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Solvência em Saúde Suplementar

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O Mercado de Saúde Suplementar, em geral, é caracterizado pelo recebimento das contraprestações antes do pagamento das indenizações. As operadoras, portanto, estão sujeitas a diversos riscos, sejam aqueles inerentes a sua operação, ou aqueles ligados aos investimentos de seu capital.
	É inegável que ações empreendedoras, tais como a competitividade e a obtenção de lucro, são necessárias à manutenção de qualquer negocio, mas a capacidade de saldar compromissos imediatos e futuros, condicionalmente ligada à solvência da operadora, é decisiva e fundamental.
Assim, a função principal de uma operadora é administrar seus riscos de forma a, qualquer tempo, ser capaz de honrar seus compromissos com os beneficiários e prestadores e é esta capacidade ao que definimos como solvência.
A solvência das empresas há muito é estudada no âmbito da Contabilidade e das Finanças. Assume-se, por definição, que uma operadora insolvente é aquela que se apresenta no estado em que é impossibilitada de cumprir determinados compromissos.
Uma operadora é considerada solvente, quando, em linhas gerais, mantém em seus ativos ou no seu capital montantes superiores ao seu passivo. A avaliação da solvência da operadora de planos de saúde utiliza uma variável aleatória que é a despesa médico-hospitalar, de natureza probabilística. Portanto, para a aferição desta solvência, seria necessário investigar uma série de fatores como constituição correta das provisões técnicas, necessidade de capital para cobrir eventuais perdas, entre outros.
A avaliação da solvência de uma operadora parte de alguns princípios básicos atuariais que, em linhas gerais, faz inferências sobre a capacidade das instituições em cumprir seus compromissos futuros. Para Martins (1994) os objetivos inerentes à solvência são a continuidade, que é o desejo da operadora permanecer no mercado e, para tal, deverá saldar seus compromissos; a lucratividade e o crescimento, que acabam por aumentar as exigências quanto à solvência.
No entanto, devido a estrutura, tamanho e complexidade do Mercado de saude suplementar fica praticamente impossível para os beneficiários e prestadores de uma determinada operadora conhecerem, por si próprios, a saude financeira da mesma. Portanto, faz-se necessário a determinação de regras de solvência pelo órgão regulador.
Segundo Almeida (2008), existem duas maneiras de se realizar o controle da solvência de uma operadora: com o gerenciamento da própria operadora e/ou através de ações e controles do órgão regulador. Para a autora, o foco principal da ANS deve ser dado na defesa do interesse público na assistência à saúde, e suas ações devem passar pela análise da solvência da operadora, inclusive, sob cenários mais pessimistas.
Ainda segundo a autora, o foco a ser dado pela própria empresa deveria objetivar a sobrevivência sua sobrevivência frente aos riscos existentes, além de promover o retorno aos acionistas, passando, portanto, por uma realidade mais factual.
Em todo o mundo existe uma grande preocupação dos órgãos reguladores em relação à solvência das empresas que operam no ramo de saúde suplementar. Neste contexto, a partir de 1973, a National Association of Insurance Commissioners – NAIC() começou a desenvolver um sistema denominado “Insurance Regulatory Information System – IRIS”, que consistia na avaliação de algumas variáveis, estabelecendo intervalos, que poderiam ser alterados anualmente, para definir se uma operadora encontrava-se solvente. Posteriormente, mais precisamente em 1991, a NAIC instituiria o sistema de Risk Based Capital – RBC, que procurava corrigir distorções apresentadas nos métodos anteriores.[1: () Entidade responsável por uniformizar a regulamentação estadual da indústria de seguros nos Estados Unidos.]
São muitos os fatores que influenciam no cálculo da solvência de uma operadora. Para Campello (2005), é necessário a correta constituição de provisões técnicas, a gestão adequada dos ativos que garantem estas provisões e a necessidade de capital para cobertura de eventuais perdas. Martins (1994), complementa o rol de fatores, acescentando, ainda, aduração dos riscos, gestão de custos administrativos, gestão de custos de comercialização, política de aceitação, tarifação adequada, massificação da carteira, entre outros.
De forma a minimizar os riscos de solvencia, a ANS supervisiona as operadoras em diversos estágios, definindo regras de entrada, manutenção e saída das operadoras no mercado de saude suplementar, além de determinar a constituição de Provisoes, tais como a PEONA, bem como as regras de margem de solvência.
Ressalta-se que o estudo sobre a solvência sem uma base de dados mais adequada depende intrinsecamente de fatores subjetivos. Por este motivo, sem base de dados consistente no início da regulação, a ANS adotou um modelo teórico e de extrema simplicidade, o que culminou na publicação da RDC nº 77/2001, de 17 de julho de 2001.

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