Buscar

Das Pessoas Civil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

02/11/2012
1
UNIDADE 2. DAS PESSOAS
(PARTE I)
Roberta Siqueira1
2.1 NOÇÕES GERAIS
Título I
Das Pessoas
Arts. 1º ao 78
Das Pessoas 
Naturais
Arts. 1º ao 39
Da personalidade 
e da Capacidade
Arts. 1º ao 10
Dos direitos da 
personalidade
Arts. 11 ao 21
Das Pessoas 
Jurídicas
Arts. 40 a 69
Da ausência
Arts. 22 ao 39
Do Domicílio
Arts. 70 a 78 2
2.2 PERSONALIDADE JURÍDICA
� Conceito ligado ao de pessoa.
� Todo aquele que nasce com vida torna-se uma
pessoa.
� Aptidão genérica para adquirir direitos e contrair
obrigações ou deveres na ordem civil.
3
2.3 CAPACIDADE JURÍDICA
� Art. 1º, CC conceito de personalidade e de
capacidade.
� Conceitos se cruzam mas não se confundem.
� Personalidade é um valor, enquanto a capacidade
é a projeção desse valor.
� A capacidade, pode, ser subdividida em espécies.
Poderá ser plena ou limitada. 4
Capacidade 
Plena
Capacidade de direito ou de gozo:
- Aquisição com o nascimento
- Todo ser humano sem distinção
- Só não existe quando falta 
personalidade. Ex.: nascituro
Capacidade de Fato ou de exercício 
ou de ação
- Aptidão de exercer por si só, os atos 
da vida civil
Capacidade 
Limitada
Só há capacidade de 
direito
- Exigem a participação 
de outra pessoa 
(representante ou 
assistente). Ex: incapazes 
5
2.3.1 CAPACIDADE X LEGITIMAÇÃO
� Legitimação é a aptidão para a prática de determinados
atos jurídicos.
�� CapacidadeCapacidade especialespecial exigida em determinadas
situações. Os legitimados não são incapazes, apenas
impedidos de praticar certos atos jurídicos, sem cumprir
os requisitos exigidos pela lei.
� Exemplos:
� CC, art. 496
� CC, art. 1.749, I
� CC, art. 1.647
� CC, art. 580, etc.
6
02/11/2012
2
2.4 SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
7
� OBSERVAÇÃO: Animais não são sujeitos de direitos: merecem
proteção legal, mas não têm capacidade para adquirir direitos. O
mesmo para entidades místicas (almas e santos).
Pessoas
Pessoa Natural ou Pessoa 
Física
(ser humano)
Pessoa Jurídica, moral 
ou coletiva (agrupamento 
de pessoas naturais com 
fim comum)
2.5 PESSOAS NATURAIS
� Pessoa natural ou física é o ser humano
considerado como sujeito de direitos e deveres.
� Tanto o sujeito ativo como o sujeito passivo da
relação jurídica.
� Relação jurídica é toda relação da vida social
regulamentada pelo direito.
� Para ser considerada pessoa natural, basta nascer
com vida e adquirir sua personalidade. 8
2.6 AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE
� Art. 2º, CC.
� Regra geral: nascimento com vida como marco
inicial de aquisição da personalidade.
� Nascimento com vida:
� Separação do ventre materno (cordão umbilical)
� Haja respiração (LRP, art. 53, §2º). Exame de
docimasia hidrostática de Galeno.
� Não há necessidade que o feto seja viável (anomalia ou
deformidade) 9
2.6.1 SITUAÇÃO JURÍDICA DO NASCITURO
� A personalidade civil da pessoal começa do
nascimento com vida (art. 2º), entretanto, aa leilei põepõe
aa salvo,salvo, desdedesde aa concepção,concepção, osos direitosdireitos dodo
nascituronascituro..
� Nascituro:
� O que está por nascer
� Não tem personalidade jurídica ainda, pois não é
pessoa juridicamente
� Tem expectativa de direito, sob condição suspensiva:
seus direitos só terão eficácia se nascer com vida. 10
A) TEORIA NATALISTA
� Sustenta que a personalidade civil somente se inicia
com o nascimento com vida.
� Doutrina tradicional: antes do nascimento, não há
personalidade. Nascendo com vida seus direitos
retroagem ao momento de sua concepção.
� Interpretação literal e simplista do art. 2º, CC.
� Críticas:
� Uma vez que não é uma pessoa, seria o nascituro uma
coisa?
� Esquece-se da proteção ao nascituro conferida pelo próprio
Código. 11
� Nascituro (não nascido) Concepturo (não
concebido)
� Concepturo: só poderá adquirir direitos surgidos
anteriormente no caso do art. 1.799, I, CC
� Natimorto: nasce morto, sem respirar.
� Não há aquisição da personalidade jurídica.
12
02/11/2012
3
B) TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL
� Sustenta que o nascituro é pessoapessoa condicionalcondicional..
� Aquisição da personalidade encontra-se sob a
dependência de condição suspensiva: o nascimento
com vida.
� Desdobramento da teoria natalista: parte da premissa
de que a personalidade tem início com o nascimento
com vida.
� Críticas: entende-se que o nascituro não tem direitos
efetivos, mas eventuaiseventuais; sob condição suspensiva, ou
seja, mera expectativa de direitos.
� Também a condição, conforme dicção do CC é uma cláusula
voluntária (CC, art. 121). 13
C) TEORIA CONCEPCIONISTA
� Sustenta que o nascituro adquire a personalidade
antes do nascimento - desde a concepção (direito à
vida, à gestação saudável), ressalvadosressalvados apenas certos
e determinados direitos particularmente considerados:
� direitos patrimoniais, decorrentes de herança, legado ou
doação - ficam condicionados ao nascimento com vida.
� Críticas: o legislador protegeu a expectativa e não o
direito. Só se torna direito se o nascituro nascer vivo.
Direito já garantido constitucionalmente (art. 5º, caput) e
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
8.069/90, art. 7º).
14
� STF não tem posição definida:
� Ora segue teoria natalista, ora concepcionista
� RE 99.038
� Reclamação 12.040-DF
� ADI 3.510
� STJ tem acolhido a teoria concepcionista:
� Resp 399.029-SP: reconhecimento de danos morais ao
nascituro.
15
2.7 INCAPACIDADES
� As pessoas que tem capacidade direito ou de
aquisição de direitos, mas não tem capacidade de
fato ou de ação são chamadas de incapazes.
� Não podem exercer pessoalmente seus direitos,
sendo representadas ou assistidas nos atos
jurídicos em geral.
�� RegraRegra: capacidade ExceçãoExceção:: Incapacidade.
� A incapacidade se subdivide em espécies, que
poderão ser supridas. 16
Meios de 
Suprimento das 
incapacidades:
Pelo grau da 
incapacidade
Incapacidade 
Absoluta
(art. 3º)
Representação
(art. 166, I)
Pena: nulidade 
do ato
Incapacidade 
Relativa
(art. 4º)
Assistência
(art. 171, I)
Pena: 
anulabilidade do 
ato
17
2.7.1 INCAPACIDADE ABSOLUTA (ART. 3º)
� Proibição total do exercício do direito.
� Os atos só podem ser praticados pelo representante
legal do absolutamente incapaz
� Inobservância provoca nulidade do ato (art. 166, I, CC).
� Casos previstos no art. 3º:
� Menores de 16 anos
� Privados de discernimento por enfermidade ou deficiência
mental
� Não puderem exprimir sua vontade, mesmo que por causa
transitória.
18
02/11/2012
4
� Ser humano até 16 anos não tem discernimento
suficiente para dirigir sua vida e negócios: representado
por seus pais, tutores e curadores.
� Ressalva: ato dotado de ampla aceitação social (ato-
fato jurídico).
� Situações especiais exigem manifestação de vontade
do incapaz:
� Concordância com a adoção ou família substituta – mais de
12 anos (ECA, art. 28, § 2º)
� Responde o menor, de forma subsidiária e mitigada,
pelos atos ilícitos que praticar (CC, art. 928). 19
A) MENORES DE 16 ANOS
B) PRIVADOS DO DISCERNIMENTO POR
ENFERMIDADE OU DEFICIÊNCIA MENTAL
� CC 1916: loucos de todo os gênero.
� Decreto n. 24.559/ 1934: psicopatas
�� EnfermidadeEnfermidade (doença mental congênita ou
adquirida, como a oligofrenia e a esquizofrenia)
difere da deficiênciadeficiência mentalmental (distúrbios psíquicos,
como QI inferior a 70).
� Nossa lei não considera os intervalos lúcidos – a
incapacidade mental é considerada um estado
permanente e contínuo. 20
B.1) PROCEDIMENTO DE INTERDIÇÃO
� Procedimento especial de jurisdição voluntária.
� Rito dos arts. 1.177 e ss. do CPC e disposições da
Lei nº 6.015/73 (LRP).
� Obriga o exame pessoal do interditando em
audiência – art. 1.181, CPC. Nulo o processosem
referida formalidade.
� MP atua como fiscal da lei (CPC, art. 82, II): art.
1.182, §1º, CPC não foi recepcionado pela CF/88. 21
� Decretada a interdição: nomeação do curador.
� Natureza da sentença: declaratória. Para outros:
constitutiva.
� Maria Helena Diniz diz eu a sentença tem natureza
mista: constitutiva e declaratória.
� Sentença deve ser registradaregistrada em livro especial no
Cartório do 1º Ofício do Registro Civil da comarca
em que for proferida (LRP, art. 92). Publicada três
vezes na imprensa local e na oficial.
� Nulo o ato praticado pelo enfermo ou deficiente
mental depois da interdição e registro. 22
� Se o ato foi praticado antes da interdição, a decretação da
nulidade dependerádependerá dada produçãoprodução dede provaprova inequívocainequívoca dada
insanidadeinsanidade..
� Só pode ser obtida em ação autônoma.
� É a insanidade mental que determina a incapacidade e não a
sentença de interdição: por essa razão que estando ela
provada, o ato praticado pelo incapaz será nulo.
� Outra corrente defende o terceiro de boa-fé que não sabe das
deficiências psíquicas do incapaz. Nesse caso, somente será
nulo o ato se era notórionotório o estado de loucura.
� O STJ tem proclamado a nulidade mesmo que a
incapacidade seja desconhecida da outra parte (adquirente
retém o bem até a devolução do preço pago, corrigido, com
indenização das benfeitorias). Resp 296.895, Resp 38.353. 23
� A velhice ou senilidade, por si só, não é causa de
limitação da capacidade. Exceção: estado
patológico que afete o estado mental.
24
02/11/2012
5
C) NÃO PODEM EXPRIMIR SUA VONTADE, POR
CAUSA TRANSITÓRIA
� Não abrange as pessoas portadoras de doença ou
deficiência mental permanentes (do art. 3º, II, CC).
� Causas transitórias ou patologia:
� Arteriosclerose, pressão arterial alta, paralisia,
embriaguez não habitual, uso eventual e excessivo de
entorpecentes ou substância alucinógenas, hipnose ou
outras causas semelhantes.
� A interdição só cabe às pessoas que não podem
exprimir sua vontade por causas duradoras e não
transitórias, como no caso (art. 1.767, II, CC).
25
� Ausentes não são mais considerados
absolutamente incapazes (CC, 1916): arts. 22 a 39.
� Surdo-mudez não é causa autônoma de
incapacidade (CC 1916).
� Poderão ser relativamente incapazes (art. 4º, III ou II):
excepcionais sem desenvolvimento mental completo ou
discernimento reduzido por deficiência mental.
� Poderão ser absolutamente incapazes (art. 3º, II): não
tiverem capacidade de manifestar sua vontade.
� Poderão ser plenamente capazes: educados e puderem
exprimir sua vontade.
26
2.7.2 INCAPACIDADE RELATIVA
� Permite a prática de atos da vida civil, desde que
haja assistência de seu representante legal, sob
pena de anulabilidade (CC, art. 171, I).
� Exceções: nem todos os atos devem ser assistidos:
� Ser testemunha (art. 228, I)
� Aceitar mandato (art. 666)
� Fazer testamento (art. 1.860, § único)
� Exercer empregos públicos para os quais não for
exigida a maioridade (art. 5º, § único, III)
� Casar (art. 1.517)
� Ser eleitor (art. 14, §1º, I e II, CF), etc. 27
A) MAIORES DE 16 ANOS E MENORES DE 18 
ANOS
� Podem praticar apenas determinados atos sem a
assistência de seus representantes.
� Figuram nas relações jurídicas pessoalmente. Não
podem participar sozinhos, mas acompanhados ou
assistidos (pai, mãe ou tutor), assinando ambos.
� Em caso de conflito de interesses: curador especial
(CC, art. 1.692).
28
� Sistema de proteção aos incapazes:
� Absolutamente incapazes – proteção incondicional.
� Relativamente incapazes – devem proceder de forma correta
para merecer proteção legal. Art. 180, CC
� Protege-se a boa-fé do terceiro.
� O erro da outra parte deve ser escusável.
� A incapacidade só pode ser arguida pelo próprio
incapaz ou pelo seu representante legal (art. 105).
� Restituição da importância paga ao menor: prova de
que o pagamento reverteu-se em seu benefício (art.
181). 29
� Obrigação resultante de ato ilícito: arts. 932, I c/c
art. 928
� Pessoa encarregada da guarda: responsável em
primeiro plano
�� IndenizaçãoIndenização equitativaequitativa: incapaz abastado – Princípio da
responsabilidade subsidiária e mitigada.
30
02/11/2012
6
B) OS ÉBRIOS HABITUAIS, OS VICIADOS EM
TÓXICOS E OS DEFICIENTES MENTAIS DE
DISCERNIMENTO REDUZIDO
� Alcoólatras ou dipsômanos, toxicômanos e fracos da
mente são considerados incapazes relativamente.
� Usuários eventuais – efeito transitório: absolutamente
incapazes (art. 3º, III).
� Gradação da debilidade mental (fracos da mente):
� Totalmente privado de discernimento – incapacidade absoluta
(art. 3º, II)
� Parcialmente privado de discernimento – incapacidade
relativa.
� Devem ser interditados e fixados os limites da curatela
(arts. 1772 e 1.782). Esta pode se referir a atos que
possam onerar ou desfalcar seu patrimônio.
31
C) EXCEPCIONAIS SEM DESENVOLVIMENTO
MENTAL COMPLETO
� Apenas os excepcionais semsem desenvolvimentodesenvolvimento
mentalmental completocompleto são considerados relativamente
incapazes.
32
Excepcional
Deficiência 
mental
Inteligência 
abaixo do 
normal
Deficiência 
física
Mutilação, 
deformação, 
paralisia etc.
Deficiência 
sensorial
Cegueira, 
surdez etc.
D) PRÓDIGOS
� É a pessoa que dissipa seu patrimônio
desordenadamente, com risco de reduzir-se à miséria.
� Desvio de personalidade e não estado de alienação
mental. Se houver evolução poderá ser enquadrado
como absolutamente incapaz (art. 3º, II).
� Deve ser declarado pródigo através de sentença de
interdição.
� A curatela do pródigo (art. 1.767, V), pode ser
promovida pelos pais ou tutores, pelo cônjuge ou
companheiro (art. 226, §, 3º, CF), por qualquer parente
e pelo MP (CC, arts. 1.768 e 1.769). 33
� A interdição interfere nos atos de disposição e
oneração do seu patrimônio (CC, art. 1.782 c/c
171, I).
� Não há limitações concernentes à pessoa do
pródigo (pode votar, ser jurado, casar, etc.)
34
2.7.3 ÍNDIOS
� CC 1916: silvícolas (habitantes das selvas). Eram
considerados relativamente incapazes, submetidos
ao regime tutelar especial que cessava à medida
da adaptação à civilização.
� CC de 2002: compatibilizou a linguagem com a CF
(arts. 231 e 232).
� Disciplinados pela legislação especial: Lei n. 6.001,
de 19 de dezembro de 1973 (Estatuto do Índio).
35
� Sujeitos à tutela da União (Funai) até se adaptarem à
civilização.
� Nulos os atos jurídicos entre índio e pessoa estranha à
comunidade sem a participação da Funai –
absolutamente incapaz.
� Válido o ato se demonstrada consciência e
conhecimento do índio e tal ato não o prejudicar.
� Tutela do índio é espécie de tutela estatal e fica no
âmbito do direito administrativo.
� A tutela independe de medida judicial (basta nascer em
comunidade não integrada à civilização). É incapaz
desde o nascimento. 36
02/11/2012
7
� Requisitos para aquisição de capacidade pelo índio
(art. 9º, Lei n. 6.001/73):
� Idade mínima de 21 anos
� Conhecimento da língua portuguesa
� Habilitação para o exercício de atividade útil à
comunidade nacional
� Razoável compreensão dos usos e costumes da
comunidade nacional
� Seja liberado por ato judicial, diretamente, ou por ato da
Funai, homologado pelo órgão judicial.
� Registro de nascimento: obrigatório se o índio for
integradointegrado (art. 50, LRP). 37
� Classificação dos índios:
�� IsoladosIsolados –– quando vivem em grupos desconhecidos
�� EmEm viasvias dede integraçãointegração –– conservam condições de vida
nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de
existência comuns ao demais setores da comunhão
nacional.
�� IntegradosIntegrados –– incorporados à comunhão nacional e
reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis,
mesmo que conservem usos, costumes ecaracterísticas de sua cultura.
38
2.8 MODOS DE SUPRIMENTO DA
INCAPACIDADE
� Supre-se a incapacidade pela representação e pela
assistência.
� Os requisitos e efeitos da representação legal encontram-se
nas normas respectivas (arts. 115 a 120).
� Art. 1.634, V
� Art. 1.690
� Art. 1.747, I
� Art. 1.774
� Incapacidade absoluta: proibição total de exercício de
direitos, sem representação, sob pena de nulidade (CC, art.
166, I).
� Incapacidade relativa: proibição de exercício de direitos sem
assistência, sob pena de anulabilidade (art. 171, I). 39
2.9 SISTEMA DE PROTEÇÃO AOS INCAPAZES
� São protegidos por meio da representação e da
assistência: segurança patrimonial.
� Previstas outras medidas tutelares (arts. 119, 198,
I, 588, 814, 181, 1.692 e 2.015).
� Sendo o negócio jurídico validamente celebrado,
observados os requisitos da representação e da
assistência e autorização judicial, quando
necessária, não se pode pretender anulá-lo.
40
2.10 CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE
� Cessa a incapacidade desaparecendo os motivos
determinantes.
� Quando a causa for a menoridade, cessa pela
maioridade e pela emancipação.
A) MAIORIDADE:
o Regra geral: começa aos 18 anos completos.
o Exceção: leis especiais que exigem limite especial
(capacidade eleitoral, capacidade militar, etc.). 41
B) EMANCIPAÇÃO
� Consiste na antecipação da aquisição da
capacidade de fato ou de exercício antes de
aquisição da idade legal.
� Art. 5º, § único prevê os motivos de cessação da
incapacidade:
� Concessão dos pais
� Casamento
� Exercício de emprego público efetivo
� Colação de grau em curso de ensino superior
� Estabelecimento civil ou comercial, relação de emprego
42
02/11/2012
8
Espécies de 
Emancipação
Voluntária
Concedida pelos 
pais se o menor 
tiver 16 anos 
completos
Judicial
Deferida por 
sentença, ouvido o 
tutor, com 16 anos 
completos
Legal
Casamento
Exercício de 
emprego público 
efetivo
Colação de grau
Estabelecimento 
civil ou comercial 
ou relação de 
emprego
43
� Emancipações voluntária e judicial – registradas
em livro próprio e antes do registro não produzirão
efeito (LRP, art. 107, §1º, art. 91, § único).
� Emancipação legal independe de registro e
produzirá efeitos desde logo.
44
B.1) EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
� Concessão de ambos os pais.
� Deve haver titularidade do poder familiar.
� Não é um direito, mas um benefício.
� Exige-se o instrumento público,
independentemente de homologação judicial.
� Os pais não podem retirar de seus ombros as
responsabilidades: emancipações maliciosas.
� É irrevogável, porém pode ser declarada sua
invalidade (nulidade ou anulabilidade).
45
B.2) EMANCIPAÇÃO JUDICIAL
� Depende de sentença do juiz.
� Cabível ao menor sob tutela que já completou 16
anos de idade.
� O tutor não pode emancipar o tutelado.
� Procedimento de jurisdição voluntária (arts. 1.103 e
ss. CPC)
46
B.3) EMANCIPAÇÃO LEGAL
� Decorre de determinados acontecimentos
especificados na lei:
� Casamento:
� Deve ser válido;
� Se o vínculo é dissolvido não se retorna à condição de
incapaz;
� Casamento nulo não produz efeitos (art. 1.563);
� Idade mínima 16 anos, coma autorização dos representantes
legais (art. 1.517).
� Exceção: gravidez (art. 1.520)
� União estável: não é causa de emancipação.
47
� Exercício de emprego público efetivo:
� Emprego deve ser efetivo.
� Afastados interinos, contratados, diaristas, mensalistas, etc.
� Colação de grau em curso de ensino superior:
� Demonstra maturidade própria do menor.
� Estabelecimento civil ou comercial, ou existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o
menor com 16 anos tenha economia própria:
� Afasta-se a subordinação aos pais;
� Hipótese rara
� Capacidade do empresário: art. 972, CC c/c art. 5º, § único, V,
CC. 48
02/11/2012
9
DIREITO CIVIL I
UNIDADE 2. DAS PESSOAS
(PARTE II)
Roberta Siqueira49
2.11 EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL
� A extinção da pessoa natural se dá com a morte –
art. 6º, CC.
� A morte pode ser conhecida como:
� Morte real
� Morte simultânea ou comoriência
� Morte civil
� Morte presumida
50
A) MORTE REAL
� Art. 6º, CC. Ocorre com o diagnóstico de paralisação
da atividade encefálica (art. 3º, Lei n. 9.434/97).
� Extingue a capacidade. Em consequência, extingue o
poder familiar, dissolve o vínculo matrimonial, a abertura
da sucessão, a extinção dos contratos personalíssimos,
etc. Sua prova se faz:
� Atestado de óbito – art. 77 da Lei n. 6.015/73; ou
� Ação declaratória de morte presumida, sem decretação de
ausência (art. 7º, CC)
� Justificação para assento de óbito (art. 88, Lei n. 6.015/73) –
catástrofe sem encontrar o corpo do falecido. 51
B) MORTE SIMULTÂNEA OU COMORIÊNCIA
� Art. 8º, CC. Modalidade de morte real.
� Se duas ou mais pessoas falecem na mesma ocasião
(não necessariamente no mesmo lugar), não se
podendo averiguar qual delas morreu primeiro –
incerteza invencível.
� Presunção da simultaneidade da morte: presunção
relativa (juris tantum) – pode ser elidida por laudo
médico ou outra prova inequívoca de premoriência.
� Efeito: não há transmissão de direitos sucessórios aos
comorientes (um não herda do outro). Diagnóstico
científico do momento da morte é feito por médico
legista. 52
C) MORTE CIVIL
� Idade Média e a Idade Moderna – condenados à
penas perpétuas e aos religiosos (como profissão).
� Privadas do direito civil e consideradas mortas para
o mundo. Abolida das legislações.
� Resquício no art. 1.816, CC: afasta o herdeiro
excluído da herança por indignidade, como se
fosse morto.
53
D) MORTE PRESUMIDA
� A morte pode ser presumida em duas situações:
COM ou SEM decretação de ausência.
� COM Decretação de Ausência:
� Ocorre para os declarados ausentes, nos casos em que
a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva (art. 6º,
2ª parte, CC).
� Sucessão definitiva pode ser requerida:
� depois de 10 anos da concessão da sucessão provisória
(sentença) – art. 37, CC.
� Provando-se que o ausente conta com 80 anos de idade e já
fazem 5 anos das últimas notícias (art. 38, CC). 54
02/11/2012
10
� SEM Decretação de Ausência (art. 7º):
� Perigo de vida;
� Desaparecimento em ação militar e não reaparecimento
em até 2 anos após final da guerra.
� A LRP prevê um procedimento de justificação:
destinado a suprir a falta de atestado de óbito (art. 88,
Lei n. 6.015/73), em razão do corpo não ter sido
encontrado.
� Procedimento: arts. 861 a 866, CPC. Jurisdição
voluntária.
55
2.12 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL
� Os sujeitos das relações jurídicas devem ser
perfeitamente identificados como titulares de
direitos e deveres na ordem civil. Os principais
elementos da individualização da pessoa naural
são:
� Nome
� Estado
� Domicílio
56
2.12.1 NOME
� Designação ou sinal exterior pela qual a pessoa se
identifica no seio da família e da sociedade.
� Destacam-se um interesse público (disciplinado pela
LRP) e um interesse individual (poder reconhecido de
reprimir abusos cometidos por terceiros).
� Protege-se o uso do nome através de ações:
� Ação de retificação: proposta no interesse de preservação do
nome verdadeiro
� Ação de contestação: proposta para que terceiro não use o
nome ou o exponha ao desprezo público.
57
A) PSEUDÔNIMO
� O pseudônimo ou codinome é um nome fictício
adotado, geralmente por artistas e escritores,
diferente do nome civil verdadeiro (Allan Kardec -
Hippolyte Léon Denizard Rivail; Cazuza - Agenor
de Miranda Araújo Neto).
� Goza da mesma proteção que se dá ao nome,
desde que adotado para atividadesatividades lícitaslícitas: art. 19,
CC.
� Tutela do nome alcança o pseudônimo.
58
B) NATUREZA JURÍDICA DO NOME
� Considera-se o nome um direito da personalidade
(art.s 16a 19, CC).
� Direito inerente à pessoa humana.
� Existem outras teorias: da propriedade, da
propriedade sui generis, a negativista, a do sinal
distintivo revelador da personalidade.
59
C) ELEMENTOS DO NOME
� O nome completo compõe-se de dois elementos
(art. 16, CC):
�� PrenomePrenome ou nome de batismo;
�� SobrenomeSobrenome ou apelido familiar (patronímico, nome de
família ou apenas nome).
�� AgnomeAgnome:: sinal distintivo utilizado por pessoas da mesma
família (Júnior, Neto, Sobrinho etc.) – art. 63 e § único da LRP.
�� TítulosTítulos dede nobrezanobreza:: usados em alguns países (conde,
comendador e outros), completam o nome da pessoa e
servem para identificação. Por essa razão, integram o nome.
�� PartículasPartículas de,de, do,do, da,da, didi:: integram também o nome.
60
02/11/2012
11
C.1) PRENOME
� Nome próprio de cada pessoa e serve para
distinguir os membros da própria família.
61
Prenome
Simples
(José, João)
Composto
Duplo (José 
Roberto, João 
Carlos)
Triplo ou 
Quádruplo 
(Caroline Louise 
Marguerite)
� Regra sobre a escolha do prenome: poderá ser
livremente escolhido pelos pais, desde que não
exponha o filho ao ridículo – art. 55, § único da Lei
n. 6.015/73.
� Exemplos Antônio Manso Pacífico de Oliveira
Sossegado, Manuelina Terebentina Capitulina de Jesus
do Amor Divino, Neide Navinda Navolta Pereira etc.
� Regra também aplicada aos apelidos populares –
art. 58 da LRP.
62
C.2) SOBRENOME
� Sinal que identifica a procedência da pessoa, sua
filiação ou estirpe.
� Regra: inalterável (art. 56, LRP). Há exceções.
� As pessoas já nascem com o sobrenome, herdado dos
pais, não sendo escolhido – art. 55, LRP.
� O sobrenome, faz parte, por lei, do nome completo.
Pode ser lançado de ofício pelo escrivão.
� Registro, com indicação do sobrenome, tem caráter
meramente declaratório. Pode ser o do pai, o da mãe
ou de ambos. 63
� Registro dos filhos fora do matrimônio – arts. 59 e
60 da LRP: em regra não pode ser lançado sem
autorização do pai.
� Reconhecimento dos filhos havidos fora do
casamento é irrevogável (art. 1.609, CC). Pode
ser feito por escrito particular, público, perante o
juiz ou por qualquer espécie de testamento.
64
D) IMUTABILIDADE DO NOME
� A regra geral é a da imutabilidade do nome,
somente podendo ser afastada em caso de
necessidade comprovada, pois sua facilidade
comprometeria os interesses sociais.
� São previstas algumas exceções à imutabilidade:
� Acréscimo do nome por apelidos públicos notórios – art.
58, LRP. Ex.: Luiz Inácio Lula da Silva, Maria da Graça
Xuxa Meneghel. Podem inclusive substituir o prenome
se quiserem.
� Correção de evidente erro gráfico – art. 110, LRP. 65
� Que possa expor seu portador ao ridículo – art. 55, §
único, LRP. Depende de procedimento de retificação de
nome (art. 109, LRP).
� Substituição do prenome ou do nome completo como
medida de proteção à testemunha de crime que corre
risco de vida (art. 58, § único, LRP).
� Atribuição ao adotado do sobrenome do adotante (art.
47, §5º da Lei n. 8.069/90 – alteração pode ser do
prenome e do sobrenome.
� Adição intermediária de apelidos notórios ou de
sobrenome materno, especialmente para evitar
homonímia (art. 56 c/c 110, LRP) .
� Inclusão do nome de família do padrasto ou madrasta,
havendo motivo ponderável (art. 57, §8º, LRP).
� Casamento (§1º do art. 1.565, CC): em caso de adoção
do apelido do outro, não poderá suprimir seu próprio
sobrenome. Reitera o princípio da igualdade dos
cônjuges no casamento (arts. 5º, I, e 226, §5º, CF). 66
02/11/2012
12
� Renúncia pelo cônjuge, no divórcio, do nome de casado
(art. 1.571, §2º, CC). Admite a conservação do nome
como regra, e não como exceção.
� Direito ao uso, pelo filho, do sobrenome do genitor ou
genitora que o reconheceu (reconhecimento de filho).
� Direito ao uso, pelo companheiro ou companheira, do
patronímico de seu companheiro ou companheira (art.
57, §2º sem eficácia com o advento do art. 226, §3º, da
CF). União estável é reconhecida como entidade
familiar, portanto qualquer dos companheiros tem o
direito de usar o sobrenome do outro.
67
� A jurisprudência tem admitido, ainda, as exceções:
� Substituição do prenome oficial pelo prenome de uso
(Cleonice por Cleo).
� Tradução de nomes estrangeiros
� Retificação do nome e do sexo de transexuais.
Enunciado 276 do CJF: “ O art. 13 do CC, ao permitir
a disposição do próprio corpo por exigência médica,
autoriza as cirurgias de transgenitalização, em
conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo
Conselho Federal de Medicina, e a consequente
alteração do prenome e do sexo no Registro Civil”.
� Exclusão do sobrenome paterno em virtude de
abandono do filho pelo genitor. 68
DIREITO CIVIL I
UNIDADE 2. DAS PESSOAS
(PARTE III)
Roberta Siqueira69
2.13.1 ESTADO
� Soma das qualificações da pessoa na sociedade,
hábeis a produzir efeitos jurídicos.
� A doutrina em geral distingue três ordens de estado:
� Estado individual – aspectos particulares da constituição
orgânica da pessoa (homem, mulher, maioridade,
menoridade – sexo, cor, altura).
� Estado familiar – situação na família, em relação ao
matrimônio (solteiro, casado, viúvo, divorciado) e ao
parentesco (pai, filho, irmão etc.).
� Estado político – qualidade que advém da posição do
indivíduo na sociedade política, podendo ser nacional (nato
ou naturalizado) ou estrangeiro (art. 12 da CF/88). 70
� Características do estado das pessoas:
71
Indivisibilidade
• O estado é uno e 
indivisível
• Ninguém pode 
ser casado e 
solteiro.
• Exceção: dupla 
nacionalidade
Indisponibilidade
• Inalienável e 
irrenunciável
• Pode ser 
alterado. Ex.: 
menor tornar-se 
maior
Imprescritibilidade
• Não se perde o 
estado pela 
prescrição
• As ações de 
estado 
(interdição, 
separação 
judicial, divórcio, 
anulação de 
casamento etc., 
são 
imprescritíveis
2.14.1 DOMICÍLIO
� É o local, livremente escolhido ou determinado pela lei,
onde as pessoas possam ser encontradas para
responder por suas obrigações. Local onde se
estabelece a sede principal de residência e de
negócios.
� Previsto no CC, arts. 70 a 78 (pessoas naturais e
jurídicas).
� Elementos do conceito:
� Elemento objetivo: residência, morada (art. 70). A residência
é simples estado de fato, sendo o domicílio uma situação
jurídica.
� Elemento subjetivo: ânimo definitivo. Consiste na intenção
de fixar-se no local de modo permanente. 72
02/11/2012
13
� Uma pessoa pode ter um só domicílio e mais de uma
residência.
� A pessoa pode ter mais de um domicílio (art. 71) –
pluralidade domiciliar.
� Pode haver o domicílio profissional (art. 72).
� Pode haver domicílio sem possuir residência
determinada ou em que esta seja de difícil identificação
(art. 73) – domicílio aparente, ocasional ou presumido.
� Perde-se o domicílio pela mudança, por determinação
legal e pela vontade ou eleição das partes, nos
contratos (CC, art. 78). 73
A) ESPÉCIES DE DOMICÍLIO
� Quanto ao número ou quantidade:
�� DomicílioDomicílio únicoúnico:: quando se tem apenas um domicílio,
onde vive com sua família.
�� DomicílioDomicílio plúrimoplúrimo:: quando a pessoa tem diversas
residências, onde alternativamente vive (CC, art. 71).
� Quanto à existência:
�� RealReal:: é o da residência fixa.
�� PresumidoPresumido:: são o domicílio das pessoas que não tem
residência habitual (CC, art. 73). Seu domicílio é onde
forem encontradas. 74
� Quanto à liberdade de escolha:
�� NecessárioNecessário ouou legallegal:: é aquele determinado pela lei em
razão da condição ou situação de certas pessoas.
� Art. 76, CC
� Art. 1.569, CC
� Art. 77, CC
�� DomicílioDomicílio voluntáriovoluntário:: Este pode ser subdividido em:
�� DomicílioDomicílio voluntáriovoluntário geralgeralouou comumcomum: aquele que depende
apenas da vontade do interessado (CC, art. 74).
�� DomicílioDomicílio voluntáriovoluntário especialespecial:: pode ser o do contrato (art. 78,
CC) e o de eleição (art. 111, CPC). 75
B) DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA
� A pessoa jurídica de direito privado não tem residência,
mas sede ou estabelecimento, que se prende a
determinado lugar.
� Trata-se de domicílio especial (CC, art. 75, IV) – será o
local das atividades habituais, onde os credores podem
demandar o cumprimento das obrigações.
� Súmula 363, STF – domicílio da agência da prática do
ato.
� Art. 75, §1º - pluralidade de domicílio. Pode ser
demandada no foro em que tiver praticado o ato (art.
100, IV, a e b, do CPC). 76
� As pessoas jurídicas de direito público interno tem
por domicílio a sede de seu governo – art. 75.
� Art. 99, I e II CPC – local de propositura das ações
(CF, art. 109, §§1º a 4º).
77
2.15 ATOS DO REGISTRO CIVIL
� Registro civil é a perpetuação, mediante anotação
por agente autorizado (Oficial do Registro Civil
das Pessoas Naturais), dos dados pessoais e dos
fatos jurídicos de maior relevância na vida das
pessoas.
� Algumas funções podem ser exercidas por outras
pessoas que não o oficial de registro: comandante de
aeronaves pode lavrar certidão de nascimento e dos
óbitos ocorridos a bordo (Código Brasileiro de
Aeronáutica, art. 173) e autoridades consulares (LINDB,
art. 18).
78
02/11/2012
14
� Justificativa: autenticidade, segurança e eficácia.
� CC, arts. 9º e 10 e Lei n. 6.015, de 31 de dezembro
de 1973.
� Atos sujeitos a registro: art. 9º, CC.
� Pessoas obrigadas a declarar o nascimento – art. 52,
LRP
� Atos que devem ser averbados: art. 10, CC.
79
2.16 DIREITOS DA PERSONALIDADE
� Arts. 11 ao 21, CC.
� Direitos que não são economicamente apreciáveis, mas
valiosos e merecedores de proteção jurídica.
� Inerentes à pessoa humana e ligados a ela de maneira
perpétua e permanente.
� Grande avanço trazido com a CF/88 em seu art. 5º, X,
que diz: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação”. 80
� São direitos subjetivos que têm por objeto os bens
e valores essenciais da pessoa, no seu aspecto
físico, moral e intelectual (Francisco Amaral).
� Espécies:
� Podem ser subdivididos em duas categorias:
�� A)A) InatosInatos –– são prerrogativas individuais reconhecidas
pelas legislações modernas e jurisprudência. Ex: direito
à vida e à integridade física e moral;
�� B)B) AdquiridosAdquiridos –– decorrem do status individual e existem
na extensão da disciplina que lhes foi conferida pelo
direito positivo, como o direito autoral.
81
A) CARACTERÍSTICAS
� Art. 11
� Intransmissíveis e irrenunciáveis – levam à
indisponibilidade dos direitos da personalidade.
� Não podem ser transmitidos a terceiros, renunciados ou
abandonados, pois nascem e se extinguem com seus
titulares.
� Alguns atributos da personalidade, admitem a cessão de seu
uso, como a imagem. Portanto a indisponibilidadeindisponibilidade éé relativarelativa.
Nesse sentido está o Enunciado 4 da I Jornada de Direito
Civil: “ O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer
limitação voluntária, desde que não seja permanente nem
geral”. 82
� Apesar dos direitos da personalidade serem intransmissíveis, a
PRETENSÃO ou direito de exigir sua reparação pecuniária, em
caso de ofensa, transmite-se aos seus sucessores (art. 943, CC).
� Absolutos – são oponíveis erga omnes. Devem ser
respeitados por todos.
� Ilimitados – rol meramente exemplificativo nos arts. 11 a 21.
Ex.: direito a alimentos, ao planejamento familiar, ao leite
materno, à velhice digna, à liberdade de pensamente etc.
� Imprescritíveis – não se extinguem pelo uso ou decurso de
tempo, nem pela inércia na pretensão de defendê-los.
� ATENÇÃO: o dano moral (pretensão à reparação de um direito
da personalidade) está sujeita aos prazos prescricionais
estabelecidos em lei, por ter caráter patrimonial.
83
� Impenhoráveis – não podem ser penhorados (venda
forçada para satisfazer o crédito do exequente).
� ATENÇÃO: indisponibilidade não é absoluta, portanto, os
reflexos patrimoniais dos referidos direitos podem ser
penhorados.
� Não podem ser desapropriados – não podem ser
retirados da pessoa contra sua vontade, nem seu
exercício sofrer limitação voluntária (art. 11) – os inatos.
� Vitalícios – os direitos da personalidade inatos são
adquiridos no instante da concepção e acompanham a
pessoa até sua morte. Mesmo após a morte são
resguardados (respeito ao morto, à sua honra ou
memória e ao seu direito moral de autor) – art. 12, §
único, CC.
84
02/11/2012
15
B) PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA
PERSONALIDADE
� Disciplinado pelo CC, no Livro I, do Capítulo II, da Parte
Geral do CC, nos arts. 11 ao 21:
� Atos de disposição do próprio corpo (arts. 13 e 14);
� Direito à não submissão a tratamento médico de risco (art.
15);
� Direito ao nome e ao pseudônimo (arts. 16 a 19);
� Proteção à palavra e à imagem (art. 20);
� Proteção à intimidade (art. 21).
� A CF/88 já havia redimensionado a noção de respeito à
dignidade da pessoa humana, no art. 1º, III e
assegurado sua inviolabilidade no art. 5º, X. 85
B.1) ATOS DE DISPOSIÇÃO DO PRÓPRIO CORPO
� Arts. 13 e 14
� Direito à vida deve ser entendido como direito ao respeito à
vida do próprio titular e de todos.
� A proteção jurídica da vida humana e da integridade física
(compreende a vida, o próprio corpo vivo ou morto, quer na
sua totalidade, quer em relação a tecidos, órgãos e partes
suscetíveis de separação e individualização, quer ainda ao
direito de alguém submeter-se ou não a exame e tratamento
médico) tem como objetivo primordial a preservação desses
bens jurídicos, que merecem tríplice proteção:
� CF/88 – arts. 1º, III, e 5º, III
� CC – arts. 12 a 15, 186 e 948 a 951
� Código Penal – arts. 121 a 129 (homicídio, induzimento,
instigação ou auxílio a suicídio, infanticídio, aborto e lesões
corporais) 86
� Permissão de transplantes – art. 13 c/c Lei n. 9.434,
de 4 de fevereiro de 1997.
� Art. 9º da lei – disposição gratuita do corpo vivo em caso de
órgão duplos (rins), partes regeneráveis de órgão (fígado) ou
tecido (pelo, medula óssea).
� Em vida a doação é livre – pode ser escolhido o beneficiário
do transplante, desde que seja parente. Ministério Público
deve ser informado (Decreto n. 2.668/97, art. 20 e 25).
� Disposição post mortem do próprio corpo – art. 14,
CC e arts. 3º ao 9º Lei n. 9.434/97.
� Precedida de diagnóstico de morte encefálica (art. 3º da lei).
� Princípio do consenso afirmativo – manifestação da vontade
de doar, que pode ser revogada a qualquer momento (arts. 4º
a 6º).
� Comercialização é expressamente vedada pela CF (art. 199,
§ 4º).
87
� Cirurgia para adequação de sexo em
transexuais – é considerada lícita pela Resolução
n. 1.482/97 do Conselho Federal de Medicina.
� Fundamento legal autorizador da mudança do sexo
jurídico de transexual está no art. 5º, X.
� Enunciado 276 CJF na IV Jornada de Direito Civil: “O
art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do
próprio corpo por exigência médica, autoriza as
cirurgias de transgenitalização, em conformidade com
os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal
de Medicina, e a consequente alteração do prenome e
do sexo no Registro Civil”.
88
B.2) TRATAMENTO MÉDICO DE RISCO
� Art. 15.
� Nos casos mais graves, os médicos não podem
atuar sem prévia autorização do paciente.
Justificativa: proteger a inviolabilidade do corpo
humano.
� Dever de informar do médico – princípios da
transparência (art. 4º, CDC) e do dever de informar
(art. 6º, III, c/c art. 31, CDC)
89
� Impossibilidade de autorização – autorização
suprida por parente maior, da linhareta ou colateral
até o 2º grau, ou do cônjuge (analogia do art. 4º,
Lei n. 9.434/97).
�� ExceçãoExceção:: dispensa-se a autorização em caso de
emergência que exija pronta intervenção médica. Não
será considerado constrangimento ilegal (art. 146, §3º,
I, CP).
� Responsabilidade haverá se a conduta resultar de
imperícia.
� Transfusão de sangue: Resolução 1.021/80 do
Conselho Federal de Medicina e arts. 46 a 56 do
Código de Ética Médica – quando houver iminente
perigo de vida e não houver outros meios de salvar a
vida do doente. 90
02/11/2012
16
B.3) DIREITO AO NOME
� Arts 16 a 19
� Espécie dos direitos da personalidade, pertencente
ao gênero do direito à integridade moral.
� Caráter absoluto e efeito erga omnes.
91
B.4) PROTEÇÃO À PALAVRA E Á IMAGEM
� Art. 20.
� A proteção à transmissão da palavra abrange a tutela
da voz, conforme dispõe o art. 5º, XXVIII, a, da CF.
� Imagem – art. 5º, X da CF. A reprodução da imagem é
emanação da própria pessoa e somente ela pode
autorizá-la.
� A parte lesada pelo uso não autorizado pode obter
ordem judicial interditando esse uso e condenando o
infrator a reparar os prejuízos causados. 92
B.5) PROTEÇÃO À INTIMIDADE
� Art. 21
� Todos os aspectos da intimidade são protegidos,
concedendo ao prejudicado a prerrogativa de
pleitear que cesse o ato abusivo ou ilegal.
� Caso o dano já tenha ocorrido, o direito à
indenização é assegurado expressamente pelo art.
5º, X, da CF.
� Visa resguardar o direito das pessoas de
intromissões indevidas em seu lar, em sua família,
em sua correspondência etc.
93
2.17 DAS PESSOAS JURÍDICAS
� Arts. 40 a 69, CC.
� “Conjunto de pessoas ou de bens dotado de
personalidade jurídica própria e constituído na
forma da lei para consecução de fins comuns”
(GONÇALVES, 2012, p. 183).
� Entidades dotadas de personalidade, sendo
capazes de serem sujeitos de direitos e
obrigações.
94
A) CARACTERÍSTICAS
� Personalidade diversa da dos indivíduos que a
compõem (CC, art. 50 e art. 1.024).
� Distinção entre patrimônio da entidade e de seus
criadores.
� Personalidade diversa dá autonomia:
� Patrimonial
� Negocial
� Processual 95
B) NATUREZA JURÍDICA
� As teorias que tentam explicar a natureza jurídica
das pessoas jurídicas são divididas em dois
grandes grupos:
� Negativistas: negam a existência da pessoa jurídica,
não aceitando que a união de pessoas possa ter
personalidade própria, diversa da de seus membros.
� Afirmativistas: atribuem personalidade diversa à união
de pessoas , dos membros que a compõem.
96
02/11/2012
17
Teorias 
Afirmativistas
Teorias da 
Ficção
Ficção legal
Ficção 
doutrinária
Teorias da 
Realidade
Realidade 
objetiva ou 
orgânica
Realidade 
jurídica ou 
institucionalista
Realidade 
técnica 97 98
� Teoria da ficção legal – a pessoa jurídica seria uma
ficção da lei, uma criação artificial, pois somente a
pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica e
titular de direitos subjetivos (Savigny).
� Teoria da ficção doutrinária – a pessoa jurídica não
teria existência real, mas apenas intelectual, na
inteligência dos juristas, sendo mera ficção doutrinária
(Vareilles-Sommières).
� Teoria da realidade objetiva ou orgânica – a pessoa
jurídica seria uma realidade sociológica, com vida
própria, que nasce por imposição das forças sociais
(Gierke e Zitelmann). A vontade poderia criar
organismos. Não esclarece como os grupos sociais
adquirem personalidade.
99
� Teoria da realidade jurídica ou institucionalista – as
pessoas jurídicas são tidas como organizações sociais,
instituições, destinadas a um serviço ou ofício. Parte
das relações sociais e não da vontade humana, que
realizam uma ideia socialmente útil. Não responde a
questão sobre as associações que se organizam sem a
finalidade de prestar um serviço, por exemplo (Hauriou).
� Teoria da realidade técnica – a personalidade
atribuída às pessoas jurídicas é uma forma encontrada
pelo direito para reconhecer a existência de grupos de
indivíduos que se unem na busca de fins determinados.
A personalidade é um atributo, conferido pelo Estado a
certas entidades que observam certos e determinados
requisitos por ele estabelecidos. A crítica é de ser
positivista e desvinculada de pressupostos materiais.
Adotada pelo direito brasileiro (art. 45, CC).
C) REQUISITOS PARA CONSTITUIÇÃO
� Em geral são três os requisitos para a constituição das
pessoas jurídicas:
I. Vontade humana criadora – affectio societatis.
II. Observância das condições legais:
I.I. ElaboraçãoElaboração dodo atoato constitutivoconstitutivo:: o instrumento utilizado pode ser
um estatuto (associações) ou um contrato social (sociedades),
além da escritura pública ou testamento no caso de fundações
(CC, art. 62).
II.II. RegistroRegistro dodo atoato constitutivoconstitutivo (CC,(CC, artart.. 4545)):: exige-se o registro
para existência legal. Antes dela tem-se a forma irregular da
pessoa jurídica.
III. Licitude do objeto –– o objeto da pessoa jurídica, além de
ser lícito, deve ser também determinado e possível.
I. Sociedades – objeto: lucro
II. Fundações – objeto: religiosos, moral, cultural ou de
assistência (art. 62, § único, CC)
III. Associações – objeto: cultural, educacional, esportivo, religiosa,
filantrópico, recreativo, moral etc.
100
D) COMEÇO DA EXISTÊNCIA LEGAL
� A vontade criadora das pessoas jurídicas se materializa
através da elaboração do ato constitutivo, que pode ser um
contrato social ou estatuto, conforme o fim da pessoa jurídica
(art. 981, CC).
� Regra geral: a declaração de vontade pode ser dada de
forma pública ou particular (CC, art. 997).
� Exceção: fundações – só podem ser criadas por escritura
pública ou testamento (CC, art. 62).
� Certas pessoas jurídicas dependem de autorização para
funcionar, em razão do interesse coletivo preponderante.
Ex.: empresas estrangeiras, agências ou estabelecimentos de
seguros, caixas econômicas, cooperativas, instituições
financeiras etc. (CF, arts. 21, XII, b; 192, I, II, IV; 176, §1º, e
223). 101 102
� Registro do ato constitutivo: art. 45, CC.
Órgão competente 
para Registro
Junta Comercial
Sociedades 
Empresárias (art. 
1.150, CC)
Cartório de 
Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas
Demais pessoas 
jurídicas de direito 
privado (arts. 1.150, 
CC e 114 e s. LRP)
Ordem dos 
Advogados do 
Brasil - Exceção
Sociedade de 
Advogados (EOAB, 
arts. 15 e 16, § 3º)
02/11/2012
18
103
� O registro no órgão competente serve de prova,
pois tem natureza constitutiva.
� A capacidade adquirida com o registro estende-se
a todos os campos do direito, não se limitando à
esfera patrimonial (art. 52, CC).
E) SOCIEDADES IRREGULARES OU DE
FATO
� São aquelas que não registraram seus atos
constitutivos. Não tem personalidade jurídica, ou
seja, é uma mera relação contratual.
� Disciplinadas pelo Direito de Empresas, art. 986 e
ss.
� No que se refere à sua responsabilidade
patrimonial, aplicam-se as regras dos arts. 990 e
1.024 do CC.
104
F) CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
� Quanto à sua nacionalidade:
� Nacional
� Estrangeira
� Quanto à sua estrutura interna:
� Corporação
� Associação
� Sociedade
� Simples
� Empresária
� Fundação
� Pública
� Particular
105
� Quanto à sua função ou órbita de sua atuação
(art. 44 e s., CC):
� De Direito Público
� De direito público externo (art. 42)
� Diversas nações
� Organismos internacionais (ONU, OEA etc.)
� De direito público interno (art. 41)
� Da Administração direta: União, Estados, Distrito Federal,
municípios
� Da Administração indireta: autarquias, fundações públicas
etc.
� De Direito Privado (art. 44)
� Corporação
� Fundação 106
f.1) Quanto à sua nacionalidade:
� Nacional: organizada de conformidade com a lei
brasileira e que tenha no paísa sede de sua
administração (CC, art. 1.126; CF, art. 176, §1º e 222);
� Estrangeira: aquela que não pode funcionar no país,
sem autorização do Poder Executivo (CC, art. 1.134).
107
f.2) Quanto à sua estrutura interna:
� Corporação (universitas personarum): Conjunto de
pessoas reunidas para consecução de um objetivo
comum. Pode ser:
� Associação: arts. 53 a 61 do CC.
� Pessoas jurídicas de direito privado constituídas de pessoas
que reúnem seus esforços para a realização de fins não
lucrativos, mas religiosos, morais, culturais, assistenciais,
desportivos ou recreativos (art. 53).
� Não visam lucro
� Requisitos para elaboração dos estatutos: art. 54, CC
� Exclusão de associado: art. 57, CC; art. 5º, XX, CF/88
(retirada dos associados)
� Destituição dos administradores e alteração dos estatutos:
art. 59, CC
� Intransmissibilidade da qualidade de associado: art. 56
� Destino dos bens em caso de dissolução: art. 61, CC 108
02/11/2012
19
� Sociedades (art. 981 e s.)
• São pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de
atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados. Podem ser:
� Simples: desenvolvem atividades não empresárias (art. 982)
� Empresárias: atividade econômica típica de empresário (art.
966, CC). Pode assumir as seguintes formas:
� Sociedade em Nome Coletivo
� Sociedade em Comandita Simples
� Sociedade em Comandita por Ações
� Sociedade Limitada
� Sociedade Anônima
109
� Fundação (universitas bonorum): arts. 62 a 69.
• Compõem-se de um patrimônio personalizado e
destinado a determinado fim.
• Elementos: patrimônio e o fim (não pode ser lucrativo).
• Podem ser particulares (art. 62) ou públicas (instituídas
pelo Estado, pertencendo os seus bens ao patrimônio
público, com destinação especial, regendo-se por
normas próprias de direito administrativo).
• Constituição formada de quatro fases:
1. Ato de dotação: reserva ou destinação de bens livres,
por ato inter vivos (escritura pública) ou causa mortis
(testamento) – art. 62.
2. Elaboração do estatuto: pode ser pelo próprio
instituidor ou por pessoa de sua confiança (art. 65).
3. Aprovação do Estatuto: art. 65 e 66.
4. Registro: art. 45, CC e 46. 110
� Fiscalização: MP (art. 66, caput).
� Alteração no estatuto: requisitos exigidos pelo art. 67.
� Inalienabilidade dos bens: os bens são inalienáveis em
regra. Porém comprovada a necessidade, poderá ser
autorizada pelo juiz competente. Venda sem
autorização: nula.
� Extinção: art. 69, CC.
� Destino do patrimônio: previsto pelo instituidor ou regra
do art. 69.
111
f.3) Quanto à função exercida:
� De Direito Privado (art. 44) e de Direito Público (art. 41
e 42)
� Organizações Religiosas:
� Art. 44, IV e §1º.
� Não são associações em sentido estrito – definição legal do
art. 53 não se enquadra.
� Não são sociedades – não se enquadram da definição do art.
981.
� Poderiam se enquadrar na definição de fundação (art. 62),
entretanto, as normas, inviabilizam, para as organizações
religiosas sua instituição.
� Tem fins pastorais e evangélicos.
� Aplicam-se as normas referentes às associações, mas apenas
naquilo que for compatível
112
� Partidos Políticos:
� Art. 44, V
� Têm natureza própria.
� Seus fins são políticos (não se caracteriza pelo fim
econômico).
� Regidos pela Lei n. 9.096/95, que regulamenta os arts.
14, §3º, V, e 17 da CF/88.
� Eirelis:
� Art. 44, VI (Lei n. 12.441, de 11-07-2011).
� Natureza de pessoa jurídica que desenvolve atividade
econômica empresária (art. 980-A).
� Fins econômicos. 113
G) DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
o Pessoas jurídicas tem autonomia patrimonial.
o Se forem utilizadas como instrumento para a prática de
fraudes e abusos de direito contra credores, a lei pode
retirar-lhes essa autonomia, como uma espécie de
penalidade, para que faça bom uso da pessoa jurídica.
o Chamada de disregard of legal entity no direito anglo-
americano.
o No direito brasileiro é adotada:
o CDC (Lei n. 8.078, de 11.9.1990), art. 28 e seus parágrafos;
o Atividades lesivas ao meio ambiente (Lei n. 9.605, de
12.2.1998), art. 4º;
o Art. 50, CC 114
02/11/2012
20
� A teoria é subdividida em outras duas:
� Teoria maior: que pode, por sua vez, se subdividida
em:
� Teoria maior objetiva: será desconsiderada a personalidade
jurídica quando houver confusão patrimonial. Adotada pela
doutrina brasileira.
� Teoria maior subjetiva: É pressuposto da desconsideração,
nesse caso, o desvio de finalidade e de fraude. De difícil
prova.
� Teoria menor: considera o simples prejuízo do credor
motivo de desconsideração da personalidade jurídica.
Adotada pelo CDC e pela Lei de atividades lesivas ao
meio ambiente.
115
� Desconsideração inversa: afastado o princípio da
autonomia patrimonial da pessoa jurídica para
responsabilizar a sociedade por obrigação do
sócio. Ex.: relações conjugais e de uniões estáveis.
� Desconsideração Despersonalização.
116
H) RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA
o A responsabilidade por danos em geral pode ser
penal,penal, civilcivil ouou administrativaadministrativa..
o A responsabilidade penal é inovação em nosso
ordenamento (Lei n. 9.605/1998), que trata dos
crimes ambientais e responsabiliza a pessoa
jurídica de forma administrativa, civil e penal (art.
3º).
o As penas aplicáveis são: multa, restritivas de
direitos e prestação de serviços à comunidade (art.
21). 117
o Responsabilidade das pessoas jurídicas de
direito privado:
� Contratual: desde que se tornem inadimplentes,
respondem por perdas e danos (CC, art. 389); tem
responsabilidade objetiva por fato e vício do produto e
do serviço (CDC, arts. 12 a 25).
� Extracontratual: as pessoas jurídicas de direito
privado respondem civilmente pelos atos de seus
prepostos, tenham ou não fins lucrativos (CC, arts. 186
e 932, III).
118
o Responsabilidade da pessoas jurídicas de
direito Público:
� Por atos praticados por seus agentes, tem
responsabilidaderesponsabilidade objetivaobjetiva, sob a modalidade do risco
administrativo.
� A vítima não precisa provar culpa ou dolo do agente
público, mas, sim, oo danodano ee oo nexonexo causalcausal.
� Admite-se a inversão do ônus da prova.
� O Estado não irá indenizar se provar culpa exclusiva da
vítima, força maior e fato exclusivo de terceiro.
� Em caso de culpa concorrente da vítima, a indenização
será reduzida pela metade (CF, art. 37, § 6º; CC, art.
43).
119
I) EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
o As pessoas jurídicas nascem, desenvolvem-se,
modificam-se e extinguem-se.
o O começo da existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado se dá com o registro do
ato constitutivo no órgão competente (CC, art. 45).
o O término da existência pode decorrer de diversas
causas, especificadas nos arts. 54, VI, segunda
parte, 69, 1.028, II , 1.033 e s.
120
02/11/2012
21
o Formas de dissolução:
o Convencional: por deliberação de seus membros, conforme
quorum previsto nos estatutos ou na lei.
o Legal: em razão de motivo determinante na lei (CC, art.
1.034).
o Administrativa: quando as pessoas jurídicas dependem de
autorização do Governo e praticam atos nocivos ou
contrários aos seus fins.
o Natural: resulta da morte de seus membros, se não ficou
estabelecido que prosseguirá com os herdeiros.
o Judicial: quando se configura algum dos casos previstos em
lei ou no estatuto e a sociedade continua a existir, obrigando
os sócios a entrar em juízo. 121
o Extinção:
� A extinção da pessoa jurídica ocorre pela dissolução e
pela liquidação, que se refere ao levantamento do
patrimônio e pagamento das dívidas e partilha das
sobras entre os sócios (ou dos prejuízos).
� Art. 51, CC.
� Cancelamento da inscrição só se dá após encerrada
sua liquidação (art. 51, §3º).
122

Outros materiais