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Direito e Legislação Comercial
Walter Matheus Bernardino Silva
Curso Técnico em Finanças
e-Tec BrasilNome da Aula 1
Direito e Legislação
Comercial
Walter Matheus Bernardino Silva
Cuiabá-MT
2014
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica
© Este caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia/RO, o Ministério da Educação e a Universidade Federal de Mato 
Grosso para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil.
Equipe de Revisão
Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT
Coordenação Institucional
Carlos Rinaldi
Coordenação de Produção de Material 
Didático Impresso
Pedro Roberto Piloni
Designer Educacional
Izabel Solyszko Gomes
Designer Master
Neure Rejane Alves da Silva
Ilustração
Cláudia Santos
Diagramação
Cláudia Santos
Revisão de Língua Portuguesa
Marta Maria Covezzi
Revisão Final
Marta Magnusson Solyszko
S586d Silva,Walter Matheus Bernardino.
 Direito e legislação comercial / Walter Matheus Bernardino Silva. – Cuiabá: Ed.UFMT, 2013. 
 
 104 p. 
 Curso Técnico – Rede E- Tec. (IFRO)
 ISBN 978-85-68172-09-4
 1. Direito Comercial - Brasil. 2. Direito do Consumidor - Brasil. Contratos Comerciais – Brasil. I. Título.
 CDU 347.7
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tec-
nologia de Rondônia - IFRO
 
Campus Porto Velho Zona Norte
Direção-Geral
Miguel Fabrício Zamberlan
Direção de Administração e Planejamento
Gilberto Laske
Departamento de Produção de EaD
Ariádne Joseane Felix Quintela
Coordenação de Design Visual e Ambientes 
de Aprendizagem
Rafael Nink de Carvalho
Coordenação da Rede e-Tec
Ruth Aparecida Viana da Silva 
Projeto Gráfico
Rede e-Tec Brasil / UFMT
Direito e Legislação Comercial - Finanças
Ficha Catalográfica Elaborada por Almira de Araújo Medeiros – CRB1 2.327
Rede e-Tec Brasil3
Apresentação Rede e-Tec Brasil
Prezado(a) estudante
Bem-vindo(a) à Rede e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional de ensino que, por sua vez, constitui uma das 
ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pro-
natec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, in-
teriorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) 
para a população brasileira propiciando caminho de acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Se-
cretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e as instâncias promo-
toras de ensino técnico, como os institutos federais, as secretarias de educa-
ção dos estados, as universidades, as escolas e colégios tecnológicos e o Sistema S.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversi-
dade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir aces-
so à educação de qualidade e ao promover o fortalecimento da formação de jovens mo-
radores de regiões distantes, geográfica ou economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando os 
estudantes a concluir o ensino médio e a realizar uma formação e atualização contínuas. Os 
cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao estudan-
te é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.
 
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional quali-
ficada – integradora do ensino médio e da educação técnica - capaz de promover o ci-
dadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das di-
ferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Abril de 2014
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
Rede e-Tec Brasil5
Indicação de Ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de lin-
guagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto 
ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estuda-
do.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão 
utilizada no texto.
Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, filmes, 
músicas, sites, programas de TV.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes 
níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e con-
ferir o seu domínio do tema estudado.
Reflita: momento de uma pausa na leitura para refletir/escrever so-
brepontos importantes e/ou questionamentos.
Rede e-Tec Brasil7
Estimado(a) estudante,
Seja bem vindo ao componente curricular Direito Comercial.
É com grande satisfação que apresentamos a você o conteúdo deste compo-
nente curricular, com carga horária de 40 horas. 
Almejamos que o presente curso e o aprendizado dele decorrente tragam 
elementos suficientes para que você consiga alcançar espaço e bom desem-
penho no mercado de trabalho.
Durante o curso, você terá a oportunidade de interagir por meio da pla-
taforma Moodle e participar de chat, fóruns, realizar atividades individuais 
e em grupo, o que lhe proporcionará o crescimento e aperfeiçoamento do 
aprendizado.
Vamos aprender juntos, somos parceiros nesta etapa da sua formação, 
conte conosco, pois nós contamos com sua participação e sua dedicação.
Palavra do Professor-autor
Rede e-Tec Brasil9
Apresentação da Disciplina
Neste caderno, nossos estudos terão como objeto o componente curricu-
lar Direito Comercial, modernamente conhecido como direito empresa-
rial, no qual abordaremos, dentre outros, os direitos do consumidor, os 
contratos comerciais, as empresas e sua função social, o micro e pequeno 
empresário, as questões tributárias e fiscais, as leis e artigos relacionados 
ao antigo direito comercial.
Esses temas são muito importantes para o direito comercial, que consiste 
em um dos ramos do direito no qual se estuda as normas que disciplinam 
as atividades comerciais/empresariais desenvolvidas no exercício das prá-
ticas econômicas no país.
Assim, referidos assuntos possuem grande relevância para o futuro pro-
fissional do(a) técnico(a) em finanças, já que sua atuação profissional está 
diretamente ligada às práticas comerciais de um modo geral. É impres-
cindível que esse(a) profissional conheça os assuntos e institutos tratados 
neste caderno, a fim de pensar e colocar em prática os ensinamentos ad-
quiridos no curso em questão, principalmente quando ingressar no mer-
cado de trabalho. 
Sendo assim, bons estudos e sucesso em seu aprendizado.
 
Rede e-Tec Brasil11
Sumário
Aula 1 – Direitos do Consumidor 15
1.1 Noções introdutórias 15
1.2 Consumidor 16
1.3 Fornecedor 17
1.4 Produtos e serviços 17
1.5 Relação de consumo 18
1.6 Sistema de proteção dos consumidores: princípios ou diretri-
zes 18
 
Aula 2 – Direitos Básicos do Consumidor 23
2.1 Noções introdutórias 23
2.2 Direito à segurança, à vida e à saúde 24
2.3 Direito à educação e à informaçãopara o consumo 24
2.4 Proteção contra práticas abusivas 24
2.5 Direito à prevenção e reparação de danos 26
2.6 Direito à facilitação do acesso à justiça para defesa de seus 
direitos 27
2.7 Direito à inversão do ônus da prova 27
2.8 Direito à adequada prestação dos seviços públicos em ge-
ral 28
2.9 Direitos decorrentes de defeitos no produto ou serviço 28
2.10 Direito ao arrependimento 29
2.11 Forma do consumidor fazer valer seus direitos 29
2.12 Prazos para reclamar 30
Aula 3 – Contratos Comerciais 33
3.1 Noções introdutórias 33
3.2 Contrato de compra e venda mercantil 35
3.3 Contrato de mandato mercantil 36
3.4 Contrato de comissão mercantil 37
Rede e-Tec Brasil 12 Direito e Legislação Comercial
3.5 Contrato de representação comercial 37
3.6 Contrato de franquia ou franchising 38
3.7 Contrato de distribuição 39
3.8 Contrato de seguro 40
 
Aula 4 – Contratos Bancários 45
4.1 Noções introdutórias 45
4.2 Contrato de mútuo 46
4.3 Contrato de depósito 47
4.4 Contrato de alienação fiduciária em garantia 47
4.5 Contrato de arrendamento mercantil (leasing) 48
4.6 Contrato de faturização ou factoring 49
4.7 Contrato de fiança bancária 49
4.8 Contrato de cartão de crédito 48
Aula 5 – Empresário, Sociedades Empresariais e Função Social das 
Empresas 55
5.1 Noções introdutórias 55
5.2 Empresário 55
5.3 Sociedade empresarial (empresa) 56
5.4 Estabelecimento comercial 57
5.5 Nome empresarial 58
5.6 Tipos de sociedades empresariais 59
5.7 Função social das sociedades empresariais 65
Aula 6 – Micro e Pequeno Empresário 71
6.1 Noções introdutórias 71
6.2 Micro e pequenos empresários 72
6.3 Impedimentos para enquadramento como micro ou peque-
no empresário 73
6.4 Regime jurídico dos micro e pequenos empresários 75
6.5 Principais benefícios previstos na lei complementar n. 123/
2006 77
Rede e-Tec Brasil13
Aula 7 – Questões Tributárias e Fiscais Decorrentes da Prá-
tica Empresarial 85
7.1 Noções introdutórias 85
7.2 Tributo: conceito e espécies 86
7.3 Competência tributária e atividade empresarial 91
7.4 Função dos tributos 92
7.5 Planejamento tributário e fiscal 93
 
Aula 8 – Leis e Artigos Relacionados ao Antigo Direito Comer-
cial: Evolução Histórica 97
8.1 Noções introdutórias 97
8.2 Origem do direito comercial 98
8.3 O direito comercial no Brasil 100
 
Palavras finais 105
Guia de soluções 106
Referências 111
Obras consultadas 115
Bibliografia básica 117
Currículo do Professor-autor 119
Aula 1 - Direitos do Consumidor Rede e-Tec Brasil15
Aula 1 - Direitos do Consumidor
Objetivos:
• identificar os sujeitos e o objeto da relação e consumo;
• distinguir os fundamentos dos direitos do consumidor.
Estimado(a) estudante,
Esta é a nossa primeira aula da disciplina Direito e Legislação Comercial. 
Iniciaremos nossas reflexões com o estudo dos direitos dos consumidores. 
Juntos, buscaremos compreender a importância deste assunto para um 
futuro Técnico em Finanças. 
Desejamos que você compreenda as relações de consumo e seus ele-
mentos, bem como se sinta sujeito integrante desta temática, so-
bretudo pela importância deste assunto no mundo contemporâneo.
1.1 Noções introdutórias
Em seus primórdios, o direito só se preocupava com as relações individuais, 
de modo que a preocupação com as relações envolvendo a coletividade, 
dentre as quais, fornecedores e consumidores, é relativamente nova. Preo-
cupação esta que deu origem às relações de consumo, ou seja, ao próprio 
direito do consumidor. (VIEGAS; ALMEIDA, 2011).
Assim sendo, com o crescimento e desenvolvimento das empresas e, con-
sequentemente, o aumento da oferta de produtos postos à disposição das 
pessoas, mais acentuado a partir dos anos 50, ficou mais nítida a depen-
dência dos consumidores ao consumo cada vez mais crescente.
Com isso e com o passar do tempo, fez-se necessário estabelecer regras 
legais específicas para tratar da questão relativa às relações de consumo.
Nesse contexto é que surgiu a regra geral acerca do direito do consumidor, 
prevista no artigo 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal de 1988, pela 
Rede e-Tec Brasil 16 Direito e Legislação Comercial
qual o Estado promoverá, nos termos da lei, a proteção do consumidor.
Também no artigo 170, inciso V, a Constituição Federal, ao tratar 
dos princípios que regem a ordem econômica nacional, prevê a de-
fesa do consumidor (artigo 170, inciso V, da Constituição Federal).
Contudo, é a Lei n. 8.078/90, conhecida como Código de Defesa do Con-
sumidor que, efetivamente, disciplina a questão, apresentando de forma 
detalhada as regras sobre o assunto, definindo, por exemplo, os sujeitos 
da relação de consumo (consumidor e fornecedor), seu objeto (produtos 
e serviços), os direitos e obrigações de cada parte integrante da relação, 
entre outros.
1.2 Consumidor
Figura 1
Fonte: Ilustradora
O conceito de consumidor está previsto no artigo 2º, do Código de Defe-
sa do Consumidor, pelo qual: “consumidor é toda pessoa física ou jurídi-
ca que adquire ou utiliza produtos ou serviços como destinatário final”.
 
Deste modo, verifica-se, basicamente, que o consumidor é aquele que uti-
liza, para o próprio uso, o produto ou serviço oferecido na relação de con-
sumo, ou seja, é o seu destinatário final.
Por destinatário final podemos entender aquele que retira o produto ou 
serviço do mercado para fins de consumo. Aquele que coloca um fim na 
cadeia produtiva e não aquele que utiliza o bem ou serviço para continuar 
a produzir (MARQUES; BENJAMIN; MIRAGEM, 2006). 
Mas não é só isso, pois o consumidor, para os fins do Código de Defesa 
O Código Brasileiro deDefesa 
do Consumidor (CDC) é, no 
ordenamento jurídico brasileiro, 
um conjunto de normas que 
visam a proteção aos direitos 
do consumidor, bem como 
disciplinar as relações e as 
responsabilidades entre o 
fornecedor (fabricante de 
produtos ou o prestador de 
serviços) com o consumidor 
final, estabelecendo padrões de 
conduta, prazos e penalidades. 
Foi instituído pela Lei Nº 
8.078, de 11 de setembro de 
1990. Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/
C%C3%B3digo_de_Defesa_do_
Consumidor>
Aula 1 - Direitos do Consumidor Rede e-Tec Brasil17
do Consumidor, pode não ser apenas uma pessoa que utiliza o produto 
ou serviço como destinatário final, isoladamente considerado, já que o 
parágrafo único do artigo 2º, da Lei n. 8.078/90 equipara o consumidor à 
coletividade de pessoas que participam da relação de consumo nesta con-
dição, conhecido como consumidor por equiparação, ou seja, aquele que, 
mesmo não tendo efetivamente adquirido o produto ou serviço, utilizou-o 
ou está exposto ao seu uso.
1.3 Fornecedor
Figura 2
Fonte: Ilustradora
O conceito de fornecedor também é trazido pelo Código de Defe-
sa do Consumidor que, em seu artigo 3º, estabelece como tal toda 
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados que desenvolvem as ativida-
des de produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produ-
tos ou prestação de serviços. 
Desta forma, todo aquele que, de algum modo, participe da atividade eco-
nômica com a finalidade de obter lucro ou renda, é visto como fornecedor 
pelo direito do consumidor.
1.4 Produtos e serviços
Figura 3
Fonte: Ilustradora
Os produtos e serviços, em verdade, correspondem ao objeto da relação 
de consumo.
Segundo o artigo 3º, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor, “produto 
Rede e-Tec Brasil 18 Direito e Legislação Comercial
é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial”, com valor econô-
mico, isto é, passível de compra, que se destina a satisfazer as necessidades 
do consumidor. 
Os serviços, nos termos do artigo 3º, § 2º, do Código de Defesa do Con-
sumidor correspondem a toda e “qualquer atividade fornecida no mer-
cado de consumo mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das re-
lações de caráter trabalhista”. Portanto, para fins de direito do consumi-
dor, a atividade gratuita ou voluntária não pode ser considerada como 
serviço, já que este tem, necessariamente, que ser remunerado (pago).
1.5 Relação de consumo
Figura 4
Fonte: Ilustradora
Tendo em vista os conceitos acima mencionados, verifica-se que a relação 
jurídica de consumo é aquela onde é possível identificar de um lado o con-
sumidor e de outro o fornecedor, com o objetivo de comercializar produtos 
ou serviços.
 
1.6 Sistema de proteção dos consumidores: 
Princípios ou Diretrizes
A sistemática do Código de Defesa do Consumidor destina-se, em regra, a 
proteger o consumidor, considerado a parte mais fraca da relação de con-
sumo.
Assim, com objetivo de equiparar a posição desfavorável do consumidor 
na relação de consumo, o Código de Defesa do Consumidor segue algu-
mas diretrizes ou princípios, tais como: o princípio da vulnerabilidade ou da 
hipossuficiência, da informação, da publicidade, da boa-fé, entre outros.
Aula 1 - Direitos do Consumidor Rede e-Tec Brasil19
 
1.6.1 Princípio da vulnerabilidade ou da hipossu-
ficiência
 Figura 5
 Fonte: Ilustradora
Por esta regra, prevista, por exemplo, nos artigos 4º, inciso I e 6º, inciso VIII, am-
bos do Código de Defesa do Consumidor, o consumidor é a parte vulnerável, 
carecedor de proteção em relação ao fornecedor, pois não tem qualquer tipo 
de controle ou interferência na produção dos bens ou serviços que consome.
Portanto, o consumidor, hipossuficiente, por ser mais fraco, indefeso e me-
nos capaz, necessita de atenção especial da Lei, que estabelece em seu 
favor mecanismos destinados a compensar sua situação de desigualdade.
“O consumidor é o elo mais fraco da economia. E nenhuma corrente pode 
ser mais forte do que o seu elo mais fraco” Henry Ford
1.6.2 Princípio da informação
Nos tempos atuais, a informação é imprescindível para o convívio social. Nas 
relações de consumo não é diferente. Nelas, os consumidores têm direito 
a todas as informações necessárias ao pleno conhecimento do produto ou 
serviço.
Em relação à importância do princípio em estudo, interessantes são as lições 
de Carvalho (2002, p. 255), para quem “Não há sociedade sem comunica-
ção de informação. A história do homem é a história da luta entre idéias, é 
o caminhar dos pensamentos. O pensar e o transmitir o pensamento são tão 
vitais para o homem como a liberdade física.” 
No mesmo sentido são os ensinamentos de Nunes (2005, p.129) que, ao 
tratar do princípio da informação, assim se pronuncia: 
Rede e-Tec Brasil 20 Direito e Legislação Comercial
 
Dever de informar: com efeito, na sistemática implantada pelo CDC, 
o fornecedor está obrigado a prestar todas as informações acerca do 
produto e do serviço, suas características, qualidades, riscos, preços e 
etc., de maneira clara e precisa, não se admitindo falhas ou omissões.
Portanto, tem o fornecedor o dever de informar aos consumidores sobre 
tudo aquilo que se fizer necessário para o bom uso do produto ou serviço.
 
1.6.3 Princípio da publicidade
Pelo princípio da publicidade, o consumidor tem o direito de identificar a 
propaganda de todo e qualquer produto ou serviço (artigo 36, do Código 
de Defesa do Consumidor), sendo proibida a propaganda indireta ou su-
bliminar, ou seja, aquela em que a pessoa não percebe, imediatamente, a 
mensagem comercial.
Além disso, o princípio da publicidade, em razão do artigo 30, do Código 
de Defesa do Consumidor, vincula o fornecedor ao seu cumprimento. As-
sim, se for feito um determinado anúncio, o fornecedor tem a obrigação de 
cumpri-lo.
É proibida, também, a publicidade abusiva, capaz de induzir o consumi-
dor a erro, e a discriminatória, que privilegia determinada classe ou grupo.
1.6.4 Princípio da boa-fé
O Princípio da boa-fé, nas relações de consumo, está expressamen-
te previsto no inciso III, do artigo 4°, do Código de Defesa do Consumi-
dor, pelo qual as partes envolvidas nas relações de consumo devem agir 
com correção, de forma honesta, sem a intenção de prejudicar a outra.
Deste modo, a boa-fé está diretamente ligada à honestidade com que as 
pessoas devem agir em relação as outras, não desejando obtar vantagens 
desproporcionais nas relações de consumo.
Resumo
Nesta aula, foram estudados a origem e a evolução dos direitos do consu-
midor no Brasil, os sujeitos e o objeto da relação de consumo, assim como o 
sistema de proteção dos consumidores.
Aula 1 - Direitos do Consumidor Rede e-Tec Brasil21
Atividades de aprendizagem
1. A partir do conteúdo desta aula, aponte o fundamento para a proteção 
do consumidor na relação de consumo, bem como indique os pontos 
positivos e negativos de tal protecionismo.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
2. “Nas relações de consumo a parte fraca é o consumidor, assim 
como nos contratos de trabalho, o laborista é a parte fraca e 
mereceu a proteção de um código próprio,CLT, e de uma justiça 
especializada, a Justiça do Trabalho. Hoje um importante reino 
do direito que cuida exclusivamente das relações trabalhistas é 
o Direito do Trabalho. Nem todos os consumidores são traba-
lhadores, mas todos os trabalhadores são consumidores, logo, 
justifica-se a existência de maior atenção e proteção jurídica às 
relações de consumo”. (SOARES, 2000:55-56). Com base na citação 
acima, aponte a alternativa que retrata o princípio de proteção do con-
sumidor referido pelo autor do texto acima:
a) Princípio da publicidade;
b) Princípio da vulnerabilidade ou hipossuficiência;
c) Princípio da informação;
d) Princípio da boa-fé
 
Chegamos ao fim da primeira aula sobre direitos do consumidor. Nela, 
buscamos demonstrar conceitos básicos sobre as relações de consumo e 
os parâmetros que as orientam. Na próxima aula, estudaremos os direitos 
básicos dos consumidores, as responsabilidades dos fornecedores, as for-
mas e os prazos para assegurar o respeito aos direitos do consumidor no 
mercado de consumo.Continue atento(a) e não deixe de realizar as ativi-
dades de aprendizagem
 
Rede e-Tec BrasilAula 2 – Direitos Básicos do Consumidor 23
Aula 2 - Direitos Básicos do Consumidor
Objetivos:
• reconhecer os direitos básicos do consumidor;
• identificar a forma de fazer valer os direitos do consumidor;
• apontar os prazos para reclamar de defeitos nos produtos ou servi-
ços, no mercado de consumo.
Prezado(a) estudante,
Em nossa primeira aula, avançamos bastante no estudo dos direitos 
dos consumidores. Em nosso segundo encontro, daremos sequên-
cia ao conteúdo da disciplina, abordando, desta vez, os direitos bási-
cos dos consumidores, as formas de dar efetividade a tais direitos, as-
sim como os prazos para reclamar de defeitos em produtos ou serviços. 
Continue disciplinado(a) em seu estudos, há ainda muito para aprender.
 
2.1 Noções introdutórias
Esta aula terá como tema os direitos básicos do consumidor, conferidos 
pelo Código de Defesa do Consumidor, isto é, as garantias asseguradas 
aos consumidores e, consequentemente, os deveres impostos aos forne-
cedores na relação de consumo. 
Além disso, serão abordadas as formas e os prazos para assegurar o res-
peito aos direitos do consumidor.
Como regra, os direitos básicos do consumidor estão previstos nos ar-
tigos 6º a 10, do Código de Defesa do Consumidor, sendo eles, basica-
mente: o direito à segurança, à vida e à saúde; direito à educação para 
o consumo; a proteção contra práticas abusivas; direito à prevenção e 
reparação de danos; direito à facilitação do acesso à justiça para defesa 
de seus direitos; direito à inversão do ônus da prova; direito à adequada 
prestação dos seviços públicos em geral.
Rede e-Tec Brasil 24 Direito e Legislação Comercial
“Consumidores, por definição, somos todos nós. O consumidor é o maior 
grupo econômico na economia, afetando e sendo afetado por quase todas 
as decisões econômicas, públicas e privadas”. John Kennedy
2.2 Direito à segurança, à vida, e à saúde 
(artigo 6º, I, do código de defesa do 
consumidor)
O direito à segurança, à vida e à saúde do consumidor deve ser visto da 
forma mais ampla possível, indo do amparo à segurança e saúde física do 
consumidor até a proteção de seu patrimônio.
Portanto, o consumidor, antes de adquirir um produto ou contratar um 
serviço, tem o direito de ser avisado dos possíveis riscos que podem ofere-
cer à sua saúde ou sua segurança.
Mas não é só isso, já que o fornecedor, ao colocar um determina-
do produto ou serviço no mercado de consumo, tem o dever de ga-
rantir que o mesmo não ofereça qualquer risco aos seus destinatários.
2.3 Direito à educação e à informação para 
o consumo (Artigo 6º, II e III, do código 
de defesa do consumidor)
É assegurado aos consumidores conhecimentos mínimos para a utilização 
adequada dos bens e serviços, a fim de que possam, livremente, escolher 
entre os vários produtos e serviços existentes no mercado, aquele que me-
lhor atenda aos seus interesses. 
A informação em questão se revela, por exemplo, naquelas informações 
constantes nos manuais de instrução. 
2.4 Proteção contra práticas abusivas (ar-
tigo 6º, IV e V, do código de defesa do 
consumidor)
 Figura 6
 Fonte: Ilustradora
Rede e-Tec BrasilAula 2 – Direitos Básicos do Consumidor 25
O consumidor tem o direito de não sofrer com práticas consideradas abu-
sivas na relação de consumo. 
A referida regra deve ser vista sob dois enfoques: a vedação de práticas 
abusivas ou enganosas e a proibição da existência de cláusulas abusivas.
A proibição referente às práticas abusivas ou enganosas retrata o dever 
de o fornecedor oferecer, com transparência e verdade, as informações 
sobre o produto ou serviço, expondo suas características verdadeiras, não 
podendo omitir qualquer informação relevante, ainda que prejudicial a sua 
reputação, sob pena de configurar prática abusiva ou propaganda enga-
nosa. Também não pode impor o uso de determinado produto ou serviço.
Já a proibição da existência de cláusulas abusivas se refere, mais preci-
samente, aos contratos feitos com os consumidores em geral, sen-
do vedada a existência de cláusulas excessivas, ou seja, pesadas 
e desproporcionais, por impor obrigações difíceis de serem cum-
pridas pelo consumidor. Nestas hipóteses, as cláusulas ou o pró-
prio contrato podem ser anulados ou modificados pela justiça.
Além disso, quando o consumidor assina um contrato sem ter exato co-
nhecimento de seus termos, o contrato não cria obrigações para o consu-
midor, pois este não foi devidamente informado.
Deste modo, em geral, práticas abusivas são consideradas condições ir-
regulares de negociações nas relações de consumo que ferem, principal-
mente, a boa-fé. O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 39 
especifica algumas práticas tidas como abusivas, contudo, há inúmeras 
outras que assim podem ser consideradas.
Podem ser citados como exemplos de práticas abusivas:
• condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento 
de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites 
quantitativos;
• recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida 
de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os 
usos e costumes;
Rede e-Tec Brasil 26 Direito e Legislação Comercial
• enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer 
produto, ou fornecer qualquer serviço;
• prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista 
sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe 
seus produtos ou serviços;
• exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
• executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização 
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anterio-
res entre as partes;
• repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consu-
midor no exercício de seus direitos;
• colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em de-
sacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes 
ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de 
Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacio-
nal de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
• recusar a venda de bens ou a prestação de serviços diretamente a quem 
se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento;
• elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;
• deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou dei-
xar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
• aplicar fórmula ou índice de reajustediverso do legal ou contratual-
mente estabelecido. 
2.5 Direito à prevenção e reparação de da-
nos (artigo 6º, VI, do código de defesa 
do consumidor)
O fornecedor tem o dever de prevenir todo e qualquer risco o dano, ainda 
que potencial, que o produto ou serviço por ele oferecido vir a oferecer 
ao consumidor. Um bom exemplo disso são os Serviços de Atendimento 
ao Consumidor, conhecidos como SAC, no qual é possível obter todas as 
Rede e-Tec BrasilAula 2 – Direitos Básicos do Consumidor 27
informações sobre os perigos na utilização de determinado produto ou 
serviço e as providências a serem tomadas em caso de acidentes.
Além do que, em caso de dano efetivo, deve o fornecedor responsabilizar-
-se por sua integral reparação.
2.6 Direito à facilitação do acesso à justi-
ça para defesa de seus direitos (artigo 
6º, VII, do código de defesa do consu-
midor)
 Figura 7
 Fonte: Ilustradora
O consumidor, como mencionado na primeira aula, é considerado parte 
mais fraca (vulnerável) na relação de consumo, por este motivo, o Código 
de Defesa do Consumidor facilita o acesso à justiça para a defesa de seus 
direitos.
Tanto é assim que, quando o consumidor mora em uma cidade e o for-
necedor em outra, o processo judicial movido para a defesa dos direitos 
daquele vai correr na cidade em que ele reside, ja que é mais fácil para ele 
participar do processo no local onde mora.
2.7 Direito à inversão do ônus da prova 
(artigo 6º, VIII, do código de defesa do 
consumidor)
 Figura 8
 Fonte: Ilustradora
Rede e-Tec Brasil 28 Direito e Legislação Comercial
O direito à inversão do ônus da prova é decorrente do próprio direito à 
facilitação do acesso à justiça para a defesa dos direitos do consumidor. 
Em regra, a pessoa que requer um determinado direito tem o dever de 
comprovar a verdade dos fatos que ela alega, porém, os consumidores 
possuem direito à inversão do ônus da prova, de modo que, nos processos 
envolvendo relação de consumo, a obrigação de provar a verdade dos fa-
tos recai sobre o fornecedor.
Assim sendo, pela inversão do ônus da prova, é imposta ao possui-
dor do poder econômico ou do conhecimento técnico (fornecedor) 
o dever de fazer prova contrária às alegações do consumidor, visto ser 
mais fácil ao fornecedor, que possui todas as informações sobre os pro-
dutos ou serviços, provar a verdade sobre os fatos a eles relativos.
Mesmo porque, como bem assinala Cavalcanti (2001, p. 83) o fornecedor 
tem o dever de “manter em seu poder todos os dados e informações acer-
ca de seus produtos e serviços, sendo bem mais fácil a comprovação dos 
fatos referentes a esses bens e serviços pelo fornecedor que pelo consumi-
dor, sobretudo quando se tratar de hipossuficiente”.
2.8 Direito à adequada pretação dos servi-
ços públicos em geral (artigo 6º, IX, do 
código de defesa do consumidor)
Mesmo em relação aos serviços públicos, de um modo geral, é conferida 
ao consumidor a devida proteção, principalmente em relação aos serviços 
que, apesar de serem considerados públicos, são oferecidos por empre-
sas privadas, tais como os serviços de luz, água, telefone, transporte etc.
Portanto, em relação a tais serviços incidem as garantias e direitos estabe-
lecidos no Código de Defesa do Consumidor.
2.9 Direitos decorrentes de defeitos no 
produto ou serviço (artigo 18, do có-
digo de defesa do consumidor) 
Caso o produto ou serviço apresente defeito, é responsabilidade do for-
necedor providenciar, em prazo não superior a 30 (trinta) dias, a resolução 
do problema.
Se o defeito não for resolvido no mencionado prazo, o consumidor tem 
Rede e-Tec BrasilAula 2 – Direitos Básicos do Consumidor 29
direito a optar, conforme a sua vontade: pela substituição do produto por 
outro equivalente, em perfeito estado de funcionamento e uso; pela resti-
tuição imediata do valor pago, devidamente corrigido monetariamente; ou 
pelo abatimento proporcional no preço.
2.10 Direito ao arrependimento (artigo 47, 
do código de defesa do consumidor)
Quando o produto ou serviço for adquirido 
fora do estabelecimento comercial, por 
exemplo, em casos de compras por telefo-
ne, pela internet ou em domicílio, o consu-
midor pode desistir do contrato, indepen-
dentemente de qualquer justificativa, no 
prazo de 07 (sete) dias, contados de sua 
assinatura ou do ato de recebimento do 
produto ou serviço. Ocasião em que terá 
direito a restituição integral do valor pago, 
corrigido monetariamente.
2.11 Forma do consumidor fazer valer seus 
direitos
A maioria das empresas possui o Serviço de Atendimento ao Consumidor, 
conhecido como SAC, destinado a atender às reclamações, bem como resol-
ver os problemas apresentados pelo produto ou serviço. Deste modo, o pri-
meiro passo é entrar em contato com o serviço de atendimento da empresa.
Porém, na hipótese de o consumidor não conseguir solucionar o proble-
ma com o SAC, há outras formas para fazer valer seus direitos, já que 
pode procurar os Órgãos de defesa do consumidor, tais como: PROCON, 
IDEC, Ministério Público, Juizados Especiais (Juizados de Pequenas Causas)
É imprescindível ao consumidor, caso necessite de proteção, que tenha 
em mãos a nota fiscal do produto ou serviço, o certificado de garantia, o 
contrato, o recibo, enfim, todos os documentos que comprovem a compra 
ou contratação.
Além disso, é preciso especificar, com detalhes, os problemas apresentados 
pelo produto ou serviço.
Figura 9
 Fonte: Ilustradora
O Programa de Proteção 
e Defesa do Consumidor 
(ou Procon) é uma fundação 
presente em diversos estados 
e municípios brasileiros com 
personalidade jurídica de 
direito público, cujo objetivo é 
elaborar e executar a política 
estadual de proteção e defesa 
do consumidor. Funciona como 
um órgão auxiliar do Poder 
Judiciário, tentando solucionar 
previamente os conflitos entre 
o consumidor e a empresa que 
vende um produto ou presta 
um serviço, e quando não há 
acordo, encaminha o caso para 
o Juizado Especial Cível com 
jurisdição sobre o local. O Procon 
pode ser estadual ou municipal, 
e segundo o artigo 105 da Lei 
8.078/90 (Código de Defesa do 
Consumidor), é parte integrante 
do Sistema Nacional de Defesa 
do Consumidor. O Procon é 
estabelecido primeiramente 
pelo governo estadual por meio 
de decretos. A partir da criação 
deste Procon, são criados 
outros Procons nas cidades do 
estado. Nem todas as cidades 
de um estado possuem um 
escritório do Procon. Todas as 
capitais do Brasil possuem uma 
filial do Procon. Fonte: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Procon
Rede e-Tec Brasil 30 Direito e Legislação Comercial
Por fim, deve o consumidor, em caso de reclamação, guardar os documen-
tos que comprovem tal fato, por exemplo, o protocolo de atendimento, o 
nome e o cargo exercido pela pessoa responsável pelo atendimento.
Desta forma, é bem provável que o consumidor consiga, de fato, fazer 
valer seus direitos.
2.12 Prazos para reclamar (artigo 26, do 
código de defesa do consumidor)
O consumidor tem, em regra, pra-
zo para reclamar de defeitos nos 
produtos ou serviços, sendo que, se 
transcorrido o prazo estipulado pelo 
Código de Defesa do Consumidor 
sem que tenha havido o registro da 
respectiva reclamação, o direito do 
consumidor se extingue, ou seja, 
“caduca”.
Figura 10
Fonte: Ilustradora
Portanto, em se tratando de fornecimento de produtos ou serviços não 
duráveis, o prazo para reclamação é de 30 (trinta) dias, ao passo que, em 
relação aos produtos ou serviços duráveis, o prazo é de 90 (noventa) dias.
A identificação de serviços e produtos duráveis ou não duráveis deve ser 
feita pelocritério da durabilidade, conforme o tempo de consumo. Logo, 
como serviços e produtos duráveis podem ser citados, eletrodomésticos, 
automóveis, serviços de construção civil etc., e como não duráveis, produ-
tos que são consumidos rapidamente, alimentos, roupas, calçados, entre 
outros.
Resumo
Nesta aula, foram estudados os direitos básicos dos consumidores na re-
lação de consumo, assim como os mecanismos postos à disposição dos 
consumidores para fazer valer os seus direitos. Além disso, identificou-se 
quais são os prazos para reclamar sobre defeitos nos produtos ou serviços, 
no mercado de consumo.
Rede e-Tec BrasilAula 2 – Direitos Básicos do Consumidor 31
Atividades de aprendizagem
1. Escreva um pouco sobre a justiça da proteção conferida ao consumi-
dor, ou seja, se é justa ou não a referida proteção, bem como dê sua 
opinião sobre a efetividade das normas previstas no Código de Defesa 
do Consumidor, isto é, se, na prática, elas efetivamente funcionam.
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2. Dentre as alternativas abaixo, aponte aquela que não configura práticas 
abusivas na relação de consumo:
a) Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer 
produto, ou fornecer qualquer serviço;
b) Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vis-
ta sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-
-lhe seus produtos ou serviços;
c) recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamen-
te a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento;
d) Recusar a reclamação contra defeitos de produtos ou serviços não du-
ráveis após 90 dias da venda do produto ou da prestação do serviço.
3. João comprou uma geladeira em uma loja que vende eletrodomésti-
cos na cidade onde mora. Um dia após a entrega da geladeira em sua 
casa, João se arrependeu da compra, já que não gostou do modelo do 
eletrodoméstico, tendo procurado a loja para devolvê-la, alegando que 
estava no exercício do direito de arrependimento, previsto no artigo 47 
do Código de Defesa do Consumidor. Contudo, o dono da loja se recu-
sou a aceita a devolução da geladeira. Com base nesses fatos, assinale 
a alternativa correta.
a) O dono da loja está certo, pois o consumidor só pode exercer seu 
direito de arrependimento em sete dias a contar de sua assinatura 
ou do ato de recebimento do produto, se a aquisição ocorrer fora 
Rede e-Tec Brasil 32 Direito e Legislação Comercial
do estabelecimento, especialmente por telefone ou em domicílio;
b) O dono da loja está correto, pois não existe direito de arrependimen-
to, em qualquer situação, se o produto não é defeituoso ou não apre-
senta vício de qualidade;
c) João está certo, pois o CDC prevê o prazo de sete dias a contar da 
aquisição do produto, em qualquer situação, para o consumidor exer-
cer o direito de arrependimento;
d) João está certo, por estar no prazo de arrependimento, mas 
o dono da loja pode impor multa pela devolução do produto.
Prezado(a) estudante,
Alcançamos, assim, o fim de nossa segunda aula, na qual abordamo-
sum pouco da matéria sobre os direitos básicos do consumidor. Con-
tudo, o referido tema, como visto, é bastante amplo, de modo que 
comporta pesquisa e estudo mais aprofundados, o que fica, desde 
já, sugerido. Na próxima aula, estudaremos os contratos comerciais.
Rede e-Tec BrasilAula 3 – Contratos Comerciais 33
Aula 3 - Contratos Comerciais
Objetivos:
• compreender as especificidades dos contratos comerciais;
• identificar as características dos principais contratos comerciais.
Caro(a) estudante,
Nas aulas anteriores, você teve oportunidade de aprender sobre os direi-
tos dos consumidores. Agora iniciaremos o estudo dos contratos comer-
ciais, suas peculiaridades e espécies mais comuns. Esperamos que você 
consiga assimilar a importância deste tema nas relações comerciais, nas 
quais, em regra, as transações comerciais encontram-se materializadas 
em contratos.
Então, vamos adiante
3.1 Noções introdutórias.
Com o passar do tempo e a evolução das relações comerciais, sur-
giu a necessidade de se celebrar contratos, como forma de assegu-
rar o cumprimento das obrigações assumidas nas relações comerciais.
 Figura 11
 Fonte: Ilustradora
O contrato pode ser definido como o acordo feito por duas ou mais 
pessoas, manifestando suas vontades, destinado a estabelecer uma re-
gulamentação de interesses entre as partes, com a finalidade de adquirir, 
Direito e Legislação ComercialRede e-Tec Brasil 34
modificar ou extinguir direitos ou obrigações; é, portanto, um instrumento 
capaz de criar determinados vínculos entres as pessoas que dele partici-
pam.
Para Diniz (1997, p. 30):
contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformida-
de da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamenta-
ção de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, mo-
dificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.
Sendo assim, no direito comercial, os contratos, além das características 
acima, identificam-se por ter como objeto relações de natureza comercial, 
isto é, os direitos e as obrigações pactuadas referem-se às práticas comer-
ciais.
Tanto é assim que Coelho (2002, p. 413) afirma que:
a exploração da atividade empresarial, a que se dedica, o empre-
sário individual ou a sociedade empresária celebram vários con-
tratos. Pode-se dizer que combinar os fatores de produção é con-
trair e executar obrigações nascidas principalmente de contratos.
 Deste modo, em regra, os contratos devem conter um objeto (que deve 
ser lícito, por exemplo, não é possível contratar a morte de alguém, já que 
isto é ilícito), uma forma (pode ser escrita ou verbal), as partes contratantes 
e o acordo entre elas celebrado.
A principal diferença entre os contratos comerciais e os civis é que aque-
les são celebrados por comerciantes no exercício de suas atividades, com 
finalidade de obtenção de lucro, já os civis podem ser feitos por qual-
quer pessoa (comerciante ou não) e podem não ter como objetivo o lucro.
Os contratos comerciais surgem pelo acordo de vontade das partes e extin-
guem-se, em regra, pela sua execução, isto é, pelo cumprimento das obriga-
ções nele assumidas. Contudo, podem se extinguir por outras formas, sen-
do elas: o distrato (quando ambas as partes, de comum acordo, desistem da 
contratação); a denúncia unilateral (quando uma das partes manifesta sua 
vontade em desistir da contratação, desde que haja previsão no contrato 
desta possibilidade); inadimplemento (quando uma das partes não cumpre 
Antigamente, um acordo entre 
duas ou mais pessoas que 
transferem entre si obrigações 
era feito através de uma 
“carta partida”; o interessante 
documento era cortado ao 
meio, de alto a baixo, e as duas 
partes ficavam em poder dos 
contratantes para a garantia 
do negócio. O ato da entrega 
de cada pedaço era realizado 
à presença de testemunhas 
idôneas. O cumprimento das 
obrigações, exigia por vezes, 
a exibição de cada pedaço do 
original. A carta partida, nome 
por que se tornou conhecido o 
pitoresco documento contratual, 
esteve em uso na Aquitânia, 
região da Galia antiga. Na 
França e notadamente na 
Inglaterra, por volta do século 
XIII, era comum, nas transações 
comerciais, essetipo original 
de contrato. Há quem diga que 
na Idade Média até acordos 
amorosos eram estabelecidos em 
“cartas partidas”; cada um dos 
namorados guardava consigo um 
pedaço do documento. (Fonte: 
http://homemdoconhecimento.
blogspot.com.br/2011/11/o-
contratos-eram-firmados-numa-
carta.html)
Rede e-Tec BrasilAula 3 – Contratos Comerciais 35
com a sua obrigação, gera direito a reparação de perdas e danos em favor 
da outra parte); resolução por onerosidade excessiva (quando a obrigação 
de uma das partes se torna excessivamente onerosa – desproporcional).
No direito comercial, os contratos comerciais, também conhecidos 
como mercantis, que merecem maior atenção, e por esta razão serão 
abordados no presente estudo, são os Contratos de Compra e Ven-
da Mercantil, de Mandato Mercantil, de Comissão Mercantil, de Re-
presentação Comercial, de Franquia, de Distribuição e de Seguro.
3.2 Contrato de compra e venda mercantil
Contrato de compra e venda mercantil é aquele que um dos contratantes 
se obriga a transferir o domínio de coisa determinada ao outro mediante 
o pagamento do respectivo preço. Em regra, são regidos pela regra geral 
do artigo 481 do Código Civil, pelo qual “um dos contratantes se obriga a 
transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em 
dinheiro”.
O que diferencia o contrato de compra e venda mercantil do contrato 
de compra e venda civil é, na verdade, as partes nele envolvidas, já que, 
no contrato mercantil, ambas as partes são empresários ou comerciantes.
Os contratos de compra e venda mercantil são a base das atividades em-
presariais, pois as operações de compra e venda constituem a essência das 
práticas comerciais.
Os elementos necessários para conferir validade aos contratos de compra e 
venda mercantil são o consentimento (vontade) das partes, o objeto (coisa 
vendida) e o preço.
Os contratos de compra e venda mercantil possuem natureza bilateral, 
pois geram obrigações recíprocas entre as partes contratantes, de modo 
que o vendedor tem o dever de entregar o bem, transferindo a proprieda-
de do mesmo para o comprador que, por sua vez, fica obrigado a pagar o 
preço combinado pela compra.
Na compra e venda mercantil, podem existir, ainda, obrigações es-
peciais, tais como a retrovenda; venda a contento; venda a preemp-
ção ou preferência, venda com reserva de domínio; entre outras.
Direito e Legislação ComercialRede e-Tec Brasil 36
A retrovenda é característica dos contratos de compra e venda de bem 
imóvel, nos quais fica estipulado que o vendedor poderá reaver a coi-
sa vendida, dentro de um prazo determinado, não superior a 03 (três), 
restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador.
A venda a contento é aquela em que há uma sujeição à ocorrên-
cia de uma condição, qual seja, a satisfação do comprador, de modo 
que a venda somente será concretizada após a manifestação favorá-
vel do comprador no sentido de que a coisa satisfez suas expectativas.
Preempção ou preferência é a modalidade de venda em que o comprador, 
caso pretenda vender o objeto da compra, fica obrigado, por um determi-
nado período, a oferecer primeiramente para o vendedor, já que este pos-
suirá direito de preferência na compra da coisa, em igualdade de condições 
com os demais interessados.
Venda com reserva de domínio é aquela ocorrida normalmente nas ven-
das a prazo, na qual o vendedor, mediante expressa previsão contratu-
al, somente transfere a propriedade (o direito) sobre bem vendido de-
pois de realizado integralmente o pagamento do preço. Destaque-se 
que a coisa é entregue no momento da venda, porém o direito de pro-
priedade somente será transferido ao final se houver total pagamento.
3.3 Contrato de mandato mercantil
Mandato mercantil é o contrato pelo qual alguém se obriga a praticar 
atos ou administrar interesses de natureza comercial em nome e por conta 
de outrem, mediante remuneração (artigo 140 do antigo Código Comer-
cial e artigo 653 do Novo Código Civil). Nele, pelo menos uma das par-
tes é empresário e os atos a serem praticados são negociais (comerciais).
Neste passo, para Martins (2000), mandato mercantil é o contrato segun-
do o qual uma pessoa se obriga a praticar atos ou administrar interesses 
de natureza comercial, em nome e por conta de outrem, mediante remu-
neração.
Portanto, a principal característica do mandato é a representação, ou seja, 
sempre uma pessoa estará agindo (representando) outra, como se esta 
fosse.
No mandato, mandante ou outorgante é a pessoa que outorga (dá) pode-
res a outra para a prática de determinados atos de comércio, ao passo que 
Rede e-Tec BrasilAula 3 – Contratos Comerciais 37
mandatário ou procurador é a pessoa que recebe os referidos poderes.
As obrigações do mandante e do mandatário estão previstas nos ar-
tigos 667 a 681, do Código Civil, cuja pesquisa mostra-se interessante.
O contrato de mandato mercantil extingue-se (termina) pela revogação 
dos poderes por parte do mandante; pela renúncia do mandatário; pela 
morte ou incapacidade de quaisquer das partes; pela mudança de estado 
(capacidade) que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o manda-
tário para exercê-los; pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio 
(artigo 682, do Código Civil).
3.4 Contrato de comissão mercantil
No contrato de comissão mercantil, uma das partes compromete-se a re-
alizar, mediante o recebimento de determinada quantia, atos ou negócios 
comerciais em favor e conforme as orientações da outra, contudo, agem 
em seu próprio nome (artigo 165 do antigo Código Comercial e artigo 693 
do Novo Código Civil).
Na comissão, comitente é a pessoa que outorga (dá) poderes a outra para 
a prática de determinados atos de comércio, ao passo que comissário é a 
pessoa que recebe os referidos poderes.
A principal diferença entre contrato de comissão e de mandato é que, 
neste, o mandatário age em nome de outra pessoa (mandante), ao passo 
que, naquele, o comissário age em nome próprio.
Exemplo desta modalidade de contrato são os contratos de leilão.
As obrigações das partes contratantes estão estabelecidas nos artigos 693 
a 709, do Código Civil.
As formas de extinção do contrato de comissão são, via de regra, as mes-
mas do contrato de mandato.
3.5 Contrato de representação comercial
O contrato de representação comercial é regido pela Lei n. 4.886/1965, a 
qual, em seu artigo 1º, conceitua o referido instrumento, segundo o qual:
Art. 1º
Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou 
a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em 
Direito e Legislação ComercialRede e-Tec Brasil 38
caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a me-
diação para a realização de negócios mercantis, agenciando pro-
postas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados, prati-
cando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Na representação comercial, o representante é a pessoa que efetivamente 
pratica a atividade comercial, isto é, quem promove a realização dos ne-
gócios mercantis, sendo que o representado é aquele que produz ou tem 
para venda o respectivo produto.
O representante comercial é remunerado, em regra, por um percen-
tual do valor das vendas que realizar. Contudo, só terá direito ao rece-
bimento da remuneração se estiver registrado no Conselho Regional 
de Representantes Comerciais (artigos 2º e 6º, da Lei n. 4.886/1965).
Os deveres dos representantes e dos representados estão previstos nos 
artigos 28 a 31, da Lei n. 4.886/1965. 
O contrato de representação pode ser rescindido pelo representado, em 
caso de falta de cumprimento, por parte do representante, das obrigações 
decorrentes do contrato; pela prática deatos que importem em descrédito 
comercial do representado; pela falta de cumprimento de quaisquer obri-
gações inerentes ao contrato de representação comercial; pela condena-
ção definitiva por crime considerado infamante; ou por força maior (artigo 
35, Lei n. 4.886/1965). Também pode ser rescindido pelo representante, 
quando houver redução de esfera de suas atividades em desacordo com as 
cláusulas do contrato; quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se pre-
vista no contrato; fixação abusiva de preços em relação à zona do repre-
sentante, impossibilitando-lhe um trabalho regular; não pagamento de sua 
retribuição na época devida; força maior (artigo 36, da Lei n. 4.886/1965).
3.6 Contrato de franquia ou franchising
O contrato de franquia está previsto na Lei n. 8955/94, que em seu artigo 
segundo estabelece o conceito do instrumento em estudo.
Art. 2º
Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao 
franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito 
de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, 
Rede e-Tec BrasilAula 4 – Contratos Bancários 39
eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implanta-
ção e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos 
ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indi-
reta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.
Na franquia, o franqueado é aquele que utiliza a marca ou patente desen-
volvida pelo franqueador.
Portanto, inicialmente, o contrato de franquia é um negócio mais atrati-
vo para o franqueado, já que este se aproveita dos conhecimentos e ex-
periências do franqueador no desempenho daquela atividade comercial. 
Na franquia, normalmente, o franqueado paga ao franqueador um va-
lor inicial para o uso da marca ou produto. Além disso, se comprome-
te a pagar ao franqueador determinada porcentagem sobre a venda. Em 
contrapartida, o franqueador garante a exclusividade da marca ou pro-
duto em local determinado (cidade, região, estado, ou mesmo no país).
Outra peculiaridade do contrato de franquia é que o preço do produto, em 
regra, é estabelecido pelo franqueador.
São exemplos de franquia o McDonald’s, Habib’s, Bob’s, Subway, entre 
outros.
O contrato de franquia extingue-se pela expiração do prazo convencio-
nado entre as partes; pelo consentimento de ambas as partes; pelo des-
cumprimento, por uma das partes, das obrigações constantes no contrato. 
Além disso, se o franqueado, no desempenho da atividade comercial, pre-
judicar a reputação da marca ou do produto, pode o franqueador rescindir 
o contrato.
3.7 Contrato de distribuição
O contrato de distribuição mercantil é aquele no qual uma das partes - o 
distribuidor - adquire os produtos fabricados por outrem (o fabricante), 
obrigando-se a revendê-los com certa margem de lucro (preço maior do 
que comprou), em geral, com exclusividade em um determinado território.
Forgioni (2008, p. 116), define bem o que vem a ser contrato de distribui-
ção mercantil:
Direito e Legislação ComercialRede e-Tec Brasil 40
contrato bilateral, sinalagmático, pelo qual um agente econô-
mico (fornecedor) obriga-se ao fornecimento de certos bens ou 
serviços a outro agente econômico (distribuidor), para que este 
os revenda, tendo como proveito econômico a diferença entre 
o preço de aquisição e o preço de revenda e assumindo à satis-
fação de exigências do sistema de distribuição do qual participa
No contrato de distribuição comercial, embora não haja expressamente 
uma lei específica que o regulamente, em relação a ele são aplicadas as 
regras previstas na Lei n. 6.729/79, que trata das concessões comerciais 
relativas aos distribuidores de veículos.
O contrato de distribuição comercial extingue-se pelo decurso do prazo 
nele previsto; pela vontade das partes ou pelo descumprimento, por uma 
dela, das obrigações assumidas no contrato.
3.8 Contrato de seguro
No contrato de seguro, uma das partes, conhecida como seguradora, me-
diante o recebimento de determinado valor, chamado de prêmio, assume 
o compromisso com a outra parte, denominada segurado, de pagar a este 
uma indenização decorrente de prejuízos oriundos de riscos futuros e in-
certos, alheios à vontade das partes.
Os dispositivos legais mais importantes que tratam do contrato de seguro 
são os artigos 666 a 730, do Código Comercial, os artigos 757 a 802, 
do Código Civil, o Decreto-Lei n. 73/1966, o Decreto n. 60.459/1967.
O contrato de seguro tem como objeto a garantia contra o risco que pode 
sofrer uma coisa ou uma pessoa, de modo que os seguros podem ser feitos 
em relação a pessoas ou coisas.
A seguradora, ao assumir o risco pela reparação dos danos experimen-
tados pelo segurado, recebe como contraprestação o pagamento de um 
determinado valor, conhecido como prêmio.
O valor da indenização a ser paga pela seguradora em caso de ocorrência 
do risco previsto no contrato, conhecido também como sinistro, normal-
mente corresponde ao valor do bem segurado, mas pode ser diferente, 
desde que as partes pactuem neste sentido.
Rede e-Tec BrasilAula 4 – Contratos Bancários 41
O contrato de seguro é conhecido por ser um contrato formal, isto é, pre-
cisa estar materializado num documento escrito. Como regra, o contrato 
de seguro materializa-se na apólice, que é o documento em que cons-
tam todos os dados referentes ao seguro, tais como o nome das partes, a 
descrição da coisa ou da pessoa segurada, os riscos cobertos pelo seguro, 
o valor da indenização e do prêmio, o prazo de vigência, entre outros.
A seguradora tem como obrigação emitir a respectiva apólice, bem como 
se responsabilizar pelo pagamento da indenização na hipótese de ocor-
rência do sinistro. Já o segurado fica obrigado a pagar o prêmio do se-
guro, nos termos constantes no contrato, e prestar todas as informações, 
sem mentiras ou omissões, sobre o objeto do seguro e suas características.
O contrato de seguro extingue-se pelo vencimento do prazo nele previsto, 
pelo acordo entre as partes, pela cessação do risco que a ele deu origem, 
pela ocorrência do sinistro seguido do pagamento da respectiva indeni-
zação, ou pela falta de pagamento do prêmio por parte do segurado.
Resumo
Na presente aula, foram analisados o conceito de contrato comercial, bem 
como as principais espécies de contatos mercantis e suas respectivas pe-
culiaridades, tais como conceito, objeto, partes, disposições legais, obriga-
ções deles decorrentes e formas de extinção.
Atividades de aprendizagem
1. Indique a importância dos contratos mercantis para as atividades co-
merciais, bem como aquele que, no seu entendimento, possui maior 
utilidade prática.
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2. Acerca do contrato de seguro, opine sobre a possibilidade ou não do 
segurado, em caso de ocorrência do sinistro, exigir do segurador o paga-
mento da indenização caso esteja em atraso com pagamento do prêmio 
devido ao segurador.
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Direito e Legislação ComercialRede e-Tec Brasil 42
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______________________________________________________________3. Com relação aos contratos comerciais, aponte a alternativa correta:
a) faturizador e faturizado têm que ser, necessariamente, pessoa jurídica;
b) o representante poderá resolver o contrato face à inobservância da 
cláusula de exclusividade, pelo representado;
c) sempre haverá vínculo empregatício entre franqueado e franqueador;
d) Na alienação fiduciária em garantia, havendo inadimplemento, o cre-
dor não poderá requerer a reintegração na posse do bem móvel aliena-
do fiduciariamente.
4. O contrato pelo qual um empresário cede a outro o direito de 
uso da marca ou patente, associado ao direito de distribui-
ção exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e, ain-
da, presta-lhe serviços de organização empresarial por ele de-
senvolvidos, mediante remuneração direta ou indireta, sem que 
fique caracterizado vínculo empregatício entre as partes, denomina-se:
a) Franquia;
b) Comissão;
c) Representação comercial;
d) Compra e venda.
5. Em relação aos contratos comerciais, aponte V para verdadeiro e F para 
falso:
( ) O contrato de comissão mercantil assemelha-se ao de mandato no 
 que se refere à responsabilidade do comissário, que deverá agir em 
 nome do comitente, ao efetuar contratos com terceiros;
( ) No contrato de seguro, prêmio é o valor recebido pelo segurado em 
 caso de acidente (sinistro);
( ) No contrato de distribuição mercantil o distribuidor é aquele que 
 fabrica os produtos postos a venda;
Rede e-Tec BrasilAula 4 – Contratos Bancários 43
( ) No contrato de comissão mercantil uma das partes se compromete 
 a realizar, mediante o recebimento de determinada quantia, atos ou 
 negócios comerciais em favor e conforme as orientações da outra, 
 contudo agem em seu próprio nome
 
Prezado(a) estudante,
Chegamos ao fim de nossa terceira aula, na qual foram abordados con-
ceitos básicos sobre os contratos comerciais e suas principais modalidades. 
Esperamos que você se aproprie das infomações que trouxemos e que pos-
sa utilizá-las quando estiver atuando na função para a qual está se qualifi-
cando. Na próxima aula, continuaremos os estudos dos contratos mercan-
tis, agora com a exploração dos contratos bancários. Continue atento(a).
Rede e-Tec BrasilAula 4 – Contratos Bancários 45
Aula 4 - Contratos Bancários
Objetivos:
• reconhecer os contratos bancários;
• identificar as peculiaridades dos principais contratos bancários.
Caríssimo(a) estudante,
 Na aula passada, você teve oportunidade de compreender os contratos 
comerciais, assim como identificar suas espécies mais comuns. Agora anali-
saremos os principais contratos bancários e suas respectivas características. 
Com o estudo do conteúdo desta aula, você estará avançando em seu 
processo de aprendizagem.
Seja bem vindo(a) ao debate sobre contratos bancários e suas pecualiari-
dades!
4.1 Noções introdutórias
 Figura 12
 Fonte: Ilustradora
Os contratos bancários, na verdade, fazem parte do gênero que são os 
contratos comerciais. Portanto, possuem os mesmos elementos dos con-
tratos mercantis em geral. Todavia, tem uma peculiaridade que os distin-
gue, já que, ao menos, uma das partes nele envolvida será sempre uma 
instituição bancária ou financeira.
Direito e Legislação ComercialRede e-Tec Brasil 46
Mas não é só isso, para configurar o contrato bancário não basta que uma 
das partes seja uma instituição financeira, é preciso, também, que tenha 
como objeto a intermediação de uma operação econômica ou monetária.
Os contratos bancários mais comuns, que merecem maior atenção, são 
os contratos de mútuo, de depósito, de alienação fiduciária em garantia, 
de arrendamento mercantil (leasing), de faturização (factoring), de fiança 
bancária e de cartão de crédito.
4.2 Contrato de mútuo
O contrato de mútuo, na verdade, corresponde a um empréstimo, nor-
malmente de dinheiro, mas também pode ser de outra coisa fungível (que 
pode ser trocada por outra do mesmo gênero), mediante o recebimento 
de determinado valor (artigo 247, do Código Comercial e artigo 586, do 
Código Civil).
Segundo Bittar (1990, p. 116):
configura-se o mútuo pela entrega de certa quantia em dinheiro, 
com transferência de propriedade, para uso do mutuário, mediante 
pagamento de determinado valor, denominado juro. O juro é, pois, 
remuneração do capital, constituindo-se em percentual sobre ele in-
cidente, em função do prazo de empréstimo. Findo o prazo, deve o 
valor ser restituído ao mutuante, pagos os juros correspondentes às 
ocasiões convencionadas, por períodos, ou ao final do relacionamen-
to, conforme a situação.
No contrato de mútuo, mutuário é aquele que recebe o dinheiro ou a 
coisa fungível em empréstimo, e mutuante é a pessoa que dá a coisa em 
empréstimo.
As principais obrigações do contrato de mútuo recaem sobre o mutuário, 
que deve restituir a coisa emprestada e pagar a remuneração pelo emprés-
timo (juros), no prazo combinado. 
Um exemplo comum de mútuo bancário é o empréstimo de dinheiro para 
compra da casa própria, normalmente feito pela Caixa Econômica Fede-
ral pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH). Tanto que é co-
mum ouvir as expressões como “mutuários da Caixa” ou “da casa pró-
pria”, para referir-se às pessoas que contraem os referidos empréstimos.
Rede e-Tec BrasilAula 4 – Contratos Bancários 47
O contrato de mútuo extingue-se pelo vencimento do prazo, pelo des-
cumprimento de suas cláusulas (inadimplemento), ou por acordo entre as 
partes.
4.3 Contrato de depósito
O contrato de depósito é aquele em que uma das partes (depositante), 
entrega à outra (depositário) uma coisa móvel, em se tratando de depósito 
bancário (dinheiro) que deve permanecer guardado pelo prazo combinado 
ou até que o depositante solicite sua devolução (artigo 280, do Código 
Comercial e artigo 627, do Código Civil).
O depositante obriga-se a pagar certa remuneração pelo depósito da coi-
sa, bem como pagar pelas despesas decorrentes do negócio, ao passo que 
o depositário fica obrigado a guardar e zelar pela coisa depositada, não 
utilizá-la ou transferi-la sem que haja permissão do depositante e restitui-la 
quando solicitada.
Extingue-se o depósito pelo vencimento do prazo, pela vontade das partes, 
pela morte ou incapacidade do depositário.
4.4 Contrato de alienação fiduciária em 
garantia
O contrato de alienação fiduciária em garantia é regido pela Lei n. 
4.728/1965 (artigo 66) em combinação com o Decreto Lei n. 911/1969 
e consiste no acordo em que uma parte, o devedor (fiduciário), transfere 
ao credor (fiduciante), a propriedade de um determinado bem, mantendo, 
porém, a posse direta do bem, com a condição de pagar a dívida no prazo 
estipulado.
Essa espécie de contrato é muito utilizada para financiamento de veículos 
em que o banco (credor) adquire a propriedade do bem (veículo), que fica 
na posse direta (uso) do devedor (pessoa que comprou o carro na conces-
sionária). Se, no final do prazo de vigência do contrato, o devedor saldar a 
dívida, o credor devolve a propriedade do bem, em definitivo, para aquele.
Assim, essa prática serve como garantia do negócio, daí o nome de aliena-
ção fiduciária em garantia.
O contrato de alienação fiduciária em garantia extingue-se pelo cumpri-
mento das obrigações nele assumidas no prazo estipulado, por vontade 
das partes ou por inadimplemento do devedor.
Direito e Legislação ComercialRede e-Tec Brasil 48
4.5 Contrato de arrendamento mercantil 
(Leasing) 
O contrato de arrendamento mercantil é disciplinado pela Lei n. 
6.099/1974, conhecido também como leasing, é aquele em que 
uma das partes, chamada de arrendador, aluga para a outra, co-
nhecida como arrendatário,um determinado bem mediante paga-
mento de um valor a título de aluguel (preço). Contudo, a proprie-
dade do bem permanece com o locador (arrendador), sendo que o 
locatário (arrendatário) recebe apenas a posse direta da coisa, para uso. 
Entretanto, no final do contrato, o arrendatário tem o direito de adquirir 
a propriedade sobre o objeto do contrato, desde que pague um determi-
nado valor a mais por isso, chamado de valor residual. Caso não tenha 
interesse em adquirir o bem, tem o locatário outras duas possibilidades, 
pode optar pela prorrogação do contrato ou pela devolução do bem.
Esta modalidade de contrato bancário também é bastante utilizada para 
financiamento de veículos.
Existem, basicamente, duas espécies de leasing, o financeiro e o lease-
-back.
O leasing financeiro caracteriza-se pela presença de três partes. O arren-
dador (comprador do bem que será locado), o arrendatário (a pessoa que 
utilizará o bem locado) e o fornecedor (quem comercializou o bem locado). 
Este tipo de leasing é chamado de comum, puro ou propriamente dito. É 
a espécie mais usual.
O lease-back segue a mesma sistemática do financeiro, sendo que o que 
os diferencia é a ausência da figura do fornecedor, já que no lease-back o 
bem, desde o início, pertence ao próprio arrendador.
No contrato de arrendamento mercantil, o arrendador fica obrigado a ad-
quirir e entregar o bem a ser dado em locação; vender a coisa ao arren-
datário, ao final, caso este opte pela compra; renovar a contratação se o 
locatário assim desejar; ou receber a coisa de volta. Ao passo que o arren-
datário se obriga a pagar o preço, normalmente dividido em prestações 
mensais; conservar o objeto da locação; devolver, no final do contrato, a 
coisa, caso não haja opção pela compra ou pela renovação da contratação.
A palavra leasing é de origem 
inglesa, mais precisamente 
surgida ns Estados Unidos, 
país onde teve origem como 
devivação do verbo “to lease”, 
que significa alugar. Acrescida 
do sufixo “ing” (gerúndio) 
esta obteve uma idéia de 
continuidade. Acredita-se que 
esta forma de “finaciamento” 
das atividades empresariais 
tenha surgido há séculos atrás, 
de uma forma bem rudimentar. 
Estudiosos acreditam que este 
tenha se propagado por volta 
da década de 40, logo após a 
segunda guera mundial, quando 
os Estados Unidos passaram 
a “alugar” materiais bélicos 
(de guerra) a seus aliados, 
dando-lhes a opção de compra 
no fim do contrato. Não há uma 
data definida da chegada do 
leasing no Brasil, mas a primeira 
companhia de leasing fundada 
aqui foi a “Rent a Maq”, uma 
pequena empresa arrendadora 
de máquinas de escrever 
fundada em 1967 na cidade 
de São Paulo. O surgimento 
da atividade de arrendamento 
mercantil (leasing) se deu 
inicialmente com o objetivo de 
oferecer recursos às empresas 
a baixo custo, para aquisição 
de bens e modernização de 
seus parques tecnológicos. 
Fundamentadamente a idéia de 
leasing é baseada na concepção 
de que o fato propulsor do 
rendimento para uma empresa é 
a utilização, e não a propriedade 
de um bem. Seu crescimento no 
Brasil se deu principalmente a 
associação desta atividade com 
as atividades bancárias. (Fonte: 
http://blogdareba.blogspot.
com.br/2010/06/curiosidades-
sobre-o-leasing.html).
Rede e-Tec BrasilAula 4 – Contratos Bancários 49
A extinção do contrato de arrendamento mercantil ocorre pelo vencimen-
to do prazo do contrato, pelo consentimento das partes, pelo inadimple-
mento, ou pela falência do arrendador.
4.6 Contrato de faturização ou factoring
O contrato de faturização ou factoring é aquele onde uma das partes (fa-
turizado, aderente ou devedor), em regra um comerciante, cede a outra 
(factor ou faturizador) o produto (créditos) adquirido no desempenho de 
suas atividades comerciais, mediante o recebimento de determinada re-
muneração pactuada entre as partes, correspondente a um percentual dos 
créditos.
Deste modo, o contrato de factoring corresponde a um contrato de ad-
ministração de créditos (compra e venda de créditos), onde factor ou fa-
turizador adquire os créditos, com ou sem adiantamento do respectivo 
valor, e assume os riscos pelo inadimplemento dos devedores originários, 
ao passo que o faturizado, aderente ou devedor é quem cede o crédito de 
que é titular, mediante o recebimento de certa quantia, normalmente um 
percentual do valor original.
A principal finalidade do contrato de factoring é garantir às empresas de 
pequeno porte, principalmente, oportunidade de ter acesso a créditos, 
pois a dificuldade de acesso capital de giro é grande. Isto porque o risco do 
negócio é transferido para o faturizador, que assume, como dito, o risco 
pelo não recebimento dos créditos.
Existem, basicamente, duas espécies de faturização, a maturiy factoring, 
conhecida como compra a prazo, onde o faturizador efetua o pagamen-
to apenas na data do vencimento do crédito; e a conventional factoring, 
compra à vista, na qual o faturizador efetua o pagamento à vista, isto é, 
no momento da compra do crédito.
Em regra, o contrato de factoring se extingue com o próprio alcance de 
sua finalidade (venda do crédito), pela decorrência do prazo nele previsto, 
pelo acordo entre as partes, ou pelo descumprimento de alguma das obri-
gações assumidas no contrato.
4.7 Contrato de fiança bancária
O contrato de fiança bancária é aquele por meio do qual o banco, na qua-
lidade de fiador, assegura (garante) o cumprimento de uma determinada 
Direito e Legislação ComercialRede e-Tec Brasil 50
obrigação assumida por um de seus clientes (afiançado) numa determina-
da relação comercial.
A fiança consiste, na verdade, numa obrigação secundária, já que ela so-
mente terá importância caso o devedor descumpra a obrigação por ele 
assumida, tida como principal, ocasião em que o fiador (banco) deverá se 
responsabilizar pelo cumprimendo da obrigação.
Via de regra, a fiança bancária é feita por meio de um documento cha-
mado carta de fiança, no qual constam: a identificação das partes (banco 
e cliente); a descrição da dívida a ser garantida; o índice de atualização do 
valor do débito; a renúncia do banco ao benefício de ordem previsto no 
artigo 827, e ao direito previsto no artigo 835, ambos do Código Civil.
O contrato de fiança bancária extingue-se pelo término do prazo de va-
lidade da carta de fiança (instrumento que materializa o contrato); pela 
devolução, ao banco, da carta de fiança; ou pela manifestação expressa do 
credor, liberando a garantia prestada pelo fiador.
4.8 Contrato de cartão de crédito
 Figura 13
 Fonte: Ilustradora
O contrato de cartão de crédito surgiu como um instrumento capaz de 
garantir mais segurança ao uso do dinheiro, pois com ele não é necessário 
que a pessoa leve consigo dinheiro em espécie para realizar transações 
comerciais. Além disso, permite que a pessoa realize uma compra à vista 
e somente tenha que desembolsar o dinheiro na data do vencimento do 
cartão, ou seja, a prazo.
No contrato de cartão de crédito figuram como partes o emissor (insti-
Atualmente, tendo em vista 
a popularização do cartão de 
crédito, onde grande parte 
das relações comerciais são 
concretizadas via cartão de 
crédito é interessante analisar 
se a cobrança feita por muitos 
estabelecimentos comerciais, 
acerca da exigência de um 
consumo/valor mínimo para 
pagamento via cartão é abusiva 
ou não. Se o pagamento for à 
vista, não pode haver limitação 
de valores para compras pagas 
por meio de cartão de crédito. 
Contudo, em caso de compra 
à prazo ou de parcelamento, 
o fornecedor pode impor 
condições, como, por exemplo, 
somente aceitar pagamento por 
cartão de crédito em compras 
acima de um valor determinado. 
(fonte:

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