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SEMIOLOGIA APLICADA A MEDICINA I CAPÍTULO 5: MÉTODO CLÍNICO Exame Clínico: Compõe o tripé da Medicina Moderna (equipamentos mecânicos e eletrônicos e exames laboratoriais dependem de dados clínicos); Permite visão humana dos problemas do paciente; Principais características: Flexibilidade e grande abrangência (permitem atribuir importância a fatores imponderáveis e não mensuráveis); Permite formular hipóteses diagnósticas (entende os resultados e interpreta com mais acertos os exames complementares otimizando a relação custo/benefício – pedido de exames direcionados) bom olho-clínico: análise de detalhes sem perder a relação do paciente como um todo Permite estabelecer boa relação médico-paciente (qualidade depende do tempo e atenção dedicados à anamnese) Permite tomar decisões diagnósticas (também o planejamento terapêutico deve levar em conta fatores individuais de cada paciente, bem como a interpretação de seus exames) - ‘’As doenças podem ser semelhantes, mas os pacientes nunca são exatamente iguais’’; Exige aptidão e longo treinamento. 1.1 Componentes do Exame Clínico: Ambiente adequado, Instrumentos adequados, conhecimentos dos padrões normativos da cultura dos clientes, conhecimento das expectativas de comportamento que o paciente tem em relação ao médico, Linguagem adaptada ao nível de escolaridade e entendimento do paciente e/ou acompanhante, Estar atento aos indícios próprios e aos do paciente (Linguagem corporal) A- Anamnese (Identificação, Queixa principal, História da Doença atual, Interrogatório Sintomatológico, Antecedentes pessoais e familiares, Hábitos de vida, Condições socioeconômicas e culturais) – ‘’Processo social de interação entre o médico, o paciente e/ou seu acompanhante frente a uma situação que envolve um problema de saúde.’’ B – Exame Físico (Exame físico Geral e Exame dos órgãos os sistemas) 1.2 Aspectos preliminares para a realização do Exame Clínico: Posicionamento: a-) Para Anamnese: Paciente senta-se de frente para a mesa do examinador; Pacientes acamados: examinador senta-se à beira do leito de forma confortável para o paciente. b-) Para o Exame Físico: Decúbitos: dorsal, lateral (direito e esquerdo), ventral Posição sentada Posição ortostática Exames especiais: ginecológico e proctológico: posições próprias. Examinador deve deslocar-se livremente para examinar o paciente de modo confortável. (Geralmente coloca-se à direita do paciente). Conhecimento das regiões anatômicas: A. Regiões da cabeça 1. Frontal 2. Parietal 3. Occipital 4. Temporal 5. Infratemporal B. Regiões da face 6. Nasal 7. Bucal 8. Mentual 9. Orbital 10. Infraorbital 11. Da bochecha 12. Zigomática 13. Parotideomassetérica C. Regiões cervicais 14. Cervical anterior 15. Estemocleidomastóidea 16. Cervical lateral 17. Cervical posterior D. Regiões torácicas 18. Infraclavicular 19. Mamária 20. Axilar 21. Esternal E. Regiões do abdome 22. Hipocôndrio 23. Epigástrio 24. Lateral (flanco) 25. Umbilical 26. Inguinal (fossa ilíaca) 27. Púbica ou hipogástrico F. Regiões dorsais 28. Vertebral 29. Sacral 30. Escapular 31. lnfraescapular 32. Lombar 33. Supraescapular 34. Interescapulovertebral G- Região perineal 35. Anal 36. Urogenital H. Regiões do membro superior 37. Deltóidea 38. Braquial anterior 39. Braquial posterior 40. Cubital anterior 41. Cubital posterior 42. Antebraquial anterior 43. Antebraquial posterior 44. Dorso da mão 45. Palma da mão I. Regiões do membro inferior 46. Glútea 47. Femoral anterior 48. Femoral posterior 49. Genicular anterior 50. Genicular posterior 51. Crural anterior 52. Crural posterior 53. Calcânea 54. Dorso do pé 55. Planta do pé Etapas da Anamnese: Identificação, Queixa principal, História da Doença atual, Interrogatório Sintomatológico, Antecedentes pessoais e familiares, Hábitos de vida, Condições socioeconômicas e culturais. 1.3 Componentes do Exame Físico: Inspeção Palpação Percussão Ausculta Utiliza instrumentos e aparelhos simples. Componente afetivo presente. Características indispensáveis: respeito mútuo, seriedade e segurança. 1.4 – Segmento do paciente: ‘’Retornos’’ Prontuário é OBRIGATÓRIO. CAPÍTULO 6 – ANAMNESE 1. Aspectos gerais da Anamnese: Entrevista: objetivo e finalidade pré-estabelecido “Reconstituição dos fatos e dos acontecimentos direta ou indiretamente relacionados com uma situação anormal da vida do paciente.”; Instrumento para triagem; Estabelece condições positivas para a relação médico-paciente; Conhece-se por meio da identificação, os determinantes epidemiológicos do paciente, fatores pessoais, familiares e ambientais, além de suas condições socioeconômicas e culturais (processo saúde-doença); Possibilita desenvolver a história clínica, registrar detalhada e cronologicamente, o problema atual de saúde do paciente bem como sua saúde no passado; Avalia-se de maneira detalhada, os sintomas de cada sistema corporal; Registra-se e desenvolve práticas de promoção da saúde; Possibilita se bem feita, boas decisões quanto a escolha de exames, possibilidades diagnósticas e terapêuticas corretas. 1.1 Maneiras de conduzir a Anamnese: a. Anamnese por relato-livre: nenhuma interferência inibidora ou coerciva ( Psicanalista) b. Anamnese dirigida: esquema básico de condução da entrevista para alcançar seus objetivos c. Relato livre inicial + Condução da entrevista Analisar criticamente o que foi relatado pelo paciente com o intuito de estabelecer o significado exato das expressões usadas e a coerência das relações pré-estabelecidas. Demonstrar interesse pelo que se relata e prestar-se para ajudar o paciente. Aproveitar o exame físico para novas interrogações. Exemplos de doenças em que o diagnóstico se faz exclusivamente pela história clínica: angina de peito, epilepsia, enxaqueca, neuralgia do trigêmio, transtornos psiquiátricos. 1.2 Recomendações práticas: Cumprimentar o paciente (perguntar o nome, identificar-se). Não utilize termos como ‘’vovô’’, ‘’vovó’’ para idosos. Demonstre atenção ao que o paciente fala. Procure identificar de prontidão alguma condição especial para conduzir a entrevista. NÃO SUGESTIONAR O PACIENTE. 2. Semiotécnica da Anamnese: _ O que o senhor está sentindo? _ Qual é seu problema? Apoio (‘’Eu compreendo’’), Facilitação (gesto de balançar a cabeça para encorajar o paciente a prosseguir), Reflexão (repetir as palavras de mais significado expressas pelo paciente), Esclarecimento (elabora de maneira diferente o que foi relatado pelo paciente a fim de conseguir o mesmo significado), Confrontação (‘’Você diz que está tudo bem, mas porque está com lágrimas nos olhos?’’), Interpretação (Observação a partir do relato do paciente: ‘’Você parece preocupado com os exames’’), Resposta empática, Silêncio (quando o paciente se emociona ou chora). 3. Elementos Componentes da Anamnese: Identificação: Perfil sociodemográfico que possibilita a interpretação dos dados individuais e coletivos do paciente. Data: quando as condições clínicas se alteram rapidamente, faz-se necessário colocar o horário. Nome: Inicia a relação com o paciente. Idade: Conhecimento das doenças próprias da faixa etária, Avaliação do desenvolvimento normal de cada fase. Sexo/Gênero: Conhecimento das doenças predominantes ou exclusivas no sexo feminino ou masculino, conhecimento das doenças sexuais e endócrinas e suas manifestações diferenciadas. Ex: Hemofilia (transmitida por mulheres, manifesta-se somente nos homens), Cor/Etnia: cor branca/ cor parda/ cor preta. Ex: Anemia falciforme ( alteração sanguínea específica de negros). Hipertensão arterial: padrão evolutivo diferenciado e mais comum em negros ( maior gravidade). Câncer de pele: pessoas brancas são mais predispostas. Estado civil: Hábitos de vida Ocupação atual Outras atividades já exercidas :Profissão: Local de Trabalho: Doenças profissionais e acidentes de trabalho: Ex: Pneumoconiose (trabalhadores de minas de carvão) Local do trabalho: pode agravar doença existente ou facilitar a instalação de outras ( asma brônquica, enfisema pulmonar, bronquite crônica) Doenças infecciosas e parasitáriasNaturalidade: local de nascimento Procedência: Residência ou local de viagem anterior Residência atual: Endereço Nome da Mãe: diferenciar pacientes. Nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante: corresponsabilidade no tratamento. Religião: Evitar contraposição científica e religiosa Ex: Hemotransflusão e Testemunhas de Jeová Filiação a órgãos/instituições previdenciárias e planos de saúde: encaminhamento para exames, internações, outros profissionais. Buscar alternativa de tratamento condizente com as condições financeiras do paciente ( adesão ao tratamento). Queixa Principal: Motivo da consulta: sintomas ou problemas que motivaram o paciente a procurar atendimento médico. ‘’Qual o motivo da consulta?’’ ‘’O que está o incomodando?’ Relato entre aspas exatamente como foi referido pelo paciente: afirmação breve e espontânea. Obs: Não aceitar rótulos diagnósticos ( Paciente sugestionável). Ex: ‘’Dor de ouvido’’, ‘’Exame periódico de trabalho’’, ‘’Avaliação pré-operatória’’, ‘’Encaminhamento’’, ‘’Entrega de Exames’’. História da doença atual: Registro cronológico e detalhado do problema atual de saúde do paciente. Parte principal da anamnese. Sintoma-Guia: Sintoma ou sinal que permite a recomposição da HDA com mais facilidade e precisão. Nem sempre é o primeiro e nem o mais importante sintoma relatado pelo paciente. Pega-se como sintoma-guia a queixa mais demorada ou a queixa principal. Descrição das características do sintoma-guia, relações com outras queixas, linearidade da história (‘’Quando o senhor começou a sentir isso? ’’), evolução da doença, apuração de exames e tratamentos utilizados em relação à doença atual, anotação de como o paciente está no presente momento em relação à sua moléstia. Esquema para Análise de um sintoma: Início: Características do sintoma: Fatores de Melhora ou piora: Relação com outros sintomas: Evolução: Situação atual: Interrogatório Sintomatológico: Avaliação detalhada dos sintomas de cada sistema corporal. Complementa a HDA, avalia práticas de promoção de saúde. Complemento da História da Doença Atual; Anamnese Especial ou Revisão dos Sistemas; Sintomas Comuns relacionados com cada um dos principais sistemas corporais e de relação mútua; Abrange todos os sistemas do corpo; Sintomas que não tem a ver com a HDA ou da Queixa Principal; Avaliar práticas de promoção de saúde; IMPORTANTE: registro atual de todo o organismo para se ter parâmetro no caso de futuras queixas e adoecimento. Sintomas gerais; pele e fâneros; cabeça e pescoço; tórax; abdome; Sistema Genitourinário; Sistema Hemolinfopoético; Sistema Endócrino; Coluna Vertebral, ossos, articulação e extremidades; Músculos; Artérias, veias, linfáticos e microcirculação; Sistema Nervoso; Exame Psíquico e Avaliação das condições emocionais. Sintomas gerais: Febre: Sensação de aumento da temperatura corporal acompanhada ou não de outros sintomas (cefaleia, calafrios, sede, etc.). Astenia: Sensação de fraqueza. Alterações do peso: Especificar perda ou ganho de peso, quantos quilos, intervalo de tempo e motivo (dieta, estresse, outros fatores). Sudorese: Eliminação abundante de suor. Generalizada ou predominante nas mãos e pés. Calafrios: Sensação momentânea de frio com ereção de pelos e arrepiamento da pele. Relação com febre. Cãibras: Contrações involuntárias de um músculo ou grupo muscular. Pele e fâneros: Alterações da pele: Cor, textura, umidade, temperatura, sensibilidade, prurido, lesões. Alterações dos fâneros: Queda de cabelos, pelos faciais em mulheres, alterações nas unhas. Promoção da saúde: Exposição solar (hora do dia, uso de protetor solar); cuidados com pele e cabelos (bronzeamento artificial, tinturas). Cabeça e pescoço: Crânio, face e pescoço: Dor. Localizar o mais corretamente possível a sensação dolorosa. A partir daí, indaga-se sobre as outras características semiológicas da dor. Alterações do pescoço: Dor, tumorações, alterações dos movimentos, pulsações anormais. Olhos: Dor ocular e cefaleia: Bem localizada pelo paciente ou de localização imprecisa no globo ocular. Sensação de corpo estranho: Sensação desagradável quase sempre acompanhada de dor. Prurido: Sensação de coceira. Queimação ou ardência: Acompanhando ou não a sensação dolorosa. Lacrimejamento: Eliminação de lágrimas, independentemente do choro. Sensação de olho seco: Sensação de secura, como se o olho não tivesse lágrimas. Xantopsia, iantopsia edoropsia: Visão amarelada, violeta e verde. Diminuição ou perda da visão: Uni ou bilateral, súbita ou gradual, relação com a intensidade da iluminação, visão noturna, correção (parcial ou total) com óculos ou lentes de contato. Diplopia: Visão dupla, constante ou intermitente. Fotofobia: Hipersensibilidade à luz. Nistagmo: Movimentos repetitivos rítmicos dos olhos, tipo de nistagmo. Escotomas: Manchas ou pontos escuros no campo visual, descritos como manchas, moscas que voam diante dos olhos ou pontos luminosos. Secreção: Líquido purulento que recobre as estruturas externas do olho. Vermelhidão: Congestão de vasos na esclerótica. Alucinações visuais. Sensação de luz, cores ou reproduções de objetos. Promoção da saúde. Uso de óculos ou lentes de contato, último exame oftálmico. Ouvidos Dor: Localizada ou irradiada de outra região. Otorreia: Saída de líquido pelo ouvido. Otorragia. Perda de sangue pelo canal auditivo, relação com traumatismo. Transtornos da acuidade auditiva. Perda parcial ou total da audição, uni ou bilateral; início súbito ou progressivo. Zumbidos: Sensação subjetiva de diferentes tipos de ruídos (campainha, grilos, apito, chiado, cachoeira, jato de vapor, zunido). Vertigem e tontura: Sensação de estar girando em tomo dos objetos (vertigem subjetiva) ou os objetos girando em tomo de si (vertigem objetiva). Promoção da saúde. Uso de aparelhos auditivos; exposição a ruídos ambientais; uso de equipamentos de proteção individual (EPI); limpeza do pavilhão auditivo (cotonetes, outros objetos, pelo médico) Nariz e cavidades paranasais Prurido: Pode resultar de doença local ou sistêmica. Dor. Localizada no nariz ou na face. Verificar todas as características semiológicas da dor. Espirros: Isolados ou em crises. Indagar em que condições ocorrem, procurando detectar locais ou substâncias relacionados com os espirros. Obstrução nasal. Rinorreia; aspecto do corrimento (aquoso, purulento, sanguinolento); cheiro. Corrimento nasal: Aspecto do corrimento (aquoso, purulento, sanguinolento). Epistaxe. Hemorragia nasal. Dispneia: Falta de ar. Diminuição do olfato. Diminuição (hiposmia) ou abolição (anosmia). Aumento do olfato: Transitório ou permanente. Alterações do olfato: Percepção anormal de cheiros. Cacosmia. Consiste em sentir mau cheiro, sem razão para tal. Parosmia: Perversão do olfato. Alterações da fonação: Voz anasalada (rinolalia). Cavidade bucal e anexos Alterações do apetite: Polifagia ou hiperorexia; inapetência ou anorexia; perversão do apetite (geofagia ou outros tipos). Sialose: Excessiva produção de secreção salivar. Halitose. Mau hálito. Dor: Dor de dente, nas glândulas salivares, na língua (glossalgia), na articulação temporomandibular. Trismo (constrição mandibular por contratura involuntária dos músculos da mastigação, sinal característico do tétano). Ulcerações/sangramento: Causa local ou doença do sistema hemopoético. Promoção da saúde. Escovação de dentes e língua (vezes/dia); último exame odontológico. Faringe Dor de garganta: Espontânea ou provocada pela deglutição. Verificar todas as características semiológicas da dor. Dispneia: Dificuldade para respirar relacionada com a faringe. Disfagia. Dificuldade de deglutir localizada na bucofaringe (disfagia alta). Tosse: Seca ou produtiva. Halitose: Mau hálito. Pigarro: Atode raspar a garganta. Ronco. Pode estar associado à apneia do sono. Laringe Dor: Espontânea ou à deglutição. Verificar as outras características semiológicas da dor. Dispneia: Dificuldade para respirar. Alterações da voz: Disfonia; afonia; voz lenta e monótona; voz fanhosa ou anasalada. Tosse: Seca ou produtiva; tosse rouca; tosse bitonal. Disfagia: Disfagia alta. Pigarro: Ato de raspar a garganta. Promoção da saúde. Cuidados com a voz (gargarejos, produtos utilizados). Tireoide e paratireoides: Dor: Espontânea ou à deglutição. Verificar as outras características semiológicas. Outras alterações. Nódulo, bócio, rouquidão, dispneia, disfagia. Vasos e linfonodos Dor: Localização e outras características semiológicas. Adenomegalias: Localização e outras características semiológicas. Pulsações e turgência jugular. Tórax Parede torácica Dor: Localização e demais características semiológicas, em particular a relação da dor com os movimentos do tórax. Alterações da forma do tórax: Alterações localizadas na caixa to rácica como um todo. Dispneia. Relacionada com dor ou alterações da configuração do tórax. Mamas Dor: Relação com a menstruação e outras características se miológicas. Nódulos: Localização e evolução; modificações durante o ciclo menstrual. Secreção mamilar: Uni ou bilateral, espontânea ou provocada; aspecto da secreção. Promoção da saúde: Autoexame mamário; última mamografia/ultrassonografia (USG) (mulheres> 40 anos). Traqueia, brônquios, pulmões e pleuras: Dor: Localização e outras características semiológicas. Tosse: Seca ou com expectoração. Frequência, intensidade, tonalidade, relação com o decúbito, período em que predomina. Expectoração. Volume, cor, odor, aspecto e consistência. Tipos de expectoração: mucoide, serosa, purulenta, mucopurulenta, hemoptoica. Hemoptise: Eliminação de sangue pela boca, através da glote, proveniente dos brônquios ou pulmões. Obter os dados para diferenciar a hemoptise da epistaxe e da hematêmese (vômito com sangue: proveniente do Sistema Digestório). Vômica: Eliminação súbita, através da glote, de quantidade abundante de pus ou líquido de aspecto mucoide ou seroso. Dispneia. Relação com esforço ou decúbito; instalação súbita ou gradativa; relação com tosse ou chieira; tipo de dispneia. Chieira. Ruído sibilante percebido pelo paciente durante a respiração; relação com tosse e dispneia; uni ou bilateral; horário em que predomina. Cornagem: Ruído grave provocado pela passagem do ar pelas vias respiratórias altas reduzidas de calibre. Estridor. Respiração ruidosa, algo parecido com cornagem. Tiragem: Aumento da retração dos espaços intercostais. Diafragma e mediastino Dor: Localização e demais características semiológicas. Soluço: Contrações espasmódicas do diafragma, concomitantes com o fechamento da glote, acompanhadas de um ruído rouco. Isolados ou em crises. Dispneia. Dificuldade respiratória. Sintomas de compressão: Relacionados com o comprometimento do simpático, do nervo recorrente, do frênico, das veias cavas, das vias respiratórias e do esôfago. Promoção da saúde. Exposição a alergênios (qual); última radiografia de tórax. Coração e grandes vasos Dor: Localização e outras características semiológicas; dor isquêmica (angina do peito e infarto do miocárdio); dor da pericardite; dor de origem aórtica; dor de origem psicogênica. Palpitações. Percepção incômoda dos batimentos cardíacos; tipo de sensação, horário de aparecimento, modo de instalação e desaparecimento; relação com esforço ou outros fatores desencadeantes. Dispneia: Relação com esforço e decúbito; dispneia paroxística noturna; dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes. Intolerância aos esforços: Sensação desagradável ao fazer esforço físico. Tosse e expectoração: Tosse seca ou produtiva; relação com esforço e decúbito; tipo de expectoração (serosa, serossanguinolenta). Chieira: Relação com dispneia e tosse: horário em que predomina. Hemoptise: (proveniente dos pulmões). Quantidade e características do sangue eliminado. Obter dados para diferenciar da epistaxe e da hematêmese. Desmaio e síncope: Perda súbita e transitória, parcial ou total, da consciência; situação em que ocorreu; duração; manifestações que antecederam o desmaio e que vieram depois. Alterações do sono: Insônia; sono inquieto. Cianose: Coloração azulada da pele; época do aparecimento (desde o nascimento ou surgiu tempos depois); intensidade; relação com choro e esforço. Edema: Época em que apareceu; como evoluiu, região em que predomina. Astenia: Sensação de fraqueza. Posição de cócoras: O paciente fica agachado, apoiando as nádegas nos calcanhares. Promoção da saúde: Exposição a fatores estressantes; último check-up cardiológico. Esôfago Disfagia: Dificuldade à deglutição; disfagia alta (bucofaríngea); disfagia baixa (esofágica). Odinofagia: Dor retroesternal durante a deglutição. Dor: Independente da deglutição. Pirose: Sensação de queimação retroesternal; relação com a ingestão de alimentos ou medicamentos; horário em que aparece. Regurgitação: Volta à cavidade bucal de alimento ou de secreções contidas no esôfago ou no estômago. Eructação. Relação com a ingestão de alimentos ou com alterações emocionais. Soluço: Horário em que aparece; isolado ou em crise; duração. Hematêmese: Vômito de sangue; características do sangue eliminado; diferenciar de epistaxe e de hemoptise. Sialose (sialorreia ou ptialismo). Produção excessiva de secreção salivar. Abdome Parede abdominal Dor: Localização e outras características semiológicas. Alterações da forma e do colume. Crescimento do abdome; hérnias; tumorações. Estômago Dor: Localização na região epigástrica; outras características semiológicas. Náuseas e vômitos: Horário em que aparecem; relação com a ingestão de alimentos; aspecto dos vômitos. Dispepsia: Conjunto de sintomas constituído de desconforto epigástrico, empanzinamento, sensação de distensão por gases, náuseas, intolerância a determinados alimentos. Pirose: Sensação de queimação retroesternal. Intestino delgado Diarreia: Duração; volume; consistência, aspecto e cheiro das fezes. Esteatorreia: Aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes. Dor: Localização, contínua ou em cólicas. Distensão abdominal, flatulência, edispepsia: Relação com ingestão de alimentos. Hemorragia digestiva: Aspecto "em borra de café" (melena) ou sangue vivo (enterorragia). Cólon, reto e ânus Dor: Localização abdominal ou perianal; outras características semiológicas; tenesmo. Diarreia: Diarreia baixa; aguda ou crônica; disenteria. Obstipação intestinal: Duração; aspecto das fezes. Sangramento anal: Relação com a defecação. Prurido: Intensidade; horário em que predomina. Distensão abdominal: Sensação de gases no abdome. Náuseas e vômitos: Aspecto do vômito; vômitos fecaloides. Fígado e vias biliares Dor: Dor contínua ou em cólica; localização no hipocôndrio direito; outras características semiológicas. Icterícia: Intensidade; duração e evolução; cor da urina e das fezes; prurido. Pâncreas Dor: Localização (epigástrica) e demais características semiológicas. Icterícia: Intensidade; duração e evolução; cor da urina e das fezes; prurido. Diarreia e esteatorreia: Características das fezes. Náuseas e vômitos: Tipo de vômito. Promoção da saúde: Uso de antiácidos, laxantes ou "chás digestivos". Sistema geniturinário Rins e vias urinárias Dor: Localização e demais características semiológicas. Alterações micdonais: Incontinência; hesitação; modificações do jato urinário; retenção urinária. Alterações do volume e do ritmo urinário. Oligúria; anúria; poliúria; disúria (dor, ardor, desconforto ao eliminar); noctúria; urgência; polaciúria (micção anormalmente frequente). Alterações da cor da urina: Urina turva; hematúria; hemoglobinúria; mioglobinúria; porfirinúria (porfirina na urina). Alterações do cheiro da urina: Mau cheiro. Dor: Dor lombar e no flanco e demais características semiológicas; dor vesical; estrangúria;dor perineal. Edema: Localização; intensidade; duração. Febre. Calafrios associados. Órgãos genitais masculinos lesões penianas: Úlceras, vesículas (herpes, sífilis, cancro mole). Nódulos nos testículos: Tumor, varicocele (varizes nos testículos). Distúrbios miccionais. Dor: Testicular; perineal; lombossacra; características semiológicas. Priapismo. Ereção persistente, dolorosa, sem desejo sexual. Hemosperrnia: Sangue no esperma. Corrimento uretral: Aspecto da secreção. Disfunções sexuais: Disfunção erétil; ejaculação precoce; ausência de ejaculação, anorgasmia, diminuição da libido, síndromes por deficiência de hormônios testiculares (síndrome de Klinefelter, puberdade atrasada). Promoção da saúde. Autoexame testicular; último exame prostático ou PSA; uso de preservativos. Órgãos genitais femininos Ciclo menstrual: Data da primeira menstruação; duração dos ciclos subsequentes. Distúrbios menstruais. Polimenorreia; oligomenorreia; amenorreia; hipermenorreia (menorragia: menstruação anormalmente); hipomenorreia(fluido escasso) ; menorragia; dismenorreia (cólica antes ou durante a menstruação). Tensão pré-menstrual: Cólicas; outros sintomas. Hemorragias. Relação com o ciclo menstrual. Corrimento: Quantidade; aspecto; relação com as diferentes fases do ciclo menstrual. Prurido: Localizado na vulva. Disfunções. sexuais. Dispareunia(dor); frigidez; diminuição da libido; anorgasmia. Menopausa e climatério. Idade em que ocorreu a menopausa; fogachos ou ondas de calor; insônia. Alterações endócrinas: Amenorreia; síndrome de Turner. Promoção da saúde: último exame ginecológico; último Papanicolaou; uso de preservativos; terapia de reposição hormonal. Sistema hemolinfopoético Astenia: Instalação lenta ou progressiva. Hemorragias; Petéquias; equimoses; hematomas; gengivorragia; hematúria; hemorragia digestiva. Adenomegalias: Localizadas ou generalizadas; sinais flogísticos; fistulização. Febre: Tipo da curva térmica. Esplenomegalia e hepatomegalia: Época do aparecimento; evolução. Dor: Bucofaringe; tórax; abdome; articulações; ossos. Icterícia: Cor das fezes e da urina. Manifestações cutâneas: Petéquias; equimoses; palidez; prurido; eritemas; pápulas; herpes. Sintomas osteoarticulares. Sintomas cardiorrespiratórios. Sintomas gastrintestinais. Sintomas geniturinários. Sintomas neurológicos. Sistema endócrino Hipotálamo e hipófise Alterações do desenvolvimento físico: Nanismo, gigantismo, acromegalia. Alterações do desenvolvimento sexual: Puberdade precoce; puberdade atrasada. Outras alterações: Galactorreia; síndromes poliúricas; alterações visuais. Tireoide Alterações locais.Dor; nódulo; bócio; rouquidão; dispneia; disfagia. Manifestações de hiperfunção: Hipersensibilidade ao calor; aumento da sudorese; perda de peso; taquicardia; tremor; irritabilidade; insônia; astenia; diarreia; exoftalmia. Manifestações de hipofunção: Hipersensibilidade ao frio; diminuição da sudorese; aumento do peso; obstipação intestinal; cansaço facial; apatia; sonolência; alterações menstruais; ginecomastia; unhas quebradiças; pele seca; rouquidão; macroglossia; bradicardia. Paratireoides Manifestações de hiperfunção. Emagrecimento; astenia; parestesias; cãibras; dornos ossos e nas articulações; arritmias cardíacas; alteraçõesósseas; raquitismo; osteomalacia; tetania. Manifestações de hipofunção.Tetania; convulsões; queda de cabelos; unhas frágeis e quebradiças; dentes hipoplásicos; catarata. Suprarrenais Manifestações por hiperprodução de glicocorticoides. Aumento de peso; fácies "de lua cheia"; acúmulo de gordura na face, região cervical e dorso; fraqueza muscular; poliúria; polidipsia; irregularidade menstrual; infertilidade; hipertensão arterial. Manifestações por diminuição de glicocorticoides: Anorexia; náuseas e vômitos; astenia; hipotensão arterial; hiperpigmentação da pele e das mucosas. Aumento de produção de mineralocorticoides: Hipertensão arterial; astenia; cãibras; parestesias. Aumento da produção de esteroides sexuais. Pseudopuberdade precoce; hirsutismo; virilismo. Aumento de produção de catecolaminas: Crises de hipertensão arterial, cefaleia, palpitações, sudorese. Gônadas Alterações locais e em outras regiões corporais indicativas de anormalidades da função endócrina. Coluna vertebral, ossos, articulações e extremidades: Coluna vertebral Dor: Localização cervical, dorsal, lombossacra; relação com os movimentos; demais características semiológicas. Rigidez pós-repouso: Tempo de duração após iniciar as atividades. Ossos Dor: Localização e demais características semiológicas. Deformidades ósseas. Caroços; arqueamento do osso; rosário raquítico. Articulações Dor: Localização e demais características semiológicas. Rigidez pós-repouso: Pela manhã. Sinais inflamatórios: Edema, calor, rubor e dor. Crepitação articular. Localização. Manifestações sistêmicas: Febre; astenia; anorexia; perda de peso. Bursas e tendões Dor: Localização e demais características semiológicas, limitação de movimento, Localização; grau de limitação. Músculos: Fraqueza muscular. Segmentar; generalizada; evolução no decorrer do dia. Dificuldade para andar ou para subir escadas. Atrofia muscular: Localização. Dor: Localização e demais características semiológicas; cãibras. Cãibras: Dor acompanhada de contração muscular. Espasmos musculares: Miotonia; tétano. Artérias, veias, linfáticos e microcirculação Artérias Dor: Claudicação intermitente; dor de repouso. Alterações da cor da pele. Palidez, cianose, rubor, fenômeno de Raynaud. Alterações da temperatura da pele:Frialdade localizada. Alterações tróficas: Atrofia da pele, diminuição do tecido subcutâneo, queda de pelos, alterações ungueais, calosidades, ulcerações, edema, sufusões hemorrágicas, bolhas e gangrena. Edema: Localização; duração e evolução. Veias Dor: Tipo de dor; fatores que a agravam ou aliviam. Edema: Localização. Duração e evolução. Alterações tróficas: Hiperpigmentação, celulite, eczema, úlceras, dermatofibrose. Linfáticos Dor. Localização no trajeto do coletor linfático e/ou na área do linfonodo correspondente. Edema: Instalação insidiosa. Lesões secundárias ao edema de longa duração (hiperqueratose, lesões verrucosas, elefantíase). Microcirculação Alterações da coloração e da temperatura da pele. Acrocianose; livedo reticular; fenômeno de Raynaud; eritromegalia; palidez. Alterações da sensibilidade. Sensação de dedo morto, hiperestesia, dormências e formigamentos. Promoção da saúde: Cuidados com a postura; hábito de levantar peso; movimentos repetitivos; uso de saltos muito altos; prática de ginástica laboral. Sistema nervoso Distúrbios da consciência: Obnubilação(estado de perturbação da consciência); estado de coma. Dor de cabeça e na face: Localização e outras características semiológicas. Tontura e vertigem: Sensação de rotação (vertigem); sensação de iminente desmaio; sensação de desequilibrio; sensação desagradável na cabeça. Convulsões: Localizadas ou generalizadas, tônicas ou clônicas; manifestações ocorridas antes (pródromos) e depois das convulsões. Ausências: Breves períodos de perda da consciência. Automatismos:Tipos. Amnésia: Perda da memória, transitória ou permanente; relação com traumatismo craniano e com ingestão de bebidas alcoólicas. Distúrbios visuais: Ambliopia; amaurose; hemianopsia; diplopia. Distúrbios auditivos: Hipocusia; acusia; zumbidos. Distúrbios da marcha: Disbasia. Distúrbios da motricidade voluntária e dasensibilidade: Paresias, paralisias, parestesias, anestesias. Distúrbios esfincterianos: Bexiga neurogênica; incontinência fecal. Distúrbios do sono: Insônia; sonolência; sonilóquio; pesadelos; terror noturno; sonambulismo; briquismo; movimentos rítmicos da cabeça; enurese noturna. Distúrbios das funções cerebrais superiores: Disfonia; disartria; dislalia; disritmolalia; dislexia; disgrafia; afasia; distúrbios das gnosias; distúrbios das praxias. Promoção da saúde. Uso de andadores, bengalas ou cadeirade rodas; fisioterapia. Exame psíquico e avaliação das condições emocionais Consciência: Alterações quantitativas (normal, obnubilação, perda parcial ou total da consciência) e qualitativas. Atenção: Nível de atenção e outras alterações. Orientação: Orientação autopsíquica (capacidade de uma pessoa saber quem ela é), orientação no tempo e no espaço. Dupla orientação, despersonalização, dupla personalidade, perda do sentimento de existência. Pensamento: Pensamento normal ou pensamento fantástico, pensamento maníaco, pensamento inibido, pensamento esquizofrênico, desagregação do pensamento, bloqueio do pensamento, ambivalência, perseverança, pensamentos subtraídos, sonorização do pensamento, pensamento incoerente, pensamento prolixo, pensamento oligofrênico, pensamento demencial, ideias delirantes, fobias, obsessões, compulsões. Memória: Capacidade de recordar. Alterações da memória de fixação e de evocação. Memória recente e remota. Alterações qualitativas da memória. Inteligência: Capacidade de adaptar o pensamento às necessidades do momento presente ou de adquirir novos conhecimentos. Déficit intelectual. Sensopercepção. Capacidade de uma pessoa apreender as impressões sensoriais. llusões. Alucinações. Vontade: Disposição para agir a partir de uma escolha ou decisão; perda da vontade; negativismo; atos impulsivos. Psicomotricidade: Expressão objetiva da vida psíquica nos gestos e movimentos; alterações da psicomotricidade; estupor. Afetividade: Compreende um conjunto de vivências, incluindo sentimentos complexos; humor ou estado de ânimo; exaltação e depressão do humor. Comportamento: Importante questionar comportamentos inadequados e antissociais. Idosos podem apresentar comportamentos sugestivos de quadros demenciais. Outros: Questionar também sobre alucinações visuais e auditivas, atos compulsivos, pensamentos obsessivos recorrentes, exacerbação da ansiedade, sensação de angústia e de medo constante, dificuldade em ficar em ambientes fechados (claustrofobia) ou em ambientes abertos (agorafobia), onicofagia (hábito deroer as unhas), tricofagia (hábito de comer cabelos), tiques e vômitos induzidos. Antecedentes pessoais e familiares: Avaliação do estado de saúde passada e do presente do paciente, conhecendo os fatores pessoais e familiares que interferem no processo saúde e doença. Antecedentes pessoais: Avaliação do estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo fatores pessoais e familiares que influenciam no processo saúde e doença. Mãe portadora de Rubéola Cardiopatia congênita Antecedentes pessoais fisiológicos: -Gestação e nascimento: medicamentos, viroses, condição de parto, estado da criança ao nascer, número de irmãos. -Desenvolvimento psicomotor e neural: dentição, engatinhar e andar, fala, desenvolvimento físico, controle dos esfíncteres, aproveitamento escolar. -Desenvolvimento sexual: puberdade, menarca, sexarca, menopausa, orientação sexual ( Homem,Mulher, S = faz sexo com, ex: HSM, HSMH, MSM) Antecedentes pessoais patológicos: Doenças sofridas pelo paciente (infância, vida adulta), Alergias, Cirurgias e outras investigações, Traumatismo, transfusões sanguíneas, história obstétrica (GPAC), Vacinas, Medicamentos em uso. Antecedentes Familiares: -Menção do estado de saúde de parentes vivos, cônjuges. - Procurar doenças hereditárias -Causa das mortes na família - Investiga-se: Enxaqueca, Diabetes, Tuberculose, Hipertensão Arterial, Câncer, Doenças Alérgicas, Doença Arterial Coronariana (IAM, angina de peito), AVC, dislipidemias, úlcera péptica, colelitíase (cálculos biliares), varizes. Hábitos e Estilo de vida: - Alimentação: alimentação habitual – anamnese alimentar: • Alimentação quantitativa e qualitativamente adequada • Reduzida ingesta de fibras • Insuficiente consumo de proteínas, com alimentação à base de carboidratos • Consumo de calorias acima das necessidades • Alimentação com alto teor de gorduras • Reduzida ingesta de verduras e frutas • Insuficiente consumo de proteínas sem aumento compensador da ingestão de carboidratos • Baixa ingestão de líquidos • Reduzida ingesta de carboidratos • Reduzido consumo de gorduras • Alimentação puramente vegetariana • Alimentação láctea exclusiva. -Ocupação atual e ocupações anteriores: História ocupacional Local de trabalho, substâncias que entrou em contato, ocupações anteriores. -Hábitos: Drogas, álcool, anabolizantes. - Atividades Físicas: tipo de exercício, frequência, duração, tempo que pratica. - Pessoa sedentária - Pessoas que exercem atividade física moderada - Pessoas que exercem atividade física intensa ou constante - Pessoas que exercem atividade física ocasional Condições socioeconômicas e culturais: - Habitação - Condições socioeconômicas: prescrição de medicamentos X abandono do tratamento - Condições culturais: escolaridade, religião, mitos, crenças, medicina popular. - Vida conjugal e relacionamento familiar. CAPÍTULO 7 – DOR “Dor é uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a lesão tecidual já existente ou potencial, ou relatada como se uma lesão existisse (distúrbios bioquímicos ou psíquicos – alterações do SNC)” Experiência humana Não somente ligada a estímulo (se presente e persistente culmina em lesão) Mecanismo básico de defesa: surge antes que alterações/ lesões graves ocorram Aprendizado para se evitar objetos ou situações nas quais pode ocorrer lesão Imposição de limites ao movimento: ajuda na recuperação (obrigatoriedade de repouso), ex: dor nas articulações Existência de dores sem propósito útil: dor do membro fantasma Significado social de valores importantes Anatomia da dor: - Componente sensorial-discriminativo: transmissão, transdução, modulação. TRANSDUÇÃO: - Ativação de nocioceptores (transformação de um estímulo nóxico – mecânico, térmico ou químico – em potencial de ação). *Nocioceptores = terminações nervosas livres - Fibras mielínicas finas A-delta ou III: estímulo mecânico e/ou térmico nóxico. - Fibras do tipo C (amielínicas) C ou IV: estímulos mecânicos, térmicos e quimicos. *Os estímulos nóxicos causam dano tecidual e vascular local promovendo a estimulação dos nocioceptores próprios e de outros nocioceptores a partir da ativação direta, sensibilização e extravasamento. Tipos de dor: Fibra A-delta cutânea Dor em pontada Fibra C-cutânea Dor em queimação Fibra A-delta e C muscular Dolorimento ou cãibra Estímulo desencadeante: Nocioceptores musculares Estiramento e contração isquêmica Nocioceptores articulares Processos Inflamatórios e movimentos extremos Nocioceptores viscerais Distenção, Tração, Isquemia, Processo Inflamatório e Contração Espamódica Nocioceptores das cápsulas das vísceras maciças Distenção Nocioceptores Tegumentares Vários estímulos; exceto distenção e tração Nocioceptores Miocárdicos Isquemia Indolor: parênquima cerebral, pulmonar, hepático, esplênico e pulmonar Sensíveis: Tegumento e revestimento fibroso do SN (meninges), ossos (periósteo), cavidade abdominal (peritônio) e torácico (pleura) Silenciosos: Terminações das fibras C (exceto muscular): respondem a estímulos dolorosos quando sensibilizados (processo inflamatório, estímulo químico ou térmico). TRANSMISSÃO: “Conjunto de vias e mecanismos para conduzir o impulso nervoso gerado nos nocioceptores para o SN.” Fibras nocioceptivas (A-delta e C) da periferia = neurônios pseudounipolares dos gânglios espinais e nervos cranianos. Fibras de estruturas somáticas = nervos sensoriais ou mistos de distribuição dermatomérica Fibras provenientes das vísceras = nervos autônomos simpáticos e parassimpáticos Nervo vago: parênquima pulmonar, 2/3 superiores do esôfago. Parassimpático pélvico: cólon descendente, sigmoide, reto, bexiga e uretra Simpáticos: Coração, TGI, TGU Vias do grupo Lateral: recentes, cruzadas, organizadas aspectosensorial-discriminativo da dor. Vias do grupo Medial: antigas, parcialmente cruzadas, desorganizadas aspecto afetivo-emocional da dor. **Baixa precisão da dor visceral (localização e qualificação): Bilaterais (≠ unilaterais: somáticos), extrema ramificação dos nervos viscerais (1 nervo: várias vísceras), pequeno número de aferentes viscerais (10% das fibras da raiz dorsal), elevado número de fibras C (amielínicas), chegada de aferentes de uma mesma víscera em múltiplos segmentos medulares. MODULAÇÃO: -Vias modulatórias são ativadas pelos nocioceptores. *Fibras amielínicas C e mielínicas finas A-delta conduzem a sensibilidade termoalgésica *Fibras mielínicas grossas A-alfa e A-beta conduzem as demais formas de sensibilidade (tato, pressão, posição, vibração). Fibras grossas Estimulam os neurônios modulatórios inbitórios da dor Fibras finas inibem a inibição A dor pode ser provocada tanto pela ativação das vias nocioceptivas como pela lesão das vias modulatórias (supressora). Aspecto sensorial-discriminativo da dor: Dor como sensação Vias do Grupo Lateral Características: localização, duração, intensidade e qualidade Aspecto afetivo-motivacional da dor: Conotação desprazerosa e desagradável Vias do Grupo Medial Está associada a áreas de regulação das emoções e do comportamento: sistema límbico e hipotálamo Dimensão Afetiva (experiência desagradável, ruim, amedrontadora) Dimensão Motivacional: reflexo de retirada Aspecto cognitivo-avaliativo da dor: Simbolismo da dor (força, vergonha, medo, ritual) Centro de controle do processamento da dor Influências culturais e religiosas Classificação fisiopatológica da dor: 1-) Nociceptiva 2-) Neuropática 3-) Mista 4-) Psicogênica 1- Dor Nociceptiva: - Nociceptores Ex: dor secundária a agressões externas, dor visceral, neuralgia do trigêmio,dor da artrite e da invasão neoplásica. Características: Simultaneidade com o fator causal (geralmente identificado) Remoção do fator causal: alívio da sensação dolorosa Nenhum déficit sensorial detectado Distribuição de acordo com as fibras estimuladas ---Espontânea: pontada, facada, agulhada, aguda, rasgando, latejante, surda, surda, contínua, profunda, vaga, dolorimento Lesão tissular ---Evocada: manobras (ex: manobra de Lasegué na ciatalgia) Localização -- Dor somática superficial: pequeno número de segmentos medulares -- Dor visceral e somática profunda: grande número de segmentos medulares 2- Dor Neuropática: Lesão neural por desaferentação (descontinuidade de um neurônio) ou central (secundária às lesões do SNC). Espontânea---Constante: ---Intermitente: ---Evocada: I. Componente CONSTANTE da dor neuropática (ESPONTÂNEA): - Condição primordial para aparecimento: Lesão no trato neoespinotalâmico ou neotrigemiotalâmico para a dor facial. - Origem no Sistema Nervoso independente de estímulo externo ou interno. - Praticamente 100% dos casos - Dor em queimação ou formigamento ou dormente ou dolorimento - Disestasia: sensação anormal desagradável nunca experimentada **HIPÓTESE 1: Secção do Trato Neoespinotalâmico cessa a dor nocioceptiva Agrava a dor neuropática Consequências da desaferentação: Degeneração dos terminais pré-sinápticos; Reinervação do sítio desaferentado por axônios vizinhos (brotamento ou sprouting); Substituição de sinapses inibitórias por excitatórias; Ativação de sinapses anteriormente inativas; Células desaferentadas tornam-se hipersensíveis (células explosivas ou bursting cells )Aumento da eficácia de sinapses anteriormente ineficazes. Hiperatividade espontânea = Substrato para dor constante Dor em queimação ou formigamento **HIPÓTESE 2: Secção do Trato Neoespinotalâmico e espinotalâmico anterior Hipoatividade do Circuito Modulatório Prosencéfalo-Mesencéfalo Hiperatividade das vias reticulotalâmicas e do tálamo media II. Componente INTERMITENTE da dor neuropática (ESPONTÂNEA): Causas: A. Ativação das vias nocioceptivas pela cicatriz formada no foco lesional B. Efapse (impulsos motores descendentes cruzam para as vias nocioceptivas no sítio da lesão do sistema nervoso) -- Mais comum em lesões nervosas periféricas e da medula espinal ≠ não segue trajeto de nervo-- Rara nas lesões encefálicas -- Dor em choque, aguda (lembra dor da ciatalgia) **Secção cirúrgica da via neoespinotalâmico (ou trigeminotalâmica na dor facial) elimina essa modalidade de dor. III. Componente EVOCADO da Dor Neuropática: Causa: Rearranjos sinápticos decorrentes da desaferentação. ---Presente em > 50% dos casos --- Lesões encefálicas, lesões medulares e do SNP A. Alodínia: sensação de dor ao receber um estímulo que normalmente não provoca dor. Ex: reinervação de células nocioceptivas por aferentes táties B. Hiperpatia: substituição de sinapses inibitórias por excitatórias, aumento da eficácia das sinapses e ativação de sinapses anteriormente inativas células hiperresponsivas **Secção cirúrgica da via neoespinotalâmico (ou trigeminotalâmica na dor facial) elimina essa modalidade de dor. Exemplos de Dor Neuropática: Polineurites (diabética – fibras mielínicas finas e amielínicas) (alcoólica – qualquer fibra) (carência da vitamina B12) Neuralgia pós-herpética (fibras mielínicas grossas do ramo oftálmico do nervo trigêmio ou dos nervos intercostais) – Monomeuropatia dolorosa Dor no Membro Fantasma Avulsão do Plexo Braquial Pós-trauma raquimedular Pós AVE (“dor talâmica”) Características da dor neuropática: Etiologia variada: afecções traumáticas, inflamatórias, vasculares, infecciosas, neoplásicas, degenerativas, desmielinizantes e iatrogênicas. Início: coincidente com o fator causal ou não (mais comum) Fator causal não pode ser removido Déficit sensorial clinicamente detectável A distribuição da dor tende a sobrepor-se ao déficit sensorial Apresenta-se pelo menos em uma das formas: Espontânea (constante, intermitente) ou Evocada. Dor constante: - Praticamente 100% dos casos - Dor em queimação ou formigamento ou dormente ou dolorimento - Disestasia: sensação anormal desagradável nunca experimentada - Cirurgias de secção: tendem a agravar a dor Dor intermintente: - Mais comum em lesões nervosas periféricas e da medula espinal - Rara nas lesões encefálicas ≠ não segue trajeto de nervo- Dor em choque, aguda (lembra dor da ciatalgia) Dor evocada: - Presente em > 50% dos casos - Lesões encefálicas, lesões medulares e do SNP - Alodínia ou Hiperpatia. 3- Dor Mista: Dor neuropática + dor nocioceptiva Ex: Neoplasia maligna (excesso de estímulo dos nocioceptores + destruição de fibras) 4 – Dor psicogênica: Componente emocional associado Não há qualquer substrato orgânico presente Características: Difusa, generalizada, imprecisa Algumas vezes localizada (topografia corresponde à imagem que o paciente tem do órgão afetado) ≠ dor referida. Muda de local sem qualquer razão aparente. Intensidade variável dependente das condições emocionais do paciente. Dor muito intensa, excruciante, lancinante, incapacitante = descrita de maneira dramática. Sinais e sintomas de depressão, hipocondria, ansiedade, histeria ou transtorno somatoforme quase sempre associados. Utilização abusiva de medicamentos e tratamentos para a dor, sem sucesso. ‘’Pulam’’ à palpação, simulam déficit sensitivo e fraqueza muscular. Exames complementares normais. Tipos de dor: I. Sítio de Origem: Referida1 - Somática (Superficial e Profunda) a. Superficial: - Dor nocioceptiva decorrente de estímulos do tegumento; - Bem localizada; - Tipo: picada, pontada, rasgado, queimor; - Intensidade: variável e proporcional ao estímulo; - Causas: Trauma, queimadura e processo inflamatório. b. Profunda: - Dor nocioceptiva dos músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações; - Causas: Estiramento muscular, contração muscular isquêmica (exercício exaustivo prolongado), contusão,ruptura tendinosa e ligamentar, síndrome miofacial, artrite, artrose; - Mais difusa que a somática superficial; - Localização imprecisa; - Tipo: Dolorimento, dor surda, dor profunda, cãibra (contração muscular isquêmica); - Intensidade proporcional ao estímulo causal: leve a moderada Referida- Pode manifestar-se como dor referida. 2 - Visceral: - Estimulação dos nocioceptores viscerais; Inervação nocioceptiva visceral- Difusa, difícil localização - Tipo: dor surda, vaga, contínua, profunda; - Acentua-se com a solicitação do órgão acometido Pode ser por: (a) comprometimento da própria víscera – dor visceral verdadeira: localizada próxima ao órgão. (b) comprometimento secundário do peritônio ou pleura parietal (dor somática profunda) (c) irritação do diafragma ou nervo frênico (d) reflexo viscerocutâneo (dor referida) Dor surda Vísceras maciças e dos processos não obstrutivos das vísceras ocas Cólica Processos obstrutivos das vísceras ocas Pontada ou fincada Comprometimento da pleura parietal (dor somática profunda e não visceral) Constritiva ou em aperto Isquemia miocárdica Queimação ou ardor Aumento da secreção do ácido clorídrico (gastrite, ulcera gástrica ou duodenal) 3 – Referida: - Sensação Dolorosa superficial, distante da estrutura profunda (visceral ou somática) - Obedece a distribuição metamérica - Causa: Convergência de impulsos dolorosos viscerais e somáticos suprficiais e profundos para neurônios nocioceptivos comuns no corno dorsal da medula espinal (lâmina V) - Maior representação nocioceptiva do tegumento = interpretação como se a dor de lá viesse. Ex: IAM – dor na face medial do braço (dermátomo de T1) Apendicite – epigástrica ou periumbilical (dermátomo de T6-10) Doença diafragmática ou irritação do nervo frênico – ombro (dermátomo C4) 3 – Irradiada: - Sentimento a distância de sua origem - Ocorre obrigatoriamente em estruturas inervadas pela mesma raiz nervosa Ex: ciatalgia – compressão de raiz nervosa por hérnia de disco lombar. II. Conformidade Temporal: 1 – Dor aguda: -Papel de alerta -Acompanhada de manifestações neurovegetativas -Desaparece com o fim do estímulo e resolução do processo patológico 2 – Dor crônica: -Período > necessário para cura -Associada a Afecções crônicas: câncer, artrite reumatoide, alterações degenerativas da coluna; Lesão do sistema nervoso; -Não tem função de alerta -Estresse, sofrimento, perda na qualidade de vida. Características semiológicas da Dor: Decálogo da dor: Localização, Irradiação, Qualidade ou caráter, intensidade, duração, evolução, relação com funções orgânicas, fatores desencadeantes ou agravantes, fatores atenuantes, manifestações concomitantes. Localização: Irradiação: Qualidade ou Caráter : - Evocada ou Espontânea (constante ou intermitente) - Tipo de dor - Dor no membro fantasma - Síndrome complexa da dor regional Intensidade: Duração: Aguda, Crônica, Cíclica Evolução: Relação com funções orgânicas: - Regra geral: dor geralmente acentuada pela solicitação funcional da estrutura em que se origina (Exceção: úlcera – dor cessa com alimentação) Fatores Agravantes ou Desencadeantes: Fatores de Melhora ou atenuantes: Manifestações concomitantes:
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