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excludente de ilicitude - julgados

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EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Estado de necessidade
HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO ESPECIAL CABÍVEL. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL PREVISTO NA CARTA MAGNA. NÃO CONHECIMENTO.
(...)
TENTATIVA DE FURTO. BEM DE VALOR ÍNFIMO. IRRELEVÂNCIA. ACUSADO REINCIDENTE. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
(...)
TENTATIVA DE SUBTRAÇÃO DE ALIMENTO PERECÍVEL. INEXISTÊNCIA DE ACRÉSCIMO NO PATRIMÔNIO DO ACUSADO. CIRCUNSTÂNCIAS. FOME E DESEMPREGO. FURTO FAMÉLICO. MANIFESTO ESTADO DE NECESSIDADE.
EXCLUSÃO DA ILICITUDE. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO.
1. Conquanto não se possa considerar a conduta perpetrada pelo paciente penalmente insignificante, o certo é que tentou subtrair uma unidade de gênero alimentício perecível para saciar a sua fome, não havendo dúvidas de que a res furtiva não ensejou qualquer acréscimo ao seu patrimônio.
2. A tentativa de furto de uma peça de costela pelo paciente, aliada às circunstâncias da prisão em flagrante, oportunidade na qual confessou o seu desvio de comportamento invocando a necessidade provocada pela falta de recursos materiais, caracteriza a sua atuação em manifesto estado de necessidade, afastando a ilicitude do fato que lhe foi imputado.
3. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para trancar a ação penal instaurada contra o paciente, expedindo-se alvará de soltura em seu favor, salvo se por outro motivo estiver preso.
(HC 267.447/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 25/06/2013, DJe 06/08/2013)
PENAL. RECURSO ESPECIAL. ESTELIONATO. ESTADO DE NECESSIDADE. QUESTÃO FÁTICA.
I - A afetação da qualidade de vida, mesmo implicando em dificuldades financeiras, por si só, não preenche os requisitos do status necessitatis (art. 24 do C.P.).
II - A verificação da situação fática supostamente pertinente impede o conhecimento do recurso especial (Súmula nº 07-STJ).
Recurso não conhecido.
(REsp 499.442/PE, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 24/06/2003, DJ 12/08/2003, p. 254)
APELAÇÃO CRIMINAL. PENAL. FURTO QUALIFICADO. ABUSO DE CONFIANÇA. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE DEMONSTRADA. ESTADO DE NECESSIDADE (FURTO FAMÉLICO). NÃO COMPROVAÇÃO DA ATUALIDADE DO RISCO E INEVITABILIDADE DO DANO. INSIGNIFICÂNCIA. RÉU COM ANTECEDENTES. NÃO CABIMENTO. CONDENAÇÃO POR FATO POSTERIOR. EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. IMIPOSSIBILIDADE.
1 – Para caracterização do Estado de Necessidade na prática do crime de furto (Furto Famélico), necessária a demonstração da atualidade do perigo e a inevitabilidade do comportamento lesivo, não bastando a mera alegação de penúria, miséria, pobreza ou desemprego.
(...)
(Acórdão n.888941, 20130810031104APR, Relator: CESAR LABOISSIERE LOYOLA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 20/08/2015, Publicado no DJE: 24/08/2015. Pág.: 150)
APELAÇÃO CRIMINAL. DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENALFURTO TENTADO. LESÕES CORPORAIS. RESISTÊNCIA. CONDENAÇÃO. RECURSO DEFENSIVO. PLEITO ABSOLUTÓRIO. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS.PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. REINCIDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. ESTADO DE NECESSIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. LESÕES CORPORAIS. APLICAÇÃO DO IN DUBIO PRO REO. ABSOLVIÇÃO. Aritogo 386, INCISO VII DO CPP. DOSIMETRIA. READEQUAÇÃO DA PENA.
(...)
3.O estado de necessidade não se confunde com estado de precisão, carência ou penúria, ou seja, não serve a alegação de pobreza e de desemprego como excludente da ilicitude. Cumpre destacar, ainda, que a incidência da referida excludente de ilicitude requer comprovação, não bastando a mera alegação vazia de que estava passando por momento de extrema miserabilidade.
(...)
(Acórdão n.874464, 20140910059152APR, Relator: CESAR LABOISSIERE LOYOLA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 11/06/2015, Publicado no DJE: 19/06/2015. Pág.: 63)
PENAL. FURTO. ESTADO DE NECESSIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO.
O furto famélico é admitido quando o agente pratica o delito em estado de necessidade extrema com o propósito de saciar sua fome, quando dele não se podia exigir conduta diversa. Assim, inviável a incidência da excludente de ilicitude do estado de necessidade quando não comprovado que o crime foi cometido como ação extrema e inevitável.
Apelação desprovida.
(Acórdão n.867357, 20120310149586APR, Relator: MARIO MACHADO, Revisor: GEORGE LOPES LEITE, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 14/05/2015, Publicado no DJE: 20/05/2015. Pág.: 104)
PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA. ABSOLVIÇÃO. ESTADO DE NECESSIDADE. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. AUSÊNCIA DE PERIGO ATUAL OU IMINENTE. POSSIBILIDADE DE AGIR CONFORME O DIREITO. NÃO ACOLHIMENTO. 
1. Não comprovados os requisitos do perigo atual e da inevitabilidade do comportamento lesivo, afasta-se a alegada excludente da ilicitude do estado de necessidade.
3. Incabível o reconhecimento de inexigibilidade de conduta diversa, quando perfeitamente possível um proceder conforme o direito, como no caso.
4. Recurso conhecido e improvido.
(Acórdão n.862001, 20141010021433APR, Relator: CESAR LABOISSIERE LOYOLA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 16/04/2015, Publicado no DJE: 12/05/2015. Pág.: 209)
APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. CAUSA EXCLUDENTE DE ILICITUDE. ESTADO DE NECESSIDADE. REQUISITOS. PERIGO ATUAL. INEXISTÊNCIA.
1. Dispõe o artigo 24 do Código Penal que "[c]onsidera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se".
2. A caracterização do estado de necessidade não prescinde da existência de perigo atual. In casu, as ameaças que o acusado diz receber – ainda que verídicas – não ensejam o reconhecimento da excludente, uma vez que inexiste perigo atual.
3. Apelação conhecida e não provida.
(Acórdão n.859077, 20131210043124APR, Relator: SILVA LEMOS, Revisor: ROMÃO C. OLIVEIRA, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 19/03/2015, Publicado no DJE: 09/04/2015. Pág.: 114)
APELAÇÃO CRIMINAL. PENAL. FURTO QUALIFICADO.ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO.ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. ESTADO DE NECESSIDADE (FURTO FAMÉLICO). FALTA DE COMPROVAÇÃO. OBJETOS FURTADOS. INCOMPATIBILIDADE. DOSIMETRIA. CONDENAÇÃO DEFINTIVA POR FATO POSTERIOR. PRESCRIÇÃO PELA PENA EM CONCRETO (RETROATIVA). IMPRESTABILIDADE DE AMBAS PARA MAJORAÇÃO DA PENA-BASE A QUALQUER TÍTULO (PERSONALIDADE, CONDUTA SOCIAL OU ANTECEDENTES PENAIS).
(...)
2. A incidência da excludente de ilicitude do estado de necessidade requer substancial comprovação, não bastando a mera alegação de que se passa por momento de extrema miserabilidade. Além disso, a premência na satisfação da necessidade, que é própria dessa excludente da ilicitude penal, é incompatível com os objetos ora furtados (peças de roupa femininas, ração de cachorro, rack de madeira).
(...)
(Acórdão n.854752, 20120510048980APR, Relator: CESAR LABOISSIERE LOYOLA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 12/03/2015, Publicado no DJE: 17/03/2015. Pág.: 303)
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS IMPETRADO CONTRA ATO DE MINISTRO DE TRIBUNAL SUPERIOR. INCOMPETÊNCIA DESTA CORTE. TENTATIVA DE FURTO. ART. 155, CAPUT, C/C ART. 14, II, DO CP). REINCIDÊNCIA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. FURTO FAMÉLICO. ESTADO DE NECESSIDADE X INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. SITUAÇÃO DE NECESSIDADE PRESUMIDA. ATIPICIDADE DA CONDUTA. HABEAS CORPUS EXTINTO POR INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.(...) 4. In casu, a) a paciente foi presa em flagrante e, ao final da instrução, foi condenada à pena de 4 (quatro) meses de reclusão pela suposta prática do delito previsto no art. 155, caput, c/c o art. 14, II, do Código Penal (tentativa de furto), pois,tentou subtrair 1 (um) pacote de fraldas, avaliado em R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) de um estabelecimento comercial. b) A atipicidade da conduta está configurada pela aplicabilidade do princípio da bagatela e por estar caracterizado, mutatis mutandis, o furto famélico, diante da estado de necessidade presumido evidenciado pelas circunstâncias do caso. 5. O furto famélico subsiste com o princípio da insignificância, posto não integrarem binômio inseparável. É possível que o reincidente cometa o delito famélico que induz ao tratamento penal benéfico. 6. Os fatos, no Direito Penal, devem ser analisados sob o ângulo da efetividade e da proporcionalidade da Justiça Criminal. Na visão do saudoso Professor Heleno Cláudio Fragoso, alguns fatos devem escapar da esfera do Direito Penal e serem analisados no campo da assistência social, em suas palavras, preconizava que “não queria um direito penal melhor, mas que queria algo melhor do que o Direito Penal”. (...) (HC 119672, Relator(a):  Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 06/05/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-106 DIVULG 02-06-2014 PUBLIC 03-06-2014)
DECISÃO: Trata-se de agravo cujo objeto é decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, assim ementado: “APELAÇÃO CRIMINAL – TRÁFICO DE DROGAS E RECEPTAÇÃO – PRELIMINAR DE NULIDADE AFASTADA – INEXISTÊNCIA DF CERCEAMENTO DE DEFESA – MÉRITO – ESTADO DE NECESSIDADE E INIMPUTABILIDADE NÃO CONFIGURADOS – ABSORÇÃO DO CRIME DE RECEPTAÇÃO PELO DELITO DE TRÁFICO – IMPOSSIBILIDADE – FATOS DISTINTOS – DOSIMETRIA – PENA-BASE REDUZIDA – ATENUANTES DE RELEVANTE VALOR MORAL OU SOCIAL E CONFISSÃO ESPONTÂNEA NÃO CARACTERIZADAS – INAPLICABILIDADE DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DA PENA PREVISTA NO ART. 46 DA LEI ANTIDROGAS – PARCIALMENTE PROVIDO. (...) 2. Não procede a tese de exclusão da ilicitude em razão da prática da conduta em estado de necessidade sob a argumentação de que a ré é dependente química e praticou os crimes por estar devendo dinheiro a traficantes e temia por sua vida e de seus filhos. Inexiste prova do alegado perigo, estando a versão da ré isolada nos autos. Ademais, a suposta dívida contraída com o tráfico é inservível para configurar o estado de necessidade porque seria perigo que provocou por vontade própria, que poderia ter sido evitado. E, abandonar o tráfico era circunstância exigível. Também não está caracterizada a inimputabilidade sob a fundamentação de ser dependente química. Não só pela inexistência de prova pericial, como pela vasta prova testemunhai da traficância praticada com vontade livre e consciente. (...)
(ARE 807444, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, julgado em 29/05/2014, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-106 DIVULG 02/06/2014 PUBLIC 03/06/2014)
Ementa: APELAÇÃO CRIME. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. FURTO NA FORMA TENTADA. MATERIALIDADE E AUTORIA DEMONSTRADAS. CONDENAÇÃO MANTIDA. (...) EXCLUDENTE DE ANTIJURIDICIDADE. ESTADO DE NECESSIDADE. FURTO FAMÉLICO. INOCORRÊNCIA. Admite-se a excludente de antijuridicidade pelo furto famélico quando o agente, vivendo em condições de miserabilidade, subtrai bens aptos a satisfazer privação inadiável sua ou de familiares, não envolvendo casos nos quais o furto represente acréscimo ao seu acervo patrimonial. (...) (Apelação Crime Nº 70064718067, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Naele Ochoa Piazzeta, Julgado em 30/09/2015)
Ementa: APELAÇÃO. CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO SIMPLES. MANUTENÇÃO DO DECRETO CONDENATÓRIO E DO ENQUADRAMENTO LEGAL DA CONDUTA. EXCLUDENTES DE ILICITUDE (ESTADO DE NECESSIDADE) E CULPABILIDADE (INIMPUTABILIDADE) NÃO CARACTERIZADAS. CRIME CONSUMADO. PROVA SUFICIENTE. DOSIMETRIA DA PENA. (...) 3. EXCLUDENTE DE ILICITUDE PELO ESTADO DE NECESSIDADE. Não se evidencia na espécie circunstância excepcional de proteção de direito individual ou de terceiro que exija o sacrifício de interesse juridicamente protegido. À evidência, eventual disposição insuportável de uso de substâncias entorpecentes experimentada pelo dependente químico não basta para a configuração do estado de necessidade, que somente se caracteriza quando o agente não tem meio diverso em seu alcance senão a ofensa ao interesse de outrem. (...) (Apelação Crime Nº 70062624218, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Dálvio Leite Dias Teixeira, Julgado em 16/09/2015)
PENAL. PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. ART. 33, CAPUT C/C ART. 40, INCISOS I e III, DA LEI Nº 11.343/2006. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL. ESTADO DE NECESSIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. DOSIMETRIA. PENA-BASE. CAUSA DE AUMENTO DE PENA. ART. 40, III, DA LEI Nº 11.343/2006 (TRANSPORTE PÚBLICO). NÃO APLICAÇÃO. ART. 33, § 4º, DA LEI Nº 11.343/2006. REDUÇÃO DE PENA. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. DEFERIMENTO. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (...) 3. Não há que se falar, na espécie, na ocorrência de estado de necessidade, considerando que a eventual dificuldade de natureza econômico-financeira por que estariam a passar os acusados, ora apelantes, não se apresenta como circunstância que esteja a autorizar a realização do delito de tráfico internacional de entorpecentes, pois, como apontou o MM. Juízo Federal sentenciante, "(...) a carência econômica não se revela apta a consubstanciar estado de necessidade, a permitir a prática de conduta delitiva como fonte de renda. Ademais, ainda que comprovada, não justifica a conduta criminosa e não afasta a culpabilidade, pois existem outras maneiras - lícitas - de prover tratamento de saúde de familiares, que não o cometimento de crimes" (fl. 261). (...)
(ACR 0008179-22.2013.4.01.3000 / AC, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL I'TALO FIORAVANTI SABO MENDES, QUARTA TURMA, e-DJF1 p.446 de 11/09/2015)
PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. PESCA DE PEQUENA QUANTIDADE DE PEIXES NO PERÍODO DO DEFESO. FALTA DE ADEQUAÇÃO SOCIAL NA CONDENAÇÃO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. O acusado foi denunciado, nos termos do art. 34, c/c 36 e art. 52, todos da Lei 9.605/98, por ter sido flagrado pescando em período proibido, no interior da Estação Ecológica do Cuniã, tendo consigo uma espingarda Boito, três malhadeiras, dois catitus abatidos, conduta que, a despeito da tipificação penal formal, foi considerada pela sentença, de forma correta (e razoável), como praticada em estado de necessidade (fl. 124) (...)
(RSE 0009860-09.2013.4.01.3200 / AM, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL OLINDO MENEZES, Rel.Conv. JUIZ FEDERAL MARCUS VINÍCIUS REIS BASTOS (CONV.), QUARTA TURMA, e-DJF1 p.671 de 10/09/2015)
Legítima defesa
PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO DE OFÍCIO. ART. 574, II, CPP. HOMICÍDIO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA. CARACTERIZAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. 1.Na legítima defesa putativa, o agente supõe situação que, se de fato ocorrente, tornaria sua ação legítima. Hipótese configurada nos autos. 2.Manutenção da sentença absolutória, por seus próprios fundamentos. 3.Recurso de ofício desprovido.(RCCR 0017494-15.1997.4.01.0000 / BA, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL I'TALO FIORAVANTI SABO MENDES, Rel.Acor. DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS OLAVO, QUARTA TURMA, DJ p.20 de 28/10/2005)
PENAL. PROCESSO PENAL. HOMICÍDIO TENTADO. LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA. CONFIGURAÇÃO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. I - Correta a sentença que absolveu sumariamente o réu por entender que, apesar de provadas a materialidade e autoria do ilícito, agiu em erro plenamente justificado por supor estar diante de uma iminente agressão - legítima defesa putativa. II - Recurso desprovido.
(RCCR 0001068-16.2003.4.01.4300 / TO, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL CÂNDIDO RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, DJ p.29 de 13/05/2005)
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. PRONÚNCIA. FUNDAMENTAÇÃO PER RELATIONEM. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE NULIDADE 
(...)
IV - Absolvição sumária por legítima defesa, na firme compreensão da jurisprudência e doutrina pátrias,somente há de ter lugar, quando houver prova unívoca da excludente, a demonstrá-la de forma peremptória (Código de Processo Penal, artigo 411)" (HC 25.858/RS, Sexta Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJ de 1º/8/2005).
(...)
(HC 295.547/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 30/06/2015, DJe 04/09/2015)
PENAL. VIAS DE FATOS (ARTIGO 21 DA LCP – DECRETO LEI 3.688/41). ABSOLVIÇÃO. ATIPICIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. CRIME PRATICADO NO ÂMBITO DOMÉSTICO E FAMILIAR. MAIOR REPROVABILIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA OFENSIVIDADE E INTERVENÇÃO MÍNIMA. ALEGAÇÃO NÃO ACOLHIDA. LEGÍTIMA DEFESA. DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTETIVA. COMPORTAMENTO DA VÍTIMA QUE SE DEFENDE. INVIABILIDADE. DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE CONTRADITÓRIO. EXCLUSÃO.
1. Não há falar-se em absolvição por atipicidade da conduta prevista no artigo 21 da LCP (vias de fato) por suposta violação aos princípios da ofensividade e da minima intervenção, porquanto a tipificação dessa conduta decorre de opção legítima do legislador em estabelecer o crime (lesão corporal) e a contravenção (vias de fato) de acordo com o grau de ofensa à integridade física da vítima. Ademais, a incolumidade física do ser humano é digna de tutela jurídica, dada a sua relevância.
2. A legítima defesa não se opera a favor de réu que, descumprindo medida protetiva de aproximação e contato, adentra de forma violenta a residência da vítima, ainda que esta supostamente tenha dado início às agressões físicas.
3. Deve ser afastada a condenação ao pagamento de danos morais (artigo 387, inciso IV, Código de Processo Penal), se não asseguradas as garantias do contraditório e da ampla defesa para sua fixação.
4. Recurso parcialmente provido tão somente para afastar os danos morais.
(Acórdão n.899047, 20140610132648APR, Relator: CESAR LABOISSIERE LOYOLA, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 08/10/2015, Publicado no DJE: 14/10/2015. Pág.: 101)
PENAL – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – LESÕES CORPORAIS – LEGÍTIMA DEFESA – CONDENAÇÃO MANTIDA – DANO MORAL – EXCLUSÃO – APELO PARCIALMENTE PROVIDO.
I. Incabível a tese de legítima defesa. Não houve a utilização moderada dos meios necessários com o intuito de repelir injusta agressão, atual ou iminente.
(...)
(Acórdão n.898986, 20130610126209APR, Relator: SANDRA DE SANTIS, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 01/10/2015, Publicado no DJE: 14/10/2015. Pág.: 75)
PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME DE LESÕES CORPORAIS. ART. 129 DO CÓDIGO PENAL. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS PELO CONJUNTO PROBATÓRIO ENCARTADO NOS AUTOS. LEGÍTIMA DEFESA NÃO CONFIGURADA. DOSIMETRIA. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL. DESFAVORÁVEL. FATO POSTERIOR. AFASTAMENTO. DADO PARCIAL PROVIMENTO.
1. O crime de lesões corporais restou devidamente comprovado pela prova produzida nos autos, destacando-se a palavra da vítima e o laudo de exame de corpo de delito que confirmam as lesões relatadas pela ofendida.
2. A utilização de meios desnecessários e a reação defensiva imoderada impedem o reconhecimento da legítima defesa.
(...)
(Acórdão n.898040, 20130910154566APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO DE OLIVEIRA, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 01/10/2015, Publicado no DJE: 09/10/2015. Pág.: 79)
PENAL – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – AMEAÇAS E LESÃO CORPORAL – PALAVRA DAS VÍTIMAS E DA TESTEMUNHA – PROVAS SUFICIENTES – LEGÍTIMA DEFESA – EXCESSO – ABSOLVIÇÃO INCABÍVEL – DOSIMETRIA – INDENIZAÇÃO À VÍTIMA – AUSÊNCIA DE PEDIDO ANTERIOR.
(...)
II. A legítima defesa possui dois requisitos: a injusta agressão e o uso moderado dos meios necessários. Ainda que houvesse provocação, o que não foi demonstrado, a reação do réu excedeu em muito o razoável.
(...)
(Acórdão n.896288, 20110610139978APR, Relator: SANDRA DE SANTIS, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 24/09/2015, Publicado no DJE: 29/09/2015. Pág.: 72)
Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO. LEGÍTIMA DEFESA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO ESTREME DE DÚVIDAS. JUÍZO DE PRONÚNCIA MANTIDO. (...) No caso, as provas constantes nos autos não são seguras a demonstrar, prima facie, que, no momento em que desferiu um golpe de foice na cabeça da vítima, o réu teria atuado em legítima defesa, pois há elementos nos autos que indicam que, no momento do embate que culminou com o ferimento provocado no ofendido, este sequer estaria armado. RECURSO DESPROVIDO. (Recurso em Sentido Estrito Nº 70066183732, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Miguel Achutti Blattes, Julgado em 08/10/2015)
Ementa: APELAÇÃO CRIME. LESÃO CORPORAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. MÉRITO. PALAVRA DA VÍTIMA. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. (...) LEGÍTIMA DEFESA. INOCORRÊNCIA. Réu admite ter lesionado a vítima. Tese de legítima defesa afastada. Não me parece razoável pensar que prévia briga familiar, seja pelo motivo que for, justifique conduta agressiva e desproporcional por parte do réu, mormente tratando-se de violência contra mulher/sogra, esta seguramente parte mais frágil. Condenação mantida. (...) (Apelação Crime Nº 70066019068, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Mello Guimarães, Julgado em 24/09/2015)
Ementa: APELAÇÃO CRIME. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LESÃO CORPORAL LEVE. RECURSO DEFENSIVO. PALAVRA DA VÍTIMA. SUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. (...) AUSÊNCIA DE LEGÍTIMA DEFESA APTA A ENSEJAR EXCLUSÃO DE ILICITUDE. Ainda que tenha ocorrido prévia briga de casal, os meios utilizados pelo réu para repelir a agressão perpetrada pela companheira não foram razoáveis e ocorreram de forma excessiva e exagerada, tanto que as lesões provocadas foram violentas. Não é razoável pensar que prévia briga de casal, seja pelo motivo que for, justifique conduta agressiva e desproporcional por parte do réu, mormente tratando-se de violência contra mulher, esta seguramente parte mais frágil da relação. (...) (Apelação Crime Nº 70066190984, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Mello Guimarães, Julgado em 24/09/2015)
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. LESÃO CORPORAL GRAVE. AUTORIA E MATERIALIDADE PLENAMENTE DEMONSTRADAS. AGRESSÃO PERPETRADA COM ARMA BRANCA. GOLPES QUE OCASIONARAM DEBILIDADE PERMANENTE DE MEMBRO SUPERIOR. CONDENAÇÃO MANTIDA. (...) A versão exculpatória, de que o réu agiu em legítima defesa, encontra-se isolada nos autos, na medida em que as testemunhas foram firmes e coesas ao afirmarem que o réu golpeou o ofendido com um facão após este intervir em favor de sua enteada, que era agredida pelo mesmo. (...) (Apelação Crime Nº 70054815980, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sandro Luz Portal, Julgado em 17/09/2015)
Ementa: APELAÇÃO. LESÃO CORPORAL GRAVE. ART. 129, § 1°, INCISO I, DO CÓDIGO PENAL. MATERIALIDADE E AUTORIA. ATUAÇÃO EM LEGÍTIMA DEFESA. ABSOLVIÇÃO DECRETADA. Demonstrado pela prova dos autos que a atuação do acusado se deu como reação à conduta da vítima, que investiu contra ele empunhando uma pedra, tendo o acusado, ainda, desferido dois disparos de alerta em direção ao chão, o que não foi suficiente para conter o ímpeto do ofendido. Absolvição que se impõe, em razão de ter restado suficientemente comprovada a incidência da excludente de ilicitude no caso concreto. Parecer ministerial favorável. RECURSO DEFENSIVO PROVIDO. RECURSO MINISTERIAL PREJUDICADO. (Apelação Crime Nº 70065162182, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Miguel Achutti Blattes, Julgado em 17/09/2015)
Estrito cumprimento do dever legal
ABUSO DE AUTORIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA. PROVA. CONDENAÇÃO MANTIDA. DOLO DE ABUSAR CONFIGURADO. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. INOCORRÊNCIA. DOSIMETRIA. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZADA. SUBSTITUIÇÃO DA PENA. PARCIAL PROVIMENTO.
I – O elemento subjetivo exigido pelo tipo penal previsto para o crime de abuso de autoridade é o dolo consistente na vontade de abusar do poder que detém em nome do Estado, agindo de maneira a exceder os poderes que lhe foram conferidos pela legislação.
II - Mantém-se a condenação da ré pela prática dos crimes de abuso de autoridade quando o conjunto probatório deixa indenede dúvidas que a autoridade policial determinou a prisão em flagrante de duas pessoas em manifesto abuso de autoridade sem que as hipóteses configurassem qualquer crime espécie de conduta criminosa.
III – Não se reconhece a excludente do estrito cumprimento do dever legal àquele que comprovadamente agiu com excessos e em manifesta ilegalidade.
(...)
(Acórdão n.859908, 20111010016982APR, Relator: NILSONI DE FREITAS, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 09/04/2015, Publicado no DJE: 14/04/2015. Pág.: 213)
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA. HOMICÍDIO TENTADO. POLICIAL MILITAR QUE DISPARA ARMA DE FOGO PELAS COSTAS DE PRESO EM FUGA. NÃO-CONFIGURAÇAO DA EXCLUDENTE DE ILICITUDE DO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. MEDIDA INADEQUADA E EXCESSIVA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DE PRONÚNCIA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
I - A conduta de atirar nas costas de preso que empreende fuga é fato que se amolda, em tese, ao tipo penal previsto no artigo 121, caput c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
II - Não resta configurada a excludente de ilicitude do estrito cumprimento do dever legal no caso de policial militar que atira pelas costas de preso com o fim de evitar sua fuga, tendo em vista que tal conduta excede os limites autorizadores da lei para a prática do fato típico.
III - O receio de ser administrativamente punido pela fuga de preso sob sua custódia não justifica o uso de força desnecessária, fora e além dos limites legais, para abster fuga de preso, fato que "ab initio", demonstra negligência e/ou imperícia no manejo de detento submetido à sua vigilância.
IV - Recurso CONHECIDO e NÃO PROVIDO.
(Acórdão n.766407, 20130111751710RSE, Relator: JESUINO RISSATO, Relator Designado:JOSÉ GUILHERME, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 27/02/2014, Publicado no DJE: 12/03/2014. Pág.: 241)
Ementa: EMBARGOS INFRINGENTES. CRIMES DOLOSOS E CULPOSOS CONTRA A PESSOA. HOMICÍDIO SIMPLES TENTADO (ARTIGO 121, CAPUT, COMBINADO COM O ARTIGO 14, II, (CINCO VEZES), NA FORMA DO ARTIGO 70, CAPUT, TODOS DO CÓDIGO PENAL). RÉUS (POLICIAIS MILITARES) PRONUNCIADOS POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO. Disparos efetuados contra veículo tripulado por adolescentes, nos limites da lei, sem excesso doloso ou culposo, caracterizam perfeitamente a incidência da justificante do estrito cumprimento do dever legal, que exclui a ilicitude do fato, nos termos do artigo 23, III, do Código Penal. IMPERATIVA A ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA DOS MILICIANOS, COM FULCRO NO ARTIGO 411, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. EMBARGOS ACOLHIDOS, POR MAIORIA. (Embargos Infringentes Nº 70011053956, Primeiro Grupo de Câmaras Criminais, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Antônio Cidade Pitrez, Julgado em 02/09/2005)
Ementa: FALSIDADE IDEOLÓGICA. RÉU JOSÉ CARLOS. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. PENA CARCERÁRIA QUE ATENDEU AOS PRINCÍPIOS DA NECESSIDADE E SUFICIÊNCIA. PENA DE MULTA REDIMENSIONADA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA PRESCRIÇÃO RETROATIVA. RÉU JUAREZ JOSÉ. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. PENA CARCERÁRIA E DE MULTA. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR. CRIME-MEIO ABSORVIDO PELO CRIME-FIM. CÚMULO MATERIAL. IMPOSSILIDADE. REDIMENSIONAMENTO. MINISTÉRIO PÚBLICO. CO-RÉUS MÉDICOS E PSICÓLOGOS. MATERIALIDADE E AUTORIA. CONDENAÇÃO QUE SE IMPÕE. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA PRESCRIÇÃO RETROATIVA. DEMAIS CO-RÉUS. EXASPERAÇÃO DA PENA CARCERÁRIA APLICADA. INVIABILIDADE. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA PRESCRIÇÃO RETROATIVA. (...) A excludente de ilicitude do estrito cumprimento do dever legal pressupõe que a conduta não seja expressamente contrária ao texto de lei, não podendo, assim, ser aplicada.(...) (Apelação Crime Nº 70001804897, Sexta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari Sudbrack, Julgado em 16/10/2003)
Ementa: ABUSO DE AUTORIDADE. PROVA INCRIMINATÓRIA. APENAÇÃO ADEQUADA. IMPROVIMENTO. Quando o álbum probatório retrata o extrapolar do agente, abusando dos limites de sua autoridade, não pode invocar a descriminante do cumprimento do dever legal, pois este deve coactar-se aos estritos parâmetros da licitude. (Apelação Crime Nº 695002816, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Aido Faustino Bertocchi, Julgado em 22/11/1995)
PENAL. MILITAR. ART. 209 DO CPM. EXCESSO DOLOSO. ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL NÃO CARACTERIZADO. CONDENAÇÃO MANTIDA. 
Conjunto probatório que, na espécie, ampara a condenação.Todo dever é limitado ou regulado em sua execução, e fora dos limites traçados na lei o que se apresenta é o excesso punível. Assim, se o acusado não agiu conforme os ditames legais (estrito cumprimento do dever legal), tendo praticado o excesso, a condenação é medida que se impõe. 
Apelo desprovido.
(Acórdão n.546573, 20090110275162APR, Relator: MARIO MACHADO, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 20/10/2011, Publicado no DJE: 09/11/2011. Pág.: 221)
Ementa: HOMICÍDIO CULPOSO - VIGIA QUE FERE MORTALMENTE VÍTIMA JÁ DOMINADA - ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL - NÃO CONFIGURAÇÃO. NÃO AGE AO ABRIGO DA EXCLUDENTE DA ILICITUDE DO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL VIGIA QUE, IMPRUDENTEMENTE, APÓS PERSEGUIR E CAPTURAR A VÍTIMA, QUE FURTAVA SACOS DE ARROZ, ESTANDO JÁ ESTA DOMINADA, NÃO APRESENTANDO NENHUM PERIGO A SUA VIDA OU DE TERCEIRO, FERE-A MORTALMENTE COM ARMA QUE TRAZIA ENGATILHADA, NÃO TENDO O CUIDADO OBJETIVO QUE SE IMPUNHA PARA EVITAR O QUE ACONTECEU. OUTROSSIM, COM BASE NO NOSSO SISTEMA PENAL, A EXCLUDENTE ALUDIDA SÓ É INVOCÁVEL PELO SEVIDOR PÚBLICO. HOMICÍDIO CULPOSO CARACTERIZADO. APELAÇÃO MINISTERIAL PROVIDA.. (Apelação Crime Nº 293118196, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Alçada do RS, Relator: Vladimir Giacomuzzi, Julgado em 19/10/1993)
"MORTE DO INFRATOR. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL DOS AGENTES DA LEI. ABSOLVICAO SUMARIA. I - AGEM SOB O AMPARO DO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL (CP, ART. 23, III) OS POLICIAIS MILITARES QUE, ATENDENDO AO CHAMADO DE UMA OCORRENCIA DE FURTO NA MADRUGADA, NUM ARMAZEM DA CIDADE, CHEGAM AO LOCAL E SURPREENDEM O LADRAO EM RETIRADA, INICIANDO-SE A PERSEGUICAO AO INFRATOR, QUE SE REFUGIA NA ESCURIDAO DO QUINTAL DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL, EM MEIO DE BANANEIRAS, SAINDO DE REPENTE COM UMA FACA NA MAO EM DIRECAO A UM DOS POLICIAIS QUE LHE FOCAVA A LANTERNA, INSTANTE EM QUE OS DOIS MILITARES QUE DAVAM COBERTURA AO COLEGA EFETUARAM DOIS DISPAROS CONTRA O INFRATOR, COM UM DOS PROJETEIS ATINGINDO-O NA NUCA, COM MORTE INSTANTANEA. ACONTECIMENTO INEVITAVEL QUE SE AJUSTA AO DISPOSTO NO ARTIGO 292 DO CODIGO DE PROCESSO PENAL, QUE PERMITE AO EXECUTOR DA ORDEM OU COMANDO LEGAL E AQUELES QUE O AUXILIAM NA DILIGENCIA USAREM DOS MEIOS NECESSARIOS PARA DEFENDER-SE OU PARA VENCER A RESISTENCIA DO INFRATOR, CARACTERIZANDO-SE, NO CASO, A EXCLUDENTE DE ILICITUDE DO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. II - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO PROVIDO, POR MAIORIA, A FIM DE ABSOLVER SUMARIAMENTE OS RECORRENTES DO FATO IMPUTADO."
(TJGO, RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 9672-2/220, Rel. DES. CHARIFE OSCAR ABRAO, 2A CAMARA CRIMINAL, julgado em 17/01/2008, DJe 66 de 10/04/2008)
PENAL E PROCESSUAL PENAL. ARTS. 32 C/C O § 2º e 15 DA LEI 9.605/1998. AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL. MAUS-TRATOS A ANIMAL, COM RESULTADO MORTE. EFETUAR DISPARO EM LUGAR HABITADO OU ADJACÊNCIAS, VIA PÚBLICA OU EM SUA DIREÇÃO. RETRATAÇÃO DA DECISÃO QUE RECEBEU A DENÚNCIA. IMPOSSIBILIDADE. INSIGNIFICÂNCIA. ART. 23, III, DO CÓDIGO PENAL. EXCLUDENTE DE ILICITUDE. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. AUSÊNCIA DE PERIGO PARA TERCEIRO. SUBSIDIARIEDADE. (...) 4. Age no estrito cumprimento do dever legal (excludente de ilicitude prevista pelo art. 23, III, do CP) o agente da Polícia Federal que durante uma operação sigilosa, e na missão de guia de uma cadela patrimônio da PF, treinada para a detecção de drogas, com apenas um disparo de arma de fogo e sem oferecer risco a terceiros, atinge e mata cão de rua, ao verificar iminente ataque ao animal sob sua guarda. O fato é atípico, impondo-se o trancamento da ação penal. (...)
(RSE 0012537-46.2012.4.01.3200/ AM, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL MONICA SIFUENTES, TERCEIRA TURMA, e-DJF1 p.933 de 28/03/2014)
PENAL. PROCESSO PENAL. ESTELIONATO CONTRA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. SUPERAVALIAÇÃO DE JÓIAS. PENHOR. INEXISTÊNCIA DE EXCLUSÃO DE ILICITUDE. ILICITUDE DE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. 1. Não age em estrito cumprimento do dever legal o empregado da CEF que superavalia as jóias dadas em penhor, não obedecendo, rigorosamente, os limites do dever. 2. A previsão em norma Circular da CEF, de responsabilidade civilmente do avaliador executivo, não exclui a possibilidade de presunção criminal. 3. Autoria e materialidades comprovadas. 4. Apelações parcialmente providas.
(ACR 0004510-54.1997.4.01.3700 / MA, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL TOURINHO NETO, TERCEIRA TURMA, DJ p.4 de 26/05/2006)
Exercício regular de direito
PENAL. ARTIGOS 305 E 306 DO CTB E 129, CAPUT, E 329, CAPUT, DO CP. ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE E ILICITUDE PELO EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO – INVIABILIDADE. APLICAÇÃO DO SURSIS – PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
(...)
Não há exercício regular do direito na resistência e agressão a policiais quando estes entram na residência do acusado em virtude de flagrante delito.
(...)
(Acórdão n.857272, 20131010081369APR, Relator: ROMÃO C. OLIVEIRA, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 19/03/2015, Publicado no DJE: 26/03/2015. Pág.: 118)
CRIMES CONTRA A HONRA. QUEIXA-CRIME. CALÚNIA E DIFAMAÇÃO.LITISPENDÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. INÉPCIA. MANDATO COM PODERES ESPECIAIS. AUSÊNCIA. PEÇA ACUSATÓRIA NÃO ASSINADA. PRAZO DECADENCIAL. VÍCIOS NÃO SANADOS. CONDIÇÕES DA AÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. JUSTA CAUSA. ANIMUS CALUNIANDI, DIFFAMANDI VEL INJURIANDI. DOLO. AUSÊNCIA. EXCLUDENTES DE ILICITUDE. EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO. REIJEIÇÃO.
(...)
4. A justa causa é o lastro probatório mínimo exigido para deflagração da ação penal. As publicações do denominado "Jornal da Associação dos Condôminos de Centro Empresarial Brasília", se atribuídas aos Querelados, não trazem expressões em si difamatórias, nem contra o condomínio, nem contra a sua administração, por uma questão peculiar: os Querelados são condôminos e, portanto, possuem direito de se insurgir contra uma administração com a qual não concordem. Assim como a administração goza do direito de enviar aos condôminos propaganda para enaltecer sua gestão, condôminos insatisfeitos gozam da liberdade de expressar seu descontentamento e se manifestar, chamando atenção dos demais condôminos, desde que minimamente embasado. Trata-se de exercício regular do direito (art. 23, III, do CPB), excludente de ilicitude penal.
5. Queixa-crime rejeitada.
(APn 737/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado em 17/12/2014, DJe 05/02/2015)
RHC. CALÚNIA. ADVOGADOS. FALTA DE JUSTA CAUSA. DENÚNCIA QUE, EM TESE, DESCREVE FATO TÍPICO. A IMUNIDADE JUDICIÁRIA NÃO É APLICAVÉL AOS DELITOS DE CALÚNIA. PRERROGATIVAS DO ADVOGADO QUE NÃO COMPORTAM SENTIDO ABSOLUTO E INCONTESTÁVEL. EXCLUDENTE DE ILICITUDE DO ART. 23, III, DO CP. INOCORRÊNCIA. EXAME RESTRITO DA CAUSA EM SEDE DE HABEAS CORPUS. SENDO A VÍTIMA MAGISTRADO, OFENDIDO EM SEU ÂMBITO PROFISSIONAL E PÚBLICO, JUSTIFICADA A ATUAÇÃO DO PARQUET ESTADUAL, NA FORMA DO ART. 145, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CP.
A imunidade judiciária contemplada no art. 133 da Constituição Federal e no art. 142, inciso I, do Código Penal, não alcança o crime de calúnia, mas tão-somente a injúria e a difamação.
Precedentes.
Incabível acobertar a tese de exclusão da ilicitude com base no art. 23, inciso III, do Código Penal (estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito), ante a consideração sufragada por doutrina e jurisprudência, de não serem absolutos e incontestáveis os poderes do causídico na sua esfera de atuação profissional, sendo, evidentemente, puníveis os eventuais excessos e abusos perpetrados.
Tendo sido o Magistrado ofendido em seu âmbito profissional, de funcionário público, justifica-se o exercício da ação penal pelo Ministério Público Estadual, na forma do art. 145, parágrafo único, do CP.
Recurso desprovido.
(RHC 11.324/SP, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 02/10/2001, DJ 12/11/2001, p. 158)
PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. INTEMPESTIVIDADE. LEI 8.038/90, ART. 30. TRANCAMENTO. INQUÉRITO POLICIAL. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA. LEI 4.595/64. LEI 7.492/86.
(...)
IV - Não há como se reconhecer, em princípio, a causa justificadora do exercício regular do direito. A necessidade da parte produzir determinada prova em juízo não autoriza o advogado a divulgar informações sigilosas de terceiro sem a prévia e indispensável autorização judicial.
Recurso não conhecido.
(RHC 9.505/MT, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 04/05/2000, DJ 29/05/2000, p. 166)
EMENTA: HABEAS-CORPUS. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. CALÚNIA CONTRA MAGISTRADO. ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA OFERECER DENÚNCIA. IMPROCEDÊNCIA. IMUNIDADE MATERIAL DO ADVOGADO. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. EXCLUDENTE DE ANTIJURIDICIDADE. NÃO-OCORRÊNCIA. 1. Habeas-corpus. Trancamento de ação penal por ausência de justa causa. Medida de caráter excepcional que pressupõe, de plano, a constatação de ser atípica a conduta incriminada, a ocorrência de hipóteses de extinção da punibilidade ou inocência do acusado. Necessidade de incursão no contexto probatório, afeto à instrução criminal. Impossibilidade. Precedentes. 2. Calúnia contra magistrado e legitimidade do ministério público para oferecer a denúncia. Ofensas irrogadas contra agente público, relacionadas com o exercício do "munus público". Ação pública condicionada à representação. Ilegitimidade do Ministério Público para oferecer denúncia, em virtude da iniciativa do ofendido. Alegação improcedente. 3. Imunidade material do advogado. Garantia constitucional que, na forma da lei, assegura a inviolabilidade por seus atos e manifestações no exercício da profissão. Imunidade relativa, que não alcança a ofensa caracterizada como calúnia, haja vista as disposições do Estatuto da Ordem dos Advogados e do Código Penal. Precedentes. 4. Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito. Excludentes de antijuridicidade. Ocorrência. Alegação improcedente. O estrito cumprimento do dever legal do profissional da advocacia pressupõe sua manifestação sobre questões pertinentes ao objeto da causa e o exercício regular do direito, a observância aos requisitos objetivos delineados pelo Poder Público, para fazer prevalecer o direito subjetivo, penal e extrapenal, do acusado. Habeas-corpus indeferido. (HC 81517, Relator(a):  Min. MAURÍCIO CORRÊA, Segunda Turma, julgado em 02/04/2002, DJ 14-06-2002 PP-00158 EMENT VOL-02073-03 PP-00486)
PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL - INVASÃO DE TERRAS DA UNIÃO - ART. 20 DA LEI 4.947/66. DESTRUIÇÃO DE APP - ART. 38 DA EI 9.605/98 - AUSÊNCIA DE JUSTA DE CAUSA - OCUPAÇÃO DE BOA-FÉ NÃO DEMONSTRADA - MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS - EXCLUSÃO DE CULPABILIDADE - NÃO INCIDÊNCIA - CONDENAÇÃO MANTIDA - PENA – DOSIMETRIA (...) 5. É incabível sustentar que a ocupação das terras da União pelo Apelante encontra fundamento no exercício regular do direito à retenção de benfeitorias que teriam sido edificadas no imóvel, porquanto ausente no caso a boa-fé. Acrescente-se que, segundo a disposição contida no art. 71 do Decreto-lei n. 9.760/46, disciplinadora do regime jurídico dos imóveis da União, inexiste previsão para o direito de retenção, sendo inadmissível aplicar-se o Código Civil em detrimento da norma especial. (...)
(ACR 0004907-46.2006.4.01.3200 / AM, Rel. JUIZ FEDERAL HENRIQUE GOUVEIA DA CUNHA (CONV.), TERCEIRA TURMA, e-DJF1 p.1016 de 07/02/2014)

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