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Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber.

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06/05/13 Sebo e Acervo: A Sociologia e seu objeto de estudo
seboeacervo.blogspot.com.br/2009/01/sociologia-e-seu-objeto-de-estudo.html#axzz2SYmjQ8zC 1/7
A Sociologia, através de seus métodos de investigação científica, procura compreender e explicar as
estruturas da sociedade, analisando as relações históricas e culturais, criando conceitos e teorias a
fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes.
A Sociologia deve possuir objetivos de manter relações que estabeleçam consciente ou
inconscientemente, entre pessoas que vivem numa comunidade, num grupo social ou mesmo em
grupos sociais diferentes, limites e padrões que procurem ampliar o espaço em que vivem para uma
melhor organização.
Nos tempos de hoje, a sociologia não deve somente buscar compreender as ações e estruturas de
uma sociedade, mas, como diria Harriet Martineau (1802-1876), esta deveria tornar-se parte da
sociedade, de modo que a beneficie. Em outras palavras, os estudos e resultados da sociologia
devem agregar diretamente com as atividades humanas, pois, se esta busca compreender a
sociedade em si, deve também procurar um meio de melhorá-la e agir como uma ciência plena e
prática. É através destas premissas que procuraremos evidenciar uma síntese generalizada da
objetividade de normas e técnicas, empreendidas por alguns pesquisadores do século passado, no
estudo de métodos para tentar explicar os conceitos que abordam essa tão controvertida ciência. A
idéia de se dedicar ao estudo da sociedade européia não era nova, mas tão pouco era uma ciência
estabelecida. Vários filósofos e economistas inclinavam-se cada vez mais ao estudo dos fenômenos
sociais como determinantes em suas pesquisas. Entretanto foi somente no século XIX que esta
tendência se tornou reconhecida como uma condição para o Conhecimento. Auguste Comte criou o
termo Sociologia para denominar o estudo da sociedade que dava ênfase aos fenômenos sociais,
suas instituições e suas regras. Contudo, sua obra não era Sociologia, era mais uma ciência
sociológica, feita de muita inspiração e pouco rigor metodológico. Foi somente no segunda metade
do século XIX, com Émile Durkheim, que a Sociologia realmente passou a existir, com objeto,
método e objetivos claros e definidos, mesmo que de lá para cá estes tenham mudado bastante.
Podemos dizer que se Durkheim não foi o “pai” da idéia, com certeza ele foi o “pai” da ciência. A
Sociologia é uma área de interesse recente, mas foi a primeira ciência social a se institucionalizar.
Antes, portanto, da Ciência Política e da Antropologia. Como já citamos anteriormente o termo
Sociologie foi criado por Auguste Comte, que esperava unificar todos os estudos relativos ao homem
— inclusive a História, a Psicologia e a Economia. Seu esquema sociológico era tipicamente
positivista, pois ele acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases
históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os
remédios para os problemas de ordem social. Comte definiu duas vertentes principais: o estudo da
ordem social e o estudo do progresso social. Com base nesse principio se estabeleceu critérios
para o estudo do comportamento humano e os processos que interligam o indivíduo em
associações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela
Psicologia, a Sociologia estuda os fenômenos que ocorrem quando vários indivíduos se encontram
em grupos de tamanhos diversos, e interagem no seu interior. O positivismo procurou oferecer uma
orientação geral para a formação da sociologia ao estabelecer que ela deveria basicamente proceder
em suas pesquisas com o mesmo estado de espírito que dirigia a astronomia ou a física rumo a
suas descobertas. A sociologia deveria, tal como as demais ciências, dedicar-se à busca dos
acontecimentos constantes e repetitivos da natureza. Comte considerava como um dos pontos altos
de sua sociologia a reconciliação entre a “ordem” e o “progresso”, pregando a necessidade mútua
destes dois elementos para a nova sociedade. Para ele, o equívoco dos conservadores ao desejar a
restauração do velho regime feudal era postular a ordem em detrimento do progresso. A sociologia
positivista considerava que a ordem existente era, sem dúvida alguma, o ponto de partida para a
construção da nova sociedade. Admitia Comte que algumas reformas poderiam ser introduzidas na
sociedade – mudanças que seriam comandadas pelos cientistas e industriais, de tal modo que o
progresso constituiria uma conseqüência suave e gradual da ordem. A sociologia surgiu
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especificamente em um momento de grande expansão do capitalismo e por isto alguns sociólogos
otimistas assumiram, diante da sociedade capitalista nascente, que os interesses e os valores da
classe dominante eram representativos do conjunto da sociedade e que os conflitos entre as classes
sociais eram passageiros. As idéias dos conservadores eram um ponto de referencia para os
pioneiros da sociologia, interessados na preservação da nova ordem econômica e política que
estava sendo implantada. É entre os autores positivistas, como Saint-Simon, Auguste Comte e Emile
Durkheim, que as idéias dos conservadores exerceriam uma grande influência. Saint-Simon
acreditava que a nova época era a do industrialismo, que trazia consigo a possibilidade de satisfazer
todas as necessidades humanas e constituía a única fonte de riqueza e prosperidade. Percebeu que
no avanço que estava ocorrendo no conhecimento científico havia uma grande lacuna, nesta área do
saber, qual seja a inexistência da ciência da sociedade. Admitia, mesmo tendo uma visão otimista da
sociedade industrial, a existência de conflitos entre os possuidores e os não possuidores. Para
Durkheim a questão da ordem social era uma preocupação constante, pois de forma sistemática
procurou estabelecer o objeto de estudo da sociologia assim como indicar o seu método de
investigação. Foi através dele que a sociologia penetrou na universidade, conferindo esta disciplina o
reconhecimento acadêmico. Durkheim discordava das teorias socialistas atribuída aos fatos
econômicos para diagnosticar a crise das sociedades européias, já que acreditava que a origem dos
problemas não era de natureza econômica, mas originados na fragilidade da moral em orientar
adequadamente o comportamento dos indivíduos, isto quer dizer que o indivíduo quando nasce já
encontra a sociedade formada criada pelas gerações passadas, cuja organização deverá ser
transmitida às gerações futuras através da educação. No período da revolução industrial o
surgimento do proletariado teve uma ênfase significativa na sociedade capitalista. As manifestações
de cunho revolucionário promovida pelos trabalhadores atravessaram diversas fases, como a
destruição das máquinas, atos de sabotagem e explosão de algumas oficinas, roubos e crimes,
evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos, etc. A conseqüência desta
crescente organização foi a de que os "pobres" deixaram de se confrontar com os "ricos"; mas uma
classe específica, a classe operária, com consciência de seus interesses, começava a organizar-se
para enfrentar os proprietários dos instrumentos de trabalho. Nessa trajetória, iam produzindo seus
jornais, sua própria literatura, procedendo a uma crítica da sociedade capitalista e inclinando-se para
o socialismo como alternativa de mudança. Sendo assim merece ser salientado que estas
transformações colocavam a sociedade num plano de análise, ou seja, esta passava a se constituir
em "problema", em "objeto" que deveria ser investigado. Os pensadores ingleses que
testemunhavam estas transformaçõeseram antes de tudo homens voltados para a ação, que
desejam introduzir determinadas modificações na sociedade. Eles não desejavam produzir um mero
conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial, mas procuravam
extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para reformar ou modificar
radicalmente a sociedade de seu tempo. Pensadores como Owen, William Thompson e Jeremy
Bentham podiam discordar entre si ao julgar as novas condições de vida provocadas pela revolução
industrial e as modificações que deveriam ser realizadas na nascente sociedade industrial, mas
todos eles concordavam que ela produzira fenômenos inteiramente novos que mereciam ser
analisados. Logo podemos afirmar que boa parte dos temas abordados no estudo da Sociologia se
baseia unicamente em análises e reflexões de acontecimentos e situações, como, por exemplo, a
situação da classe trabalhadora, o surgimento da cidade industrial, as transformações tecnológicas,
a organização do trabalho na fábrica, etc. O cientista social, ao estudar um determinado fenômeno, é
capaz de conceituá-lo e abstraír a ponto de relacionar essa experiência ao seu modo de vida,
proporcionando, em maior ou menor grau, uma reflexão crítica de sua posição na sociedade, logo os
resultados da pesquisa sociológica não são de interesse apenas de sociólogos, já que estando
intrinsecamente ligada a todas as áreas do convívio humano - desde as relações na família até a
organização das grandes empresas, o papel da política na sociedade até o comportamento religioso
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-, a Sociologia pode vir a interessar, em diferentes graus de intensidade, a administradores, políticos,
empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planejadores, sacerdotes, mas,
também, ao homem comum. O conhecimento sociológico, através dos seus conceitos, teorias e
métodos, podem constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das
situações com que se defrontam na vida quotidiana, das suas múltiplas relações sociais e,
consequentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais. O conhecimento da
realidade social deve se converter em um instrumento político, capaz de orientar os grupos e as
classes sociais para a transformação da sociedade. A função da sociologia, nessa perspectiva, não
é a de solucionar os “problemas sociais”, com o propósito de estabelecer o “bom funcionamento da
sociedade”, como pensavam os positivistas. Longe disso, ela deveria contribuir para a realização de
mudanças radicais na sociedade. Sem dúvida, foi o socialismo, principalmente o Marxista, que
despertou a vocação crítica da sociologia, unindo explicação e alteração da sociedade, e ligando-a
aos movimentos de transformação da ordem existente. O desenvolvimento da ciência sociológica
tem como pano de fundo a existência de uma burguesia que se distanciara de seu projeto de
igualdade e fraternidade, e que, crescentemente, se comportava no plano político de forma menos
liberal e mais conservadora, utilizando intensamente os seus aparatos repressivos e ideológicos
para assegurar a sua dominação. A sociologia passou então a ser empregada como técnica de
manutenção das relações dominantes. Evidentemente, algumas tendências críticas da sociologia,
principalmente as que receberam a influência do pensamento socialista, continuaram a orientar os
objetivos e as pesquisas de diversos sociólogos. No entanto, esta sociologia de inspiração crítica foi,
em grande escala, ignorada no meio acadêmico e marginalizada pelos institutos de pesquisa. Em
geral, o apoio e o incentivo institucional em nossa época têm sido dados a sociólogos e a um tipo de
sociologia que estão a serviço dos mecanismos de integração social e de reprodução das relações
existentes. Não podemos deixar de enfocar que a Sociologia têm por tradição histórica descartar o
fenômeno religioso ou, pelo menos, na melhor das hipóteses, colocá-lo em segundo plano ou num
plano em que este fenômeno é negativo para "o bom andamento da sociedade". Karl Marx definia a
religião como o "ópio do povo", aliás, ao escrever esta frase, Marx tinha como endereço as religiões
dominantes de sua época que comungavam com o poder da classe dominante, nublando a noção de
luta de classes por parte dos trabalhadores como uma verdadeira classe revolucionária. Mas seu
propósito não era aniquilar o fenômeno religioso, mas sim os homens que apoderavam desse poder
simbólico para omitir a verdadeira vocação do proletariado. Era, portanto, uma discussão entre
homens e seu poder simbólico e não entre as religiões, discutindo qual ou quais seriam mais
nocivas ao homem. Não apenas Marx, mas também Weber e Durkheim escreveram sobre a religião.
O livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo" de Weber e "As formas elementares de vida
religiosa" de Durkheim, são consideradas umas das mais importantes referências sociológicas
escritas até hoje. Inclusive há certa unanimidade entre os sociólogos em perceberem a
grandiosidade do valor metodológico destas obras. Com isto podemos perceber que a sociologia e
religião andam muito próximas. É certo e fundamental perceber que a sociologia não vem como uma
ciência encarregada de discutir a existência ou não do sagrado, mas sim em analisar, avaliar e
compreender como os homens se articula com o sagrado que acreditam. No final do século
passado, o matemático francês Henri Poicaré referiu-se à sociologia como ciência de muitos
métodos e poucos resultados. Ao que tudo indica, nos dias de hoje poucas pessoas colocam em
dúvida os resultados alcançados pela sociologia. As inúmeras pesquisas realizadas pelos
sociólogos, a presença da sociologia nas universidades, nas empresas, nos organismos estatais,
atestam a sua realidade. A falta de um entendimento comum por parte dos sociólogos sobre a sua
ciência, possui em boa medida, uma relação com a formação de uma sociedade dividida pelos
antagonismos de classe. Não podemos perder de vista o fato de que a sociologia surgiu num
momento de grande expansão do capitalismo. Alguns sociólogos assumiram uma atitude de
otimismo diante da sociedade capitalista nascente, identificando os valores e os interesses da
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classe dominante como representativos do conjunto da sociedade. Uma das tradições sociológicas,
que se comprometeu com a defesa da ordem instalada pelo capitalismo, encontrou no pensamento
conservador uma rica fonte de inspiração para formular seus principais conceitos explicativos da
realidade. Os conservadores, que foram chamados de “profetas do passado”, construíram suas
obras contra a herança dos filósofos iluministas. Não eram intelectuais que justificavam a nova
sociedade por suas realizações políticas ou econômicas. Ao contrário, a inspiração do pensamento
conservador era a sociedade feudal, com sua estabilidade e acentuada hierarquia social. Não
estavam interessados em defender uma sociedade moldada a partir de determinados princípios
defendidos pelos filósofos iluministas, nem um capitalismo que mais e mais se transformava,
apresentando sua faceta industrial e financeira. O fascínio que as sociedades da Idade Média
exerciam sobre eles conferiu a esses pensadores e às suas obras um verdadeiro sabor medieval.
Vamos a seguir fazer uma breve comparação dos pensamentos filosóficos e uma adequação
objetiva na linhagem metodológica dos três maiores cientistas sociais do século passado que são
Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Convém enfatizar que estes sociólogos colocaramdiferentes visões de como o ser humano reage ao seu ambiente e natureza e como este encara sua
realidade. Com base nas idéias desses pensadores pode-se criar uma dimensão de conhecimento
sobre o que é a sociologia e seu objeto de estudo, no caso, o homem e sua natureza a qual convive.
Tomando partido desse objeto devem-se levar em conta ao analisar o modo de pensar de cada um
desses estudiosos, a época e o local de sua vivência, inclusive suas experiências de vida que
formam seu caráter pessoal. Estes três sociólogos questionam formas diferentes de como o ser
humano relaciona e absorve as atividades e desenvolvimento em relação a sua realidade de
convivência: Émile Durkheim (1858 – 1917), era francês de boa família, formado
em Direito e Economia, porém sua obra inteira é dedicada a Sociologia. Trazia idéias
de seu predecessor Augusto Comte, mas acreditava que muitos de seus
pensamentos eram vagos e de que ele não havia cumprido com o seu trabalho.
Durkheim entendia que a vida social poderia ser analisada como objeto ou um
evento da natureza, procurava entende-la como “coisa”, para ele a principal
preocupação da sociologia é o estudo dos fatos sociais. Acreditava que as
sociedades tinham sua própria realidade, que elas eram muito mais do que as ações de seus
membros e que os fatos sociais são os meios de agir, pensar ou sentir e que tem sua própria
realidade. Ele assumia que os fatos sociais eram complicados de ser estudado, por não poderem
ser observados diretamente como um objeto qualquer que pode ser apalpado. Suas propriedades
deveriam ser reveladas ao analisar os seus efeitos ou considerar suas manifestações expressivas
como leis, religiões entre outros fatores de uma moral padronizada. Enfatizava a necessidade de
deixar certos valores e preconceitos de lado, pois, uma postura cientifica requer uma mente aberta.
Estava sempre preocupado com as mudanças de seu tempo, particularmente interessado na
solidariedade e na moral. Argumentou em seus estudos que os Fatos Sociais eram os verdadeiros
objetos de estudo da Sociologia, porém argumentava que nem tudo que uma pessoa faz é um fato
social, para ser um fato social tem de atender a três características: generalidade, exterioridade e
coercitividade. Isto é, o que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades
individuais, é um comportamento estabelecido pela sociedade. Não é algo que seja imposto
especificamente a alguém, é algo que já estava lá antes e que continua depois e que não dá margem
à escolhas. O mérito de Durkheim aumenta ainda mais quando publica seu livro “As regras do
método sociológico”, onde ele define uma metodologia de estudo, que embora sendo em boa parte
extraída das ciências naturais, dá seriedade à nova ciência. Era necessário revelar as leis que regem
o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais. Em seus estudos, ele concluiu
que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que só é possível se admitirmos que a sociedade
seja um todo integrado. Se tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afeta toda a
sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem a algum setor da sociedade, toda ela sentirá o
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efeito. Partindo deste raciocínio ele desenvolve dois dos seus principais conceitos: Instituição Social
e Anomia, sendo esta última caracterizada pelas divergências e conflitos entre normas sociais. A
instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e
procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade,
cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos
indivíduos que dele participam. As instituições são, portanto conservadoras por essência, quer seja
família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças,
pela manutenção da ordem. Durkheim deixa bem claro em sua obra o quanto acredita que essas
instituições são valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com certa reputação de
conservador, que durante muitos anos causou antipatia a sua obra. Mas Durkheim não pode ser
meramente tachado de conservador, sua defesa das instituições se baseia num ponto fundamental,
o ser humano necessita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras
claras, sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse
desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião. O homem que
inovou construindo uma nova ciência inovava novamente se preocupando com fatores psicológicos,
antes da existência da Psicologia. Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da
obra de outro grande homem: Freud. Basta uma rápida observação do contexto histórico do século
XIX, para se perceber que as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito
questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente vivendo em
condições miseráveis, desempregados, doentes e marginalizados. Ora, numa sociedade integrada
essa gente não podia ser ignorada, de uma forma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer
as conseqüências. Aos problemas que ele observou, ele considerou como patologia social, e
chamou aquela sociedade doente de “Anomana”. A anomia era a grande inimiga da sociedade, algo
que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do sociólogo seria, portanto
estudar, entender e ajudar a sociedade. Na tentativa de “curar” a sociedade da anomia, ou seja, da
ausência de regras e normas organizacionais, Durkheim escreve “A divisão do trabalho social”, onde
ele descreve a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre os membros da
sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde cada órgão
tem uma função e depende dos outros para sobreviver, pois se cada membro da sociedade exercer
uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado a cumprir através de um sistema de direitos e
deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante
para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade
de forma orgânica, interiorizada e não meramente mecânica. Refletindo sobre a importância da
dependência entre os membros da sociedade, inúmeros estudiosos que se seguiram a Durkheim
desenvolveram o que ficou conhecido como “Funcionalismo”. Creio que não é possível chegar a
esse ponto sem lembrar de Marx conclamando a “união” dos trabalhadores. Uma união consciente
dos indivíduos ou uma união dependente, de um jeito ou de outro, ambos se opõe ao individualismo
possessivo, o que nos remete a dificuldade de convivência entre os homens. Karl
Marx se concentrava em temas econômicos sempre ligando aos aspectos
sociológicos, dando ênfase ao capitalismo, que, para ele, era um sistema de
produção que exerce grande influência nos contrastes econômicos da história.
Segundo Marx, o capitalismo era dividido em duas partes, o capital que era os bens
materiais e a mão-de-obra assalariada, essa ultima representando os trabalhadores
que, por não possuírem meios de sobrevivência, dependiam dos detentores do
capital para o próprio sustento. Marx acreditava que o conflito de classes só tendia a crescer com o
passar do tempo. O materialismo da história, segundo Marx, e as mudanças sociais não são
guiados através das idéias ou dos valores humanos, mas sim, é estimulada através das mudanças
econômicas. Os conflitos de classes proporcionam o socialismo pré-marxista, também denominado
“socialismo utópico”, que constituía uma clara reaçãoà nova realidade implantada pelo capitalismo,
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principalmente quanto às suas relações de exploração. Marx e Engels, ao tomarem contato com a
literatura socialista da época, assinalaram as brilhantes idéias de seus antecessores sem deixarem
de elaborar algumas críticas a este socialismo, a fim de dar-lhe maior consistência teórica e
efetividade prática. Assinalavam que as lacunas existentes neste tipo de socialismo possuíam uma
relação com o estágio de desenvolvimento do capitalismo da época, uma vez que as contradições
entre burguesia e proletariado não se encontravam ainda plenamente amadurecidas destacando a
história em estágios progressivos. Marx ainda acreditava em uma revolução trabalhista que poderia
conduzir o capitalismo a formação de uma sociedade sem classes, retornando assim aos sistemas
econômicos mais primordiais, pois sem o capitalismo presente a produção seria mais avançada e
eficiente. Concluindo o pensamento de Marx podemos afirmar que o objetivo do pesquisador não
deve se restringir à simples descrição da sociedade, mas deve analisá-la como essa realidade atual
se produz e se reproduz ao longo da história. Dessa forma o cientista social pode desempenhar um
papel transformador da realidade social. O mais recente entre os três até então
mencionados, Max Weber rejeitava a concepção materialista da história de Marx,
e considerava a visão de conflitos de classes com muito menos importância.
Segundo Weber, os fatores econômicos são importantes, mas as idéias e os
valores humanos exercem exatamente o mesmo impacto para a formação de
uma postura social. Weber acreditava que a sociologia deveria se centrar nas
ações sociais e não em suas estruturas. Diferente de Marx e Durkheim, ele não
acreditava que o indivíduo era controlado pelas estruturas externas, mas sim que suas ações e
idéias eram as responsáveis pelas mudanças e de que o ser humano tem a habilidade de moldar
seu próprio futuro. Na visão de Weber, a sociologia deveria compreender os significados por trás
dessas ações. Em sua concepção, o surgimento da sociedade moderna fora acompanhada por
diversas mudanças nos modelos de ação social, pois se acreditava que as pessoas estavam se
afastando das crenças tradicionais fundadas na religião, superstição, costumes e hábitos ancestrais.
Weber, em seus escritos, pretendeu superar a visão materialista da história apesar de expressar
sua grande admiração pelas idéias de Karl Marx, pois reconhecia que os fenômenos da vida cultural
eram determinados economicamente. A refutar a visão materialista da história, Weber não pretendia
substituí-la por uma visão espiritualista, já que ambas seria um mau serviço à verdade. Ele
tencionava isto sim, mostrar a heterogeneidade de elementos que determinavam à existência de um
fenômeno social. O papel da ciência, assim como os aspectos metodológicos pertinentes às
Ciências Sociais são elementos fundamentais na abordagem da Sociologia Compreensiva de
Weber. Para o autor, a vocação da ciência refere-se ao auto-esclarecimento e ao conhecimentodos
fatos a partir das diferentes disciplinas que a compõem. Ele foi enfático ao afirmar que não cabe à
ciência fazer previsões. “Não é o dom da graça de videntes e profetas que cuidam de valores e
revelações sagradas, nem participa da contemplação dos sábios e filósofos sobre o significado do
universo”. Contudo, ele afirmou que nenhuma ciência é livre de pressuposições e que as
descobertas são freqüentemente ultrapassadas e superadas, cabendo ao cientista apenas a
resignação diante desse fato. Para ele, a “racionalização”, a “intelectualização” e o
"desencantamento do mundo" tinham contribuído para a exclusão dos valores mais sublimes da vida
pública. Esses valores seriam os relacionados à fraternidade das relações humanas. Weber, ao
enfocar as características do trabalho científico social, indagou em que sentido existem verdades
objetivamente válidas no âmbito da vida cultural. Essa indagação se relaciona aos problemas mais
elementares das ciências sociais, tais como a organização do método de trabalho, o modo de
formar conceitos e a validade destes. As instituições e os acontecimentos culturais são os objetos
das ciências sociais em geral, e particularmente da Sociologia. Esta ciência, nos seus primórdios,
não fazia uma distinção entre o conhecimento do ser e do dever ser, pois partia-se do pressuposto
de que os fenômenos econômicos eram regidos por leis invariáveis e possuíam um desenvolvimento
homogêneo. Por fim a Ciência Social concebida por Weber tem como proposta ser uma ciência da
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realidade. A compreensão desta deve levar em conta dois aspectos: as conexões e a significação
cultural de suas manifestações, assim como as causas de seu desenvolvimento histórico. O autor
defendeu a idéia de que apenas um fragmento da realidade pode ser objeto de compreensão
científica, o que não impede que a realidade seja apreendida no seu contexto universal. Se se levar
em conta a idéia de racionalização, esta desbanca outra idéia defendida por ele, que é a do indivíduo
ser livre para moldar seu próprio futuro, pois, se ele se deixa certos valores que mexam com seu
emocional, a fé, por exemplo, para concentrar-se em metas sistemáticas, logo, ele deixará também
essa liberdade para adequar-se ao seu quadro social atual, voltando assim na concepção de
Durkheim e Marx. Sendo assim Weber temia que no futuro a sociedade moderna se tornaria um
sistema que esmagaria o espírito humano ao tentar regular toda a esfera da vida social.
Para concluir podemos afirmar que a Sociologia, através de seus métodos de investigação científica,
procura compreender e explicar as estruturas da sociedade, analisando as relações históricas e
culturais, criando conceitos e teorias a fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes.
A Sociologia deve possuir objetivos de manter relações que estabeleçam consciente ou
inconscientemente, entre pessoas que vivem numa comunidade, num grupo social ou mesmo em
grupos sociais diferentes, limites e padrões que procurem ampliar o espaço em que vivem para uma
melhor organização.
Nos tempos de hoje, a sociologia não deve somente buscar compreender as ações e estruturas de
uma sociedade, mas, como diria Harriet Martineau, esta deveria tornar-se parte da sociedade, de
modo que a beneficie. Em outras palavras, os estudos e resultados da sociologia devem agregar
diretamente com as atividades humanas, pois, se esta busca compreender a sociedade em si, deve
também procurar um meio de melhorá-la e agir como uma ciência plena e prática.
Autor: Maria das Dores C.Mesquita (Trabalho de Especialização) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MAX WEBER, Introdução à 2ª edição portuguesa por Paulo Ferreira da Cunha Fundamentos da
Sociologia. Porto – Portugal, 1983 Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979
COHN, G. Crítica e resignação: fundamentos da sociologia de Max Weber. São Paulo: T.A. Queiróz,
1979 O que é Sociologia Carlos Benedito Martins Editora Brasiliense

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