Buscar

Cicatrização de Feridas — Bloco Cirúrgico de Ensino e Pesquisa FAVET UFRGS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

UFRGS  FAVET A­  A  A+
Cicatrização de Feridas
A cicatrização é o processo pelo qual o organismo tende a reparar uma lesão ou perda de tecido. Esse
processo está dividido em diferentes fases:
Inflamação Debridamento Proliferação Maturação
0 a 3 dias 1 a 6 dias 3 a 14 dias 14 dias a 1 ano
Alteração da
permeabilidade
vascular
Proliferação de
polimorfonucleares
Angiogênese =
proliferação
capilar
Involução do
número de
capilares
Deposição de
fibrina
Atividade de
linfócitos e
macrófagos
Fibrinólise =
reabsorção de
fibrina
Involução do
número de
células
Exsudação Atividadeenzimática
Proliferação de
fibroblastos
Aumento da
deposição de
colágeno
Edema Limpeza
Modificação da
susbtânca
básica (MEC)
Aumento da
resistência da
cicatriz
  Supuração Síntese decolágeno
Contração da
cicatriz
    Migraçãoepitelial  
Tipos de cicatrização
Primeira intenção ou primária
Ocorre quando há união imediata das bordas da ferida, evoluçao asséptica e cicatriz linear. As condições
requeridas são a coaptação das bordas e dos planos anatômicos. Evolui em 4 a 10 dias.
Segunda intenção ou secundária
As bordas da ferida não contatam entre si, por perda tecidual excessiva. O espaço é preenchido por
tecido de granulação, cuja superfície posteriormente irá reepitalizar. Pode durar dias a meses.
O tecido de granulação é importante por:
ser muito resistente à infecção;
o epitélio irá migrar sobre a sua superfície;
promove suprimento dos fibroblastos que vão produzir colágeno;
promove o processo de contração da ferida, que consiste na redução do tamanho da ferida aberta
(espessura total). Essa redução resulta de movimentos centrípetos da pele que circunscreve a lesão em
função da fibroplasia no tecido de granulação.
 
Terceira intenção ou terciária
Processo que envolve limpeza, debridamento e formação de tecido de granulação saudável para
posterior coaptação das bordas da lesão.
Fatores que afetam a cicatrização
Fatores locais
corpo estranho, sujidades, material de sutura, implantes
tecido necrosado ou isquêmico
infecção
temperatura
coleção de líquidos: hematoma, seroma
espaço morto
material de incisão: bisturi X tesoura
uso do eletrocautério
tempo transcorrido entre o trauma e o tratamento
bandagens
áreas de tensão, movimento
 
Fatores sistêmicos
uso de corticosteróides
radioterapia, quimioterapia
idade
diabete melito descompensada
hiperadrenocoricismo
neuropatia
hipoproteinemia
hepatopatia: deficiência de fatores de coagulação
choque hipovolêmico
presença de toxinas bacterianas
anti­inflamatórios não esteroidais
oxigênio hiperbárico
ultrassonografia e fototerapia
 
Manejo de feridas
As feridas são caracterizadas como soluções de continuidade de pele ou mucosa, de profundidade
variável, até aponeuroses, músculos, serosa, órgãos internos ou ossos.
Classificação das feridas
1. Conforme a densidade microbiana
limpa: produzida pelo cirurgião; sem quebra de assepsia; sem envolvimento dos sistemas respiratório,
gênito­urinário, alimentar ou orofaringe;
baixa contaminação: lesão ocorrida há menos de 4 horas; que não apresenta sujidades ou que não
envolve os sistemas respiratório, gênito­urinário, alimentar ou orofaringe;
contaminada: decorrente de trauma recente; com presença de inflamação não purulenta; com a
possibilidade de haver sujidades na ferida
suja ou infectada: com presença de inflamação ou contaminação bacteriana aguda; de origem
traumática; com evolução de mais de 12 horas; pode haver supuração
 
2. Conforme a progressão da lesão
Classe 1: de 0 a 4 horas de evolução. Apresenta pouca multiplicação bacteriana (< 105 bactérias/grama
de tecido)
Classe 2: de 4 a 12 horas de evolução. As bactérias começam sua multiplicação, mas não são invasivas
Classe 3: acima de 12 horas. É considerada ingectada
 
3. Conforme a apresentação clínico­cirúrgica
FECHADAS
Abrasão/contusão: a pele e/ou mucosa são lesionadas, mas permanecem íntegras. Podem ser
profundas e alcançar tecido conectivo, muscular, tendíneo e ósseo. Geralmente resultantes de
esmagamento ou fricção.
 
ABERTAS
Incisa: sol. de continuidade linear, bordas regulares e profundidade variável. Produzida por objetos
cortantes (faca, bisturi). São mais propensas a hemorragias, pois a ausência de irregularidades dificulta a
agregação plaquetária.
Lacerada: produzida por objetos ponteagudos que cortam o tecido formando bordas irregulares, pouco
sangrenta. Aquelas ocorridas há menos de 3 horas podem ser suturadas plano a plano, após
reavivamento e regularização das bordas (incisas). Quando ocorridas a mais de 4 horas fecha­se
parcialmente e utiliza­se drenos.
Avulsionada: produzida por despregamento do tecido subcutâneo, resultando no arranchamento da
pele. Pouco sangrentas, de grande espaço morto.
Punctória: produzida por elementos perfurantes (cravos, pregos, estiletes e espetos). Não atingem
cavidades/órgãos.
Penetrante: solução de continuidade da pele e tecidos subjacentes alcançando cavidades (abdome,
tórax, seios faciais, etc). Geralmente resultam em perfuração de vísceras, empiema ou evisceração.
 
4. Conforme a causa
Traumática
Atraumática
 
5. Conforme as estruturas comprometidas
Superficial
Profunda

Outros materiais