão que utilizam combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos são 
responsáveis pela emissão de dióxido de enxofre, que está relacionado aos processos que 
utilizam carvão mineral como matéria prima, de óxidos de nitrogênio e de monóxido de 
carbono, que também está relacionado aos processos de redução de alto forno (produção do 
ferro gusa) e produção do aço na aciaria (redução do teor de carbono com sopro de oxigênio). 
Podem ainda ser emitidos compostos orgânicos na produção do coque, onde são emitidas 
frações de voláteis existentes no carvão mineral e n queima incompleta de combustíveis. 
5.2 Fontes de emissão, controle e prevenção de poluição atmosférica. 
Nas indústrias siderúrgicas, as principais fontes de emissão atmosférica são o transporte 
e a estocagem de matéria prima, e, no setor produtivo, a preparação do carvão na coqueria, a 
sinterização, o alto forno, a aciaria, o lingotamento e a central termoelétrica. Para o 
abatimento da poluição na produção do aço podem ser utilizados alguns equipamentos como 
ciclones, precipitadores eletrostáticos, lavadores de gases e filtros de manga. 
Os ciclones são equipamentos onde a força centrífuga, separa partículas do gás de 
exaustão, porém podem separar partículas maiores apresentando assim, menor eficiência de 
remoção. Os Precipitadores eletrostáticos são equipamento que aplicam uma carga elétrica 
em partículas presentes nos gases, permitindo que elas sejam atraídas e coletadas por um 
eletrodo, apresentando eficiência de 90% de remoção, baixo consumo de energia, porém são 
inadequados para partículas de alta resistividade. Os lavadores de gases utilizam aspersão de 
água para separar uma ampla faixa de poluentes, apresentam, também, 90% de eficiência, 
porém com gasto de energia são maiores se comparados aos precipitadores e, além disso, são 
necessários sistemas de tratamento para que o efluente líquido ou a lama formada possamretornar ao sistema. De forma mais limitada de atuação, o filtro de manga separa as partículas 
do gás de exaustão por intermédio de um material poroso permitindo alta eficiência de 
remoção, porém com alto consumo de energia e com atuação em limitada faixa de 
temperatura e umidade dos gases. 
Esses equipamentos de limpeza de emissões são geralmente utilizados em conjunto, 
sendo necessários ainda dispositivos de coleta para as partículas retidas. É importante lembrar 
que a sua utilização não diminui a produção de poluentes, mas sim a sua quantidade nas 
emissões. 
Portanto, para prevenir a produção de poluentes podem-se fazer modificações 
tecnológicas, como novos equipamentos, automação e layout, mudanças ou reduções de 
insumos, acarretando aumento da eficiência energética, e reciclagens internas dos materiais 
retornáveis ao processo produtivo. 
5.2.1 Pelotização 
A pelotização é o processo de aglomeração de minério de ferro que produz pequenas 
esferas cristalinas. Nesse processo são liberados óxidos de nitrogênio, basicamente óxido 
nítrico e dióxido de nitrogênio devido à queima pela reação do nitrogênio com o oxigênio. A 
formação dos óxidos de nitrogênio é significativa devido às altas temperaturas e 
disponibilidade de oxigênio, podendo diminuir a produção desse poluente pela redução da 
temperatura e pelo excesso de oxigênio no ar de combustão. A redução pode ser feita ainda 
pela substituição do óleo e carvão por combustíveis gasosos como propano e butano o que 
também diminuiria a produção de dióxido de enxofre e dióxido de carbono. 
 
5.2.2 Sinterização 
A sinterização é um processo de aglomeração de finos de do minério de ferro e de 
fundentes e finos de coque para carga de alto forno. Esta etapa é caracterizada pela sua 
capacidade de permitir a reutilização dos resíduos metálicos. As emissões são significativas 
nesse processo sendo emitidas poeiras, e substancias policloradas que são cancerígenas e 
podem permanecer na atmosfera por muito tempo, estando listados na convenção de 
Estocolmo e necessitam ser monitorados e reduzidos drasticamente. 
5.2.3 Coqueificação 
É um processo com grande impacto ambiental, onde alguns gases podem ser 
recuperados, porém a perda é inevitável. Para reduzir as emissões, é possível substituir de 
25% a 40% do coque no alto forno pelo gás natural ou óleo, ou ainda utilizar a redução direta 
do óxido de ferro ou injetar finos de carvão mineral. 
5.2.4 Produção do Ferro Gusa 
É a separação do metal contido no minério, por meio de redução. O Gás gerado nesse 
processo, após limpo, podem ser aproveitados na sinterização ou ainda na geração de energia 
elétrica. As emissões podem ser reduzidas pela injeção de finos de carvão e as emissões de 
dióxido de enxofre são significativas sendo importante a qualidade do processo de 
dessulfuração, é ainda emitido óxido de nitrogênio nesse processo. 
5.2.5 Lingotamento 
O lingotamento contínuo difere do convencional por dispensar reaquecimento e assim 
reduzir o consumo de energia, acarretando assim uma diminuição indireta nas emissões de 
poluentes, já que de forma geral, quanto maior o consumo de energia maior a emissão de 
poluentes. 
5.2.6 Redução direta 
A redução direta produz ferro primário sólido, o ferro esponja. Nesse processo a 
emissão de poluentes é baixa e facilmente coletada. A utilização de gás natural gera menores 
emissões de dióxido de carbono comparadas com utilização de carvão. Contudo, o ferro 
esponja tem maior consumo de energia elétrica nos fornos elétricos a arco. 
5.2.7 Utilização de sucata 
A utilização de sucatas é importante para o crescimento sustentável pela reutilização de 
matéria prima e pela redução dos impactos devido a sua extração. Contudo, existe emissões 
de poluentes relacionadas à sua utilização, sendo principalmente no processo de transporte e 
de preparação para a carga nas siderurgias. Utilizando a tecnologia de pré-aquecimento de 
sucata, permitindo a redução de consumo de energia, ocorrem emissões de dioxina e furanos 
que merecem ser controladas. 
5.2.8 Melhores Práticas 
O avanço tecnológico que o mundo vem sofrendo nos últimos anos também contribui 
para a diminuição da emissão de poluentes pelas siderurgias. Nos Estados Unidos, por 
exemplo, desenvolve-se tecnologia para a produção de aço com base na não utilização de 
carbono. Na Europa está sendo desenvolvido o projeto Ultra Low CO2 Steelmaking, que visa 
diminuir as emissões de dióxido de carbono de 1,9 toneladas para cada tonelada de ferro gusa 
para 0,1 toneladas para cada tonelada de ferro gusa até 2020. 
Já os projetos que mantém o carbono como redutor levam em consideração a possível 
utilização da biomassa nas suas estratégias. Enquanto que no Japão, para diminuir as 
emissões, privilegia-se a captura e o sequestro de carbono. 
O sequestro de carbono é feito através da descarbonização dos gases de alto-forno antes 
de utiliza-los como combustível. A absorção é a mais adequada para fazer o sequestro de 
carbono graças às baixas pressões de dióxido de carbono nos gases de alto-forno. Ressalta-se 
que o dióxido de carbono sequestrado não poderá ser utilizado no processo siderúrgico e 
deverá ser utilizado em outra aplicação ou estocado. 
De forma geral, nas usinas integradas, 70% das emissões de dióxido de carbono é 
proveniente da produção de ferro-gusa no alto-forno, 12% na laminação e acabamento de 
produtos, 12% na preparação do minério e 7% na produção de energia elétrica e oxigênio. 
Enquanto, que nas usinas semi-integradas baseadas em sucata a distribuição de emissões é a 
seguinte: 45% proveniente do forno elétrico a arco, 36% da laminação e acabamento e 16% 
da produção de oxigênio e energia elétrica. Observa-se na Figura 8, de forma resumida, as 
etapas da produção siderúrgica, facilitando a compreensão das porcentagens de emissões de 
dióxido de carbono. 
 
Figura 8 – Fluxo Simplificado da produção em aço. Fonte: Instituto Aço Brasil. 
6. Estudos de Caso. 
6.1 Cubatão. 
Cubatão é uma cidade estrategicamente localizada entre as cidades de São Paulo, maior 
berço econômico do país, e Santos, que possui o maior porto da américa latina. Devido a isso, 
que no período de industrialização do Brasil, Cubatão teve sua indústria bastante 
desenvolvida, porém sem nenhuma preocupação com os recursos naturais e a sua poluição. 
O município representava 2% das exportações do país, contudo, no início dos anos 80, 
possuía ar denso com cheiro e cor. Entre outubro de 1981 e abril de 1982, cerca 1.800 
crianças nasceram na cidade, destas, 37 já nasceram mortas, outras apresentavam graves 
problemas neurológicos e anencefalia. Cubatão era líder em casos de problemas respiratórios 
no país e era apontado pela ONU como exemplo a não ser seguido. 
Com tantos problemas de saúde na sua população, o governo iniciou medidas de 
intervencionistas. A partir de 1983 foi implantado um plano de recuperação ambiental e em 
1989 as 320 fontes poluentes que existiam na época já estavam controladas. 
O plano de controle ambiental foi feito com medições constantes das emissões de 
poluentes no ar e do controle da despoluição dos rios, com gerenciamento por conta do estado 
e com investimento em maquinário moderno por conta das indústrias. Além do controle das 
emissões de poluentes, também foram feitos planos de recuperação da Mata Atlântica com o 
replantio da vegetação nativa. 
Conceitualmente, Cubatão utilizou a Agenda 21, que consiste em um método de 
planejamento que visa construir sociedades sustentáveis, mesclando a proteção ambiental, a 
justiça social e eficiência econômica, para recuperar a qualidade de vida socioambiental 
perdida com a poluição causada pelo polo industrial. 
Já em1992, durante a Eco 92, Cubatão foi apontada pela ONU como Símbolo de 
Recuperação Ambiental, tendo 98% do nível de poluentes controlados, e passou a ser 
exemplo em todo o mundo como a cidade que renasceu das sombras da poluição. Dessa 
forma, atualmente, livre da poluição, Cubatão consegue manter uma linha de produção 
acentuada e que gera milhões de reais todos os anos, apresentando 100% de controle de 
poluentes em 2011. 
6.2 Cidade do México. 
Capital de um país em desenvolvimento, A Cidade do México apresenta problemas de 
poluição do ar graças a sua grande frota de automóveis, que em 2010 era de 10 milhões. A 
capital do México possui ainda como agravante da sua poluição a sua posição geográfica. 
Localizada em uma planície a mais de 2000 metros de altitude na cratera de um antigo 
vulcão e cercada por montanhas que retém as emissões, a cidade do México apresenta ar 
rarefeito, o que diminui a eficiência dos motores dos carros aumentando, assim, as emissões 
de gazes efeito estufa. Além disso, o ar quente acima do vale, chamada de camada de 
inversão, ajuda a reter a poluição. 
Em 1992, o governo do México adotou uma abordagem abrangente chamada ProAire, 
compreendendo programas sucessivos que reduziram o dióxido de carbono e outros poluentes 
de maneira significativa. 
Durante o ProAire já foi feita a ampliação do transporte público, a introdução de 
conversores catalíticos e gasolina sem chumbo para reduzir as emissões. Além disso, o 
controle bianual das emissões veiculares se tornou obrigatório, uma refinaria da Pemex foi 
fechada. 
Outro Programa que tem funcionado, pelo menos até o aumento da frota de veículos é o 
“Hoy no circula”, que limita as viagens de carro um dia por semana. 
No que diz respeito à engenharia civil e a arquitetura, a construção de um hospital na 
Cidade do México cuja fachada revestida de dióxido de titânio que cria uma reação química 
quando exposta à luz do sol, tornando os poluentes menos malignos, é um símbolo da 
intenção de crescimento sustentável que a cidade aspira. 
 
Figura 9 – Fachada sustentável de hospital na cidade do México. 
 
O resultado dos programas implantados é positivo e já pode ser percebido na cidade. 
Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México, 
durante os anos de 2006 e 2008, as emissões de ozônio diminuíram em 24%, mesmo com o 
aumento em 35% da frota de veículos. Além disso, a quantidade de ozônio, que era de 
404 partes por bilhão (ppb) em 1991, chegou a 282 em 2000. 
Os esforços da Cidade do México lhe renderam o prêmio de qualidade do ar 2013 
do Grupo C40 de Liderança Climática das Cidades. O grupo é uma rede internacional de 75 
megacidades que enfrentam problemas ambientais semelhantes e colaboram em soluções. 
Ainda assim, o estudo demonstra que, mesmo com a diminuição nas emissões de 
ozônio, entre os anos de 2006 e 2008, a qualidade do ar não chegou ao nível ideal de 110 ppb 
em 42% dos dias. Em 2009, a cidade teve 185 dias com qualidade do ar aceitável e, no início 
de 2010, o número chegou a 50 dos primeiros 60 dias do ano. A meta estabelecida pela cidade 
é de apenas um dia por ano sem qualidade do ar aceitável. 
Para atingir a meta, as novas estratégias do ProAire vão até 2020 e incluem o aumento 
das frotas verdes do transporte municipal, com um novo Metrobús e o programa “Ecobici” de 
bicicletas compartilhadas, que juntos ao reflorestamento, à criação de áreas verdes e ao uso 
de energia renovável, ajudarão a limpar o ar da Cidade do México. Além disso, no âmbito da 
construção civil e do urbanismo, também é importante que a cidade tente uma reestruturação 
para que as pessoas morem mais perto de onde trabalham. 
6.3 Pequim. 
No último século, a China é o país que mais cresce economicamente no mundo, e tal 
crescimento não é acompanhado de uma preocupação ambiental no que diz respeito as 
emissões atmosféricas. É nesse cenário que, em 2006, a China ultrapassou os Estados Unidos, 
como o país que mais emiti dióxido de carbono no mundo. Contudo, cabe ressaltar que em 
termos de emissão/per capta, os Estados Unidos apresenta números mais preocupantes do que 
a china que possui a maior população do mundo. 
A poluição do ar é tanta na cidade de Pequim, que para as Olimpíadas de 2008 houve 
uma preocupação geral dos atletas quanto ao desempenho e do Comitê Olímpico 
Internacional quanto à saúde dos atletas. Tais preocupações fizeram com que medidas 
emergenciais, como a redução das emissões industriais naquele período, fossem tomadas, 
contudo, passado o evento, a cidade retornou ao seu ritmo normal. 
O ano de 2015 começou com níveis inéditos de poluição, Culminando na emissão do 
alerta vermelho em dezembro, que significa que a concentração de pelo menos 200 
microgramas de por metro cúbico das chamadas partículas PM 2,5 - as mais prejudiciais à 
saúde, por pelo menos três dias. 
Devido ao alerta vermelho, o governo tomou algumas medidas como: suspender as 
obras ao ar livre e a atividade das indústrias mais poluentes, além de proibir a circulação de 
veículos pesados, de reduzir em 30% o uso de carros oficiais e de iniciar uma espécie de 
rodízio para os automóveis particulares. O governo também recomendou que escolas e outros 
institutos de ensino permanecessem fechados durante os dias de alerta, esperando que as 
chuvas ajudassem a dissipar a poluição. 
A emissão do primeiro alerta vermelho mostra que novo programa para reduzir os 
níveis de poluição no final de maio de 2015, substituindo outro lançado em 2013, não vem 
apresentando êxito. 
6.4 Stuttgart. 
Stuttgart é conhecida como a cidade do carro alemã, mas ultimamente ele ganhou outro 
título, o de “Capital alemã da poluição atmosférica”. Tal título faz alusão ao fato de ser a 
cidade alemã onde a concentração de partículas finas no ar excede o limite legal durante mais 
dias por ano, em 2014, foram 64 dias. E de acordo com a legislação da União Europeia, as 
cidades não podem exceder o limite de 40 microgramas por metro cúbico mais de 35 vezes ao 
ano. 
A qualidade do ar se tornou tão perigosa para a população que em janeiro de 2016 as 
autoridades locais lançaram o primeiro alerta de poluição já emitido no país, com a orientação 
de deixar o carro em casa e usar caronas ou transporte público. Porém vários críticos 
ambientalistas, como Jürgen Resch não concordam com medidas tão brandas, e acreditam que 
veículos a diesel deveriam ser banidos da cidade – com apenas algumas exceções, como os 
ônibus que cumprem rigorosamente os limites de emissão chamados de "Euro 6" – que são 
obrigatórios em alguns países, mas não na Alemanha. 
E de fato a medida tomada pelo governo ainda não mostrou resultado, e se permanecer 
assim, em 2018, poderá ser introduzida restrições de circulações para os automóveis. 
Como Stuttgart é uma cidade com muitos trabalhadores que vivem em cidades vizinhas 
e fazendo o percurso diário para o trabalho de carro, e visando diminuir as emissões de 
poluentes pelos automóveis, foi instalado um enorme estacionamento nos arredores de 
Stuttgart, com ônibus que seguem em direção ao centro da cidade. Porém tal medida aparenta 
ter piorado a situação, pois os estacionamentos ficam vazios e a emissão de poluição dos 
ônibus da linha estacionamento-centro tem se somado as emissões dos demais veículos que 
circulam pela cidade. 
6.5 Emissões Globais. 
 Como já dito anteriormente, a china é o maior emissor de dióxido de carbono, seguida 
pelos Estados Unidos, União Europeia, Rússia, Índia e Japão. Portanto a China e outros países 
em desenvolvimento prometem colaborar nos esforços globais contra o aquecimento, mas tem 
dificuldades em relação a limites à emissão de CO2, já que o usointensivo da energia é 
essencial para ajudar a tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza. 
 É nesse contexto que os países em desenvolvimento defendem que a iniciativa parta 
das nações que têm as maiores emissões per capita, enquanto que os Estados Unidos afirma 
que a China e outros grandes países em desenvolvimento precisam se empenhar mais. 
 O fato é que em 2014 as emissões de dióxido de carbono pararam de subir em 2015 
pela primeira vez em 40 anos, mantendo o crescimento da economia global e que a China ter 
tido uma maior geração de eletricidade a partir de fontes renováveis, como energia hidráulica, 
solar e eólica, e menos queima de carvão em 2014 contribuiu que as emissões não 
apresentassem crescimento. Em 1992 e 2009 as emissões não apresentaram crescimento, 
porém nesses anos ocorreram crises econômicas. 
 De forma geral, tal acontecimento, tem valor simbólico, por mostrar que a economia 
global pode crescer de forma sustentável. Porém não se deve contentar com o não aumento 
das emissões e sim cada país manter os esforços para a diminuição dessa taxa. 
 
7. Danos à Saúde. 
Nos subcampos da saúde ambiental e mais especificamente da toxicologia, estudos 
apontam que os efeitos da poluição do ar manifestam-se geralmente sob forma de doenças 
crônicas, prejudicando a qualidade de vida das populações afetadas, ou podem, em situações 
extremas, levar ao aumento da mortalidade nas regiões de maior concentração de poluentes. 
O principal poluente do ar que levam as vias respiratórias à lesão, nas sociedades 
urbanas contemporâneas, é o fumo. Os trabalhos de Doll & Hill (1954) comprovam a 
importância do cigarro no aumento dos casos de câncer de pulmão. Mais tardiamente, 
percebeu-se que o fumo, além de prejudicar o próprio fumante, também afeta os não 
fumantes, através do que se convencionou chamar "fumo passivo". Além do cigarro, outros 
agentes podem poluir o ar que se respira em casa. São eles a fumaça produzida pela 
combustão de biomassa, os produtos gerados pela combustão do gás de cozinha, pesticidas e 
solventes empregados para limpeza, etc. Estes poluentes tornam-se tão mais importantes 
quanto mais diferentes é o ambiente doméstico com relação ao ar externo. 
Em 1977, especialistas de todo o mundo, num simpósio em Porto Rico, sistematizaram 
conhecimentos disponíveis até a data para discutir os efeitos das partículas em suspensão na 
saúde humana. Define-se como "partículas em suspensão" todas as partículas sólidas ou 
líquidas contidas no ar, de dimensão suficientemente reduzida para não se depositar 
rapidamente por gravidade na superfície terrestre. As partículas maiores são conhecidas como 
"poeiras ou grãos sedimentáveis", enquanto que as menores, também denominadas "fumo" ou 
"fumaça", possuem velocidade desprezível e podem ser inaladas com facilidade, sendo esta 
mais relevante na etiologia de problemas respiratórios. 
Alguns fatores básicos afetam a concentração destas partículas no ar: a taxa de 
emissão do poluente, as condições meteorológicas e a topografia local. As condições 
meteorológicas são particularmente importantes, na medida em que os ventos turbulentos 
ajudam a dispersar os poluentes. Estes também são depositados pelas chuvas, que "lavam" o 
ar. A combinação da estabilidade atmosférica com ausência de chuvas torna-se, assim, 
profundamente desfavorável à dispersão dos poluentes. 
7.1 Ação dos poluentes no sistema respiratório. 
Diversos mecanismos têm sido sugeridos para explicar os efeitos adversos dos 
poluentes aéreos. A explicação mais consistente e mais aceita é a de que altas concentrações 
de oxidantes e pró-oxidantes contidos nos poluentes ambientais, como material particulado 
(MP) de diversos tamanhos e composição, e nos gases, como O3 e óxidos de nitrogênio, em 
contato com o epitélio respiratório, provocam a formação de radicais livres de oxigênio e de 
nitrogênio que, por sua vez, induzem o estresse oxidativo nas vias aéreas. Isto é, um aumento 
da presença de radicais livres que não foram neutralizados pelas defesas antioxidantes inicia 
uma resposta inflamatória com a liberação de células e mediadores inflamatórios que atingem 
a circulação sistêmica, levando a uma inflamação subclínica com repercussão não somente no 
sistema respiratório, mas também causando efeitos sistêmicos. 
7.2 Efeitos da Poluição do ar na gravidez. 
A exposição a poluentes do ar durante a gestação pode comprometer o 
desenvolvimento fetal e ser causa de retardo de crescimento intrauterino, prematuridade, 
baixo peso ao nascerem, anomalias congênitas e, nos casos mais extremos, óbito intrauterino 
ou perinatal. 
Os mecanismos biológicos dos efeitos dos poluentes aéreos durante a gestação não 
estão bem esclarecidos. A intensão proliferação celular, a imaturidade fisiológica, o acelerado 
desenvolvimento dos órgãos e as mudanças no metabolismo aumentam a suscetibilidade do 
feto à inalação dos poluentes aéreos pela mãe, e essa, por sua vez, pode ter seu sistema 
respiratório comprometido pela ação dos poluentes e, com isso, afetar o transporte de 
oxigênio e glicose através da placenta. 
 
 
7.3 Efeitos sobre o Sistema Respiratório. 
7.3.1 Doenças: 
Há várias doenças que podem ser relacionadas à poluição do ar. De acordo com o 
National Institute of Environmental Health Sciences, uma divisão do National Institutes of 
Health, longa exposição aos poluentes do ar aumentam os riscos de enfermidades. O instituto 
notou que crianças e idosos são especialmente vulneráveis aos efeitos prejudiciais do ozono, 
partículas finas e outros tóxicos carregados pelo ar. 
Estudos epidemiológicos mostram que a exposição a poluentes gasosos e materiais 
particulados está associada a maior incidência de sintomas das vias aéreas superiores, como 
rinorreia, obstrução nasal, tosse, laringoespasmo e disfunção de cordas vocais, e das vias 
aéreas inferiores, como tosse, dispneia e sibilância, especialmente em crianças. 
7.3.1.1 Asma Brônquica 
De acordo com o Natural Resources Defense Council (NRDC), um grupo de defesa 
ambiental sem fins lucrativo com base em Nova York, a asma é uma doença crônica 
inflamatória, debilitante das vias aéreas que podem ser causados pela poluição atmosférica 
provocada por automóveis, fábricas ou usinas de energia. O NRDC afirma que os seguintes 
poluentes atmosféricos são gatilhos comuns da asma: o ozono troposférico, dióxido de 
enxofre, material particulado fino e óxido de nitrogênio. Os Centros para Controle e 
Prevenção de Doenças ou CDC afirmam que outro gatilho importante para ataques de asma é 
o fumo do tabaco. O CDC sugere que os pais, amigos e parentes de crianças com asma devem 
tentar parar de fumar e nunca deve fumar na proximidade de uma criança ou uma pessoa com 
asma, pois isso pode causar um ataque asmático. 
A prevalência da asma tem aumentado em todo o planeta, particularmente em regiões 
urbanas densamente industrializadas. Estudos sugerem que a exposição aos poluentes aéreos 
leve ao desenvolvimento de novos casos de asma. Pode-se exemplificar com o grande 
aumento da incidência de asma na China após o desenvolvimento industrial e, em 
consequência, o grande aumento da concentração dos poluentes. 
 Efeitos associados à exposição aguda 
Uma associação entre o aumento do nível de poluentes e internações por asma foi 
observada em Araraquara, Brasil, cidade localizada no centro da região canavieira do estado 
de São Paulo. Durante o período de colheita da safra, quando a maior fonte de emissão de 
poluentes é a queima da palha da cana-de-açúcar, as admissões hospitalares por asma foram 
50% maiores do que aquelas no período sem queima. O aumento de 10 µg/m³ de material 
particulado com até 30 µm de diâmetro foi associadoa um aumento de 11,6% nas internações 
hospitalares com defasagem de 1 dia em relação à exposição. 
 Efeitos associados à exposição crônica 
Em um estudo feito em 12 comunidades da Califórnia, EUA, com diferentes níveis de 
concentração de ozônio, foram acompanhados 3545 escolares, sem histórico de asma, por 5 
anos. Durante o estudo, 265 crianças desenvolveram asma. Nas comunidades que 
apresentavam altas concentrações de ozônio, o risco das crianças que praticavam três ou mais 
esportes em desenvolver asma era 3,3 vezes maior em comparação com o risco daquelas que 
não praticavam esportes. Nas áreas com baixas concentrações de ozônio, a quantidade de 
esportes praticados não se mostrou um fator de risco para o desenvolvimento de asma. O 
mesmo comportamento foi observado para o tempo de permanência em ambientes externos, 
que, apenas nas áreas de maior concentração de ozônio, se mostrou como fator de risco 
diretamente associado ao desenvolvimento da asma. 
7.3.1.2 Doença Pulmonar Obstrutiva (DPOC). 
O U.S. National Library of Medicine e o National Institutes of Health dizem que, com 
a DPOC, as vias aéreas da pessoa e os alvéolos perdem sua forma e tornam-se distendidos e 
frouxos, e a bronquite crônica e a enfisema são comuns em pacientes com esta doença. De 
acordo com a American Lung Association (ALA), exposição a longo prazo a poluição do ar, 
especialmente exaustores dos automóveis, aumentam os riscos das mulheres de disfunção 
pulmonar, DPOC e morte prematura. Caminhoneiros, ferroviários, entre outros, podem ser 
mais suscetíveis a câncer de pulmão ou outras doenças pulmonares, devido à exposição 
crônica a emissões de diesel, enquanto no trabalho. O ALA observa também que, mesmo 
níveis baixos de ozônio e partículas finas, aumentam o risco de uma pessoa ser hospitalizada 
por pneumonia e DPOC. 
Os pacientes portadores de DPOC são particularmente vulneráveis ao estresse 
adicional em vias respiratórias causadas por diferentes agentes agressores. O tabagismo é 
reconhecido como o mais importante fator para o desenvolvimento da DPOC, principalmente 
nos países desenvolvidos. 
 Efeitos associados à exposição aguda 
Um estudo envolvendo 36 cidades americanas entre 1986 e 1999 mostrou que o 
aumento de 5 ppb (partes por bilhão) nos níveis de O3 e 10 µg/m³ nos de material particulado 
estava associado a um aumento de, respectivamente, 0,27% e de 1,5% no número de 
admissões hospitalares por DPOC. O uso de ar condicionado central reduzia os efeitos 
adversos da poluição do ar. 
Outro estudo realizado em São Paulo, Brasil, avaliando 1769 pacientes com idade 
acima de 40 anos entre 2001 e 2003 mostrou um aumento no número de atendimentos por 
DPOC em associação a aumento nas concentrações atmosféricas de MP e de SO2. Variações 
nas concentrações destes foram associadas a um aumento cumulativo em 6 dias de 19% e 
16% de consultas por DPOC. 
 Efeitos associados à exposição crônica 
Na Dinamarca, um estudo acompanhou 57.053 indivíduos entre 1993 e 2004 e 
mostrou que 1786 pessoas (3,4%) desenvolveram DPOC. Houve uma associação positiva 
entre DPOC e exposição aos poluentes gerados pelo tráfego após o controle dos fatores de 
confusão, tabagismo inclusive. 
Schikowski et al. acompanharam 4.757 mulheres entre 54 e 55 anos na Alemanha, 
utilizando critérios diagnósticos do Global Initiative for Chronic Obstrutive Lung Disease. 
Houve uma prevalência de 4,5% de DPOC. O aumento de 7 µg/m³ na concentração média de 
material particulado durante 5 anos estava associado a OR ("odds ratios", ou "razão de 
possibilidades" em português) de 1,33 no desenvolvimento de DPOC e a um declínio de VEF1 
(volume expiratório forçado no primeiro segundo) em 5,1%. Mulheres que moravam a menos 
de 100 m de vias com grande tráfego apresentavam maior risco de desenvolver a doença em 
relação àquelas que moravam a uma distância maior. Os autores sugerem que a exposição 
crônica ao MP proveniente do tráfego aumenta o risco de desenvolver DPOC e acelera a 
perda de função pulmonar. 
7.3.1.3 Infecção Respiratória Aguda. 
A infecção aguda do trato respiratório inferior é a mais importante causa de morte em 
crianças até 5 anos. Nessa faixa etária, esse tipo de infecção causa 2 milhões de mortes anuais. 
Metade dessas mortes é atribuída à exposição a poluentes em ambientes internos provenientes 
da queima de combustíveis sólidos. Uma meta-análise avaliando 24 estudos mostrou que a 
exposição à queima de biomassa em ambientes internos aumenta o risco de pneumonia em 
crianças. Em concordância, em uma outra meta-análise avaliando 25 estudos, encontrou-se 
uma significante e robusta associação entre queima de biomassa em ambientes internos e 
infecção respiratória aguda em crianças 
 Efeitos associados à exposição aguda 
Belleudi et al. avaliaram os efeitos do MP sobre as internações por pneumonia de 
indivíduos com mais de 35 anos em cinco hospitais romanos entre 2001 e 2005. Um aumento 
de 10 µg/m³ na concentração de MP2,5 (MP originado da queima de combustíveis fósseis e de 
biomassa, termelétricas, etc.) foi associado a um aumento de 2,8% do número de internações 
hospitalares por pneumonia, com defasagem de 2 dias. 
 Efeitos associados à exposição crônica 
Neupane et al. conduziram um estudo caso controle no Canadá, entre 2003 e 2005, 
avaliando a exposição em longo prazo a NO2, MP2,5 e SO2 e o risco de hospitalização por 
pneumonia em indivíduos maiores de 65 anos de idade. Foram avaliados 365 idosos com 
pneumonia adquirida na comunidade, confirmada radiologicamente, e 494 indivíduos 
controles. Os grupos foram comparados tomando como base a exposição individual a NO2, 
MP e SO2 no ano prévio. 
A exposição de longo prazo a altos níveis de concentração de NO2 e MP, por ao 
menos 1 ano, foi significativamente associada à hospitalização por pneumonia adquirida na 
comunidade. 
Um estudo de corte conduzido nos EUA mostrou um aumento no risco de óbitos por 
pneumonia e influenza em não fumantes da ordem de 20% em associação ao aumento de 10 
µg/m³ na concentração de MP2,5. 
7.3.1.4 Câncer de Pulmão. 
O câncer do pulmão é uma doença que pode ser causada pela poluição do ar. De 
acordo com LungCancer.org, o câncer do pulmão é caracterizada pelo crescimento 
descontrolado de células anormais em um ou ambos os pulmões. Ao longo do tempo, as 
células anormais podem desenvolver-se em tumores e prejudicar a função primária do 
pulmão: fornecer ao sangue, e, por conseguinte ao corpo, o oxigênio. LungCancer.org afirma 
que existem dois tipos principais de câncer de pulmão: câncer do pulmão de células não 
pequenas (NSCLC, sigla em inglês) e câncer do pulmão de células pequenas (SCLC, sigla em 
inglês). De acordo com um estudo de 2002 por C. Arden Pope III, Ph.D. e seus colegas 
publicaram no "The Journal of the American Medical Association" que a exposição a longo 
prazo a material particulado fino gerado por combustão representa um risco significativo para 
a mortalidade por câncer de pulmão. Um estudo de 2000 por Fredrik Nyberg e colegas 
publicado na revista "Epidemiology" conclui que a poluição do ar urbano aumenta o risco de 
câncer de pulmão, e que as emissões de veículos a motor podem ser particularmente 
problemáticas. 
A organização Mundial da Saúde estima que no ano de 2008 houve 12,7 milhões 
novos casos de câncer em todo o planeta que ocasionaram 7,6 milhões de óbitos, sendo 1,61 
milhões e 1,18 milhões os casos novos e número de óbitos por câncer de pulmão. Estudos têm 
evidenciado os efeitos da exposição a poluentes e o desenvolvimento de câncer de pulmão, 
atribuídos tanto à ação direta dos cancerígenos presentes na poluição, como à inflamação 
crônica induzida pelos mesmos. 
Um estudo prospectivo envolvendo500.00 adultos de 50 estados dos EUA mostrou 
um aumento de 14% na incidência de câncer de pulmão, associado à elevação em 10 µg/m³ na 
concentração do MP2,5. Em estudo realizado em países europeus, atribuiu-se que 5% e 7% dos 
diversos tipos de câncer de pulmão, respectivamente, em não fumantes e ex-fumantes são 
causados pelos efeitos da poluição. 
7.4 Poluição do ar e mortalidade. 
Os principais estudos sobre os efeitos crônicos na mortalidade realizados nos EUA 
estimam um aumento entre 6% e 17% na mortalidade cardiopulmonar associado à elevação de 
10 µg/m³ de MP2,5. O maior impacto na mortalidade é em crianças abaixo de 5 anos e em 
idosos para cada elevação de 10 µg/m³ na concentração de MP10 (MP originado de fontes 
antropogênicas: poeira da rua e de estradas, atividades agrícolas e de construções; e fontes 
naturais: sal marinho, pólen, esporos, etc.). 
7.5 Poluição do ar e exercícios Físicos. 
Durante a realização de exercícios aeróbicos, o ar inspirado penetra nas vias aéreas, 
preferencialmente pela boca, sendo maiores o volume minuto e capacidade de difusão, 
facilitando a penetração dos poluentes. 
A quantidade de partículas ultrafinas que se deposita no trato respiratório enquanto se 
realiza exercícios moderados é maior quanto menor for o tamanho das partículas e é cerca de 
cinco vezes superior quando comparado se está em repouso. 
A realização de exercícios próximos a vias de tráfego intenso aumenta os níveis de 
carboxihemoglobina e reduz o desempenho aeróbio de atletas. 
As principais recomendações das sociedades de medicina esportiva não incluem a 
precaução da realização de exercícios em ambientes poluídos, mas a recende declaração da 
American Heart Association sobre efeitos da poluição recomenda que se evitem exercícios 
intensos na presença de ar com qualidade insatisfatória. 
 
8. Conclusão. 
Já se tem base científica para afirmar que a poluição do ar tem efeitos negativos para a 
saúde humana. Os impactos decorrentes dos gases emitidos pela combustão de biomassa 
ainda não foram bem avaliados, mas afetam um número significativo de pessoas, sobretudo 
nos países em desenvolvimento, onde a queimada constitui uma prática agrícola bastante 
difundida. Além disso, incêndios em florestas ou em cerrado são constantes durante os meses 
de inverno, quando a reduzida precipitação leva à perda de umidade da massa vegetal, 
propiciando a ocorrência de queimadas involuntárias que fogem ao controle. 
Esse conhecimento é importante para a definição de políticas de controle e de 
estabelecimento de padrões de qualidade do ar específicos para o caso das queimadas. O 
monitoramento e o estabelecimento de padrões de qualidade do ar, muito usados para avaliar 
e controlar a qualidade do ar urbano mostra-se inadequado para avaliar a poluição causada por 
queimadas e não levam em consideração a exposição a concentrações extremamente elevadas 
em curto prazo. 
Inúmeras questões permanecem, enquanto expressivos contingentes populacionais 
continuam expostos a níveis de poluição que apresentam riscos adversos à sua saúde. Além 
disso, há dúvidas quanto aos padrões de qualidade do ar estabelecidos nos diferentes países 
para poluentes urbanos serem realmente eficazes na proteção da saúde de suas populações 
como um todo, ou se eles foram estabelecidos considerando-se apenas as pessoas saudáveis. 
Quais os impactos da poluição do ar à saúde daqueles já prejudicados por alguma 
doença, pela idade ou por condições socioeconômicas? Esta parece ser uma questão a ser 
respondida pelas pesquisas, para que seja garantido o direito universal ao ar limpo. 
Como as situações são muito dinâmicas, os estudos precisam avaliar os riscos de novos 
agentes e de novas situações. A avaliação das rápidas e constantes mudanças na atmosfera 
constitui um desafio para futuras pesquisas. Outro aspecto importante é a maior inclusão do 
mundo não desenvolvido e em desenvolvimento nesses estudos. 
Finalmente, estudos sobre outros efeitos da poluição do ar para a saúde, não só a saúde 
respiratória, são raros e preliminares. Muitos de seus resultados são evidências não 
conclusivas. No futuro, há urgência na realização de estudos mais amplos, envolvendo ainda 
mais profissionais, de diferentes áreas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. Referências. 
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