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Capítulo 7 - Anatomia e Fisiologia do Estômago

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Anatomia e fisiologia do estõ7
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Pontos essenciais:
-Irrigação arterial do estômago;
- Regiões anatômicas e funcionais do estômago;
- Células da mucosa gástrica;
- Fisiologia da secreção ácida gástrica.
1. Anatomia
o estômago é um órgão fixo em 2 pontos: na junção esô-
fago-gástrica e na porção retroperitoneal do duodeno. Além
disso, pode ser dividido em 4 regiões anatômicas.
1 - Cárdia: menor porção, após junção esôfago-gástrica, é
a parte mais fixa do estômago.
2 - Fundo: projeção acima da junção gastroesofágica da
cárdia. É a porção mais superior; em contato com o baço e
diafragma esquerdo.
3 - Corpo: é a maior porção, abaixo e contínua ao fundo.
4 - Antro: porção mais distal, entre o corpo e o pilara.
A parede do estômago é composta por 4 camadas:
1 - Mucosa.
2 - Submucosa.
3 - Muscular própria.
4 - Serosa.
A - Suprimento sangüíneo
Dividimos a irrigação sangüínea entre vasos que seguem
pela pequena e grande curvaturas e pelo fundo gástrico:
Quadro 1-Divisão da irrigação sangüínea
- Cranial- artéria gástrica esquerda - ramo do
tronco celíaco
- Caudal- artéria gástrica direita - ramo da artéria
hepática ou artéria gastroduodenal (ramo da
artéria hepática)
Pequena
curvatura
I
Grande - Cranial- artéria gastroepiplóica esquerda-
curvatura ramo da artéria esplênica
- Caudal- artéria gastroepiplóica direita - ramo da
artéria gastroduodenal
Fundo - artérias gástricas curtas ou vasos breves - ramos
gástrico da esplênica
Vasos
breves
Gastroepiplóica
direita
Gastroepiplóica
esquerda
Gástrica
esquerda
Figura 1- Irrigação do estômago
As artérias se ramificam na submucosa e se distribuem na
mucosa. Há uma ampla rede anastomótica entre as artérias,
garantindo boa vascularização mesmo quando apenas uma
delas é mantida. Isso é de suma importância para a realização
de anastomoses cirúrgicas no estômago.
As veias seguem a mesma nomenclatura e distribuição
das artérias, sendo tributárias do sistema porta hepático ou
de suas tributárias (v~s esplênica e mesentérica superior).
O equivalente vencso da artéria gástrica esquerda também
é conhecido como veia coronária, a qual drena diretamente
para a veia porta.
A drenagem linfática acompanha o retorno venoso gás-
trico. A linfa proveniente do estômago proximal acompanha
a pequena curvatura e drena nos gânglios linfáticos gástricos
superiores, em torno da artéria gástrica esquerda. A região
MEDCEL - PRINCIPAIS TEMAS EM GASTROENTEROLOGIA
~~~ ~ -- ~
inferior do estômago drena para os gânglios suprapilóricos e
omentais para, finalmente, terminar nos gânglios celíacos. A
porção esplênica ou superior (grande curvatura) drena, ini-
cialmente, para os linfonodos pancreáticos e esplênicos para
daí drenar também para os gânglios celíacos. Assim como as
veias e as artérias, os linfáticos do estômago se comunicam li-
vremente na parede gástrica e apresentam numerosas comu-
nicações intra e extramurais. Conseqüentemente, tumores
gástricos que acometem linfonodos, muitas vezes, dissemi-
nam-se intramuralmente além de sua região de origem para
grupos ganglionares distantes.
B - Inervação
o estômago apresenta inervação autonômica simpática e
parassimpática. A inervação parassimpática é formada pelos
nervos vagos direito e esquerdo.
n. vago anterior n. vago posterior
Figura 2 -Inervação do estômago (nervo vago)
o ramo direito segue em posição posterior ao estôma-
go e apresenta uma divisão celíaca. O ramo esquerdo é mais
anterior e possui o ramo hepático, que inerva fígado e vias
biliares.
A inervação simpática deriva das fibras pré-ganglionares
do VI ao VIII nervos espinhais torácicos, com sinapse bilateral
com o gânglio celíaco. Acompanham o suprimento vascular.
c -Anatomia microscópica
As células que compõem a mucosa gástrica, formando
glândulas, são:
- Célula parietal: responsável pela produção ácida;
-Células principais: síntese e secreção de pepsinogênio;
- Células secretoras de muco: produção de muco;
- Células endócrinas e enteroendócrinas: (células G - se-
cretam gastrina);
- Células indiferenciadas.
iMedcel
Dependendo de sua localização no estômago, a mucosa é
formada por tipos diferentes de glândulas que contêm quanti-
dades diferentes das células citadas em virtude de sua função.
-Área de glândulas cardíacas: próximo à junção esôfago-
gástrica. Contém principalmente células secretoras de
muco e poucas células parietais;
- Área de glândulas oxínticas: maior parte do fundo e
corpo. Contém células parietais (principal tipo celular) e
principais. São as glândulas mais numerosas e importan-
tes do estômago;
-Área de glândulas pilóricas: contém células G produto-
ras de gastrina e células produtoras de muco.
2. Fistorogia
A - Secreção gástrica
a) Secreção ácida
- No jejum, há uma secreção ácida basal de 2-5mEqjL de
ácido hidroclorídrico;
- Durante a refeição, esse valor aumenta para 15 a
25mEqjL;
- A secreção gástrica é dividida em 2 fases: estimulação e
inibição (Quadro 2).
b) Secreção de pepsina
- Secreta do pelas células principais na forma de pró-enzi-
ma pepsinogênio;
- Pepsinogênio: pepsina (em pH 54).
- A pepsina inicia a digestão protéica e estimula a libera-
ção de gastrina no estômago;
- O estímulo para a secreção do pepsinogênio é dado pelo
estímulo vagal, pela histamina, gastrina, colecistocinina
e secretina;
- A inibição da secreção ocorre via somatostatina.
Quadro 2 - Estimulação e inibição da secreção gástrica
- Ocorre pela visão e calor;
Cefálica - Estímulo vagal via acetilcolina;
- Age na célula parietal.
- Estímulo mediado pela gastrina;
Gástrica
- Age na célula parietal;
Estimulação - Ocorre quando o alimento chega ao
estômago.
- Ocorre quando o alimento chega ao
Intestinal
duodeno;
- É menos importante;
- Via gastrina produzida no duodeno.
iMedcel ANATOMIAEFISIOLOGIADO ESTÔMAGO
- Via vago:mecanismodefeedback (-);
Cefálica - Inibe secreção ácida e produção de
gastrina.
- É mais importante, inicia quando pH é
2: a 2;
Gástrica - Suprime secreção de gastrina;
Inibição - Mediado pela somatostatina;
- Distensão antral inibe secreção ácida.
- Produto digerido atinge o delgado;
- Acidificação do duodeno inibe a secre-
Intestinal ção ácida;
- Mediado pela secretina, somatostatina;
- Peptídios y.
c) Secreção de bicarbonato e muco
O muco e o bicarbonato são secretados pelas células da
superfície, rica em anidrase carbônica. Forma-se um gel mu-
coso (glicoproteínas) com pH alto no epitélio gástrico, que
protege a mucosa do ácido.
Os fatores que estimulam a secreção de bicarbonatos são:
- Estímulo vagal;
- Prostaglandina E2;
- Sucralfato;
- AMPc, glucagon, CCK.
Os fatores que inibem a sua secreção são:
- Antiinflamatórios não-hormonais;
- Agonistas alfa-adrenérgicos;
- Etanol;
- Acetazolamida.
d) Secreção de fator intrínseco
O fator intrínseco é necessário para a absorção de vitami-
na 812 no íleo terminal. É uma glicoprateína produzida pelas
células parietais do estômago. Os estimulantes e inibidores
são semelhantes aos da secreção ácida; porém, a duração da
ação é mais curta.
O complexo vitamina 812 + fator intrínse~ liga a re-
ceptores específicos da mucosa ileal, onde será absorvido. A
secreção de fator intrínseco é maior que a necessária.
Em pacientes gastrectomizados, há a necessidade de re-
posição intravenosa (IV) de vitamina 812.
B - Motilidade e esvaziamento gástrico
O estômago apresenta 2 segmentos funcionais:
1 - Proximal: reservatório e acomodação.
2 - Distal: mais muscular, esvaziamento.
Na porção média da grande curvatura, encontra-se o mar-
ca-passo elétrico do estômago. A contração mecânica desse
órgão propaga-se distalmente em direção aoantro. Durante o
jejum, ocorrem ciclos interdigestivos para esvaziamento gás-
trico a cada 1 a 2 horas.
Durante a deglutição, ocorre um relaxamento do fundo,
para a acomodação do alimento.
O esvaziamento gástrico ocorre, primeiramente, para lí-
quidos e, mais tardiamente, para sólidos, em um mecanismo
de propulsão e retrapulsão, que mistura e quebra os alimen-
tos. Ocorre a passagem de pequena quantidade de alimento
pelo pilara, que se fecha após 2 a 3 minutos da contração
antral, levando a retropulsão do resto do bolo.
Os fatores que inibem o esvaziamento gástrico são:
- Alimento no duodeno;
- Colecistoquinina;
- VIP (polipeptídio intestinal vasoativo);
-Glucagon.
c - Funções do estômago
- Reservatório de grande quantidade de alimentos por al-
gumas horas;
- Mistura, trituração e fragmentação dos alimentos para
esvaziamento regular;
- Primeiros estágios da digestão de proteínas e carboidratos;
- Pequena absorção de alguns outras elementos.

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