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1. Conjuntura Brasileira

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1
TEXTO 1 
 
1. CONJUNTURA BRASILEIRA 
 
1.1. As Transformações Recentes 
 
O Brasil, do ponto de vista econômico e social, vem sofrendo uma constante 
mutação em seus principais indicadores básicos como: população; produção de riqueza e 
desenvolvimento social e econômico. Estas mutações são perfeitamente visíveis e tem 
grande significado social. Ainda nos anos trinta, éramos uma economia com 
características agrário-exportadora com cerca de 70% da população vivendo no campo e 
a produção agropecuária superior a 30%. Hoje, mais de sete décadas depois, pode-se 
considerar um país urbano, uma vez que mais de 80% da população é urbanizada, e 
também, industrial, pois a produção deste setor representa cerca de 35% do Produto 
Interno Bruto quando no início dos anos trinta não chegava a 20%. A população neste 
período cresceu mais de 5 vezes, mas os níveis de produção nestas 7 décadas e meia, 
multiplicou-se por 33 vezes, o que faz do Brasil uma das maiores economias do mundo. 
 
Estas transformações monumentais em suas características populacionais e 
produtivas, engendrara uma sociedade complexa e diversificada com inúmeros aspectos 
econômicos e sociais como a redução da mortalidade infantil, elevação da esperança de 
vida, e aumento das desigualdades sociais, ou seja, o país se desenvolveu, mas os 
benefícios de seu desenvolvimento não foram para todos, pois o nível de concentração de 
renda é um dos maiores do mundo, com todas as seqüelas dela decorrente. 
 
Estes elementos de economia brasileira nos permitem analisar, de forma 
introdutória, as transformações ocorridas durante este período, principalmente a partir da 
grande depressão dos anos trinta para cá. 
 
Para contextualizar, iniciamos por apresentar o Mapa do País com suas 
respectivas regiões por divisão política, que representa o substrato físico que define uma 
certa formação geoeconômica. A seguir analisamos o quadro evolutivo da população do 
país, fruto de um processo de ocupação territorial que simboliza a nação brasileira. 
 
Num terceiro aspecto, falamos do resultado da ação desta população sobre o 
espaço físico, que se materializa na evolução do Produto Interno Bruto Após esta 
contextualização, o texto aborda aspectos específicos de população e indicadores sociais. 
 
1.1.1. Três Variáveis Básicas Comparadas 
 
Brasil, territorialmente é o quinto país entre os maiores países do mundo em 
extensão, possuindo mais de 8.500 (km2). A população brasileira soma hoje cerca de 185 
milhões de pessoas e produz anualmente um volume de riqueza próximo a dois trilhões 
de reais. É sobre este país que vamos discutir neste trabalho, destacando, sua 
população, sua estrutura produtiva, sua riqueza, suas debilidades e suas potencialidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
Figura 01 – Brasil Regional 
 
Fonte: IBGE 
 
As cinco regiões brasileiras são conhecidas e identificas como as regiões Norte, 
Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Essa regionalização, estabelecida na década de 
60, tem por base a divisão política dos Estados e territórios. Ou seja, as fronteiras dos 
Estados e territórios delimitam as regiões que são caracterizadas por sua localização em 
relação ao território nacional, como se pode observar pela tabela a seguir. 
 
Tabela 01 – Brasil: Divisão geográfica, população e produto por regiões do país (em 
percentuais de 2003) 
 Área % População Produto 
Brasil 100,0 100,0 100,0 
Norte 45,2 7,8 5,1 
Nordeste 18,3 27,8 13,8 
Sudeste 10,9 42,6 55,0 
Sul 6,8 14,7 18,6 
Centro-Oeste 18,8 7,1 7,5 
Fonte: IBGE. 
 
Como se pode constatar, o território brasileiro não é ocupado de forma 
homogênea. Isto tem origem na própria história de ocupação e formação econômica do 
país ao longo do tempo. Observe-se que enquanto o Sudeste mais populoso, com 42,6% 
da população ocupa somente 10,9 da superfície e produz uma riqueza equivalente a 
55,0% de tudo o que é produzido no país, o Nordeste com 18,3 da área possui 27,8% da 
população e produz apenas 13,8% do PIB brasileiro. Já o Sul tem um contingente 
populacional de 14,7% para uma área de apenas 6,8% do território, mas tem um produto 
de 18,6%. O Norte é o mais extenso em área, 45,2%, mas tem uma população bem 
menor, 7.8% e um produto de apenas 5,1%. Por fim, Centro-Oeste ocupa 18,8% da área 
 
 
3
territorial e possui apenas 7,1% da população com uma produção que representa 7,5% da 
riqueza nacional. 
 
Ao nos iniciarmos o século XXI, poderíamos perguntar-nos o que teria ocorrido com 
a economia brasileira ao longo do século passado. Fazendo um corte temporal, 
poderíamos nos indagar, qual é a situação econômica hoje se comparada com a do início 
do século XX ou outro momento qualquer. Verificamos, a princípio, que o Brasil cresceu e 
se modificou. Na verdade, a fisionomia do país neste momento é substancialmente 
diferente daquela do início do século passado, ou mesmo daquela emergida da grande 
depressão dos anos trinta. 
 
A sociedade brasileira cresceu e se modificou. Por um lado, a população 
multiplicou-se mais de dez vezes ao longo do século XX. Em 1900 havia pouco mais de 
17 milhões de residentes, já em 1950 este número salta para quase 52 milhões, em 2000 
a população chegava a 169,8 milhões de residentes. Hoje já somo 185 milhões de 
brasileiros. Se compararmos que a população brasileira é uma das cinco maiores do 
mundo, ou seja, ocupamos a quinta colocação entre as nações mais populosas, como se 
pode verificar na tabela 02 a seguir. 
 
Tabela 02 – Brasil: População por Gênero de 1900 a 2005 (em mil hab. e em %) 
ANO POPULAÇÃO TOTAL PARTICIPAÇÃO DE 
HOMENS 
PARTICIPAÇÃO 
DE MULHERES 
1900 17.438 51,04 48,96 
1920 30.636 50,41 49,59 
1940 41.236 49,99 50,01 
1950 51.944 49,83 50,17 
1960 70.191 49,45 50,55 
1970 93.139 49,74 50,26 
1980* 118.563 49,68 50,32 
1990* 146.593 49,36 50,64 
1995* 158.875 49,30 50,70 
2000* 171.280 49,22 50,78 
2005** 184.184 49,14 50,86 
Fonte: IBGE, Anuário Estatístico do Brasil; (*) Diretoria de Pesquisa IBGE, 2004; (**) Previsão IBGE. 
 
19
00 19
20 19
40 19
50 19
60 19
70
19
80
*
19
90
*
19
95
*
20
00
*
20
05
*
HOMENS
MULHERES
POPULAÇÃO TOTAL
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Anos
Gráfico 01 - Evolução da População Brasileira - em milhoes de hab.
1900-2005 (anos selecionados)
HOMENS MULHERES POPULAÇÃO TOTAL
 
Fonte: Tabela 02 
 
 
4
Mas não é apenas a população que cresceu, a produção e a geração de riqueza no 
Brasil também sofreram forte expansão. Medindo-se esta produção através do Produto 
Interno Bruto – P I B, que é um dos principais indicadores básicos na avaliação do 
crescimento econômico de um país, verifica-se, a partir do Gráfico 04, que de 1930 a 
2005 a produção brasileira ampliou-se cerca de 3.600%, ou seja, produziu-se no Brasil no 
ano de 2005, 36 vezes mais do que se produzia em 1930. 
 
Tabela 03 – Brasil: Taxas médias de Crescimento anual do PIB 1930 – 2005 
Anos 1930 1930/40 1940/50 1950/60 1960/70 1970/80 1980/90 1990/00 2000/05
Média 
Anual - 4,4 5,5 7,4 6,2 8,6 1,6 
Evolução 100,0 153,6 262,4 535,6 973,5 2.229,2 2.601,7 3.302,6 3.695,9 
Fonte: De 1930 a 1949, Suma Economia – Vol. 1 (1984), De 1950 a 2005 IBGE 
 
3.695,90
3.302,85
2.601,70
2.229,20
973,50
535,60262,40
153,60
100,00
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
%
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2005
Anos
Gráfico 02 - Evolução da Produção
Brasileira (1930/2005)
 
Fonte: Tabela 03 
 
Em termos internacionais, o montante da produção brasileira situa-se atualmente 
entre as dez maiores do mundo. Isto, porém, deve ser examinado com um pouco mais de 
cuidado. Existem países com dimensões territoriais semelhantes ao Brasil, como os 
Estados Unidos, que têm um nível de produçãomuito maior, e países com a população 
próxima à brasileira cuja produção também é fortemente superior (ver nas tabelas 04a, 
04b e 04c). Se analisarmos o quanto da produção nacional cabe a cada um dos 
residentes, isto é, usando o conceito de PIB per capita, vemos que, apesar deste índice 
também ter se expandido neste período, o Brasil deixa de figurar entre as maiores nações 
para se situar num bloco intermediário. Temos aqui uma evidência de que, apesar do forte 
crescimento verificado, a economia brasileira ainda deixa a desejar em termos de 
desenvolvimento econômico. 
 
Tabela 04a – Mundo: Os Dez Maiores Países em Área (em 1.000 km²) 
Ordem País Área geográfica Ordem País Área geográfica 
01 Fed. Rússia 17.075 06 Austrália 7.713 
02 Canadá 9.976 07 Índia 3.228 
03 China 9.561 08 Argentina 2.767 
04 EUA 9.373 09 Casaquistão 2.717 
05 Brasil 8.512 10 Argélia 2.382 
Fonte: Nações Unidas, Human Development Reports, 2005 (Internet) 
* Dados referentes a 2003 
 
 
5
Tabela 04b – Mundo: Os Dez Maiores Países em População (em 1.000hab.)* 
Ordem País População Ordem País População 
01 China 1.296.500 06 Paquistão 152.061 
02 Índia 1.079.721 07 Paquistão 142.814 
03 EUA 293.507 08 Bangladesh 140.494 
04 Indonésia 217.588 09 Nigéria 139.823 
05 Brasil 178.718 10 Japão 127.764 
Fonte: Nações Unidas, Human Development Reports, 2005 (Internet) 
* Dados referentes a 2003 
 
Tabela 04c – Mundo: Os Dez Maiores Países em Produção de Riqueza 
País Ordem 
PNB Preço Poder 
Compra 
(em bilhões de US$) 
Ordem
PNB Preço de 
Mercado 
(em bilhões de US$) 
EUA 01 10.923,4 01 10.948,5 
China 02 6.445,9 07 1.417,0 
Japão 03 3.567,8 02 4.300,9 
Índia 04 3.078,2 12 600,6 
Alemanha 05 2.291,0 03 2.403,2 
França 06 1.654,0 05 1.757,6 
Reino Unido(Inglatera) 07 1.610,6 04 1.794,9 
Itália 08 1.563,3 06 1.468,3 
Brasil 09 1.375,7 15 492,3 
Federação Russa 10 1.323,8 16 423,9 
Fonte: Nações Unidas, Human Development Reports, 2005 (Internet) 
* Dados referentes a 2003 
 
Como se pode notar, se o critério de comparação for o de US$ a preço de poder de 
compra (PNB – PPC), o Brasil ocupava em 2003 a nona posição no ranking mundial, 
porém, se o critério for o US$ a preço de mercado, o País perde seis posições neste 
mesmo ranking. Por esta razão, sempre que efetuamos algumas comparações, devemos 
estabelecer critérios como o de usar a mesma fonte. 
 
Durante o Século XX, a economia brasileira não somente cresceu, mas também se 
modificou. Neste período o Brasil passou por uma “transformação estrutural”, alterando 
substancialmente tanto sua base produtiva quanto às condições de vida da população. 
 
Até aproximadamente a década de 30, o país era considerado um país agrário e 
exportador, ou seja, era um país eminentemente agrícola, sua população estava 
concentrada na zona rural e a produção nacional dependia fortemente da agricultura 
destinada ao mercado externo, fundamentalmente da produção e exportação de café. A 
partir da grande depressão começa-se reverter este “modelo” econômico através da 
chamada industrialização substitutiva de importações. Esta transformação, além de 
promover a industrialização de nossa economia implicou também uma forte urbanização 
do país. 
 
Isto pode ser observado através da Tabela 05. Enquanto em 1940 mais de 2/3 da 
população brasileira vivia na zona rural, atualmente pouco mais de 18% da população 
vive no campo, evidenciando a ocorrência de uma migração do campo para as cidades e 
de um forte processo de urbanização pelo qual passou, e ainda passa, a economia 
brasileira. 
 
 
 
6
Tabela 05 – Brasil: População por Domicílio de 1940 à 2000 (mil hab. e em %) 
Ano População total Participação % da População Urbana 
Participação % da 
População Rural 
1940 41.236 31,24 68,76 
1950 51.944 36,16 63,84 
1960 70.191 44,67 55,33 
1970 93.139 55,92 44,08 
1980 118.563 67,59 32,41 
1990 146.593 75,47 24,53 
1995 158.875 78,36 21,64 
2000 171.280 81,25 18,75 
Fonte: IBGE, Anuário Estatístico do Brasil, 1996 e Diretoria de Pesquisa (Revisão 2004). 
 
 
Também podemos verificar o declínio da participação agropecuária na produção 
nacional que era estimada em 32% em 1940, hoje gira em torno dos 10%. Já a indústria, 
que representava pouco mais de 17% da produção em 1940, hoje, situa-se em torno de 
35% do PIB brasileiro. 
 
Tabela 06 – Brasil: Distribuição da Produção e da Força de Trabalho Por Setores de 
1940 à 2000 (em %) 
 AGRICULTURA INDÚSTRIA SERVIÇOS 
 
Ano 
 
PIB 
Força de 
trabalho 
 
PIB 
Força de 
trabalho 
 
PIB 
Força de 
trabalho 
1940* 31,9 65,9 17,4 13,9 50,7 20,2 
1950 24,3 59,9 24,1 14,2 51,6 25,9 
1960 17,8 54,0 32,3 12,0 50,0 33,1 
1970 11,6 44,3 35,8 17,9 52,6 37,8 
1980 10,2 29,3 40,6 24,9 49,2 45,8 
1900 9,1 22,8 34,3 22,7 56,6 54,4 
1996 9,6 24,5 34,7 19,9 55,7 55,4 
2000 7,8 37,2 55,0 
2005 19,9 23,0 57,1 
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio (PNAD) e Anuário Estatístico. 
* estimativa do autor com base em Abreu M. P. (Org) A Ordem do Progresso 
 
Por outro lado, observando pela ótica da força de trabalho, constata-se que a 
ocupação da mão-de-obra no setor agropecuário em 1940 era de 66%, atualmente, o 
contingente empregado no setor é pouco mais de 24%. Assim, percebemos que a 
fisionomia do Brasil deste final de século não é mais a mesma daquele de 1900. O Brasil 
pode ser considerado hoje um país razoavelmente urbanizado e industrializado, 
especialmente quando comparado ao início do século XX. Em síntese, passamos de uma 
economia com características agrária exportadoras para um país urbano e industrial. 
 
Deve-se notar que, apesar da diminuição da participação relativa do setor agrícola, 
isto não quer dizer que ele seja, hoje, desprezível. Produtos importantes da economia 
brasileira são considerados industrializados ou semi-industrializados, porém têm sua 
origem na agricultura. Este é o caso, por exemplo, do suco de laranja industrializado e 
dos derivados da soja (farelo e óleo) que são relevantes inclusive na pauta de 
exportações brasileira. Além disso, o campo e a agricultura tiveram e têm papel 
importante no processo de industrialização e urbanização nacional, principalmente 
fornecendo alimentos e matérias-primas para a zona urbana. As exportações agrícolas 
 
 
7
geram divisas que possibilitam importações de equipamentos urbano-industriais e o 
campo é também um forte mercado consumidor de produtos industriais produzidos no 
setor urbano. 
 
Passemos agora a analisar mais detalhadamente alguns aspectos levantados na 
introdução. Inicialmente trataremos das questões demográficas, analisando a evolução da 
população brasileira e os aspectos distributivos da economia brasileira, definindo o 
conceito de desenvolvimento econômico. 
 
1.2. A Dinâmica Populacional e o Produto 
 
Para melhor estudar a economia de um país, precisa-se levar em conta as 
questões relativas a evolução de sua população. Na questão da população, um aspecto 
que se faz necessário é definir e conceituar a divisão da população em determinadas 
parcelas, principalmente naquilo que contribui para a constituição do produto do país. 
 
Assim iniciamos a separar as parcelas como: População em Idade não Ativa; 
População em Idade Ativa; População Economicamente Ativa; População Ocupada; e 
População Desempregada. Tais questões já demonstraram ser importantes e 
significativas para o entendimento da dinâmica econômica. Por um lado, a população de 
um país representa o potencial de consumidores deste país. A parte desta população 
chamada de população economicamente ativa representa os potenciais trabalhadores 
que são os construtores do país. 
 
Assim, pode-se perguntar, como se distribui a população pela ótica de sua força de 
trabalho? 
 
Uma primeira divisãoé separar as pessoas em idade ativa e as não ativas. No 
Brasil, dada a nossa realidade, costuma-se usar como critério para definir a população 
não ativa, aqueles que tem idade inferior a dez (10) anos. O restante, os em idade ativa, 
representam, o contingente populacional possível de ser mobilizado em um determinado 
momento de emergência. Assim, a partir do total da população residente em um país, 
podemos definir cada uma das categorias acima mencionadas. Por População em Idade 
não Ativa (PInA), define-se como sendo o total de pessoas menores de 10 anos, a 
População em Idade Ativa (PIA), são aquelas pessoas maiores de 10 anos ou seja a 
população passível de ser mobilizável, que pelos dados da PNAD 2005(dados referentes 
a 2004, teríamos aproximadamente 150 milhões de pessoas. Por sua vez, a População 
Economicamente Ativa (PEA) entende-se como sendo a população potencialmente 
disponíveis para o mercado de trabalho, perfazendo um total aproximado de 92,9 milhões 
de pessoas. Nisso percebe-se que cerca de 56,9 milhões de pessoas eram Não 
Economicamente Ativas (PnEA) . 
Um aspecto importante da PNAD de 2005 é que em 2004, dos cerca de 92,9 
milhões de pessoas disponíveis para o mercado de trabalho, somente cerca de 84,6 
milhões estavam trabalhando, população ocupada (PO) enquanto isso, quase 8,3 milhões 
de pessoas estavam desempregadas (PD). Se levarmos em conta que naquele ano cada 
trabalhador contribuiu com aproximadamente R$ 22.500,00 para formação do Produto 
Interno Bruto, da para imaginar que se trata de um desperdício de um fator de produção. 
São cerca de 8,3 milhões de trabalhadores que poderiam estar produzindo, que por 
motivos alheios a sua vontade, não estão. 
 
 
 
 
 
8
Apresentamos um quadro sintético para identificar como se chega a quantidade de 
força de trabalho em um determinado momento: 
 
 
 
1.2.1. Produtividade Econômica 
 
Com a identificação da população ocupada e desempregada é possível analisar os 
efeitos do desemprego na composição do produto. Vejamos o seguinte exemplo: O PIB 
do ano de 2005 em valores de mercado (corrente) foi de R$ 1.937.598.000.000,00 (um 
trilhões novecentos e trinta e sete bilhões de reais); tínhamos uma população 
economicamente ativa de 89.980.530 de pessoas, mas apenas 81.243.420 estavam 
trabalhando, o que significa que 8.737.110 trabalhadores estavam desempregados. Ora, 
se 81.243.420 trabalhadores produziram R$ 1.937.598.000,00, temos que, a média de um 
trabalhador brasileiro em 2005 produziu R$ 23.849,29 durante o ano. Então, se todos os 
trabalhadores disponíveis no mercado de trabalho estivessem trabalhando, nosso 
PRODUTO seria de R$ 2.145.971.882.610,00. Sim, porque, os 8.737.110 de 
desempregados poderiam produzir R$ 208.373.882.610,00 em produto (8.737.110 x 
23.849,29 ≈ 208.373.882,61) Como se vê, o desemprego não é um problema de quem 
não conseguiu uma vaga para trabalhar, é também um problema de todos os brasileiros 
que querem ou pais melhor. 
 
Além disso, alterações na composição etária ou na distribuição regional desta 
população têm importantes implicações sobre o país. Países com população jovem 
direcionam parte de suas preocupações para aspectos pediátricos e incorrem em gastos 
relativamente mais elevados, por exemplo, com a construção de creches e escolas, 
enquanto que países com população mais idosa dedicam parte significativa de suas 
atenções e de seus recursos à previdência social. Desta maneira a demografia e os 
estudos populacionais são elementos importantes para a compreensão de problemas 
econômicos relativos a determinados países. Outros aspectos do estudo de populações, o 
que faremos no capitulo a seguir quando analisaremos o desenvolvimento e distribuição 
de renda. 
 
 
 – Desempregados 
= População Ocupada 
 – População Ocupada 
=População Desempregada 
 População total 
 – Menores de 10 anos 
 
 = População em Idade Ativa 
 
– PnEA (População não Economicamente Ativa) 
 
 = PEA (População Economicamente Ativa)

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