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1/2 Farmacogenética e Farmacogenômica Há muito tempo se sabe que pacientes tratados com as mais diversas drogas apresentam variabilidade de resposta e de susceptibilidade e toxicidade a medicamentos. De fato, uma proporção considerável de pacientes tomando uma dose padronizada de determinado medicamento não responde, responde apenas parcialmente ou experimentam reações adversas ao medicamento. A resposta individual aos medicamentos ou fármacos é variável e boa parte dessa variabilidade se deve a fatores genéticos ou hereditários. A farmacogenética e a farmacogenômica tratam da influência dos fatores genéticos na resposta aos medicamentos. A farmacogenética evoluiu nos últimos 50 anos e sua maior promessa é contribuir para a individualização da terapêutica, ou seja, a prescrição do medicamento certo, na dose adequada para cada indivíduo, com base no conhecimento dos fatores genéticos que modulam a farmacocinética e a farmacodinâmica dos medicamentos. Já a farmacogenômica diz respeito à avaliação de variantes genéticas comuns, em geral, pelo seu impacto sobre os efeitos da terapia com drogas, ao invés de analisar genes individuais e suas variantes de acordo com o que se sabe a respeito da sua influência nas vias farmacológicas, conjuntos de alelos em um número grande de loci polimórficos. Assim, enquanto a farmacogenética investiga um limitado número de genes, a farmacogenômica é baseada na informação da atividade funcional e na diferente expressão também de um número limitado de genes em áreas relacionadas com a etiologia da doença. Como podemos observar, as variações na resposta ao tratamento podem ser decorrentes de vários fatores, como doenças, diferenças na farmacocinética e farmacodinâmica dos medicamentos, fatores ambientais e fatores genéticos. O estudo da farmacogenética/farmacogenômica prevê que, em breve, a variabilidade da resposta poderá ser atribuída a genes específicos, como uma consequência do conhecimento minucioso de todos os polimorfimos comuns em genes de interesse farmacológico e toxicológico. Um dos principais benefícios desses estudos será a redução dos efeitos adversos aos medicamentos. Além disso, 2/2 tem sido observado que os efeitos adversos a medicamentos são responsáveis por aproximadamente 5% dos casos de internação; portanto, são fatores importantes nas taxas de morbidade e mortalidade. Morbidade: doença Mortalidade: morte O Projeto Genoma Humano trouxe grande avanço nessa área, pois o objetivo principal foi a construção de uma série de diagramas descritivos de cada cromossomo humano, com resoluções cada vez mais apuradas, detectando e localizando os genes relacionados a doenças hereditárias. Os dados encontrados provenientes do Projeto Genoma Humano forneceram uma estimativa de 2,1 milhões de SNP’s (do inglês: single nucleotide polymorphisms – polimorfismo em um único nucleotídeo) distribuídas no genoma. Avanços que mostraram que a diversidade genética é regra e não exceção, para todos os genes. Polimorfismo genético: Os genes são sequencias de DNA que, por sua vez, são compostos por nucleotídeos (veja aula 3). Variações encontradas nessas sequências de um determinado gene, com frequência igual ou superior a 1%, são denominadas de polimorfismo genético. Esses polimorfismos se caracterizam por deleções (perdas), mutações (alteração), substituições de uma única base (por exemplo, troca de Adenina por Citosina) ou variações de um número de sequências repetidas. O genoma humano possui cerca de 30.000 genes, com um total de 3,2 bilhões de nucleotídeos, que apresentam mais de dois milhões de polimorfismos ocorrendo com frequência de 1 a cada 1250 pares de bases. Atualmente, existem inúmeros trabalhos mostrando que as diferenças quanto às respostas ao tratamento entre as pessoas geralmente estão associadas com polimorfismos genéticos presentes em genes que afetam a cinética ou a dinâmica dos medicamentos.
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