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Concordância Verbal e Nominal

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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 2 
Concordância verbal e nominal 
Olá, pessoal! 
Trabalhamos na aula passada os termos básicos da oração, para que 
pudéssemos entender a relação de concordâncias verbal e nominal e regências 
verbal e nominal. Além disso, reconhecemos alguns termos e orações 
importantes para entendermos a pontuação. 
Vimos, então, que a oração é constituída de termos essenciais. Esses 
termos são o sujeito e o predicado. Na realidade, quem é essencial mesmo 
na construção da oração é o verbo, sem o qual não há predicado, tampouco 
oração, como vimos na nossa aula demonstrativa. Como são a base da oração, 
não podem ser separados por vírgula. 
O tema desta aula é a concordância, por isso vamos reconhecer o 
sujeito: 
Sujeito: É o termo da oração do qual se declara alguma coisa. Ele possui 
um núcleo (palavra de valor substantivo) e geralmente algumas palavras de 
valor adjetivo que servem para caracterizá-lo. Veja a oração abaixo. 
As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes. 
 
O verbo de ligação “foram” e o predicativo “excelentes” flexionaram-se 
no plural porque o substantivo “viagens” está no plural. Esse substantivo, por 
ser a palavra principal dentro do sujeito e não ser antecedido de preposição, 
possui a função sintática de núcleo do sujeito. Ele leva o verbo “foram” a 
concordar com ele (concordância verbal) e o predicativo também 
(concordância nominal). Além disso, dentro do sujeito, há palavras que servem 
para caracterizá-lo: “As”, “primeiras” e “de Joaquim”. Essas palavras têm o 
nome de adjunto adnominal, cujo papel é caracterizar o núcleo e se flexionar 
de acordo com ele (concordância nominal). Note que, dentro do sujeito, 
apenas a expressão “de Joaquim” não sofreu flexão, isso porque é uma 
locução; assim a preposição (de) e o sentido impedem essa flexão. Veja as 
funções sintáticas. 
As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes. 
 
Português p/ Polícia Federal 
(teoria e questões comentadas) 
sujeito Predicado nominal 
sujeito Predicado nominal 
Adj Adn Adj Adn Adj Adn núcleo verbo de 
ligação 
predicativo 
Concordância nominal 
Concordância nominal
Concordância verbal
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
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Assim, é importante saber diferenciar os tipos de sujeito, para se saber 
como flexionar o verbo. O sujeito das orações pode ser determinado, 
indeterminado e há ainda as orações formadas sem sujeito (sujeito 
inexistente). 
Determinado 
É o sujeito que se pode identificar com precisão a partir da concordância 
verbal ou do contexto. Pode dividir-se em: 
Simples: constituído de apenas um núcleo (palavra de valor substantivo). 
Uma boa Constituição é desejada por todos. 
Adj Adn Adj Adn núcleo 
sujeito simples predicado 
Alguns políticos se corrompem. 
Adj Adn núcleo 
sujeito simples predicado 
No primeiro exemplo, a locução verbal “é desejada” concorda com o 
núcleo “Constituição”, que é um substantivo no singular. No segundo exemplo, 
o verbo “corrompem” concorda com o núcleo “políticos”, que é um substantivo 
no plural. 
Tome cuidado quando o sujeito for extenso, pois o verbo fica distante do 
núcleo do sujeito e algumas vezes pode haver confusão na flexão do verbo. 
Veja: 
O valor das mensalidades dos cursos preparatórios para a carreira 
jurídica subiu muito no último semestre. 
Perceba que o verbo “subiu” se flexionou corretamente no singular, por 
concordar com o núcleo do sujeito “valor”, que é um substantivo no singular. 
Questão 1: TRT - RJ / 2008 / nível superior 
Julgue o fragmento de texto apresentado no item abaixo quanto à 
concordância verbal. 
De acordo com o respectivo estatuto, a proteção à criança e ao adolescente 
não constituem obrigação exclusiva da família. 
Comentário: A concordância verbal correta deve ser “constitui”, porque o 
núcleo do seu sujeito é “proteção”, que está no singular e se encontra distante 
do verbo. O que se encontra composto é apenas o complemento nominal (à 
criança e ao adolescente). 
Gabarito: E 
Questão 2: TRT - RJ / 2008 / nível superior 
Julgue o fragmento de texto apresentado no item abaixo quanto à 
concordância verbal. 
A legislação ambiental prevê que o uso de água para o consumo humano e 
para a irrigação de culturas de subsistência são prioritários em situações de 
escassez. 
Comentário: A concordância correta do verbo e do adjetivo deve ser “é 
prioritário” tendo em vista que se refere ao núcleo do sujeito “uso” (singular), 
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o qual está distante do verbo. Não confunda! O que se encontra composto é 
apenas o adjunto adnominal (para o consumo humano e para a irrigação de 
culturas de subsistência). 
Gabarito: E 
Questão 3: TJ - BA / 2005 / nível superior 
Julgue a frase quanto à correção gramatical: 
A multiplicidade de manifestações de insurgência contra toda e qualquer 
disposição judicial, com invocação das garantias constitucionais de ampla 
defesa e devido processo, fazem com que o exame do mérito das causas seja 
adiado quase que indefinidamente. 
Comentário: Perceba que o verbo “fazem” deve se flexionar no singular faz
para que concorde com o núcleo do seu sujeito “multiplicidade”. 
Gabarito: E 
Questão 4: TRE - ES / 2011 / nível superior 
Fragmento de texto: De certo modo, a participação dos indígenas na 
disputa por vagas nos Poderes Legislativo e Executivo é apresentada no 
mesmo tom de estranheza com que o jornalismo brasileiro descreve 
xinguanos paramentados com sandálias havaianas e calções adidas. 
A forma verbal “é” está flexionada no singular porque concorda com o nome 
“disputa”. 
Comentário: O sujeito da locução verbal “é apresentada” possui como núcleo 
o substantivo singular e feminino “participação”. Por concordar com esse 
substantivo, a locução verbal da voz passiva se encontra no singular e 
feminino. 
Gabarito: E 
Questão 5: PC - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Recentemente, a Coreia do Norte, mais uma vez, 
atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra 
Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos 
seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por 
Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo 
menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas 
pelos sulistas em águas sob sua jurisdição. 
O núcleo do sujeito das formas verbais “matou” (linha 5) e “feriu” (linha 5) é 
“Pyongyang” (linha 5). 
Comentário: Os verbos “atingiu”, “matou” e “feriu” encontram-se em orações 
coordenadas aditivas, cujo sujeito é “O bombardeio”, por isso esses verbos 
encontram-se no singular. O vocábulo “Pyongyang” é termo preposicionado, 
logo ele não pode ser o sujeito desses verbos. 
Resposta: E 
Assim, é importantíssimo verificar qual é o núcleo do sujeito, para saber 
a flexão do verbo. Se o núcleo do sujeito estiver no singular, o verbo se 
flexionará no singular; se estiver no plural, verbo no plural. Mas não se pode 
dizer que será sempre assim. Pode haver concordâncias diferentes, 
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dependendo da intenção do autor, do valor semântico ou até da ênfase. Dessa 
forma, é necessário aprendermos a concordância verbal com base no sujeito 
simples. 
I - A concordância verbal com o sujeito simples: 
a) O verbo concorda com o sujeito simples em pessoa e número. 
Os brasileiros necessitamde bons políticos. 
De paz necessitam as pessoas. 
b) O substantivo coletivo representa um grupo de espécies, transmitindo 
implicitamente ideia de plural, mas, como é substantivo singular, o verbo 
flexiona-se no singular, concordando com a palavra escrita, não com a ideia. 
O pessoal já saiu. A multidão entrou no circo. 
Observe que, quando o verbo se distanciar do substantivo coletivo, ele 
poderá se flexionar no plural concordando com a ideia de quantidade. Isso é 
chamado de silepse de número. É estranho, mas pode ocorrer em alguns 
textos de autores renomados: 
A turma concordava nos pontos essenciais, discordavam apenas nos pormenores.
concordância verbal literal concordância verbal siléptica 
Os concursos evitam a concordância siléptica. Se a quiserem, 
especificarão pelo contexto ou no próprio pedido da questão. Então, cuidado! 
Esta frase pura e simplesmente sendo cobrada quanto à concordância está fora 
dos padrões gramaticais; mas, por outro lado, se a banca contextualizar, 
indicando que, mesmo o verbo estando no singular, poderia ser flexionado no 
plural para concordar com a ideia de pluralidade, aí, sim, poderíamos marcar 
como correta. 
c) As expressões partitivas a maior parte, grande parte, a maioria, 
grande número, acompanhadas de adjunto adnominal no plural, fazem o 
verbo concordar com o núcleo do sujeito ou com o especificador (adjunto 
adnominal). Veja a construção abaixo: 
A maior parte dos constituintes se retirou. 
Essa é a concordância literal, pois o substantivo “parte” é o núcleo do 
sujeito. Porém, percebemos que esse vocábulo não possui a carga semântica 
(sentido) principal dentro do sujeito, pois o vocábulo “constituintes” denota 
mais clareza sobre o ser de quem se está falando. Por essa possibilidade de 
interpretação, vários autores começaram a concordar com o adjunto 
adnominal, para enfatizá-lo. Veja: 
A maior parte dos constituintes se retiraram. 
Obs.: Os termos sublinhados apenas mostram didaticamente com quem o 
verbo concorda. Não significa que serão sempre o núcleo do sujeito. 
Veja outros exemplos: 
Grande parte dos torcedores aplaudiu a jogada. 
Grande parte dos torcedores aplaudiram a jogada. 
Adj Adn
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A maioria dos constituintes votou. 
A maioria dos constituintes votaram. 
d) O mesmo ocorre com o substantivo coletivo com especificador no plural 
(adjunto adnominal). Isso pode levar o verbo ao singular ou ao plural. Veja: 
Um bando de ladrões invadiu a festa. 
Um bando de ladrões invadiram a festa. 
e) Com a expressão mais de + numeral, o verbo concorda com o numeral 
Mais de um candidato prometeu melhorar o país. 
Mais de duas pessoas vieram à festa. 
Porém, se o verbo contiver pronome de reciprocidade, concordará no plural: 
Mais de um sócio se insultaram. (um ao outro) 
Também ocorrerá concordância no plural se houver repetição desta expressão: 
Mais de um candidato, mais de um representante faltaram à reunião. 
f) Expressões que denotam quantidade aproximada perto de, cerca de, 
mais de, menos de, somadas a núcleo do sujeito no plural levam o verbo ao 
plural: 
Perto de quinhentos presos fugiram. 
Cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio. 
Mais de mil vozes pediam justiça. 
Menos de duas pessoas fizeram isto. 
g) Substantivos só usados no plural fazem com que a concordância dependa 
da presença ou não de artigo. 
Sem artigo - verbo no singular 
Férias faz bem. 
Estados Unidos cresceu 0,8 % economicamente neste ano. 
Minas Gerais produz muito leite. 
Precedidos de artigo plural - verbo no plural 
As férias fazem bem. 
Os Estados Unidos cresceram 0,8 % economicamente neste ano. 
As Minas Gerais produzem muito leite. 
No tocante a nome de lugar, isso tem uma razão semântica. Quando se 
insere o artigo nessa situação, quer-se enfatizar a origem do nome, por 
exemplo, “Estados Unidos” (apenas uma nação), “Minas Gerais” (apenas um 
estado); mas “Os Estados Unidos” (os vários estados, unidos por uma só 
Constituição); “As Minas Gerais” (as várias minas de extração existentes na 
região). 
h) quando o sujeito é número percentual, deve-se observar a posição do 
número percentual em relação ao verbo: 
Obs.: Os termos sublinhados apenas mostram didaticamente com quem o 
verbo concorda. Não significa que serão sempre o núcleo do sujeito. 
Verbo concorda com termo posposto ao número: 
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80% da população tinha mais de 18 anos. 
Dez por cento dos sócios saíram da empresa. 
É rara a construção, mas é aceita a concordância também com o numeral: 
80% da população tinham mais de 18 anos. 
Um por cento dos sócios saiu da empresa. 
Verbo concorda com o número quando estiver anteposto a ele: 
Perderam-se 40% da lavoura. 
Verbo no plural, se o número vier determinado por artigo ou pronome no 
plural: 
Os 87% da produção perderam-se. 
Aqueles 30% do lucro obtido desapareceram. 
Verbo concorda com o número quando esse estiver sem o termo posposto: 
1% chegou mais tarde. 
2% fizeram a margem consignável. 
i) Quando o sujeito for número fracionário, o verbo concorda com o 
numerador: 
1/4 da turma faltou ontem. 
3/5 dos candidatos foram reprovados. 
j) A expressão “Cada um de” enfatiza a parte separada de um todo, por 
isso, na função de sujeito, leva o verbo ao singular: 
Cada um dos candidatos poderá requerer recurso apenas uma vez. 
Questão 6: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: A primeira é a do mandato livre e independente, isto é, 
os representantes, ao serem eleitos, não têm nenhuma obrigação, 
necessariamente, para com as reivindicações e os interesses de seus eleitores.
A forma verbal “têm” concorda com o núcleo nominal “representantes”, 
flexionado no plural, o que torna obrigatório o emprego do acento circunflexo 
nessa forma verbal. 
Comentário: Deve-se perceber que o verbo “têm” encontra-se no plural, por 
concordar com “representantes”, utilizando para isso o acento circunflexo 
diferencial. 
Gabarito: C 
Questão 7: TRE - RS / 2005 / nível médio 
Julgue o trecho subsequente quanto à correção gramatical: 
Existe outras peças que chamam a atenção... 
Comentário: O problema nesta questão é a concordância do verbo existir, 
que é intransitivo e possui o sujeito “outras peças” que se encontra no plural. 
Logo, o verbo deveria estar no plural (Existem). 
Gabarito: E 
Questão 8: TRE - RS / 2005 / nível médio 
Julgue o trecho subsequente quanto à correção gramatical: 
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Nesse ano, ocorreram votação eletrônica nas capitais e em 31 
municípios com mais de 200 mil eleitores. 
Comentário: O problema nesta questão é a concordância do verbo 
“ocorreram”, que é intransitivo e possui o sujeito “votação eletrônica”, que se 
encontra no singular. Assim, o verbo deve se flexionar no singular. 
Gabarito: E 
Questão 9: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior 
Fragmento do texto: Não há dúvida de que, no início do século XXI, os 
Estados Unidos da América chegaram mais perto do que nunca da 
possibilidade de constituição de um “império mundial”. 
Como o primeiro período do texto apresenta ideia relativa a um único país, o 
emprego do verbo “chegar” no singular — chegou — estaria de acordo com 
as exigências de concordância da norma escrita culta, sem necessidade de 
outras alterações no texto. 
Comentário: O sujeito do verbo “chegaram” é “os Estados Unidos da 
América”. Esse verbo deve se flexionar no plural, pois o substantivo próprio 
plural “EstadosUnidos da América” foi determinado pelo artigo “os”. A 
questão está errada por dizer que o verbo poderia ficar no singular, sem 
necessidade de outras alterações. Para que ele fique no singular, a adaptação 
seria a retirada do artigo “os”. 
Gabarito: E 
Questão 10: SEGER - ES / 2011 / nível superior 
Fragmento de texto: Uma pesquisa anual sobre gastos do consumidor indica 
que dois terços dos norte-americanos estão reduzindo o padrão e comprando 
produtos mais baratos. 
A flexão de plural em “estão” é exigida pela concordância com “dois terços”; 
se os dados fossem alterados e se referissem a um terço dos norte-
americanos, seria correto flexionar o verbo estar no singular, fazendo-se a 
concordância com o numeral e escrevendo-se está. 
Comentário: A concordância com numerais fracionários na função de sujeito 
exige que o verbo concorde com o núcleo (numerador: um terço, dois terços), 
por isso a flexão do verbo no singular, com a expressão “um terço”. 
...dois terços dos norte-americanos estão reduzindo o padrão... 
...um terço dos norte-americanos está reduzindo o padrão... 
Gabarito: C 
Questão 11: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Em uma época em que a taxa de analfabetismo 
alcançava 99% da população, só um entre cem brasileiros era elegível. 
Caso a referida taxa de analfabetismo fosse de 98% da população, o trecho 
“Em uma época em que a taxa de analfabetismo alcançava 99% da 
população, só um entre cem brasileiros era elegível” deveria ser corretamente 
reescrito da seguinte forma: Em uma época em que a taxa de analfabetismo 
alcançava 98% da população, só dois entre cem brasileiros seria elegível. 
Comentário: A banca queria apenas que o candidato observasse que agora o 
sujeito tem núcleo plural: dois. Isso leva o verbo e o adjetivo para o plural: 
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seriam elegíveis. 
Gabarito: E 
Questão 12: Polícia Federal / 2004 / Agente Administrativo 
Fragmento do texto: Não se pode negar que o advento dos regimes liberais 
em 1989-90, em todos os grandes Estados da América do Sul, criou uma 
ilusão de modernidade. 
Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical com a substituição 
do termo “o advento”, por as vindas ou por as chegadas. 
Comentário: Semanticamente caberia essa substituição, porém há de se 
observar que “o advento” é sujeito de “criou”. Se for substituído por termo no 
plural, logicamente o verbo deverá também se flexionar no plural. Como a 
sugestão da substituição foi somente no sujeito, o verbo ficaria com 
incorreção gramatical. 
Gabarito: E 
Questão 13: Oficial de Chancelaria - MRE / 2008 / nível superior 
Fragmento do texto: Sei que não falta gente que, insistindo em considerar-
me como meio literato, meio empregado diplomático de cortesias (como 
dizem) fingem não saber tudo quanto eu, politicamente, além do grande 
serviço desta História, tenho trabalhado em favor de Vossa Majestade 
Imperial e do Império. 
Sem se contrariar a correção gramatical, a forma verbal “fingem” poderia ser 
substituída pela forma finge. 
Comentário: Como vimos na letra (b) da concordância verbal com sujeito 
simples, o verbo “fingem” encontra-se no plural por concordância siléptica, 
pois retoma o substantivo de valor coletivo “gente”. A concordância enfatiza o 
sentido de pluralidade. Não é de uso corrente, mas pode acontecer. Perceba 
que a banca quer trazer o verbo para a concordância literal, mais usual; por 
isso é correta a flexão no singular. Alguns candidatos julgaram à época da 
prova que a questão estaria errada, porque, por paralelismo, o verbo “dizem” 
também deveria flexionar-se no singular para acompanhar estilisticamente o 
verbo fingir. Isso poderia até ocorrer, entendendo-se também para esse 
verbo o sujeito subentendido “gente”. Mas não se pode ser categórico 
afirmando a sua flexão obrigatória no singular; pois a expressão intercalada 
“como dizem” pode não se referir ao vocábulo “gente”; mas expressar 
indeterminação do seu sujeito, flexionando-se na terceira pessoa do plural. 
Essa concordância será vista adiante. 
Resposta: C 
Questão 14: ABIN / 2010 / nível médio 
Fragmento do texto: Da combinação entre velocidade, persistência, 
relevância, precisão e flexibilidade surge a noção contemporânea de agilidade, 
transformada em principal característica de nosso tempo. 
A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramatical para o texto, ser 
flexionada no plural, para concordar com “velocidade, persistência, relevância, 
precisão e flexibilidade”. 
Comentário: Perceba que o verbo “surge” é transitivo indireto e seu sujeito é 
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“a noção de agilidade”; por isso não deve flexionar-se no plural. O termo “Da 
combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade” 
é o objeto indireto desse verbo. 
Gabarito: E 
Sujeito determinado composto: formado por mais de um núcleo: 
Manuel e Cristina pretendem casar-se. 
núcleo conjunção 
aditiva 
núcleo predicado 
Deve-se notar que normalmente o verbo concorda no plural, tendo em vista 
haver dois ou mais núcleos, mas nem sempre ocorrerá assim, por isso é 
importante listar a seguir a concordância verbal com base no sujeito composto. 
II - A concordância verbal com o sujeito composto: 
a) Quando o sujeito composto estiver posposto ao verbo, este poderá 
concordar com todos os núcleos (concordância literal) ou com o mais próximo 
(concordância atrativa): 
Discutiram muito o chefe e o funcionário. 
Discutiu muito o chefe e o funcionário. 
Se houver ideia de reciprocidade, verbo vai para o plural: 
Estimam-se o chefe e o funcionário. 
Quando o verbo “ser” está acompanhado de substantivo no plural, o verbo 
também se pluraliza: 
Foram vencedores Pedro e Paulo. 
b) Quando o sujeito composto for constituído por núcleos sinônimos, o 
verbo flexiona-se no singular ou plural. Então a concordância dependerá 
bastante da ênfase: 
O rancor e o ódio cegou o amante. 
O desalento e a tristeza abalaram-me. 
Cabe aqui observar que não é simplesmente dizer que a concordância no 
singular ou plural é facultativa. Ela depende da intenção do autor. Com isso se 
observa que o autor normalmente flexiona o verbo no singular para enfatizar a 
proximidade de sentido dos substantivos que formam o sujeito composto. 
Questão 15: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Desse grupo, sairiam mais tarde 33 senadores, 28 
ministros de Estado, dezoito presidentes de província, sete membros do 
primeiro conselho de Estado e quatro regentes do Império. 
A forma verbal “sairiam” antepõe-se ao sujeito da oração, que corresponde a 
um sujeito composto. 
Comentário: A banca quis que o candidato notasse que o verbo “sairiam” é 
intransitivo e a expressão “33 senadores, 28 ministros de Estado, dezoito 
presidentes de província, sete membros do primeiro conselho de Estado e 
quatro regentes do Império” é realmente o seu sujeito composto. 
Gabarito: C 
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Questão 16: Cia de Saneamento Básico-ES / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: É sabido que, em se tratando de crimes que envolvam 
computadores como meio, a coleta, a manipulação e o exame de provas sem 
os devidos cuidados podem ocasionar a falta de integridade da prova. 
Se, no trecho “a coleta, a manipulação e o exame de provas sem os devidos 
cuidados podem ocasionar a falta de integridade da prova”, a forma verbal 
pode substituísse “podem”, a construção do período permaneceria correta, 
porque os núcleos do sujeito podem ser interpretadoscomo um conjunto. 
Comentário: Pode-se observar que, no excerto “a coleta, a manipulação, e 
o exame de provas (...) podem ocasionar a falta de integridade da prova”, os 
substantivos negritados acima compõem o sujeito, levando o verbo para o 
plural. Mas podemos perceber que esses vocábulos fazem parte de um mesmo 
campo semântico. No caso, eles são procedimentos que necessitam de 
cuidado. Tanto faz se é a coleta, ou a manipulação, ou o exame; qualquer um 
deles necessita de cuidado. Eles fazem parte de uma noção única (conjunto de 
procedimentos); por isso a banca enfatiza na questão que “os núcleos do 
sujeito podem ser interpretados como um conjunto”, quer dizer, mesmo 
campo semântico, mesma ideia: procedimento. Com isso, pode-se querer 
enfatizar essa noção de conjunto, fazendo o verbo concordar no singular. 
Gabarito: C 
Sujeito determinado oculto ou desinencial: é o que ocorre quando a 
terminação verbal (primeiras e segundas pessoas e a terceira do imperativo) 
dispensa o uso do pronome pessoal correspondente: 
Estou muito feliz. (eu) Estás muito feliz. (tu) 
Para o teu carro. (tu no imperativo) Pare o seu carro. (você no imperativo)
Voltaremos logo! (nós) Voltastes logo! (vós) 
Sujeito determinado elíptico: aquele que mantém o verbo na 3ª pessoa 
do discurso e obrigatoriamente necessita do contexto para permitir saber de 
quem se trata. 
Os alunos ficaram descontentes com a atitude do professor. Deixaram de ir à 
aula no dia seguinte. 
Percebe-se que o sujeito do verbo “ficaram” está determinado pela 
escrita no texto, porém o sujeito da locução verbal “deixaram de ir” está 
implícito no contexto, por omissão, para que não haja repetição da palavra 
“alunos”. Por esse motivo, temos o sujeito elíptico, que significa omissão. Ele 
depende exclusivamente do contexto, sem ele não há sujeito elíptico, mas sim, 
sujeito indeterminado. 
Algumas gramáticas admitem a elipse fazendo parte do sujeito oculto. 
Para essas gramáticas, o sujeito oculto (ou desinencial) é mais amplo, não 
necessita possuir verbo na primeira ou segunda pessoas, mas também admite 
a terceira. Basta que não haja literalmente a palavra no texto, mas esteja 
facilmente subentendida. 
Questão 17: Agente de Polícia Civil - ES / 2009 / nível médio 
Fragmento do texto: Muitos pais querem saber que atitudes tomar quando o 
filho se desentende com amigos ou colegas, quando chega em casa com 
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marcas de briga, quando tem o costume de dirigir palavrões aos outros etc.
Se, no primeiro parágrafo, “o filho” estivesse no plural, as concordâncias 
corretas dos verbos que têm essa expressão como sujeito seriam se 
desentendem, chegam, têm. 
Comentário: Note que há três orações subordinadas adverbiais temporais 
coordenadas entre si, todas com a mesma referência de sujeito “o filho”. Não 
houve a determinação explícita desse sujeito em cada oração para evitar a 
repetição viciosa. Mas o contexto nos mostra que todos os verbos possuem o 
mesmo referente, mesmo sujeito. Por isso, ao se flexionar o filho no plural (os 
filhos), os outros verbos flexionar-se-ão na terceira pessoa do plural. 
Gabarito: C 
Questão 18: Caixa Econômica Federal / 2010 / nível médio 
Fragmento do texto: É o caso de Maria Sônia, de 75 anos de idade. 
Costarriquenha radicada no Brasil desde os 20 anos — com passagens por Rio, 
Natal e Avaré – SP — ela aposentou-se 22 com 60 anos. Ganha, com isso, 
cerca de R$ 1,2 mil. Com a morte do marido, alguns anos depois, passou a 
acumular o benefício da pensão (cerca de R$ 1 mil). Entretanto, não parou 25 
de trabalhar. Empresária, está à frente de uma pousada no bairro do Paraíso, 
a quatro quadras de sua casa — aumentando sua renda mensal em cerca de 
R$ 4 mil. “Chego 28 a trabalhar até 11 horas por dia”, afirma, com ar 
vitorioso. “Você tem a idade que você sente.” 
Os sujeitos das formas verbais “aposentou”, “Ganha”, “passou”, “parou” e 
“está” possuem o mesmo referente. 
Comentário: Este é o caso do sujeito elíptico. Imagine se o autor tivesse que 
explicitar o sujeito “Maria Sônia” para cada verbo. O texto ficaria cansativo, 
concorda?! Por motivo de economia vocabular, evitando a repetição viciosa, 
optou por omitir, pois o contexto o determina naturalmente. 
Gabarito: C 
Questão 19: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a 
constituinte só seria instalada um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823, 
mas acabaria dissolvida seis meses depois, em 12 de novembro. 
Nas duas orações deste parágrafo do texto em que o sujeito está elíptico, a 
referência é o termo “a constituinte”, tal como expressa a concordância, em 
número e gênero, desse termo com os particípios a ele relacionados. 
Comentário: Veja a estrutura: 
Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria instalada
um ano mais tarde, no dia 3 de maio de 1823, mas acabaria dissolvida seis 
meses depois, em 12 de novembro. 
O particípio “Convocada” encontra-se flexionado no singular e feminino 
por se referir à expressão “a constituinte”, o verbo “acabaria” está flexionado 
no singular também por se referir à mesma expressão. Assim, a locução 
verbal “seria instalada” possui sujeito determinado simples “a constituinte” e 
os verbos “Convocada” e “acabaria” possuem sujeito elíptico, pois o sujeito 
não está expresso literalmente naquela oração, mas está facilmente 
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subentendido pelo contexto. 
Gabarito: C 
Sujeito Indeterminado 
Quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o 
predicado da oração se refere. Há dois casos: 
a) Com o verbo na terceira pessoa do plural sem o sujeito escrito no texto: 
Falaram bem de você. 
Colocaram o anúncio. 
Alugaram o apartamento. 
Observe que não há referência a outra palavra como o verbo do sujeito elíptico 
faz. 
b) Com o índice de indeterminação do sujeito se e verbo no singular: 
Precisa -se de ajudantes. 
VTI IIS objeto indireto 
Os verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação, quando 
acrescidos da partícula “se”, terão sujeito indeterminado e devem ficar 
sempre no singular: 
Trata-se de casos delicadíssimos. (verbo transitivo indireto) 
Vive-se melhor fora das cidades grandes. (verbo intransitivo) 
É-se muito pretensioso na adolescência. (verbo de ligação) 
Normalmente o índice de indeterminação do sujeito é explorado de duas 
formas pela banca CESPE. Tomemos por base a oração: 
“Trata-se de assunto polêmico.” 
a) é perguntado se o vocábulo “se” indetermina o sujeito. (Sim!) 
b) é perguntado se o verbo “trata” encontra-se no singular, tendo 
em vista o vocábulo “assunto”. (Não, pois o vocábulo “assunto” é núcleo do objeto 
indireto, e verbo concorda com sujeito e não com complemento verbal. O verbo 
flexiona-se no singular por causa da presença do índice de indeterminação do sujeito 
– IIS). 
Questão 20: Delegado de Polícia – PB / 2009 / nível superior 
Fragmento do texto: Podemos nos questionar a serviço de quem está o 
poder. Quem são os excluídos pelo poder? O poder simbólico é uma forma 
transformada ou mascarada de outras formas de poder, notadamente o poder 
econômico e o político; todavia não se trata simplesmente de uma dominação 
estritamente consciente, maniqueísta ou intencional. 
A forma verbal “trata” está flexionada no singular para concordar com o 
sujeito da oração, “uma dominação”; se este estivesse no plural, 
dominações, a forma verbal deveria ser tratam. 
Comentário: O verbo “trata” é transitivo indireto, o termo “de uma 
dominação estritamente consciente, maniqueísta ou intencional” é objeto 
indireto e o pronome “se”é o índice de indeterminação do sujeito; por isso o 
verbo fica obrigatoriamente no singular. 
Gabarito: E 
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Questão 21: Oficial de Chancelaria – MRE / 2008 / nível superior
Fragmento do texto: “A interpretação da nossa realidade com esquemas 
alheios só contribui para tornar-nos cada vez mais desconhecidos, cada vez 
menos livres, cada vez mais solitários.” Fomos “descobertos” ou reinventados 
pelos colonizadores, que impuseram o sentido que mais lhes convinha à nossa 
história. “Insistem em medir-nos com o metro que se medem a si mesmos” e 
assim se consideram “civilizados” e a nós, “bárbaros”. “Insistem em medir-nos 
com o metro que se medem a si mesmos” e assim se consideram 
“civilizados” e a nós, “bárbaros”. 
Seria correta a substituição da forma verbal ‘Insistem’ por Insiste-se, dado 
que tanto a partícula se quanto a flexão do verbo na terceira pessoa do plural 
são procedimentos legítimos de indeterminação do sujeito. 
Comentário: A banca quis induzir o candidato a pensar que o verbo 
“Insistem” está na terceira pessoa do plural por indeterminação do sujeito. Na 
realidade, não só esse, mas também os verbos “impuseram”, “medem” e 
“consideram” estão no plural por concordar com o vocábulo “colonizadores”. 
Assim esse é um caso de sujeito elíptico para o verbo “Insistem”, logo não se 
pode indeterminá-lo, inserindo o “se”, tendo em vista o contexto com outros 
verbos. 
Gabarito: E 
Questão 22: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Os participantes da COP-16 bem poderiam, para 
avançar, inspirar-se na última reunião sobre biodiversidade, em outubro, em 
Nagoia, Japão. 
Em “inspirar-se”, a partícula “se” indica que o sujeito da oração é 
indeterminado. 
Comentário: A banca quis induzir o candidato a pensar que o “se” fosse o 
índice de indeterminação do sujeito. Isso é errado, pois o sujeito está 
determinado na oração: “Os participantes da COP-16”. A locução verbal 
pronominal “poderiam inspirar-se” está no plural por concordar com esse 
sujeito. Esse pronome “se” é apassivador e será visto adiante. 
Gabarito: E 
Questão 23: TCE-PE – 2004 –Auditor das Contas Públicas 
Fragmento do texto: O filósofo Aristóteles considerava a “raça helênica” 
superior aos outros povos. Mas até o Iluminismo, no século XVIII, a 
humanidade não recorreu a teses raciais para justificar a escravidão — 
tratava-se de uma decorrência natural das conquistas militares. 
A flexão de singular em “tratava-se” (l.4) indica ser a “escravidão” (l.3) 
“decorrência natural das conquistas militares” (l.4); se tal decorrência fossem 
“teses raciais” (l.3), o verbo seria flexionado no plural: tratavam-se. 
Comentário: A banca está querendo enrolar você!!! Questão simples e você 
não tem que tentar interpretar nada!!! 
Basta perceber que o verbo “tratava” é transitivo indireto, e o pronome 
“se” é o índice de indeterminação do sujeito, forçando o verbo à terceira 
pessoa do singular, independentemente da flexão do seu objeto indireto. 
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Assim: 
tratava-se de uma decorrência natural das conquistas militares ou 
 VTI + IIS + objeto indireto 
tratava-se de teses raciais
 VTI + IIS + objeto indireto 
Gabarito: E 
Oração sem sujeito (sujeito inexistente): 
Oração sem sujeito é aquela que tem apenas o predicado, isto é, o verbo 
é impessoal. É importante saber quando uma oração não possui sujeito, tendo 
em vista que o verbo deve se flexionar na terceira pessoa do singular. Os 
casos mais importantes ocorrem com: 
I - Verbos que exprimem fenômenos da natureza: 
Venta muito naquela cidade. Amanhã não choverá. 
Nevava bastante. Trovejou pouco no último mês. 
No entanto, quando esses verbos estão empregados de forma figurada, 
naturalmente recebem sujeito determinado; assim, o verbo concorda com ele: 
Choveram recursos contra a última questão da prova. (“recursos” é sujeito) 
Ventaram opiniões na reunião. (“opiniões” é sujeito) 
Trovejaram palavrões contra o deputado. (“palavrões” é sujeito) 
II - Verbo haver significando existir, ocorrer: 
Havia muitas pessoas na sala. Há vários problemas na empresa. 
Deve-se ter cuidado quando esse verbo for o principal numa locução 
verbal. Seu verbo auxiliar não poderá se flexionar. Veja: 
Deve haver vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) 
Tem havido vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) 
Está havendo vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) 
Mas, quando se substitui o verbo “haver” por seus sinônimos “existir” ou 
“ocorrer”, passa-se a sujeito determinado simples. Veja: 
Existem vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples)
Devem existir vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) 
Têm ocorrido vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) 
Estão ocorrendo vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) 
III - Verbos haver e fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno natural: 
Já faz meses que não viajo com ele. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) 
Há três anos não vejo minha família. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito)
Há quatro dias que não a vejo. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) 
Faz muito frio na Europa. 
IV- Verbos ser, estar e ir (este, quando seguido de para) na indicação de 
tempo. 
São três horas. Hoje são dez de setembro. Hoje está muito frio. 
Já vai para 4 anos que não leio esse jornal. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) 
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Questão 24: TRT - RJ / 2008 / nível superior 
Julgue o fragmento de texto apresentado no item abaixo quanto à 
concordância verbal. 
Na redação da peça exordial, deve haver indicações precisas quanto à 
identificação das partes bem como do representante daquele que figurará no 
polo ativo da eventual ação. 
Comentário: Está correta, basta lembrar que a locução verbal “deve haver” 
não possui sujeito porque o verbo principal (haver) está no sentido de 
“existir”, então é impessoal e deve permanecer no singular. 
Gabarito: C 
Questão 25: Caixa Econômica Federal / 2010 / nível médio 
Fragmento do texto: A companhia, que há quinze anos vende seus produtos 
no Brasil por meio de importadoras, decidiu no ano passado abrir uma filial no 
país. 
A correção gramatical do texto seria mantida se o vocábulo “há” fosse 
substituído por a. 
Comentário: O verbo “há” transmite valor de tempo decorrido, podendo ser 
substituído apenas pelo verbo “faz”, que transmite igual sentido. 
Gabarito: E 
Questão 26: TRT - RJ / 2008 / nível superior 
Está correta a concordância em: Os que defendem os direitos dos 
trabalhadores afirmam que devem haver, em nosso país, leis que disponham 
sobre as novas formas de trabalho autônomo e coíbam o estabelecimento de 
relações informais de trabalho por aqueles que detém poder de oferecer 
empregos. 
Comentário: A locução verbal “devem haver” não possui sujeito, por isso 
deve se flexionar no singular: deve haver. Além disso, a forma verbal 
“detém” deve ficar no plural, pois se refere a “aqueles”, que se encontra no 
plural. Portanto, o correto seria detêm. 
Gabarito: E 
Questão 27: TRT- RJ / 2008 / nível superior 
Está correta a concordância em: Fazem bem mais de 50 anos que foi 
promulgado, após muitasreivindicações dos trabalhadores, a CLT, mas ainda 
se observa, no Brasil, que muitas empresas resistem a cumprir seus deveres 
como empregadores de trabalhadores assalariados. 
Comentário: Primeiro há de se observar que o verbo “fazem” deve se 
flexionar no singular, por não possuir sujeito (sentido de tempo decorrido). 
Ademais, a locução verbal “foi promulgado” deve se flexionar no feminino por 
concordar com o sujeito feminino “a CLT”. 
Gabarito: E 
 
Questão 28: Delegado de Polícia - PB / 2009 / nível superior 
Está gramaticalmente correta a frase: 
Estávamos enganados: não só o mito da democracia racial a muito vem sendo 
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questionado, como não eramos, de forma alguma, imunes aos grandes fluxos 
migratórios e as questões de ordem cultural envolvendo essa dinâmica da 
população. 
Comentário: Corrigindo, ficaria: Estávamos enganados: não só o mito da 
democracia racial há muito vem sendo questionado, como não éramos, de 
forma alguma, imunes aos grandes fluxos migratórios e às questões de ordem 
cultural envolvendo essa dinâmica da população. 
 O verbo “há” transmite valor de tempo decorrido, “éramos” recebe 
acento gráfico por ser proparoxítona e “aos grandes fluxos migratórios e às
questões de ordem cultural” é complemento nominal de “imunes”. Note que a 
preposição “a” é exigida pelo adjetivo “imunes” e há artigo admitido pelo 
substantivo feminino plural “questões”, pois o vocábulo “as” está no plural, 
por isso o acento indicativo de crase é obrigatório. 
Gabarito: E 
Questão 29: TCE - TO / 2009 / nível médio 
Fragmento do texto: A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que 
raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, 
deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. 
No trecho “Casos houve, ainda que raros”, a forma verbal “houve” é 
substituível por houveram, sem prejuízo para a correção gramatical e para o 
sentido original do texto. 
Comentário: O verbo “houve”, neste contexto, é impessoal, não possui 
sujeito, por isso deve se flexionar no singular obrigatoriamente. 
Gabarito: E 
Questão 30: Detran - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Por um lado, congestionamentos crônicos, queda da 
mobilidade e da acessibilidade, degradação das condições ambientais e altos 
índices de acidentes de trânsito já constituem problemas graves em muitas 
cidades brasileiras. 
A ideia de que existem vários “problemas graves em muitas cidades 
brasileiras” poderia ser expressa, sem prejuízo para o sentido, a coerência e a 
correção do texto, por meio da inserção da forma verbal há antes de 
“congestionamentos”. 
Comentário: Note que o sujeito de “constituem” é composto: 
“congestionamentos crônicos, queda da mobilidade e da acessibilidade, 
degradação das condições ambientais e altos índices de acidentes de trânsito”. 
Assim, não se pode inserir o verbo “há” nesse sujeito, pois o termo 
composto continuaria a ser o sujeito do verbo “constituem” e também 
passaria a ser o objeto direto do verbo “há”. Isso traria uma incoerência 
gramatical. Basta inserirmos o verbo “há” como pedido na questão e lermos a 
frase inteira para percebermos a incoerência. 
Gabarito: E 
Questão 31: Detran - ES / 2011 / nível médio 
A forma verbal “constituem” está flexionada na terceira pessoa do plural para 
concordar com “problemas graves”. 
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Comentário: A expressão “problemas graves” é o objeto direto do verbo 
transitivo direto “constituem”. Por isso, o verbo não concorda com essa 
expressão, mas com o seu sujeito composto “congestionamentos crônicos, 
queda da mobilidade e da acessibilidade, degradação das condições 
ambientais e altos índices de acidentes de trânsito”. 
Gabarito: E 
Questão 32: TCE-TO – 2009 –Superior 
Fragmento do texto: Antes tivera uma chapelaria, e as mulheres haviam 
deixado de usar chapéus. 
No trecho “e as mulheres haviam deixado de usar chapéus”, manteria a 
correção gramatical e o sentido do texto a substituição de “haviam deixado” 
por havia deixado. 
Comentário: A banca inseriu o verbo “havia” no singular para enrolar o 
candidato a confundir com o verbo “haver” no sentido de “existir”. 
Mas note que a estrutura verbal “haviam deixado” é transitiva indireta, o 
sujeito é a expressão “as mulheres” e o objeto indireto é a oração subordinada 
substantiva “de usar chapéus”. 
Nesta estrutura, o verbo “haviam” é apenas auxiliar e a transitividade é 
determinada pelo verbo principal “deixado”. Por isso, não se pode flexionar 
esta estrutura no singular. 
Gabarito: E 
Questão 33: TCE-AC – 2008 – Analista de Controle Externo 
Fragmento do texto: Há de haver alguma; tudo depende das circunstâncias, 
regra que tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa palavra, 
uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução; 
alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies. 
(...) 
Na expressão “Há de haver”, verifica-se o emprego impessoal do verbo haver 
na forma “Há”. 
Comentário: O verbo “Há” está flexionado no singular, porque o verbo 
principal “haver” é impessoal, transitivo direto e não possui sujeito. 
Assim, nesta locução verbal, apenas o verbo principal (“haver”) é 
impessoal, o primeiro (“Há”) cumpre a concordância que o outro determina. 
Se você teve dúvida, basta trocar o verbo “haver” pelo verbo de mesmo 
sentido: existir. Para isso, vou inserir um substantivo plural: 
Há de haver notícias. (“notícias” é o objeto direto.) 
Hão de existir notícias. (“notícias” é o sujeito.) 
Gabarito: E 
Vimos os tipos de sujeito e a concordância verbal voltada a eles. Agora, 
vamos tratar de algumas concordâncias peculiares, as quais se dirigem a um 
sujeito simples. 
Concordância do verbo de ligação “ser” com predicativo de valor 
substantivo 
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a) Se esse verbo estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em ordem, 
concordará, preferencialmente, com a classe que tiver prioridade, 
independente de função sintática: 
Pronome pessoal > substantivo próprio de pessoa > substantivo concreto > 
substantivo abstrato > pronome indefinido, demonstrativo ou interrogativo 
Tu és Maria. Maria és tu. 
Tu és minhas alegrias. Minhas alegrias és tu. 
Maria é minhas alegrias. Minhas alegrias é Maria. 
As terras são a riqueza. A riqueza são as terras. 
Emoções são tudo. Tudo são emoções. 
 
Às vezes, pode-se subverter a regra por motivo de ênfase: 
"Tudo é flores no presente" (Gonçalves Dias) 
b) Se o sujeito indica peso, medida, quantidade + é pouco, é muito, é 
bastante, é suficiente, é tanto, o verbo ser fica no singular: 
Três mil reais é pouco pelo serviço. 
Dez quilômetros já é bastante para um dia. 
Questão 34: PC - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Recentemente, a Coreia do Norte, mais uma vez, 
atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra 
Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos 
seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por 
Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo 
menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas 
pelos sulistas em águas sob sua jurisdição. 
A forma verbal “foram” (linha 6) exemplifica um caso em que o verbo está no 
plural porque concorda com o predicativo. 
Comentário: O vocábulo “foram” é um verbo de ligação. Seu sujeito é “A 
justificativa do Norte” e seu predicativo é “manobras”. A regra é a seguinte:quando o sujeito e o predicativo forem substantivos, o que estiver no plural 
força o verbo a se flexionar no plural. Por isso, nesta frase foi o predicativo 
“manobras” que forçou a concordância no plural. Esta concordância é a 
natural, mas se encontra, vez por outra, por motivo de ênfase, o verbo 
concordando no singular, mas aí é o autor que enfatiza o termo singular, 
portanto vale a intenção no discurso. 
Gabarito: C 
A concordância utilizando o pronome apassivador “se”: 
Vimos que o pronome “se”, com o verbo transitivo indireto (VTI), 
intransitivo (VI) e de ligação (VL), tem o nome de índice de indeterminação do 
sujeito (IIS). Com isso o verbo fica flexionado obrigatoriamente na terceira 
pessoa do singular. 
Agora, veremos o pronome “se” com o verbo transitivo direto (VTD) ou 
com o verbo transitivo direto e indireto (VTDI). Esse “se” é chamado de 
pronome apassivador. Isso força a seguinte estrutura: 
VTD + se + sujeito paciente 
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É natural você fazer a seguinte pergunta: se o verbo é transitivo direto, 
onde está o objeto direto? 
Bom, como dissemos que esse pronome “se” é o apassivador (P Ap), 
então temos voz passiva sintética. Na voz passiva, não existe objeto direto. O 
termo que seria o objeto direto passou a ser o sujeito paciente. Isso será visto 
adiante na transposição de voz verbal. 
Por enquanto, tenha em mente a estrutura anterior. Isso ocorre em 
muitas questões de concordância verbal. Veja como: 
Aluga-se casa. Alugam-se casas. 
 VTD +PAp+ sujeito paciente VTD + PAp + sujeito paciente 
O verbo “aluga” é transitivo direto. Assim, o pronome “se” é apassivador 
e o termo posterior “casa” é o sujeito paciente. Toda vez que tivermos esta 
estrutura passiva sintética, troque-a pela analítica (casa é alugada), para ter 
certeza de que realmente há voz passiva. Veja no segundo exemplo que o 
sujeito ficou no plural (“casas”), por isso o verbo também se flexionou no 
plural: “Alugam”. Transpondo para a analítica (casas são alugadas), 
confirmamos que temos voz passiva. 
O pronome apassivador não ocorre só com o verbo transitivo direto 
(VTD). Ele também ocorre com o verbo transitivo direto e indireto (VTDI): 
VTDI + se + OI + sujeito paciente 
Veja a aplicação: 
Enviaram-se ao gerente pedidos de aumento. 
 VTDI + PAp + OI + sujeito paciente 
Para termos certeza de que há pronome apassivador, basta 
transformarmos para a voz passiva analítica: 
Pedidos de aumento foram enviados ao gerente. 
Essas construções podem ser estruturadas também com locução verbal. 
Para isso, basta observar a transitividade do verbo principal (sempre o último). 
Veja: 
Deve-se alugar casa. Devem-se alugar casas. 
 P Ap + VTD + sujeito paciente P Ap + VTD + sujeito paciente 
Estão-se enviando ao gerente pedidos de aumento. 
 P Ap + VTDI + OI + sujeito paciente 
As vozes verbais ativa e passiva 
Vimos anteriormente os tipos de sujeito, para entendermos a 
concordância. 
A partir de agora, precisamos entender os tipos básicos de vozes verbais 
(ativa e passiva) para aprofundarmos nesta concordância, além de 
entendermos a transposição das vozes verbais e reconhecer o pronome 
apassivador “se”. 
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As vozes verbais ativa e passiva 
A voz verbal baseia-se no sujeito. Quando o sujeito é agente, a voz é 
chamada de ATIVA. Quando o sujeito sofre a ação, ou seja, é paciente; a voz 
é chamada de PASSIVA. 
A estrutura da voz ativa é basicamente a das seis frases inseridas no 
início da aula de sintaxe, quando falamos sobre os tipos básicos de predicação 
(verbal e nominal): 
VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI; VL + predicativo. 
Admite-se a transposição para voz passiva quando há VTD ou VTDI: 
Veja o esquema abaixo: 
Voz ativa (sujeito agente) 
O candidato realizou a prova. 
Voz passiva (sujeito paciente) 
A prova foi realizada pelo candidato. 
Você percebeu que o sujeito da voz ativa é agente (“O candidato”). 
Quando este termo agente passa para a voz passiva, automaticamente muda o 
nome para agente da passiva (“pelo candidato”). 
Quando temos a voz ativa, o objeto direto (“a prova”) é o termo paciente 
(sofre a ação que o sujeito realiza). Ao passarmos para a voz passiva, este 
termo paciente passa a ter a função de sujeito paciente (“A prova”). 
Para transpormos da voz ativa para a passiva, devemos inserir o verbo 
“ser”, no mesmo tempo que o verbo original. Por isso “realizou” transformou-
se em “foi realizada”. 
Veja agora a transposição com outros tempos verbais. Perceba a 
inserção do verbo “ser” no mesmo tempo do verbo original: 
O candidato realiza a prova. 
A prova é realizada pelo candidato. 
O candidato realizava a prova. 
A prova era realizada pelo candidato. 
 
 Simples, não é? 
Bom, e quando temos o sujeito indeterminado? Naturalmente o agente da 
passiva também será indeterminado. Veja: 
Voz ativa (sujeito agente) 
 Realizaram a prova. 
Voz passiva (sujeito paciente) 
 A prova foi realizada. 
Predicado verbal Predicado nominal 
sujeito agente OD (paciente)
VTD
sujeito paciente
VTD
agente da passiva 
sujeito indeterminado
agente 
OD (paciente)
VTD
sujeito paciente
VTD
agente da passiva indeterminado 
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Mudando os tempos, teríamos: 
O candidato Realizam a prova. 
A prova é realizada. 
O candidato Realizavam a prova. 
A prova era realizada. 
 
Quando houver uma locução verbal na voz ativa, basta inserir o verbo 
“ser” na mesma forma nominal do verbo principal, para que este verbo 
principal fique no particípio. Veja: 
O candidato tem realizado a prova. 
 A prova tem sido realizada pelo candidato. 
O candidato está realizando a prova. 
 A prova está sendo realizada pelo candidato. 
O candidato vai realizar a prova. 
 A prova vai ser realizada pelo candidato. 
Indeterminado o sujeito agente, teríamos: 
O candidato Têm realizado a prova. 
 A prova tem sido realizada. 
O candidato Estão realizando a prova. 
A prova está sendo realizada. 
O candidato Vão realizar a prova. 
A prova vai ser realizada. 
Nós conhecemos anteriormente o pronome apassivador “se”. Ele ocorre 
quando há os esquemas : VTD + se + sujeito paciente 
VTDI + se + OI + sujeito paciente 
Agora vamos juntar essas vozes verbais para ficar mais claro. Veja: 
Voz ativa 
(sujeito agente) Realizaram a prova. 
Voz passiva analítica 
(sujeito paciente) A prova foi realizada. 
Voz passiva sintética: 
(sujeito paciente) Realizou-se a prova. 
sujeito indeterminado
agente 
OD (paciente)
VTD
sujeito paciente
VTD
agente da passiva indeterminado
VTD P Ap sujeito 
paciente 
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Questão 35: TCE-TO – 2009 –Superior 
Fragmento do texto: É fácil, hoje em dia, confundir as limitações crescentes 
impostas ao Estado-nação com a construção de um espaço de livre circulação 
dos indivíduos, promovido pelo movimento desembaraçado de mercadorias e 
capitais. 
O trecho “Esse horror não pode ser aplacado pela sociabilidadedo mercado” 
admite, sem prejuízo para a correção gramatical do texto, a seguinte reescrita:
A sociabilidade do mercado não pode aplacar esse horror. 
Comentário: Note a mudança simples de voz passiva analítica em voz ativa. A 
locução verbal “pode ser aplacado” concorda com seu sujeito paciente “Esse 
horror”. Essa expressão passa a ser o objeto direto na voz ativa. O agente da 
passiva é a expressão “pela sociabilidade do mercado” e esse termo passa a 
sujeito agente na voz ativa. 
Como a locução verbal da voz passiva possui o verbo auxiliar “pode” no 
presente do indicativo, este continua no mesmo tempo verbal e devemos 
excluir o verbo “ser” desta locução, para que o verbo principal possa voltar à 
sua forma infinitiva “aplacar”, na voz ativa. Veja: 
 Esse horror não pode ser aplacado pela sociabilidade... 
 (sujeito paciente) (agente da passiva) 
A sociabilidade(...) não pode aplacar esse horror. 
 (sujeito agente) VTD (OD) 
Gabarito: C 
Questão 36: TCE-AC – 2008 – Analista de Controle Externo 
Fragmento do texto: Há de haver alguma; tudo depende das circunstâncias, 
regra que tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa palavra, 
uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução; 
alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies. 
(...) 
No trecho “assim se faz um livro”, a expressão “um livro” exerce a função de 
sujeito. 
Comentário: O verbo “faz” é transitivo direto e o pronome “se” é apassivador. 
Assim, a expressão “um livro” é o sujeito paciente. 
Gabarito: C 
Questão 37: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Em novembro de 2003, o presidente da República 
assinou o Decreto n.º 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.º: “Consideram-
se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste 
decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com 
trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com 
presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão 
histórica sofrida.” 
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir ‘Consideram-se’ 
(linhas 2, 3) por São considerados. 
Comentário: A substituição de “Consideram-se” (estrutura da voz passiva 
sintética) por São considerados (estrutura da voz passiva analítica) está 
Voz passiva: 
Voz ativa: 
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correta; pois o sujeito paciente é “os grupos étnico-raciais”, que mantém o 
verbo no plural. O erro na afirmativa está em dizer que isso prejudica a 
correção gramatical. 
Gabarito: E 
Questão 38: Agente educacional - ES / 2010 / nível médio 
Fragmento do texto: Já é tempo de ser tomada firme decisão política, 
envolvendo permanente esforço de conscientização da coletividade no tocante 
a um item tão importante ao presente e ao futuro da qualidade de vida 
citadina, como é o caso do trato adequado com o lixo urbano. 
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “ser tomada” 
por se tomar. 
Comentário: A expressão “ser tomada firme decisão política” encontra-se na 
voz passiva analítica, em que “firme decisão política” é o sujeito paciente e 
“ser tomada” é locução verbal passiva. Ao se transformar em voz passiva 
sintética, basta inserir o pronome apassivador se e o verbo principal volta a 
sua forma nominal infinitiva (a qual estava no verbo auxiliar “ser”), resultando 
em: Já é tempo de se tomar firme decisão política. A questão está errada 
por afirmar que essa troca prejudica a correção gramatical. 
Gabarito: E 
Questão 39: TRE - RS / 2006 / nível médio 
Fragmento do texto: 
Em 19 de junho de 1822, foi publicada a primeira lei eleitoral elaborada 
no Brasil, por determinação de D. Pedro I. Essa lei tinha como objetivo 
regulamentar a eleição de uma assembleia geral constituinte e legislativa, a 
ser composta de deputados das províncias do Brasil. 
As eleições para a assembleia constituinte realizaram-se após a 
Proclamação da Independência e, em 25 de março de 1824, D. Pedro I 
outorgou ao povo brasileiro sua primeira Constituição política. 
As estruturas “foi publicada” e “realizaram-se” estão na voz passiva e 
correspondem, respectivamente, a publicou-se e foram realizadas. 
Comentário: A estrutura “foi publicada a primeira lei eleitoral” está na voz 
passiva analítica, podendo ser substituída pela voz passiva sintética “publicou-
se a primeira lei eleitoral” (perceba que agora há o pronome apassivador). 
 estrutura “As eleições (...) realizaram-se” está na voz passiva sintética, 
podendo ser substituída pela voz passiva analítica “As eleições foram 
realizadas”. (o sujeito dessas orações foi incluído para melhor visualização 
da construção e percepção da concordância.) 
Gabarito: C 
Questão 40: INCA / 2010 / nível superior 
Fragmento do texto: O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção 
à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração dos indivíduos, 
visando a evitar ou identificar precocemente os agravos à sua saúde, quando 
produzidos ou desencadeados pelo exercício do trabalho. 
Para se realçar “mecanismos de monitoração”, em vez de “regime 
trabalhista”, poderia ser usada a voz passiva, escrevendo-se são instituídos 
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em vez de “institui”, sem que a coerência entre os argumentos e a correção 
gramatical do texto fossem prejudicadas. 
Comentário: O erro foi não informar a mudança do sujeito agente “O regime 
trabalhista” para agente da passiva pelo regime trabalhista, além da 
necessidade de reordenação da frase, por adequação contextual. Por isso 
haveria incoerência e prejuízo gramatical. 
Resposta: E 
Questão 41: Cia de Saneamento Básico - ES / 2006 / nível Superior 
Fragmento do texto: É sabido que, em se tratando de crimes que envolvam 
computadores como meio, a coleta, a manipulação e o exame de provas sem 
os devidos cuidados podem ocasionar a falta de integridade da prova. 
A substituição de “É sabido” por Sabe-se não prejudica o sentido do período. 
Comentário: A oração “É sabido” está na voz passiva analítica. Seu sujeito é 
toda a oração posterior “que (...) a coleta, a manipulação e o exame de 
provas sem os devidos cuidados podem ocasionar a falta de integridade da 
prova”. Pode-se transformar essa voz passiva analítica em sintética, bastando 
identificar a estrutura da voz passiva sintética: 
VTD + SE (pronome apassivador) + sujeito paciente. 
Assim, o verbo transitivo direto “sabido” deixa de ficar no particípio e se 
flexiona no mesmo tempo e modo que o verbo “É” (presente do indicativo), 
resultando a forma sabe. Deve haver a inserção do pronome apassivador e 
toda a oração posterior continuará sendo sujeito paciente. Veja: Sabe-se
“que (...) a coleta, a manipulação e o exame de provas sem os devidos 
cuidados podem ocasionar a falta de integridade da prova”. 
Resposta: C 
Concordância com o pronome relativo “que” 
Você viu na aula passada que o pronome relativo inicia uma oração 
subordinada adjetiva e serve para retomar um substantivo anterior. Ele pode 
cumprir várias funções sintáticas e a que nos interessa nesta aula é a de 
sujeito: 
Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes. 
A oração grifada possui o verbo “cuida”, o qual é transitivo indireto. Seu 
objeto indireto é “de crianças carentes”. Assim o termo que falta é o sujeito. 
Perceba que o pronome relativo “que” retoma o substantivo “instituição”. 
Assim, quando lemos “que”, entendemos “instituição” e então teremos: “a 
instituição cuida de crianças carentes”. Veja: 
Conversei como fundador da instituição que cuida de crianças carentes. 
Conversei com o fundador da instituição. A instituição cuida de crianças carentes. 
É fácil achar o pronome relativo “que”: basta substituí-lo pelos também 
pronomes relativos “o qual, a qual, os quais, as quais”. 
VTI sujeito 
objeto indireto 
VTI sujeito
objeto indireto 
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Concordância com o pronome relativo “o qual” e suas variações 
Este pronome também inicia uma oração subordinada adjetiva. 
Algumas leis que estão em vigor no país deverão ser revistas. 
Algumas leis as quais estão em vigor no país deverão ser revistas. 
Note que “Algumas leis” é o sujeito da locução verbal “deverão ser 
revistas” e o pronome relativo “que” (ou “as quais”) é o sujeito do verbo 
“estão”. Quando se lê “que” ou “os quais”, devemos entender o substantivo 
“leis”: leis estão em vigor no país. 
Questão 42: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: A Constituição brasileira (art. 45, caput) determina 
que a representação dos estados na Câmara dos Deputados seja proporcional 
à população. Entretanto, a seguir, estabelece piso e teto dessa representação 
(oito e setenta deputados, respectivamente), que implicam a negação dessa 
proporcionalidade. 
Na linha 4, o anafórico “que” poderia ser substituído por o que, sem prejuízo 
da coesão textual e da correção gramatical do período. 
Comentário: O pronome relativo “que” está na função de sujeito e retoma as 
expressões “piso e teto”, por isso o verbo “implicam” está no plural. Ao se 
substituir esse pronome pela expressão “o que”, o pronome demonstrativo “o” 
retomaria a expressão “estabelece piso e teto dessa representação (oito e 
setenta deputados, respectivamente)”. O pronome relativo “que” continuaria 
na função de sujeito, mas agora retomaria apenas o pronome “o”, que está no 
singular. Assim o verbo “implicam” obrigatoriamente deveria se flexionar no 
singular (implica). 
Gabarito: E 
Questão 43: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Empregando-se a voz ativa e mantendo-se os tempos verbais empregados, o 
trecho “O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia 
sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos” seria, corretamente, reescrito 
da seguinte forma: O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 
1808, o vice-rei conde dos Arcos remodelou. 
Comentário: Perceba a estrutura abaixo: 
“...antiga cadeia pública que havia sido remodelada pelo vice-rei...” 
O pronome relativo “que” está na função de sujeito e a locução verbal 
“havia sido remodelada” está na voz passiva analítica e recebeu o verbo “ser” 
no particípio. Ademais, “pelo vice-rei” cumpre a função de agente da passiva. 
Para transpor para a voz ativa, o agente da passiva passa a sujeito agente e o 
sujeito paciente torna-se objeto direto. Além disso, a locução verbal deve 
perder o verbo “sido”. Assim, teríamos a construção: 
O vice-rei havia remodelado a antiga cadeia pública. 
Como a estrutura “antiga cadeia pública” foi retomada pelo pronome 
agente da passivasujeito paciente 
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relativo “que”, cabe a esta estrutura o seguinte: 
“...antiga cadeia pública que havia remodelado o vice-rei...” 
Gabarito: E 
Questão 44: Detran - ES / 2011 / nível superior 
Fragmento de texto: O Estado, o setor privado, os indivíduos, os processos 
migratórios, o valor da terra urbana e a dinâmica da economia são fatores que 
interagem de forma complexa, “produzindo” o meio urbano em que vivemos, 
e, desse modo, gerando as necessidades de deslocamento das pessoas e dos 
bens. 
O trecho “são fatores que” poderia ser suprimido sem prejuízo da correção 
gramatical e das relações semânticas do período, pois se manteria a 
concordância da forma verbal “interagem” com o termo que exerce a função 
de sujeito. 
Comentário: Veja o esquema abaixo e os comentários. 
O Estado, o setor privado, os indivíduos, os processos migratórios, o valor da 
terra urbana e a dinâmica da economia são fatores que interagem de forma 
complexa... 
A oração “que interagem de forma complexa” é subordinada adjetiva 
restritiva. Ela é iniciada pelo pronome relativo “que”, na função de sujeito, o 
qual retoma “fatores”; por isso o verbo “interagem” se encontra flexionado no 
plural. Perceba que a oração principal é formada pelo sujeito composto “O 
Estado, o setor privado, os indivíduos, os processos migratórios, o valor da 
terra urbana e a dinâmica da economia”, verbo de ligação “são” e predicativo 
“fatores”. Sabendo-se que este predicativo caracteriza o sujeito e está ligado 
pelo verbo de ligação “são”; entende-se que o valor semântico do sujeito é o 
mesmo do predicativo (“O Estado, o setor privado, os indivíduos, os processos 
migratórios, o valor da terra urbana e a dinâmica da economia” = “fatores”). 
Assim, a retirada da expressão “são fatores que” mudaria a relação 
sintática, pois o verbo “interagem” não concordaria mais com o pronome 
relativo “que”, o qual retoma “fatores”, mas com o seu sinônimo contextual (o 
sujeito composto); mas se preservaria a coerência, o valor semântico e a 
correção gramatical. Veja: 
O Estado, o setor privado, os indivíduos, os processos migratórios, o valor da 
terra urbana e a dinâmica da economia interagem de forma complexa... 
Gabarito: C 
Questão 45: Detran - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Contraposto aos sucessivos recordes de 
congestionamentos nas grandes cidades brasileiras, esse resultado expõe as 
fragilidades de um modelo de desenvolvimento e urbanização que privilegia o 
transporte motorizado individual, prejudica a mobilidade e até a produtividade 
das pessoas. 
OD sujeito agente
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O trecho “o transporte motorizado individual” poderia, sem prejuízo à 
coerência da argumentação, ser substituído por os transportes motorizados 
individuais; contudo, para se preservar a correção gramatical do texto, seria 
necessário flexionar a forma verbal “prejudica” na terceira pessoa do plural, 
escrevendo-se prejudicam. 
Comentário: A banca queria levar o candidato a confundir o termo “o 
transporte motorizado individual” como sendo sujeito, por isso a flexão deste 
termo levaria à flexão do verbo; porém este termo não é sujeito. Os verbos 
“privilegia” e “prejudica” fazem parte de orações coordenadas assindéticas 
aditivas. O sujeito desses dois verbos é o pronome relativo “que”, o qual 
retoma a expressão “um modelo de desenvolvimento e urbanização”, por isso 
estão flexionados no singular. A expressão “o transporte motorizado 
individual” é apenas objeto direto do verbo “privilegia” e a flexão da expressão 
no plural não produzirá a flexão do verbo “prejudica”. Se ainda há dúvida, 
perceba que há uma vírgula entre a expressão “o transporte motorizado 
individual” e o verbo “prejudica”. Esse é mais um motivo para não se poder 
entender essa expressão como sujeito. 
Gabarito: E 
Questão 46: TRE - RS / 2006 / nível médio 
Fragmento do texto: O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-
se Ordenações do Reino, as quais foram elaboradas em Portugal no fim da 
Idade Média e utilizadas até 1828. 
A substituição da estrutura “as quais foram elaboradas (...) e utilizadas” por o 
qual foi elaborado (...) e utilizado altera as relações de concordância sem 
provocar prejuízo para a coerência e a correção gramatical do período. 
Comentário As expressões “O primeiro código eleitoral a viger no Brasil” e 
“Ordenações do Reino” são sinônimas contextuais por causa do vocábulo 
“chamava-se”,o qual mostra que o nome desse primeiro código é Ordenações 
do Reino. Logo, “as quais foram elaboradas (...) e utilizadas...” concordam 
com “Ordenações do Reino”, mas poderiam se flexionar no singular e 
masculino para concordar com “O primeiro código eleitoral a viger no Brasil”. 
Por isso há a possibilidade da substituição: 
O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-se Ordenações 
do Reino, as quais foram elaboradas em Portugal no fim da Idade Média e 
utilizadas até 1828. 
O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-se 
Ordenações do Reino, o qual foi elaborado em Portugal no fim da Idade 
Média e utilizado até 1828. 
Resposta: C 
Questão 47: Cia de Saneamento Básico - ES / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: Sem o trabalho dos peritos, a investigação policial fica 
restrita à coleta de depoimentos e ao concurso de informantes, o que limita 
suas possibilidades e torna perigosamente decisivos os interrogatórios dos 
suspeitos. 
As formas verbais “limita” e “torna” referem-se a “coleta de depoimentos e ao 
concurso de informantes”. 
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Comentário: As formas verbais “limita” e “torna” estão no singular porque 
seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome 
demonstrativo “o”, que se encontra no singular. Note que esse pronome 
demonstrativo retoma toda a informação anterior e não apenas “coleta de 
depoimentos e ao concurso de informantes”. Por isso o referente está errado. 
Resposta: E 
Questão 48: TRE - MA / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é 
ser como o Estado, é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem 
não só se defrontar com o Estado, mas afrontar o Estado. 
O sujeito gramatical da oração expressa pela forma verbal “perdoem” está 
elíptico. 
Comentário: o sujeito gramatical de “perdoem” é o pronome demonstrativo 
reduzido “os” (sujeito determinado simples). 
 “...perdoem-me os 
 oração principal + 
que cultuam o direito...” 
oração subordinada adjetiva 
perdoem: verbo transitivo indireto 
me: objeto indireto 
os: sujeito 
que: sujeito 
cultuam: verbo transitivo direto 
o direito: objeto direto 
Resposta: E 
Questão 49: TRE - MA / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade 
de entender o mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é 
cidadão, sabe o que poderiam ser os seus direitos. 
Caso a locução verbal “poderiam ser” estivesse no singular, haveria 
concordância do verbo auxiliar com o sujeito da oração, expresso na forma 
pronominal “o”, que a antecede. 
Comentário: A estrutura “poderiam ser” é uma locução verbal de ligação, 
pois o verbo principal é “ser”. Vê-se que a concordância do verbo “ser” é 
bastante atípica. Esse verbo, quando se encontra entre termos substantivos, 
concorda com o mais “enfático” (de maior peso nocional), não importando ser 
sujeito ou predicativo. Veja: 
Pedro sou eu. Eu sou Pedro. 
(O termo de maior peso nocional é o pronome pessoal do caso reto “eu”, na 
primeira frase é predicativo e, na segunda, é sujeito). 
A cama são tábuas retorcidas. 
(Entre substantivos comuns, o de maior peso é o plural, podendo também, 
dependendo do contexto, ser o singular.) 
Nem tudo são rosas. 
(Entre pronome indefinido ou demonstrativo e substantivo no plural, o último 
é o de maior peso, podendo, vez ou outra, flexionar-se no singular.) 
No excerto “... sabe o que poderiam ser os seus direitos.”, “os seus 
direitos” é o predicativo, e “que” é o pronome relativo na função de sujeito 
que retomou o pronome demonstrativo “o”. O que está errado na alternativa 
não é a flexão do verbo “ser”, pois já vimos que essa flexão é admissível, mas 
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dizer que “o” é sujeito. Na realidade, ele é apenas objeto direto do verbo 
“sabe”. 
 “... sabe o 
oração principal + 
que poderiam ser os seus direitos.” 
oração subordinada adjetiva 
sabe: verbo transitivo direto 
o: objeto direto 
que: sujeito 
poderiam ser: locução verbal de ligação 
os seus direitos: predicativo 
Resposta: E 
Questão 50: TCE-ES – 2004–Controlador de Recursos Públicos 
Fragmento do texto: Nossa identidade contemporânea nos remete para os 
centros do capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo 
grau maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse 
fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais do que 
por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto 
do continente ao qual estamos geográfica e historicamente integrados. 
O emprego do singular em “faz” (l. 5) deve-se ao respeito às regras de 
concordância com “Nossa identidade” (l.1). 
Comentário: Na realidade, o sujeito do verbo “faz” é o pronome relativo 
“que”, o qual retoma a expressão “inserção internacional”. 
Gabarito: E 
Questão 51: TCE-TO – 2009 –Superior 
No trecho “Um dia ele me disse que era uma pena”, o pronome “que” exerce a 
função sintática de sujeito da oração. 
Comentário: A banca quis confundir o candidato induzindo-o a pensar que o 
“que” fosse o pronome relativo. Mas veja que o verbo “disse” é transitivo 
direto e indireto, o pronome “me” é o objeto indireto e a oração “que era uma 
pena” é subordinada substantiva objetiva direta (ele me disse ISSO). 
Assim, esse “que” é uma conjunção integrante, e não possui função 
sintática. 
Gabarito: E 
A concordância com verbo no infinitivo 
O verbo no infinitivo pode ser considerado impessoal ou pessoal. 
Logicamente sabemos que um infinitivo de uma locução verbal não se 
flexiona: Começamos a caminhar, devo trabalhar, voltou a comemorar. 
Este não gera dúvida, por isso, nossa ênfase aqui recai ao infinitivo dentro de 
uma oração reduzida. 
As regras que você verá abaixo não podem ser entendidas de maneira 
categórica, elas nos apontam as possibilidades de flexão. Na prova, o que vai 
fazer com que você acerte a questão é o contexto e o bom senso. 
1) O infinitivo impessoal é aquele que não se flexiona, por não ter um 
sujeito, ou, mesmo o tendo, não se quer realçá-lo na oração, por não estar 
explícito. Isso ocorre por alguns motivos e vamos citar os mais importantes 
para nossa prova. Veja: 
a) quando o verbo assume valor substantivo: 
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Estudar é importante! (estudo é importante). 
Pensar é um princípio do ser humano. (o pensamento é um princípio do ser 
humano) 
b) quando possui valor geral, isto é, não se refere explicitamente a um 
termo do período: 
Em 2001, os Estados Unidos e o mundo viveram situações difíceis de 
esquecer. 
Os viajantes foram obrigados a ficar à espera de outro avião. 
Acusaram-nos de praticar atos suspeitos. 
Todos estão dispostos a colaborar. 
c) quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que 
complementa um verbo auxiliar causativo deixar, mandar, fazer) ou sensitivo 
(ver, sentir, ouvir, perceber) e tem como sujeito um pronome oblíquo: 
Faça-os ficar. Não os vi entrar. Deixaram-nos sair. 
2) O infinitivo pessoal é aquele que necessita enfatizar o agente da ação por 
motivo de clareza ou para evitar ambiguidade. Assim o encontramos em 
orações com sujeito explícito ou diferente do sujeito da oração anterior: 
Com sujeito explícito: 
Suponho serem eles os responsáveis. 
Note que o verbo “suponho” é a oração principal e “serem eles os 
responsáveis” é uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida

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