CONTRUÇÃO DE PARÁGRAFO V2

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Oficina de leitura e escrita
Construção de parágrafo: Período central/Tópico frasal
Antes de escrever um parágrafo, o escritor deve atentar-se para estas duas palavrinhas: "ideia central". Elas norteiam seus passos o tempo todo. Não se devem enunciar duas, três, quatro ideias diferentes ao mesmo tempo. Cada parágrafo deve desenvolver uma e, somente uma. Depois de enunciar a ideia central, o autor deve acrescentar outras que a desenvolvam, esclareçam, comentem, em um encadeamento lógico, sem perder de vista a coerência, esse fio invisível que tece o texto na busca de um sentido.
O tópico frasal é frase inicial de cada parágrafo, que resume a ideia a ser desenvolvida nele. É bom que seja conciso, objetivo, forte. Se for muito vago, sem uma palavra de peso, certamente o escritor terá dificuldades para levar adiante a ideia central. Se houver palavras em demasia, depois fica difícil saber qual delas deverá ser tomada como chave.
Proposta 01
Analise o texto:
Tinha tudo para não dar certo. Moça de classe média alta da zona sul carioca, com um fiapo de voz e uma vergonha danada de se apresentar em público, lança-se nos anos 1960 como cantora popular e disputa espaço com divas como Elizete Cardoso, Maysa e Elis Regina. “Ah, então vai virar malandra!”, esconjurou o pai, responsável advogado capixaba, quando soube da estreia da filha num espetáculo profissional. Mas não demorou muito e aquela menina desajeitada e tímida (“Caramujo”, para os íntimos) conquistou o Brasil, provou ser dona de uma tremenda personalidade e se transformou em bússola cultural de sua geração e de toda a MPB. 
 Uma só mulher que carrega tantas outras dentro de si. Estamos falando de Nara Lofego Leão – aliás, das várias: Narinha pueril de A banda e a Narona furibunda de Carcará, a dona dos joelhos mais festejados do mundo desde que Júlio César curvou os seus à frente de Cleópatra e chocou o Império Romano. Falamos da musa da bossa que certo dia trocou a companhia dos “pães” (era assim que se chamavam os rapazes bonitos de Copacabana) pela convivência com os sambistas encarquilhados do morro da Mangueira. 
 [...] 
SOUZA, Okky de. Mitsubishi Revista. São Paulo, n. 13, mar. 2004, p. 21.
Ideia central do texto:
Identifique, em cada parágrafo, período que apresenta a ideia central, os períodos de desenvolvimento e os procedimentos argumentativos:
Deve-se evitar apresentar tópicos com uma avalanche de ideias, de palavras que se atropelam em grande desordem. Quem escreve dessa forma, em vez de dominar as palavras, é dominado por elas. É como se quisesse dizer tudo de uma só vez, com medo de esquecer alguma coisa. Daí resultará um texto confuso, sem nenhuma direção. O tópico frasal deve ser bem elaborado, sucinto e objetivo.
Entre tantas palavras, qual eleger como a mais importante para dar continuidade ao tema? Difícil dizer. A solução é escrever o tópico frasal de forma concisa, com duas ou três orações. Mais do que isso é aventurar-se no vazio.
Proposta 02
Reescreva o tópico frasal abaixo para a ideia central: "A autoestima do brasileiro", o qual se encontra com várias ideias; depois desenvolva um parágrafo.
O brasileiro não dá valor às riquezas de seu país e só valoriza o futebol, esquecendo-se de nossa diversidade cultural e até mesmo de outros esportes que nos tem dado muitas alegrias.
Proposta 03
Escreva para cada Ideia central sugerida um tópico síntese.
Perigos do mundo virtual.
Os relacionamentos via internet.
As profissões do futuro.
A civilidade nos tempos atuais.
Proposta 04
Os tópicos frasais que se seguem estão longos e imprecisos. Reduza-os ao essencial.
O eleitor brasileiro ainda não aprendeu a votar, porque é enganado pelos políticos que conseguem iludi-lo com falsas promessas.
Os meios de comunicação se aperfeiçoam cada vez mais, dando ao homem opções que jamais ele imaginaria um século atrás, como a internet, que nos deixa conectados com o mundo 24 horas ininterruptas.
O futebol nunca deixará de ser o esporte que reforça a autoestima do brasileiro, mesmo havendo vitórias em outras áreas, como no tênis, no vôlei, no basquete, que só nos afetam superficialmente.