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ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO 3

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ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO
		Até a divulgação das idéias de Keynes (contidas na obra Teoria Geral da Moeda, do Juro e do Emprego – 1936) o papel do Governo na atividade econômica limitava-se às atividades fundamentais voltadas para a segurança e defesa dos cidadãos, e de seu direito de propriedade.
		Keynes, em sua obra, sugeriu a intervenção do Estado na economia como forma de minimizar os efeitos das crises econômicas decorrentes dos desequilíbrios do sistema capitalista. Caberia então ao Estado controlar os fluxos de consumo e de investimento para evitar as crises e a inflação que, segundo Êle, seria decorrente não somente de um excesso de moeda mas também de um excesso de procura sobre a oferta.
As funções econômicas do Setor Público
Função Alocativa.
		Está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado. Assim, deixariam de ser ofertados caso não houvesse a atuação do setor público.
		O Governo, para estimular o crescimento econômico nacional, ou de uma determinada região, oferta bens públicos (bens de consumo coletivo como segurança, justiça, etc.) e cria economias externas (vantagens que o setor privado obtém gratuitamente pelos gastos do setor público em educação tecnológica, infra-estrutura, etc.)
		O governo pode produzir ainda, se necessário, insumos de uso universal como petróleo, aço, etc., até que a iniciativa privada possa assumir adequadamente esses encargos.
Função Distributiva.
		Diz respeito à atuação do Estado na redistribuição da renda e da riqueza entre as classes sociais. A fim de promover a distribução de renda nacional, o governo adota as seguintes políticas, dentre outras:
		- Estabelece impostos progressivos, como o IR;
		- Concede incentivos fiscais para investimentos em áreas mais pobres como o Nordeste do Brasil;
		- Transfere receita tributária diretamente para estados e municípios (FPE, FPM);
		- Oferta bens sociais (saúde, educação, seguro social, etc.) à população de baixa renda, gratuitamente ou a preços inferiores aos do mercado.
Função Estabilizadora.
		Está relacionada com a intervenção do Estado na economia para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego. Assim, adotando políticas monetárias e fiscais, o governo procura manter a estabilidade econômica através da(o):
		- Regulação dos níveis de consumo através da política salarial, estabelecendo, inclusive, o valor do 
 salário mínimo (renda básica de grande parte da população);
		- Flexibilização das taxas de juros para controlar o consumo e incentivar o investimento;
		- Promoção e expansão do nível de emprego;
		- Controle da oferta de moeda em poder do público;
		- Manutenção do equilíbrio da Balança de Transações Correntes.
Caracterização dos Serviços Públicos
		Os serviços públicos (serviços prestados pelo Estado visando o atendimento às necessidades coletivas) podem ser assim caracterizados:
		
Serviços Públicos Gerais: Serviços destinados ao consumo global da população e que são prestados nor-
 malmente à população, independentemente de solicitação específica. (seguran-
 ça pública, iluminação pública, rede de esgotos sanitários, rede de abastecimen
 to de água, etc.)
 
Serviços Públicos Especiais: Disponível a todos os cidadãos, porém prestados individualmente mediante 
 solicitação específica. (iluminação domiciliar, esgoto domiciliar, abasteci-
 mento d’água em domicílio, telefonia residencial, serviço de correios, etc.)
Fontes de receita do Setor Público
		Para prestar os serviços públicos, o Estado utiliza recursos provenientes de fontes diversas, quais sejam: Receita Tributária, Operações de Crédito Público e Emissão Monetária.
A- Receita Tributária.
		- Impostos: Diretos: Incidem sobre a remuneração do trabalho e sobre as rendas da propriedade. 
 (IR, IPTU, ITR, etc.)
 Indiretos: Incidem sobre o dispêndio dos indivíduos. (IPI, ICMS, CPMF; etc.)
		- Taxas: Tributos cobrados pela utilização dos serviços públicos especiais. O valor desse tributo é 
 proporcional ao consumo individualizado do serviço. (taxas de energia elétrica, água en-
 canada¸ postagem em correios, telefonia domiciliar, etc.)
		- Contribuições de Melhoria: Tributos decorrentes da valorização que a realização de obras públi- 
 cas proporciona a propriedades particulares. (calçamento e pavimen
 tação de ruas, rede de esgotos sanitários, etc)
B- Operações de Crédito Público.
		Empréstimos a que o Governo recorre, internamente ou externamente, através da comercialização 
 de títulos públicos.
C- Emissão Monetária.
		Emissão de dinheiro novo. Recurso extremado porque ao se ampliar o volume de moeda em circu-
 lação, sem uma contrapartida no volume dos bens disponíveis para transação, isso deverá desenca-
 ear uma elevação no nível geral dos preços (inflação).
Princípios teóricos de tributação
Princípio da produtividade: Os tributos devem ser capazes de gerar receitas significativas com custos 
 de arrecadação relativamente baixos. (a CPMF, que era de difícil sonega-
 cão, tinha baixo custo de controle e proporcionava grandearrecadação.)
2- Princípio da neutralidade: Os tributos não devem alterar os preços relativos, minimizando sua interfe-
 rência nas decisões econômicas. (salário x cesta básica; produtos agrícolas 
 x produtos industrias; alimentos de subsistência x commodities agrícolas).
3- Princípio da equidade: O imposto além de ser neutro deve ser equânime, no sentido de distribuir o seu
 ônus de maneira justa entre os indivíduos. A equidade pode ser avaliada sob 
 outros dois princípios:
Princípio do benefício: tributo justo é aquele em que cada contribuinte paga
 ao Estado um montante compatível com o benefício
 que recebe do governo. (Geralmente ocorre por meio
 de taxas como energia, abastecimento d’água, etc.).
Princípio da capacidade de pagamento: As pessoas devem contribuir de 
 acordo com sua capacidade de pagamento. (Caso dos
 tributos progressivos, como o IR).
Características dos tributos
Tributo progressivo: Quando a alíquota cobrada aumenta à medida em que a renda do contribuinte au-
 menta. Ex: IR¹. Um trabalhador que receba salário mensal correspondente a até
 R$1.903,98 está isento do recolhimento de IR. Os trabalhadores que recebem en- 
 tre R$1.903,99 e R$2.826,65 recolhem 7,5% de seu rendimento (- parcela a dedu
 zir = R$142,80). Os que ganham de R$2.826,66 até R$3.751,05 são tributados 
 em 15% (- parcela a deduzir = R$354,80). Os que ganham de R$3.751,06 até 
 R$4.664,68 recolhem 22,5% de seu rendimento (- parcela a deduzir = R$636,13). 
 Os que ganham acima de R$4.664,68são tributados em 27,5% (- parcela a dedu-
 zir = R$869,36). Assim, dois trabalhadores que recebam salários correspondentes
 a R$1.950,00 e R$8.000,00 pagarão R$3,45 e R$1.330,64, respectivamente².)
Tributo proporcional: Quando todos pagam uma mesma parcela de imposto em relação à sua renda. 
 Ex. a CPMF³. Um trabalhador que recebe o atual salário mínimo (R$788,00), ao 
 retirá-lo do banco sofreria um desconto de R$3,00 correspondente à cobrança de 
 0,38% de CPMF. Por sua vez, aquele que fosse retirar um salário de C$8.000,00 
 também seria tributado em 0,38% de seu rendimento, valor que corresponderia a 
 R$30,40.
Tributo regressivo: Quando quanto maior a renda do contribuinte menor a tributação em proporção à 
 sua renda. Ex. ICMS. A incidência de R$52,00 de ICMS sobre o preço de um de-
 terminado produto corresponderá a 6,6% da renda mensal de quem ganha um sala-
 rio mínimo (R$724,00) enquanto que representará somente 0,65% do rendimento
 mensal de quem recebe um salário de C$8.000,00.
................................................................................
(¹) Alíquotas constantes na tabela progressiva para fatos geradores a partir de 01/04/2015.
(²) Se o contribuinte de maior salário (R$8.000,00) fosse atingido pela mesma alíquota do contribuinte que ganha R$1.950 ou seja, 7,5%, iria 
 pagar somente R$465,92 em vez de R$1.330,64. Se assim fosse, o tributo não seria progressivo e sim proporcional.
(³) A Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF) incidia
 à alíquota de 0,38% (trinta e oito centésimos por cento) no período correspondente aos anos-calendários de 2004 a 2007, observadas as dis
 posições da Lei Nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, modificada pela Lei Nº 9.539 de 12 de dezembro de 1997. Observe-se que a volta da 
 vigência desse imposto está sendo discutida no Congresso Nacional.
 
PARA O ANO DE 2015 EXISTIRAM 2 TABELAS PARA COBRANÇA DO IR: UMA COM VIGÊNCIA DE 01/01/2015 A 31/03/2015, E OUTRA COM VIGÊNCIA A PARTIR DE 01/04/2015, CONFORME ABAIXO:
TABELA DO IRF - VIGÊNCIA A PARTIR DE 01.04.2015   
(Medida Provisória 670/2015  convertida na Lei 13.149/2015) 
	Base de Cálculo (R$)
	Alíquota (%)
	Parcela a Deduzir do IR (R$)
	Até 1.903,98
	-
	-
	De 1.903,99 até 2.826,65
	7,5%
	142,80
	De 2.826,66 até 3.751,05
	15%
	354,80
	De 3.751,06 até 4.664,68
	22,5%
	636,13
	Acima de 4.664,68
	27,5%
	869,36
Dedução por dependente: R$ 189,59 (cento e oitenta e nove reais e cinquenta e nove centavos), a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015.

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