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A Responsabilidade Civil Objetiva do Estado por omissão_REVISTO

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Nota sobre a responsabilidade civil objetiva do Estado por omissão.
Natanael Sarmento, Dr. Prof. Titular da Unicap.
A responsabilidade civil do Estado tem o mesmo regime jurídico da responsabilidade objetiva para todas as pessoas de direito público interno, quer da administração direta: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Territórios, quer da indireta ou fundacional: Autarquias e Fundações Públicas, sendo extensiva às pessoas de direito privado prestadoras de serviços públicos que assumem os riscos de atividades típicas delegadas pela administração pública. 
Doutrina Celso Antonio Bandeira de Mello que o Estado brasileiro evoluiu da teoria da culpa civil para a noção da falta de serviço e, desta, para a responsabilidade objetiva (MELLO, Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Malheiros, 1977, 668).
	Nesta conformidade, a Administração Pública e prestadores de serviço público assumem o risco e sujeitam-se ao regime da responsabilidade objetiva na qual o dever de reparação dos danos independe da culpa do agente.
	Como toda questão jurídica relevante, a responsabilidade objetiva do Estado com a previsão do artigo 37, § 6º agitou doutrina e jurisprudência, mormente no que diz respeito à responsabilidade objetiva da Administração por omissão.
	Contudo, tem-se firmado, no âmbito doutrinário, e se assentado, na jurisprudência dos tribunais superiores (STF e STJ), o reconhecimento da responsabilidade omissiva estatal, observados certos pressupostos ou elementos. Neste sentido, considera-se necessária a comprovação do nexo de causalidade material entre o comportamento (ativo ou passivo) imputado e o evento danoso causado a terceiros.
	No STF, voto de Celso Antonio B. Mello tem sido compilado e repetido, em diversos acórdãos, sobre essa responsabilidade omissiva do Estado, conforme consulta livre da jurisprudência disponível do Pretório. No seu voto, o ministro Celso Mello traça o perfil dos elementos da responsabilidade objetiva do estado: 1. Alteridade do dano; 2. Nexo causal entre o eventus domni e o comportamento (ação ou omissão); 3. Oficialidade da atividade; 4. Inexistência de excludente de responsabilidade do Estado.
	Observados sobreditos elementos, o STF tem condenado a Administração a indenizar danos materiais e morais por atos comissivos ou omissivos, sem relevância o fato omissivo. São exemplos: danos provocados em veículos em face de vias públicas que expõem a vítima; danos causados em invasão de propriedade (MST) em não cumprimento de mandado de reintegração de posse; contágio de doenças em hospitais públicos; explosão de local destinado ao comércio de fogos de artifício, dentre outros casos. Por outro lado, pela ausência do nexo causal, tem negado pedidos no sentido de condenar a administração por crimes cometidos por foragidos do sistema prisional.

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