Buscar

IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO, SUA FUNÇÃO, CARACTERÍSTICAS E ÁREA DE UTILIZAÇÃO, A DIFERENÇA ENTRE O PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO E A ANALOGIA, OS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO NO ÂMBITO INTERNACIONAL.
A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
A abordagem do princípio no direito não é nem de longe uma atividade fácil, afinal, muito se discute na doutrina a respeito da sua finalidade, surgindo assim, como consequência, diversos entendimentos sobre o assunto. Contudo, em grande parte, as conclusões dos estudiosos tendem a um ponto convergente.
O termo "princípio" vem de principium, que significa primeiro, início, começo. Segundo o dicionário Houaiss, princípio é “o primeiro momento da existência (de algo), ou de uma ação ou processo; proposição elementar e fundamental que serve de base a uma ordem de conhecimentos”.
Ruy Samuel Espínola conceitua princípios como: “a estruturação de um sistema de ideias, pensamentos ou normas por uma ideia mestra, por um pensamento chave, por uma baliza normativa, donde todas as demais ideias, pensamentos ou normas derivam, se reconduzem e/ou se subordinam”.
É, portanto, no ordenamento jurídico o seu basilar, o que faz a solidificação das regras legais. Conclui-se, portanto, que em havendo desprezo aos princípios gerais de direito implicaria ofensa não apenas ao mandamento obrigatório, mas sim a todo o sistema de comandos. Tal situação passa, então, a caracterizar grave forma de ilegalidade ou até mesmo inconstitucionalidade, variando conforme o patamar que se encontra o princípio transgredido.
Os princípios gerais do direito são os basilares de todo o estudo jurídico doutrinário. Eles podem ser classificados, segundo o doutrinador Miguel Reale, como princípios monovalentes e têm por sua vez a função de orientar e favorecer a compreensão do ordenamento jurídico como um todo no momento de sua aplicação e integração.
Se não bastasse toda a presença dos princípios no mundo jurídico, eles também se fazem presente no momento da fundamentação para elaboração de novas normas, até porque os princípios representam o próprio espírito de uma legislação.
Como consequência de todas estas funções, os princípios gerais do direito, ao contrário do que muitos possam imaginar, não vêm regulados em norma legal codificada, mas sim expressos no cotidiano jurídico, desenvolvido pela conveniência e oportunidade que o ambiente forense, bem como a comunidade proporcionam.
Observando a legislação brasileira, nota-se grande quantidade de princípios inseridos nos dispositivos legais, fazendo-os se tornarem normas jurídicas, como por exemplo, se nota da leitura da Constituição Federal, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), do Código Penal, de Processo Penal, dentre outros.
Enfim, cada ramo do direito possui diversos princípios reguladores de suas matérias específicas, o que será trabalhado logo abaixo.
OS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO E SUA ÁREA DE UTILIZAÇÃO
Os princípios gerais de direito são utilizados no âmbito jurídico para preencher lacunas deixadas pelos legisladores, portanto são considerados uma das fontes do direito em que as leis, a analogia e os costumes também fazem parte. É também característica desta fonte de direito a elucidação na ciência hermenêutica das regras jurídicas, pois a interpretação das normas deve procurar sempre o melhor encaixe com o princípio geral de direito.
A justificativa do uso do princípio pelos magistrados em suas decisões e pelos indivíduos para que lutem por seus direitos é a norma jurídica prevista no artigo 4º, caput, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) que diz: "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.
Como visto no item acima, os princípios são diversos e cada qual possui uma área de atuação principal, seja regulando os direitos civis, penais ou constitucionais do indivíduo como um todo.
Pode-se perceber até mesmo por um rápido passar de olhos nas codificações brasileiras que muitos princípios passaram a, inclusive, serem normas jurídicas elencadas em diversos artigos da legislação nacional.
Têm-se como exemplos os seguintes princípios e áreas majoritárias de utilização:
a) No âmbito civil: Ninguém deve/pode deixar de cumprir a lei alegando o seu desconhecimento sobre ela (art. 3º, LINDB);
b) No âmbito constitucional: Todos tem direito a defesa (artigo 5º, LV, CF - princípio do contraditório);
c) No âmbito penal: A inocência prevalece até que sobrevenha prova em contrário (art. 5º, LVII, CF);
d) No âmbito processual civil: Não se pode fazer justiça com as próprias mãos, exceto se em casos de autotutela (art. 1210, CC - desforço imediato nas possessórias).
A DIFERENÇA ENTRE O PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO E A ANALOGIA
A analogia, bem como o princípio geral de direito, são fontes do direito previstas na LINDB, porém há na maioria das vezes confusão por parte dos estudantes quanto a diferenciação destes institutos. Uma coisa não se confunde com outra, sendo assim, é importante que fique claro o momento de utilização dos princípios e da analogia.
Quando há lacuna legislativa sobre determinado assunto, como por exemplo, aqueles referentes à união estável, porém um assunto semelhante é regulado em lei, como o casamento, o magistrado pode e deve fazer uso da analogia para decidir a questão. Entretanto, o juiz, ao se deparar com um tema não previsto por legislação alguma, nem mesmo de assuntos parecidos, precisa utilizar o princípio geral de direito.
Os princípios são vislumbrados por doutrinas, artigos técnicos, reflexões de estudiosos de direito sobre temas novos. Já a analogia é, resumidamente, uma comparação de assuntos semelhantes em que um deles encontra-se previsto em lei.
Esta distinção entre um instituto e outro é bastante útil, principalmente para os julgadores, pois se estabeleceu uma ordem na utilização das fontes do direito em que os princípios se encaixam como última possibilidade, até porque são em grande parte pensamentos e ideias, embora de certa forma consolidadas e aceitas pela moralidade e bons costumes.
OS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO NO ÂMBITO INTERNACIONAL
Existe uma universalidade dos princípios gerais de direito que significa a sua presença em todos os ordenamentos jurídicos, nacionais e internacionais. Miguel Reale demonstra a sua aderência a este entendimento sobre a universalidade quando menciona que os princípios se originam das constantes e variantes axiológicas, as quais formam o direito natural.
Na mesma linha de aceitação observada logo acima, o doutrinador Antonio Augusto Trindade afirma que esta “consciência jurídica universal” é uma “fonte material última de todo o Direito, restituindo ao ser humano a sua condição de sujeito do direito tanto interno como internacional, e destinatário final de todas as normas jurídicas de origem: tanto nacional como internacional”.
Portanto, os princípios gerais de direito norteiam não só as regras jurídicas nacionais, mas também todo o ordenamento, inclusive o internacional. Tal situação percebe-se principalmente no campo do direito de família.
Por fim, ainda que não completamente pacificada a questão dos princípios gerais de direito como fonte e/ou normas legais é sabido que eles são instrumentos para resolução de diversos conflitos que surgem no âmbito jurídico, sendo assim, os princípios gerais de direitos são de fato normas em consonância com a corrente doutrinária majoritária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESPINDOLA, Ruy Samuel. Conceito de princípios constitucionais: elementos teóricos para uma formulação dogmática constitucionalmente adequada. 2a ed. rev., atual. e ampliada. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, p. 53.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1a ed., Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito, 27a ed. ajustada ao novo Código Civil.São Paulo: Saraiva, 2002, p. 314.
SUNDFELD, Ari Carlos. Fundamentos de Direito Público, 4ª edição, 7ª tiragem. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 143/151.
TRINDADE, Antonio Augusto Cançado. Tratado de Direito Internacional dos Direitos Humanos, v.III, Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2003, p. 526.

Outros materiais