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Guia de Boas Práticas
na Construção Civil
01/2011
NOSSA MISSÃO
NOSSO COMPROMISSO
NOSSO MODELO
5Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Estamos construindo o melhor banco do País. 
E ele também pode ser seu. Confira quem somos.
No mundo
Fundado em 1857, na cidade de Santander, na Espanha:
. Mais de 90 milhões de clientes. 
. Presente em mais de 40 países.
. O banco com mais agências no mundo: 14 mil.
. Mais de 170 mil funcionários no mundo.
. No final de 2008, atingimos a posição de primeiro banco 
da zona do Euro por valor em bolsa.
No Brasil
Em 2008, o Santander se uniu ao Banco Real, e conta com:
. Mais de 10 milhões de clientes.
. O terceiro maior banco privado do Brasil e o maior 
lançamento de ações no mercado em 2009.
. Uma rede de 6 mil agências e postos de atendimento em 
todo território nacional.
. Mais de 18 mil caixas eletrônicos e 6.700 pontos 
Banco24Horas e pontos conven iados à Rede 
Verde-Amarela (RVA).
Apresentação
Para nós, um negócio só é bom mesmo quando é bom para 
todos: para as empresas, a sociedade e o meio ambiente.
Quem projeta depende de quem constrói, que acredita 
em quem administra, que aposta em quem compra, que 
finalmente precisa de um banco capaz de unir tudo isso 
para financiar o imóvel de um jeito que o crédito seja, 
na verdade, um grande aliado. E só uma instituição 
que tem essa preocupação e experiência pode orientar 
da melhor forma seus clientes e parceiros. 
Neste guia, você vai encontrar informações sobre boas 
práticas para planejar e construir seu empreendimento. 
Esperamos que você goste do material e que ele possa ser 
útil no seu dia a dia.
Nossa visão de um novo banco para uma nova sociedade 
passa também por esta construção conjunta com você.
José Roberto Machado
Diretor Executivo de Negócios Imobiliários
7Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Sumário
Cenário 8
Programa de Sustentabilidade na Construção Civil 10
Plano de Negócios 14
Planejamento 16
Verificação de necessidades dos públicos envolvidos 17
Capacitação dos agentes envolvidos
e difusão das boas práticas socioambientais 17
Estudo de viabilidade socioambiental 18
Concepção 26
Eficiência Energética 28
Conforto Ambiental do Edifício 30
Conservação da Água 34
Seleção de Materiais 36
Saúde e Bem-Estar do Usuário 40
Qualidade do Empreendimento 42
Construção 44
Recomendações Quanto à Demolição 46
Logística e Segurança nos Canteiros de Obras 48
Gestão de Resíduos Sólidos e Efluentes 50
Comunicação com a Comunidade
do Entorno do Empreendimento 52
Relacionamento com Funcionários 54
Relacionamento com Fornecedores e Parceiros 58
Consultas Gerais 60
Bibliografia 70
Glossário 72
Anotações 86
9Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Cenário
A construção civil tem grande impacto na economia, na sociedade e no mundo. As 
práticas sustentáveis são importantíssimas para que os impactos negativos para o planeta 
sejam diminuídos. 
. O setor imobiliário representa 
11% do PIB da União Européia, 
sendo que no Bras i l esse 
número supera 14%¹.
Quarenta por cento da energia 
consumida mundia lmente 
é ut i l i zada pe lo setor da 
construção civil². 
. O setor residencial foi, em 2006, responsável por 11% do consumo total de energia 
no Brasil, representando 22% do uso total de energia elétrica.
O consumo de energia elétrica neste setor é quase equivalente à soma dos setores 
comercial e público. A taxa de crescimento do consumo da eletricidade residencial foi 
de 8,4% ao ano³. 
. Em 2005, foram produzidos cerca de 331 milhões de toneladas e agregados (areia, brita 
etc.) para a construção. 
Desse total, 135 milhões de toneladas representam as pedras britadas e 196 milhões de toneladas, 
a areia. Assim, o consumo brasileiro de agregados poderia ser estimado em aproximadamente 1,77 
tonelada/habitante ao ano4. 
. A quantidade de resíduos de construção e de demolição (RCD) gerada é, em média, de 150 kg/m² 
construído5, sendo que os resíduos da construção constituem de 41% a 70% da massa dos resíduos 
sólidos urbanos6, ou seja, em muitos municípios mais da metade dos resíduos gerados por toda 
a cidade é da construção civil. 
A legislação que traz diretrizes para o gerenciamento dos resíduos da construção civil é a CONAMA 
307, do ano de 2002. A resolução pode ser baixada gratuitamente no site www.mma.gov.br/conama.
O esgotamento das reservas próximas às grandes cidades faz com que a areia natural já esteja sendo 
transportada de distâncias superiores a 100 km, implicando enormes consumos de energia e geração 
de poluição7. 
Por isso, buscam-se métodos construtivos de baixo impacto, que gerem menores riscos. 
Investidores buscam cada vez mais por empresas socialmente responsáveis e sustentáveis 
para aplicar seus recursos, pois consideram que elas geram valor para o acionista no longo 
prazo por estarem mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais. 
Essa tendência vem crescendo e já tem reflexos claros no Brasil, com a crescente adoção por empresas 
de diretrizes do GRI - Global Reporting Iniciative8 e Indicadores de Responsabilidade Social do Instituto 
Ethos9, além da criação do ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial10, da Bovespa. 
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9,10 Ver Bibliografia. 
11Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Nosso Programa de Sustentabilidade na Construção Civil promove práticas que aumentam 
a eficiência econômica, reduzem o impacto ao Meio Ambiente e favorecem a qualidade de 
vida nas fases de projeto, construção e uso das edificações. 
O programa é composto por três pilares: 
. Obra Sustentável.
. Engajamento do Setor. 
. Produtos relacionados à Construção Sustentável.
Este Guia de Boas Práticas na Construção Civil abrange os três pilares do programa, porém, 
está focado no primeiro pilar, o “Obra Sustentável”. 
OBRA SUSTENTÁVEL 
O Obra Sustentável estimula iniciativas que apresentem soluções para as interferências 
socioambientais da construção com base nas seguintes premissas: 
. ATENDIMENTO À LEGISLAÇÃO E JUSTIÇA SOCIAL
Construir de forma responsável, atendendo à legislação trabalhista, fiscal e ambiental, 
estendendo aos fornecedores e parceiros estas boas práticas.
. RESPONSABILIDADE E PROATIVIDADE 
Buscando práticas que vão além do que a legislação obriga.
Programa de Sustentabilidade na Construção Civil
. REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR
Repensar o empreendimento, reduzindo perdas e evitando desperdício de materiais de construção, 
gerenciando corretamente os resíduos e incentivando primeiro sua reutilização, quando possível, e 
depois a sua reciclagem, inclusive pela aquisição de materiais de construção reciclados. 
. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DAS EDIFICAÇÕES 
Buscar sistemas de energia que reduzam consumo e desperdício, optando por alternativas energéticas 
menos impactantes. 
. CONSERVAÇÃO DA ÁGUA 
Verificar a viabilidade de implantação de sistemas de reuso de água e de tecnologias para boa gestão 
do consumo e evitem o desperdício. 
. CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E DOS RECURSOS NATURAIS 
Buscar materiais e processos que reduzam a utilização dos recursos naturais e que contribuam para 
a manutenção da biodiversidade.
13Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
. MELHORIA DA QUALIDADE DO AR INTERIOR E PROTEÇÃO À SAÚDE 
Priorizar o uso de materiais que não utilizem produtos tóxicos na fabricação (como tintas e 
vernizes), nem produtos que liberem gases tóxicos durante sua aplicação ou uso (como vários 
produtos de construção e de limpeza). 
. DURABILIDADE 
Priorizar projetos que se preocupam com a vida útil dos materiais utilizados, ajudando a 
evitar desperdícios.. MONITORAMENTO DO DESEMPENHO DA EDIFICAÇÃO 
Implantação de técnicas e equipamentos que permitam a medição e o monitoramento do 
desempenho ambiental da edificação durante a execução da obra e na fase de ocupação. 
. MELHORIA DA QUALIDADE DO PROCESSO CONSTRUTIVO 
Buscar maneiras de fomentar a adoção de boas práticas socioambientais por seus 
fornecedores e clientes. 
. INTERESSE SOCIAL
No processo de planejamento e construção do empreendimento, buscar melhorar a qualidade 
de vida dos funcionários e da comunidade, principalmente aquela que está no entorno 
imediato do empreendimento. 
Programa de Sustentabilidade na Construção Civil
15Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Ao financiar um projeto, realizamos uma avaliação por meio de ferramentas que abordam a 
extensão dos impactos socioambientais gerados pelo empreendimento. 
. QUESTIONÁRIO DE RISCO SOCIOAMBIENTAL (QRSA): análise da empresa 
para aprovação de crédito. Avaliam-se as práticas e impactos socioambientais do 
empreendimento, de segurança e governança corporativa com caráter inclusivo, podendo 
até ser restritivo. 
. ESTUDO DE VIABILIDADE DO PROJETO (EVP): desde 2004, antes da liberação dos 
recursos, realizam-se estudos técnicos e econômicos, exigindo parecer técnico de 
Inspeção Ambiental e Imobiliária, Declaração de Solo Limpo e avaliação dos critérios de 
sustentabilidade do projeto e da obra. 
. VISTORIA TÉCNICA AMBIENTAL (VTA): análise de cada etapa de implementação do 
projeto para verificar se as ações especificadas no projeto estão sendo efetivamente 
implantadas na construção do empreendimento durante sua evolução. 
Os responsáveis pelos empreendimentos avaliados pelos critérios do Obra Sustentável recebem 
um feedback, na forma de relatório, sobre a situação do projeto ou da obra. O objetivo é 
que a avaliação se torne uma ferramenta indutora de mudanças, gerando benefícios às 
partes envolvidas como a oportunidade de adequação ao projeto e, consequentemente, a 
diminuição de impactos socioambientais negativos. 
Plano de Negócios
Os critérios do Obra Sustentável foram elaborados com base em critérios de certificações e 
diretrizes existentes no mercado, como as normas da série ISO NBR 14001 e 9001, NRs trabalhistas, 
PBQP-H, LEED, HQE, GRI, ISE, Indicadores Ethos e aplicações práticas empresariais, entre outras fontes 
de consulta. 
Assim, junto com as empresas do setor de construção civil, buscamos disseminar um modelo de 
negócio que considera o meio ambiente e o desenvolvimento de toda a sociedade. Porque, para nós, 
lucrativo mesmo é o empreendimento em que todos ganham: a empresa, as pessoas, a sociedade 
e o planeta. 
O Santander aborda mais profundamente questões ligadas a práticas sustentáveis e risco 
socioambiental em questionários e guias disponíveis em seu site. 
Acesse www.santander.com.br/obrasustentavel e saiba mais.
17Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Na fase de planejamento, deve ser feito um levantamento dos aspectos e impactos 
socioambientais e econômicos relativos ao seu empreendimento, de forma a garantir a 
segurança e evitar ou mitigar possíveis riscos operacionais. 
É aconselhável a contratação de um consultor em projetos sustentáveis, ou incluir na equipe 
de trabalho um responsável técnico que desenvolva ou acompanhe o planejamento e a 
concepção do projeto, garantindo o respeito aos princípios e práticas socioambientais da 
obra que se pretende. 
Cabe ao consultor ou responsável técnico formular previamente critérios e rotinas para avaliar 
a qualidade de fornecedores e parceiros da obra. Recomenda-se que o planejamento seja 
desenvolvido em conjunto pelo consultor, proprietário, investidor, arquiteto do projeto e 
projetistas (hidráulica, elétrica, ar-condicionado e ventilação, paisagismo, estrutura, etc.), 
aproveitando ao máximo as condições locais e evitando retrabalho. 
Nessa etapa é definido o ciclo de vida da edificação e todos os impactos que esta poderá 
causar ao longo de sua existência, projetando-se de forma a minimizar os impactos em todas 
as fases da obra. A concepção do projeto deve refletir todos os estudos obtidos na fase 
de planejamento. 
Veja a seguir alguns aspectos ambientais que devem ser incluídos no planejamento 
do empreendimento a fim de evitar custos e transtornos desnecessários:
Planejamento
1. VERIFICAÇÃO DE NECESSIDADES DOS PÚBLICOS ENVOLVIDOS 
Definir o uso final (edifício comercial, residencial, hospitalar, etc.) do empreendimento a partir da 
análise das necessidades dos usuários, gestores, investidores e sociedade, determinando estratégia 
de abordagem dos agentes envolvidos. Em caso de mudança de uso de imóvel já existente, analisar 
o interesse social, considerando o valor cultural que ele tem na comunidade na qual está inserido. 
Analisar a possibilidade de contratação de mão de obra local. Realizar consulta pública, divulgando 
o que será feito no local, horários de funcionamento do canteiro, benefícios e transtornos previstos, 
bem como diálogo com a população local, consultando a comunidade local do bairro. É fundamental 
que a sociedade tenha um canal de comunicação disponível, claramente divulgado, para se manifestar. 
Recomenda-se a realização de parceria com instituições ou comunidades que atuam no local para 
dar andamento a programas locais que possam vir ao encontro do empreendimento, como o 
estabelecimento de um programa de coleta seletiva de lixo (a prefeitura ou subprefeitura local também 
pode fornecer dados sobre planos e programas instaurados). 
2. CAPACITAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS 
E DIFUSÃO DAS BOAS PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS 
Capacitar todos os funcionários e colaboradores envolvidos é muito importante para a continuidade 
dos princípios e a política definida pelo empreendimento, assim como valorizar e divulgar os 
aspectos socioambientais implementados. Capacitar vendedores (imobiliárias e corretoras) para 
que estejam aptos a comunicar todo o processo, com conhecimento das escolhas feitas no projeto, 
das formas de minimização de impactos, das preocupações especiais com o social e o ambiental,
19Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
mostrando ao cliente o valor agregado da compra. Elaborar um manual dos usuários 
a ser disponibilizado aos proprietários e usuários, para que valorizem e, de fato, otimizem 
o uso dos equipamentos e técnicas de ecoeficiência incorporados no empreendimento. 
3. ESTUDO DE VIABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 
Realizar estudo de viabilidade ambiental antes da aquisição da área, prevenindo riscos 
e imprevistos que possam gerar aumento de custos ou não cumprimento de prazos 
previamente estimados, levantando possíveis restrições legais e ambientais e verificando se 
existe algum passivo ambiental. Os estudos mencionados a seguir devem ser realizados por 
equipe técnica especializada, com registro nas respectivas entidades de classe, apresentando 
atestado de responsabilidade técnica do CREA ou conselho de classe relacionado. 
Investigação de áreas contaminadas11: verificar se a área é passível de estar contaminada, 
especialmente em áreas urbanas onde existiram atividades potencialmente poluidoras, 
levantando histórico das atividades realizadas no local e imediações. Em caso afirmativo, 
realizar investigação confirmatória de contaminação por meio de equipe técnica especializada. 
Se comprovada a contaminação, realizar investigação detalhada para determinar a extensão 
e as características da pluma de contaminação e análise de risco de exposição da saúde 
humana, identificando as técnicas de remediação. 
11 A CETESB é um órgão ambiental fiscalizador e controlador da Secretaria do Meio Ambiente 
do Estado de São Paulo (www.cetesb.sp.gov.br). Em São Paulo, a CETESB mapeou áreas de 
acordocom a região e a atividade produtiva do local, identificando as áreas potencialmente 
contaminadas. Os resultados desse estudo possibilitam mais informação ao empreendedor 
quanto à qualidade da área pretendida. Estuda-se, atualmente, nesse estado, a possibilidade de 
inclusão, na matrícula do imóvel, da caracterização de áreas efetivamente contaminadas.
Análise da infraestrutura do entorno: analisar o estágio de desenvolvimento urbano da região, da 
proximidade de infraestruturas12 da acessibilidade quanto à malha de transportes públicos, acessos 
existentes, fontes de recursos, redes de abastecimento e serviços urbanos disponíveis, prevendo 
estratégias para ligações com o transporte público, passeios públicos confortáveis, não intervenção 
em áreas verdes e de lazer já constituídas. 
12 Nos casos de construção em área sem abastecimento de água ou coleta de esgoto, os órgãos 
públicos devem ser consultados para aprovação de projetos de captação de água e destinação 
de esgoto. 
Ações de melhoria social e valorização do entorno: são recomendadas, podendo tornar-se um 
atrativo de venda para o empreendimento. 
Avaliação das características físicas do terreno: avaliar topografia, natureza do solo, hidrologia, 
presença de mananciais e lençóis subterrâneos, bem como identificar áreas de fragilidade ambiental 
(Áreas de Proteção Permanente - APPs, áreas suscetíveis a assoreamento e alagamento para a escolha 
das linhas de drenagem, áreas de rios e encostas, áreas definidas como Reserva Legal ou Área Verde, 
Unidades de Conservação, entre outras). Estas características podem se alterar ao longo dos anos 
e geram restrições de uso e ocupação de solo, devendo ser verificadas antes da elaboração do 
projeto do empreendimento, já que dão subsídios ao melhor desempenho e performance ambiental 
do empreendimento. 
Planejamento
21Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Avaliação de aspectos naturais: levantar dados sobre o clima e microclima local 
(temperaturas ao longo do ano, precipitações, ventos dominantes), os ecossistemas e 
função da vegetação local, bem como realizar levantamento de fauna e flora existentes para 
previsão de reposição de áreas verdes e de conhecimento das precauções de expulsão de 
espécies animais. A verificação da carta solar local, bem como orientação do terreno, ventos 
dominantes, índices pluviométricos e outros permitem identificar as melhores oportunidades 
para proporcionar conforto ambiental do empreendimento e de aproveitamento energético 
dos recursos naturais, como o posicionamento adequado de painéis solares e posicionamento 
de janelas para o efeito de ventilação e iluminação natural. 
Identificação de restrições legais e regulamentares: identificar todos os órgãos públicos 
que autorizam ou licenciam o empreendimento. Consultá-los quanto a restrições legais, 
exigências e possíveis empecilhos atrelados à área a ser escolhida. Analisar leis específicas, 
como plano diretor, lei de zoneamento local, lei de parcelamento do solo, bem como os 
códigos de obra e de postura locais. Verificar se existe, por exemplo, Comissão de Política 
Urbana e Meio Ambiente na Câmara Municipal para participar de audiências públicas 
que informam sobre projetos de leis relacionados ao Plano Diretor da Cidade e ao Uso 
do Solo (em cidades com mais de 100 mil habitantes, que tenham Secretaria Municipal 
do Meio Ambiente, há necessidade de aprovações de projetos por este órgão). Atender às 
diretrizes da Secretaria Municipal de Transportes em relação ao trânsito e acessibilidade do 
empreendimento, aprovando projetos de edificações em razão do acesso e restrições de vagas 
de estacionamento. Edificações devem seguir também orientações do município e investir 
em torno dos seus empreendimentos a fim de diminuir o impacto do trânsito. Vale consultar o 
órgão de engenharia de tráfego local e Departamento de Estradas de Rodagem do seu estado. 
Buscar informações sobre a necessidade de realização de Avaliação de Impacto Ambiental 
(exemplo: RAP - Relatório Ambiental Preliminar; EIA/RIMA - Estudo de Impacto Ambiental e respectivo 
Relatório de Impacto ao Meio Ambiente; EAS - Estudo Ambiental Simplificado; EIV - Estudo de Impacto 
de Vizinhança), dependendo do tamanho, complexidade e localização do empreendimento. A busca 
por informações pode ter início junto às secretarias estaduais de meio ambiente. O contato das 
secretarias, você confere na lista a seguir. 
Acre . SEMA . Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Acre 
tel. (68) 3224-8786/ 3223-3447 . www.ac.gov.br
Alagoas . SEMARH . Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
tel. (82) 3315-2680 . www.semarh.al.gov.br 
Amapá . SEMA . Secretaria Estadual de Meio Ambiente 
tel. (96) 3212-5381 . www.sema.ap.gov.br
Amazonas . IPAAM . Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas 
tel. (92) 2123-6700 / 6756 . www.ipaam.am.gov.br 
Bahia . SEMARH . Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
tel. (71) 3115-6288/3808 . www.meioambiente.ba.gov.br
Ceará . SOMA . Secretaria da Ouvidoria-Geral e do Meio Ambiente 
tel. (85) 3101-1234
Planejamento
23Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Distrito Federal . SEDUMA . Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano
e Meio Ambiente . www.seduma.df.gov.br 
Espírito Santo . SEAMA . Secretaria de Estado de Meio Ambiente 
e Recursos Hídricos 
tel. (27) 3136-3484/ 3430/ 3502 . www.meioambiente.es.gov.br 
Goiás . SEMARH . Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos 
tel. (62) 3201-5150 . www.semarh.goias.gov.br 
Mato Grosso . SEMA . Secretaria de Estado do Meio Ambiente 
tel. (65) 3613-7200 . www.sema.mt.gov.br 
Mato Grosso do Sul . SEMAC . Secretaria de Estado do Meio Ambiente 
do Planejamento, da Ciência e Tecnologia 
tel. (67) 3318-4100 . www.semac.ms.gov.br 
Minas Gerais . SEMAD . Secretaria de Estado de Meio Ambiente 
e Desenvolvimento Sustentável 
tel. (31) 3228-7700 . www.semad.mg.gov.br 
Pará . SEMA . Secretaria de Estado do Meio Ambiente 
tel. (91) 3184-3365 . www.sema.pa.gov.br 
Paraíba . SEMARH . Secretaria de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos 
e da Ciência e Tecnologia
tel. (83) 3218-4371
Paraná . SEMA . Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
tel. (41) 3304-7700 . www.sema.pr.gov.br 
Pernambuco . SECTMA . Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente 
tel. (81) 3183-5560/5551 . www.sectma.pe.gov.br 
Piauí . SEMAR . Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí 
tel. (86) 3216-2038/2039/2040
Rio de Janeiro . SEA . Secretaria de Estado do Ambiente 
tel. (21) 2299-2402 . www.ambiente.rj.gov.br 
Rio Grande do Norte . IDEMA . Instituto de Defesa do Meio Ambiente 
tel. (84) 3232-5182/5227 . www.rn.gov.br 
Rio Grande do Sul . SEMA . Secretaria Estadual do Meio Ambiente 
tel. (51) 3288-8100 . www.sema.rs.gov.br 
Planejamento
25Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Rondônia . SEDAM . Secretaria de Desenvolvimento Ambiental 
tel. (69) 3216-1045
Roraima . FEMACT . Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia 
tel. (95) 2121-9152/ 9191/ 9192
Santa Catarina . SDS . Secretaria de Estado do Desenvolvimento 
Econômico Sustentável 
tel. (48) 3029-9000 . www.sds.sc.gov.br 
São Paulo . SMA . Secretaria do Meio Ambiente 
tel. (11) 3133-3000 . www.ambiente.sp.gov. 
Sergipe . SEMARH . Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
tel. (79) 3179-7300/7301 . www.semarh.se.gov.br
Tocantins . NATURATINS . Instituto Natureza do Tocantins 
tel. (63) 3218-2600 . www.naturatins.to.gov.br 
Observação: para contato com os órgãos estaduais de meio ambiente, consulte a ABEMA 
. Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (www.abema.org.br).
Para contato com órgãosmunicipais de meio ambiente, consulte a ANAMMA . Associação 
Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (www.anamma.com.br).
Planejamento
27Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
A concepção do empreendimento abrange a elaboração dos estudos preliminares dos projetos 
arquitetônicos, instalações prediais (hidráulica, elétrica, automação predial), implantação, 
fundações, incêndio, gás e outras tubulações como ar-condicionado, estruturas e paisagismo, 
além de seus projetos executivos. Nesta fase, selecionam-se materiais, componentes, 
equipamentos e sistemas construtivos. 
É nesta etapa também que devem ser promovidas intervenções conscientes sobre o meio 
ambiente. O empreendimento deve se adaptar às necessidades de uso, produção e consumo 
humano sem que haja esgotamento de recursos naturais, ficando preservados para as 
gerações futuras. 
Neste processo se definem as diretrizes de implantação e partido arquitetônico que se reflete 
pela reinterpretação de todos os dados obtidos na fase de planejamento, como a análise 
da infraestrutura do entorno, avaliação das características físicas do terreno e avaliação de 
aspectos naturais. 
Os projetos devem ser vistos como uma grande oportunidade de atuação preventiva, já que 
as consequências das decisões tomadas nesta fase se estenderão ao longo de todo o ciclo 
de vida do empreendimento. 
Os projetos também podem gerar benefícios econômicos, como reduções significativas na 
operação e manutenção da edificação, que geram redução do valor do condomínio, além de 
ganhos de produtividade para seus ocupantes devido ao conforto ambiental. 
Concepção
Já existem casos de reduções de cerca de 30% do valor do condomínio, sendo argumento de venda 
do empreendimento. 
É muito importante que os projetistas considerem e integrem aos seus trabalhos as informações 
obtidas na fase de planejamento.
29Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
É importante buscar a redução do consumo energético, a fim de garantir o atendimento à 
demanda crescente de energia no País e a exploração de formas alternativas de fornecimento 
de energia, como a solar, a eólica, a energia a gás e a geotérmica. 
Adotar sistemas de aquecimento de água que considerem a disponibilidade local de sistemas 
a gás ou o aproveitamento da energia solar13. Um aquecedor solar pode reduzir o consumo 
de energia elétrica em relação à que seria consumida em sistemas elétricos se adequadamente 
dimensionado e instalado14. 
Estas soluções pretendem minimizar a utilização de equipamentos de condicionamento de 
ar, ventilação e exaustão forçada, iluminação artificial, chuveiros e aquecedores elétricos, 
entre outros. 
Outros equipamentos que também devem ser projetados com eficiência são os elevadores, 
cujo dimensionamento e funcionamento inteligente são essenciais. A especificação de 
materiais e equipamentos com o selo PROCEL de eficiência energética deve ser incentivada, 
principalmente os que emitem pouco calor para auxiliar na redução da carga térmica interior. 
Sistemas de automação predial são excelentes contribuições à eficiência energética, uma 
vez que monitoram e controlam, através de sensores estrategicamente posicionados e 
outros equipamentos, os sistemas de ar-condicionado, aquecimento e ventilação forçada, a 
integração da iluminação natural e artificial (para controle desta última: dimerização, controle 
de cenas, sensor de presença e detecção de falhas), o uso dos elevadores, sistema de combate 
a incêndio e outros. 
Eficiência Energética 
concepção
A escolha de equipamentos e acessórios com alto rendimento e baixo consumo (luminárias, motores, 
lâmpadas) além da setorização do ambiente e o estudo luminotécnico eficientes são fundamentais 
para a melhoria da eficiência energética. 
A Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC desenvolve pesquisas contemplando a influência das 
diversas variáveis arquitetônicas na eficiência energética de edifícios, incluindo a listagem das variáveis 
e a equação que fornece o consumo energético. 
13 Painéis fotovoltaicos são disponibilizados hoje em várias apresentações além da forma plana clássica. 
Esta diversidade de apresentações possibilita a integração dos painéis fotovoltaicos às edificações 
com um mínimo de impacto arquitetônico. Eles podem ser adquiridos na forma de telhas, laminados 
flexíveis, placas semitransparentes (que associam a geração de energia elétrica ao conforto ambiental 
em edifícios comerciais) e outros (Ricardo Rüther, Instalações Solares Fotovoltaicas Integradas a 
Edificações Urbanas e Interligadas a Rede Pública - UFSC / LABSOLAR.1998).
14 Ver Bibliografia. 
O projeto Purefa - Programa de uso Racional de Energia e Fontes Alternativas, da Universidade de 
São Paulo - USP, tem, entre outras medidas, transformado parte do esgoto produzido diariamente 
por cerca de 500 pessoas (residências e restaurantes universitários) em energia elétrica (15 kWh). O 
programa proporcionou uma economia anual de energia de 1.236,3 MWH, resultando na economia 
de R$ 305.986 no ano de 2006 para a USP. 
31Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Como conforto ambiental no edifício, entende-se o desempenho térmico, luminoso e acústico 
da construção, que interfere diretamente no usuário. Um ótimo desempenho ambiental é 
alcançado quando esses três componentes (térmico, luminoso e acústico) são desenvolvidos 
de forma integrada. 
Segundo o arquiteto Volker Hartkopf, que concedeu entrevista à Revista Exame (11/4/2007), 
as empresas instaladas em escritórios sustentáveis, que apresentam um bom desempenho 
ambiental, geram um lucro maior, pois se leva em conta o bem-estar dos funcionários. 
“Ao aumentar a ventilação nas áreas onde as pessoas circulam, a produtividade pode crescer 
até 15%. Nas escolas, a iluminação natural tem capacidade de aumentar em cerca de 30% 
a capacidade de aprendizado dos alunos.” 
Conforto térmico 
Garantir um bom desempenho térmico do edifício através da aplicação de materiais 
e componentes adequados e da própria concepção arquitetônica dos espaços, aliado 
às tecnologias passivas (como ventilação natural), significa promover o conforto do usuário, 
como também a diminuição dos gastos energéticos com o condicionamento artificial. 
Desenvolvimento racional de fachadas e coberturas 
Deve-se considerar o posicionamento e dimensionamento das aberturas, das proteções 
solares, previsão de iluminação zenital, adequação de envidraçamentos, influências nas 
construções vizinhas, proporções dos espaços exteriores e interiores, e ainda as influências 
do formato, rugosidade e cores dos materiais componentes das fachadas e coberturas. Em 
climas quentes, é melhor evitar o ganho de carga térmica do que remediar o problema depois. 
Conforto Ambiental do Edifício
concepção
Ventilação natural 
Os ambientes devem ser configurados de modo a permitir soluções do tipo ventilação cruzada, 
efeito chaminé, ventilação noturna, uso de peitoris ventilados, ventilação subterrânea, ventilação pela 
cobertura, ventilação através de espaços intermediários, fachada dupla ventilada e efeito chaminé 
balanceado15. Deve-se dar atenção especial à altura mínima do pé-direito útil de 2,70 metros16 e evitar 
o uso de ar-condicionado sempre que possível. 
Conforto luminoso 
Promover o conforto luminoso no edifício, pois este interfere positivamente na produtividade do 
usuário e na redução do uso da iluminação artificial, gerando economia de energia elétrica. 
Iluminação natural 
A luz exterior deve ser aproveitada com, por exemplo, instalação de prateleiras de luz (light shelfs) 
para melhor distribuição da luz no ambiente interno ou a previsão de brises e superfícies refletoras 
que direcionem a luz para ospontos mais afastados das janelas, ou através de aberturas laterais 
(devidamente protegidas contra o excesso de insolação) e/ou aberturas zenitais. Deve-se realizar 
estudos para conforto luminoso que priorizem iluminação natural e garantam iluminação artificial 
adequada, reduzindo efeitos de ofuscamento e desvios de níveis de iluminação ambiente. 
Iluminação artificial 
Deve-se adotar sensores de presença, especialmente nas áreas comuns, e racionalização no 
dimensionamento e composição dos circuitos. Implantar circuitos independentes, de acordo com 
a aproximação às fontes de iluminação natural (aberturas laterais e zenitais). Especificar lâmpadas 
33Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
e luminárias de alto desempenho, que emitam pouca ou nenhuma energia na forma de calor, 
minimizando sua contribuição à carga térmica. 
Conforto acústico 
Deve-se promover o máximo de conforto acústico, através da aplicação de materiais 
e componentes adequados, da forma e disposição dos elementos arquitetônicos e de 
acordo com o tipo de atividade do espaço, garantindo o conforto do usuário e também 
a sua produtividade.
15 Informações na ABRAVA . Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, 
Ventilação e Aquecimento . www.abrava.com.br.
16 Antigamente, a altura do pé-direito dos cômodos era bem maior, de 3 metros ou mais, 
justamente para o ar quente ficar no teto, longe da altura onde as pessoas circulavam. Com 
o advento do ar-condicionado, o pé-direito foi encolhendo para caber cada vez mais andares, 
o que sacrifica demais a sensação de conforto, porque mesmo com ventilação cruzada, 
o ar quente circula em cima das pessoas, ao invés de circular o ar mais fresco que fica na 
camada inferior dos cômodos. Atualmente, as construções não respeitam a altura mínima 
de 2,70 metros, que garante melhor conforto ambiental, fazendo o pé-direito com 2,50 de 
altura de piso a laje, o que impossibilita até a colocação de ventiladores de teto. 
Realizar estudos para conforto acústico. Verificar atenuação sonora através do envelope do 
edifício, projetar barreiras acústicas e utilizar materiais de absorção e isolantes acústicos, 
atendendo aos níveis máximos de ruídos permitidos, conforme a atividade realizada.
concepção
Conforto Ambiental do Edifício
35Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
A conservação da água, além de benefícios ambientais, pode trazer enormes benefícios 
econômicos. Já existem casos de redução de 40% no consumo de água em condomínios por 
meio de ações simples, como a instalação de registros reguladores de vazão nas prumadas 
de bacias sanitárias e lavatórios. 
O Programa PURA - Programa de Uso Racional da Água, da USP, obteve redução de 36% 
no consumo de água, reduzindo o gasto anual de 17,57 milhões para 14,66 milhões de 
reais (entre 1997 e 2005), apesar de 96% de aumento de tarifa. Para isso, foram realizadas 
detecção e eliminação de vazamentos em reservatórios, vazamentos em redes externas e 
vazamentos nas tubulações internas, bem como substituição de equipamentos convencionais 
por modelos economizadores e racionalização das atividades que consomem água. 
Existem algumas alternativas e tecnologias associadas ao aproveitamento e uso racional da 
água em edificações. 
Consumo eficiente17 
Previsão de equipamentos e sistemas detectores de vazamentos e ineficiências. Emprego 
de equipamentos hidráulicos e componentes economizadores, tais como restritores de vazão, 
bacias sanitárias de volume reduzido, arejadores, torneiras de acesso restrito, entre outros. 
As tecnologias economizadoras para os pontos de consumo podem ser controladores de 
vazão ou controladores do tempo de uso ou uma combinação dos dois. 
Aproveitamento de águas servidas 
Utilização de sistema que permite a reutilização dos efluentes dos equipamentos sanitários 
(chuveiros, lavatórios, tanques, água cinza). Concepção de pequenas estações de tratamento 
Conservação da Água
concepção
e armazenamento da água cinza para posterior utilização em pontos de consumo que não 
exijam potabilidade, tais como descargas em bacias sanitárias, lavagem de pátios, entre outros. É 
extremamente importante que os sistemas de reuso não estejam interligados com tubulações de água 
tratada e estejam rigorosamente sinalizados. 
17 Algumas tecnologias: caixa de descarga com sistema Dual, registro regulador de vazão, restritor 
de vazão. 
Aproveitamento de águas pluviais 
Utilização de sistema composto por captação, transporte, descarte, gradeamento, reservatório, 
tratamento e desinfecção, recalque e distribuição das águas provenientes das chuvas para serem 
utilizadas em pontos de consumo que não exijam potabilidade, tais como sistemas de irrigação, bacias 
sanitárias e torneiras de lavagem. Este sistema deve ser rigorosamente sinalizado. 
Caso seja feito o reuso de água de chuva e de água cinza, o sistema de distribuição para os usos não 
potáveis pode ser o mesmo e sem conexões cruzadas com o sistema de água potável. 
Sistemas de retenção de água de chuva 
Análise criteriosa de viabilidade e adequação de sistema de retenção ao local, minimizando a 
área impermeável com soluções como pavimentos permeáveis18, valas de infiltração, poços de 
infiltração, planos de infiltração, coberturas/tetos verdes ou técnicas de baixo impacto incorporado 
ao paisagismo, como jardins de chuva, lagoas pluviais, alagados construídos e biovaletas (valetas de 
biorretenção vegetadas).
37Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
A seleção de materiais influencia diretamente no desempenho do conforto ambiental 
do edifício ao longo de seu uso e operação e também na minimização de impactos ambientais 
na fase de construção, envolvendo uma análise integrada entre os produtos disponíveis, 
a qualificação de seus fornecedores e, ainda, com relação aos sistemas e processos 
construtivos requeridos. 
Informações sobre conformidade de produtos podem ser obtidas junto ao SiMaC . Sistema 
de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos, que trata dos diversos 
aspectos do desempenho dos materiais construtivos. A conformidade dos materiais induz 
à eficiência em termos ambientais, uma vez que age na durabilidade e na eficiência dos 
sistemas construtivos, reduzindo perdas. 
Ainda temos poucos materiais de construção testados e certificados no Brasil. Depende 
também do consumidor exigir que os mesmos sejam certificados pelos órgãos competentes. 
18 Existem tecnologias de pisos drenantes feitos com fibra de coco e concreto, e piso 
intertravado com borracha, feito com borracha reciclada de pneu. 
Procedência 
Deve-se selecionar materiais e componentes dando preferência aos que provêm de fábricas 
preocupadas com questões socioambientais e procedentes de fontes renováveis ou que 
contenham componentes reciclados ou reutilizados. 
Observar as distâncias de transporte, optando por recursos disponíveis nas proximidades do 
canteiro (preferência aos materiais locais). Não utilizar madeiras constantes na lista de espécies 
ameaçadas de extinção19.
concepção
Utilizar madeira20 proveniente de fontes manejadas, certificadas ou em condições de reutilização, 
especialmente para madeiras e painéis compensados, esquadrias, pisos, acabamentos e construção 
temporária, tais como: escoras e formas para concreto, bandejões e barreiras de pedestres. 
Verificar a possibilidade de redução do volume de material consumido, escolhendo materiais e 
componentes com menos embalagens ou embalagens mais leves. Avaliar capacitação e conduta dos 
fornecedores de materiais e sistemas. 
Características do material 
Deve-se analisar no que diz respeito ao ciclo de vida, os materiais a serem utilizados, dando preferência 
aos materiaisreutilizáveis, recicláveis, biodegradáveis ou que causem menor impacto ao ambiente. 
Analisar e ponderar a energia embutida nos materiais a selecionar. Escolher materiais com maior 
aproveitamento e maior vida útil. 
Dar preferência por materiais não frágeis e, se possível, desmontáveis. Escolher materiais 
e equipamentos de fácil acesso e manutenção. 
A política do Santander é de não utilizar materiais constituídos de amianto e de que os materiais 
atendam às normas técnicas de fabricação, geralmente da ABNT e do INMETRO. Escolher 
materiais de menor toxicidade ou de menor impacto ambiental sempre que possível21. Não utilizar 
sistemas de combate a incêndio à base de Halon22. Substituir equipamentos como boilers e geradores 
à base de combustíveis fósseis. 
Seleção de Materiais 
39Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
19 A Portaria IBAMA 37 N de 1992 apresenta a lista de espécies ameaçadas de extinção.
20 Um banco de dados e informações sobre as espécies arbóreas brasileiras pode ser 
consultado no site Árvores Brasil - www.arvoresbrasil.com.br.
21 Existem tintas que substituem, em sua composição, produtos químicos causadores de 
náuseas e irritações, como VOCs (compostos orgânicos voláteis), por componentes menos 
agressivos, como terra e minerais. Existem tintas sem verniz e à base de água e esmaltes 
sem verniz.
22 Gás utilizado para o combate a incêndios em ambientes fechados. Seu uso está limitado, 
por atacar a camada de ozônio da atmosfera, conforme indicado no Protocolo de Kyoto. 
Processos construtivos e aplicação em canteiro de obras 
Devem-se selecionar materiais e componentes considerando seu modo de transporte, de 
entrega, critérios de armazenagem e método de aplicação, volume e características do 
resíduo gerado. Adotar sistemas construtivos modulares e de montagem que evitem as perdas 
nos processos construtivos, visando um processo produtivo mais limpo23. Adotar sistemas 
construtivos de baixo consumo de água e energia.
Seleção de Materiais 
concepção
41Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Os aspectos de saúde e bem-estar do usuário são determinantes para a sustentabilidade 
do empreendimento e para o conforto dos ocupantes. 
Saúde 
. Prever ventilação eficaz que garanta um bom nível de qualidade do ar. 
. Realizar estudos das taxas de renovação de ar para áreas condicionadas artificialmente. 
. Controlar fontes poluidoras provenientes de elementos, tais como revestimentos, 
isolamentos, colas, adesivos e solventes, pinturas, impermeabilizantes, evitando ter em sua 
composição elementos com compostos orgânicos voláteis (VOCs) ou partículas respiráveis. 
. Prever instalações prediais, redes de distribuição e armazenamento bem estruturadas 
e seguras quanto a riscos de vazamentos e contaminações. Atenção especial ao 
posicionamento das tomadas de ar externo para que não influem poluentes do exterior 
para o interior do edifício. 
. Conceber ambientes adequados em termos de condições de higiene e facilidades 
de limpeza. 
Conforto
. Criar projetos que conciliem as características bioclimáticas com relação às formas de 
ocupação do empreendimento, antes de definir posicionamento no lote, espessura das 
paredes, dimensão das aberturas ou materiais que serão empregados, contribuindo 
Saúde e Bem-Estar do Usuário 
concepção
para um bom nível de conforto higrotérmico (considerar, dependendo da região, oscilações entre 
inverno e verão). 
. Evitar ao máximo o uso de ar-condicionado. Prever dispositivos para controle da temperatura interna 
de ambientes. 
23 A construção pré-fabricada traz muitos benefícios ambientais. O conceito de “lean construction”, 
ou “construção enxuta”, contribui para a redução de perdas. Módulos de montagem deixam 
o canteiro mais limpo e também podem trazer benefícios posteriores na desmontagem, 
se forem desconstrutíveis.
Geralmente, essas tecnologias trazem benefícios para a operação e os processos de manutenção (com 
relação à acessibilidade e facilidade de manutenção das peças). 
. Realizar estudos da homogeneidade na difusão do ar-condicionado. 
. Garantir a ventilação eficaz e o controle de fontes de odores. 
. Prever espaços externos de qualidade para os usuários do edifício. 
. Proporcionar acesso visual ao exterior. Segundo artigo publicado na Revista Exame (2/2007), a sede 
da empresa americana de biotecnologia Genzyme, localizada em Cambridge, nos Estados Unidos, 
investiu em extensas fachadas, de modo que a maioria dos usuários tivesse acesso à vista exterior. 
Essa medida surtiu um efeito muito positivo aos funcionários. A produtividade do pessoal que dá 
expediente na nova sede, inaugurada em 2004, aumentou 15%. A matéria complementa que o 
índice de ausências devido a doenças tornou-se 5% menor que o registrado nos demais edifícios 
da companhia.
43Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Outras diretrizes podem elevar a qualidade do empreendimento, referentes às demais 
características de desempenho ainda não mencionadas: 
. Projeto arquitetônico que contemple flexibilidade, como possibilidades de expansão e 
modernização futura. Segundo o arquiteto Volker Hartkopf24, que acompanhou o projeto 
de um edifício em Ohio, nos Estados Unidos, concebido com essa preocupação, afirma que 
o edifício chega a economizar quase 1 milhão de dólares por ano em mudanças internas. 
. Acesso seguro e facilitado para as atividades de manutenção dos elementos construtivos 
e equipamentos, tais como previsão de shafts25, dispositivos seguros para uso de 
equipamentos que permitam a limpeza de fachadas, coberturas e reservatórios superiores, 
previsão de áreas técnicas e salas de controle. 
. Garantia de acessibilidade prevendo instalações dimensionadas para possibilitar 
o deslocamento de pessoas com necessidades especiais ou destinando unidades específicas 
para tal. 
. Disponibilizar as-builts26 e informações necessárias à confecção do manual do usuário, 
ressaltando as práticas de sustentabilidade adotadas e as responsabilidades dos gestores e 
futuros usuários. 
. Prever instalações e logística para a gestão dos resíduos de uso, possibilitando a implantação 
de sistemas de coleta de lixo eficientes e que permitam a triagem feita pelo próprio usuário. 
24 Entrevista concedida à Revista Exame, 11/4/2007, pelo arquiteto Volker Hartkopf, titular 
do curso de arquitetura da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos.
Qualidade do Empreendimento 
concepção
25 Shafts: ver Glossário.
26 As-builts: ver Glossário. 
Recomendações para a operação e a manutenção do empreendimento
Na fase de concepção do empreendimento, já devem ter sido previstas ações referentes à ocupação 
relacionadas à forma como o próprio edifício pode reagir aos usuários. Estas ações contemplam 
redução no consumo de água e energia, bem como saúde e conforto dos ocupantes, além da previsão 
de espaços para realização de coleta seletiva. 
O empreendedor deve elaborar um manual de uso e operação do imóvel, também conhecido 
como manual do proprietário, englobando princípios e ações a serem implantadas pelos usuários, 
objetivando um melhor desempenho ambiental a que o empreendimento se propôs. 
A administração do edifício deve contar com uma gestão voltada à responsabilidade socioambiental, 
para dar continuidade às diretrizes de concepção e construção do empreendimento. 
Assim, o empreendedor cumpre seu papel, fomentando a efetiva sustentabilidade do uso e da 
ocupação do empreendimento, chegando até as ações de vendas e ao consumidor final. 
A avaliação da operação e manutenção do empreendimento pode se traduzir em índices de 
desempenho27 do edifício. 
Recomenda-se a realização, na fase de concepção, de simulações de desempenho ambientais dos 
projetos,assim como a previsão de metodologias e equipamentos para acompanhamento monitoração 
do desempenho.
27 Ver Bibliografia.
45Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Na fase de construção do empreendimento 
surgem os primeiros impactos diretos ao 
meio ambiente. A modificação da paisagem 
local, as atividades de preparação do terreno 
e as demolições das construções preexistentes 
são as primeiras tarefas a serem controladas. 
É também nesta etapa que aparecem as 
primeiras consequências decorrentes do 
processo seletivo de materiais e sistemas 
construtivos, realizado na fase de concepção.
Construção
47Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
construção
Recomendações Quanto à Demolição 
A demolição gera impactos que devem ser minimizados. 
Muitas áreas já possuem construções que serão demolidas antes do início das obras do 
empreendimento. A saúde e a segurança dos trabalhadores envolvidos devem estar protegidas 
nesta fase, devendo ser minimizados os incômodos gerados à comunidade do entorno 
(especialmente excesso de ruídos e poeira).
Outros riscos, gerados a partir do desprendimento de gases, faíscas, lançamentos de 
fragmentos e material particulado excessivo também devem ser considerados, além de se 
verificar se a municipalidade exige licença para demolição ou implosão.
Deve-se estipular uma comunicação entre os ocupantes do entorno e os responsáveis pelo 
local a ser demolido, informando sobre as ações que serão realizadas no local. Um grande 
impacto gerado pela demolição está relacionado aos resíduos gerados. 
Alguns destes resíduos podem ser separados e reaproveitados na própria obra, os demais 
devem ser destinados corretamente. Para saber mais, consulte o item Gestão de Resíduos 
Sólidos e Efluentes deste guia (pág. 50). 
Já existem empresas prevendo a reciclagem de alguns resíduos de demolição (com trituradores 
e peneiras) no próprio local da obra, com o objetivo de reaproveitar materiais, como a brita, 
e reutilizá-los em locais de pavimentação e outras aplicações que não necessitam de materiais 
de alta qualidade ou elevada resistência. 
Essa ação reduz a utilização de materiais mais nobres e os impactos causados pelo transporte 
e destinação dos resíduos descartados.
49Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Com relação a este item, deve-se: 
. Prever local e horários adequados para entrada e saída de veículos, evitando transtorno nas 
vias de acesso, como trânsito e ruído. 
. Prever local para carga e descarga de materiais, colocação de caçambas e estacionamento 
de veículos, não ocupando vias públicas. 
. Prever rampas dentro da construção e nas vias de acesso. 
. Zelar pela segurança na circulação dos pedestres e funcionários com placas, sinalizações 
de pontos de venda e depósito de materiais. 
. Prever mecanismos de contenção na probabilidade de erosões ou desmoronamento 
de terra. Taludes com altura superior a 1,75 m devem ter sua estabilidade garantida.
. Avaliar a viabilidade de adotar no canteiro sistemas de reuso de água e geração de energia, 
visando um consumo mínimo destes recursos. 
. Analisar o sítio quanto ao posicionamento das redes públicas, a fim de evitar perfurações 
de redes. 
. Monitorar as entregas de materiais e os procedimentos de estocagem com a finalidade de 
evitar derramamentos ou vazamentos. 
. Adotar práticas adequadas de manutenção e limpeza das ferramentas, equipamentos 
e veículos utilizados nos canteiros, adotando sistema de contenção de efluentes. 
Logística e Segurança nos Canteiros de Obras28
construção
. Implantar mecanismo de lavagem de rodas, evitando sujar os logradores públicos e colocação 
de tapumes. 
. Construir local adequado para a estocagem de produtos químicos inflamáveis ou que gerem resíduos 
perigosos. Instalar contenções e ter cuidados especiais na estocagem de produtos inflamáveis ou 
que gerem resíduos perigosos. 
. Monitorar e adotar medidas de proteção nas práticas passíveis de geração de faíscas. 
. Monitorar e adotar medidas de proteção nas operações que gerem fragmentos ou material 
particulado excessivo. 
. Reduzir incômodos gerados pelo canteiro como poeira, ruído, mau cheiro, transtorno nas vias 
de acesso. 
. Instalar as proteções contra incêndio e medidas de emergência previstas nas Instruções do Corpo 
de Bombeiros. Por exemplo, em São Paulo, as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros podem 
ser baixadas, gratuitamente, no site www.ccb.polmil.sp.gov.br
51Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Com relação a este item, deve-se: 
. Prover medidas que viabilizem o tratamento e a contenção dos efluentes líquidos, 
para que não sejam lançados, à rede pluvial, os resíduos da lavagem do canteiro que 
contenham material sólido ou contaminantes e prover instalações de tratamento e rotinas 
de monitoramento. 
. Evitar derramamento ou vazamento de materiais e resíduos, escolhendo transportadoras 
adequadas ao tipo de material transportado. 
28 Ver Bibliografia. 
. Classificar os resíduos da obra de acordo com o tipo e volume gerado29. 
. Verificar a possibilidade de redução na geração de resíduos, utilizando produtos que tenham 
menos embalagens ou evitando perda ou desperdício de produtos. 
. Definir Plano de Gerenciamento de Resíduos. Observar leis e normas de classificação de 
acordo com a fase que a obra se encontra e definir alternativas de destinação de resíduos 
com base nas melhores alternativas econômicas e ambientais (muitos resíduos podem ser 
reutilizados dentro da obra, como, por exemplo, a reutilização de agregado reciclado como 
base e sub-base de pavimentação, ou comercializados). 
. Definir a logística de triagem, acondicionamento e transporte interno de acordo com 
a destinação.
Gestão de Resíduos Sólidos e Efluentes 
construção
. Levantar as empresas qualificadas para transporte e destinação final dos resíduos. Contratar 
empresas qualificadas exigindo licenças ambientais dos transportadores e dos locais de destino. 
Monitorar documentos, licenças e autorizações necessárias, elaborando fichas de controle de 
movimentação de resíduos, de preferência contendo a assinatura do transportador do destino final. 
. Verificar se a prefeitura da cidade do empreendimento possui sistema de recolhimento de entulhos 
ou solicitar informações junto a este órgão, que é o mais adequado para informar sobre o melhor 
procedimento em relação ao manuseio e destino desses tipos de resíduos na sua região.
. Na dificuldade de encontrar destinação para certo tipo de resíduo, verificar com o fabricante 
a possibilidade de ele receber de volta o material, como é o caso dos sacos de cimento ou 
de cal vazios. 
. Treinar e capacitar a alta direção e os funcionários da obra com relação aos procedimentos 
adequados ao manuseio dos resíduos e dividir funções para cada etapa. 
. Desenvolver metodologia de homologação de fornecedores e parceiros, certificando-se do 
cumprimento das exigências legais e boas práticas ambientais, em razão da sua corresponsabilidade 
por crimes ambientais30.
53Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
É essencial ouvir e informar a comunidade do entorno, mantendo canais claros 
de comunicação.
. Informar sobre a realização de vistoria dos imóveis do entorno, avaliando seu estado 
e garantindo reparos a possíveis danos. 
29 Mais informações podem ser obtidas no Manual de Gestão Ambiental de 
Resíduos da Construção Civil, realizado pelo SINDUSCON-SP, encontrado no site: 
www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/manual_residuos_solidos.pdf.
30 De acordo com o art. 2º da Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605/98), 
“quem, de qualquer forma, concorre para a prática de crimes previstos na Lei, incide nas 
penas a estes cominadas,na medida de sua culpabilidade”. 
. Antes do início da obra, comunicar sobre o que ocorrerá no local, os horários 
de funcionamento do canteiro, períodos e locais de entrada e saída de caminhões. 
. Comunicar a política socioambiental da empresa à comunidade e aos possíveis interessados. 
A comunicação pode ser feita por meio de placas, sites, panfletos, tapumes e outros meios. 
Comunicação com a Comunidade do Entorno do Empreendimento
construção
55Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
O relacionamento com funcionários é extremamente importante, destacando-se aqui 
a premissa da preocupação social, tanto em relação aos funcionários da obra, quanto aos 
funcionários de seus fornecedores. 
Os funcionários devem ser capacitados para atuarem de acordo com a concepção do 
empreendimento. A realização de treinamentos, bem como a atualização dos assuntos 
tratados, é extremamente importante.
Sempre registre seus treinamentos com os assuntos abordados e quais os funcionários que 
participaram. Esta capacitação pode ser feita de forma criativa. Já existem casos de obras 
que capacitam seus funcionários com aulas de alfabetização, oficina e ateliê de arte, onde 
eles trabalham os excedentes do próprio canteiro enquanto debatem temas como saúde, 
segurança do trabalhador, meio ambiente e cidadania. 
Veja que outras medidas devem ser tomadas no relacionamento com funcionários:
. Atender integralmente à legislação trabalhista31.
. Elaborar o PCMSO . Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional da obra, 
deixando-o sempre disponível no canteiro. 
. Elaborar PCMAT . Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria 
da Construção, deixando-o sempre disponível no canteiro. O PCMAT é definido 
pela Norma Regulamentadora 18 (NR 18) e pode ser baixado, gratuitamente, do site: 
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_18.asp
Relacionamento com Funcionários 
construção
Essa norma traz os conceitos gerais de como deve ser gerida a segurança do trabalhador no ambiente 
de trabalho da construção. É muito importante que o empregador a consulte antes do início da obra 
e cumpra todas as obrigações nela contida.
. Constituir CIPA . Comissão Interna de Prevenção de Acidentes quando o número 
de funcionários na obra exigir. Quando o número de trabalhadores for menor que o mínimo 
necessário para a constituição da CIPA, um funcionário deve receber treinamento específico 
e deve ser o responsável pelas atribuições da Comissão. O dimensionamento e critérios 
para constituição da CIPA são definidos pela Norma Regulamentadora 4 (NR 4) do 
Ministério do Trabalho e Emprego. A norma pode ser baixada, gratuitamente, do site: 
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05.pdf 
. Fornecer os E.P.I.´s . Equipamentos de Proteção Individual, a todos os empregados. A empresa deve 
fornecer, treinar o tornar obrigatório o uso dos E.P.I.´s. Cada atividade tem seu E.P.I. específico. Essa 
identificação deve constar do PCMAT. 
31 Ver Bibliografia. 
57Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
. Manter alojamento limpo, com instalação sanitária, vestiário, cozinha e refeitório adequados 
ao número de funcionários. 
. Elaborar Plano de Emergência da Obra com telefones úteis e instruções de atendimento às 
emergências, bem como realizar simulados de atendimento.
. Atender às normas de higiene, saúde e segurança do trabalhador. 
. Disseminar a política socioambiental da empresa, por meio de ações de educação ambiental 
e capacitação de funcionários, identificando meios de comunicação interna. 
. Prover treinamento adequado e frequente. 
. Avaliar a disponibilidade de trabalhadores locais. 
. Deixar registrado e evidenciado, no canteiro de obra, o cumprimento das exigências 
acima destacadas.
Relacionamento com Funcionários 
construção
59Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Com relação a este item, deve-se: 
. Criar mecanismos de homologação de fornecedores e parceiros, verificando o atendimento 
à legislação e às boas práticas socioambientais, com a finalidade de minimizar riscos, além 
dos incômodos à vizinhança e, especialmente, em razão da corresponsabilidade por crimes 
ambientais, criando multiplicadores e segurança nos relacionamentos32. 
. Adotar procedimentos para seleção e avaliação de fornecedores que considerem, além 
das características específicas de seus produtos e serviços, os seguintes aspectos: adequação 
dos meios de transporte e descarga utilizados, procedência, distâncias de transporte 
fábrica-canteiro. 
. Certificar-se da procedência dos materiais, dando preferência àqueles que apresentam selos 
ou que possam garantir a qualidade da produção e do uso. 
. Priorizar a contratação de serviços locais. 
32 De acordo com o art. 2º da Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal no 9.605/98), “quem, de 
qualquer forma, concorre para a prática de crimes previstos na Lei, incide nas penas a estes 
cominadas, na medida de sua culpabilidade”.
Relacionamento com Fornecedores e Parceiros
construção
61Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Informações sobre legislação, normas técnicas, tecnologias, instituições de ensino, órgãos 
públicos, associações e sindicatos de classe, institutos de pesquisa, entre outros pontos 
abordados neste guia, podem ser encontrados nos endereços a seguir.
Verifique em seu estado ou município quais órgãos são referências para seu projeto. 
Características regionais e locais devem ser levadas em consideração. 
ABRAFATI . Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas . www.abrafati.com
ABRAVA . Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação 
e Aquecimento . www.abrava.com.br 
ABNT . Associação Brasileira de Normas Técnicas . Órgão responsável pela normalização 
técnica no Brasil. Fornece a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro sobre 
todos os assuntos relacionados a esse guia . www.abnt.org.br
Anamaco . Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção: 
informações sobre materiais usados na construção civil. Portal da Construção Civil com 
informações gerais sobre o setor. Dicas aos consumidores do cimento . www.anamaco.com.br 
ANTAC . Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído . Estudos sobre 
avaliação pós-ocupação, conforto, energia, durabilidade, resíduos, etc. . www.antac.org.br
ASBEA . Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura . www.asbea.org.br
Consultas Gerais
CBIC . Câmara Brasileira da Indústria da Construção . Atualidade, encontros e representações 
. www.cbic.org.br 
Conselho Brasileiro de Construção Sustentável . Possui banco de dados, artigos, matérias 
sobre sustentabilidade na construção civil e organização e comunicação de eventos sobre o tema 
. www.cbcs.org.br 
CEBDS . Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável . Informações 
sobre encontros, seminários, empresas envolvidas com a questão da sustentabilidade e a produção 
mais limpa no contexto brasileiro . www.cebds.org.br 
CETESB . Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental . Site do Estado de São Paulo, 
porém com informações idôneas sobre a questão ambiental como um todo . www.cetesb.sp.gov.br 
CIB . lnternational Council for Research and Innovation in Building and Construction 
. Parcerias e intercâmbios de pesquisas e inovações na construção . www.cibworld.nl/site 
CONAMA . Conselho Nacional de Meio Ambiente . Órgão que dita resoluções 
ambientais com força de lei. Regem a elaboração de leis e normas estaduais e municipais 
. www.mma.gov.br/conama 
Ecological Footprint Network . Reportagens, estatísticas sobre consumo dos recursos naturais e a 
pegada ecológica . www.footprintnetwork.org
63Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Faculdade deArquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) 
. www.usp.br/fau
Falcão Bauer . Centro Tecnológico de Controle da Qualidade: organismo certificador 
de produtos e processos . www.falcaobauer.com.br 
Federação Européia da Indústria da Construção . European Construction Industry 
Federation . www.fiec.org 
FSC Brasil . Conselho Brasileiro de Manejo Florestal: iniciativa para a conservação 
ambiental e desenvolvimento sustentável das florestas. O selo FSC atesta que a madeira 
utilizada num produto é oriunda de uma floresta manejada de forma ecologicamente 
adequada . www.fsc.org.br 
Fundação Vanzolini . www.vanzolini.org.br 
GBC Brasil . Green Building Council Brasil . www.gbcbrasil.org.br 
GEA Construction . Global Environmental Alliance for Construction 
. www.geaconstruction.com 
Consultas Gerais
GestCon . Grupo Gestão da Construção da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Estudos 
sobre eficiência em gestão de materiais na construção civil . www.ecv.ufsc.br/secdepto/gestcon 
HABITARE . Programa de Tecnologia de Habitação: desenvolvimento de produtos e tecnologias 
para a construção civil. Projetos sobre segurança do trabalho, comunidade e financiamento 
. www.habitare.org.br 
Holcin Foundation . Promove competições de construções sustentáveis e incentiva o desenvolvimento 
de pesquisas e projetos sobre o tema . www.holcimfoundation.org 
IBAMA . Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis: órgão 
federal executor da Política Nacional do Meio Ambiente, com atuação em todas as unidades da 
federação. Atua nas áreas de pesca, fauna e flora, poluição, degradação, unidades de conservação, 
entre outras . www.ibama.gov.br 
IBICT . Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia: base de dados brasileira e 
principalmente informações sobre ciclo de vida dos produtos e materiais . www.ibict.br 
IDHEA . Instituto para o Desenvolvimento de Habitação Ecológica: informações sobre produtos 
e materiais de baixo impacto ambiental . www.idhea.com.br 
IFC . Internacional Finance Corporation: site com links de sites e assuntos específicos sobre 
sustentabilidade, investimentos e financiamentos, dita padrões internacionalmente utilizados para 
responsabilidade socioambiental . www.ifc.org 
65Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Imaflora . Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola . www.imaflora.org 
Infohab . Centro de Referência e Informação em habitação . www.infohab.org.br
Inmetro . Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, informa 
sobre os padrões e mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços 
. www.inmetro.gov.br 
Instituto Akatu . Centro de referência sobre consumo consciente. Dicas de boas 
práticas socioambientais e selos de qualidade de produtos em geral como o FSC, PROCEL, 
INMETRO e atuação responsável . www.akatu.org.br
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social . Informações sobre práticas 
de responsabilidade empresarial, resultados e indicadores. Rede de tecnologia social 
como um conjunto de técnicas de transformação social e de interação com a comunidade 
. www.ethos.org.br 
Instituto Socioambiental . Associação que dá informações sobre justiça social e direitos 
relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos 
. www.socioambiental.org 
International Institute for Sustainable Development . Inovações, pesquisas 
e principalmente referências globais sobre práticas de produção mais limpa . www.iisd.org
Consultas Gerais
IPT . Instituto de Pesquisas Tecnológicas: centro de referência de pesquisas tecnológicas 
em geral. Tecnologias em ambiente construído como conforto, saneamento, instalações prediais 
e sustentabilidade na construção . www.ipt.br 
LABAUT . Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética 
. www.usp.br/fau/pesquisa/laboratorios 
LABEEE . Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de 
Santa Catarina (UFSC) . www.labeee.ufsc.br 
MCT . Programa de Informação para Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação do Instituto 
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia . Base 
de dados brasileira em temas socioambientais . www.prossiga.br
MMA . Ministério do Meio Ambiente: órgão da administração federal direta que tem como área de 
competência a política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos . www.meioambiente.gov.br 
Ministério das Cidades . Site do governo brasileiro com informações sobre licenciamento, 
saneamento, transporte, financiamento imobiliário e principalmente habitação . www.cidades.gov.br 
NUTAU . Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da Universidade de 
São Paulo (USP) . www.usp.br/nutau
PNUD . Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento: publicação de relatórios sobre 
temas sociais no contexto mundial . www.undp.org 
67Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
PNUMA . Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: publicação de relatórios 
sobre temas ambientais no contexto internacional . www.brasilpnuma.org.br
POLI . Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo: alternativas para redução de desperdício de materiais nos 
canteiros de obras, Finep, Poli, 1998 . www.reciclagem.pcc.usp.br
POLI . Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de 
Sustentabilidade na Construção Civil: departamento especializado da POLI 
. www.poli.usp.br 
Portal da Construção . Traz informações integradas sobre o setor 
. www.portaldaconstrucao.com.br 
SECOVI . Sindicato da Habitação e Incorporação: site do sindicato em São Paulo 
. www.secovi-sp.com.br 
SINAENCO . Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva 
. www.sinaenco.com.br 
Sindicato da Indústria de tintas e vernizes do Estado de São Paulo . www.sitivesp.org.br 
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo 
. www.sindusconsp.com.br 
Consultas Gerais
Sistema Assessoria Ambiental . Empresa que presta serviços e desenvolve projetos na 
área de meio ambiente e sustentabilidade e conta com equipe técnica multidisciplinar 
. www.sistemambiental.com.br 
SustainAbility Tomorrow´s Value . Informações sobre riscos e oportunidades voltados 
à responsabil idade empresarial e desenvolvimento sustentável, no contexto mundial 
. www.sustainability.com 
UNICAMP . Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade 
Estadual de Campinas . www.fec.unicamp.br
WBCSD . Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável: informações 
sobre encontros, seminários, empresas envolvidas com a questão da sustentabilidade e a produção 
mais limpa no contexto internacional . www.wbcsd.org
World Green Building Council . Conselho Mundial de Edifícios Verdes: informações, artigos e 
atualidades sobre edifícios “verdes” no mundo. Acesso aos conselhos regionais de edifícios “verdes” 
. www.worldgbc.org 
World Watch Institute . Publicação de pesquisas e relatórios na temática ambiental e justiça social 
. www.worldwatch.org 
WWF Brasil . World Wildlife Fund.: informações sobre conservação dos recursos naturais, 
ecossistemas, relatórios anuais, artigos e projetos sobre o tema . www.wwf.org.br
69Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
PARA MEDIR O RESULTADO 
As duas principais etapas do modelo são a qualificação e avaliação de desempenho. Na etapa 
de qualificação, a empresa se auto-avalia nos aspectos técnico, administrativo-financeiro, 
social, ambiental e de governança, e a equipe do Santander faz a verificação de conformidade 
da auto-avaliação, por meio de análise de documentaçãoe visitas, entre outras ações. A etapa 
de avaliação de desempenho abrange o cumprimento do contrato nos aspectos quantitativo 
(prazo, volume e conformidade) e visa a busca conjunta da melhoria contínua. O índice de 
desempenho de fornecedores é uma das ferramentas que podem nos ajudar a melhorar nossa 
relação, gerando valor para ambos. 
Para medir os resultados, tanto para o Banco quanto para os fornecedores, e o seu impacto 
para a sustentabilidade, estamos desenvolvendo uma ferramenta de gestão chamada Matriz 
de Valor. Esse instrumento apresenta um conjunto de fatores de desempenho organizacional 
que podem ser afetados por atividades voltadas ao desenvolvimento sustentável. 
CERTIFICAÇÃO 
Não existem ainda certificadores para construção sustentável no Brasil. Atualmente, o LEED 
(Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema de classificação criado pelo 
U.S. Green Building Council. Esse conselho norte-americano é uma organização sem fins 
lucrativos que congrega representantes de todos os ramos da construção no intuito de 
promover construções que espelhem uma responsabilidade ambiental, econômica e social. 
Consultas Gerais
O LEED estabelece uma lista de pré-requisitos e critérios divididos nas seguintes categorias: 
. Eficiência energética 
. Racionalização do uso da água 
. Qualidade ambiental interna 
. Sustentabilidade do espaço 
. Sustentabilidade dos materiais 
A classificação se dá atendendo aos pré-requisitos e pontuando nos demais critérios da seguinte forma: 
. 26 a 32 pontos: certificado verde 
. 33 a 38 pontos: certificado prata 
. 39 a 51 pontos: certificado ouro 
. 52 a 69 pontos: certificado platina 
Essa certificação é importante pelo seu pioneirismo, já que é a primeira desse tipo a ser concedida 
na América do Sul, e por vir em um momento propício, em que a questão ambiental é tão relevante. 
Mas, acima de tudo, é importante para a sociedade e para o planeta, pois é mais um esforço em criar 
um paradigma, uma referência para a construção sustentável e impulsionar o desenvolvimento de 
novos produtos e fornecedores para a construção sustentável no Brasil. 
Para saber o que mais o Santander faz pelo desenvolvimento sustentável, acesse: 
www.santander.com.br/obrasustentavel.
71Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
1 Vanderley Moacyr John, Vanessa Gomes da Silva, Vahan Agopyan. Agenda 21: 
Uma Proposta de Discussão para o Construbusiness Brasileiro. Anais do ANTAC . Encontro 
Nacional e I Encontro Latino . Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis. 
Canela: Abril 2001. 
2 Sergio F. Tavares, Roberto Lamberts. Consumo de Energia para Construção, Operação e 
Manutenção das Edificações Residenciais no Brasil. Anais do Evento ENCAC . ELACAC. 
Maceió, Alagoas. 2005. Págs. 2037 - 2045. 
3 Balanço Energético Nacional de 2007 (Ano Base 2006). Fonte: www.mme.gov.br 
4 Anepac . Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção 
Civil. A Mineração de Agregados e o Desenvolvimento Sustentável. Apresentação 
do I Seminário: A Indústria Mineral Sustentável. Nov. 2006. 
5 e 6 Tarcísio de Paula Pinto. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos 
da construção urbana. São Paulo, 1999. Tese (Doutorado) . Escola Politécnica, Universidade 
de São Paulo. 
7 Vanderley Moacyr John. Reciclagem de Resíduos na Construção Civil: Contribuição a 
Metodologia e Desenvolvimento, Livre docência. Universidade de São Paulo. Ano de 
obtenção: 2000. 
8 GRI: acordo internacional que visa elaborar diretrizes para a elaboração de relatórios 
de sustentabilidade que possam ser globalmente aplicáveis, utilizados por organizações 
Bibliografia
que desejam dar informações sobre os aspectos econômico, ambiental e social de suas atividades, 
produtos e serviços. Site oficial do GRI: www.globalreporting.org 
9 Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social: é uma ONG que auxilia empresas a gerirem 
seus negócios de forma socialmente responsável. Site oficial do Instituto Ethos: www.ethos.org.br 
10 ISE: referencial para investimentos socialmente responsáveis, criado pela Bovespa em associação com 
a ABRAPP, ANBID, APIMEC, IBGC, IFC, Instituto ETHOS e o MMA. Site oficial do ISE: www.ise.org.br
14 Ver Madureira, R. G. Desenvolvimento e Avaliação Econômica de Tecnologia Solar para Conservação 
de Energia Elétrica em Aquecimento de Água no Setor Residencial: uma proposta de administração da 
demanda através de “Pré-Aquecedor Solar de Água para Chuveiros Elétricos de Potência Reduzida”. 
Dissertação (Mestrado em Planejamento de Sistemas Energéticos), Universidade Estadual de Campinas, 
São Paulo, 1995. 
27 Mais informações sobre desempenho de edifícios podem ser encontradas no Laboratório de 
Eficiência Energética em Edificações (LABEE) da Universidade Federal de Santa Catarina e na ANTAC . 
Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (www.antac.org.br). Sobre o desempenho 
de materiais, informações no IPT . Instituto de Pesquisas Tecnológicas e no INMETRO . Instituto 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. 
28 e 31 Algumas publicações da Fundacentro, do Ministério do Trabalho, auxiliam com literatura 
técnica, leis e normas sobre segurança e saúde do trabalho na indústria da construção 
. www.fundacentro.gov.br
73Guia de Boas Práticas na Construção Civil 01/2011
Água cinza: água proveniente de lavatórios, chuveiros e tanques de lavar. Tais águas podem 
ser utilizadas para irrigação, após processo de filtragem. A água proveniente de pias de 
cozinha e de máquinas de lavar louça nem sempre pode ser considerada água cinza. 
Água negra: água proveniente do vaso sanitário. Possui níveis de nitrogênio e coliformes 
fecais bem mais altos do que a água cinza. Algumas jurisdições nos Estados Unidos incluem 
a água da pia de cozinha e da máquina de lavar louça como água negra devido à sua 
dificuldade de reuso após filtração simples. 
Área de Proteção Ambiental (APA): unidade de conservação de uso sustentável, 
estabelecida pela Lei Federal nº 6902/81, que outorga ao Poder Executivo, nos casos de 
relevante interesse público, o direito de declarar determinadas áreas do território nacional 
como de interesse ambiental. 
Áreas permeáveis: áreas que possibilitam a absorção da água, em especial da água da 
chuva. O alto índice de impermeabilização do solo nas grandes concentrações urbanas é 
responsável por enchentes e riscos relacionados à saúde pública. Desta forma, reduz os riscos 
de enchentes e melhora a qualidade da água que infiltrará novamente nas bacias. 
Arejador: componente instalado na extremidade de bicas de torneiras com a função de 
regular o fluxo de saída de água através de peças perfuradas ou de telas finas. 
Arquitetura solar passiva: arquitetura que se apropria das condições climáticas (incidência 
solar e ventos) e melhora o desempenho ambiental do edifício (iluminação e conforto 
térmico), sem a necessidade de equipamentos mecânicos. 
Glossário
As-builts: são partes, detalhes, ou até mesmo pranchas inteiras que ilustram as modificações feitas 
nos projetos originais durante sua construção (é o desenho “como construído”). Quando estes não 
são fornecidos, o empreendimento é entregue com os projetos originais que não conferem com o 
real. Durante o uso do imóvel, pode haver problemas como perfurações de tubulações de água ou 
gás, demolição de elementos estruturais importantes, dificuldades na realização da manutenção de 
sistemas prediais, retrabalhos, demolições parciais desnecessárias. 
ASHRAE: American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers: o equivalente 
dos Estados Unidos à ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação 
e Aquecimento) do Brasil.

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