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Ementa: Processo de execução. Cumprimento de sentença. Impugnação. Embargos do devedor. Ações cautelares.
BIBLIOGRAFIA
ABELHA, Marcelo. Manual de execução civil. 5.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
ASSIS, Araken de. Cumprimento da sentença. Rio de Janeiro: Forense, 2010.
______. Manual da execução. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: tutela antecipada, tutela cautelar, procedimentos, cautelares específicos. Vol. 4. São Paulo: Saraiva, 2012.
DESTEFENNI, Marcos. Curso de processo civil. 2. ed. Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2010. 
DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil. Bahia: Juspodivm, 2014.
DINAMARCO, Candido Rangel. Fundamentos do processo civil moderno. 2 ed. São Paulo: RT, 1987.
GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2013.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Processo cautelar. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. 
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de processo civil comentado: teoria geral dos recursos, recursos em espécie e processo de execução. Vol. 2. São Paulo: Atlas.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao código de processo civil. Vol. 5. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. 7. ed. São Paulo: Método, 2015. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo de execução. 14. ed. São Paulo: EUD, 1990. 
______. Curso de direito processual civil. Vol. 3. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
WAMBIER, Luiz Rodrigues; ALMEIDA, Flávio Renato Correia de; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil. Vol. 3. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
1ª PARTE: EXECUÇÃO
1 Execução
1.1 Noções introdutórias
1.2 Princípios
1.2.1 Nulla executio sine titulo
1.2.2 Patrimonialidade
1.2.3 Desfecho único e disponibilidade da execução
1.2.4 Utilidade
1.2.5 Menor onerosidade
1.2.6 Lealdade e boa-fé processual
1.2.7 Contraditório
1.2.8 Atipicidade dos meios executivos
1.3 Partes e legitimidade
1.4 Competência
1.5 Responsabilidade patrimonial
1.6 O processo autônomo de execução e a fase procedimental executiva
1.7 Cumprimento de sentença (fase procedimental)
1.7.1 Liquidação
1.7.2 Cumprimento provisório
1.7.3 Cumprimento de sentença e obrigação de fazer, não fazer, entregar e pagar
1.8 Execução (processo autônomo)
1.8.1 Execução das obrigações de fazer, não fazer, entregar coisa e pagar quantia
1.9 Da penhora
1.10 Atos de expropriação de bens do executado
1.10 Alimentos: cumprimento de sentença e processo de execução 
1.11 Execução contra a Fazenda Pública
1.12 Defesa do executado
1.12.1 Embargos à execução
1.12.2 Impugnação
1.12.3 Exceção de pré-executividade
1.13 Suspensão e extinção da execução
1 Execução 
1.1 Noções introdutórias
A convivência comunitária faz surgir normas de conduta (moral, religiosa, de etiqueta, etc.). Entre essas normas, estão as impostas pelo grupo social organizado (Estado), vinculando todos os seus componentes – normas jurídicas. As normas jurídicas, dotadas de obrigatoriedade e coercibilidade, alcançam os mais variados lances da vida humana, cuidando do indivíduo e do grupo social.
Se, por exemplo, alguém causou dano a outrem e foi condenado a reparar os prejuízos, terá eu cumprir a norma de direito que manda o responsável por ato ilícito indenizar a vítima. Da mesma forma, quem assinou uma nota promissória, no vencimento terá que honrar a obrigação assumida, resgatando a dívida. Em ambos os casos, se o devedor não cumpre por iniciativa própria a obrigação, caberá a intervenção do Estado em seu patrimônio para tornar efetiva a sua vontade sancionatória, realizando, à custa do devedor, sem ou contra a vontade deste, o direito do credor.
 
Dessa forma, a execução consiste em um conjunto de meios jurídico-processuais previstos em lei, visando a satisfação de um direito, observada a natureza da obrigação.
A execução pressupõe um título executivo. Só existe título executivo criado pela lei, sendo inadmissível que as partes criem um título à margem da previsão legal. Deve ser líquido, certo e exigível (artigo 783 do Novo Código de Processo Civil). 
O título executivo pode de ser de duas espécies: judicial (artigo 515 do Novo Código de Processo Civil) e extrajudicial (artigo 784 do Novo Código de Processo Civil). O título judicial é formado pela atuação jurisdicional, enquanto o extrajudicial é formado pela vontade das partes (as duas partes envolvidas – credor e devedor – ou apenas uma delas, como ocorre na certidão de dívida ativa).
1.2 Princípios
	Aplicam-se à Execução os princípios do processo civil. Contudo, aqui, alguns deles possuem conotação particular e vigência única:
1.2.1 Nulla executio sine titulo: Não há execução sem título que a embase. A execução permite a invasão do patrimônio do executado (penhora, busca e apreensão,...), colocando o executado numa situação processual desvantajosa; a necessidade da existência do título (previsto em lei) demonstra a probabilidade da existência do crédito e justifica os atos de constrição judicial permitidos. Coexiste com esse princípio a possibilidade de execução de antecipação de tutela.
1.2.2 Patrimonialidade: Os bens do executado respondem pela satisfação do direito do exequente e não a pessoa do devedor, o que representa a humanização que o processo adquiriu durante seu desenvolvimento histórico, bem como o abandono da execução como forma de vingança. Nesse sentido também se justifica a previsão legal da impenhorabilidade de determinados bens. A prisão civil não é forma de satisfação do crédito.
1.2.3 Desfecho único e disponibilidade da execução: A execução se desenvolve com o único objetivo de satisfazer o direito do exequente. Poderá haver extinção do processo sem resolução de mérito, mas não a improcedência do pedido do exequente, uma vez que na execução não se discute o mérito. As exceções, que não afastam o princípio do desfecho único, residem no acolhimento da execução de pré-executividade, em que se rejeita a pretensão executiva e o reconhecimento da prescrição. Em razão do desfecho único, que impossibilita a tutela do direito material do executado, é permitido que o exequente, a qualquer momento, possa desistir do processo (o que não se confunde com renúncia do direito material), dispensada a concordância do executado (sem que haja prejuízo do devedor ou de terceiro).
1.2.4 Utilidade: A execução deve servir para entregar o credor o que tem direito a receber. Não se justifica, portanto, o processo judicial para a satisfação de um direito que não pode (mais) ser satisfeito ou meios executivos que se mostrem inúteis para fins de satisfação do direito. Assim, por exemplo, não haverá penhora quando o produto do bem for totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
1.2.5 Menor onerosidade: Como a execução visa a satisfação do direito, não sendo instrumento de vingança, sempre que houver vários meios de satisfazer o direito do credor, a execução se fará pelo modo menos gravoso ao devedor.
1.2.6 Lealdade e boa-fé processual: Aplica-se à execução a previsão do artigo 77 do CPC, inclusive quanto à aplicação de sanções. O artigo 774 do CPC arrola atos que se consideram atentatórios à dignidade da justiça.
1.2.7 Contraditório: Apesar de suas características especiais, a execução possui natureza jurisdicional; deverá, portanto, seguir sob o crivo do contraditório, constitucionalmente garantido e indispensável num Estado Democrático de Direito. Exemplificativamente, deve ser observado o contraditório na decisão sobre a natureza do bem penhorado, ordem de penhora dos bens, preço vil da arrematação, avaliação de bem, etc.
1.2.8 Atipicidade dos meios executivos: A satisfação do direito do exequente é buscada por variados meios: penhora, expropriação, busca e apreensão, astreintes, arresto, etc. Apesar de amplo o rol legal, trata-se de rol exemplificativo, podendo ser adotadosmeios executivos não consagrados em lei, vedada a violação de lei e princípios do Direito (meios vexatórios de pressão, por exemplo). 
1.3 Partes e legitimidade
As partes no processo de execução e na fase de cumprimento de sentença (a diferença será adiante explicitada) são as mesmas dos demais processos: juiz, demandante (exequente) e demandado (executado).
Quanto à legitimidade, de forma primária ou originária o exequente e o executado são aqueles indicados no próprio título. 
No artigo 778 do Novo Código de Processo Civil, há indicação do legitimado ativo primário ou originário (caput) e, ainda, dos legitimados ativos supervenientes ou secundários: espólio, herdeiros ou sucessores (§ 1º, inciso II), cessionário (§ 1º, inciso III) e sub-rogado (§ 1º, inciso IV). 
Quanto ao Ministério Público (§ 1º, inciso I), terá legitimidade ativa nos casos previstos em lei, de forma ordinária (em que figura como credor no título) ou extraordinária (defendendo em nome próprio interesse de terceiro). São exemplos a legitimidade para executar a sentença condenatória proferida em ação civil pública que tenha como objeto direito difuso ou coletivo (Lei nº 7.347/85, artigo 3º); e para executar a sentença de ação de improbidade administrativa, em situações de enriquecimento ilícito no exercício do mandato, cargo, emprego ou função na administração pública (Lei nº 8.429/92, artigo 17).
O artigo 779, por sua vez, apresenta a indicação do legitimado passivo primário ou originário (inciso I) e dos legitimados passivos supervenientes ou secundários: espólio, herdeiros ou sucessores (inciso II), novo devedor que assumiu a obrigação (inciso III), fiador (inciso IV), responsável do bem em garantia real (inciso V) e responsável tributário (inciso VI).
1.4 Competência
 No caso dos títulos executivos judiciais, (i) é competente para executá-los o juízo que tenha sido competente para a fase de conhecimento do processo; (ii) quando a competência originária para a ação for dos Tribunais, esse é o juízo competente; e (iii) nos casos de sentença penal condenatória, sentença arbitral, sentença estrangeira ou acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo, o juízo cível competente (artigo 516 do CPC).
A exceção, prevista no parágrafo único do artigo 516 do CPC, refere-se a permissão de que o processo executivo seja proposto no local onde se encontram os bens que servirão de garantia ao pagamento do crédito exequendo ou no local em que a obrigação de fazer deva ser cumprida.
Quanto à execução de alimentos, há a possibilidade de execução no foro atual de domicílio do demandante.
Quanto aos títulos executivos extrajudiciais, a competência segue as regras dispostas no artigo 781 do CPC.
1.5 Responsabilidade patrimonial 
A responsabilidade patrimonial consiste na sujeição de um determinado patrimônio à satisfação do direito do credor. 
A regulamentação da responsabilidade patrimonial está nos artigos 789 a 796 do CPC.
Pode haver dívida sem responsabilidade (como no caso da dívida de jogo) e vice-versa (como no caso do sócio que pode ter seu patrimônio afetado em razão de dívida da sociedade). No caso do fiador, é coobrigado perante o credor, permanecendo a questão quanto à existência ou não, no caso, do benefício de ordem.
De regra, é o patrimônio do devedor que responde pela dívida, mas, em algumas situações específicas, aquele que não participou da relação de direito material se vê responsável por sua satisfação, conforme disciplina o artigo 790 do CPC.
Como já visto, a pessoa do responsável pela dívida não responde pela dívida, mas seu patrimônio, presente e futuro (artigo 789 do CPC). A interpretação de “bens presentes” consiste no momento da instauração do processo executivo, não se excluindo aqueles “bens passados” alienados em fraude.
Há bens, contudo, aos quais a lei atribui o caráter de impenhorabilidade. Garantia de que alguns bens não sejam objeto de expropriação judicial é a tentativa moderna de preservação da pessoa do devedor, colocando a dignidade da pessoa em patamar superior à satisfação do crédito do exequente. O rol dos bens impenhoráveis consta no artigo 833 do CPC.
1.6 O processo autônomo de execução e a fase procedimental executiva
Tradicionalmente, o direito brasileiro exigia um processo autônomo de execução: a parte, após a obtenção do título executivo judicial no processo de conhecimento (sentença ou acordo homologado), tinha de propor um novo processo – o processo de execução do título judicial obtido no processo de conhecimento. 
Ou seja, a “era da autonomia” do processo executivo, exigia a existência de dois processos distintos e sucessivos: o primeiro, em que se declarava o direito e se determinava à parte ao cumprimento de uma obrigação (processo de conhecimento) e, posteriormente, o segundo, em que se buscava a satisfação da obrigação (processo de execução).
A justificativa para a autonomia do processo executivo encontrava-se alicerçada na diversidade das atividades jurisdicionais (processo de conhecimento = atividades cognitivas; processo de execução = atividades práticas e materiais) e na diversidade de objetivos traçados para cada uma dessas atividades (processo de conhecimento = reconhecimento do direito e constituição de uma nova relação jurídica ou condenação; processo de execução = satisfação do direito do exequente).
Mas, mesmo nessa “era da autonomia”, já existiam as denominadas “ações sincréticas”, que consistem em processos com duas fases procedimentais sucessivas e distintas, como, por exemplo, as ações possessórias e as ações de despejo. A satisfação da sentença, nesses casos, era e continua sendo realizada por meio de uma mera fase procedimental seguinte.
Progressivamente, o sistema jurídico sofreu uma mudança de paradigma, invertendo a regra (que passou a ser a execução por mera fase procedimental) e a exceção (situações excepcionais em que o título é executado por meio de um processo autônomo). 
Entre a “era da autonomia” e a inversão da regra pela exceção, marcos legais sinalizavam e conduziam para essa mudança de compreensão e procedimento:
 O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), em seu artigo 84, passou a prever ações sincréticas para as demandas coletivas que tenham como objeto a condenação do réu ao cumprimento de uma obrigação de fazer/não fazer. 
A partir de 1994, o Código de Processo Civil de 1973, com as alterações trazidas pela Lei nº 8.952/94, acompanhou o Código de Defesa do Consumidor, fazendo com que todas as ações que tenham como objeto uma obrigação de fazer/não fazer passassem não mais serem regidas pela autonomia das ações, tornando-se ações sincréticas (artigo 461 do CPC/73) e incluindo no sistema jurídico o instituto da tutela antecipada, que permite a execução das decisões que a concedem independentemente do processo autônomo de execução (artigo 273 do CPC/73).
Em 1995, a Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95), tornou toda a demanda em trâmite perante os Juizados Especiais uma ação sincrética, fazendo com que a sentença passasse a ser executada mediante uma mera fase procedimental subsequente à fase de conhecimento.
A Lei nº 10.444/2002 incluiu o artigo 461-A no Código de Processo Civil/73, fazendo valer a realidade das ações sincréticas para as demandas judiciais que tenham por objeto obrigação de entrega de coisa.
A alteração legislativa trazida pela Lei nº 11.232/2005, tornou sincrética a maioria das ações judiciais que tenham como objeto obrigações de pagar quantia certa, fazendo com que a regra do nosso sistema jurídico passasse a ser a execução por mera fase procedimental. 
Dessa forma, a expressão “cumprimento de sentença” adotada pelo legislador é utilizada para distinguir a fase processual de satisfação do direito (seguinte à obtenção do título judicial), do processo autônomo de execução.
1.7 Cumprimento de sentença (fase procedimental)
O cumprimento de sentença está previsto no artigo 513 e seguintes do CPC; os títulos executivos judiciais constam no rol do artigo 515 do CPC.
1.7.1 LiquidaçãoA liquidação da sentença consiste na determinação do objeto da obrigação, quando a sentença for ilíquida. 
Está prevista no artigo 509 e seguintes do CPC. 
A liquidação é exclusiva dos títulos executivos judiciais, já que os extrajudiciais devem ser líquidos. 
O sistema processual busca evitar a fase de liquidação, cabendo ao juiz, salvo em caso de impossibilidade, proferir sentença liquida (artigo 491 do CPC). 
No sistema dos Juizados Especiais é vedada ao juiz a prolação de sentença ilíquida (artigo 38, parágrafo único da Lei nº 9.099/95).
É possível a liquidação de sentença na pendência de recurso. Ainda que, nesse caso, aconteça em autos apartados (já que o processo está na instância recursal), trata-se de mera fase procedimental (artigo 512 do CPC). 
A liquidação se dará por arbitramento ou pelo procedimento comum, conforme artigo 509 do CPC. A mera necessidade de cálculo para atualização do valor exequendo não implica em liquidação (artigo 509, § 2º).
A liquidação por arbitramento é realizada quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza da obrigação (artigo 509, inciso I do CPC). Em verdade, a liquidação por arbitramento ocorrerá sempre que se fizer necessária a elaboração de uma perícia para se obter o quantum debeatur.
A liquidação “pelo procedimento comum” (artigo 509, inciso II do CPC) está associada com a necessidade de alegação e prova de fato novo. Fato novo, aqui, não está associado à questão temporal, mas ao Poder Judiciário, que enfrentará questão não enfrentada anteriormente, com a devida observância do contraditório.
1.7.2 Cumprimento provisório
É possível o cumprimento provisório quando ainda não houve o trânsito em julgado da decisão, mas o recurso pendente de decisão não possui efeito suspensivo. A previsão consta nos artigos 520 a 522 do CPC.
O cumprimento provisório ocorre por iniciativa e responsabilidade do exequente (artigo 520, inciso I) e o levantamento de valores ou transferência de bens pressupõe prestação de caução por parte do exequente (artigo 520, inciso IV do CPC) – visando evitar danos ao executado –, dispensada nos casos previstos no artigo 521 do CPC.
Trata-se de opção benéfica ao exequente, já que permite o adiantamento da prática de atos executivos, embora exista a responsabilidade pelo risco de ressarcimento ao executado por todos os danos advindos da execução provisória na hipótese de a decisão exequenda ser reformada ou anulada pelo recurso pendente de julgamento.
1.7.3 Cumprimento de sentença e obrigação de fazer e não fazer, entregar e pagar
(a) O cumprimento das obrigações de fazer e não fazer está previsto nos artigos 536 e 537 do CPC. 
De ofício ou a requerimento, o juiz determinará o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, com a possibilidade de fixação de multa por descumprimento. 
Não sendo possível a tutela específica (perda da habilidade pelo obrigado, por exemplo), é possível a conversão da obrigação em prestação pecuniária, com a liquidação incidental da decisão.
O § 1º do artigo 536 do CPC apresenta medidas coercitivas para o cumprimento da obrigação.
(b) O cumprimento da obrigação de entregar coisa está previsto no artigo 538 do CPC. 
Não cumprida a obrigação no prazo determinado, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme na natureza do bem. 
Embora o obrigado deva alegar questões referentes à benfeitorias e retenção na fase de contestação do processo de conhecimento (e não na fase de cumprimento), entende-se que, em ação autônoma, é possível exigir o pagamento pelas benfeitorias realizadas.
(c) O cumprimento da obrigação de pagar encontra previsão nos artigos 523 a 527 do CPC. 
O devedor, a requerimento do exequente, deverá ser intimado para pagar o débito e, não o fazendo no prazo legal de 15 (quinze) dias, ao montante da condenação será acrescida multa de 10%. Em caso de ausência de pagamento, será expedido mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação (§ 3º do artigo 523 do CPC).
Ocorrendo alguma das hipóteses previstas nos incisos do § 1º do artigo 525 do CPC, o executado poderá apresentar impugnação. A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive expropriatórios, conforme disciplina dos §§ 6º a 11 do artigo 525 do CPC.
Ainda que o cumprimento de sentença não seja um novo processo, havendo a necessidade do exequente promover o cumprimento, caberá a condenação do executado ao pagamento da verba honorária, da qual apenas se isentará na hipótese de cumprimento voluntário da obrigação.
1.8 Execução (processo autônomo)
O processo autônomo de execução está previsto nos artigos 771 e seguintes do CPC; os títulos executivos extrajudiciais constam no rol do artigo 784 do CPC.
1.8.1 Execução das obrigações de fazer, não fazer, entregar coisa e pagar quantia
(a) O processo de execução da obrigação de fazer e não fazer está previsto nos artigos 815 a 823 do Código de Processo Civil.
Ao contrário das obrigações de pagamento e entrega, que se resolvem de forma patrimonial, a execução da obrigação de fazer e não fazer exige um comportamento do devedor. 
Diante do inadimplemento, sendo possível, pode ser determinada a realização da obrigação por terceiro ou pelo exequente, à custa do executado (artigos 816 e 817 do CPC).
Não cumprida a obrigação e não sendo possível sua realização por outrem, o exequente poderá requerer a conversão da obrigação em perdas e danos, apurando-se o valor em liquidação e seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa (artigo 816 do CPC).
Quanto à obrigação de não fazer, como se infere do artigo 822 do CPC, em verdade, não há propriamente uma execução de obrigação de não fazer, e sim uma obrigação de fazer invertida, ou seja, de desfazer aquilo que não deveria ter sido feito.
Havendo recusa em desfazer o ato, o exequente poderá requerer que seja desfeito por outrem, à custa do devedor. Tornando-se impossível o desfazimento, a obrigação se converterá em perdas e danos.
(b) O processo de execução da obrigação de entregar coisa está regulamentado nos artigos 806 a 813 do CPC.
Se a coisa for certa, o devedor da obrigação será citado para satisfazê-la no prazo legal de 15 (quinze) dias, com a fixação de multa por atraso no cumprimento (artigo 806 do CPC).
Se a coisa certa estiver no patrimônio de terceiro, alienada quando já litigiosa, será buscada perante o terceiro, que poderá ser ouvido, depositando-a (artigo 808 do CPC). Contudo, há a possibilidade de oferecimento de embargos de terceiro.
Se a coisa se deteriorar, não for entregue, não for encontrada ou esteja no patrimônio de terceiro, o exequente poderá requerer, além de perdas e danos (apuradas em liquidação), o valor da coisa (apurado por arbitramento).
Tratando-se a obrigação de entregar coisa incerta, o processo seguirá basicamente as mesmas regras, com a diferença da individualização da coisa, que deverá ocorrer no início do processo executivo (artigo 811 do CPC). A escolha da coisa incerta segue as regras de direito material.
(c) O processo de execução de pagar quantia certa tem sua disciplina legal nos artigos 824 a 909 do CPC. Esses dispositivos servirão de fonte subsidiária para as demais espécies procedimentais para pagamento de quantia, inclusive para o cumprimento de sentença.
O processo de execução para pagar quantia é um processo autônomo que se instaura por meio de uma petição inicial, que deve atender tais requisitos. Na petição inicial, o exequente poderá indicar bens sujeitos à penhora. A petição inicial deverá estar acompanhada do demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação executiva.
Recebida a inicial, o executado será citado para efetuar o pagamento no prazo de 03 (três) dias (artigo 829 do CPC).
Sendo parte, e tendo recebido a exortação para pagar no prazo de três dias, admitem-se as seguintes posturas do executado diante das formas como pode ter transcorrido o ato citatório: a) é possível, embora improvável, queo devedor satisfaça a obrigação, culminando na extinção do processo executivo (art. 924, I, do CPC), podendo-se valer dos benefícios dos arts. 827, § 1º, e 916 do CPC; b) em vez de pagar, é possível que o executado permaneça inerte, caso em que: (i) se procederá imediatamente à penhora e à avaliação de bem indicado pelo exequente em sua inicial; ou (ii) será exortado, de ofício ou por requerimento do exequente, a indicar bens passíveis de serem penhorados, sob pena de litigância de má-fé (art. 774, IV); ou (iii) terá seus ativos financeiros penhorados no montante da execução, caso o juiz acolha requerimento do exequente, nos termos do art. 854 do CPC; c) também é possível que o executado não tome atitude nenhuma, ou seja, nem nomeie bens à penhora nem pague o que deve. Nesse caso, se houve arresto executivo (art. 830 do CPC), este se converte em penhora automaticamente. Todavia, se nem arresto houve porque não foram encontrados bens, então o processo de execução será suspenso, nos termos do art. 921, III do CPC.
1.9 Da penhora
Em razão da “responsabilidade patrimonial”, o devedor ou responsável pela dívida, caso ocorra o inadimplemento, terá teu patrimônio sujeito à atuação estatal, que poderá dali retirar o valor necessário para pagamento do que for devido.
A penhora constitui o ato executivo de identificação do bem do patrimônio do executado sujeito à expropriação, sendo um ato preparatório à expropriação. Por meio dela, apreende-se o(s) bem(ns) do executado, com ou contra sua vontade, conservando-o(s) para a expropriação final que satisfará o crédito exequendo. A conservação do bem penhorado recai sobre o depositário judicial (comumente o próprio devedor).
O Código define uma lista de bens que são impenhoráveis (artigo 833 do CPC) e outra de relativamente impenhoráveis, ou seja, sobre os quais pode incidir a penhora, à falta de outros bens (artigo 834 do CPC). Ainda, há uma lista com ordem de preferência para a indicação, inserida no artigo 835 do CPC.
A penhora é realizada por meio do “auto de penhora” (artigo 838 do CPC), ordinariamente realizado por um Oficial de Justiça, constando a apreensão e o depósito dos bens (data, partes, local, descrição dos bens, nomeação do depositário).
O executado deverá ser intimado da penhora. Recaindo a penhora sobre bem imóvel, deve-se intimar também o cônjuge do executado, ainda que não seja parte no processo executivo, salvo se casados sob o regime da separação absoluta de bens (artigo 842 do CPC). O terceiro garantidor ao qual pertencer a coisa sobre a qual recaia a garantia hipotecária, pignoratícia ou anticrética, quando essa for penhorada, também deverá ser intimado.
O Código admite a possibilidade de que, mesmo depois de feita a penhora, o seu objeto seja modificado, quantitativa ou qualitativamente (artigo 847 do CPC).
O CPC ainda disciplina a (i) penhora de dinheiro e depósito ou em aplicação financeira (artigo 854); (ii) penhora de créditos (artigos 855 a 860); (iii) penhora das quotas ou das ações de sociedades personificadas (artigo 861); (iv) penhora de empresa, de outros estabelecimentos e de semoventes (artigos 862 a 865); penhora de percentual de faturamento de empresa (artigo 866); e penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel (artigos 867 a 869 do CPC).
Penhorado o bem, deverá ser verificado o valor desse bem sobre o qual deverá recair o ato de expropriação judicial. Trata-se do ato de avaliação que, de regra, é realizado pelo próprio Oficial de Justiça que realiza o auto de penhora. Quando o Oficial de Justiça não tiver condições técnicas de fazer a avaliação, será nomeado um expert pelo juízo. A avaliação está regulamentada nos artigos 870 a 875 do CPC.
Nova avaliação é admitida, quando requerida pelas partes, nas hipóteses elencadas pelo artigo 873 do CPC. 
Intimadas as partes da avaliação, cabe à parte interessada provocar o incidente da modificação da penhora, que tanto pode ser para substituir o bem penhorado, quanto para reforçar ou reduzir a penhora feita.
1.10 Atos de expropriação de bens do executado
A expropriação judicial de bens (artigos 879 a 903 do CPC) é a última fase do procedimento executivo para pagamento de quantia certa contra devedor solvente, aplicável tanto à execução fundada em título extrajudicial, como ao cumprimento de sentença. Caracteriza-se pela finalidade de transferir bens ou valores do patrimônio do executado para o patrimônio do exequente, nos limites do crédito exequendo.
A expropriação se dará por (a) adjudicação, (b) alienação por iniciativa particular ou (c) alienação por leilão público.
(a) A adjudicação do bem penhorado é a forma preferencial das opções de adjudicação, por economia de tempo e dinheiro, já que o pagamento, através do bem penhorado, é feito diretamente pelo devedor ao credor (artigos 878, 880 e 881 do CPC).
A adjudicação não pode ser determinada de ofício, deve ser provada pela parte interessada.
(b) A alienação por iniciativa particular está prevista nos artigos 879 II e 880 do CPC. Não se trata de um negócio privado, mas de um ato expropriatório público, realizado pelo Estado e com a cooperação do exequente. 
Pode ser dar por duas formas: quando o próprio exequente promove a alienação, sob a supervisão judicial, ou quando o exequente requer a alienação por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o judiciário.
(c) A alienação em leilão público fica a cargo de um auxiliar da justiça denominado leiloeiro público e pode se dar de forma eletrônica ou presencial. 
A alienação deve ser publicamente anunciada, por meio de edital (artigo 886 do CPC). A publicação do edital também possui a finalidade de permitir que demais credores interessados compareçam à venda e exerçam seus direitos.
A alienação em leilão conclui-se com a arrematação do bem. O artigo 890 do CPC elenca aqueles que não estão legitimados à arrematação. O bem não será arrematado por preço vil, conforme disciplina do artigo 891 e parágrafo único do CPC.
O desfazimento da arrematação pode se dar por provocação da parte interessada pleiteando um provimento judicial que reconheça a existência de defeito do ato.
1.10 Alimentos: cumprimento de sentença e processo de execução
De plano, importa referir que os alimentos podem ser (i) “legítimos” (devidos por força de lei, decorrente das relações familiares), (ii) testamentários, (iii) convencionais (instituídos por estipulação negocial inter vivos) ou (iv) judiciais (estabelecidos por decisão judicial, como nos casos decorrentes de ato ilícito).
A obrigação alimentar (definitiva ou provisória) reconhecida em decisão judicial (decisão interlocutória ou sentença) será satisfeita em cumprimento de sentença. Se provisórios, autuar-se-á em apartado; correrá nos próprios autos, se definitivos. O cumprimento de sentença que reconhece a legitimidade da obrigação de prestar alimentos está regulamentado nos artigos 528 a 533 do CPC. 
Se a obrigação alimentar decorre de título executivo extrajudicial, será objeto de processo autônomo de execução, disciplinado nos artigos 911 a 913 do CPC. Conforme disposto no parágrafo único do artigo 911 do CPC, aplicam-se, no que couber, os §§ 2º a 7º do artigo 528 (que disciplinam o cumprimento de sentença).
O exequente poderá requerer a intimação do executado para pagamento do débito em 3 (três) dias, provar que o fez ou justificar a impossibilidade.
Para efetivação do crédito, há previsão legal de técnicas executivas, variando-se a aplicação de acordo com a situação jurídica: prisão civil do executado, multa processual, sub-rogação de desconto em folha, adjudicação de bem penhorado, usufruto, alienação.
Sobre a prisão civil, importa dizer que não possui o escopo de punir o devedor (ainda que o CPC utiliza a expressão “pena”), mas de pressioná-lo a pagar. Será decretada pelo prazo de um a três meses, em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos demais. A prisão não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. Paga a dívida, será suspenso o cumprimentoda ordem de prisão.
A prisão pode ser decretada em caso de não pagamento de alimentos fundado em título judicial (provisório ou definitivo) ou extrajudicial. Há divergência doutrinária quanto a decretação da prisão em caso de alimentos decorrentes de ato ilícito. 
O débito alimentar que autoriza a prisão civil é o que compreende as 03 (três) prestações anteriores à execução e as que vencerem no curso do processo. 
1.11 Execução contra a Fazenda Pública
Em razão da natureza dos bens públicos e do princípio da continuidade do serviço público (prejuízo d coletividade), a execução contra a Fazenda Pública possui especialidades.
Por “Fazenda Pública” compreende-se a administração direta – União, Estados, Municípios e Distrito Federal – e administração indireta – autarquias, fundações de direito público.
O cumprimento de sentença está regulamentado nos artigos 534 e 535 do CPC e a execução fundada em título extrajudicial, no artigo 910 do CPC. Conforme § 3º do artigo 310 do CPC, aplicam-se, no couber, ao processo de execução, as disposições referentes ao cumprimento de sentença.
Ao contrário dos demais devedores, a Fazenda Pública é intimada (cumprimento de sentença) ou citada (processo de execução) para, querendo, impugnar a execução (artigo 535 do CPC) ou apresentar embargos (artigo 910 do CPC) e não para pagar. Restringe-se, contudo, a matéria da impugnação, ao disposto nos incisos do artigo 535 do CPC. No caso de embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seja lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento (§ 2º do artigo 910 do CPC).
Não se aplica à Fazenda Pública a multa prevista no § 1º do artigo 523 do CPC.
 Não impugnado/embargado o cumprimento/execução ou rejeitadas as matérias arguidas, será expedido precatório (artigo 100 da Constituição Federal) ou requisição de pequeno valor (§ 3º do artigo 100 da CF – 60 salários mínimos) – caso em que o pagamento deverá se dar no prazo de até 02 (dois) meses (inciso II do § 3º do artigo 535 do CPC).
1.12 Defesa do executado
No cumprimento de sentença, o meio de defesa é a impugnação (artigo 525 do CPC). No processo de execução, os embargos (artigos 914 a 920 do CPC). Como forma atípica de defesa, tem-se a exceção de pré-executividade.
1.12.1 Embargos à execução
Possuem o condão teleológico de criar um embaraço ou barreira à pretensão do credor. Trata-se de uma ação de conhecimento, incidental à execução.
Nos embargos, é possível arguir a matéria elencada no artigo 917 do CPC.
O prazo para oferecimento dos embargos é de 15 (quinze) dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação cumprido (artigo 915 do CPC).
Para oferecer embargos, é preciso que sejam tempestivos, atendam aos requisitos de uma petição inicial, não sejam meramente protelatórios, e, havendo a alegação de excesso de execução, deve-se indicar o valor que se considera devido discriminadamente. Não é obrigatória a segurança do juízo para a interposição de embargos (artigo 914 do CPC).
O exequente, no caso, poderá oferecer defesa, seguindo-se o processo de conhecimento com sua fase instrutória e sentença. Da sentença que julga os embargos, cabe apelação.
A disciplina dos requisitos para a concessão do efeito suspensivo está no artigo 919 do CPC.
Art. 919.  Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
§ 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
§ 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.
§ 5o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.
Os embargos devem ser propostos pelo executado e não por estranho à lide. Se, contudo, um estranho à lide sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre seus bens ou sobre os quais possua direito incompatível com o ato constritivo (cônjuge, companheiro, adquirente dos bens, etc), o remédio processual cabível será a propositura de embargos de terceiro, previsto nos artigos 674 a 686 do CPC. 
1.12.2 Impugnação
Possui natureza de defesa do executado, com a limitação da matéria descrita no artigo 525 do CPC.
O prazo para oferecimento da impugnação é de 15 (quinze) dias (artigo 525, caput do CPC), contando-se o seu início do fim do prazo previsto no artigo 523 do CPC.
Assim como nos embargos, é possível oferecimento de impugnação sem garantia do juízo.
Recebida a impugnação, o exequente terá direito ao contraditório.
A disciplina dos requisitos para a concessão do efeito suspensivo está no artigo 525, §§ 4º a 7º do CPC.
Nos termos do artigo 203 do CPC, se a impugnação extinguir a execução, o recurso cabível será o de apelação; se a impugnação for rejeitada, será uma decisão interlocutória recorrível por agravo de instrumento.
1.12.3 Exceção de pré-executividade
A exceção de pré-executividade surgiu como uma criação doutrinária e jurisprudencial – sem regulamentação legal – num momento em que o sistema jurídico previa como meio de defesa típico os embargos à execução (ação autônoma), que estava condicionada a garantia do juízo.
Seu objeto era a alegação de matérias de ordem pública e que o juiz já deveria ter conhecido de ofício.
O novo CPC, em seu artigo 518, parece justificar legalmente a exceção de pré-executividade, com a previsão de que todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento de sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.
1.13 Suspensão e extinção da execução
As hipóteses de suspensão estão previstas no artigo 921 do CPC.
A suspensão depende de ato judicial reconhecendo a suspensão requerida pelas partes.
Com a suspensão, o processo executivo fica sobrestado dali para frente, não se realizando nenhum ato processual após sua declaração, salvo se, a requerimento das partes ou de ofício (quando permitido pela lei), o juiz ordenar a realização de providências urgentes.
A extinção da execução está regulamentada nos artigos 924 e 925 do CPC, cujo rol não é taxativo. A priori, as hipóteses regulamentadas nesses artigos referem-se ao processo de execução e não ao cumprimento de sentença, embora as hipóteses descritas possam se encaixar em situações processuais que aconteçam nos processos sincréticos.
Não é de melhor técnica a utilização de procedência ou improcedência para se referir à “sentença” no processo de execução ou que põe fim à fase executiva do cumprimento de sentença. A rigor, o processo executivo, que é de desfecho único, satisfaz ou não satisfaz o credor exequente. Portanto, a sentença no processo de execução declara a extinção do processo de execução, que terá satisfeito ou não o exequente; o ato de satisfação do exequente se dá antes de ser extinto o processo ou a etapa executiva.
2ª PARTE: TUTELAS DE URGÊNCIA

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