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Cuidados com Medicamentos e Produtos Tóxicos

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PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA 
Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1
Olá! Tudo bem? 
Está é a aula 7. Nela, vamos resolver exercícios sobre texto: 
tipologia, compreensão e interpretação textual. Esse é um assunto que o 
Cespe adora. Em suas provas, é comum surgirem cinco questões 
aproximadamente. 
Vamos aos exercícios! 
Cuidados para evitar envenenamentos 
1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora 
do alcance das crianças; 
Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 
4 e leia a bula antes de consumi-los; 
Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção 
ao seu prazo de validade; 
7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar 
 qualquer medicamento; 
Evite tomar remédio na frente de crianças; 
10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja 
 trocas perigosas; 
Não utilize remédios sem orientação médica e com 
13 prazo de validade vencido; 
Mantenha os medicamentos nas embalagens originais; 
Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto 
16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação 
podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais; 
Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, 
19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados 
despertam a atenção e a curiosidade natural das 
crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha 
PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL 
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22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora 
do alcance dos pequenos. 
Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações). 
1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas 
oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto 
narrativo. 
Comentário – O texto caracteriza-se pelo emprego da linguagem apelativa 
como meio de persuadir o leitor a adotar certos cuidados quanto à 
manipulação de medicamentos e produtos tóxicos. As formas verbais 
empregadas no imperativo afirmativo (“Mantenha”, “Evite”) e negativo (“Não 
utilize”, “Não armazene”) conferem à mensagem um tom coercitivo, a fim de 
que o resultado desejado seja obtido. Além disso, o fato de o emissor dirige-se 
diretamente ao receptor por meio do pronome de tratamento (você, implícito 
na desinência verbal) evidencia a tentativa de envolvê-lo no processo verbal. O 
tipo de texto é injuntivo ou instrucional. 
Resposta – Item errado. 
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os 
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho 
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — 
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas 
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A 
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso 
dos estudantes depois que ingressaram ali. 
10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado. 
Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou 
zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso 
13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles 
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cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo 
Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas 
16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma 
característica que as distingue das demais: elas são 
administradas por uma parceria entre o governo e uma 
19 associação formada por empresários da região. Os 
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas 
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é 
concedido bônus no salário. 
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). 
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo 
textual narrativo ficcional. 
Comentário – Nada nele é ficção. As informações são verídicas e nos contam 
a experiência observada em Pernambuco. O intuito é dar-nos conhecimento 
acerca de um fato interessante ocorrido no sistema de educação daquele 
Estado. O texto é dissertativo expositivo. 
Resposta – Item errado. 
 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
 antes? 
 Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
 saiu? 
 Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
 Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
 vaquinhas... 
PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL 
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 Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
 Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está 
 devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
 Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
 Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
 Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
 Jacaré — Faz uns 30 anos. 
 Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
3. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características 
estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição. 
Comentário – As características estruturais do texto são típicas de um texto 
informativo, cujo gênero é a entrevista, muito comum nos meios de 
comunicação. Normalmente construída em forma de diálogo e sobre um 
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assunto específico, a entrevista possui um interlocutor determinado e um 
locutor – ou arguidor – que conduz a conversa de modo a extrair dela as 
informações que deseja. A estrutura de um texto informativo como este pode 
ser representada por perguntas e respostas ou por parágrafos propriamente 
ditos. 
Resposta – Item errado. 
Trabalho escravo: 
longe de casa há muito mais de uma semana 
1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação 
degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel 
de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que 
4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil 
 libertações de trabalhadores submetidos a condições 
desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um 
7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra 
Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações 
do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande 
10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de 
ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para 
trabalharno Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio 
13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão, 
trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca 
teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de 
16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba 
nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir 
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar 
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma 
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em 
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel, 
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22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de 
R$ 5 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações). 
4. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Emprega-se, no texto, alguns 
elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais 
para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística. 
Comentário – A natureza informativa e jornalística do texto expressa-se por 
meio do gênero notícia – relato de um fato ou de uma série de fatos 
relacionados ao mesmo evento, começando pelo fato ou aspecto mais 
relevante. Portanto, é natural que sejam empregados nesse tipo de texto 
alguns elementos estruturais da narrativa (quem, o que, quando, onde, 
como, porque/para que) a partir da notação mais relevante: o resgate de 
trabalhadores encontrados em situação degradante feito pelo GEMCTE, do 
MTE. 
Resposta – Item certo. 
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de 
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. 
Os manuais de gestão definem groupthinking como um 
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são 
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o 
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas 
diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma 
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar 
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões 
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 
13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão 
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distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, 
fracos ou simplesmente estúpidos. 
16 Tão antigas como o conceito são as receitas para 
contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o 
pensamento crítico e as visões alternativas à visão 
19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas 
transparentes de governança e procedimentos de auditoria; 
terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 
22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de 
 decisão. 
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta 
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações). 
5. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a origem 
do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como narrativo, 
pois integra a organização do texto predominantemente argumentativo. 
Comentário – Dificilmente alguém escreve um texto homogêneo, ou seja, 
puramente narrativo, descritivo, argumentativo, informativo ou instrucional. 
No caso do texto da prova, há ainda elementos que descrevem, definem ou 
caracterizam o conceito de “groupthinking”. 
Contudo, o autor do texto, sutilmente (entre elementos 
narrativos e descritivos), expõe seu ponto de vista a respeito dele. No segundo 
parágrafo, Thomas Wood classifica-o negativamente de “patologia” e propõe 
categoricamente medidas (“receitas”) para tratá-lo, por considerá-lo 
indesejável. 
Resposta – Item certo. 
6. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-9) 
sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso metafórico 
de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9), “receitas” (l.16) e 
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“patologia” (l.17), orienta a argumentação para o valor negativo e 
indesejável de groupthinking. 
Comentário – Durante o processo descritivo do que é groupthinking, o autor 
tenta se manter imparcial, mas logo deixa transparecer seu ponto de vista 
sobre ele por meio das palavras citadas pela banca, as quais assumem carga 
semântica negativa. 
Resposta – Item certo. 
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7. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) No texto, que se 
caracteriza como expositivo-argumentativo, identificam-se a combinação 
de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de estruturas 
sintáticas repetidas. 
Comentário – A primeira parte da assertiva afirma que o texto é 
expositivo-argumentativo. O que será que o Cespe quis dizer com isso? Texto 
expositivo-argumentativo é simplesmente o que evidencia uma análise crítica e 
pessoal sobre um assunto, apresentando dados, observações, argumentos que 
a confirmem. No texto da prova, o autor discorre sobre a estruturação da 
fenomenologia da memória. A partir da linha 18, Paul Ricouer apresenta-nos a 
conclusão da tese que defende. 
A segunda parte da assertiva afirma que podemos encontrar 
“combinação de vocabulário abstrato com metáforas e o emprego de 
estruturas sintáticas repetidas”. Será verdade? Veja os exemplos abaixo: 
– “Essa abordagem ‘objetal’ levanta um problema específico 
no plano da memória” (l. 8-9); 
– “cuja tendência foi fazer prevalecer o lado egológico da 
experiência mnemônica” (l. 13-15); 
– “Se nos apressarmos a dizer que o sujeito da memória é o 
eu,... a noção de memória coletiva poderá...” (l. 18-21); 
– “Se não quisermos nos deixar confinar numa aporia inútil, 
será preciso manter... (l. 22-24). 
Resposta – Item certo. 
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Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536) 
8. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter 
informativo, é exemplo do gênero biografia. 
Comentário – Como o próprio título já anuncia, o texto é um informativo 
sobre aspectos da vida de Erasmo de Rotterdam. A exposição de dados da vida 
desse ilustre personagem caracteriza-se como uma biografia – gênero literário 
em que, normalmente, se conta a vida de alguém depois de sua morte. 
Resposta – Item certo. 
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9. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de 
avanços [...] bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os 
autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto, 
que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo. 
Comentário – De fato, o texto é dissertativo-argumentativo, mas a tese é 
outra. Você notou isso? O que o texto sustenta é que “este é o período 
histórico no qual se opera a mais radical das revoluções já experimentadas 
pela humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidade” (l. 3-5). 
Observe que, a partir da linha 16, a autora reafirma a singularidade do período 
histórico: “...o que distingue a atual revolução de outros tantos definitivos 
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marcos históricos... é a tremenda rapidez, a agilidade e a amplitude das 
mudanças e transformações”. 
Resposta – Item errado. 
10. (Cespe/SAEB-BA/Professor/Língua Portuguesa/2011) Pelos sentidos e 
pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de 
“Conheça” (L.7) e “Não perca” (L.12) indica que a função da linguagem 
predominante no texto é a 
(A) metalinguística. 
(B) poética. 
(C) conativa. 
(D) expressiva. 
Comentário – Questão interessante. Apesar de não cobrar especificamente o 
tipo de texto, exige conhecimento sobre a função da linguagem presente no 
tipo de texto conhecido como injuntivo: função conativa (ou apelativa). Ela 
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se centraliza no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento dele. 
Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu, você, nós, ou o 
nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos. Usada nos discursos, 
sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. 
A função metalinguística centraliza-se no código, usando a 
linguagem para falar dela mesma (a poesia que fala da poesia, da sua função e 
do poeta, um texto que comenta outro texto). Principalmente os dicionários 
são repositórios de metalinguagem. Exemplos: 
– O que você quer dizer com isso? 
– “Escrevo porque gosto de escrever. 
A função poética centraliza-se na mensagem, revelando 
recursos imaginativos criados pelo emissor. É afetiva, sugestiva, conotativa, 
metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem 
figurada apresentada em obras literárias, letras de música, algumas 
propagandas etc. Exemplo: 
“Rua 
Torta 
Lua 
Morta 
Tua 
Porta”. 
A função expressiva (ou emotiva) centraliza-se no emissor, 
revelando sua opinião, sua emoção. Nela, prevalece a primeira pessoa do 
singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, 
poesias líricas e cartas de amor. Exemplo: 
– Eu odeio tomar refrigerante quente. 
– Nós o amamos muito, papai. 
Resposta – C 
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11. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza- 
-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza 
recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por 
exemplo, linguagem figurada e repetições. 
Comentário – Note que a expressão “dissertativo-argumentativo” surge de 
vez em quando nas provas. A tese que o autor defende gira em torno da 
felicidade (primeiro período e segundo períodos). Note também que o autor 
usa reiteradamente o vocábulo “felicidade”. As expressões “como uma deusa 
da vitória”, “vida que é dor, avidez e privação” e “aquele que não sabe [...] 
colocar-se de pé” são exemplos de linguagem figurada. 
Resposta – Item certo. 
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 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
 antes? 
 Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
 saiu? 
 Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
 Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
 vaquinhas... 
 Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
 Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está 
 devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
 Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
 Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
 Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
 Jacaré — Faz uns 30 anos. 
 Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
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no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
12. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir 
embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar” 
(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma 
pessoa. 
Comentário – Perceba a astúcia da banca examinadora. Quis induzir os 
candidatos a crerem que, nos dois casos, o pronome em destaque fazia alusão, 
provavelmente, ao personagem “Jacaré”. Talvez, por se tratar da proximidade 
entre a entrada em “cena” de “Jacaré” e o elemento de coesão. Portanto, 
prezado aluno, fique atento! O primeiro emprego do pronome “ele” retoma, de 
fato, o personagem “Jacaré”, a quem a pergunta (l. 20) foi dirigida. Mas o 
segundo emprego recupera “patrão”, personagem que aparece pela primeira 
vez na linha 6. 
Resposta – Item errado. 
1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos 
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta 
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 
4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve 
contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os 
indivíduos, com um espaço político demarcado por regras 
7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o 
atendimento às demandas públicas da maior parte da 
população, elegidas pela própria sociedade, através de suas 
10 formas de participação/representação. 
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Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência 
e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público 
13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses 
coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos 
liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação 
16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de 
direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde 
o início da Idade Moderna, e ampliados pelo 
19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje. 
Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de 
todas as gerações ou ciclos possíveis. 
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade. 
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações). 
13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo 
parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre 
os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na base 
da ideia de democracia. 
Comentário – A condição é ressaltada logo no segmento inicial “Para que isso 
ocorra [...] impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de reflexão e o 
debate público...”. Note que a “existência e a eficácia de instrumentosde 
reflexão e o debate público” são fundamentais para que haja um governo 
democrático, com um espaço político demarcado por regras e procedimentos 
claros (a ideia sublinhada – l. 4-7 – é retomada pelo pronome demonstrativo 
“isso”). 
Resposta – Item certo. 
14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que, na 
linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de coesão e de 
concordância gramatical com o termo “democracia”. 
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Comentário – Embora esteja expresso apenas no período anterior, 
subentende-se na linha 4 o termo “governo”, com o qual o verbo “deve” 
mantém relações de coesão e de concordância. 
Resposta – Item errado. 
15. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na organização 
dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e resumir o fato de 
que as “demandas públicas da maior parte da população” (l.8-9) são 
escolhidas por meio de “formas de participação/representação” (l.10). 
Comentário – Apontei acima a referência do pronome “isso”: a ideia de um 
governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e 
procedimentos claros. 
Resposta – Item errado. 
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, 
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, 
subordinação, resistência ou rebeldia. [...] 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
16. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no 
texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder” 
(l.1). 
Comentário – Volte ao texto e releia o seguinte fragmento: “controle de uma 
pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação, 
resistência ou rebeldia”. Quem se comportar dessa maneira? A pessoa 
controlada., representada no texto pelo vocábulo “outra” (= outra pessoa). 
Resposta – Item errado. 
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1 A discussão acerca da influência do pensamento 
econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão 
metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência 
4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não 
há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas. 
Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das 
7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o 
conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais 
verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os 
10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado 
de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto. 
O economista Pérsio Arida tratou desse problema em 
13 um texto que se tornou clássico muito antes de ser publicado. 
Afirma ali que o aprendizado da teoria econômica tem sido 
efetuado de acordo com dois modelos distintos: o que ele 
16 chama de hard science, que ignora a história do pensamento e 
segundo o qual o estudante deve familiarizar-se de imediato 
com o estágio atual da teoria, e o que ele chama de soft science, 
19 que considera que o estudante deve conhecer bem, e, se 
possível, dominar, os clássicos do passado, mesmo que em 
prejuízo de sua familiaridade com os desenvolvimentos mais 
22 recentes. Acrescenta a esse enquadramento que, por trás do 
 modelo hard science, está a ideia de uma “fronteira do 
conhecimento”: o estudante não precisaria perder tempo com 
25 antigos pensadores, porque todas as suas eventuais 
contribuições já estariam incorporadas ao estado atual da 
teoria. De outro lado, subjacente à visão do modelo soft 
28 science, estaria a ideia de que o conhecimento está disperso 
historicamente, ensejando a necessidade de os estudantes se 
dedicarem a esses pensadores. 
Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações). 
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17. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) O texto 
constitui uma argumentação em defesa de determinada linha de pesquisa 
dentro das ciências econômicas. 
Comentário – A autora não defende nenhuma linha de pesquisa em 
particular. Ela traz à tona a discussão sobre a forma de evolução dos 
paradigmas na ciência econômica e afirma que existem “dúvidas a respeito de 
se o conhecimento mais recente é necessariamente o melhor”. Ela cita o 
economista “Pérsio Arida”. Segundo ele, “o aprendizado da teoria econômica 
tem sido efetuado de acordo com dois modelos distintos”: um despreza o 
passado e valoriza o estágio atual da teoria; outro considera os clássicos do 
passado em detrimento dos conhecimentos mais recentes. 
Resposta – Item errado. 
18. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) Pela 
leitura do texto, depreende-se que a hard science e a soft science 
correlacionam-se, respectivamente, às ciências naturais e às ciências 
humanas. 
Comentário – Esses dois modelos distintos (hard science e soft science) 
correlacionam-se à ciência econômica. Esta pertence ao campo das ciências 
sociais (ou humanas). A seguinte passagem (l. 3-7) confirma nossa resposta: 
Mas, na ciência econômica, como de resto nas ciências sociais em 
geral, não há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas. 
Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das ciências 
naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais 
recente é necessariamente o melhor... 
Resposta – Item errado. 
1 Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar 
a eficiência, a produtividade e a competitividade nos processos 
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gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. Ou seja, 
4 é o fermento do crescimento econômico e social de um país. 
Para isso, é preciso criatividade, capacidade de inventar e 
coragem para sair dos esquemas tradicionais. Inovador é o 
7 indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em 
situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude 
de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica 
10 para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação 
é um percurso de difícil travessia para a maioria das 
instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de 
13 um empreendimento em uma realidade duradoura e lucrativa. 
A inovação estimula a comercialização de produtos ou serviços 
e também permite avanços importantes para toda a sociedade. 
16 Porém, a inovação é verdadeira somente quando está 
fundamentada no conhecimento. A capacidade de inovação 
depende da pesquisa, da geração de conhecimento. 
19 É necessário investir em pesquisa para devolver resultados 
satisfatórios à sociedade. No entanto, os resultados desse tipo 
de investimento não são necessariamente recursos financeiros 
22 ou valores econômicos, podem ser também a qualidade de vida 
com justiça social. 
19. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 8, o segmento “as 
quais” remete a “situações” e, por isso, admite a substituição pelo 
pronome que; no entanto, nesse contexto, tal substituição provocaria 
ambiguidade. 
Comentário – A substituição NÃO gera ambiguidade. Veja: “Inovador é o 
indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em situaçõescom que
ele se defronta.” 
Resposta – Item errado. 
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20. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O período sintático iniciado por 
“Inovar significa” (l.12) estabelece, com o período anterior, relação 
semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte, 
escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa [...]. 
Comentário – A expressão Por conseguinte integra segmento de valor 
semântico conclusivo. Mas a relação estabelecida é de explicação, justificativa. 
Resposta – Item errado. 
21. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Subentende-se da 
argumentação do texto que o pronome demonstrativo, no trecho “desse 
tipo de investimento” (l.20-21), refere-se à ideia de “fermento do 
crescimento econômico e social de um país” (l.4). 
Comentário – O pronome “esse”, que se contraiu com a preposição “de”, se 
refere à ideia de investimento em pesquisa (linha 19). A expressão “fermento 
do crescimento” se refere a “Inovar” (linha 1). 
Resposta – Item errado. 
1 A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis 
pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela origem de 
uma série de mazelas, algumas das quais proibidas por lei ou 
4 consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A chaga 
encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas 
também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais 
7 selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do 
processo de produção. Foi assim na Revolução Industrial de 
ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de 
10 hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. 
Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil foi 
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minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, ele continua 
13 sendo grave problema nos países mais pobres. 
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações). 
22. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A palavra “chaga” (L.4), 
empregada com o sentido de ferida social, refere-se, na estrutura 
sintática do parágrafo, a “pobreza” (L.1). 
Comentário – A referência é ao “trabalho infantil”, ideia ressaltada inclusive 
por meio dos trechos “obriga crianças e adolescentes a participarem do 
processo de produção” (linhas 7 e 8) e “o trabalho infantil foi minimizado” 
(linhas 11 e 12) e por meio do pronome “ele” (linha 12). O autor termina o 
texto enfatizando o problema que é o trabalho infantil. 
Resposta – Item errado. 
23. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A expressão “das quais” (L.3) 
pode ser suprimida do período sem prejuízo da correção gramatical ou da 
coerência do texto. 
Comentário – O pronome indefinido “algumas” já se refere ao vocábulo 
“mazelas”, o que faz com que a correção e a coerência sejam mantidas. 
Resposta – Item certo. 
 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui 
 antes? 
 Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não 
 saiu? 
 Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 
7 ficar e eu fiquei. 
 Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da 
indenização que recebeu na época? 
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10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 
 vaquinhas... 
 Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 
13 coisa? 
 Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele 
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 
16 Grupo Móvel — Mais nada? 
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está 
 devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 
19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele. 
 Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando? 
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar. 
 Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem? 
 Jacaré — Tenho 64 anos. 
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos? 
 Jacaré — Faz uns 30 anos. 
 Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele? 
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, 
não precisa pedir. 
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, 
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara, 
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho 
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança, 
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas, 
cerca de R$ 100 mil. 
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações). 
24. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva 
objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o trabalhador 
optou por trabalhar sem receber a remuneração correspondente, 
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conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para ficar e eu fiquei” (l. 
6-7). 
Comentário – O texto indica (l. 28) que Jacaré espera receber pelo trabalho 
que desempenha na fazenda do patrão. Além disso, o Grupo Móvel ficou 
impressionado com o fato de Jacaré ter permanecido na fazenda (l. 4) mesmo 
depois da inspeção anterior realizada pelo próprio Grupo (l. 1). Isso o correu 
há cerca de oito anos (l. 3), quando saíram de lá vários trabalhadores (l. 4) 
que, ao que tudo indica, estavam em condições semelhantes à de Jacaré. 
Resposta – Item errado. 
1 Nós, seres humanos, somos seres sociais: vivemos 
nosso cotidiano em contínua imbricação com o ser de outros. 
Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo tempo, 
4 seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano 
como um contínuo devir de experiências individuais 
intransferíveis. Isso admitimos como algo indubitável. Ser 
7 social e ser individual parecem condições contraditórias da 
existência. De fato, boa parte da história política, econômica e 
cultural da humanidade, particularmente durante os últimos 
10 duzentos anos no ocidente, tem a ver com esse dilema. Assim, 
distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes 
ideologias do humano, enfatizam um aspecto ou outro dessa 
13 dualidade, seja reclamando uma subordinação dos interesses 
individuais aos interesses sociais, ou, ao contrário, afastando o 
ser humano da unidade de sua experiência cotidiana. [...] 
Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a 
ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo 
Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações). 
25. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Depreende-se do texto que as 
“condições contraditórias” mencionadas na linha 7 decorrem da dificuldade 
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que o ser humano tem em admitir que suas experiências são 
intransferíveis porque surgem de “um contínuo devir” (l.5). 
Comentário – Não há nenhuma dificuldade. Está dito no texto que “Isso 
admitimos como algo indubitável” (linha 6), ou seja, incontestável, indiscutível. 
Resposta – Item errado. 
26. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Nas relações de coesão do 
texto, as expressões “esse dilema” (l.10) e “dessa dualidade” (l.12-13) 
remetem à condição do ser humano: unitário em “sua experiência 
cotidiana” (l.15), mas imbricado “com o ser de outros” (l.2). 
Comentário– As expressões se referem realmente às contradições da 
existência humana, que podem ser traduzidas pela ideia indicada no enunciado 
(releia os dois primeiros períodos do texto, por exemplo). 
Resposta – Item certo. 
27. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A inserção de termo como
antes de “seres humanos” (l.4) preservaria a coerência entre os 
argumentos bem como a correção gramatical do texto. 
Comentário – De fato, não há prejuízo algum. Aliás, a inserção do termo 
indicado melhora até a compreensão do trecho: “Ao mesmo tempo, como
seres humanos, somos indivíduos...”. 
Resposta – Item certo. 
1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois 
níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. 
Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 
4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que 
classificar por extremos não reflete a complexidade de classes 
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da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um 
7 dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas 
preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo 
das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do 
10 imaginário social. [...] 
Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São 
Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações). 
28. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Subentende-se da 
argumentação do texto que “os picos” (l.6) correspondem aos mais 
salientes indicadores de classes — a privilegiada e a não privilegiada —, 
referidos no texto também como “extremos” (l.5) e “polos” (l.7). 
Comentário – As palavras “picos”, “extremos” e “polos" guardam 
semelhanças significativas entre si e correspondem ao que a banca indicou (cf. 
linhas 1 e 2). 
Resposta – Item certo. 
29. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) De acordo com a 
argumentação do texto, a diferenciação das classes em “dois níveis 
polares” (l.1-2), como dois extremos, não atende à complexidade de 
classes da sociedade brasileira, mas é comum ao “mundo das estatísticas” 
(l.8-9) e ao “mundo do imaginário social” (l.9-10). 
Comentário – O texto diz isso nas linhas 4-10. 
Resposta – Item certo. 
1 A característica central da modernidade, não seria 
2 demais repetir, é a institucionalização do universalismo — e 
3 seu duplo, a igualdade — como princípio organizador da esfera 
4 pública. [...] 
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9 O particularismo das diferenças produz exclusão social e 
10 simbólica, dificultando os sentimentos de pertencimento e 
11 interdependência social, necessários para a efetiva 
12 institucionalização do universalismo na esfera pública. 
 [...] 
Jeni Vaitsman. Desigualdades sociais e particularismos 
na sociedade brasileira. In: Cadernos de Saúde Pública, Rio 
de Janeiro, n.º 18 (Suplemento), p. 38 (com adaptações). 
30. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) As relações entre as ideias do 
texto mostram que a forma verbal “dificultando” (l.10) está ligada a 
“diferenças” (l.9); por isso, seriam respeitadas as relações entre os 
argumentos dessa estrutura, como também a correção gramatical, caso 
se tornasse explícita essa relação, por meio da substituição dessa forma 
verbal por e dificultam. 
Comentário – A ligação é com o termo “particularismo”. 
Resposta – Item errado. 
31. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A coerência entre os 
argumentos apresentados no texto mostra que o pronome “seu” (l.3) 
refere-se a “universalismo” (l.2). 
Comentário – A referência feita é ao termo “universalismo”. O “duplo” (ou 
seja, o outro aspecto) dele é a “igualdade”. 
“A característica central da modernidade [...] é a 
institucionalização do universalismo – e seu duplo, a igualdade 
[...]”. 
Observe que o verbo ser foi substituído pela vírgula vicária: “e 
seu duplo é a igualdade”. 
Resposta – Item certo. 
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1 A recuperação econômica dos países desenvolvidos 
começou perigosamente a perder fôlego. A reação dos 
indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram 
4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à 
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa 
superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta 
7 que a economia americana perderá força no segundo semestre. 
O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança 
de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no 
10 curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As 
razões para esse estancamento encontram-se no comportamento 
do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes, 
13 cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar — 
ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão. 
Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações). 
32. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) No trecho “cujo 
desenvolvimento econômico [...] expansão” (L.13-14), identifica-se 
relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada 
com travessão e a oração que a antecede. 
Comentário – O conectivo “ainda que” ressalta o valor semântico concessivo 
estabelecido na passagem. 
Resposta – Item errado. 
33. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) As expressões “começou 
perigosamente a perder fôlego” (L.2) e “começou a desacelerar” (L.13), 
empregadas em sentido figurado, são equivalentes quanto ao sentido e 
sugerem que, no atual contexto mundial, caracterizado pela economia 
globalizada, não há esperança de crescimento da oferta de emprego no 
curto prazo. 
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Comentário – O que sugere isso é “O corte de 125 mil empregos em junho”; 
as expressões assinaladas indicam queda na recuperação e no 
desenvolvimento econômico. 
Resposta – Item errado. 
34. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do 
texto que os países emergentes são considerados o polo dinâmico da 
economia mundial e deles dependem a velocidade e a força da 
recuperação da economia de países desenvolvidos. 
Comentário – As linhas 10 a 12 sustentam a inferência. 
Resposta – Item certo 
1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e 
traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da 
cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais 
4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os 
de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho 
branco e trabalham para as organizações mais poderosas. 
7 Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis 
 antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais 
crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as 
10 perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de 
uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse 
crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela 
13 indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por 
seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as 
destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados 
16 Unidos da América durante uma década inteira; e outros 
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produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada 
ano, mais mortes do que essas. 
JamesWilliam Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., 
São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações). 
35. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Conclui-se da leitura do texto 
que os efeitos das ações de criminosos de rua não são, de fato, tão 
danosos à sociedade quanto os das ações praticadas por criminosos de 
colarinho branco. 
Comentário – A conclusão fundamenta-se nas linhas 4-6. 
Resposta – Item certo. 
36. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pela leitura do texto, 
conclui-se que, nos Estados Unidos da América, os efeitos anuais do 
tabagismo são mais danosos que os de uma década de violência urbana 
somados aos do uso de produtos fabricados com amianto. 
Comentário: cuidado, pois o somatório a que o examinador se referiu não é 
mencionado no texto. A comparação feita é entre as mortes causadas por 
“outros produtos perigosos, como o cigarro,” e, separadamente, aquelas 
causadas: 
a) pela “indústria do asbesto (amianto)” e 
b) pelos “assassinatos ocorridos nos Estados”. 
Resposta – Item errado. 
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas 
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio, 
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma 
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, 
subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se 
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 
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7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo, 
de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si 
não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de 
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder 
é, portanto, uma prática social constituída historicamente. 
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm 
13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento. 
Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos 
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo 
16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo 
papel social, que nos faz complementar, passivamente ou 
não, as regras políticas da situação em que nos encontramos. 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
37. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação do 
texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua 
realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso, 
ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se submetem, 
quanto os que a ele resistem. 
Comentário – A banca fez um resumo do texto, a partir dos próprios 
elementos (das evidências) dele. Repare e compare: “ 
“O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas” (l 
1-2)”; 
“Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter negativo 
do poder [...], mas também ao seu caráter positivo” (l. 5-7); 
“O que há são relações de poder heterogêneas” (l. 9-10); 
“Na rede social [...] podemos ser comandados, submetidos ou 
programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo” (l. 12-
15). 
Resposta – Item certo. 
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38. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o 
poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente nas 
relações de opressão social. 
Comentário – O problema aqui está na razão que a banca alega para 
sustentar o fato de o poder não ser um objeto natural. O texto é claro em ao 
dizer que “Tais dinâmicas [as que acarretam o exercício do poder] não se 
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, punição ou 
repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar, 
adestrar, aprimorar” (l. 5-8). O Cespe simplesmente desprezou as evidências 
do próprio texto. 
Resposta – Item errado. 
1 As projeções sobre a economia para os próximos dez anos 
são alentadoras. Se o Brasil mantiver razoável ritmo de 
crescimento nesse período, chegará ao final da próxima década 
4 sem extrema pobreza. Algumas projeções chegam a apontar o 
país como a primeira das atuais nações emergentes em 
condições de romper a barreira do subdesenvolvimento e 
7 ingressar no restrito mundo rico. 
Tais previsões baseiam-se na hipótese de que o país vai 
superar eventuais obstáculos que impediriam a economia de 
10 crescer a ritmo continuado de 5% ao ano, em média. Para 
realizar essas projeções, o Brasil precisa aumentar a sua 
capacidade de poupança doméstica e investir mais para ampliar 
13 a oferta e se tornar competitivo. 
No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos 
inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam 
16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de 
produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa 
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forma que são criadas boas oportunidades de trabalho, 
19 geradoras de renda, de maneira sustentável. 
O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações). 
39. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Pelas estruturas sintáticas, 
escolhas lexicais e modo de organização das ideias, conclui-se que 
predomina, no texto, o tipo textual narrativo. 
Comentário – O texto é dissertativo. Note, por exemplo, que a partir do 
último período do segundo parágrafo vai aflorando a opinião do enunciador 
sobre o assunto tratado, a qual se torna mais contundente no último parágrafo 
do texto. 
Resposta – Item errado. 
40. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Subentende-se das 
informações do texto que a aplicação prioritária de recursos em educação 
acarretaria simultânea queda da carga tributária. 
Comentário – Os gastos com educação expandiriam a produção e 
aumentariam a produtividade. 
Resposta – Item errado. 
41. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Infere-se da leitura do texto 
que o autor considera que o Brasil precisa reformular a estrutura de 
impostos, que é inadequada, e rever a carga tributária, que é alta. 
Comentário – Essa ideia está em concordância com a linha argumentativa do 
texto. Contribuem com esse entendimento as expressões “No lugar de” e “o 
país deve”, ambas presentes no último parágrafo. 
Resposta – Item certo. 
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42. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Depreende-se da leitura do 
texto que o Brasil, em uma década, será membro do grupo dos países 
ricos. 
Comentário – Repare que o examinador fez uma afirmação categórica a 
respeito do Brasil; mas o texto indica apenas possibilidade de o país ingressar 
no tal grupo. Mesmo com projeções animadoras (cf. primeiro período), há 
elementos suficientes no texto para entendermos que o fato é hipotético: “se” 
(conjunção condicional – linha 2); “Algumas projeções” (linha 4); “previsões” e 
“hipóteses” (linha 8). O último período do segundo parágrafo também é 
significativo. O editorial informa-nos que o Brasil precisa, antes, adotar 
algumas medidas (que não sabemos se serão concretizadas). 
Resposta – Item errado. 
Em seu quarto pronunciamento após o atentado frustrado da Al-Qaeda a 
um avião americano no Natal, o presidente dos Estados Unidos da América 
(EUA), Barack Obama, lançou a linha mestra para a reforma do sistema de 
inteligência americano, que incluirá a revisão dos processos de concessão de 
visto para os EUA e maior cooperação com outrospaíses para reforçar a 
revista de passageiros no exterior. Os temores de novos ataques terroristas 
contra aviões comerciais racharam os 27 países da União Europeia (UE). A 
proposta de adotar nos aeroportos novos aparelhos de scanner capazes de 
penetrar no tecido das roupas e visualizar o corpo dos passageiros foi 
rechaçada pela Bélgica. 
O Globo, 6/1/2010, p. 29 (com adaptações). 
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas 
implicações do tema por ele tratado, julgue as questões seguintes. 
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43. (Cespe/BRB/Advogado/2010) Ao obter êxito, o atentado ocorrido no Natal 
de 2009 levou os EUA a se recordarem dos episódios de 11/9/2001 e a 
admitirem a enorme vulnerabilidade de seu sistema de defesa. 
Comentário – Existe um erro bem no inicio da assertiva: “Ao obter êxito, o 
atentado...”. Não houve êxito nenhum, conforme se lê na primeira linha do 
texto: “Em seu quarto pronunciamento após o atentado frustrado...”. 
Resposta – Item errado 
44. (Cespe/BRB/Advogado/2010) O êxito da UE deve-se ao consenso obtido 
pelos integrantes do bloco em agir de modo uniforme e unânime em áreas 
vitais como política externa, legislação sobre imigrações e fixação de 
tributos diversos. 
Comentário – Também não há consenso algum. O trecho seguinte refuta a 
declaração da banca examinadora: “Os temores de novos ataques terroristas 
contra aviões comerciais racharam os 27 países da União Europeia (UE)”. 
Resposta – Item errado 
1 Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social (BNDES) estima que, nos próximos 
quatro anos, os investimentos na indústria brasileira chegarão 
4 a R$ 500 bilhões, um valor 60% maior do que os R$ 311 
bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu 
2009, pois ainda não dispõe de dados consolidados do ano 
7 passado). 
O estudo aponta forte concentração dos investimentos 
na exploração de petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, 
10 especialmente, na cadeia econômica ligada ao óleo, como a 
indústria naval e a de fabricação de plataformas. Trata-se de 
um investimento que estimula outros setores da economia. 
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13 Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em 
setores voltados para atender à demanda interna, entre os quais 
 o automobilístico. 
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). 
45. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Trata-se de texto subjetivo e 
pessoal, em que o autor explicita sua opinião individual. 
Comentário – Em outras palavras, a banca examinadora afirmou que a 
tipologia textual é dissertação argumentativa, o que não corresponde aos 
fatos. O texto é um informativo sobre investimentos na indústria brasileira nos 
próximos quatro anos, a partir de estudos feitos pelo BNDES. 
Resposta – Item errado 
46. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) Infere-se das informações do 
texto que o investimento na exploração de combustíveis fósseis e na 
cadeia econômica associada a essa atividade influencia o desenvolvimento 
de outras áreas da economia. 
Comentário – É possível interpretar o texto neste sentido, com base no 
segundo parágrafo. Leia-se, por exemplo, o seguinte trecho: “Trata-se de um 
investimento que estimula outros setores da economia”. 
Resposta – Item certo 
47. (Cespe/Aneel/Técnico Administrativo/2010) O termo “como” (l.10) 
estabelece, no período em que foi empregado, uma relação de 
comparação entre a “cadeia econômica ligada ao óleo” (l.10) e “a 
indústria naval e a de fabricação de plataformas” (l.10-11). 
Comentário – O segmento “como a indústria naval e a de fabricação de 
plataformas” serve como uma exemplificação do que foi dito anteriormente. 
Portanto está errado dizer que a relação é de “comparação”. 
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Resposta – Item errado. 
1 A discussão acerca da influência do pensamento 
econômico na teoria moderna é aparentemente uma discussão 
metateórica, ou seja, de caráter metodológico. Mas, na ciência 
4 econômica, como de resto nas ciências sociais em geral, não 
há consenso sobre a forma de evolução dos paradigmas. 
Contrariamente ao que, em regra, acontece no mundo das 
7 ciências naturais, há aqui dúvidas a respeito de se o 
conhecimento mais recente é necessariamente o melhor, o mais 
verdadeiro, ou seja, aquele que incorporou produtivamente os 
10 desenvolvimentos teóricos até então existentes, tendo deixado 
de lado aqueles que não se mostraram adequados a seu objeto. 
[...] 
Leda Maria Paulani. Internet: <www.fipe.org.br> (com adaptações). 
48. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Arquitetura de Tecnologia/2010) Infere-se 
do texto que o conhecimento recente da área econômica pode não ser, 
necessariamente, o que incorporou as melhores facetas do conhecimento 
historicamente desenvolvido. 
Comentário – Sim. Com base na leitura das linhas 7 a 10, é possível 
questionar tal vantagem. Releia o trecho: 
há aqui dúvidas a respeito de se o conhecimento mais recente é 
necessariamente o melhor, o mais verdadeiro, ou seja, aquele que 
incorporou produtivamente os desenvolvimentos teóricos até então 
existentes, tendo deixado de lado aqueles que não se mostraram 
adequados a seu objeto. 
Resposta – Item certo. 
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1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com 
um preâmbulo de sete “considerandos” e com trinta artigos, é 
um documento histórico, uma carta de intenções e também uma 
4 denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade 
deixou de fazer. Hoje, a sexagenária declaração ainda é muito 
boa, mas tem lacunas, resultantes de sua temporalidade, e 
7 precisa ser acrescida, complementada, aperfeiçoada, além de 
ser cumprida — é óbvio —, afirmando novos valores, que 
atendam a novas demandas e necessidades. 
10 A declaração não previu que o desenvolvimento 
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de 
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e 
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente 
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar, 
agora, o direito das nações de regulamentarem os investimentos 
16 externos e de se protegerem contra a especulação internacional, 
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é 
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do 
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo 
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas 
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do 
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando 
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares. 
 [...] 
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.). 
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações). 
49. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) De acordo com a 
argumentação do texto, os ‘considerandos’ (l. 2) representariam — no que 
se refere a “tudo o que [...] a humanidade deixou de fazer” (l. 4-5) — um 
preâmbulo explicativo e, assim, justificariam o fato de a declaração ser 
considerada também “uma denúncia” (l. 3-4). 
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Comentário – A presente afirmativa amplia equivocadamente o valor dos 
“‘considerandos’”. Embora sejam significativos para a linha argumentativa do 
texto, eles apenas constituem o preâmbulo da “Declaração Universal dos 
Direitos Humanos”, isto é, são uma parte do todo. É a “Declaração”, em sua 
plenitude, constituída pelo preâmbulo e por trinta artigos, que se configura 
como “uma denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade 
deixou de fazer”. 
Resposta – Item errado. 
50. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) De acordo com o texto, 
a inclusão do “direito das nações de regulamentarem os investimentos 
externos e de se protegerem contra a especulação internacional, que 
fragiliza e subordina economias nacionais” (l.15-17) na declaração a 
corrigiria quanto ao lapso temporal. 
Comentário – O autor aproveita o primeiro parágrafo para denunciar 
“lacunas, resultantes de sua temporalidade” (isto é, da “Declaração”). Logo em 
seguida, ele sustenta a necessidade de o documento ser modificado e 
cumprido, para afirmar “novos valores, que atendam a novas demandas e 
necessidades”. Mas é no segundo parágrafo que Francisco Alencar exemplifica 
a correção que sugere: “Talvez fosse o caso de se afirmar, agora, o direito das 
nações de regulamentarem os investimentos externos e de se protegerem 
contra a especulação internacional, que fragiliza e subordina economias 
nacionais”. 
Resposta – Item certo. 
51. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) É coerente com a 
argumentação do texto relacionar “novas demandas” (l. 9) a 
enfraquecimento dos países, em decorrência da transnacionalização do 
capital. 
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Comentário – As novas demandas, ainda não atendidas pela “Declaração”, 
concorrem para a “instabilidade permanente nas economias periféricas” e para 
a fragilidade e subordinação de “economias nacionais”. Elas têm a ver com a 
“atual etapa de globalização e de capitais voláteis, especulativos e sem 
controle”, e com “a especulação internacional”. Portanto é coerente 
relacioná-las com transnacionalização do capital. 
Resposta – Item certo. 
1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e 
traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da 
cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais 
4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os 
de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho 
branco e trabalham para as organizações mais poderosas. 
 [...] 
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., 
São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações). 
52. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Sem prejuízo para a coerência 
textual e a correção gramatical, o trecho “Mas os danos [...] minúsculos”, 
que inicia o segundo período do texto, poderia ser substituído por: 
Embora os danos causados por esses criminosos sejam ínfimos
[...]. 
Comentário – A transformação prejudicaria o texto; o argumento ficaria sem 
conclusão; a estrutura oracional ficaria incompleta (com falta da competente 
oração principal). 
Resposta – Item errado. 
1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com 
um preâmbulo de sete “considerandos” e com trinta artigos, é 
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um documento histórico, uma carta de intenções e também uma 
4 denúncia de tudo o que, ao longo de milênios, a humanidade 
deixou de fazer. [...] 
10 A declaração não previu que o desenvolvimento 
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de 
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e 
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente 
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar, 
agora, o direito das nações de regulamentarem os investimentos 
16 externos e de se protegerem contra a especulação internacional, 
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é 
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do 
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo 
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas 
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do 
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando 
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares. 
[...] 
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.). 
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações). 
53. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) No trecho “não mais do 
que três centenas” (l. 18-19), o emprego de palavra de negação e da 
expressão “três centenas”, em vez de trezentos grupos, atenua o tom 
de denúncia que predomina no período em que o trecho está inserido. 
Comentário – Não se trata de atenuação (nem de agravamento) do tom da 
denúncia, mas sim do estabelecimento de um limite aproximado da quantidade 
de grupos privados transacionais que verdadeiramente constituem o governo 
mundial. Originalmente, podemos pensar numa quantidade máxima de, por 
exemplo, 270, 280 ou 290 aproximadamente. Veja como ficaria a passagem 
com a alteração proposta: Não é admissível que grupos privados 
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transnacionais — mais do que trezentos grupos... Dessa forma, o tal limite é 
completamente alterado e já temos que partir de um limite mínino superior a 
trezentos. 
Resposta – Item errado. 
54. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) O trecho “vão do setor 
produtivo industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas 
comunicações” (l. 19-21) pode, sem prejuízo para a correção gramatical e 
a interpretação do texto, ser reescrito da seguinte maneira: incluem 
setores desde o produtivo industrial até o financeiro e transitam 
pelos da publicidade e das comunicações. 
Comentário – A banca examinadora explorou a capacidade de compreensão 
textual e de transmissão dele com outras palavras e estruturação sintática. Ou 
seja, a questão trata de reescritura de texto. Veja as relações estabelecidas: 
– “vão do setor produtivo industrial ao setor financeiro” = 
incluem setores desde o produtivo industrial até o financeiro 
(manteve-se a inclusão dos dois extremos: setor industrial e 
setor financeiro); 
– “passando pela publicidade e pelas comunicações” = e 
transitam pelos da publicidade e das comunicações (foi 
mantida a mesma indicação dos setores afetados). 
Resposta – Item certo. 
55. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Mantendo-se os sinais 
de pontuação empregados no trecho, a estrutura sintática “com um 
preâmbulo de sete ‘considerandos’ e com trinta artigos” (l. 1-2) pode ser 
substituída, sem prejuízo da correção gramatical, por contendo um 
preâmbulo com sete “considerandos” e trinta artigos. 
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Comentários – Façamos uma breve comparação para entender os efeitos da 
substituição mencionada pelo examinador: 
– “A Declaração Universal dos Direitos Humanos, com um 
preâmbulo de sete ‘considerandos’ e com trinta artigos”; 
– A Declaração Universal dos Direitos Humanos, contendo 
um preâmbulo com sete considerandos e trinta artigos. 
No segmento original, a preposição “com” (repetida) 
subordina tanto “um preâmbulo de sete ‘considerandos’” quanto “trinta 
artigos” à “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Em outras palavras,são informados dois elementos constitutivos da “Declaração”, os quais estão 
numa estrutura sintática paralela. 
No segmento modificado, a nova estrutura sintática 
subordina tanto sete considerandos quanto trinta artigos ao preâmbulo. 
Ou seja, são informados dois elementos constitutivos do preâmbulo. 
A existência de um grosseiro prejuízo semântico em relação 
ao texto original é inegável e muito evidente (é o que sobressai na nova 
redação). Mas não é descabido argumentar que a quebra do paralelismo 
sintático o desencadeou, razão pela qual o Cespe considerou o item como 
errado. 
Entretanto entendemos que a banca examinadora deveria ter 
anulado a questão, porque – no mínimo – a formulou mal, dando margem a 
interpretações divergentes e discutíveis. 
Resposta – Item errado (com ressalva nossa). 
56. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração 
não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma: 
Na declaração, não se previu. 
Comentário – A banca resolveu explorar a mudança de voz verbal, que veio 
acompanhada por outras modificações. Em vez de transformar o sujeito (“A 
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declaração”) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial 
(antecipado, o que justifica o uso da vírgula): Na declaração. Até aqui, tudo 
bem. Não podemos dizer que a nova redação está errada só por causa disso. 
Também não há incorreção na formação da voz passiva sintética (formada pela 
combinação de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu, 
nem na posição proclítica do tal pronome, atraído pelo advérbio não. Com a 
nova redação, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito 
oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse... 
Resposta – Item certo. 
57. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção 
gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l. 
12) por aleatoriamente. 
Comentário – Não, pois aleatoriamente tem a ver com o acaso, com fatores 
incertos ou acidentais; que ocorrem fortuita ou casualmente. Essa ideia 
afasta-se do sentido original, que transmite a noção de uma situação 
repetitiva, sistemática, mas sem sofrer qualquer tipo de controle ou gerência. 
Resposta – Item errado. 
Minhas explicações terminam aqui. 
Bons estudos e até o próximo encontro. 
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Pontos Importantes da Matéria 
A compreensão (ou intelecção) de texto se realiza no nível do 
enunciado, isto é, tem a ver com o que está escrito no texto. A abordagem 
deve se limitar ao que está expresso nele. Não convém ao leitor fazer 
nenhuma extensão dele. É a forma mais simples e direta de lidar com o texto. 
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Nas provas, a capacidade de compreender um texto é normalmente exigida do 
candidato por meio de questões que tratam de: 
– significação contextual de palavras e expressões; 
– sinônimos; 
– substituições de termos; 
– reescritura de frases sem alteração de sentido; 
– continuação lógica de um trecho; 
– ordenação da sequência correta dos trechos de um texto; 
– exame da referência de um termo. 
Enfim, tem a ver com as relações internas. 
Já a interpretação requer do candidato capacidade de perceber a 
intencionalidade do texto. Nesse tipo de exercício, o concursando é levado a 
desenvolver e até a ultrapassar a mensagem literal contida em uma 
comunicação. Surge geralmente em questões que tratam do(a) 
– ideia central; 
– objetivo do texto; 
– “intenção do autor”; 
– “inferência” (cuidado com o verbo inferir, pois o que é afirmado 
não está explícito no texto; nele existem indícios, pistas). 
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Tipologia Textual designa uma espécie de sequência teoricamente 
definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, 
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). 
Ex.: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção. 
Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto expositivo e 
texto argumentativo (ou dissertação expositiva e dissertação 
argumentativa). 
Veja com mais detalhes cada um deles. 
Texto descritivo (“retrato” verbal) 
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um 
determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem. Apresenta 
elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”. 
Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. 
Não era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como 
dizem, afidalgada. A sensível e dissimétrica saliência do abdômen devia-se ao 
uso destemperado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. Pés e 
mãos justificavam a raça que as gerações vieram adelgaçando de carnes. 
Tinha o nariz algum tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do 
lenço de algodão vermelho. A dilatação das ventas e o escarlate das 
cartilagens não eram assim mesmo coisa de repulsão. 
(Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo) 
Despertem para as características desse tipo de texto: 
1) Predomínio de adjetivos. 
2) Descrição objetiva (expressionista): limita-se aos aspectos reais e 
visíveis; não há opinião do autor sobre o tema. 
3) Descrição subjetiva (impressionista): o autor emite sua opinião sobre o 
assunto. 
4) Descrição física: limita-se à descrição dos traços externos e visíveis, tais 
como altura, cor da pele, tipo de nariz e cabelo, etc. 
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5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da 
pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta, 
generosa, etc. 
6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a 
apresentação pura e simples do estado a ser descrito em um 
determinado momento. 
7) Aqui, a matéria é o objeto. 
Texto narrativo 
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem 
em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. 
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – 
era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que 
cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para 
cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou 
mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, 
desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite 
chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada 
e, na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o cemitério 
estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da 
meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro 
gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, 
perguntou o que havia: “O que é que há?” 
O coveiro então gritou, desesperado: “Tire-me daqui, por favor. 
Estou com um frio terrível!” “Mas, coitado!” – condoeu-se o bêbado – “Tem 
toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre 
mortinho!” E, pegando

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