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GESTÃO DAS INFORMAÇOES ORGANIZACIONAIS CAP. 1

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Gestão das Informações Organizacionais 
 
13 
 
 
capítulo 1 
Cultura da informação 
 
 
Objetivos 
Ao término deste capítulo o leitor deve estar capacitado a: 
a)descrever o papel do administrador do sistemas de informação; 
b)conceituar cultura da informação e suas principais características; 
c)determinar o modo de se especificar a tipo de cultura da 
informação adequada para uma empresa. 
 
Sumário: 
1.1 - O papel do administrador de sistemas de informação 
1.2 - Cultura da informação 
1.3 - Primeira regra da cultura da informação 
1.4 - Cultura da informação adequada à empresa 
1.5 - Resumo. 
1.6 - Veja se sabe responder. 
 
1.1 - O papel do administrador de sistemas de informação 
 A administração de sistemas de informação é uma ação 
administrativa que obedece a um escopo maior, escopo esse contido 
no PEI - Planejamento Estratégico da Informação. O PEI nada mais é, 
na sua essência, que a expressão de uma meta de sobrevivência vital 
da organização, que exige informação ótima, isto é: informação 
certa, no tempo, no lugar e na forma desejada. O PEI é o resultado 
do desdobramento da meta de sobrevivência. Por sua vez, ao ser 
desdobrado o PEI, produz o Plano Diretor de Informática. O Plano 
Diretor de Informática contém os elementos que expressam a 
estratégia da Informação. Geralmente ocupa-se da expansão, 
ampliação, modernização ou do planejamento e implantação do 
Sistema de Informações. O Plano Diretor de Informática é, assim, o 
desdobramento do Planejamento Estratégico da Informação e, uma 
vez realizado, conduz à existência de um Sistema de Informações 
que, idealmente, deve operar com efetividade. 
 Manuel Meireles 14 
 Portanto o Plano Estratégico da Informação é subordinado 
ao Plano Estratégico da Organização, e aquele não pode ser 
concebido sem este último. A ação de administrar Sistemas de 
Informação é, essencialmente, uma ação de cunho gerencial, e só 
tem sentido como ação coerente e contributiva para as metas de 
sobrevivência da organização. Tal ação deve estar intimamente 
ligada ao Plano Diretor de Informática que é, como dissemos, a 
expressão tática do Planejamento Estratégico da Informação. 
 Para entender o papel do Administrador de Sistemas de 
Informações precisamos ter em mente estes dois conceitos: o 
conceito de administrador e o conceito de sistema de informações. 
 O conceito de administrador opõe-se ao de operador - aquele 
que opera, aquele que executa atividades. O administrador 
(qualquer que seja seu nível dentro da organização [presidente, 
vice-presidente, diretor, gerente, etc.) não opera: ele lidera e 
coordena pessoas conduzindo o esforço destas para um mesmo fim. 
Quando falamos em administração ou em administrador, devemos 
ter em conta este conceito. O administrador lida com pessoas 
fazendo-as fazer. Para que as pessoas executem as suas ações 
operacionais, isto é, ações imediatamente realizáveis. é necessário 
que tais ações tenham sido previamente planejadas. Daqui podemos 
derivar duas coisas: o operador executa atividades previamente 
planejadas; o administrador planeja as atividades que o operador 
deve realizar. 
 Mas, qual é, afinal, o objetivo de tais atividades, executadas 
pelos operadores e previamente planejadas pelo administrador? O 
objetivo é assegurar a sobrevivência contínua da organização 
maximizando determinados valores. 
 Até hoje não temos uma definição que possa ter uma 
aceitação universal pacífica, para o termo sistema de informação. 
Uma definição é a de que se trata de um esforço organizado para 
prover informações que permitam à empresa decidir e operar. Nota-
se, assim, que uma corporação basicamente tem dois grandes tipos 
de sistemas de informação: os que se destinam à decisão e os que se 
destinam à operação. Por extensão, podemos dizer que os sistemas 
de informação dentro de uma organização são estratégicos - quando 
se destinam ao apoio para tomada de decisões administrativas, ou 
são operativos ou operacionais - quando apoiam a realização de 
ações imediatamente executáveis por operadores. 
 Dentro destes dois tipos básicos de sistemas de informação, 
podemos classificar os sistemas de informação pelo processo ao 
qual eles primordialmente atendem. Desta forma podemos afirmar 
Gestão das Informações Organizacionais 
 
15 
que, numa organização temos tantos sistemas de informação 
quantos processos tivermos estabelecidos. 
 Vimos que o papel do Administrador é liderar e coordenar 
pessoas conduzindo o esforço destas para um mesmo fim. E que fim 
é este, no que se refere à questão da informação? É garantir meta 
de sobrevivência que requer informação ótima . 
 Toda empresa, qualquer empresa, em qualquer momento da 
sua existência, está sob a ameaça real ou potencial de não 
sobreviver. A continuidade temporal de qualquer organização está 
sempre sendo posta à prova. Para fazer frente a essa ameaça, a Alta 
Administração da empresa elabora um conjunto de contramedidas 
que anulam ou reduzem a intensidade da ameaça. A esse conjunto 
de contramedidas, planejadas para terem seus efeitos durante 
alguns anos, damos o nome de metas de sobrevivência e que, uma 
vez explicitadas, constituem o Planejamento Estratégico Corporativo 
Uma dessas metas de sobrevivência usualmente é a de informação 
ótima. 
 Ou seja: para que a sobrevivência da empresa seja 
assegurada, é necessário um grande conjunto de causas, 
(contramedidas ou metas de sobrevivência) e, entre estas, está a 
necessidade de informação ótima: informação certa, no tempo, no 
lugar e na forma desejada. Isto implica decidir: 
I. o que deve ser informado, ou seja, a síntese dos dados 
originais; 
II. por que se deve proceder à informação; 
III. quem informa ou deve ser informado; 
IV. como deve ser informado, isto é: a forma do relatório; e 
V. quando o usuário deve ser informado: a especificação 
temporal a partir da qual a informação deve estar disponível 
ou entregue. 
 
 A meta de sobrevivência que requer informação ótima deve 
ser realizada através de um certo conjunto de ações operacionais, 
isto é, ações imediatamente realizáveis pelos operadores da 
corporação, quaisquer que sejam eles. Não basta definir a meta de 
informação ótima para que a existência de informação ótima passe a 
ser observada na organização. É preciso um longo caminho de 
desdobramento da meta de sobrevivência, de forma a que esta 
torne-se realizável. O desdobramento da meta de sobrevivência em 
ações que expressem essa característica, é uma ação administrativa 
de planejamento, e tal ação cabe ao administrador. 
 Manuel Meireles 16 
 O administrador que se ocupa da informação, sabe que os 
objetivos dos seus esforços de liderança e coordenação de pessoas 
devem satisfazer a necessidade de informação de inúmeros clientes 
[internos, externos] da organização. Este é o fim da sua ação 
administrativa: prover os diversos clientes da empresa com 
informação ótima. Desta forma ele precisa conhecer o que quer 
dizer informação ótima para cada um dos clientes da organização: 
os operadores que requerem informações para atender as 
necessidades de seus clientes [funcionários, consumidores, 
fornecedores, sindicatos, comunidade, governos], e 
os administradores [Alta administração e gerência] que 
requerem informações para atender as necessidades dos 
acionistas. [Muitas vezes se usa o termo gerente, em vez de 
administrador. Neste caso devemos entender qualquer 
indivíduo que, dentro da empresa exerça atividade de 
liderança e coordenação de pessoas]. 
 Para prover a informação ótima o administrador que se 
ocupa da informação deve ter ao seu dispor alguns meios sobre os 
quais possui autoridade e pelo uso adequado dos quais responde 
(responsabilidade). Tais meios usualmente pode ser divididos em 
algumas categorias: Mão-de-Obra, Meio-Ambiente,Máquinas, Matéria 
Prima, Métodos e Medidas. 
 Fazendo uso de meios específicos, adequadamente 
arranjados, o administrador da informação deve prover a informação 
ótima que a empresa requer para a sua sobrevivência. Tais meios 
usualmente constituem: 
 Mão de Obra: analistas de sistemas, programadores, 
operadores/digitadores (isto é: peopleware) 
 Meio Ambiente: salas de trabalho, espaço físico; 
 Máquinas: equipamentos, rede; terminais, tecnologia 
informática (isto é: hardware). 
 Matéria Prima: dados, programas [=Base Lógica de Dados] 
 Métodos: processo para planejar, implementar e assegurar 
continuamente a informação ótima; programas (software). 
 Medidas: indicadores que adequadamente aplicados mostrem 
o nível de efetividade da informação. 
 A este conjunto de meios ou causas damos o nome de 
Sistema de Informação, cujo fim é prover informação ótima. O 
administrador de informação que gerencia as causas que contribuem 
para tal fim, designa-se Administrador de Sistemas de Informações. 
Vimos que cabe ao Administrador de Sistemas de Informação 
decifrar o intrincado quebra-cabeças de determinar quais 
informações o sistema requer e como elas devem fluir e se articular. 
Gestão das Informações Organizacionais 
 
17 
Em suma: o papel do administrador de Sistemas de Informação é 
criar e manter o sistema de informações vitais que maximizem a 
eficácia da ação gerencial. 
 
1.2 - Cultura da informação 
Não basta falar do papel do Administrador do Sistema de 
Informações. Tal administrador não é uma pessoa isolada do meio 
onde atua: ele faz parte do meio, do ambiente e, portanto, ele faz 
parte de um todo maior que é a organização. E toda e qualquer 
organização possui o que se denomina cultura - um conjunto de 
crenças, de valores, de princípios geralmente comuns à maioria das 
pessoas que nela trabalham. 
Marchand (1997:6) afirma a cultura da informação é vital 
para a empresa que quer mudar, isto é, para a empresa que quer 
ajustar-se para superar ameaças reais ou potenciais, internas ou 
externas; para a empresa que quer adequar-se aos novos mercados, 
aos desafios da economia. Marchand afirma, assim, que a cultura da 
informação é algo importante para as organizações. 
Mas o que é a cultura da informação? Marchand dá a 
resposta: é o conjunto de valores, atitudes e comportamentos que 
influenciam na forma como as pessoas, dentro da organização, 
avaliam, aprendem, recolhem, organizam, processam, comunicam e 
utilizam a informação. É a forma, portanto, como as pessoas lidam 
ou encaram a informação; a importância que atribuem a ela E 
adverte: a cultura da informação não é apenas uma parte da cultura 
organizacional - é um conjunto muito específico dessa cultura 
organizacional. 
 Adequar a empresa aos mercados nas quais ela se insere 
requer planejamento - requer a idéia de como o mercado será no 
futuro. Para tanto a empresa necessita da assimilação de diversas 
fontes de informação referentes à própria empresa, às demais 
empresas concorrentes, às empresas do mesmo setor, do mesmo 
mercado; referentes a tecnologia, a aspectos sociais, políticos, etc. 
Ou seja: para que a empresa se possa adequar, se possa ajustar ao 
mercado, ela precisa antever o futuro e isso requer uma série de 
informações - informações essas procedentes de diversas fontes que 
necessitam de ser sintetizadas para serem apreendidas. E isto só é 
possível se as pessoas, dentro da organização, possuírem uma 
cultura da informação que valorize ou leve em conta tais aspectos. 
Neste sentido a cultura da informação - a valorização da 
informação e uma postura pró-ativa para com a informação - passa a 
 Manuel Meireles 18 
ser relevante para as empresas, especialmente aquelas que querem 
vencer os desafios impostos pelo mercado. Esta concepção não é 
nova: a escola de pensadores associados à Teoria dos Sistemas deu 
uma relevante atenção à informação. A escola sistêmica afirma que 
administrar é tomar decisões (Simon, 1965:20), e para tomar 
decisões é preciso dispor de informações. Logo: a administração 
consiste na capacidade de utilizar informações para a tomada de 
decisões. 
A concepção sistêmica de organização está centralizada, 
portanto, na tomada das decisões necessária à realização dos 
objetivos, de forma eficaz. Para tal a informação deve ser planejada 
de forma a facilitar a tomada de decisões. Como as decisões 
dependem das informações e estas das comunicações, conclui-se que 
a organização é construída a partir da análise das necessidades de 
informações e das redes de comunicações. 
 O’Shaugnessy afirma que o planejamento da organização é 
desenvolvido observando-se as seguintes fases: 
I. Especificação dos objetivos com apoio nas informações sobre 
as tendências econômicas, políticas, sociais e tecnológicas, 
bem como na disponibilidade de recursos; 
II. Determinação dos subsistemas de decisões e dos principais 
problemas que normalmente caracterizam o 
empreendimento; 
III. Análise das medidas e dos critérios de decisões e 
especificações das necessidades de informações exatas e 
oportunas; 
IV. Projeto dos canais de comunicação para facilitar o fluxo de 
informações e a coordenação, bem como para invalidar os 
conflitos, as distorções de sentido das palavras, etc; 
V. Agrupamento dos centros de decisão com o fim de reduzir ou 
eliminar os problemas de comunicação e de melhorar a 
comunicação 
 
A cultura da informação, de uma forma simplificada, é o 
modo como as pessoas utilizam a informação, informação esta 
difundida por tecnologia. As redes de computadores e os recursos de 
multimídia possibilitam a partilha da informação - mas, importante: 
não garantem o uso inteligente da informação. 
A falta de uma cultura da informação adequada, a falta de 
uma visão comum da importância da informação para a empresa, 
dificulta a forma como as pessoas analisam, recolhem, organizam, 
processam, comunicam e utilizam a informação. E dificuldades com 
a informação significa não saber utilizar adequadamente a 
Gestão das Informações Organizacionais 
 
19 
informação, significa ter dúvidas quanto à forma de obter 
resultados por meio da informação. 
Uma questão se impõe agora: - Há alguma regra fundamental 
para uma cultura da informação? A resposta a esta questão é dada 
por Sashkin e Kiser na seção seguinte. 
1.3 - Primeira regra da cultura da informação 
Quando se fala em cultura organizacional deve estar 
implícito o que faz parte de tal cultura e o que não faz parte, ou 
seja: deve estar bem claro quais são os elementos de uma cultura 
organizacional. Para responder a esta questão há inúmeros autores, 
mas privilegiamos Sashkin e Kiser. 
Estes dois autores preocuparam-se com as questões 
inerentes à cultura das organizações com foco no cliente. 
Marshall Sashkin realizou e aplicou pesquisas sobre liderança, 
participação e mudança organizacional durante mais de 20 anos. Nos 
últimos anos seu trabalho concentrou-se na liderança de alto nível. É 
autor de Leader Behavior Questionnaire (The Visionary Leader) 
amplamente usado em pesquisas e desenvolvimento de executivos. 
Dentre seus trabalhos de consultoria estão projetos sobre a 
avaliação da excelência organizacional através da liderança. 
É autor e co-autor de sete livros e monografias e de mais de 
50 relatórios de pesquisa. De 1979 a 1985, foi professor de 
Psicologia Industrial e Organizacional na Universidade de Maryland. É 
também professor adjunto de psicologia e administração da 
Universidade George Washington. 
Kenneth Kiser passou mais de uma década trabalhando com a 
alta gerência de uma grande variedade de organizações a fim de 
melhorar a qualidade e o desempenho organizacional. 
Formou-se bacharel em ciências políticas e economia e fez 
mestrado em sociologia na Universidade Estadualde Oklahoma. Fez 
doutorado na Universidade Estadual de Ohio. 
Ambos são co-autores de Putting Total Quality Management 
to Work, onde abordam os alicerces da Qualidade Total. A obra 
analisa três alicerces importantes da Qualidade Total: 
a) O primeiro diz respeito às ferramentas técnicas; 
b) O segundo fator concentra-se no cliente como foco da 
Qualidade Total; 
c) O terceiro fator é a cultura da organização, que se baseia 
em determinados valores e na visão da liderança. 
Segundo Sashkin e Kiser (1994:p.71), oito são os elementos 
cruciais da cultura de TQM: 
 Manuel Meireles 20 
1) Elemento da cultura 1 - As informações devem ser usadas 
para aperfeiçoar processos, e não para julgar nem controlar 
as pessoas; 
2) Elemento da cultura 2 - Autoridade deve ser igual a 
responsabilidade; 
3) Elemento da cultura 3 - Deve haver recompensas pelos 
resultados; 
4) Elemento da cultura 4 - A cooperação, não a competição, 
deve ser a base para o trabalho conjunto; 
5) Elemento da cultura 5 - Os funcionários devem ter 
estabilidade no emprego; 
6) Elemento da cultura 6 - Deve haver um clima de justiça; 
7) Elemento da cultura 7- A remuneração deve ser justa; 
8) Elemento da cultura 8 - Os funcionários devem ter 
participação no capital da empresa. 
Vale a pena repetir as palavras destes autores: As informações 
devem ser usadas para aperfeiçoar processos, e não para julgar nem 
controlar as pessoas. Este é o primeiro elemento crucial de uma 
cultura organizacional. A informação é para aperfeiçoar processos, 
não para controlar pessoas. Esta é a primeira regra de uma cultura 
organizacional com foco nos clientes (internos e externos); é a 
primeira regra de uma cultura da informação. 
Além desta primeira regra, a cultura organizacional torna-se 
mais forte se a organização dispuser de pessoas que, segundo Taylor 
(1993), possuam os seguintes conhecimentos ou habilidades: 
• Conhecimento sobre as fontes de informações 
existentes (formais ou informais); 
• Capacidade para utilizar tais fontes, sabendo 
interagir com pessoas ou sistemas de informações; 
• Preparo para avaliar a qualidade das informações, 
quanto à sua confiabilidade, precisão, atualidade, etc; 
• Habilidade para saber identificar os problemas e as 
informações que são necessárias para resolvê-lo; 
• Capacidade para identificar e acessar as informações 
necessárias para encontrar soluções para os problemas; 
• Habilidade para aplicar as informações obtidas na 
solução de problemas; e 
• Habilidade para articular, organizar e comunicar 
informações às demais pessoas da empresa de modo 
apropriado. 
 
1.4 - Cultura da informação adequada à empresa 
Gestão das Informações Organizacionais 
 
21 
Uma outra questão surge: - Há diferentes tipos de cultura da 
informação? A resposta a esta questão é afirmativa: para cada tipo 
de organização há uma cultura da informação mais adequada. A 
cultura da organização adequada à empresa é definida por meio de 
dois critérios importantes: 
1. O grau de incerteza da informação sobre o mercado; 
2. O grau de complexidade da informação sobre produtos e 
processos. 
Desta forma para se estabelecer a cultura da informação 
mais adequada a uma organização é preciso responder a estas duas 
questões: 
-Qual é o grau de incerteza da informação sobre o mercado 
dos nossos produtos ou serviços? É alto? É baixo? 
-Qual é o grau de complexidade da informação sobre os 
nossos produtos e nossos processos? É alto? É baixo? 
Dependendo das respostas é possível encontrar a cultura da 
informação mais adequada à organização, de forma a garantir a 
sobrevivência dela. Cultura mais adequada, neste caso, significa que 
a forma como as pessoas analisam, recolhem, organizam, processam, 
comunicam e utilizam a informação é a mais apropriada à estratégia 
global da empresa, é a mais apropriada às metas da empresa. 
A figura 1.1 mostra que dependendo das respostas dadas se 
encontra uma das quatro culturas típicas: 
-Cultura da informação para CONTROLAR, para monitorar 
erros e problemas - adequada para empresas com baixa incerteza da 
informação sobre o mercado e baixa complexidade de produtos e 
processos. Por exemplo: uma fábrica de calçados. 
-Cultura da informação para ADAPTAR, para corrigir erros e 
problemas - com baixa incerteza da informação sobre o mercado e 
alta complexidade de produtos e processos. Por exemplo uma 
empresa do setor químico-farmacêutico. 
-Cultura da informação para ANTECIPAR, isto é, para evitar 
erros e problemas - adequada a empresas com alta incerteza da 
informação sobre o mercado e baixa complexidade da informação 
sobre seus produtos e processos. Por exemplo, uma empresa 
distribuidora de valores que negocie moedas (Câmbio) 
 
 Manuel Meireles 22 
 
Complexidade da
informação sobre
 PRODUTOS E
PROCESSOS
ANTECIPAR
Evitar erros e problemas
Alta incerteza da informação
sobre o mercado e baixa
complexidade da informação
sobre produtos e processos
Grau de
incerteza da
informação
sobre o mercado
CRIAR
redefinir novas condições de
sucesso; enfrentar ameaças e
explorar oportunidades
Alta incerteza da informação
sobre o mercado e alta
complexidade da informação
sobre produtos e processos
CONTROLAR
Monitorar erros e problemas
Baixa incerteza da informação
sobre o mercado e baixa
complexidade da informação
sobre produtos e processos
ADAPTAR
Corrigir erros e problemas
Baixa incerteza da informação
sobre o mercado e alta
complexidade da informação
sobre produtos e processos
alto
baixo
baixa
alta
 
Figura 1.1: Matriz para definição da cultura da informação adequada 
a uma organização em função do grau de incerteza da informação 
sobre o mercado e da complexidade da informação sobre produtos e 
processos. 
 
-Cultura da informação para CRIAR, isto é, para redefinir 
novas condições de sucesso, para enfrentar ameaças e oportunidades 
- adequada a empresas com alto grau de incerteza da informação 
sobre o mercado e alta complexidade da informação sobre produtos 
e processos. Por exemplo, empresa de propaganda ou de pesquisa 
sobre novos produtos e tecnologias 
A cultura da informação, em síntese, é o modo como as 
pessoas usam a informação, e tal cultura reflete a importância que 
os administradores atribuem à informação. Numa abordagem mais 
ampla o uso da informação tende para um dado resultado. Os 
resultados possíveis podem ser simplificadamente divididos em 4 
tipos: controlar, adaptar, antecipar e criar. Cada um destes tipos 
caracteriza uma específica cultura da informação. Mas são tipos 
puros, extremos. Obviamente as organizações podem ter 
predominantemente um destes tipos ou a mistura de dois deles com 
mais intensidade. 
Nas organizações em que a cultura da informação está 
voltada para controlar, a informação é usada como meio de exercer 
influência ou poder sobre outros. É uma cultura típica das empresas 
tipo máquina - no dizer de Gareth Morgan (1996) - com sólida 
Gestão das Informações Organizacionais 
 
23 
cultura da informação baseada no controle e na “necessidade de 
saber”. 
 Nas organizações em que a cultura da informação é para 
adaptar - ajustar, afinar ou reparar processos - as informações 
sobre fracassos e êxitos são importantes para provocar mudanças 
desejáveis. 
 As empresas com uma cultura da informação voltada para 
antecipar, procuram informações para tomar decisões que ajudem a 
antever o futuro e mudar as próprias atitudes. 
 As empresas com uma cultura da informação voltada para 
criar, usam a informação para redefinir novas oportunidades. 
 
1.5 - Resumo 
 O papel do Administrador de Sistemas de Informação prover, 
para a organização informação ótima, isto é: informação certa, no 
tempo,no lugar e na forma desejada. Isto implica que o 
Administrador de Sistemas de informação deve decidir o que deve 
ser informado, ou seja, a síntese dos dados originais; por que se 
deve proceder à informação; quem informa ou deve ser informado; 
como deve ser informado, isto é: a forma do relatório; e quando o 
usuário deve ser informado: a especificação temporal a partir da 
qual a informação deve estar disponível ou entregue. 
Qualquer organização tem, quer esteja consciente ou não 
disso, uma cultura da informação, que pode ser definida como o 
conjunto de valores, atitudes e comportamentos que influenciam na 
forma como as pessoas, dentro da organização, avaliam, aprendem, 
recolhem, organizam, processam, comunicam e utilizam a 
informação, ou seja: é a forma, portanto, como as pessoas lidam ou 
encaram a informação; a importância que atribuem a ela. 
Segundo Sashkin e Kiser (1994:p.71), um dos elementos 
cruciais de uma cultura organizacional refere-se ao uso da 
informação. Para estes autores as informações devem ser usadas 
para aperfeiçoar, e não para julgar nem controlar as pessoas. Isto é 
tão importante que pode ser considerado como a primeira regra de 
uma cultura da informação. 
Para cada tipo de organização há uma cultura da informação 
mais adequada, que pode ser definida por meio de dois critérios 
importantes: pelo grau de incerteza da informação sobre o mercado 
e pelo grau de complexidade da informação sobre produtos e 
processos. 
 
 Manuel Meireles 24 
1.6 - Veja se sabe responder. 
 Se você pretende ter mestria no assunto, veja se sabe 
responder adequadamente às seguintes questões: 
1- Resuma o papel do administrador de sistemas de 
informação. O que se espera que ele faça dentro de uma 
organização? 
2 - Conceitue cultura da informação. 
3 - Se você estivesse incumbido de redigir algumas normas 
referentes à cultura da informação de uma empresa, que regra, 
certamente você não deixaria de considerar? 
4 - Dada uma empresa qualquer, como você procederia para 
estabelecer a cultura da informação mais adequada a ela? 
5 - Selecione de uma revista qualquer (Exame; Veja; IstoÉ, 
etc) uma página de anúncio referente a uma empresa qualquer. 
Considere essa empresa. Que tipo de cultura da informação acha 
mais adequada a ela? Trace a matriz para definição da cultura da 
informação adequada a tal empresa em função do grau de incerteza 
da informação sobre o mercado e da complexidade da informação 
sobre produtos e processos. 
6 - Estudo de caso. António é administrador de carteiras de 
ações, trabalhando para um conjunto de clientes. Ele aplica o 
dinheiro dos clientes em ações e recebe deles em função dos 
resultados que obtiver. Quanto mais rentáveis forem suas operações 
melhor. Ao investir é ele quem determina quanto vai aplicar e em 
que ações vai aplicar, fazendo uso de um software que ele mesmo 
criou. O software 70% das vezes dá ordens corretas de operação, isto 
é: 70% das vezes as ações são compradas a um preço e vendidas a 
um preço maior. Obviamente 30% das vezes ocorre o contrário. Mas 
António considera o software eficiente, pois o lucro das operações 
certas é bem superior ao prejuízo das erradas. 
 Certo dia ele comentou com a sua secretária que a ação 
Paranapanema, que ele tinha em carteira, iria cair. Ele tinha muita 
experiência com a ação e conhecia bem quando ela iria subir ou 
cair. Mas era uma intuição, um feeling, uma percepção. A secretária 
respondeu: 
 -Por que não vende, então? 
 -O sistema não disse para vender. 
 -Mas você não acha que a Paranapanema vai cair de preço? 
 -Acho. Mas o software não me avisou que devo vender. 
 -Mas você não acha que ela vai cair? 
 -Acho. Mas o sistema não deu a informação para vender a 
Paranapanema. 
Gestão das Informações Organizacionais 
 
25 
 -Não acredito no que estou ouvindo: se você acha que ela vai 
cair de preço, para que ficar esperando ordem do sistema? 
 António não vendeu a Paranapanema. Esperou a ordem de 
venda do sistema - que veio três dias depois - quando a ação já tinha 
caído de R$12,10 para R$9,80. 
 Considerando os conceitos da cultura da informação, 
comente a ação de António. Ele agiu certo? Deveria ter dado ouvidos 
à sua intuição?

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