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* Direito Penal Prof. Carlos Villar Jr. * Conduta Humana. Conduta é a ação ou omissão humana consciente e dirigida a determinada finalidade (Damásio de Jesus). Conduta é o fato humano voluntário (Zaffaroni) * Estrutura da Conduta 1) Proposição de um fim. 2) Seleção dos meios para a consecução dos fins escolhidos. (Antecipação biocibernética da conduta ou antecipação do resultado). 3) Exteriorização da conduta. “Cogitatio poena nemo patitur”. * Ausência de conduta. Relevância do tema. 1) Fatos da natureza, animais etc. 2) Força física irresistível (vis absoluta). Entende-se por força física irresistível aquelas hipóteses em que se opera sobre o homem uma força de tal proporção que o faz intervir como uma mera massa mecânica. Empurra o cidadão sobre uma cristaleira, empurrado pela multidão sobre outra pessoa, desvia o volante do motorista, força o braço a escrever etc. Diferente de coação (art. 22 do CP). Existe conduta, só não é livre. * Atos reflexos, movimentos curto-circuito, ataques epilépticos. Coloca a mão numa chapa incandescente. Ex. espirra dentro do armário levando à morte de outra pessoa. Estado de inconsciência (empregado da estrada de ferro que sofre um AVC e não muda os trilhos). * Hipnose, sonambulismo etc. Discussão doutrinária. Dúvida razoável quanto ao estado de inconsciência. * Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica. CF, artigo 225, § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. * Lei 9.605/98 Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. * STJ PENAL. CRIME AMBIENTAL. RESPONSABILIZAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE. DELITO DO ART. 60 DA LEI Nº 9.605/1998. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. RECURSO PREJUDICADO. 1. "Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício, uma vez que não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio." (REsp nº 889.528/SC, Relator o Ministro Felix Fischer, DJU de 18/6/2007) 2. 3. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 847.476/SC, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 08/04/2008, DJe 05/05/2008) * Resultado Conceito: é a modificação do mundo exterior provocado pelo comportamento humano voluntário. Ex. ação de matar, resultado morte da vítima. * Teorias sobre o resultado. Teoria Naturalística Teoria jurídica ou normativa. Naturalística: resultado é a modificação do mundo externo por um comportamento humano. Normativa: o resultado é a lesão ou o perigo de lesão a um interesse juridicamente protegido pela norma jurídica. * Relação de causalidade Nexo de causalidade nada mais é do que a ligação existente entre a ação e o resultado. Objetivo: determinar quando o resultado é imputável ao agente como obra sua. * Teorias Regra Geral no CP. Teoria da Equivalência dos antecedentes ou da conditio sine qua non. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. * Equivalência dos antecedentes. Método: eliminação hipotética de Thyrén. Crítica: regresso ad infinitum. * Limitações à teoria da conditio sine qua non. Dolo e culpa. “Toda a conduta que não estiver inserida dentro do conceito de dolo e culpa estará na seara do acidental”. Ex. acende uma lâmpada ao chegar em casa e por conta de um vazamento de gás tudo explode. * Causas (concausas) absolutamente independentes. São condições que, de forma absolutamente independente, causam o resultado que se analisa. Dividem-se em: (a) preexistentes; (b) concomitantes; (c) supervenientes. * Exemplos de causas absolutamente independentes Preexistente: suicida que ingere veneno suficiente para matá-lo e recebe depois um ferimento, que não apressa sua morte, tampouco seria suficiente para causá-la. Concomitante: atira em determinada pessoa que no mesmo momento em que é atingida de raspão vem a falecer exclusivamente por força de um colapso. * Exemplos de causas absolutamente independentes Superveniente: envenena a comida de uma pessoa que, quando está tomando a refeição, vem a falecer em conseqüência de um desabamento. Todas estas hipóteses excluem o nexo de causalidade eis que absolutamente independentes. * Causas relativamente independentes. Quaisquer que sejam as concausas, pode-se dizer que algumas delas auxiliam ou reforçam o processo causal, iniciado com o comportamento do sujeito. Soma de esforços. Ex. do veneno em conjunto. Ex. o hemofílico que morre por conta de uma hemorragia causada por um ferimento. (causa relativamente independente preexistente). * Superveniência de causa relativamente independente Concomitante: já está enfartando e o algoz efetua um disparo que contribui para a morte. Superveniente: atiro em determinada pessoa que vem a ser transportada numa ambulância que capota levando a morte de todos que nela estão. * Superveniência de causa relativamente independente Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência (excluem-se preexistentes e concomitantes) de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. * Exemplos. Causo um ferimento em uma determinada pessoa que recebe atendimento e é orientada sobre que cuidados tomar. O ferimento gangrena e a pessoa morre de infecção por conta de sua própria desídia.
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