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Interpretação de Texto em Concursos

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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 7 
(Interpretação e estrutura textual) 
Olá, pessoal! Chegamos à nossa aula 7 e, a partir desta, vou procurar 
inserir aula-extra com comentário de provas, para que você possa treinar 
bastante. 
Bom, quanto ao assunto desta aula, muita gente comenta comigo que a 
interpretação de texto é um tipo muito subjetivo de questão, pois pode haver 
várias interpretações. 
Mas, na realidade, não é bem assim!!!! 
Devemos nos lembrar do seguinte: todo professor que propõe qualquer 
questão de concurso tem que provar que o julgamento feito por ele (correto ou 
incorreto) é a única resposta possível. Para isso, as bancas cobram tudo 
documentado: os fundamentos, prováveis recursos, índice de dificuldade, 
tempo aproximado de resolução. Isso nos prova que interpretar não é coisa 
subjetiva, como muitos têm dito por aí. Entender o texto tem sua lógica, seu 
princípio norteador, por isso vamos trabalhar nesta aula os fundamentos e 
vamos exercitar bastante. 
Assim, não podemos resolver questões de interpretação de texto 
somente no achismo. Temos que provar que o julgamento da questão está 
correto, com fundamento no texto. 
É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações 
implícitas e explícitas. É mais fácil o concursando encontrar as informações 
explícitas, e vemos que muitas vezes é isso que a banca CESPE cobra. 
Toda informação implícita do texto é “carregada” de vestígios. Como em 
uma investigação, o criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom 
investigador é um excelente leitor de vestígios. Os vestígios podem ser: uma 
palavra irônica, as características do ambiente e do personagem, a época em 
que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, o 
rodapé do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa 
verbal etc. Tudo isso pode indicar a intenção do autor ao escrever o texto, daí 
se tira o vestígio que nos leva à boa interpretação. 
Outro ponto que devemos entender é que, quando se interpreta um 
texto para realizar um concurso, temos, na realidade, duas interpretações a 
serem feitas. A primeira é a compreensão do texto em si, entender as 
expressões ali colocadas, tirar conclusões, compreender as entrelinhas, o 
contexto; a outra é a compreensão do pedido da questão. 
Às vezes até compreendemos bem o texto, mas não entendemos o 
pedido da questão. 
Português p/ Polícia Federal 
(teoria e questões comentadas) 
Conteúdo 
do 
texto 
Conteúdo 
da 
questão 
Interpretação
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2
Interpretação 
do 
Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o 
enunciado da questão. Após isso, devemos confrontá-los e julgar se possuem 
ideias semelhantes ou não. Isso é a interpretação. 
a) Como vimos, em um texto podemos encontrar os dados explícitos, 
isto é, aquilo que o pedido da questão informou é encontrado literalmente no 
texto. Didaticamente, representamos os dados explícitos com o sinal “xxx”: 
Este é o tipo de questão mais simples e o que a banca CESPE tem 
cobrado muitas vezes em prova. Veja: 
Questão 1: TJ - RR / 2006 / Superior 
Na época atual, embora a avareza ou o ócio devam continuar 
merecendo a nossa condenação, no seio dos detentores da riqueza (ou dos 
que se proponham a alcançá-la), há uma figura digna de ser exaltada: o 
empresário. Pela razão muito simples de que agora estamos diante de uma 
sociedade de abundância (ao contrário da sociedade primitiva, vitimada pela 
escassez) e a única maneira de a imensa maioria ter acesso à variada gama 
de bens e serviços disponíveis na sociedade é por intermédio do emprego. E 
ainda que a busca da riqueza pelo empresário não vise diretamente ao bem-
estar geral, ao propiciar novos empregos, ele está desempenhando função 
primordial na economia. 
Antonio Paim. Op. cit., p.290 ( com adaptações).
Em relação às idéias do texto, assinale a opção correta. 
(A) A avareza e o ócio são características da época a que o texto se refere. 
(B) No seio dos detentores da riqueza, o empresário é o símbolo da avareza. 
(C) O emprego permite que a maioria tenha acesso aos bens e serviços 
disponíveis na sociedade. 
(D) Ao propiciar novos empregos, o empresário visa diretamente ao bem-
estar geral da sociedade. 
Comentário: Perceba que as alternativas possuem dados explícitos do texto, 
com algumas modificações. Assim, basta confrontar os dados explícitos do 
texto e os da questão, para que se encontre a alternativa correta. 
Na alternativa (A), há erro, porque foi dito no texto que “o ócio e a 
avareza” devem continuar merecendo a nossa condenação. Assim, essa não é 
a característica desta época. Se a banca tivesse inserido como uma das
Texto: 
xxx
Questão: 
xxx
dados explícitos 
Interpretação 
do 
texto
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3
características desta época, implicitamente poderíamos até entender como 
uma resposta possível. 
Na alternativa (B), há erro, pois foi informado no texto que o empresário 
deve ser exaltado pela razão de que estamos diante de uma sociedade em 
abundância. Assim, sabemos que não há literalmente no texto a característica 
do empresário como avaro. 
A alternativa (C) é a correta, pela interpretação literal. Os dados estão 
explícitos no texto. Basta observarmos os dados expressos no seguinte 
trecho: “... a única maneira de a imensa maioria ter acesso à variada 
gama de bens e serviços disponíveis na sociedade é por intermédio do 
emprego”. 
Confronte os dois textos: este trecho e o da questão. Assim, temos 
certeza de que esta alternativa está correta. 
Na alternativa (D), também há erro, pois a questão afirmou que “o 
empresário visa diretamente ao bem-estar geral da sociedade”. O dado no 
texto que discorda desta alternativa é literal. Veja: “a busca da riqueza pelo 
empresário não vise diretamente ao bem-estar geral”. 
Gabarito: C 
b) Outro tipo de interpretação é a dos dados implícitos: 
 
xxx 
 
Neste tipo de interpretação, a questão não possui literalmente o mesmo 
trecho do texto. Nela há um entendimento, uma conclusão (xxx), a qual 
podemos chamar de inferência, com base nos vestígios (...), que são os 
vocábulos no texto. Para saber se a questão está correta, basta confrontar 
esses dois textos e observar se há semelhança de sentido. 
Muitas vezes, nesse tipo de questão, vemos expressões categóricas que 
eliminam a possibilidade de semelhança no sentido. Por exemplo: 
Podemos dizer que o Brasil vem crescendo economicamente e que o 
brasileiro está melhorando sua qualidade de vida e aumentando seu poder de 
compra. Mas isso não quer dizer que todo brasileiro aumentou seu padrão de 
compra, concorda? Por isso, chamamos de palavra categórica aquela que 
especifica demais ou amplia demais o universo a que se refere o termo. 
Perceba que a palavra “todo” ampliou muito (todo brasileiro aumentou seu 
poder de compra) um referente tomado de maneira geral (o brasileiro 
aumentou seu poder de compra). 
Assim, palavras como só, somente, apenas, nunca, sempre, ninguém, 
tudo, nada etc, têm papel importante nas afirmativas das questões. Essas 
palavras categóricas não admitem outra interpretação e normalmente estão 
nas questões para que o candidato a visualize como errada. 
Texto: 
. ... . 
. .... .. 
 . . . 
.
Questão: 
.... . . ..= xxx
Vestígios 
A soma dos vestígios (. ... ..) gera o dado 
implícito (xxx). 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL -(TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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Vale lembrar que essas palavras categóricas são encontradas nos 
diversos tipos de interpretação (literal ou implícita). 
Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase: 
É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de 
extremistas. 
Marque (C) para informação de possível inferência do texto e (E) como 
informação equivocada do texto. 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. 
2. Há uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas. 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os 
extremistas. 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-
los de um ataque ao Ocidente. 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. 
Vamos às respostas com base nos vestígios! 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. (C) 
(Inferência certa, pois o vestígio é “É preciso”) 
2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C) 
(Inferência certa, pois o vestígio é a oração subordinada adverbial de 
finalidade “para defender o Ocidente de um ataque soviético”.) 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 
(E) (Inferência errada, pois não há evidência no texto de que já havia mísseis 
anteriormente) 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os 
extremistas. (E) 
(Inferência errada, pois a expressão “destruir o mundo inteiro” é uma 
suposição com base em expressão categórica. Não há certeza de que os 
mísseis destruirão por completo o mundo, mas é certo que vão abalar o mundo 
inteiro.) 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de 
dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica, pois pode haver 
outros meios, outras negociações, não só pelos diplomatas.) 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Não se sabe se 
todo o Oriente está contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas) 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. (E) 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica: “sempre”. Além 
disso, houve uma palavra que extrapolou o texto: “invasões”. Nada foi 
afirmado sobre invasão no texto.) 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. (E) 
(Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.) 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. (C) 
(Inferência possível, pois é vista a preocupação de possível ataque.) 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. (E) 
(Consideração sem fundamento no texto.) 
Assim, quando você for realizar as questões de interpretação, verá 
muitas dessas expressões categóricas ou palavras que extrapolam o conteúdo 
do texto. Normalmente, já consideramos as questões erradas já na primeira 
leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, sempre devemos 
voltar ao texto para confirmar. Aí vem o “burilamento”. Deve-se ter paciência 
para encontrar os vestígios que comprovem sua resposta como a correta. 
Agora, veremos duas questões com interpretação de dados explícitos −
com palavra categórica − e implícitos: 
 IPEA / 2008 / Superior 
Enquanto outros países em desenvolvimento, como China, Índia e 
Coréia, investem na formação de pesquisadores e se transformam em 
produtores de conhecimentos que dinamizam suas economias, o Brasil não 
consegue eliminar o fosso que separa as instituições de pesquisa das 
empresas privadas, nem aumentar o volume de investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento. Vai ficando para trás em uma corrida decisiva para sua 
inserção em um mundo cada vez mais competitivo, sobretudo nos segmentos 
mais dinâmicos da indústria, como o da microeletrônica. 
Estudo do consultor do Banco Mundial Alberto Rodríguez, publicado pela 
Confederação Nacional da Indústria, confirma que, apesar do conhecido 
diagnóstico sobre o atraso do país na área tecnológica, pouco se faz de prático 
para superar o problema. 
Os pesquisadores brasileiros publicam seus trabalhos em um volume 
aceitável — eles respondem por cerca de 2% dos artigos científicos das 
principais publicações internacionais —, mas os resultados práticos das 
pesquisas são modestos. O Brasil responde por apenas 0,18% do total de 
patentes registradas no mundo. 
“Há a necessidade de que a pesquisa feita na universidade e nos 
laboratórios seja menos teórica e mais voltada para aplicações práticas”, diz 
Rodríguez. “E o setor privado precisa investir mais em pesquisa e 
desenvolvimento.” 
O Estado de S. Paulo, Editorial, 1.º/10/2008 (com adaptações).
Questão 2: Infere-se das informações do texto que todos os trabalhos 
publicados pelos pesquisadores brasileiros em periódicos internacionais se 
transformam em patentes registradas ou em aplicações práticas. 
Comentário: Esta é uma questão em que se pode notar o confronto literal 
dos dados do texto e da questão. Além disso, podemos notar a resolução pela 
percepção de uma expressão categórica. Veja: 
No terceiro parágrafo é informado que “Os pesquisadores brasileiros 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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publicam seus trabalhos em um volume aceitável (...), mas os resultados 
práticos das pesquisas são modestos.” 
Já a questão afirma que “todos os trabalhos publicados pelos 
pesquisadores brasileiros em periódicos internacionais se transformam em 
patentes registradas ou em aplicações práticas.” 
Assim, o erro está na expressão categórica “todos os trabalhos”, pois o 
texto afirmou que estes resultados, na verdade, são modestos. 
Gabarito: E 
Questão 3: Depreende-se das idéias do texto que a aproximação entre as 
instituições de pesquisa e as empresas privadas seria prejudicial ao 
desenvolvimento tecnológico do país, pois restringiria o campo de pesquisa 
aos interesses econômicos e comerciais. 
Comentário: Perceba que a afirmação da questão não tem sustentação no 
texto. Mesmo não possuindo dados literais que contrastem com esta 
informação, encontramos no texto alguns vestígios que tornam a afirmação 
errada: “...o Brasil não consegue eliminar o fosso que separa as instituições 
de pesquisa das empresas privadas...”. Literalmente, foi afirmado que há um 
fosso entre as instituições de pesquisa e as empresas públicas. O autor usou 
esta informação para mostrar que este é um dos motivos que vai deixando o 
Brasil “para trás em uma corrida decisiva para sua inserção em um mundo 
cada vez mais competitivo”. 
Além disso, o texto fecha com a seguinte conclusão: “E o setor privado 
precisa investir mais em pesquisa e desenvolvimento.” 
Isso torna errada a afirmativa da questão, tendo em vista que os 
vocábulos “prejudicial” e “restringiria” contrastam com os dados do texto. 
Gabarito: E 
IPEA / 2008 / Superior 
No Brasil, apenas 19% dos estudantes das faculdades estão 
matriculados nas áreas de ciências e engenharia. No Chile, são 33% e na 
China, 53%. 
Não surpreende que, como mostraram o físico Roberto Nicolsky e o 
engenheiro André Korottchenko de Oliveira, em artigo publicado 
recentemente, o Brasil venha caindo na classificação dos países que mais 
registrampatentes no escritório norte-americano que cuida do assunto, o 
USPTO (sigla do nome em inglês). Há anos, o Brasil vem sendo superado 
pelos países asiáticos, que centraram as políticas de apoio à inovação em 
áreas de grande impacto sobre diferentes cadeias produtivas, como a 
microeletrônica. Trata-se, como dizem os autores, de um “setor transversal 
que agrega valor à tecnologia de outras indústrias”. 
O Estado de S. Paulo, Editorial, 1.º/10/2008.
Questão 4: A expressão “Não surpreende” (linha 4) introduz um fato que 
funciona como argumento de oposição às informações apresentadas no 
parágrafo anterior. 
Comentário: Esta é a interpretação localizada, em que a banca especifica ao 
candidato qual ponto do texto deve ser interpretado. Sabemos que algo 
surpreendente é aquele que foge às expectativas, é contrastante, oposto ao 
que se esperava. Já aquilo que não surpreende é o que se volta à tendência 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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natural, sem quebra de expectativas, como ocorreu no texto com o fato de 
que “o Brasil venha caindo na classificação dos países que mais registram 
patentes no escritório norte-americano”. 
Portanto, não ocorre contraste, mas uma ratificação de uma tendência 
natural, não surpreendente. 
Gabarito: E 
Questão 5: Pelas informações do texto, depreende-se que o setor de 
microeletrônica contribui para o desenvolvimento de produtos de diversas 
indústrias e, portanto, o investimento e o apoio à inovação nessa área 
estimulam o crescimento econômico. 
Comentário: Note que a afirmação do texto não foi categórica, ela se abre às 
possibilidades da informação do texto, à depreensão a partir dos dados ali 
colocados. Na questão, foi afirmado que investimento e apoio à inovação na 
área da microeletrônica estimulam o crescimento econômico. No texto, os 
dados que confirmam isso não são literais, mas os vestígios são. Veja: 
“Há anos, o Brasil vem sendo superado4 pelos países asiáticos, que centraram 
as políticas de apoio à inovação¹ em áreas de grande impacto sobre diferentes 
cadeias produtivas, como a microeletrônica². Trata-se, como dizem os 
autores, de um ‘setor transversal que agrega valor à tecnologia de outras 
indústrias³’.” 
Confronte com a questão: 
“...depreende-se que o setor de microeletrônica² contribui para o 
desenvolvimento de produtos de diversas indústrias³ e, portanto, o 
investimento e o apoio à inovação¹ nessa área estimulam o crescimento 
econômico4.” 
Os dados 1, 2 e 3 são literais, como pudemos observar nas estruturas 
acima, e o dado 4 está sendo subentendido, pois, se o Brasil vem sendo 
superado pelos países asiáticos que possuem os dados 1, 2 e 3, então 
depreendemos que isso estimula o crescimento. 
Gabarito: C 
c) Cuidado com a extrapolação. Ela ocorre quando a questão insere 
entendimento que não é possível baseando-se apenas no texto. Mas note que 
podemos até concordar com o enunciado da questão por nosso conhecimento 
de mundo, mas devemos provar isso pelos dados explícitos ou implícitos no 
texto. 
xxx 
 
yyy 
Texto: 
. ... . 
. .... .. 
 . . . 
.
 Questão: 
.... . . .. = yyy
Vestígios
A soma dos vestígios (...) gera um 
entendimento (xxx), mas a questão 
interpretou bem diferente (yyy). Por isso, 
há a extrapolação. 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 8
Veremos exemplo disso na sequência das questões. Antes de partirmos 
literalmente para elas, vamos abordar a estrutura e a tipologia textuais: 
Tipologia textual 
Veremos apenas o essencial da tipologia, noções que são cobradas nas 
provas. 
Descritivo 
O texto descritivo enfatiza o estático, é um retrato, um recorte de uma 
paisagem, uma ação, um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a 
imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto é, tudo que ambienta a história, a 
informação. 
“Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, 
bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas 
ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e 
nervoso. Eis São Paulo às sete da noite.” 
(em Platão e Fiorin) 
Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumeração 
de substantivos e verbos. Não há interpretação de movimento neste texto. 
Tudo é recorte de instantes, por isso poderíamos pintar um quadro com base 
na imagem que ele nos sugere. 
Assim, descrever é enumerar características, ações e elementos que 
produzem uma imagem “congelada” do instante ou da rotina 
Muitas vezes o CESPE cobra apenas o fragmento do texto em que haja 
passagem descritiva; assim, há necessidade de se encontrar a enumeração. 
Questão 6: Tribunal de Justiça - SE / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: Os objetivos perseguidos pelas entidades 
representativas de notários e registradores bandeirantes são o 
aperfeiçoamento dos serviços, a harmonização de procedimentos, buscando 
uma regulação uniforme nas atividades notariais e registrais. 
A referência aos “objetivos perseguidos” faz parte de uma passagem 
descritiva do texto. 
Comentário: Observe: não foi dito que a expressão “os objetivos 
perseguidos” faz parte de uma passagem descritiva, mas a referência a essa 
expressão. “Os objetivos perseguidos” é o sujeito e “o aperfeiçoamento dos 
serviços, a harmonização de procedimentos” é o predicativo composto, 
enumerado. O predicativo é a referência ao sujeito. Se ele está composto, 
está enumerado; por isso ele é uma passagem descritiva que faz referência ao 
sujeito. 
Gabarito: C 
 Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos 
instrucionais, injuntivos. Veja um exemplo: 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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Capa de prova da banca CESPE, agente de inteligência, ABIN 2008 
Este texto é a capa da prova de agente de inteligência da ABIN de 2008, 
da banca CESPE. No texto se observa uma ordenação lógica, uma interlocução 
direta com o leitor (o candidato ao cargo). Assim, a característica fundamental 
do texto instrucional é levar o receptor a modificar comportamento, a agir 
de acordo com os preceitos emanados do texto, seguir a sequência. Este tipo 
de texto é também chamado de injuntivo ou prescritivo. Apresenta em sua 
estrutura procedimentos a serem seguidos. 
Narrativo 
Diferentemente do texto descritivo, o narrativo é aquele que trabalha o 
movimento, as ações se prolongam no tempo, sendo esta a característica 
principal. Narrar é contar uma história, baseando-se na ótica do narrador
(aquele que conta), sobre uma ou mais ações de um personagem(ns), numa 
sequência temporal, em determinado lugar. A história pode ser imaginária 
(ficção) ou real (fato). Pode ser contada por alguém que é o pivô da história 
(narrador-personagem), ou por alguém que está testemunhando as ações 
(narrador-observador). Quando há o narrador-personagem, há verbos ou 
pronomes em primeira pessoa do singular. Quando há narrador-observador, há 
verbos e pronomes em terceira pessoa. 
Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema 
relevante na sociedade, parte de um fato (narra uma pequena história real) e 
a partir dela tece suas considerações. Assim, pode-se dizer que a primeira 
parte do texto é narrativa e a segunda é dissertativa, a qual será vista adiante. 
Eis, a seguir, um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova 
do CESPE (médico perito INSS -2009), em que os elementos da narrativa se 
fazem presentes. 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
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A Revolta da Vacina 
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma 
cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre 
amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de 
anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da 
Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. 
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves 
instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da 
República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para 
o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho 
para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues 
Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. 
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de 
casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou 
o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, 
largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. 
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. 
Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade 
espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo 
foram os mosquitos transmissores da febre amarela. 
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de 
vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e 
violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a 
exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. 
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente 
insatisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante 
uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com 
violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a 
recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram 
erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. 
Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações). 
Observe os traços temporais que marcam a evolução dos 
acontecimentos, ao mesmo tempo em que as ações vão sendo desenvolvidas 
num cenário (Rio de Janeiro). Veja os elementos temporais: “na passagem do 
século XIX para o século XX”; “Ao assumir a presidência da República”; “Ao 
mesmo tempo”; “Em seguida”; “Finalmente”; “Durante uma semana”; “no 
período de 10 a 16 de novembro de 1904”. 
Com isso, observa-se que há uma história sendo contada por alguém que 
não participou dela (narrador-observador). Ele não tem necessidade de se 
posicionar diante de alguma situação, o que se pretende com o texto é narrar 
um fato que ocorreu no Rio de Janeiro. Como o texto se fundamenta na 
informação, diz-se que há um ponto de vista objetivo. 
Questão 7: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior 
O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, 
mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema.
Comentário: Realmente houve um histórico sobre a Revolta Vacina, pois 
foram narrados os fatos que a cercaram. Mas o erro está em dizer que houve 
ponto de vista explícito do autor acerca do tema. Houve apenas a narrativa do 
fato, o narrador não faz considerações, por isso não toma nenhum ponto de 
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vista explicitamente. 
Gabarito: E 
Questão 8: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior 
O texto apresenta marcadores que evidenciam a progressão da narrativa, tais 
como “Ao mesmo tempo” e “Finalmente”. 
Comentário: Estas são algumas das expressões que marcam a evolução do 
tempo, típica estrutura de texto narrativo. 
Gabarito: C 
Veja outro exemplo de narrativa, agora com o ponto de vista 
subjetivo, pois o narrador se coloca na história: 
"O pungente amor" 
 
A descoberta da poesia de Carlos Drummond de Andrade, em 1949, atingiu-me 
de maneira contraditória: chocou-me e obrigou-me a mudar de rumo. 
Para que se entenda melhor o que ocorreu, devo esclarecer que a poesia que 
fazia até ali nascera da leitura dos parnasianos, com os quais aprendera a compor 
sonetos rigorosamente rimados e metrificados. Ignorava a poesia moderna. Alguns 
"sonetos brancos" de Murilo Mendes publicados num jornal da cidade impressionaram-
me, mas não me ganharam. Foi a leitura de Poesia até agora, de Drummond, que 
provocou o choque. Havia no livro um poema intitulado "Lua diurética". Fiquei 
perplexo: aquilo não podia ser poesia, disse-me, pois poesia para mim era, por 
exemplo, "Ora direis, ouvir estrelas, certo/ perdeste o senso..." ou "Hão de chorar por 
ela os cinamomos...". Lua diurética não tinha nada a ver... 
Mas não conseguia largar o livro de Drummond. Lia e relia alguns dos poemas 
que mais me perturbavam. E terminei tomando uma decisão: ler os críticos modernos 
para entender o que era de fato aquela poesia antipoética. 
E assim, na Biblioteca Pública, descobri O empalhador de passarinhos, de Mário 
de Andrade, As cinzas do purgatório, de Otto Maria Carpeaux. Não sei se entendi 
direito o que diziam, não me lembro. Mas terminei por admitir que havia uma nova 
poesia, distinta da que conhecia, cujo mérito era exatamente estar ligada ao 
cotidiano. Em breve rendia-me ao fascínio de poemas como "Onde há pouco 
falávamos" e "Viagem na família" ("Fala fala fala fala/ Puxava pelo casaco/ que se 
desfazia em barro"). Uma outra dimensão da realidade se revelava a meus sentidos. 
É verdade que passei a ler ao mesmo tempo todos os poetas modernos que me 
caíam nas mãos: Bandeira, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Mário de Andrade. E poetas 
estrangeiros, como Rilke, Eliot e, mais tarde, Rimbaud, Lautréamont, Mallarmé e 
Artaud... O que bebi neles amontoou-se dentro de mim, fundiu-se, virou sangue, fala, 
fogo - um magma que me temperou e me fez nascer de novo. 
A verdade é que, agora, quando releio alguns dos poemas de Drummond 
daquela época, me reconheço neles, percebo que sua fala está entranhada na minha, 
que aprendi com ele o "o pungente amor" da vida. 
Ferreira Gullar. In: http://revistacult.uol.com.br/website/dossie
Dissertativo 
Dissertar é um processo em que o emissor transmite conhecimento, 
relata, expõe ideias, discorre sobre determinado assunto, argumenta. De certa 
maneira, o texto mostra o ponto de vista que o autor tem de determinado 
assunto, fundamentado em argumentos e raciocínios baseados em sua 
vivência, conhecimento, posturas. 
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É certo dizer que ele engloba um conjunto de juízos. É próprio de temas 
abstratos e usado em textos críticos, teses, exposição, explanação e 
argumentação. 
Dependendo do ponto de vista, da organização e do conteúdo, a 
dissertação pode simplesmente relatar saberes científicos, dados estatísticos, 
etc ou pode também buscar defender um princípio, uma visão parcial ou não 
de um assunto, apresentando argumentos precisos, exemplos, contradições, 
comparações, causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura 
normalmente é a seguinte: 
 1) Introdução: é o parágrafo que abre a discussão ou simplesmente 
expõe a informação principal, da qual se partirá nos próximos parágrafos à 
exemplificação, explicação, etc. Neste parágrafo normalmente se encontra o 
tópico frasal, o qual também é entendido como tese, cuja função é transmitir 
a opinião do autor, o centro da informação. 
 2) Desenvolvimento: pode sercomposto de um ou mais parágrafos, os 
quais servem para ampliar e analisar o conteúdo informado na introdução. 
Nele, encontramos os procedimentos argumentativos, que podem conter a 
relação de causa e consequência, exemplificações, contrastes, citações de 
autoridades no assunto. Enfim, é o debate ou simplesmente o mergulho nas 
implicações do tema. 
 3) Conclusão: é o fechamento da informação, seja ela crítica ou não. 
Muitas vezes iniciadas por elementos como “Portanto”, “Em suma”, “Enfim”, 
etc. Nela há normalmente a ratificação, confirmação da tese, tomando por 
base os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento. 
Com base nisso, a dissertação se divide basicamente em dois tipos: 
 a) Dissertativo-expositivo: quando o autor apenas transmite os 
saberes de uma comunidade (como em livros didáticos, enciclopédias etc), não 
colocando sua opinião sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos. 
Ferramenta que devolve spam 
ao emissor já é realidade 
Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente 
desenvolvida. O sistema é capaz de devolver os e-mails inconvenientes às 
pessoas que os enviaram, e está estruturado em torno de uma grande base de 
dados que contém os números de identificação dos computadores que enviam 
spam. Depois de identificar os endereços de onde procedem, o sistema reenvia 
o e-mail ao remetente. 
A empresa que desenvolveu o sistema assinalou que essa ferramenta 
minimiza o risco de ataques de phishing, a prática que se refere ao envio 
maciço de e-mails que fingem ser oficiais, normalmente de uma entidade 
bancária, e que buscam roubar informação como dados relativos a cartões de 
crédito ou senhas. 
Internet: <http://informatica.terra.com.br>. Acesso em mar./2005 (com adaptações). 
(Prova: ANS / 2005 / superior/ CESPE) 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
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constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
(Excerto da CF/88. In: http://www.planalto.gov.br) 
Não se nota em nenhum dos dois textos a intervenção do autor, 
sinalizando sua opinião. Houve apenas a exposição de fato (no primeiro) e de 
dado conceitual (no segundo). 
Note que nesses dois textos não houve a opinião do autor. A base deles 
foi a transmissão do saber, a informação. Por isso são textos dissertativo-
expositivos. 
 b) Dissertativo-argumentativo ou opinativo: quando o autor 
transmite sua opinião dentro do texto. Geralmente é o que a banca CESPE 
cobra nos concursos, tanto em interpretação de textos quanto na elaboração 
de redações. 
Veja alguns exemplos de texto dissertativo-argumentativo: 
Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmovisão 
dos médicos em geral (fundada em sua leitura dos fenômenos biológicos) e as 
concepções de vida da vasta maioria da população. Salta à vista, na 
abordagem do assunto (a ética e a verdade do paciente), que se fica, mais 
uma vez, diante da pergunta feita por Pôncio Pilatos a Jesus Cristo, encarando, 
como estava, um homem pleno de sua verdade, “O que é a verdade?” E é 
evidente que um e outro se cingiam a verdades díspares. 
Dalgimar Beserra de Menezes. A ética médica e a verdade 
do paciente. In: Desafios éticos, p. 212-5 (com adaptações). 
(Prova: ANS / 2005 / superior) 
Com pouco mais de meio século de atividade da indústria automobilística 
no Brasil, de acordo com registros, foram vendidos 2,5 milhões de carros. 
Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes 
cidades brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um modelo de 
desenvolvimento e urbanização que privilegia o transporte motorizado 
individual, prejudica a mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, 
no entanto, não é o único vilão. A solução para o problema da mobilidade 
passa pela criação de alternativas ao uso do transporte individual. 
“Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco 
eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam 
optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que 
permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de 
desenvolvimento sustentável. Contudo, restringir o uso do carro não resolve o 
problema. De acordo com consultores em transportes, a tecnologia é uma das 
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ferramentas para equacionar o problema do trânsito, desde que escolhida e 
implementada com competência. 
Enfrentamento do problema da mobilidade determinará futuro das 
grandes metrópoles. In: Revista Ideia Socioambiental. São Paulo. 
Internet: <www.ideiasocioambiental.com.br>. (com adaptações). 
(Prova: DETRAN 2010 Médio) 
Ponto de vista: 
Os diversos tipos de texto são expressos por um emissor, que orienta o 
leitor sobre o que se quer defender, criticar, contrastar. Esse ponto de vista 
pode ser objetivo ou subjetivo. 
 Texto subjetivo: 
É subjetivo (intimista) o texto em que a impressão do autor extrapola a 
razão, a informação do texto. Logicamente todo texto possui de alguma forma 
a opinião do autor, aquilo em que ele acredita. Mas isso pode se dar de forma 
velada (mascarada) ou enfática. No texto subjetivo, o autor se mostra pelo uso 
de verbos e pronomes em primeira pessoa, com vocabulário depreciativo ou 
demasiado valorativo. A intenção é mostrar sua insatisfação, supervalorização, 
baseado na emoção, no sentimento. 
Como a linguagem é dinâmica e é por meio dela que o texto se veicula, 
não se pode ser categórico ao se analisar o tipo de texto, nem mesmo seu 
ponto de vista; pois tudo depende da intenção do autor. Um texto pode ser 
objetivo, mas com alguns traços de subjetividade, assim como um texto 
altamente subjetivo pode possuir traços de objetividade. Leia o texto a seguir, 
extraído do blog de Diogo Mainard, colunista da Revista Veja. Perceba nele os 
verbos e pronomes em primeira pessoa, certos vocábulos que mostram a 
liberdade expressiva de sua opinião altamente pessoal. Isso caracteriza o texto 
dissertativo-argumentativo, com ponto de vista subjetivo: 
O leitor de VEJA já sabe o que esperar de mim: em matéria de 
prognósticos eleitorais, eu erro fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro 
rumorosamente. Nos primeiros meses de 2008, prognostiquei que a candidata 
petista chegaria em quinto lugar. Dois anos e meio depois, estou aqui 
reivindicando meu erro. Errei, errei, errei. 
É bom errar. É bom repetir que errei. Só há um aspecto de meu trabalho 
de que realmente me orgulho: eu nunca tentei compreender a mente ou o 
comportamento de meus compatriotas. Eu me atormentaria se um dia, mesmo 
que por engano, acabasse acertando um resultado eleitoral. Os valores aos 
quais sou mais apegado ruiriam. Quem compreende a mente e o 
comportamento dos brasileiros é Valdemar Costa Neto. Quem compreende a 
mente e o comportamento dos brasileiros é a Mulher Melancia. Quem 
compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Chico Buarque. Eles 
sabem o que os brasileiros querem. Eu só sei o que os brasileiros repelem. 
Eles repelem Antonello da Messina e Memling. Eles repelem Pitágoras e 
Empédocles. 
De todos os nossos escritores, o único que conseguiu compreender a 
mente e o comportamento dos brasileirosfoi Euclides da Cunha. Eu sempre 
recorro a ele quando tenho de tratar do assunto. Ele é meu Valdemar Costa 
Neto particular. Euclides da Cunha podia interpretar o caráter de uma pessoa a 
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partir do formato e da medida de suas orelhas ou de sua testa. Eu me 
pergunto como ele teria interpretado o formato e a medida das orelhas de um 
eleitor do PT, como Chico Buarque. 
http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/ 
 
Texto objetivo: 
O ponto de vista objetivo procura basear-se em fatos, argumentos, 
informações, evitando transparecer a opinião pessoal do autor. O texto 
continua sendo opinativo, mas o autor mascara sua opinião para ganhar 
credibilidade. Para isso se baseia em argumentos de autoridade (especialistas 
entendidos no assunto, leis, regulamentos), pensamentos filosóficos, máximas, 
etc. Tudo para fugir da impressão, do “eu acho”. Quanto mais dados para 
consubstanciar a opinião “velada” do autor, melhor para a sustentação dos 
argumentos, tornando o texto objetivo, com verbos e pronomes normalmente 
em terceira pessoa. 
Veja um exemplo de trecho dissertativo-argumentativo, com ponto de 
vista objetivo. 
O homem e a natureza 
A idéia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas 
ingênua, se não fosse perigosamente pretensiosa. 
Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por 
doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da 
evolução, mas incidem no equívoco de fazer dele uma espécie de finalidade da 
criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi feito para 
alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilíbrio entre seres e coisas. 
A aquisição de características muito específicas como a linguagem, raciocínio 
lógico, memória pragmática, noção de tempo e capacidade de acumular não 
fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas mais bem 
dotado para determinados fins. 
Isso não lhe confere autoridade para pretender que todo o resto do 
universo conhecido deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende 
a maioria das pessoas com poder decisório no mundo. 
Lisboa, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro, Difel, 1977. 
Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (a natureza não existe 
para servir o homem) que será desenvolvida em seguida. Há várias inserções 
do autor, que provam sua opinião, em terceira pessoa: 
Pode-se dizer com segurança...
pode-se crer em permuta e equilíbrio... 
Isso não lhe confere autoridade... 
...como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no 
mundo... 
É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas vezes 
terá as três num só texto, mas vale o que predomina, aquele que transmite a 
ideia central do texto, o objetivo. 
 
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Questão 9: Tribunal de Justiça - SE / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB), 
seção de São Paulo, em parceria com o Colégio Notarial do Brasil, também 
seção de São Paulo, e com o apoio da Corregedoria-Geral da Justiça de São 
Paulo, congrega esforços para promover e realizar seminários de direito 
notarial e registral no estado, visando o aperfeiçoamento técnico de notários e 
registradores e a reciclagem de prepostos e profissionais que atuam na área. 
Os objetivos perseguidos pelas entidades representativas de notários e 
registradores bandeirantes são o aperfeiçoamento dos serviços, a 
harmonização de procedimentos, buscando uma regulação uniforme nas 
atividades notariais e registrais. O IRIB e o Colégio Notarial sentem-se 
orgulhosos de poder contribuir com o desenvolvimento das atividades 
notariais e registrais do estado. 
Pela estrutura do texto, narrativo por excelência, depreende-se que se trata 
da notícia de um evento que provavelmente irá ocorrer no estado de São 
Paulo. 
Comentário: A frase está errada, porque o texto não é narrativo por 
excelência, isto é, ele não narra; anuncia algo que irá ocorrer, sem ter como 
princípio contar uma história ou fato que ocorrera, o que caracterizaria o texto 
narrativo. Ele traduz uma mescla de descrição, princípios da narrativa e 
também há passagens dissertativas. Pode-se dizer que prepondera o objetivo 
de descrever para anunciar algo. 
Gabarito: E 
Questão 10: TRE - MA / 2006 / nível superior 
Texto: 
Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se 
sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por meio 
de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma cultura 
política atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas, 
associações de moradores, cooperativas, locais para reuniões públicas, 
associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação, 
encontro e interação entre os concidadãos. 
A democracia neoliberal, com sua idéia de mercado “über alles”, nunca 
leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores. 
Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma 
sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e 
socialmente impotentes. 
Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da 
verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas em 
todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível. 
Assinale a opção que está de acordo com as ideias do texto. 
A) O setor econômico da sociedade inibe qualquer iniciativa de se construir 
uma cultura política verdadeiramente democrática. 
B) A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil 
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo. 
C) É previsível que, em um futuro próximo, o neoliberalismo evolua para uma 
democracia extramercado. 
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D) A política neoliberal produz um tipo de democracia voltada, 
exclusivamente, para a defesa dos interesses do consumidor. 
E) Os sindicatos destacam-se das demais instituições associativas por 
promover a interação entre seus associados. 
Comentário: Perceba os vestígios tanto no texto, quanto nas alternativas. 
Na alternativa (A), há elemento categórico. Então cuidado! A expressão 
“qualquer iniciativa” invalida a afirmativa. 
Na alternativa (B), para melhor visualizar esta resposta como correta, 
serão reescritos o trecho do texto e a alternativa (B): 
Uma cultura política atuante precisa de grupos comunitários, 
bibliotecas, escolas públicas, associações de moradores, 
cooperativas, locais para reuniões públicas, associações 
voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação, 
encontro e interação entre os concidadãos. A democracia 
neoliberal, com sua ideia de mercado über alles, nunca leva em conta 
essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores. Em vez de 
comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma sociedade 
atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente 
impotentes. 
A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil 
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo. 
Note que as ações da sociedade civil organizada são as que estão 
marcadas em negrito. A alternativa (B) mostra que a democracia neoliberal 
despreza as ações da sociedade civil organizada, o que encontra ratificação no 
texto “nunca leva em conta essa atuação”. A alternativa continua afirmando 
que essa democracia reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo, 
o que écorroborado pelo texto na passagem “O que sobra é uma sociedade 
atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente 
impotentes.” 
Na alternativa (C), a relação desta afirmativa está textualmente 
equivocada. O texto não mostra uma perspectiva, na visão do autor, otimista. 
Não há tendência no texto para uma sociedade extramercado. Note que o 
valor semântico de extramercado no contexto é uma sociedade fora (extra) 
dos padrões de consumo (mercado). 
Na alternativa (D), “Exclusivamente” é outra palavra categórica, isso 
invalida a alternativa, haja vista que a política neoliberal não produz um tipo 
de democracia voltada somente para a defesa dos interesses do consumidor, 
muito pelo contrário. 
Na alternativa (E), relação textualmente equivocada. Não houve 
informação no texto de que os sindicatos se destacam das demais instituições.
Gabarito: B 
Questão 11: Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto. 
A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória 
contemporânea da democracia neoliberal em direção a um futuro 
previsível. 
B) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor 
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apresenta suas impressões pessoais a respeito do neoliberalismo e da 
influência norte-americana sobre o futuro da humanidade. 
C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo 
subjetivo, um paralelo entre dois tipos de democracia cujas ações 
atendem, de modo diferenciado, aos interesses populares. 
D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o 
surgimento da democracia neoliberal, e outra descritiva, por meio da qual 
o produtor enumera, objetivamente, as características da democracia 
participativa. 
E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor, 
contrapondo dois tipos de sistema político, manifesta-se contra os efeitos 
nocivos de um sobre o outro. 
Comentário: Esta questão quer explorar seus conhecimentos sobre a 
estrutura e tipologia textuais. 
Na alternativa (A), deve-se observar que o texto não narra uma 
trajetória. Narrativa é uma história; e esse não foi o objetivo do texto. 
Na alternativa (B), perceba que não se trata de um texto dissertativo-
expositivo, mas sim de um texto dissertativo-argumentativo, pois há 
claramente a opinião do autor. Só essa primeira afirmação da alternativa está 
errada, o restante está de acordo com o texto. Nele a opinião do autor se 
pauta mais pela emoção que pela razão, retratando suas impressões pessoais 
a respeito do tipo de sociedade; por isso se pode entendê-lo como ponto de 
vista subjetivo ou intimista, mesmo com verbos em terceira pessoa. 
Na alternativa (C), apesar de haver passagens descritivas 
(enumerações) no texto, ele é eminentemente dissertativo-argumentativo. A 
descrição serviu apenas como fundamento argumentativo para a dissertação. 
Na alternativa (D), não há passagens narrativas no texto. O autor 
também não relata o surgimento da democracia neoliberal, ele a condena. 
Na alternativa (E), perceba que é correta a afirmação de o texto ser 
dissertativo-argumentativo, além de trabalhar a oposição entre duas visões da 
sociedade: uma ideal (participativa) e outra real (neoliberal). O autor se 
mostra altamente inclinado à primeira, inclusive com tons categóricos. 
Gabarito: E 
Questão 12: TRE - MT / 2009 / Médio 
Diariamente, milhões de pessoas em todo o mundo conectam-se à 
Internet e mais de doze milhões de e-mails são enviados. Isso sem se 
mencionar o número de negócios fechados e o dinheiro movimentado. Com o 
advento do computador e, mais tarde, da Internet, as informações e os 
grandes negócios acontecem com uma velocidade impressionante. Resultado 
de um mundo globalizado, em que a informação se transformou na moeda 
corrente. E, quando o assunto é informação, ou seja, transmitir informações, 
nada melhor do que utilizar a tecnologia. A cada dia, mais e mais serviços são 
disponibilizados por empresas para que as pessoas interessadas tenham 
acesso à informação de maneira rápida e eficaz. 
Internet: <www.caieiraspress.com.br> (com adaptações).
O texto em questão é, predominantemente, 
(A) narrativo. 
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(B) descritivo. 
(C) dissertativo. 
(D) dialógico. 
(E) instrucional. 
Comentário: Note que o texto desenvolve um tema: a agilidade da 
informação. Assim, a alternativa correta é a (C). A estrutura do texto nos 
mostra uma introdução com um dado sobre a internet, em seguida esse tópico 
frasal é ampliado para a relação comercial, negócios, tecnologia, globalização. 
Tudo isso, para se ter a conclusão da importância da informação rápida e 
eficaz. 
Gabarito: C 
Questão 13: TJ - RR / 2006 / Superior 
Todo povo tem na sua evolução, vista a distância, um certo “sentido”. 
Esse se percebe não nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos 
fatos e acontecimentos essenciais que a constituem em um largo período de 
tempo. Quem observa aquele conjunto, desbastando-o do cipoal de incidentes 
secundários que o acompanham sempre e o fazem, muitas vezes, confuso e 
incompreensível, não deixará de perceber que ele se forma de uma linha 
mestra e ininterrupta de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, 
e dirigida sempre em uma determinada orientação. É isto que se deve, antes 
de mais nada, procurar quando se aborda a análise da história de um povo, 
seja, aliás, qual for o momento ou o aspecto dela que interesse, porque todos 
os momentos e aspectos não são senão partes, por si só incompletas, de um 
todo que deve ser sempre o objetivo do historiador, por mais particularista 
que seja. 
Caio Prado Júnior. Op. cit., p. 1.130 (com adaptações).
Como se trata de tema relativo à história, o texto é predominantemente 
narrativo. 
Comentário: Note que o texto se inicia com uma tese (“Todo povo tem na 
sua evolução, vista a distância, um certo ‘sentido’.”), a qual será desenvolvida 
em seguida. Assim, este texto é dissertativo. 
Gabarito: E 
ANNEL / 2010 / Médio 
Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES) estima que, nos próximos quatro anos, os investimentos na indústria 
brasileira chegarão a R$ 500 bilhões, um valor 60% maior do que os R$ 311 
bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu 2009, pois ainda 
não dispõe de dados consolidados do ano passado). 
O estudo aponta forte concentração dos investimentos na exploração de 
petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, especialmente, na cadeia 
econômica ligada ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de 
plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da 
economia. 
Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em setores voltados 
para atender à demanda interna, entre os quais o automobilístico. 
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
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Questão 14: Trata-se de texto subjetivo e pessoal, em que o autor explicita 
sua opinião individual. 
Comentário: Este é um texto dissertativo, pois há o desenvolvimento de um 
tema: investimentos na área produtiva. Percebemos a opinião do autor, por 
meio de considerações inseridas no texto, tais como “um valor 60% maior do 
que os R$ 311 bilhões investidos entre 2005 e 2008”, “o banco não incluiu 2009, pois 
ainda não dispõe de dados consolidados do ano passado”, “Trata-se de um 
investimento que estimula outros setores da economia“. Isso marca que o texto é 
dissertativo-argumentativo. 
O texto dissertativo-argumentativopode transmitir a opinião do autor de 
forma velada, mascarada, implícita; por isso, é transmitida com verbos ou 
pronomes em terceira pessoa. É um texto centrado na informação, na razão 
em detrimento da emoção. Este texto se enquadra neste tipo de opinião, 
portanto, é um texto objetivo. 
Já na opinião subjetiva, os pronomes e verbos são expressos em 
primeira pessoa, com marcas de emoção, palavras de elogio ou depreciação. 
O texto se pauta mais pela emoção do que pela razão. 
Por isso, a questão está errada. 
Gabarito: E 
Questão 15: Infere-se das informações do texto que o investimento na 
exploração de combustíveis fósseis e na cadeia econômica associada a essa 
atividade influencia o desenvolvimento de outras áreas da economia. 
Comentário: A interpretação para esta questão é localizada, pois o último 
parágrafo informa isso. Veja: 
 “O estudo aponta forte concentração dos investimentos na exploração de 
petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, especialmente, na cadeia econômica ligada 
ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de plataformas. Trata-se de um 
investimento que estimula outros setores da economia.” 
Entender o que significa “combustíveis fósseis” com certeza ajudaria 
bastante na resolução da questão, pois “petróleo”, “gás” e “óleo” fazem parte 
deste tipo de combustível. Assim, a interpretação é literal. 
Gabarito: C 
 
Questão 16: DPU / 2010 / Médio 
Não se consegue imaginar uma nação forte, ou que tenha aspirações de 
ser um país de ponta no mundo, se ela tiver muita gente sem ocupação. Os 
números do emprego, relativos ao primeiro trimestre de 2010, são uma 
animadora mostra do bom momento vivido pelo Brasil, que dá mostras 
seguidas de ter superado em definitivo qualquer resquício de consequência da 
crise econômica global. Foi um total de 657,3 mil novos postos de trabalho 
formais, ou seja, com carteira assinada, entre os meses de janeiro e março. 
Isso significa o melhor desempenho para esse período desde o início da série 
histórica. Significa ainda um crescimento de 19% em relação ao primeiro 
trimestre de 2008, que já havia sido um recorde. 
Jornal do Brasil, Editorial, 19/4/2010 (com adaptações).
Predomina no trecho o tipo textual narrativo. 
Comentário: Perceba que o texto possui um período inicial que fomenta o 
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seu desenvolvimento ao longo do texto. Ele se confunde é a tese ou o tópico 
frasal: “Não se consegue imaginar uma nação forte, ou que tenha aspirações de ser 
um país de ponta no mundo, se ela tiver muita gente sem ocupação.” 
Como há o desenvolvimento de uma discussão a respeito do tema 
“emprego”, o texto é dissertativo. 
Gabarito: E 
Questão 17: TRE - AP / 2007 / Médio 
Para mostrar a importância do voto aos 16 anos de idade, a União 
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realizou a campanha Te liga 
16 — O Brasil só ganha se você tiver esse título. O objetivo da campanha foi 
conscientizar os jovens de 16 anos da responsabilidade do voto e da 
participação política. “Votar aos 16 anos é despertar uma consciência cidadã. 
Ficar em casa reclamando que política é ruim não está com nada. Está na hora 
de não só pensar, mas de decidir”, disse o professor Pedro. 
A presidenta da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de 
Porto Alegre completou a introdução do professor, chamando a atenção dos 
estudantes para o poder de decisão que eles têm. “Somos 33 milhões de 
brasileiros entre 16 e 24 anos. A juventude brasileira, se unida, é suficiente 
para mudar qualquer coisa neste país.” 
Internet: <www.maristas.org.br> (com adaptações).
Assinale a opção correta a respeito das idéias apresentadas no texto e da 
tipologia textual. 
(A) O texto é fragmento de uma notícia e se estrutura em duas partes: uma 
expositiva e outra argumentativa. 
(B) O texto é uma descrição retirada de um texto publicitário, destinado a 
convencer os adolescentes a votarem. 
(C) O texto narra episódios políticos que aconteceram antes das eleições para 
a chefia da UBES. 
(D) O texto tem estrutura dissertativa, sendo as passagens entre aspas 
transcrições de discursos contrários às eleições aos 16 anos. 
(E) No primeiro parágrafo, predomina a estrutura descritiva, mas, no 
segundo, sobressai a narrativa. 
Comentário: Note que o texto é dissertativo, pois relata fatos sobre um 
tema: a importância do voto aos 16 anos. O texto veiculado na internet tem 
um padrão de notícia, pois podemos notar que expõe fatos: a UBES ter 
realizado uma campanha; a presidenta da Comissão chamar a atenção dos 
estudantes, etc. 
O texto se baseia em duas posturas dissertativas: numa, há o simples 
relato dos fatos, por isso é classificado como notícia, assim há um texto 
dissertativo-expositivo; noutra, percebemos dentro dos parênteses a tentativa 
de convencimento do jovem a votar, por meio das palavras do professor Pedro 
e da presidenta da Comissão. A fala deles é o texto dissertativo-
argumentativo. Portanto, a alternativa correta é a (A). 
A alternativa (B) está errada, porque não há só e simplesmente uma 
propaganda fazendo com que os jovens votem; há um relato do que ocorreu. 
A alternativa (C) está errada, porque o texto não narra episódios. 
A alternativa (D) está errada, por causa da expressão “contrários às”. 
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A alternativa (E) está errada, porque no primeiro parágrafo predomina a 
dissertação. 
Gabarito: A 
INCA / 2010 / Médio 
Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança monitora 
atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de idade e 80 mil 
gestantes, com presença em mais de 3,5 mil municípios em todo o país, 
graças à colaboração de 155 mil voluntários. A importância da Pastoral é 
palpável: a média nacional de mortalidade infantil para crianças de até 1 ano, 
que é de 22 indivíduos por mil nascidos vivos, cai para 12 por mil nos lugares 
atendidos pela instituição. Na primeira experiência da Pastoral, em 
Florestópolis, no Paraná, a mortalidade infantil despencou de 127 por mil 
nascimentos para 28 por mil — em apenas um ano. Sua metodologia é 
simples — por meio de conversas frequentes com a família, o voluntário 
receita cuidados básicos para evitar que a criança morra por falta de 
conhecimento, como os hábitos de higiene, a administração do soro caseiro e 
a adoção da farinha de multimistura na alimentação, que se tornou uma 
solução simples e emblemática contra a desnutrição. Mas o seu segredo é um 
só: a persistência. 
Jornal do Commercio (PE), Editorial, 20/1/2010 (com adaptações).
Questão 18: Depreende-se das informações do texto que os lugares não 
atendidos pela Pastoral da Criança apresentam média de mortalidade infantil 
para crianças de até 1 ano maior que a dos lugares em que a Pastoral atua. 
Comentário: A interpretação é literal. Veja o seguinte trecho do texto: 
“A importância da Pastoral é palpável: a média nacional de mortalidade 
infantil para crianças de até 1 ano, que é de 22 indivíduos por mil nascidos 
vivos, cai para 12 por mil nos lugares atendidos pela instituição.” 
Gabarito: C 
Questão 19: Esse texto é predominantemente narrativo. 
Comentário: O texto aborda um tema: a importância da Pastoral. Ele o 
desenvolve mostrando dados que confirmam essa importância. Portanto, há 
um texto dissertativo. 
Gabarito: E 
INCA / 2010 / Médio 
A disseminação do vírus H1N1, causador da gripe denominada Influenza 
A, ocorre, principalmente, por meio das gotículas expelidas na tosse e nos 
espirros, do contato com as mãos e os objetos manipulados pelos doentes e 
do contato com material gastrointestinal. O período de incubação vaide dois a 
sete dias, mas a maioria dos pacientes pode espalhar o vírus desde o primeiro 
dia de contaminação, antes mesmo do surgimento dos sintomas, e até 
aproximadamente sete dias após seu desaparecimento. Adverte-se, pois, que 
as precauções com secreções respiratórias são de importância decisiva, 
motivo pelo qual são recomendados cuidados especiais com a higiene e o 
isolamento domiciliar ou hospitalar, segundo a gravidade de cada caso. 
Diário do Nordeste (CE), Editorial, 11/1/2010.
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Questão 20: Depreende-se das informações do texto que, assim que 
desaparecem os sintomas, não há mais possibilidade de que o paciente 
contagie outra pessoa com o vírus H1N1. 
Comentário: Mesmo a banca afirmando que se pode depreender, a 
interpretação é literal. Perceba isso nos dados explícitos no seguinte trecho: 
“O período de incubação vai de dois a sete dias, mas a maioria dos pacientes pode 
espalhar o vírus desde o primeiro dia de contaminação, antes mesmo do surgimento 
dos sintomas, e até aproximadamente sete dias após seu desaparecimento.” 
Gabarito: E 
Questão 21: Esse texto é predominantemente dissertativo. 
Comentário: O texto trata do tema “a disseminação do vírus H1N1”. Veja 
que o autor não faz inserções, transmitindo opinião. Ele apenas relata. Por 
isso, ocorre o texto dissertativo-expositivo. 
Gabarito: C 
Questão 22: SEAD - PA / 2007 / Superior 
Heróis de bronze e heróis de carne e osso 
Houve época em que nos bancos escolares se aprendia a cultuar os 
chamados heróis da pátria. Figuras como Tiradentes, dom Pedro I, Duque de 
Caxias e a princesa Isabel, entre outros, eram pintados como patriotas 
exemplares e seres imaculados. Visões hegemônicas forjam mitos históricos. 
Se a Holanda tivesse vencido os portugueses no Nordeste no século 
XVII, nosso herói não seria Matias de Albuquerque, mas Domingos Fernandes 
Calabar, senhor de terras e contrabandista que traiu os portugueses e se 
passou para o lado dos batavos. 
Tiradentes, contudo, é o mais poderoso e universal dos nossos mitos. 
Pesquisas recentes revelaram um personagem contraditório, imperfeito, ao 
contrário do que pretende a história oficial. Demasiado humano, demasiado 
brasileiro. Felizmente um herói em carne e osso, não o modelo de virtude 
perpetuado em sombrias estátuas de bronze. 
Cláudio Camargo. Istoé. “Opinião e idéias”, 18/4/2007, p. 50 (com adaptações).
Assinale a opção em que o trecho apresentado contém a tese, ou seja, a idéia 
básica sobre a qual se desenvolvem as outras idéias e as exemplificações do 
texto. 
(A) “nos bancos escolares se aprendia a cultuar os chamados heróis da pátria” 
(linhas 1 e 2) 
(B) “Visões hegemônicas forjam mitos históricos” (linha 4) 
(C) “Tiradentes, contudo, é o mais poderoso e universal dos nossos mitos” 
(linha 9) 
(D) “Felizmente um herói em carne e osso” (linha 14) 
Comentário: Antes de responder à questão, note a estrutura textual. 
Primeiro, o autor insere a introdução que se divide em três partes: situa o 
leitor no tempo sobre a visão imaculada de herói, depois cita exemplos de 
heróis para em seguida transmitir uma crítica como a ideia central do texto: a 
visão intocável, sublimada do herói, acaba mascarando ideologias (criando 
mitos). 
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O segundo parágrafo insere uma hipótese que nos chama a atenção. Se 
o resultado de uma guerra fosse outro, estaríamos idolatrando um 
contrabandista e traidor, mas viraria um herói forjado, acabando por ser 
mitificado. 
O terceiro parágrafo insere um contraste que rebate essa visão 
tradicional dos heróis, mostrando o lado humano, não toda aquela redoma 
mitificada dos registros históricos. Daí vem a conclusão do texto, em que se 
ratifica a ideia central: “Felizmente um herói em carne e osso, não o modelo 
de virtude perpetuado em sombrias estátuas de bronze”. 
Lembre-se do que vimos anteriormente, a tese é a ideia central do 
texto. Podemos notar também que o título, muitas vezes, vai nos apontar a 
ideia central e vai confirmar a tese. Além disso, é natural que a conclusão do 
texto confirme o que foi dito na tese. Por isso, confronte: 
O título: “Heróis de bronze e heróis de carne e osso.” 
A tese: “Visões hegemônicas forjam mitos históricos.” 
A conclusão do texto: “Felizmente um herói em carne e osso, não o 
modelo de virtude perpetuado em sombrias estátuas de bronze.” 
Assim, a alternativa correta só pode ser a alternativa (B). 
Já “matamos” a questão, mas cabe aqui ressaltar uma coisa: como esta 
questão possui respostas por alternativas, fica bem mais fácil interpretar, pois 
poderemos trabalhar a interpretação tanto da questão, quanto a do texto. 
Assim, veja que as alternativas (A), (C) e (D) transmitem ideias parciais do 
tema. Por eliminação, fica bem mais fácil achar a alternativa correta, não é 
mesmo? 
Gabarito: B 
Questão 23: TRE - ES/ 2011 / Superior 
No Brasil, a tradição política no tocante à representação gira em torno 
de três ideias fundamentais. A primeira é a do mandato livre e independente, 
isto é, os representantes, ao serem eleitos, não têm nenhuma obrigação, 
necessariamente, para com as reivindicações e os interesses de seus eleitores. 
O representante deve exercer seu papel com base no exercício autônomo de 
sua atividade, na medida em que é ele quem tem a capacidade de 
discernimento para deliberar sobre os verdadeiros interesses dos seus 
constituintes. A segunda ideia é a de que os representantes devem exprimir 
interesses gerais, e não interesses locais ou regionais. Os interesses nacionais 
seriam os únicos e legítimos a serem representados. A terceira ideia refere-se 
ao princípio de que o sistema democrático representativo deve basear-se no 
governo da maioria. Praticamente todas as leis eleitorais que vigoraram no 
Brasil buscaram a formação de maiorias compactas que pudessem governar. 
Gilberto Bercovici. A origem do sistema eleitoral proporcional
no Brasil. In: Estudos Eleitorais, TSE, vol. 5, n.º 2, 2010, p. 53.
Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações ) .
Nesse fragmento de texto, o tópico frasal corresponde ao primeiro período. 
Comentário: O tópico frasal é a frase ou expressão que abre os caminhos, 
sugere ampliação e desenvolvimento do texto. Por isso, percebemos que o 
primeiro período realmente é o tópico frasal, pois se declara algo que 
necessita de ampliação, e essa necessidade se deveu à expressão “três ideias 
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fundamentais”, ideias as quais foram desenvolvidas nos outros períodos. 
Gabarito: C 
TRE - ES/ 2011 / Superior 
Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria 
instalada um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823, mas acabaria 
dissolvida seis meses depois, em 12 de novembro. 
Os membros da constituinte eram escolhidos por meio dos mesmos 
critérios estabelecidos para a eleição dos deputados às cortes de Lisboa. Os 
eleitores eram apenas os homens livres, com mais de vinte anos e que 
residissem por, pelo menos, um ano na localidade em que viviam, e 
proprietários de terra. Cabia a eles escolher um colégio eleitoral, que, por sua 
vez, indicava os deputados de cada região. Estes tinham de saber ler e 
escrever, possuir bens e virtudes. Em uma época em que a taxa de 
analfabetismo alcançava 99% da população, só um entre cem brasileiros era 
elegível. Os nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos, 
doze anos no Brasil. Do total de cem deputados eleitos, só 89 tomaram posse. 
Era a elite intelectual e política do Brasil,composta de magistrados, membros 
do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários, militares e 
professores. Desse grupo, sairiam mais tarde 33 senadores, 28 ministros de 
Estado, dezoito presidentes de província, sete membros do primeiro conselho 
de Estado e quatro regentes do Império. 
O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia 
sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos para abrigar parte da corte 
portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou ao 
prédio em uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça 
descoberta, o que, por si só, sinalizava alguma concessão ao novo poder 
constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, também 
foram deixados sobre uma mesa. 
Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2010, p. 213-16 (com adaptações).
Questão 24: No primeiro parágrafo do texto, o autor resume a história da 
assembleia constituinte de 1822. 
Comentário: Releia o primeiro parágrafo: 
 “Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria instalada 
um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823, mas acabaria dissolvida seis meses 
depois, em 12 de novembro.” 
Há uma história (narrativa), pois ocorre uma evolução temporal. Ela se 
fez de forma concisa, abreviada, resumida; pois se referiu a trechos que 
demarcaram os limites, como “convocação”, “instalação” e “dissolvição”. 
Gabarito: C 
Questão 25: Se os primeiros dois parágrafos fossem reunidos em um só, o 
primeiro parágrafo original corresponderia a uma sentença tópico, e o 
segundo parágrafo original, ao desenvolvimento desse novo parágrafo. 
Comentário: A sentença tópico ou tópico frasal num texto tem a 
funcionalidade de generalizar o tema, abrir questionamentos, sugerir novo 
assunto. Perceba que foi realmente isso que podemos observar no primeiro 
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parágrafo, inclusive a banca nos induziu a entender isso a partir da questão 
anterior, em que vimos que houve um resumo histórico da constituinte. No 
segundo parágrafo, esse tema é desenvolvido, pois é informada a composição 
da constituinte e suas características. Por isso, a questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 26: De acordo com o texto, portugueses recém-chegados ao Brasil 
que possuíssem riquezas e virtudes poderiam, mediante concessão especial, 
tornar-se membros da constituinte. 
Comentário: Esta questão faz referência direta aos seguintes trechos que 
dizem respeito à possibilidade de alguém se tornar elegível: 
 “Estes tinham de saber ler e escrever, possuir bens e virtudes.” e 
 “Os nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos, doze 
anos no Brasil.” 
Por isso, vemos que a questão está errada. 
Gabarito: E 
Questão 27: PM - DF / 2009 / Superior 
Ética, cidadania e segurança pública são valores entrelaçados. Não pode 
haver efetiva vigência da cidadania em uma sociedade que não se guie pela 
ética. Não vigora a ética onde se suprima ou se menospreze a cidadania. A 
segurança pública é direito do cidadão, é requisito de exercício da cidadania. A 
segurança pública é também um imperativo ético. 
A luta pela ética, pela construção da cidadania e pela preservação da 
segurança pública não constitui dever exclusivo do Estado. Cabe ao povo, às 
instituições sociais, às comunidades, participar desse processo político de 
sedimentação de valores tão essenciais à vida coletiva. 
Internet: <www.dhnet.org.br> (com adaptações).
Esse texto é predominantemente narrativo. 
Comentário: Este é um exemplo clássico de texto dissertativo-
argumentativo. Por isso, vale a pena comentar sua estrutura. 
Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (“Ética, cidadania e 
segurança pública são valores entrelaçados.”) que será desenvolvida ao longo 
dos parágrafos. Assim, percebemos que há o desenvolvimento de um tema. 
Isso confirma que temos um texto dissertativo. 
O tipo de texto dissertativo pode se dividir em expositivo (relato) ou 
opinativo/argumentativo (opinião do autor). Percebemos que este texto é 
argumentativo pelas várias inserções do autor, quais sejam: 
 “Não pode haver efetiva vigência da cidadania em uma sociedade que 
não se guie pela ética.” 
 “Não vigora a ética onde se suprima ou se menospreze a cidadania.” 
 “Cabe ao povo, às instituições sociais, às comunidades, participar 
desse processo político de sedimentação de valores tão essenciais à vida 
coletiva.” 
Os termos em negrito evidenciam os elementos linguísticos que provam 
a opinião do autor. 
É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas 
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vezes terá as três num só texto, mas vale o que predomina, aquele que 
transmita a ideia central do texto, o objetivo. 
Você já deve estar percebendo, durante a resolução destas questões, 
que a predominância nos textos da banca CESPE é a dissertação. 
Gabarito: E 
TRE - AL / 2004 / Superior 
Apostando na leitura 
1 
5 
10 
15 
20 
25 
30 
35 
40 
Se a chamada leitura do mundo se aprende por aí, na tal escola 
da vida, a leitura de livros carece de aprendizado mais regular, que 
geralmente acontece na escola. Mas leitura, quer do mundo, quer de 
livros, só se aprende e se vivencia, de forma plena, coletivamente, em 
troca contínua de experiências com os outros. É nesse intercâmbio de 
leituras que se refinam, se reajustam e se redimensionam hipóteses de 
significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos 
outros, do mundo e de nós mesmos. Da proibição de certos livros (cuja 
posse poderia ser punida com a fogueira) ao prestígio da Bíblia, sobre a 
qual juram as testemunhas em júris de filmes norte-americanos, o livro, 
símbolo da leitura, ocupa lugar importante em nossa sociedade. Foi o 
texto escrito, mais que o desenho, a oralidade ou o gesto, que o mundo 
ocidental elegeu como linguagem que cimenta a cidadania, a 
sensibilidade, o imaginário. É ao texto escrito que se confiam as 
produções de ponta da ciência e da filosofia; é ele que regula os direitos 
de um cidadão para com os outros, de todos para com o Estado e vice-
versa. Pois a cidadania plena, em sociedades como a nossa, só é 
possível — se e quando ela é possível — para leitores. Por isso, a escola 
é direito de todos e dever do Estado: uma escola competente, como 
precisam ser os leitores que ela precisa formar. Daí, talvez, o susto com 
que se observa qualquer declínio na prática de leitura, principalmente 
dos jovens, observação imediatamente transformada em diagnóstico de 
uma crise da leitura, geralmente encarada como anúncio do apocalipse, 
da derrocada da cultura e da civilização. Que os jovens não gostem de 
ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão antigo, que de salas de 
professores e congressos de educação ressoa pelo país afora. Em tempo 
de vestibular, o susto é transportado para a imprensa e, ao começo de 
cada ano letivo, a terapêutica parece chegar à escola, na oferta de 
coleções de livros infantis, juvenis e paradidáticos, que apregoam 
vender, com a história que contam, o gosto pela leitura. Talvez, assim, 
pacifique corações saber que desde sempre — isto é, desde que se 
inventaram livros e alunos — se reclama da leitura dos jovens, do 
declínio do bom gosto, da bancarrota das belas letras! Basta dizer que 
Quintiliano, mestre-escola romano, acrescentou a seu livro uma 
pequena antologia de textos literários, para garantir um mínimo de 
leitura aos estudantes de retórica. No século I da era cristã! Estamos, 
portanto, em boa companhia. E temos, de troco, uma boa sugestão: se 
cada leitor preocupado com a leitura do próximo, sobretudo

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