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Junior Cavalcanti Rodrigues jjunior29@unifavip.edu.br Exame Neurológico Introdução: Aprender a avaliar o sistema neurológico é parte indispensável do aprendizado do aluno de enfermagem, pois, em situações pertinentes, um exame neurológico detalhado e cuidadoso traz informações relevantes para a assistência de enfermagem; É realizado inicialmente na admissão do paciente, identificando disfunções no sistema nervoso e determinando os efeitos dessas disfunções na vida do indivíduo e identificação de riscos; Introdução: A frequência da realização do exame neurológico dependerá das condições de admissão e estabilidade do paciente; Para o paciente estável, o exame neurológico poderá ser realizado 1x/dia, porém em pacientes que apresentam alterações no quadro neurológico, é necessário que seja feito com maior frequência, com a finalidade de avaliar a evolução e a resposta ao tratamento terapêutico; Introdução: Vários autores sugerem a utilização de roteiros para a realização do exame neurológico; Exame menos cansativo para paciente e examinador; Aspectos da propedêutica neurológica abordados no exame: a. Anamnese neurológica; b. Avaliação resumida do estado mental; c. Distúrbios das funções cerebrais superiores; d. Inspeção; e. Avaliação do nível de consciência; f. Avaliação das pupilas; g. Avaliação da coluna; h. Avaliação do equilíbrio; i. Avaliação da função motora; j. Avaliação da função sensitiva; k. Avaliação da função cerebral (coordenação); l. Avaliação dos reflexos; A) Anamnese neurológica Deve ser dirigida a captar dados relevantes ao exame físico; História da doença atual: a. Início e modo de instalação/evolução (doenças musculares progressivas, tumores e doenças degenerativas, esclerose múltipla, epilepsia, enxaqueca e histeria); b. Alterações no ritmo de sono; c. Perda da consciência; d. Possíveis acidentes, traumatismos, cirurgias; e. Parasitoses; f. Alergias e doenças venéreas; História Pessoal: a. Condições de habitação e alimentação (avitaminose, neuropatias carenciais); b. Vícios; c. Trabalho; d. Condições emocionais (histeria e simulação); Antecedentes Familiares: (pesquisar patologias hered.) a. Esclerose; b. Degeneração muscular progressiva; c. Doença de Wilson, etc; A) Anamnese neurológica Avaliação resumida das funções psíquicas aborda a: 1. Orientação alopsíquica; 2. Memória; 3. Linguagem; MINIMENTAL STATE B) Avaliação do Estado Mental Avaliação do Estado Mental: Avaliação resumida das funções psíquicas aborda a: 1. Orientação alopsíquica; 2. Memória; 3. Linguagem; MINIMENTAL STATE Avaliação resumida das funções psíquicas aborda a: 1. Orientação alopsíquica; 2. Memória; 3. Linguagem; B) Avaliação do Estado Mental Destaque para a linguagem, que afeta a comunicação do indivíduo com o mundo ao seu redor; C) Distúrbios das funções cerebrais superiores AFASIA é a incapacidade de expressão da linguagem. Possui diversas formas clinicas; Afasia motora ou verbal (Brocca): Dificuldade de se expressar pela fala ou escrita; (lesão área motora adjacente ao hemisfério cerebral esq.) Afasia receptiva ou sensorial (Wernicke): Dificuldade leve ou extrema de compreensão da linguagem; (lesão giro sup. esq. do lobo temporal) Afasia global: Comprometimento da compreensão e expressão da linguagem; (lesão no feixe de fibras no centro da linguagem sensorial e motora) Afasia amnésica: Incapacidade de nomear objetos, ainda que o conhecimento de sua utilidade seja preservado (lesão de pequena área na junção dos lobos parietal, temporal e occipital esq.) C) Distúrbios das funções cerebrais superiores APRAXIAS: constituem outro distúrbio e significam a incapacidade de atividade gestual consciente (lesões localizadas nos lobos parietais e frontais) Apraxia construtiva: Perda da capacidade de gestos organizados; Apraxia ideomotora: Incapacidade de gestos simples ordenados; Ex: bater palmas, segurar a orelha; C) Distúrbios das funções cerebrais superiores Apraxia ideatória: Incapacidade de organizar gestos simples; Ex: virar uma garrafa sobre um copo de água para enchê-lo; Apraxia de vestir: Incapacidade de executar atos de vestir-se ou despir- se; C) Distúrbios das funções cerebrais superiores Já abordado no Exame Físico Geral; Observar as posições, expressões e movimentos do paciente; D) Inspeção Ex: Na doença de Parkinson, as lesões nos nervos periféricos apresentam como sinal a mão caída (nervo radial), mão simiesca (nervo mediano) e pé equino (verbo fibular) Já a posição em gatilho, caracterizado pela hiperextensão da cabeça, flexão das pernas e encurvamento do tronco (típico da irritação meníngea) D) Inspeção CONSCIÊNCIA: Conhecimento de si mesmo e do ambiente. Capacidade do indivíduo de reagir quando esta em perigo ou de satisfazer suas necessidades biológicas e psicossociais; É o indicador mais sensível de disfunção cerebral; E) Avaliação do nível de consciência PERCEPTIVIDADE: análise das respostas que envolvem mecanismos de aprendizagem, que requerem certo grau de integração cortical. DESPERTAR: estado de vigília, capacidade de abrir os olhos, de estar acordado. E) Avaliação do nível de consciência REATIVIDADE: quando há perda da consciência e não depende do córtex. Esta relacionada ao tronco cerebral, e portanto são reflexos, o que não inclui a condição de estar ciente. Inespecífica: abre os olhos, mas não faz integração (lesão no tronco cerebral) À dor: a reação é retirar um membro (nível medular e tronco) Vegetativo: corresponde ao controle das funções fisiológicas, sendo que Resp, T e PA são as ultimas a desaparecerem; F) Estímulos auditivos e táteis Correta utilização de estímulos para gerar respostas, iniciando-se pelos estímulos auditivos e depois táteis AUDITIVO: 1. Início com tom de voz normal; 2. Obtendo resposta verbal, avaliar nível de orientação (tempo, espaço e sobre si mesmo) e função cognitiva (memória, atenção, linguagem, resolução de problemas) 3. Não obtendo resposta, aumentar o tom de voz ou produzir algum barulho; F) Estímulos auditivos e táteis Caso não ocorra resposta ao estímulo auditivo, utilizar o tátil; TÁTIL: 1. Leve toque sobre o braço do paciente, chamando-o pelo nome; 2. Se não responder, aplicar estímulo doloroso; F) Estímulos auditivos e táteis Sua aplicação deve ser realisada, de preferência, no leito ingueal, no esterno, no trapézio ou na região supraorbital; Deve-se evitar excesso de pressão; F) Estímulos auditivos e táteis A resposta observada após a aplicação do estímulo doloroso é do tipo motor, podendo ser: I. Apropriada: retira o braço após o estimulo ou empurra a mão do examinador; II. Inapropriada: Indicam reações primitivas. Ausência de resposta motora (arreflexia) pode significar uma lesão atingindo o tronco encefálico, ou depressão intensa, causada por substâncias tóxicas/drogas; G) Nível de consciência OBS: entre o estado de consciência e coma o há vários estados intermediários: letárgico; Confuso; Sonolento; Obnubilado; e torporoso. CONFUSÃO A consciência e o coma são amplamente aceitos e não geram contradição nas interpretações; sonoprofundo, inconsciente, olhos fechados, não emite sons, não interage. acordado, alerta, responde a estímulos verbais, orientado no tempo e espaço. G) Nível de consciência ESCALA DE GLASGOW: Possibilita avaliar o nível de consciência de maneira objetiva, com linguagem uniformes e registros simples e rápidos; Avalia a profundidade e duração do coma e prognóstico da evolução dos pacientes com ou sem trauma cranioencefálico; Utiliza 3 indicadores; G) Nível de consciência OBSERVAÇÃO Na morte encefálica, pode-se observar movimento do membro inferior em resposta à estimulação dolorosa local, decorrente do reflexo espinal; Por isso, sempre é prudente aplicar a estimulação dolorosa nos braços (evitar conclusões precipitadas) https://www.youtube.com/watch?v=_oZqfYOdgL0 G) Nível de consciência RESULTADOS ESCALA DE GLASGOW: Pontuação: 3 a 15; 15 = tronco cerebral e córtex preservedos; Menor igual a 8 = coma (necessidade de intubação imediata) 3 = paciente aperceptivo ou arreativo (distúrbio no tronco cerebral, podendo apresentar morte encefálica); Observar também: Redução de 2 ou mais pontos = condições do paciente estão se deteriorando; Redução de 3 ou mais pontos = deterioração grave! Consciência Consciência: capacidade do indivíduo perceber a si mesmo a ao mundo. - lucidez ou vigília - hipersonia: sonolência diurna - obnubilação: sonolento,despertável com estímulos sonoros - torpor ou estupor: consciência mais rebaixada, despertável só com estímulos mais vigorosos (nociceptivos) - coma: não despertável Níveis de Consciência Níveis de Consciência Acordado, alerta Responde adequadamente aos estímulos verbais Orientado no tempo e no espaço Sono profundo Não emite som verbal Não interage consigo ou com o ambiente Orientações: A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é utilizada para avaliar o nível de consciência naqueles pacientes que não estão sob o uso de sedativos Deve-se sempre levar em conta a melhor resposta que o paciente apresentar Escala de Coma de Glasgow Escala de Coma de Glasgow Em que ano estamos? 2009 1972 Solta!Almoço!Não Hugh! Ahrr! Escala de Coma de Glasgow Avaliação Pupilar OBSERVAR: Diâmetro; Forma; Reação a Luz; Sempre comparar uma pupila com a outra; Anotar anormalidades; O diâmetro das pupilas é mantido pelo SNA, Simpático (função de dilatar – midríase) e Parassimpático (função de contrair – miose) Avaliação Pupilar OBSERVAR: Variação: 1 a 9mm Normalidade: 2 a 6mm; Forma Normal: arredondadas; Forma anormal: ovoides (hipertensão intracraniana), buracos de fechadura (cirurgia de catarata) ou irregulares (trauma de órbita) Avaliação Pupilar As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares. Pupilas isocóricas: têm tamanhos iguais Pupilas anisocóricas: têm tamanhos diferentes Pupilas fotorreagentes: reagem á luz (diminuem de tamanho) Pupilas não reagentes: não regem na presença da luz Pupilas mióticas: estão diminídas Pupilas midriáticas: estão dilatadas Avaliação Pupilar Pupilas contraídas (mióticas) podem ser encontradas nas vítimas viciadas em drogas. As pupilas indicam um estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação (midríase) ocorre rapidamente após uma parada cardíaca. As pupilas desiguais (anisocóricas) são geralmente encontradas nas vítimas com lesões de crânio ou acidente vascular cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem à luz (midriáticas e não reagentes). Avaliação Pupilar Pupilas isocóricas e com midríase Pupilas isocóricas e com miose Pupilas anisocóricas Avaliação Pupilar REFLEXO FOTOMOTOR: O reflexo fotomotor da pupila depende do nervo óptico e oculomotor; A reatividade à luz deve ser avaliada pela velocidade da resposta; Normalmente a constrição é rápida, mas pode ser lenta ou arreativa; Bons estudos!
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