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C Professor Cleber Batista de Sousa 1 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos APOSTILA ANÁLISE DE CUSTOS C Professor Cleber Batista de Sousa 2 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos UNIDADE I – ORIGEM DOS CUSTOS 1.1 CONTABILIDADE GERAL (FINANCEIRA) VERSUS CONTABILIDADE DE CUSTOS A contabilidade financeira (societária) teve seu desenvolvimento na Era Mercantilista, nessa época, como a predominância era a atividade comercial, a única preocupação com os custos era verificar quanto se pagou pela mercadoria (estoque) e conseqüentemente qual seria o valor de venda, que, na maioria das vezes, era calculado simplesmente aplicando um percentual em cima do valor de compra. A equação para se chegar ao custo da mercadoria vendida era muito simples: estoque inicial + compras – estoque final, ou seja: CMV = Ei + C – Ef Até hoje, algumas empresas de pequeno e médio porte que se dedicam apenas à atividade comercial utilizam-se dessa fórmula. É muito comum ouvirmos o termo: fechado para balanço, isso quer dizer que a empresa está apurando o seu saldo de estoque, ou seja, apurando o estoque final para aplicar a fórmula. Assim, se a empresa no final do ano anterior tinha um estoque de $ 1.000,00 efetuou compras durante o ano no valor de $ 5.000,00 e seu estoque final é de $ 1.500 teremos: CMV = 1.000 + 5.000 – 1.500 CMV = 4.500 Dessa forma, terá apurado que seu custo é de R$ 4.500,00. C Professor Cleber Batista de Sousa 3 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Com o início da Revolução Industrial (século XVIII) a Contabilidade de Custos foi ganhando maior importância, pois, a partir daí, não bastava calcular apenas a variação do estoque de um período para outro, para saber quanto se consumiu de matéria-prima na produção de um determinado bem, pois a fabricação de um produto não envolve apenas materiais, mas também, insumos, mão-de-obra, horas de máquinas e equipamentos (depreciação) e outros fatores mais. Portanto, foi uma época de muito desenvolvimento da Contabilidade de Custos, mas ainda sendo utilizada apenas para fins de melhor mensuração dos custos com a finalidade de apurar o resultado do exercício. O grande salto aconteceu no século XX e mais especialmente nas três últimas décadas (anos 70 para cá) com a chamada Contabilidade Gerencial, nesse período a Contabilidade de Custos deixou de ser tratada apenas como suporte para a Contabilidade Financeira e passou a ser vista com enfoque gerencial. A crise econômica mundial que se estabeleceu nos últimos anos, a necessidade de busca da competitividade, a otimização dos resultados como meio de sobrevivência das empresas, descobrir qual produto gera melhor resultado, são alguns dos aspectos que contribuíram para o desenvolvimento dos estudos e análises dos custos dos produtos. Dessa forma, a Contabilidade de Custos que na Era Mercantilista somente calculava o custo da variação do estoque, ganhou maior importância com a Revolução Industrial e nos dias de hoje é uma atividade primordial para as empresas, não só as comerciais e industriais, mas acima de tudo para as prestadoras de serviços, onde nem sempre os processos são bem delimitados como na indústria. No enfoque gerencial, a Contabilidade de Custos é estudada com a utilização de termos como: Gestão de Custos, Administração de Custos, Custos para Tomada de Decisões e outros, ficando o termo “Contabilidade” como a parte operacional desse processo. C Professor Cleber Batista de Sousa 4 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos 1.2 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Atualmente a Contabilidade de Custos serve a três finalidades principais, a saber: 1.2.1 Avaliação do patrimônio Serve para atribuir valor aos estoques de produtos acabados, em elaboração e de matérias-primas, bem como para apuração do resultado das operações da empresa (lucro ou prejuízo). 1.2.2 Planejamento e controle das operações e atividades da empresa Controlar significa conhecer a realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e suas origens e corrigi-las. Para entender melhor o que a contabilidade de custos tem a ver com controle, podemos trazer para a nossa vida pessoal, perguntando? 1. Conheço a origem de cada receita e o destino das minhas despesas? 2. Estão elas dentro dos valores e limites que deveriam estar? 3. Quando algumas delas se desviam do comportamento que deveriam ter, tenho conhecimento rápido disso? 4. Sou capaz de identificar também rapidamente a razão do desvio? 5. Tomo alguma atitude para corrigir esses desvios quando tenho condições de fazê-lo? Se as cinco respostas são positivas, podemos dizer que temos controle da situação financeira pessoal. C Professor Cleber Batista de Sousa 5 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos De igual forma, a empresa tem controle de seus custos quando ela os conhece, verifica se está dentro do esperado, analisa as divergências e toma medidas para correção dos desvios. Vale salientar que somente conhecer não é suficiente. 1.2.3 Tomada de decisões As decisões são mais produtivas quando se baseiam em juízos ponderados do que quando se fundamentam apenas em palpites e conjecturas. O juízo ponderado requer a coleta de informações relevantes na forma e no momento corretos. Sendo assim, há uma série de problemas que poderão surgir, cujas decisões dependem, basicamente, dos dados fornecidos pela contabilidade de custos, como por exemplo: � Que preço de venda atribuir a cada produto ? � Quanto contribui cada produto para a formação do lucro total da empresa ? � Qual o custo real envolvido na produção de cada produto ou artigo produzido ? � Quais os produtos ou artigos que deverão ter a sua produção aumentada ? � Quando se deve cessar de produzir determinado produto ou artigo ? � Quais os custos que deverão ser rigorosamente controlados ? � Como desenvolver um sistema que permita avaliar a eficiência de cada setor/departamento da empresa ? � Qual o valor mínimo de vendas necessário para cobrir os custos de produção (equilíbrio) ? � Qual deverá ser a produção máxima possível, num contexto econômico ? � Qual o tamanho ideal para determinado setor/departamento de produção/controle de qualidade ? � Quando a empresa deve substituir os processos de produção atuais por outros mais modernos ou mais caros ? C Professor Cleber Batista de Sousa 6 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos � Quando se deve substituir os equipamentos ? � Qual a melhor opção em termos de ganho econômico: comprar pronto ou produzir os acessórios ? � A empresa deve aumentar os esforços de vendas, envolvendo-se numa campanha publicitária ? � Face ao comportamento de mercado, o que é melhor: aumentar a produção ou diminuir o preço de venda ? C Professor Cleber Batista de Sousa 7 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos UNIDADE II CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS 2.1 CONCEITOS UTILIZADOS NA CONTABILIDADE DE CUSTOSTão importante quanto uma estratégia bem definida de comercialização e elaboração do preço de venda, é a análise dos componentes que afetam os resultados de uma empresa e como estes componentes podem contribuir para uma tomada de decisão. Para se fazer esta análise torna-se indispensável o correto entendimento terminológico de alguns termos utilizados pelos analistas de custos, a seguir explicitados. CUSTO: é a expressão, monetariamente quantificada, da utilização de recursos para adquirir ou processar um determinado bem. Em outras palavras são gastos do processo fabril. DESPESA: é a valorização monetária do consumo de recursos que é feito para a obtenção de receitas ou de algum benefício. As despesas estão relacionadas com a administração, tributação e comercialização. Podemos conceituar despesas também como gastos necessários para a obtenção da receita. INVESTIMENTO: é o gasto que a empresa realiza na compra de um bem ou na obtenção e posse de um direito que vai gerar benefícios de caixa no futuro e que não vai ser totalmente consumido ou utilizado num só período, num só exercício. Os investimentos serão considerados como custos ou despesas à medida que a empresa vai usando ou consumindo gradativamente esses bens ou direitos. C Professor Cleber Batista de Sousa 8 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos GASTO: sacrifício, normalmente em moeda, que a entidade faz para a obtenção de um produto ou serviço; o sacrifício pode ser a entrega de numerário ou a assunção de um compromisso de pagar em data posterior. Podemos dizer que acontece um gasto sempre que a empresa assume o compromisso de efetuar um pagamento à vista ou à prazo. DESEMBOLSO: é o pagamento resultante da aquisição de bens ou serviços. PERDA: é o bem ou serviço consumido de forma involuntária, não esperada. As perdas anormais não devem compor o custo dos produtos, mas serem reconhecidas no resultado do período. Exemplo: materiais perdidos em função de acidentes, incêndios, enchentes. 2.2 Classificação dos custos 2.2.1 EM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO A) CUSTOS FIXOS São aqueles que permanecem inalterados independentes do volume produzido, ou quando variam esta variação não é em função das unidades produzidas. Exemplo: Aluguel da fábrica, que continua o mesmo durante todo o período e mesmo quando reajustado, nada tem a ver com as unidades produzidas; a depreciação da fábrica pelo método de linha reta também constitui um custo fixo, pois é mesma parcela durante o período, não havendo acréscimo ou decréscimo em função das unidades produzidas. C Professor Cleber Batista de Sousa 9 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos B) CUSTOS VARIÁVEIS São aqueles que alteram o valor em função do volume de produção da empresa. Exemplo: Matéria-prima, Material Direto e a mão-de-obra direta. Quando conceituamos Custos Fixos e Custos Variáveis, os fizemos em função dos Custos Totais. Vejamos agora estes conceitos em relação aos Custos Unitários: ESPÉCIE DE CUSTO COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO AO VOLUME DE ATIVIDADES CF (Custo Fixo Total) Não varia Cf (Custo Fixo Unitário) Varia inversamente CV (Custo Variável Total) Varia proporcionalmente Cv (Custo Variável Unitário) Não varia Ct (Custo Total Unitário) Varia inversamente Exemplo numérico (em R$): Qtde. CF CV CT Cf Cv Ct (Cf + Cv) 1 2.000 600 2.600 2.000 600 2.600 2 2.000 1.200 3.200 1.000 600 1.600 4 2.000 2.400 4.400 500 600 1.100 5 2.000 3.000 5.000 400 600 1.000 8 2.000 4.800 6.800 250 600 850 10 2.000 6.000 8.000 200 600 800 C Professor Cleber Batista de Sousa 10 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Analisando o quadro acima, podemos verificar que o Custo Fixo total se mantém com o valor de R$2.000,00 de 1 a 10 unidades produzidas, portanto não sofreu nenhuma alteração, enquanto que o Cf (Custo Fixo Unitário) apresenta decréscimo para cada aumento de produção. O Custo Variável Total apresentou variação (acréscimo) proporcional às quantidades produzidas, enquanto que o Cv (Custo Variável Unitário) manteve-se inalterado em cada aumento de produção, permanecendo sempre R$ 600,00 de 01 a 10 unidades produzidas. 2.2.2 CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO A ALOCAÇÃO A) CUSTOS DIRETOS São aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo (quilograma de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão-de-obra utilizadas) Exemplo: Matérias-primas, embalagens, mão-de-obra direta, etc. B) CUSTOS INDIRETOS São aqueles que não oferecem condição de uma medida objetiva, tendo, portanto, as alocações de serem feitas por meio de rateios, utilizando-se bases de volume, que são na maioria das vezes arbitrárias. Exemplo: Aluguel da fábrica, seguro da fábrica, salário dos encarregados da fábrica, etc. C Professor Cleber Batista de Sousa 11 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) Classificar os itens abaixo de acordo com sua natureza, marcando X em todas opções possíveis para cada gasto. Para os custos, informar também se é fixo ou variável, se é direto ou indireto. Considere que trata-se de uma indústria que fabrica dois tipos de produtos, na mesma linha de produção. G A S T O C U S T O D E S P E S A D E S E M B O L S O I N V E S T I M E N T O S P E R D A S F I X O S V A R I Á V E I S D I R E T O S I N D I R E T O S Pagamento de aluguel da Fábrica Utilização de Matéria-Prima na produção Pagamento de Seguro da fábrica Aquisição Equipamentos de Produção à prazo Máquinas Pagamento de equipamentos de produção adquiridos anteriormente à prazo Pagamento de água utilizada na fabricação Depreciação de Máquinas da Fábrica Depreciação de máquinas da fábrica pelo método linear Depreciação de computadores do escritório Materiais diretos aplicados na produção Salários dos vendedores Mão de obra direta Mão de obra indireta Incêndio na fábrica Materiais indiretos utilizados na produção C Professor Cleber Batista de Sousa 12 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos 2) A compra de maquinários para ser utilizado na produção, é: ( ) Uma receita. ( ) Uma despesa. ( ) Um custo. ( ) Um investimento. ( ) Um desembolso. 3) - Podem ser classificados como custos variáveis: ( ) Matéria-prima, aluguel da fábrica e supervisão da produção. ( ) Combustíveis para máquinas, depreciação de máquinas da fábrica e energia elétrica da fábrica. ( ) Transporte de pessoal da fábrica, salário da supervisão da fábrica e aluguel da fábrica. ( ) Nenhuma das opções. C Professor Cleber Batista de Sousa 13 CentroUniversitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos 2.2.3 CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À OCORRÊNCIA A) CUSTO BÁSICO Representa o custo com matéria-prima consumida. É representado pela seguinte fórmula: CB = EIMP + CMP – EFMP, onde: EIMP = Estoque inicial de matéria-prima; CMP = Compras de matéria-prima; e EFMP = Estoque Final de matéria-prima; B) CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO OU DE CONVERSÃO Representam o esforço da empresa no processo de elaboração de um determinado item. Eles resultam da soma dos custos de mão-de-obra direta e dos custos indiretos de produção. É medido pela seguinte fórmula: CT = MOD + CIF, onde: MOD = Mão de obra direta CIF = Custos Indiretos de Fabricação C Professor Cleber Batista de Sousa 14 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos C) CUSTOS DE PRODUÇÃO DO PERÍODO OU CUSTO FABRIL É a soma dos custos incorridos na produção de certo período São chamados ainda de “custos fabris” ou “custos de fabricação”. É a soma do custo básico + o custo de transformação. CF = CB + CT D) CUSTOS DOS PRODUTOS FABRICADOS É a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Pode conter custos de produção também de períodos anteriores, existentes em unidades que só foram completadas no presente período. É o resultado do emprego da fórmula: CPF = EIPE + CF – EFPE, onde: EIPE = Estoque Inicial de produtos em elaboração CF = Custo Fabril EFPE = Estoque Final de produtos em elaboração. E) CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS É a soma dos custos incorridos na fabricação de produtos, que foram vendidos no período. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em períodos diferentes. É o resultado do emprego da fórmula: CPV = EIPA + CPF – EFPA, onde: EIPA = Estoque Inicial de produtos acabados CPF = Custo dos produtos fabricados EFPA = Estoque Final de produtos acabados. C Professor Cleber Batista de Sousa 15 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 4) A empresa LC Ltda, apresentou o seguinte relatório referente ao mês de janeiro, solicitando que você faça uma análise de seus custos: R$ . 4.1 - Matéria-Prima Direta 5.1.1 – Consumida no período 50.000 5.1.2 - Estoque inicial 10.000 5.1.3 - Estoque final 4.000 4.2 - Mão-de-obra direta 50.000 Mão-de-obra disponível 80.000 4.3 - Outros custos indiretos e despesas Aluguel da fábrica 5.000 Seguro da fábrica 4.000 IPI 1.000 Frete para entrega de produtos 3.000 Depreciação de máquinas da Fábrica (método linear) 3.000 Energia elétrica da fábrica 3.000 Salário setor de contas a pagar 1.000 Salário supervisor administrativo 5.000 4.4 - Estoque de Produtos em Elaboração Inicial 500 Final 2.000 4.5 - Estoque de Produtos Acabados Inicial 2.000 Final 1.800 Com base nestes dados, responda qual o custo dos produtos vendidos. C Professor Cleber Batista de Sousa 16 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos UNIDADE III APURAÇÃO DE CUSTOS NAS EMPRESAS 3.1 Apuração de custos em empresas prestadoras de serviços As apurações dos custos dos serviços prestados englobam todos os gastos necessários à prestação de determinado serviço. Como as empresas prestadoras de serviços normalmente trabalham sob encomenda, os custos de cada serviço encomendado, será apurado considerando: - Custos com materiais gastos diretamente na prestação do serviço; - Horas de mão-de-obra gasta diretamente na prestação do serviço; - Outros gastos relacionados aos serviços não reembolsados. 3.2 – Apuração de custos em empresas comerciais Conforme determina o Regulamento do Imposto de Renda (RIR), os estoques de mercadorias e o custo das mercadorias vendidas, devem englobar todos gastos necessários para colocar a mercadoria em condições de venda, deduzidos dos impostos não cumulativos. Sendo assim, o valor líquido que vai compor o estoque de mercadorias e/ou o CMV, deverá ser apurado da seguinte forma: C Professor Cleber Batista de Sousa 17 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Valor da compra (-) Descontos incondicionais (=) Base de Cálculo dos Tributos (-) Tributos Recuperáveis ICMS PIS (se lucro real) COFINS (se lucro real) (+) Outros gastos (=) Valor de aquisição da mercadoria Este valor de aquisição será o valor que irá compor, num primeiro momento, o estoque da empresa, ou seja, o investimento que a empresa fez com a aquisição da mercadoria. O custo será determinado pelo método de avaliação do estoque que poderá ser PEPS, UEPS ou preço médio. O CMV também poderá ser determinado pela seguinte fórmula: CMV = EI + C - EF Onde: CMV = Custo das Mercadorias Vendidas; EI = Estoque inicial de mercadorias; C = Compras de mercadorias; e EF = Estoque final de mercadorias. C Professor Cleber Batista de Sousa 18 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO Apurar o valor do estoque final e o custo da mercadoria vendida no período da empresa Comercial Endobrax, estabelecida em Belo Horizonte/MG e optante pelo lucro real. Sabe-se que a empresa utiliza o preço médio para avaliar os estoques. A) Compra, em São Paulo/SP, de 200 peças, pelo valor total de R$ 22.000,00, à prazo; B) Compra, em Salvador/BA, de 300 peças, pelo valor total de R$ 28.000,00; C) Venda de 100 peças pelo valor total de R$ 30.000,00; D) Compra, em Montes Claros/MG, de 500 peças, no valor bruto de R$ 8.000,00, com desconto de 10%, destacado na Nota Fiscal; E) Venda de 230 peças pelo valor total de R$ 55.000,00. C Professor Cleber Batista de Sousa 19 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos 3.3 Apuração de custos em empresas industriais É a aplicação dos gastos efetuados com a produção nas unidades produzidas; ou seja, é a obtenção do custo unitário do produto através da distribuição dos gastos de produção para cada unidade. 3.3.1 COMPONENTES DO CUSTO É a soma de todos os gastos consumidos, ou seja, todos os custos da fábrica. É composto de matéria prima, mão de obra e Custos Indiretos de Fabricação – CIF. 3.3.1.1 MATÉRIA PRIMA São bens que irão sofrer transformação para o surgimento de novos bens. Exemplos: A borracha para o pneu, a celulose para o papel, a madeira para o móvel, o calcário para o cimento, etc. Semelhante a apuração dos custos com mercadorias, o custo com a matéria prima será apurado levando em consideração o valor da compra, deduzidos os descontos incondicionaisconcedidos, os tributos recuperáveis e acrescidos de todos os gastos necessários para colocar a matéria prima em condições de uso. Será apurado com a seguinte estrutura: Valor da compra (-) Descontos incondicionais (=) Base de Cálculo dos Tributos (-) Tributos Recuperáveis ICMS IPI PIS (se lucro real) COFINS (se lucro real) C Professor Cleber Batista de Sousa 20 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos (+) Outros gastos (=) Valor de aquisição da matéria prima Também de forma idêntica à apuração do custo da mercadoria, este valor de aquisição da matéria prima, será o valor que irá compor, num primeiro momento, o estoque da empresa, ou seja, o investimento que a empresa fez com a aquisição da matéria prima O custo será determinado pelo método de avaliação do estoque que poderá ser PEPS, UEPS ou preço médio. C Professor Cleber Batista de Sousa 21 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) Apurar o valor do estoque final, sabendo que sobre as compras há ICMS de 18%, a empresa é optante pelo lucro presumido e utiliza o preço médio para avaliar os estoques. Data Histórico 05 Compra de 1.000 unidades a 22,00 cada 10 Compra de 2.000 unidades a 20,00 cada 20 Requisição de 2.200 unidades para a produção 25 Compra de 1.200 unidades a 21,00 cada 30 Requisição de 900 unidades para a produção 2) A Indústria Em Foco Ltda., optante pelo lucro real e estabelecida em Belo Horizonte/MG, apresenta os eventos abaixo, e informa que adota o método PEPS para avaliação dos estoques e que a quantidade produzida no período foi de 180 unidades. Pede Informar o estoque final de matéria-prima e o custo unitário de produção. A) Em 02 de março, compra, em São Luiz/MA, de 600 unidades de matéria prima, à prazo, no valor bruto de R$ 23.400,00, com desconto de 10% destacado na Nota Fiscal. Foi pago separadamente da Nota Fiscal o valor de R$ 280,00 referente seguro para transporte da matéria prima. B) Em 15 de março, compra, em Curitiba/PR, de 500 unidades de matéria prima, no valor liquido de 22.300,00, já deduzido um desconto de 15% destacado na Nota Fiscal. Foi pago o valor de 450,00 para carga e descarga do caminhão. C) Em 20 de março, compra, em Salvador/BA, de 420 unidades de matéria-prima. Foi pago ao fornecedor o valor de R$ 2.250,00, já deduzido um desconto de 10%, em função do pagamento à vista. O referido desconto não foi destacado na Nota Fiscal. O frete no valor de R$ 260,00 foi por conta do fornecedor. D) Em 15 de março, requisição de 150 unidades de matéria-prima para produção. C Professor Cleber Batista de Sousa 22 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos 3.3.1.2 APURAÇÃO DO CUSTOS COM MÃO DE OBRA A) Mão de obra direta A MOD é composta por todo o trabalho aplicado diretamente na execução do produto ou de seus componentes pelos operários diretos, Seja esse trabalho especializado ou não. Exemplo: O trabalho do tecelão para a fabricação do tecido, o trabalho das costureiras na confecção dos vestuários, do padeiro na produção do pão, etc. B) MÃO-DE-OBRA INDIRETA A MOI é composta pelas horas não aplicadas diretamente na produção pelos operários diretos mais o total de horas dos operários indiretos. Em outras palavras podemos dizer que a MOD é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, sendo possível determinar qual o tempo despendido e quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Havendo qualquer tipo de alocação por meio de estimativas ou divisões proporcionais, passa a desaparecer a característica de “direta”, transformando-se neste caso a mão-de-obra, em “Mão-de-Obra Indireta”. Em muitos casos, mesmo havendo a possibilidade de medir a mão-de-obra, a empresa não o faz por razões econômicas (Custo x Benefício). Nesse caso temos a existência física da Mão-de-Obra Direta, mas a contabilidade de custos a tratará como indireta. COMPOSIÇÃO DO CUSTO DA MÃO DE OBRA, SEJA DIRETA OU INDIRETA • Valor contratual • Encargos sociais (descanso remunerado, férias, 13º salário, contribuição ao INSS, remuneração dos feriados, faltas abonadas, FGTS, etc.). C Professor Cleber Batista de Sousa 23 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1) Apurar o custo com mão-de-obra da Indústria de sacolas Seletiva Ltda., considerando os dados abaixo e responder: A) Qual o custo com mão-de-obra direta na fabricação do produto? B) qual o custo com mão-de-obra indireta? C) quantas horas por semana gasta em cada departamento? D) quantas horas são necessárias, em média, para produzir cada unidade? E) qual o custo com mão-de-obra direta por unidade produzida. FUNÇÃO SALÁRIO HORA NÚMERO DE EMPREGADOS TRABALHANDO EM CADA DIA SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA Corte 2,00 3 2 1 2 4 Costura 3,00 1 3 3 4 6 Bordado 4,00 0 2 3 1 4 Hora trabalhadas por dia, por empregado: 8 horas Encargos sociais: Calcular considerando o mínimo previsto na legislação Total da Folha na semana referente à fábrica ( inclusive com encargos): $ 6.500,00 Quantidade produzida no período: 350 sacolas 2) Com os dados abaixo, referentes janeiro/2012, determinar o custo da mão-de- obra direta e indireta da Indústria Química Quiçá Ltda. DADOS VALOR Salário pago para cada um dos três operadores de máquinas R$ 4,00 por hora Horas contratadas por empregado 220 horas mensais Salário supervisor de produção R$ 2.800,00 por mês Salário funcionário de manutenção das máquinas R$ 1.000,00 por mês INSS parte da empresa 26,8% FGTS 8% C Professor Cleber Batista de Sousa 24 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Vale Refeição (por empregado e somente de segunda a sexta) Obs.: A empresa desconta do empregado o valor máximo permitido por lei R$ 10,00 por dia Vale Transporte (por empregado e de segunda a sábado) Obs.: A empresa desconta do empregado o valor máximo permitido por lei R$ 4,60 por dia Horas aplicadas diretamente na produção, por empregado Segunda a sexta: 6 horas diárias Sábado: 3 horas Dias úteis no mês Segunda a sexta: 20 dias Sábados: 04 3.3.1.3 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO - CIF CIF é todo custo que não pode ser identificado facilmente com uma unidade de produto. Um custo é indireto quando não pode ser identificado diretamente aos seus portadores finais, isto é, aos objetivos que consomem os recursos ou às atividades que geraram esses custos. Em alguns casos, os custos são identificados, mas por serem de montante irrelevante eles não são considerados como custos diretos. Os custos indiretos em sua grande maioria são custos comuns a dois ou mais objetos de custeio. São formados, normalmente, pelos seguintes elementos: MATERIAIS INDIRETOS É o material empregado nas atividades auxiliares da produção, ou cuja pertinência ao produto inexiste ou é praticamente nula. Exemplo: os materiais utilizados pela manutenção da fábrica, material de expediente, material de segurança, ferramentas de consumo, etc. C Professor Cleber Batista de Sousa 25 CentroUniversitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos MÃO-DE-OBRA INDIRETA É todo o trabalho realizado no setor de fabricação não pertinente especificamente a nenhum produto. Exemplo: Encarregado, supervisores, almoxarifes, etc. Esse item pode, ainda, ser definido como compreendendo os trabalhos auxiliares ou de assessoramento de certa produção. Pode-se, portanto, dizer que a mão-de-obra indireta engloba, principalmente, trabalhos relacionados com o controle e o planejamento da produção, tais como aqueles desenvolvidos por apontadores, programadores, controladores, etc. OUTROS CUSTOS INDIRETOS São os demais gastos em itens que também participam do processo produtivo, não se identificando diretamente com nenhum produto. Exemplo: Depreciação de equipamentos da fábrica, seguros da planta fabril, energia elétrica da fábrica, aluguel da fábrica, etc. C Professor Cleber Batista de Sousa 26 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) Com base nos dados abaixo da indústria ABC Ltda. responder as questões propostas: Custos: ITEM VALOR Matéria-prima 8.000,00 Mão-de-obra direta 6.500,00 Mão-de-obra indireta 4.200,00 Aluguel da fábrica 2.600,00 Energia elétrica da fábrica 1.800,00 Seguro da fábrica 2.500,00 Outros dados relativos à produção: 1) No mês foram iniciadas 300 unidades do produto A e 400 unidades do produto B; 2) Não havia estoques iniciais e no mês foram vendidas 200 unidades de A e 250 de B; 3) O preço de venda é 60% acima do custo unitário; 4) A matéria-prima foi utilizada 60% para o produto A e o restante para o produtos B; 5) A mão-de-obra direta é de R$ 4.000,00 para o produto A e R$ 2.500,00 para o produto B 6) A mão de obra indireta são rateadas conforme as horas gastas para produção, sendo que cada unidade de A gasta 1 hora e cada unidade de B gasta 1,5 horas; 7) O aluguel e o seguro são rateados na proporção da área ocupada, sendo 60 metros para produto A e 80 metros para o produto B; C Professor Cleber Batista de Sousa 27 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos 8) A energia elétrica é rateada na proporção da quantidade produzida; 9) Não há estoque final de produtos em elaboração. Pede-se: A) Qual o valor do estoque final de produtos acabados? B) Qual o valor do lucro bruto? C Professor Cleber Batista de Sousa 28 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos C Professor Cleber Batista de Sousa 29 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos DEPARTAMENTALIZAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS Segundo Martins (2003), departamento, para a contabilidade de custos, é uma unidade mínima administrativa, representada por homens e máquinas (na maioria dos casos), desenvolvendo atividades homogêneas. Exemplos: Departamento de Corte, Departamento de Pintura, Departamento de Acabamento, etc. CLASSIFICAÇÃO DOS DEPARTAMENTOS Os departamentos são classificados em duas categorias: - Departamento de Produção - Departamento de Serviços DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO: São aquelas que promovem qualquer tipo de modificação sobre os produtos, já que estes passam diretamente por eles. DEPARTAMENTO DE SERVIÇOS: É o departamento que existe apenas para ajudar os departamentos de produção, prestando assistência especializada em certas fases de trabalho. Geralmente não tem custos apropriados diretamente aos produtos, pois estes não passam por eles. Estes departamentos vivem para a prestação de serviços a outros departamentos, motivo pelo qual têm seus custos transferidos para os que deles se beneficiam. C Professor Cleber Batista de Sousa 30 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos DEPARTAMENTALIZAR OU NÃO DEPARTAMENTALIZAR? Ao distribuirmos os custos indiretos de forma global, penalizamos alguns produtos em benefícios de outros, pois nem todos os produtos passam por todos os departamentos. Quando os custos indiretos são apropriados aos produtos via departamentos, fazem com que os custos dos produtos se apresentem de forma mais realística, justificando, portanto a adoção do critério de apuração departamentalizado. EXEMPLO DE DEPARTAMENTALIZAÇÃO Custos Diretos: CUSTOS PRODUTO A PRODUTO B Matéria prima 4.000,00 5.000,00 MOD 12.000,00 14.000,00 Outros dados PRODUTO A PRODUTO B Quantidade produzida 400 500 Preço de venda acima do custo unitário 60% 80% Quantidade vendida 280 300 Custos indiretos: Aluguel da fábrica: 5.000,00 Energia elétrica da fábrica: 6.000,00 MOI: 16.000,00 Departamentos de produção: corte e montagem Departamentos de serviços: manutenção e almoxarifado Rateio dos custos para os departamentos Custos Critérios Aluguel Conforme área ocupada, sendo 60% para os deptos. De produção e o restante para os de serviços, sendo partes iguais Energia No. De máquinas, sendo 01 na montagem, 02 no corte, a1 na manutenção. MOI No. De funcionários, sendo 5 no corte, 3 C Professor Cleber Batista de Sousa 31 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos na montagem, 02 na manutenção e 01 no almoxarifado Rateio dos departamentos de serviços para os de produção Departamentos Critérios Manutenção No. De funcionários dos outros departamentos Almoxarifado No. De máquinas Ordem de rateio: almoxarifado e manutenção Rateio dos deptos. De produção para os produtos Departamentos Critérios Corte Quantidade produzida Montagem Partes iguais 1) Estoques finais 2) Lucro bruto C Professor Cleber Batista de Sousa 32 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) Uma indústria automotiva, recebeu uma encomenda para produzir 120 veículos do tipo básico, 150 do tipo luxo e 200 do tipo utilitário. Sabendo dos dados abaixo, apurar o custo unitário e o lucro bruto de cada tipo de veículo, por meio da departamentalização. A) Preço de venda e custos indiretos DADOS BÁSICO LUXO UTILITÁRIO Preço de venda 40% acima do custo unitário 60% acima do custo unitário 90% acima do custo unitário Custos Diretos 200.000,00 300.000,00 450.000,00 B) Custos indiretos CUSTOS INDIRETOS VALOR Aluguel da fábrica 250.000,00 Energia Elétrica da fábrica 190.000,00 Materiais Indiretos 40.000,00 Mão de obra indireta 380.000,00 Depreciação das máquinas da fábrica 110.000,00 C) Departamentos TIPOS DE DEPARTAMENTO DEPARTAMENTOS Departamentos de produção Montagem; Pintura; e Acabamento. Departamentos de serviços e ordem de rateio 1) Supervisão da fábrica; 2) Almoxarifado da fábrica; 3) Manutenção da fábrica; e 4) Controle de qualidade C Professor Cleber Batista de Sousa 33 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos C) Critérios de rateio dos custosindiretos Dados Montagem Pintura Acabamento Supervisão Almoxarifado Manutenção Controle qualidade Aluguel 60% para departamentos de produção e 40% para departamentos de serviços, sendo partes iguais para cada modalidade de departamento. Energia Elétrica Mesma proporção do aluguel No. de Requisições de Materiais indiretos 20 15 30 5 15 5 10 Número de funcionários para rateio da M.O.I. 40 30 25 2 5 10 6 Número de máquinas para rateio Depreciação 5 3 4 0 1 2 1 E) Critério de rateio dos departamentos DEPARTAMENTOS CRITÉRIOS DE RATEIO Supervisão Proporcional ao número de funcionários dos outros departamentos Almoxarifado Proporcional às requisições de materiais indiretos Manutenção Proporcional ao número de máquinas Controle de qualidade Proporcional ao número de testes feitos para cada departamento, sendo 130 para a montagem, 80 para a pintura e 200 para o acabamento. F) O critério de rateio dos custos dos departamentos de produção aos produtos será proporcional ao número de horas máquina gasta, sendo: PRODUTO MONTAGEM PINTURA ACABAMENTO Básico 150 120 80 Luxo 120 130 70 Utilitário 90 70 60 C Professor Cleber Batista de Sousa 34 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos UNIDADE IV SISTEMAS DE PRODUÇÃO 4.1 PRODUÇÃO CONJUNTA É o aparecimento de diversos produtos a partir, normalmente, da mesma matéria- prima como é o caso do tratamento industrial da quase totalidade dos produtos naturais: aparecimento de óleo, farelos, etc. (a partir da soja); carne, ossos, sangue, couro, etc. (a partir do gado de corte); gasolina, querosene, emulsão asfáltica, graxa, etc. (a partir do petróleo), e outros. Decorrem de um mesmo material diversos produtos conjuntos normalmente classificados em co-produtos, subprodutos e sucata. A produção conjunta não é uma característica própria somente da Produção Contínua; é apenas muito mais comum nesse tipo de empresa; pode ocorrer também na Produção por Ordem em alguns tipos de indústrias, como a de móveis de madeira por encomenda, onde, a partir de uma única tora, podem sair peças de diferentes qualidades; que são também co-produtos, subprodutos e sucatas. 4.1.1 DISTINÇÃO ENTRE CO-PRODUTO, SUBPRODUTO E SUCATA Co-produtos - são os próprios produtos principais, só que assim chamados porque nascidos de uma mesma matéria prima. São os que substancialmente respondem pelo faturamento da empresa. Subprodutos – são aqueles que tem como características básicas: valor de venda e condições de comercialização normais, relativamente tão asseguradas quanto os C Professor Cleber Batista de Sousa 35 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos produtos principais da empresa; surgem como decorrência normal do processo produtivo, só que possuem pouquíssima relevância dentro do faturamento global da empresa. Os subprodutos à medida que são produzidos, têm seu Valor Líquido de Realização considerado como redução do custo de elaboração dos produtos principais ou dos custos dos produtos vendidos, mediante débito aos estoques de subprodutos e crédito aos custos de produção ou custo dos produtos vendidos. Considera-se como Valor Líquido de Realização o valor de venda menos as despesas de venda, os custos eventualmente necessários ao término e preparação para venda desses subprodutos. Com esse procedimento, estima-se de forma relativamente rápida um valor para os estoques, considerando-os como recuperação de parte do custo de produção daqueles itens para os quais a empresa realmente dirige sua atenção. Existem também outros tratamentos dados aos subprodutos, não tão correto quanto o mencionado, que são os de só considerar a recuperação quando da efetiva venda, ou simplesmente tratá-los igualmente às sucatas, não estocá-los contabilmente e registrar sua venda diretamente às Receitas Normais ou Eventuais, ou ainda atribuir- lhes custos como se fossem produtos principais. Logicamente, essas regras implicam a não distinção do que seja um Subproduto ou a apropriação de sua recuperação em épocas fora de sua competência, devendo por isso serem abandonados. Sucata – podem ou não ser decorrência normal do processo de produção, não tem valor de venda ou condições de negociabilidade boas. As sucatas não recebem atribuição de nenhum custo, mesmo que eles sejam inerentes ao processo e surjam como itens normais em uma produção contínua. Quando são vendidos, têm suas receitas registradas como Rendas Eventuais em Outras Receitas Operacionais. Até que sejam negociadas permanecem fora da contabilidade. C Professor Cleber Batista de Sousa 36 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos DEFINIÇÃO DESSES CONCEITOS DENTRO DAS EMPRESAS Há uma variabilidade do conceito de relevância dentro de cada empresa, por isso, o que uma indústria considera importante dentro do faturamento total, outra julga irrelevante. Contudo esse problema é inevitável, pois não há possibilidade de se homogeneizar esse entendimento. Ocorre que os próprios conceitos de Co e Subprodutos nascem dessas posições relativamente subjetivas e devem segui-las em cada empresa. Dentro dessa forma preconizada de se proceder, só são atribuídos custos aos Co- produtos, o que simplifica bastante os problemas da Contabilidade de Custos. PONTO DE SEPARAÇÃO O valor de mercado de cada Co-produto pode ser possível apenas para ele na forma de totalmente acabado, ou seja, depois que tenha passado por processamentos adicionais e subseqüentes, ou pode ser encontrado para a fase de semiprocessamento (no ponto de separação), que ocorre logo após ter sido fabricado pelo processo conjunto. Após o ponto de separação, os custos adicionais serão apropriados individual e especificamente em cada Co-produto. No quadro a seguir, podemos observar alguns contextos em que ocorre o chamado “ponto de separação”. C Professor Cleber Batista de Sousa 37 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos INDÚSTRIA PRODUTOS NO PONTO DE SEPARAÇÃO AGRICULTURA Bovinos Leite in natura Aves INDUSTRIA EXTRATIVA Carvão Minério de ferro Petróleo Sal INDÚSTRIA DE SEMICONDUTORES Fabricação de Chips de Silício Corte de carne, tripas, couro, ossos, gordura. Nata, Leite desnatado. Peitos, asas, coxas, pernas, papo, penas, e farinha. Coque, gás, benzeno, piche, amônia. Cobre, prata, chumbo, zinco. Óleo cru, gasolina, GLP Bruto, graxa. Hidrogênio, cloro, soda cáustica. Chips de memória de diversas características como: capacidade, velocidade, expectativa de vida e tolerância de temperatura. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) Uma indústria de calçados e bolsas, os quais são fabricados a partir do mesmo tipo de couro, conseguiu produzir, no mês de janeiro/11, 1.200 bolsas e 1.800 pares de calçados e teve os seguintes custos conjuntos: Item Valor em Reais Matéria-prima consumida 15.000,00 Energia elétrica consumida 12.000,00 Mão-de-obra direta 13.000,00 Custos Indiretos de fabricação 12.500,00 Após o ponto de separação, as bolsas recebem mais um total de $ 2.500,00 de custos e os calçados mais $ 2.900,00. O método utilizado para separar os custos conjuntos é o faturamento . C Professor Cleber Batista de Sousa 38 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Além dos produtos principais citados acima,a empresa produz um produto secundário que são chaveiros de couro, e ainda vende, eventualmente, aparas de couro como sucatas. Os chaveiros após o ponto de separação recebem $ 2.000,00 de materiais diretos e $ 1.500,00 de mão-de-obra direta. A produção no referido mês foi de 800 unidades. Para comercialização dos chaveiros a empresa gasta com comissão de vendedores e impostos, 20% sobre o valor de venda. Os preços de vendas, são: Produtos Valor em Reais Bolsas 230,00 Calçados 205,00 Chaveiros 35,00 Considerando que: A) 90% da produção de bolsas e 80% da produção de calçados foram vendidas dentro do mês; B) Nenhum item do chaveiro foi vendido. C) Ratear o valor liquido do sub-produto em partes iguais. Pede-se: 1) Apurar o lucro bruto total; 4.2 SISTEMA DE PRODUÇÃO POR ORDEM O sistema de acumulação por ordem se caracteriza pela apropriação dos custos para cada produto ou lote de produtos, identificando-os e somando-os diretamente ao produto ou ao lote. Como o relatório usado por este tipo de sistema de acumulação é a ordem de produção, daí seu nome, sistema de acumulação por ordem. C Professor Cleber Batista de Sousa 39 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos HORNGREN (2000) afirma que em um sistema de acumulação por ordem, “os custos são acumulados a uma determinada unidade ou lote de um produto ou serviço. Considera-se uma ordem uma empreitada que consome recursos para trazer um determinado produto ou serviço ao mercado. O produto ou serviço é freqüentemente feito sob medida ou encomenda”. Devido a estas características, as empresas que mais utilizam o sistema de acumulação por ordem são as indústrias pesadas, algumas indústrias de móveis, fabricantes de equipamentos especiais, gráficas, construção civil, empresas de auditoria, consultoria, etc. São aquelas empresas que trabalham com produtos heterogêneos, em pequenos volumes, para clientes específicos e com processo de produção intermitente e mais demorado por unidade. O tratamento contábil dado a este tipo de sistema de acumulação consiste na acumulação dos custos em contas específicas do ativo. Estas contas recebem custos até o encerramento da ordem. Com o encerramento da ordem, o custo é transferido para estoques de produtos acabados ou custos dos produtos vendidos (CPV). CATELLI (1972), em sua tese de doutorado, utiliza as afirmações de Lang, McFarland e Schiff para apontar as vantagens da acumulação de custos por ordem: “1. Possibilidade de descobrir quais ordens são lucrativas e quais não o são. 2. Uso do custo de Ordem de Produção como base para a estimativa do custo de produto similar no futuro. 3. Usado como base para controle de produção. 4. Usado em contratos de serviços onde o custo determina o preço de venda”. A desvantagem apontada nesta tese referente aos sistemas por ordem é o custo da manutenção dos serviços burocráticos envolvidos ou próprios do sistema. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA PRODUÇÃO POR ORDEM � Os custos reais são determinados por tipo de produto ou serviços. C Professor Cleber Batista de Sousa 40 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos � A Ordem de Produção é utilizada para acumular o Material Direto, a Mão-de- Obra Direta, e a parcela correspondente aos CIF calculados por meio de taxas da absorção. � Somente quando a Ordem de Produção (OP) é terminada ou mediante o levantamento de um inventário físico, pode-se saber o custo real de fabricação do produto. � O custeamento por Ordem de Produção é usado em empresas, cuja produção é intermitente e cujos produtos ou lotes de produtos podem ser perfeitamente identificados no processo de fabricação. Isso ocorre principalmente em relação à produção não padronizada ou produção não repetitiva. � Os custos incluídos nas Ordens de Produção, enquanto estas não estão completadas, passam a compor o estoque de produtos em processo. 4.3 PRODUÇÃO CONTÍNUA OU POR PROCESSO É a técnica de custeamento por acumulação em que os produtos são padronizados, a produção é contínua e a demanda é constante. Uma forte característica deste sistema de acumulação é a elaboração de poucos produtos de forma seriada, ou seja, grande quantidade de unidades produzidas do mesmo produto de forma contínua para estoque. HORNGREN (2000) afirma que “o custo de um produto ou serviço é obtido pela média dos custos acumulados a uma grande quantidade de unidades similares. Freqüentemente, itens idênticos são produzidos em grande escala, para venda em geral, não para cliente específico”. Já MARTINS (2000) afirma que produção contínua ou por processo reside na elaboração do mesmo produto de forma continuada no mesmo período... São apropriados os custos por tempo (mês, por exemplo), para divisão pelo número de unidades feitas, chegando-se assim ao custo de cada unidade. Devido a estas características, as empresas que mais utilizam o sistema de acumulação por processo são aquelas que fabricam produtos idênticos ou quase C Professor Cleber Batista de Sousa 41 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos idênticos, tais como cimento, químicas, de petróleo, de álcool, de açúcar e também indústrias de serviços, tais como saneamento básico, telefonia, energia elétrica, etc. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA PRODUÇÃO CONTÍNUA A) O custo unitário é calculado tomando-se o custo total acumulado nas diversas fases de fabricação e dividindo-o pelo número de unidades produzidas nessas fases, ou seja, usa-se o custo médio do período e não o custo apurado por unidade; B) Para o cálculo do custo médio do período, utilizam-se conceitos como grau de acabamento e unidades equivalentes de produção, pois nem sempre todos os produtos encontram-se acabados no final do período. C) O custo das unidades prontas em um processo se destina a compor o lançamento contábil de transferência para o processo subsequente; D) A produção completada em um processo vai constituir o Material Direto do processo imediato. PRODUÇÃO EQUIVALENTE É uma técnica para calcular o custo médio por unidade, quando existem produtos em elaboração nos finais de cada período, com o objetivo de distribuir os custos de produção aos produtos acabados e em elaboração. Os produtos em elaboração são comparados aos produtos acabados, considerando o grau de acabamento. Segundo GUERREIRO (2000), o grau de acabamento “deve representar quanto uma unidade em processamento recebeu da carga de custos que seria necessária para iniciá-la e terminá-la completamente”. Ainda segundo GUERREIRO (2000), “o montante de unidades equivalentes de produção corresponde ao montante de C Professor Cleber Batista de Sousa 42 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos unidades em processamento convertidas em unidades prontas através da aplicação do grau de acabamento definido”. Para calcular a produção equivalente utiliza-se da seguinte estrutura: Produção acabada....................................................: (+) Produção em processo x grau de acabamento...: (=) Produção equivalente..........................................: Para determinar o custo unitário de produção, temos: Custo unitário = Custo do período Produção Equivalente 4.4 DISTINÇÃO ENTRE PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA Existem dois fatores que determinam o tipo de Custeio, se por Ordem ou por Processo (Contínuo): a forma de a empresa trabalhar e a formacomo eles encerram e apuram os custos. Quanto à forma, basta lembrar que se a empresa trabalha produzindo produtos iguais de forma contínua (um ou vários), fundamentalmente para estoque, isto é, para venda posterior, terá já caracterizada sua natureza. Se produzir com o intuito de atender a encomendas dos clientes ou, então, se a produção é feita para vendas posteriores, mas de acordo com determinações internas especiais, não de forma continua, já se terá incluído as características de Produção de Ordem. Apesar das diferenças encontradas nos dois sistemas, muito comumente, encontramos empresas que trabalham parte de uma forma, parte de outra; uma indústria automobilística, por exemplo, pode produzir o carro de uma forma contínua até certo ponto e, a partir daí, por ordem, de acordo com algumas especificações: de acabamento, cor, acessórios, etc. C Professor Cleber Batista de Sousa 43 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Inúmeras vezes, por outro lado, procede-se a algumas mudanças em função de conveniência. Por exemplo, uma empresa pode ter uma encomenda que leve cinco meses de trabalho; em vez de custear como se fosse uma ordem, faz um custeio como se fosse uma produção contínua durante esse tempo. Talvez muitas das produções em série não passem de ordens de longa duração, como produção de certos eletrodomésticos, de alguns modelos de automóveis, etc. Pode também ocorrer de a empresa trabalhar em série durante certo tempo com determinado produto, mas desejar custeá-lo como se fosse uma grande ordem para avaliar seu resultado global. Diferenças básicas quanto: Acumulação por Ordem de Produção Produção Contínua Ao produto fabricado Produtos heterogêneos Produtos homogêneos. Ao processo produtivo Processo intermitente Processo Contínuo. Ao tempo de produção Produção mais demorada por unidade de produto Produção mais rápida por unidade de produto. Ao volume de produção Pequenos volumes Grandes volumes. Ao destino da produção Cliente específico ou estoque Estoque. Ao controle da produção Através de ordens Através do processo. À acumulação de custos Nas ordens de produção Nos mapas de controle de custo do centro de custos. Ao momento da apuração do custo da produção No encerramento da ordem No final do período definido como apuração do custo. À forma de cálculo do valor do estoque em processo Através da soma dos custos acumulados nas ordens Através da valorização das unidades em processo equivalentes a unidades terminadas de produto, pelo respectivo custo unitário do período. Ao cálculo do custo unitário do produto Custo total da OP dividido pelas unidades produzidas na mesma Custo do processo dividido pelas unidades produzidas e equivalentes em processo no final do período. C Professor Cleber Batista de Sousa 44 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) Com os dados abaixo, da Indústria de canetas LKS LTDA, informar o valor dos estoques finais (em reais e em quantidade). ITENS VALOR Custo Fabril R$ 85.000,00 Unidades iniciadas 1.200 unidades Unidades acabadas 850 unidades Grau de acabamento das unidades em elaboração 20% 2) Considere os seguintes dados relativos a produção da empresa Sempre Piratas S/A. e informe o valor dos estoques finais. ITENS VALOR Matéria prima 252.000 MOD 136.000 CIF 68.000 Unidades em processo no início do mês 0 Unidades completadas durante o mês 15.000 Unidades em processo no final do mês 6.000 Grau de acabamento das 6.000 unidades em processo no final do mês. Matéria prima 100% MOD 1/3 completado CIF 1/5 completado C Professor Cleber Batista de Sousa 45 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos 3) A empresa Imposição S.A., fabrica um único produto em dois processos produtivos: Corte e Acabamento. Os dados das operações do mês de janeiro de 2011 foram: Processo de Corte: Unidades em processo no início do mês 0 Unidades iniciadas no mês 50.000 Unidades transferidas para acabamento 47.000 Material Direto utilizado $97.000 MOD $121.500 CIF $72.500 Estágios de acabamento das unidades em 50% Processo de Acabamento: Unidades em processo no início do mês 0 Unidades transferidas para estoque 32.000 Material Direto utilizado $28.200 MOD $201.500 CIF $134.300 Estágios de acabamento das unidades em 40% Pede-se: A – Demonstre os saldos finais dos Produtos Acabados e dos Produtos em Processo nos dois processos, separadamente, sabendo que há um setor de estoques de produtos acabados. C Professor Cleber Batista de Sousa 46 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos UNIDADE V MÉTODOS DE CUSTEIO A adoção de um sistema de custos tem que ser muito bem analisada. Cada empresa tem sua realidade, ou seja: forma de fabricação, qualidade de seus recursos humanos, culturas internas, necessidade diferenciada de informações e outros. Portanto, um método de custeio que deu certo numa empresa não que dizer que dará certo em outra. Um sistema de custos envolve: Dessa forma para que haja boas informações é necessário que haja qualidade na entrada dos dados, por isso, deve haver muito comprometimento das pessoas que farão os apontamentos e os inputs. Estas pessoas devem estar devidamente treinadas e qualificadas para exercer estas atividades. Outro ponto relevante é determinar o que deve ser controlado, pois se uma informação não irá contribuir para o processo de tomada de decisões é desnecessário consumir energias no seu controle, uma vez que não vai gerar benefícios. Devemos sempre levar em consideração que uma informação não deve custar mais que seu valor econômico. Entrada de dados Processamento Informações C Professor Cleber Batista de Sousa 47 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Três métodos de custeio merecem destaque: � Custeio por Absorção � Custeio Variável � Custeio ABC – Custeio Baseado em Atividades 5.1 CUSTEIO POR ABSORÇÃO Este tipo de custeio é o método utilizado na contabilidade societária e fiscal. Consiste em apropriar os custos do período ao produto, sejam os custos diretos ou indiretos, portanto, todos os custos com Material Direto (MD), Mão-de-Obra Direta (MOD) e os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) são alocados/rateados aos produtos produzidos no período, independente se foram vendidos ou não. 5.2 MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL Este método tem como característica a separação entre os custos fixos e os variáveis (isto também é valido para as despesas). Esta separação gera bons elementos para tomada de decisão, por isso, que gerencialmente muitas empresas estão adotando a apresentação do Demonstrativo de Resultado pelo método de Custeio Variável. Este método não incorpora os custos fixos aos produtos ou serviços, assim facilita o processo de tomada de decisão, pois o gestor sabe que o aumento da produção aumentará apenas os custos variáveis, desde que tenha capacidade produtiva. DIFERENÇA ENTRE O MÉTODO POR ABSORÇÃO E O MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL No Custeio por Absorção os custos fixos são alocados/rateados aos produtos, assim as quantidades produzidas que ainda não foram vendidas vão para o estoque, consequentemente estaremos estocando custos fixos.C Professor Cleber Batista de Sousa 48 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos No Custeio Variável os custos fixos vão diretamente para resultado daquele período, portanto somente vão para estoque os custos variáveis. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1) A Indústria MMM Ltda., fabricou (acabou) no mês de maio, 200 bolsas de couro e no final do mês haviam 30 bolsas em processo de produção com grau de acabamento de 30%. Sendo assim, apresentou os dados abaixo, para que você possa analisá-los e responder as informações solicitadas. Aluguel da fábrica R$ 1.500,00 Energia elétrica da fábrica R$ 2.650,00 Material de escritório R$ 2.300,00 Depreciação da máquina de cortar couros (método linear) R$ 8.000,00 PIS R$ 450,00 COFINS R$ 1.500,00 Água para “curtição” do couro R$ 1.280,00 Matéria-prima consumida R$ 8.000,00 Mão-de-obra direta da fábrica (já com encargos) R$ 3.200,00 Mão-de-obra indireta da fábrica (já com encargos) R$ 4.000,00 Observações: A) Não havia estoque inicial de produtos em elaboração; B) No final de abril, não havia estoque final de produtos acabados; C) Em maio foram vendidas 140 bolsas; D) Preço de venda unitário: R$ 300,00 C Professor Cleber Batista de Sousa 49 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Pede-se: A) Cálculos pelo Custeio por absorção B) Cálculos pelo Custeio variável: 5.3 Custeio baseado em atividades (ABC) Importância do Custeio Baseado em Atividades O ABC, é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos, discutidas nos custeios por absorção e no custeio variável. Portanto, a grande diferença do método de custeio ABC está no tratamento dado aos custos indiretos. O ABC tem seu sucesso pautado na necessidade de dar uma atenção especial a estes custos (os indiretos) visto que em muitas indústrias, com o avanço tecnológico, os custos indiretos vem aumentando, tornando ainda mais arbitrária a apropriação dos custos aos diversos produtos. Os graus de arbitrariedade e de subjetividade tolerados no passado, podem influenciar negativamente na colocação de um produto no mercado, hoje. A utilidade do ABC não se limita ao custeio de produtos. Ele é, acima de tudo, uma poderosa ferramenta a ser utilizada na gestão de custos. A) Identificação das Atividades Uma atividade é uma combinação de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros para se produzirem bens ou serviços. É composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho. O primeiro passo é identificar as atividades relevantes dentro de cada departamento. C Professor Cleber Batista de Sousa 50 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Para cada atividade identificada devemos atribuir o respectivo custo e um direcionador de custos. A atribuição de custos às atividades deve ser feita da forma mais criteriosa possível, de acordo com a seguinte ordem de prioridade: 1. Alocação Direta 2. Rastreamento; e 3. Rateio. A alocação direta se faz quando existe uma identificação clara, direta e objetiva de certos itens de custos com certas atividades. O rastreamento é uma alocação com base na identificação da relação de causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a geração dos custos. Essa relação é expressa através de direcionadores de custos. Alguns exemplos de destinadores são: - No. De empregados - Área ocupada - Hora-homen - Hora-máquina - Quantidade de KWH - Estimativa do responsável pela área, etc. O rateio é realizado apenas quando não há a possibilidade de utilizar nem a alocação direta nem ao rastreamento. B) Identificação e Seleção dos Direcionadores de Custos C Professor Cleber Batista de Sousa 51 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos O que distingue o ABC do sistema tradicional é a maneira como ele atribui os custos indiretos aos produtos. Portanto, o grande desafio, a espinha dorsal, a verdadeira “arte” do ABC está na escolha dos direcionadores de custos. Conceito de direcionador de custos: Direcionador de custos é o fator que determina a ocorrência de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira causa dos custos. Portanto, o direcionador de custos deve refletir a causa básica da atividade e, conseqüentemente, da existência de seus custos. Há que se distinguir dois tipos de direcionador: A) Direcionador de recursos: É aquele que identifica como as atividades consomem recursos e servem para custear as atividades. Exemplo: como a atividade comprar materiais, consome materiais de escritório? A maneira como esta atividade se utiliza deste recurso pode ser mensurada através das requisições feitas ao almoxarifado; assim, as requisições de materiais identificam as quantidades utilizadas deste recurso (material de escritório) para realizar aquela atividade (Comprar Materiais). O direcionador de recursos, neste caso, é a quantidade necessária, e não as requisições. B) Direcionadores de atividades: É aquele que identifica como os produtos consomem as atividades e servem para custear os produtos. Exemplo: Como os produtos consomem a atividade Comprar Materiais? O número de pedidos e cotações emitidos para comprar um produto em relação ao número total de cotações e pedidos indica a relação da atividade com aquele produto. Assim, o direcionador desta atividade (comprar materiais) para os produtos é o número de pedidos e cotações emitidos. C Professor Cleber Batista de Sousa 52 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos O sistema ABC envolve: Exemplo de determinação dos Direcionadores de Atividades Departamentos Atividades Direcionadores Almoxarifado - Receber Materiais - Movimentar Materiais - Qtd. de Recebimentos - Qtd. de Requisições Compras - Comprar Materiais - Desenvolver Fornecedores - Qtd. de Pedidos - Qtd. de Fornecedores Administrativo - Dar suporte a operação da empresa - Qtd. de Horas a disposição Custos Indiretos Despesas Financeira s Despesas (Overhead) ATIVIDADES PRODUTOS E/OU SERVIÇOS Direcionadores de Recursos Direcionadores de Atividades C Professor Cleber Batista de Sousa 53 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos UNIDADE VI CUSTOS PARA CONTROLE CUSTO PADRÃO Conceitos de Custo-Padrão A) Custo-Padrão Ideal: É o valor conseguido com o uso das melhores matérias- primas possíveis, com a mais eficiente mão-de-obra, a 100% da capacidade da empresa, sem nenhuma parada por qualquer motivo, a não ser as já programadas em função de uma perfeita manutenção preventiva, etc.. Esta idéia de custo-padrão está em franco desuso, por tentar fabricar um custo em “laboratório”, sem levar em conta as particularidades da empresa e por estabelecer metas impossíveis de serem cumpridas ou que seriam cumpridas a longo prazo. B) Custo-padrão corrente: Refere-se ao valor que a empresa fixa como meta para o próximo período para um determinado produto ou serviço, mas com a diferença de levar emconta as deficiências sabidamente existentes em termos de qualidade de materiais, mão-de-obra, equipamentos, fornecimento de energia, etc.. É um valor que a empresa considera difícil de ser alcançado, mas não impossível. C) Custo Estimado: É o custo que deverá ser. Enquanto o custo-padrão corrente é o que a empresa deveria alcançar, se conseguisse atingir certos níveis de desempenho, o Custo Estimado é o que normalmente a empresa deverá obter. O custo estimado não parte de nenhum estudo teórico, somente da história prática. Trataremos somente do custo-padrão corrente que é o utilizado na prática. C Professor Cleber Batista de Sousa 54 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Finalidades e Utilidades do Custo-Padrão A grande finalidade do custo-padrão é o controle dos custos. Seu grande objetivo, portanto, é o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. Segundo Martins (2003), Isso nos leva à conclusão de que custo-padrão não é uma outra forma de contabilização de custos, mas sim uma técnica auxiliar. A instalação do custo-padrão não significa a eliminação de Custos a valores Reais Incorridos (Custo Real); pelo contrário, só se torna eficaz na medida em que exista um Custo Real, para se extrair, da comparação de ambos, as divergências existentes. Uma outra grande finalidade do custo-padrão, decorrente da adoção de qualquer base de comparação fixada para efeito de controle, é o efeito psicológico sobre o pessoal. E este pode ser positivo ou negativo, dependendo da forma de tratamento dispensada à implantação. Segundo Martins (2003) se o padrão for fixado considerando-se metas difíceis, mas não impossíveis de serem alcançadas, acabará por funcionar como alvo e desafio realmente de todo o pessoal. Mais ainda, se tiver sido firmado com a participação dos responsáveis pela produção. Por outro lado, se for fixado com base no conceito ideal, cada um já saberá de antemão que o valor é inatingível, que todo e qualquer esforço jamais culminará na satisfação máxima de objetivo alcançado, e poderá haver a criação de um espírito psicológico individual e coletivo amplamente desfavorável. Fixação do Padrão C Professor Cleber Batista de Sousa 55 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos O custo-padrão deve sempre ser fixado em quantidades físicas e valores, quer de materiais, mão-de-obra, kwh, horas-máquina, etc.. Essas fixações são muito mais uma tarefa da Engenharia da Produção do que da Contabilidade de Custos. Cabe a Contabilidade de Custos a transformação dos padrões físicos em reais. Portanto, a fixação final do custo-padrão de cada bem ou serviço produzidos depende de um trabalho conjunto entre a Engenharia de Produção e a Contabilidade de custos. Essa fixação não precisa ser imposta a toda a fábrica. A empresa pode determinar padrões apenas para certos produtos ou departamentos, ou para certos elementos de custos. ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DE MATERIAIS E MÃO-DE-OBRA Ao serem obtidos os valores de Custo Real, a primeira providência é sua comparação com o padrão, para que sejam analisadas e tomadas as medidas corretivas necessárias. Variações nos Materiais As variações entre o custo-padrão e o custo real nos materiais podem ser oriundas de variações de quantidade ou de variações de preço. A) Variações de Quantidade: A variação de quantidade pode ser medida pela seguinte fórmula: Variação de Quantidade = Diferença de Quantidade x Preço padrão. B) Variação de preço C Professor Cleber Batista de Sousa 56 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos A variação de preço, por sua vez, é medida da seguinte forma: Variação de preço = Diferença de preço x quantidade-padrão C) Variação mista É a variação decorrente da diferença de preço e de quantidade, ao mesmo tempo. Variação mista = Diferença de quantidade x diferença de preço Análise das Variações de Materiais Mais importante do que identificar os valores das variações é analisá-las para a tomada de decisões. As variações nas quantidades de materiais se deve a inúmeras razões, dentre elas, podemos citar: • Qualidade da matéria-prima usada, que, por ser inferior à recomendada, provocou maior consumo; • Baixa qualidade da mão-de-obra que aumentou esse consumo; • Máquinas mal preparadas ou mal reguladas que provocaram estragos na matéria- prima usada; • Problemas técnicos, como evaporação em excesso, deterioração por mal acondicionamento, etc. As variações nos preços dos materiais também se deve a vários fatores, tais como: • Compra mal feita por deficiência do setor de compras; • Compra mal feita por deficiência do Depto. de Controle e Programação da produção que não previu o item adequadamente e obrigou à aquisição com urgência. C Professor Cleber Batista de Sousa 57 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos • Imposição do Depto. de vendas para entrega rápida do produto, tendo sido o setor de compras obrigado a adquirir de quem tinha em estoque, mesmo que a preço maior; • Determinação da Diretoria de se comprar de outro Fornecedor para não ficar com um único fornecedor. • Etc. Algumas vezes as causas são fáceis de ser localizadas; outras vezes o tempo dispensado em sua pesquisa pode ser muito grande. Por isso, deve a empresa determinar um valor abaixo do qual não gastará esforço em localizar a razão da variação. Sempre, dependendo da razão averiguada, far-se-á uma verificação da possibilidade de ser ela controlável ou não pela empresa. Se o for, deverá a pessoa responsável determinar a correção ou punir o causador da divergência, ou tomar outra medida adequada. Se a causa não for controlável, nada restará a fazer, a não ser anotar o evento para uma modificação para os padrões futuros. Variação da Mão-de-obra direta Toda a variação relativa à mão-de-obra direta é analisada da mesma forma que a referente aos Materiais Diretos. Há apenas uma diferença na terminologia adotada, conforme segue: Terminologia MD: Terminologia MOD: Variação de preço Variação de taxa Variação de Quantidade Variação de eficiência Variação mista Variação mista A) Variação de eficiência C Professor Cleber Batista de Sousa 58 Centro Universitário Newton Paiva Curso Administração de empresas Disciplina: Análise de Custos Variação de eficiência = Diferença de horas x Taxa padrão B) Variação de taxa Variação de taxa = Diferença de taxa x Horas padrão C) Variação mista Variação mista = Diferença de horas x Diferença de taxa Análise das Variações da MOD As variações da MOD, dentre outras, podemos citar: • Ineficiência da mão-de-obra; • Uso de pessoal que não o adequado para a tarefa • Inexistência de pessoal treinado para substituir o pessoal em férias • Acréscimo de taxa determinado pela Direção, legislação ou Sindicato • Falta de pessoal, no mercado, que aceite o salário oferecido ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Na análise das variações dos CIFs, vamos encontrar dois problemas que podem ocasionar a referida variação. Primeiramente, a própria diferença entre volume de produção considerado para o cálculo do padrão e o volume real de unidades feitas, já que isso provoca alteração nos custos unitários devido à existência dos Custos Indiretos Fixos. E também haverá a diferença causada
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