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Disciplina: Introdução à Engenharia Civil Aula 3 – Fundações Prof. Dr. Ricardo de C. Alvim “Parte da estrutura que está em contato direto com o solo e que é responsável por transmitir ao terreno as cargas da estrutura” Subsistemas Estruturais de Fundações: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Tipos de fundação: Diretas ou rasas Sapata corrida Sapata isolada Radier Simples (alvenaria) armada Simples (alvenaria) armada Indiretas ou profundas Estacas Tubulões de madeira de aço de concreto pré-moldadas moldadas in loco mega ou de reação vibradas centrifugadas protendida Céu aberto Pneumático Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim São aquelas em que a carga da estrutura é transmitida ao solo de suporte diretamente pela fundação. Usadas, em geral, em solos com alta resistência e baixa compressibilidade (terreno firme): Areias compactas; Areias compactas sob argila mole; Argilas médias a duras pré-adensadas. Para o seu dimensionamento, o centro de gravidade da fundação deve coincidir com o centro de gravidade do elemento transmissor de carga. Fundações diretas ou rasas: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Quando o terreno apresenta boa taxa de trabalho e a carga a ser suportada é relativamente pequena; Podem ser simples ou armadas; A largura da sapata é uma função da resistência do solo e da forma da coluna ou parede; Em forma de tronco de pirâmide, interligadas entre si por vigas baldrame. Sapatas: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Modo mais antigo de fundação. Sapatas isoladas surgiram com a arquitetura gótica durante a idade média; Em meados do século XIX, surgiram as sapatas de alvenaria; Com o advento dos edifícios altos, foram necessárias sapatas cada vez mais profundas: 1873 – Frederick Baumann (Chicago). A área da fundação deve ser proporcional à ação aplicada, o que permitiu a diminuição nas dimensões das sapatas; 1925 – Karl Terzaghi – estudo da “Mecânica dos Solos” – contribuição para o estudo do comportamento dos solos. Alguns aspectos históricos: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Transmitem ações de um único pilar, tipo mais comum. Sapatas isoladas: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Constatada a existência de terreno firme a uma profundidade relativamente pequena e que a altura do elemento de fundação não está sujeito a limitações, uma solução econômica é o de blocos escalonados em alvenaria. O bloco deve trabalhar à compressão simples. Para isso, os degraus devem ser executados com inclinação de 45 graus. Nas sapatas contínuas simples, em geral a profundidade não deve ultrapassar 1 m (ou o sistema torna-se antieconômico). Sapata corrida ou contínua, simples: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Quando o terreno firme ultrapassa a profundidade de 1 m ou a largura for excessiva, torna-se antieconômico executar uma fundação em tijolos com escalonamento, pois aumenta-se a carga da própria fundação e o seu preço. As sapatas corridas armadas se caracterizam por resistir a esforços de compressão e flexão. Para vários pilares numa fileira. Suporte para muros ou paredes. Sapata corrida ou contínua, armada: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Transmitem ações de dois ou mais pilares; Distância entre as sapatas é pequena. Sapatas associadas: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Caso de pilares na divisa de terrenos; Viga de equilíbrio que absorve as diferenças de cargas dos pilares; Sapatas alavancadas: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Consiste em formar uma placa contínua de concreto armado, com armadura cruzada dupla, em toda a área da construção com o objetivo de distribuir de modo uniforme a carga em toda a superfície. Recorre-se a esse tipo de fundação quando o terreno é de baixa resistência (fraco) e a espessura da camada do solo é relativamente profunda. Também nos casos onde a camada resistente encontra-se a uma profundidade que não permite a cravação de estacas, devido ao pequeno comprimento das mesmas, e por ser onerosa a remoção da camada fraca do solo. Radier: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Distribuição das tensões nas sapatas rígidas e flexíveis: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim São fundações que têm comprimento preponderante sobre a dimensão da seção transversal; Os tipos mais comuns são as estacas e os tubulões; São usadas em camadas de apoio de boa qualidade: (areias compactas, argilas duras pré-adensadas); São cravadas por meio de bate-estacas (gravidade, simples efeito, duplo efeito). Fundações indiretas ou profundas: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Estacas: São utilizadas essencialmente para a transmissão de cargas a camadas profundas do terreno; São utilizadas quando a tensão admissível do terreno for menor que o carregamento transmitido pela estrutura e quando a fundação direta ficar sujeita a recalque incompatível com a estrutura a ser construída; Podem ser classificadas quanto ao tipo de esforço que estão submetidas em: de compressão, de tração e de flexão; Em geral, as estacas são cravadas verticalmente e trabalham à compressão, contudo as estacas-pranchas trabalham à flexão; Podem ser de madeira, de aço e de concreto armado ou pré-moldado. Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Estacas de madeira: São feitas de madeira roliça ou com seção uniforme, descascada, com diâmetro de 18 a 35 cm e comprimento de 5 a 8 m. Devem ser retas. São toleráveis desaprumos entre 1 e 2% do comprimento; É, em geral, resistente, barata e de fácil aquisição. Além disso, não oferecem problemas de transporte e manuseio, seu corte e emenda são fáceis, podem ser obtidas em comprimentos variáveis. No Brasil, a madeira mais utilizada é o eucalipto; As desvantagens estão relacionas a sua durabilidade. A madeira pode ser atacada por fungos aeróbios (depende se ar e água). Assim, as estacas de madeira devem estar sempre submersas (lembrar da cidade de Veneza na Itália); A vida útil média no caso do rebaixamento do lençol de água é de 8 a 10 anos; Suportam cargas de 10 a 15 tf. Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Estacas de aço: Em geral, é construída de perfil metálico na forma de “H” ou duplo “T” de aba larga; Apresenta as seguintes vantagens: fácil manuseio e transporte, facilidade de cravação (dada a espessura reduzida da chapa de aço), cortam facilmente o terreno, são obtidas em qualquer comprimento, facilidade de corte e emenda, baixo atrito durante a cravação. Como desvantagens: sofrem ataque de águas agressivas (especialmente águas em movimento, preço alto no Brasil. Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Estacas de concreto pré-moldadas: São peças de concreto armado, fabricadas no próprio canteiro de obras ou em indústrias, que são cravadas por meio de bate-estacas; A armadura confere resistência à flexão para estaca durante as operações de transporte e manuseio. Para minimizar os momentos fletores e aproveitar-se ao máximo a ferragem, deve-se fazer o levantamento da estaca por pontos que igualem os momentos negativos e positivos (L/3 da cabeça da estaca para um ponto); As estacas pré-moldadas podem ser: vibradas, centrifugadas, protendidas e mega ou de reação. Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Capacidade das estacas pré-moldadas: Vibrada: seção quadrada, cantos chanfrados, vibrada em mesa vibratória ou com vibrador manual de imersão, armadura longitudinal com estribos reforçada nas extremidades; Capacidade: 20 x 20 cm, 4 a 10 m de comprimento = carga de 20 tf 25 x 25 cm, 4 a 14 m de comprimento = carga de 30 a 35 tf 30 x 30 cm, 4 a 10 m de comprimento = carga de 35 a 40 tf Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. AlvimCentrifugada: Com seção circular, centrifugação à alta velocidade, armadura com aço CA50 e cintamento duplo. Pode apresentar núcleo vasado; Capacidade: 25 cm de diâmetro, 4 a 14 m de comprimento = carga de 25 tf 40 cm de diâmetro, 4 a 10 m de comprimento = carga de 60 tf Protendida: Com seção quadrada, comprimento variável, cantos vivos, onde se localizam os ferros de protensão e cintada. É empregado aço CA150. Capacidade: 15 x 15 cm, carga de 16 tf 18 x 18 cm, carga de 20 tf 23 x 23 cm, carga de 30 tf Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Estacas de concreto moldadas “in loco”: Tipo Broca Empregadas apenas em pequenas construções; Não devem ser usadas em terrenos onde seja necessário ultrapassar o lençol freático; Comprimento = 5 m, Diâmetro = 20 a 30 cm e Capacidade = 3 a 8 tf. Tipo Strauss (com camisa recuperada) Empregadas apenas em pequenas construções; Capacidade: 25 cm de diâmetro = carga de 20 a 25 tf 50 cm de diâmetro = carga de até 80 tf Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Estacas de concreto moldadas “in loco”: Tipo Franki Também conhecida como estaca de tração; Já foram executadas estacas de até 40 m; Executada com comprimento necessário; Grande aderência ao solo (rugosidade do fuste); Melhor distribuição de pressões; Grande capacidade de carga: 400 mm de diâmetro = carga de 70 tf 520 mm de diâmetro = carga de 130 tf 600 mm de diâmetro = carga de 170 tf Cuidado nos casos de terreno de argila. Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Tubulões: Consiste na escavação, manual ou mecânica, de um poço, até encontrar terreno firme, e na abertura de uma base alargada nesse terreno a fim de transmitir a carga do pilar através de uma pressão compatível com as característica do terreno; Podem ser a céu aberto ou pneumáticos Grande capacidade: Tubulão a céu aberto Diâmetro de 80 cm = 250 tf Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim Utilizados em terrenos com muita água O esgotamento da escavação com bombas é impossível e também inexeqüível a construção da base abaixo do nível de água. Uso de ar comprimido para eliminar a água Capacidade: D = 1,2 m, carga = 600 tf D = 1,6 m, carga = 1000 tf D = 2,00 m, carga = 1800 tf Tubulões pneumáticos: Aula 4: Fundações Professor Ricardo de C. Alvim
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