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Essa descriminante putativa ocorre nas hipóteses, em que o agente acredita estar amparado por uma causa legal de exclusão de ilicitude, neste caso a legítima defesa, pois o erro de josé nilton foi em cima da existência de uma agressão, que na verdade não houve. Agora eu lhes pergunto o porquê jurados. Por que José Nilton agiu tomado por esse erro? Esse erro é plenamente justificável por todo o contexto histórico da relação entre acusado e vítima. Isto é, o histórico de discussões que se iniciaram no jogo de futebol, as ameaças de morte, as três tentativas de assassinato e o fato de terem encontrado uma arma com a vítima tempos antes só revelaram o instinto agressivo da vítima, aliado ao movimento efetuado pela vítima na hora em que viu o acusado, fizeram com que ele avaliasse erroneamente a situação. Eu lhes afirmo sr. Jurados: qualquer pessoa, inclusive os senhores, estando nas mesmas circunstâncias, nas mesmas condições, empregando a diligência ordinária exigida pelo ordenamento jurídico, acabaria incidindo em erro, atingindo a vítima. O objetivo de zé nilton era defensivo, se livrar de uma agressão. Ver depoimento dele. Apenas nesse momento impensado em que imaginara estar sendo vítima de uma agressão injusta e iminente, desferiu os tiros que infelizmente alvejaram a vítima. Dessa forma, cremos que está configurado a legítima defesa putativa, um erro inevitável e plenamente justificado pelas circuntâncias. Senhores, o crime analisado sob a teoria analítica é composto por três elementos, são eles: o fato típico, a ilicitude e o agente culpável. Elementos estes que são imprescindíveis para o conceito de crime, e se deixar de estar presente qualquer um desses elementos não há que se falar em crime. Dessa forma, josé nilton não deve responder pelo crime de homicídio qualificado, como bem quer a promotoria, pois estar-se frente a uma descriminante putativa. A presença da legitima defesa putativa afeta o fato típico, pois exclui o dolo e a culpa quando o erro for invencível, isto é, que não poderia ser evitado. Dessa forma não há crime! Hoje, vossas excelências tem uma grande fardo, o fardo de decidir o destino desse homem, josé nilton, trabalhador, pai de duas crianças, mais um ser humano jogado nos ventos do destino! Assim, peço aos senhores que quando da votação que reconheçam a existência da legitima defesa putativa, e assim deem uma chance a zé nilton, esse homem que agiu com instinto de defesa, e que errou, mas de forma plenamente justificada como foi demonstrado. Ao decidir desta forma, estarão fazendo justiça! Obrigado. Ainda foi alegado como tese subsidiária o excesso culposo na legítima defesa putativa, tese que acabou prevalecendo pelo corpo de sentença, tendo sido o réu condenado por homicídio culposo. * Nomes Alterados Mais informações: http://goo.gl/adylrn https://www.facebook.com/wemersonluna Wemerson Leandro de Luna Wemerson Leandro de Luna Acadêmico de Direito - Estagiário do MP/CE - Aurorense e Cearense Acadêmico em Ciências Jurídicas e Sociais - Direito, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras - FAFIC.- Estagiário do Ministério Público do Ceará - Promotoria de Aurora - MP/CE (março 2015
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