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4)Dermatologia Dermatoviroses

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Resumo de Dermatologia MEDICINA 
LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO UNIOESTE- FRANCISCO BELTRÃO 
 
Dermatoviroses 
 Os vírus são acelulares, parasitas intracelulares obrigatórios e sua capacidade de infectar uma 
pessoa está envolvida em como ele vai adentrar um organismo vivo. As mucosas e a pele 
propriamente dita, quando integras, são barreiras físicas; no entanto, quando lesada, são as portas de 
entrada para esse organismos. É evidente que o nosso sistema imune ira criar mecanismos para 
combater esses invasores, no entanto, alguns vírus, valem-se de mecanismo de escape para que não 
sejam percebidos dentro do nosso organismo, o que denominamos período de latência. 
 Entre os vírus, as famílias mais importantes são: papilomaviridae, herpesviridae e poxviridae 
que iremos trabalhar nesta secção. 
Verrugas virais 
As verrugas virais estão associadas ao Papilomavírus humano(HPV). Os papilomavírus são vírus de 
DNA medindo 24-55nm que infectam células epiteliais da pele ou mucosa e são exclusivamente do 
ser humano. 
A verruga humana é uma papilose da pele causada por diversos tipos de HPV. Tem prevalência 
maior em crianças e adolescentes e a transmissão ocorre por contato direto interpessoal, 
autoinoculação (em caso de coçadura) ou por piscinas e recintos esportivos. Após a inoculação 
epidérmica do HPV, o vírus fica incubado durante 3 meses, podendo ser permanentes ou regredir 
dentro de dois anos como na maioria dos casos. 
Apresentações clínicas 
1) Verruga vulgar: papulose hiperceratórica cupuliforme de tamanho variável, predominante 
no dorso das mãos, região periungueal e nos pés. Podem interromper as linhas cutâneas; 
 
2) Verruga plantar: lesões planas com halo hiperceratórico. É uma lesão dolorosa o que 
explica a dificuldade de deambulação. Interrompem as linhas cutâneas; 
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LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO UNIOESTE- FRANCISCO BELTRÃO 
 
 
3) Verruga plana: Pápulas aplanadas, superfície macia, eritemato-acastanhadas ligeiramente 
salientes, sendo numerosas e predominam do dorso das mãos, antebraço, pescoço e face; 
 
4) Verruga filiforme: encontada perpendicular a pele e predomina na face (pálpebras, 
comissura da boca) e pescoço; 
 
5) Verruga genital (condiloma aculminado): A transmissão acontece por ato sexual e o tipo de 
vírus envolvido são do tipo 6 e 11. As lesões ocorrem no homem, na região balanoprecucial 
e na mulher na vulva, períneo, vagina e colo uterino. 
 
OBS1: A maioria dos indivíduos infectados que apresentam eliminação do vírus por meio de 
secreções não apresentam lesões; 
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LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO UNIOESTE- FRANCISCO BELTRÃO 
 
OBS2: O preservativo de latax não previne a transmissão; 
OBS3: a profilaxia é a redução do número de parceiros sexuais e nas meninas, a partir de 9 
anos vacinação; 
OBS4: Uma complicação é o condiloma aculminado gigante (Buschke-Löwenstein) onde a 
lesão obstrui a vulva ou o ânus; 
OBS5: (PENISCOPIA [Ácido acético 5%- lesões incipientes tornam-se esbranquiçadas) 
podem comprovar o diagnostico]). 
Tratamento: Em crianças ocorre regressão espontânea 
em 65 % dos casos. 
1) Verruga Vulgar: Curetagem + queratolíticos 
(Ac. Salicilico+ac. Láctico+ coloide elastico); Outa 
opção é a crioterapia com nitrogênio líquido ou 
eletrocoagulação mais curetagem; 
2) Verruga plantar: ácido nítrico fumegante 
66%, após raspagem da verruga 
3) Verrugas planas: Isotretinoína gel, ou creme 
diariamente por 4-6 semanas; 
4) Verrugas genitais: Podofilina 25% em álcool 
95°-proteger a área ao redor com vaselina sólida e 
aplicar com contonete e lavar apos 4-6h. Não deve ser 
usada em crianças ou gestantes. Em gestantes, deve ser usado o ATA 50-70%. 
Molusco contagiosos 
É a dermatovirose causada por vírus de DNA pertencente ao subgrupo Poxvírus. Acomete a pele 
humana. É transmitido pelo contato próximo interpessoal, sendo mais comuns em crianças e adolescentes. Na 
criança acomete mais a face, tronco e membros superiores, já do adulto, a região genital. 
Manifestações Clínica: pápulas com umbilicação central ou peroladas, agrupadas e sem base 
eritematosa. 
Diagnose: clínico, mas pode usa a biopsia para confirmação. 
Tratamento: 
Pode ocorrer remissão espontânea possível, mas, muito tardia; 
Método de eleição: Curetagem, com retorno a cada 2 semanas para 
tratamento de lesões que possam vir a aparecer; 
 
Infecções Herpéticas 
A familia herpesviridae é composta por vírus de DNA e são classificados em: vírus herpes simples 
(HSV-1 e HSV-2), vírus varicela-zóster (VZV), citomegalovirus (CMV), vírus Episten-Barr (EBV), vírus 
herpes 6 e o vírus herpes 8 (agente do sarcoma de Kaposi). 
 Herpes Simples 1 
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LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO UNIOESTE- FRANCISCO BELTRÃO 
 
 A Transmissão do HSV-1 ocorre por contato pessoal 
próximo ou intimo, sendo que a transmissão por fômites, 
aerosol improvável. 
 Fisiopatologia: Os vírions penetram facilmente as 
mucosas e pequenas abrasões, onde irão multiplicar-se e 
alcaçaram as terminações norvosas. No gânglio do trigêmio, o 
genoma viral será armazenado, ou seja, mantem-se latente até 
que um desiquilibrio imunológico permita que sua atividade se 
reinicie. 
OBS1: A primoinfecção herpética tem as manifestações clínicas 
floridas e prolongadas, enquanto na reativação, o quadro se manifesta 
de forma mais branda devido a memória imunólogica. 
 Manifestações clínicas: 
 Gengivoestomatite herpética (primoinfeção): acomete mais 
crianças, é autolimitada, durando de 10-14 dias. Sinais e sintomas - 
febre, dor na garganta, mialgia, adenopatia cervical e lesões 
vesiculares múltiplas envolvendo lábios, região perioral e cavidade 
bucal. As vesiculas em base eritematosa podem romper dando origem 
a crosticulas (lesão secundária). 
 Herpes orolabial (reativação herpética): acomete mais adultos. 
Como precurssor as lesões, temos os sintomas de dor (tipo queimação) na 
região perilabial. As lesões geralmente são vesiculas agrupadas em base 
eritematosa e regridem em 5 dias. 
 Panarício herpético: Inflamação dolorosa nas pontas dos dedos 
devido ao contato com a secreção das lesões herpéticas. Pode estar 
associada á edema, eritema e o aparecimento de vesiculas. 
 
Herpes Simples 2 
Epidemiologia: Estima-se que 20-50% dos adultos com vida sexual sejam portadores do vírus. 
Transmissão: ocorre por contato sexual, manifestando-se como herpes genital. Pode ser transmitido 
mesmo em indivíduos assintómaticos. O período de incubação é de 13 a 14 dias, com duração dos sintomas 
cerca de 12 dias. 
Fisiopatologia: O vírus mantem-se latente nos gânglios sacrais. Quando ocorre uma descompensação 
imunológica, o vírus é rativado, o que justifica os casos de herpes recorrente. 
Manifestações clinicas: 
Clássica: No homem, acomete o prepúcio, glade; Na mulher, os grandes e pequenos lábios, vulva e o 
colo uterino. As lesões são vesiculas com base eritematosa que evoluem para úlceras e crostas 
seroemorrágicas. Além disso, sinais como, febre, adenopatia inguinal, queda do estado geral, disúria e 
secreção uretral (homem) e corrimento aquoso na mulher são comuns. 
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Herpes simples neonatal – contaminação que ocorre na hora do parto, atingea cabeça e região glútea 
do neonato. 
Diagnóse do HSV-1 e HSV-2: 
É clinico, mas tem auxilio de exames laboratórias como Citologia de tzanck (esfregaço das lesões - 
células multinucleadas, caso positivo) e Sorologia anti-hsv1 e anti-hsv 2: IgG / IgM . 
Tratamento: Objetiva reduzir a duração dos sintomas e o tempo de eliminação viral. As opções são 
aciclovir, valaciclovir e fanciclovir. 
Aciclovir: 200mg 6/6h por 5 dias 
Imunodeprimido duplicar a dose 
Formas graves: 5mg/kg cada 8 horas ev 
Fanciclovir: 250mg 8/8h 
Valaciclovir 500mg 2x dia por 5 dias 
Profilaxia: aciclovir 400mg/dia /6 meses (Recorrências frequentes – tratamento supressivo). 
 
Herpes-Zóster 
Epidemiologia: muito comum em adultos após os 40 anos de 
idade; 
O vírus varicela-zóster causa a varicela e a herpes zóster, 
sendo que a primeira é a primo-infecção do vírus e a segunda a 
reativação viral. 
Fisiopatologia – Após a primo-infecção, o vírus migra para 
qualquer gânglio da medula espinal, gânglios dos pares cranianos. A 
partir desses gânglios, o vírus pode descender aos nervos periféricos 
ou mesmo nervos cranianos, acometendo a pele, mais 
especificamente um determinado dermátomo. 
Quadro clínico: sinal e sintomas precursores das lesões são: 
queimação na área do dermátomo associado a febre. As lesões são 
vesículas agrupadas com base eritematosa, dolorosa. As lesões 
tendem a desaparecer de 2-4 semanas. 
Complicações: 
1) Neuralgia pós herpética: mais comum em idosos. 
Definida como a persistência de dor em queimação e disnetesia (enfraquecimento ou perda dos 
sentidos, sobretudo o olfato) na área afetada após o desaparecimento das lesões; 
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2) Herpes-zóster oftálmico: infecção que acomete 
o ramo oftálmico do trigêmeo que pode evoluir 
para amaurose; 
3) Síndrome de Ramsay-Hunt: a infecção acomete 
o gânglio geniculado, fazendo com que surjam 
lesões no ouvido externo, associado a paralisia 
facial periféria e sintomas vestibulococleares 
(Vertigem, zumbido, hipoacusia) 
4) Sindrome de Guillant-Barret 
5) Pupila de Argyll-Robertson: Perca do reflexo 
fotomotor, mas manutenção do reflexo 
acomodativo. 
Diagnóse: clinico, mais associado ao método de 
Tzannck 
Tratamento: Visa reduzir o tempo dos sinais e 
sintomas e o risco de neuralgia pós herpética. Deve 
ser indicado repouso, analgesicos e tópicos 
excicantes . Uso de Aciclovir: 800mg vo 6/6h 7 
dias e em Casos graves 10mg/kg em solução por 1 h ev de 8/8h. Para prevenção a neuralgia, indica-se 
o uso de Presnisona (30mg,2xdia na primeira semana com redução na metade na segunda semana) 
 Para neralgia pós herpética usa-se Carbazepina 100-200mg 2x dia e a aplicação de capsaicína 0,025-
0,075%. 
Pitiríase Rósea de Gilbert 
 
Agente etiológico é o herpes vírus do tipo 6 e 7 que acomete mais 
indivíduos jovens. 
Diagnóstico diferenciais: siflis secundária, farmacodermia, tínea 
corporis e psoríase. 
Clinica: Aparecimento de uma lesão eritematoescamosa arredondada, 
de crescimento centrifugo, localizado nos membros ou tronco (a 
primeira e maior lesão é chamada de lesão mãe [lesão mãe é denominado 
medalhão]). As lesões vão formar o contorno de árvore de natal. O prurido 
é discreto e ocorre involução em 8 a 12 semanas. 
Tratamento: Trata-se indivíduos sintomáticos, indicando produtos de 
higiene e conforto, como também corticoides tópicos (hidrocortisona) e 
corticoides orais. Em caso de prurido, anti-histaminicos, loratadina, 10mg 
ao dia. 
Sarcoma de Kaposi 
O agente etiológico é o HV8 que gera um tumor vascular multicêntrico; 
Clínica: ira apresentar 2 formas: clássica e a associado a HIV+ (homoafetivos). As lesões são 
Manchas, pápulas e nódulos púrpuricos que acometem face, tronco e braços. 
Resumo de Dermatologia MEDICINA 
LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO UNIOESTE- FRANCISCO BELTRÃO 
 
OBS1: Mucosa oral afectada quando associado HIV 
 
 
 
 
 
 
Referencias: 
AZULAY, R.D.; AZULAY, D.R. Dermatologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 
RIVITTI, E. A, SAMPAIO, A.P.S. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. 1º 
Edição. 2014. São Paulo: Artes Médicas.

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