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AUDIO VALVULADO Montagem e Restauracao de Pre e Amplificadores Valvulados Samuel Rocha

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ÁUDIO VALVULADO
 
 
MONTAGEM E RESTAURAÇÃO DE PRÉ &
AMPLIFICADORES VALVULADOS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE
ÁUDIO VALVULADO
 
 
MONTAGEM E RESTAURAÇÃO DE PRÉ &
AMPLIFICADORES VALVULADOS
 
 
 
 
 
 
Samuel Rocha
 
 
 
 
 
 
Studium Telecom
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nota ao Leitor
 
 
Esta publicação é o produto da experiência de mais de 30 anos em Engenharia de Telecomunicações e, representa o esforço e
trabalho contínuo do Autor. 
 
Constitui uma produção independente com os respectivos direitos autorais, através da própria editoração para facilitar a
divulgação de textos técnicos e reduzir o custo final para os leitores. Todos os livros foram elaborados e desenvolvidos pelo autor sob a
luz da Lei de Direitos Autorais Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, relativa a Propriedade Intelectual.
 
O autor não autoriza, de forma nenhuma, a revenda deste livro ou repasse a terceiros sem a sua autorização expressa por
escrito.
 
Veja em www.studiumtelecom.com as outras publicações e respectivos índices disponíveis do Autor:
 
Antenas e Propagação
Acústica e Sonorização
Transmissão
Recepção
Radio Interferência – Casos e Soluções
Iniciação ao Radioamadorismo
Tecnologia de Televisão Analógica e Digital
 
Entre em contato para qualquer problema com a visualização desde livro em leitores. O livro de ser enviado para seu email,
bastando informar o código A2014.
 
Possíveis sugestões e contribuições poderão ser envidas para o Autor através do e-mail rocha@studiumtelecom.com
 
Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 2014
 
 
Eng. Samuel Rocha
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO
 
 
1. Amplificadores valvulados versus amplificadores transistorizados
1.1 Vantagens da Válvula
 
2. Porque montar o seu amplificador de áudio valvulado?
 
3. Restaurando os melhores amplificadores e pré-amplificadores valvulados
3.1 Manutenção de amplificadores valvulados, esquemas elétricos e segurança
 
A
4. Classes de amplificadores
 
5 Montagem e componentes eletrônicos para valvulados
5.1 Construção prática do amplificador
 
6 A teoria da válvula triodo e seu funcionamento
6.1 A válvula pentodo e seu funcionamento
6.2 Amplificadores de saída classe A com triodo
6.3 Amplificador de potência com saída em classe A
 
7 Resistores, potenciômetros e controles
8 Capacitores
9. Circuitos práticos de amplificadores classe A single-ended
9.1 Amplificador classe A com válvulas 2A3 de minha construção - 4 W
9.2 Amplificador single-ended com transformador inter-etapa e triodo 811A -13 W
9.3 Amplificador single-ended sem transformador inter-etapa com triodo 811A
9.4 Amplificador com Push-Pull de triodos 6AS7 - 6080
9.5 Fotos e esquemas de amplificadores valvulados
9.6 Amplificador Scott Model LK-72, Laboratory Series
9.7 Amplificadores Push-Pull ultralinear
 
10. Projeto detalhado de um pré-amplificador a triodo
10.1 Pré-amplificador com entrada de phono
10.2 Pré-amplificador sem entrada de phono
10.3 Circuito de pré-amplificador profissional com 8 válvulas com fotos e respectivo esquema da fonte de alimentação
 
11. Relações entre tensão e potência, compreendendo dB, dBm, dBW
11.1 Potência RMS, IHF e PMPO de amplificadores de áudio
11.2 Medindo a potência de saída RMS em amplificadores de áudio
11.3 Potência suportada por alto-falantes
11.4 Resposta de frequência de áudio e amortecimento (damping)
11.5 Tipos de distorções
12. Conservando e ouvindo melhor os seus discos de vinil
13. Esquemas de amplificadores à válvula para instrumentos musicais
 14. Bibliografia
 
1. Amplificadores Valvulados versus Amplificadores Transistorizados 
 
 
 
 
lta-fidelidade pode definida como o som produzido por um
equipamento com grande similaridade ao som originalmente gravado ao vivo. É alcançada quando
existe uma distorção desprezível, com pouco ruído e com o correto volume e acústica da sala
apropriada. Algumas características do som reproduzido podem ser modificadas ou enfatizadas com
reforço de graves ou agudos, através de distorções ou efeitos de acordo com o gosto particular do
ouvinte.
 
Os primeiros amplificadores transistorizados fabricados possuíam uma qualidade de áudio
sofrível e os transistores queimavam com extrema facilidade devido ao aquecimento. Além do
elevado ruído, eram limitados em resposta de frequência. Houve grande aperfeiçoamento quando os
primeiros transistores de germânio foram substituídos por transistores de silício e posteriormente por
módulos integrados. A tendência para produzir cada vez amplificadores e sistemas mais baratos pela
indústria, não consegue iludir os ouvidos mais atentos e treinados. As válvulas ainda são utilizadas
até hoje em transmissores, pré-amplificadores, amplificadores de potência hi-end enquanto são as
preferidas por músicos profissionais nos amplificadores para guitarras e teclados em shows e
estúdios devido à sua única qualidade sônica. Um amplificador valvulado funciona sob altas tensões
de alimentação e baixas correntes, com altas impedâncias de entrada e de saída, o que torna
necessário o uso de transformadores de saída para adequar as impedâncias de saída do amplificador
com as baixas impedâncias dos alto falantes, da ordem de 4 a 16 Ohms. Um amplificador
transistorizado funciona com baixas impedâncias de entrada e de saída o que facilita o casamento de
impedância com os alto-falantes. Nos amplificadores valvulados temos, então, a necessidade do
transformador de saída, elemento importante e que deverá ser de ótima qualidade em qualquer
projeto.
 
Os amplificadores valvulados podem ser montados em topologia Single-End, na qual apenas
uma válvula amplifica todo o sinal, mas com menor rendimento (classe A) ou na configuração de
maior rendimento Push-Pull (classe AB). Nesta última, pares de válvulas são conectadas ao
transformador de saída de forma que, cada válvula em cada par, irá amplificar apenas um semiciclo
positivo ou negativo do sinal de áudio.
 
1.1 Vantagens da válvula
 
A vantagem do som valvulado é a qualidade sônica, um timbre especial preferido por muitos
músicos inclusive em distorção e sempre apreciado pelos audiófilos.
 
No caso da comparação com transistores é importante ressaltar que na válvula não 
existe a comutação ruidosa do transistor, comprovado na medição de distorção por 
intermodulação, desprezível nas válvulas, com valores de distorção harmônica total (DHT)
menores que 0,1 %. Até mesmo a distorção observada nos amplificadores valvulados é diferente,
pois a curva de transferência da válvula de saída é mais linear e suave do que a curva de operação
de um transistor. Apesar dos amplificadores valvulados terem medidas de distorção e de resposta de
freqüência inferiores aos transistorizados, auditivamente a sua qualidade é superior.
 Amplificadores valvulados possuem maior robustez contra sobrecargas e picos de
tensão da rede de alimentação.
 Em caso de curto-circuito, a tensão da fonte de alimentação não é aplicada aos alto-
falantes, devido a proteção devido ao transformador de saída.
 A desvantagem do equipamento a válvula é o maior peso e consumo de energia elétrica,
devido a energia empregada no aquecimento dos filamentos das válvulas, mas que é
recompensada pela bela visão quando apreciada à noite.
 
 
2. Porque montar o seu amplificador de áudio valvulado?
 
Os equipamentos importados de qualidade novos possuem altos preços devido à pesada taxa
alfandegária de 60% de importação sobre o produto com o frete. A sua garantia é complicada
devido à ausência de oficinas autorizadas para assistência técnica de equipamentos importados.
Os equipamentos são pesados devido aos transformadores de força e de saída, tornando o fretedo exterior bem caro.
Dificuldade de se encontrar equipamento valvulado de qualidade disponível no mercado
brasileiro, pois não existem mais kits de montagem de amplificadores.
O leitor pode alcançar uma qualidade de equipamento hi-end com componentes de fácil
obtenção e com uma maior relação custo – benefício, aliado ao prazer de ter montado seu
próprio sistema de áudio home made.
Facilidade de manutenção, no caso de troca de componentes e das válvulas; mais simples do que
módulos integrados de saída, transistores ou mosfets de potência.
 
 
 
3. Restaurando os melhores amplificadores e pré-amplificadores valvulados
 
 
 A opção, também viável, para quem não pretende montar um equipamento valvulado é
comprar um pré integrado ( pré-amplificador e power juntos) ou os dois separados, desde que
fabricados por excelentes marcas e restaurar calmamente, com a devida troca dos componentes
necessários. Aconselho adquirir o amplificador apenas se o mesmo ainda possuir os seus
transformadores de saída originais. Segue a relação de alguns dos melhores amplificadores à válvula
vintage para comprar e restaurar:
 
 Dynaco ST35,
 Eico com válvulas EL-84,
 Fisher 50C, 400CX-2,
 Heathkit AA-191,
 Lafayette KT-600/KT-600A,
Marantz,
Mc Intosh: amplificadores de configuração mono MC 30, MC 60, Estéreo MC 225 com válvulas
7591 na saída, MC240, MC275, equipamentos muito valorizados e de grande procura.
Leak TL12.1e TL50,
Pilot SP-215, SA-232 e SA-260 (utiliza 4 válvulas EL-34, representado mais adiante no texto),
Pye Mozart,
Scott, vários modelos com pré e power integrados ou somente amplificador.
Quad II, famoso amplificador inglês que utiliza válvulas KT66.
TVA.
 
 
3.1 Manutenção de amplificadores valvulados, esquemas elétricos e segurança
 
Os esquemas elétricos de equipamentos valvulados são encontrados na Internet ou na Livraria
Litec, na Rua Marechal Floriano, 151, Rio de Janeiro, tel.:2253-8005 ou na Esquemateca Vitória,
Rua Vitória 374, Centro, São Paulo, 01210-001.
 
O primeiro passo é comparar os componentes e ligações do equipamento com o respectivo
esquema, verificando os valores das tensões em todas as válvulas e da fonte de alimentação e
anotando possíveis diferenças nos valores. Neste ponto aproveite para trocar os resistores que
apresentarem sinais visíveis de sobrecarga, principalmente os resistores de fio com maior dissipação
(5,10 e 20 Watts). Faça a limpeza ou troque as chaves de onda e potenciômetros que apresentarem
mau contato ou ruído. Geralmente, em uma restauração, trocamos os capacitores eletrolíticos da fonte
e outros capacitores conforme explicado em capítulo a seguir. A troca dos conectores traseiros RCA,
freqüentemente oxidados por outros novos com banho dourado, de menor resistência de contacto é
frequentemente necessária.
 
Para a verificação das válvulas quanto a sua emissão é necessário um testador de válvulas, e
posteriormente trocamos as válvulas fracas. As válvulas de saída possuem menor vida útil devido a
maior dissipação de potência. Na falta de um testador, as válvulas também podem ser testadas
comparando-se com outras novas. Os pinos que se encontram os filamentos podem ser encontrados
no manual de válvulas e verificados quanto a continuidade utilizando um ohmímetro ou simplesmente
verificando se a válvula acende, mas a capacidade de emissão - se está boa ou fraca - realmente só
trocando por outra válvula ou utilizando um teste de válvulas.
 
Antigamente, as lojas de eletrônica tinham esse teste no balcão e muitas vezes nem cobravam
para testar. Com o uso do equipamento, a emissão das válvulas vai decaindo e a respectiva potência
de saída vai diminuindo, mas podemos levantar a resposta de freqüência e determinar, também, a
potência máxima em Watts RMS do amplificador e sua distorção utilizando um gerador de sinais de
áudio aplicado na entrada como veremos mais adiante.
 
ATENÇÂO QUANTO A SEGURANÇA: As fontes de equipamentos valvulados empregam
tensões de +B da ordem de 300 a 500 VDC. Devemos empregar resistores em paralelo com os
capacitores eletrolíticos, para drenar a corrente quando o amplificador é desligado e evitar altas
tensões acumuladas nos mesmos. Observe se o seu amplificador possui esses resistores de 470
kΩ/1W em paralelo com os eletrolíticos e, antes de trabalhar na fonte, descarregue completamente os
capacitores curto-circuitando com uma chave a alta tensão (+B) para a terra.
 
4. As classes de amplificadores
 
Os amplificadores de áudio podem ser classificados em:
 Classe A – Nos amplificadores de classe A, a válvula está polarizada de forma que o ponto
de funcionamento em repouso se encontra no meio da curva característica de saída (região ativa). Por
isso produz pouca distorção, pois as variações do sinal de entrada são igualmente amplificadas em
torno do ponto de repouso.
 
 
 
 Classe B – Nos amplificadores de classe B o ponto de repouso não está no meio das
características (região ativa), mas sim na zona de corte. Por isso, a corrente de placa em repouso é
zero e também a potência. Só é consumida potência quando existe sinal de entrada, o que faz
aumentar o rendimento em relação aos amplificadores de classe ª Além disso, como o ponto de
funcionamento em repouso está no limite inferior das curvas características de saída, permite
amplificação de sinais de maior amplitude que nos de classe A, pois nestes últimos, sinais de
grande amplitude produzem distorção por atingirem as zonas de corte e de saturação. No entanto, na
classe B só são amplificados metade dos ciclos do sinal de entrada, os positivos ou os negativos,
estando o ponto de funcionamento em repouso na zona de corte, o outro semi-ciclo é cortado. Além
disso, devido também a esta posição do ponto de funcionamento em repouso, existe uma distorção
de crossover. Esta distorção nos transistores resulta do fato da curva de corrente-tensão da junção
p-n base-emissor do transistor não ser linear, principalmente na zona em que a tensão base-emissor
é pequena. Para tensões maiores a curva aproxima-se de uma reta. Esta classe ganha em rendimento
e na possibilidade de amplificar sinais de maior amplitude mas perde quanto a maior distorção. O
fato de só serem amplificados os meios ciclos resolve-se com duas válvulas ou dois transistores.
 
 Classe AB – Os amplificadores de classe AB funcionam de forma semelhante aos de classe
B, mas para se minimizar aquela distorção, polariza-se na válvula a grade-catodo ou a junção base-
emissor no transistor como se faz na classe A, mas com um valor inferior (para não ter o problema
referido de baixo rendimento) e próximo da zona de corte, mas acima dela para evitar a zona da
característica da junção base-emissor que origina a distorção de crossover por falta de linearidade.
Obtém-se assim um sinal amplificado com menos distorção que na classe B e mais rendimento que na
classe A.
 
 
 
 
 
Classe AB1 indica que nenhuma corrente de grade é consumida pela válvula de saída enquanto
Classe AB2 indica que o estágio de saída entra na região de condução da corrente de grade. Essa
região costuma ser não linear e por isso é evitada.
 
Os amplificadores Single-ended e push-pull podem ser construídos com triodos, pentodos ou os dois
tipos na combinação ultra-linear (modo triodo parcial).
 
 Amplificador Classe Super A – Usa uma polarização variável, oscilando entre as classes A
e AB, de forma que a corrente de repouso aplicada às válvulas ou transistores de saída é comutada
entre dois valores de acordo com o nível do sinal: em baixos níveis, a corrente é alta – classe A; a
partir de determinado nível de saída, a corrente é reduzida – classe AB.
 Amplificador classe D (ou PWM) – Funciona segundo a técnica de modulação por largura
de pulso (PWM) como um amplificador digital.Usa-se de forma cada vez mais freqüente em
aplicações onde se exige alto rendimento como em multimídia ou telefonia. Recentes avanços no
fabrico de transistores de alta velocidade, melhorado a qualidade de áudio destes amplificadores.
 Existem ainda outras classes como I que é uma composição das classes A e D num único
amplificador; A/AB; as extintas classes E e F; a classe J que combina as classes B e D; a classe S,
semelhante à classe D; e algumas topologias proprietárias encontradas somente em alguns
fabricantes, como Crown, Sunfire (Carver), Tripath (classe T).
 
 
Fig. 1 – Amplificador Cary Áudio, Classe A, com válvulas 6550 na saída
 
 
5. Montagem e componentes eletrônicos para valvulados
 
As válvulas podem ser adquiridas no comércio especializado do Rio (Rei das Válvulas) ou
de São Paulo (Valvulândia) ou encomendando direto pela Internet (Farnell – S.P.) que dispõe de
grande variedade. Os fabricantes atuais são Groove Tubes, Svetlana, Sovtek (Rússia),JJ
(Yugoslavia), Tesla, EI (Servia), China.
 
As válvulas novas, provenientes de estoque antigo (NOS=New old Stock) ainda são
encontradas em lojas no Brasil e no exterior. Consulte o site: http://www.newsensor.com. Existe um
grande e interminável discussão sobre quais são as melhores válvulas para áudio são as inglesas e as
alemãs (Mullard, Telefunken, Amperex, Tungsram, Brimar, GE, entre outras) devido ao baixo ruído,
durabilidade e similaridade com pares casados. As famosas válvulas E88CC e E83CC são de
qualidade especial, com filamento para até 10.000 horas e possuem pinos dourados. Os filamentos
dessas válvulas são diferentes das ECC88 e ECC83, pois não possuem a derivação central do
filamento no pino 9.
 
5.1 Construção prática do amplificador
 
 As partes artesanais são: confecção do chassi, da caixa em alumínio, painel, serigrafia do
painel e tampa de acrílico (opcional) para ser utilizada quando o amplificador não estiver em uso. O
chassi poderá ser aproveitado de um amplificador, rádio ou para melhor acabamento pode ser
fabricado de uma chapa de alumínio, cobre ou ferro e depois pintado ou cromado. A chapa de aço
inox possui boa apresentação, mas é difícil dobrar e furar, para isso, procure uma oficina que tenha
uma dobradeira de chapa. Cole um papel milimetrado por cima do chassi para distribuir todas as
peças que irão por cima do chassi e nas laterais e marque todos os furos necessários.
 
 
 
 
 
 
 Em montagens de amplificadores a válvula é comum utilizarmos de pontes de terminais
para suportar os fios e os componentes que irão ligados neles. Alternativamente, é possível
utilizar uma placa de fenolite perfurada, colocar os componentes um ao lado do outro e fazer
as ligações com fios coloridos até os soquetes das válvulas. A placa é suportada no chassi por
parafusos com porca e espaçadores de metal ou isolantes, que podem ser fabricados até com
uma caneta BIC. Não aconselho usar circuito impresso em toda a montagem, pois os filamentos
utilizam corrente alta e as trilhas de cobre podem não suportar. Na ligação dos filamentos que
usem corrente alternada, torça os fios para evitar ronco. Os soquetes das válvulas também são
especiais para montagem em impresso.
 
O enrolamento dos transformadores de força, choque da fonte e principalmente dos
transformadores de saída recomendo deixar para oficinas especializadas. Devido a sua
complexidade no projeto de cálculo e respectivos testes, da necessidade de ferro especial de
alto número de linhas, materiais isolantes.
 
Utilizar potenciômetros, botões (knobs), chaves, plugues fêmea RCA, capacitores e
resistores de alta qualidade para o projeto escolhido. Prefira potenciômetros importados, caso
encontre.
 
Os soquetes de válvulas são de ebonite ou porcelana (de maior qualidade para as válvulas
de saída, porém mais raros), utilizar soquete com blindagem para as válvulas de baixo sinal na
entrada dos pré-amplificadores. São ainda encontrados em lojas de eletrônica em São Paulo.
 
Utilize parafusos de aço inox para um melhor acabamento. Nas laterais podem ser
empregados parafusos tipo Allen.
 
 
6. A teoria da válvula triodo e seu funcionamento
 
 
A válvula triodo, um dispositivo de três eletrodos, é o resultado do aperfeiçoamento do diodo
a vácuo. A inclusão de um terceiro eletrodo, estrategicamente colocado entre o catodo e a placa,
constituiu o primeiro dispositivo eletrônico, em torno do qual pode ser implementado qualquer
circuito eletrônico, seja um amplificador, um oscilador ou um filtro.
Esse terceiro eletrodo é denominado grade ou, mais especificamente, grade de controle, cuja
função é controlar a corrente que circula entre o catodo e a placa. Sendo um eletrodo “aberto”, a
grade de controle, em princípio, não está incluída, sob o aspecto de corrente contínua, no circuito
catodo-placa. A grade de controle, salvo em aplicações especiais, é sempre polarizada
negativamente em relação ao cátodo. A título de ilustração, a válvula triodo se assemelha, em termos
de princípio de operação, ao transistor de efeito de campo (FET).
A figura 2 apresenta a simbologia tradicional encontrada em diagramas esquemáticos e na
literatura em geral para triodos e duplo-triodos, sendo este último nada mais que dois triodos
completamente independentes montados no mesmo invólucro. Em alguns diagramas elétricos o
filamento é desenhado dentro do símbolo do triodo. Geralmente são desenhados na fonte de
alimentação, com seus respectivos pinos.
O anodo ou placa é representado pela letra a; g significa grade; k catodo e f o filamento.
Figura 2
Os triodos de potência são de aquecimento direto, capazes de entregar alguns watts a um alto-
falante, através de um casamento de impedância adequada com um transformador de saída. São
usados principalmente em estágios de potência single-ended de amplificadores para alta-fidelidade
hi-end. Um exemplo de triodo de potência muito popular é a válvula 2A3. Possui tensão de filamento
igual a 2,5V sob corrente contínua ou alternada. Os triodos simples para aplicações gerais em áudio
são de aquecimento indireto para evitar ronco (hum) e com tensão de filamento igual a 6,3V sob
corrente contínua ou alternada. Os duplo-triodos representam a quase totalidade destes dispositivos
fabricados atualmente para uso em amplificadores de áudio. São válvulas miniaturas de 9 pinos e têm
filamentos independentes com um ponto em comum. Portanto, podem ser ligados, em paralelo, à uma
fonte de tensão de 6,3V ou, em série, a uma fonte de 12,6V, contínua ou alternada. A vantagem do uso
da corrente contínua para aquecer os filamentos é a eliminação de possível hum (ronco), proveniente
da rede de 60 Hz.
 
Vamos, agora, verificar como o triodo se comporta sob o aspecto de corrente contínua, ou
seja, admitindo que a grade de controle está polarizada por um potencial de corrente contínua, sem
nenhuma corrente alternada.
 
A introdução da grade de controle inserida entre catodo e placa permite o controle efetivo da
corrente que circula entre esses eletrodos. É fácil constatar a eficiência desse controle, quando
admitimos que a grade está polarizada negativamente em relação ao catodo. A figura 3 apresenta um
circuito básico para triodo de grade polarizada com três valores de tensão negativa e um com tensão
positiva, mantendo a tensão de placa fixa. Este circuito incorpora, nessa configuração, uma fonte de
polarização negativa ajustável denominada Ecc. Nos circuitos práticos, a tensão de grade de controle
Ec é obtida diretamente através de Ebb e não de Ecc. Na verdade, todas as tensões necessárias para
polarizar os eletrodos de uma válvula são obtidas através de Ebb.
 
 
 
 
Válvula sub-miniatura CV3986 / 6021com 8 fios, medindo 34 mm de altura e 9 mm de diâmetro e seu tamanho em
relação às outras válvulas
 
Figura 3
A figura 3 (A) mostrao triodo com uma tensão de polarização de grade fortemente negativa.
Quando isto ocorre, não circula nenhuma corrente no circuito catodo-placa, então, o triodo está no
ponto de corte. Isto é evidente, pois estando a grade muito negativa, é de se esperar que todos, ou
quase todos, os elétrons emitidos pelo cátodo sejam repelidos pela grade.
A figura 3 (B) mostra a grade de controle com uma tensão de polarização razoavelmente
negativa. Nesta situação, o fluxo de corrente no circuito catodo-placa é significativo.
Na figura 3 (C) a tensão negativa de polarização e grade é muito pequena, na verdade
próxima de zero, e o fluxo de elétrons no circuito catodo-placa é muito intenso. Em uma situação
como esta, o triodo está próximo do ponto de saturação.
Na figura 3 (D), a grade está polarizada positivamente. Isto significa que todos os elétrons
emitidos pelo catodo são acelerados em direção à placa, não encontrando neste percurso nenhum
elemento que limite o fluxo. Nesta situação, a grade de controle perde sua função primordial e, a
partir deste ponto, um aumento no sentido positivo da tensão de polarização de grade não significará
um aumento na corrente de placa. A válvula está saturada.
Os limites de operação da válvula triodo (ponto de corte e de saturação), bem como das
demais válvulas, varia conforme o tipo. Por exemplo, o duplo triodo ECC82 entra em corte com
Eb=240V e Ec=-18V, enquanto a ECC83 entra em corte com Eb=240V e Ec=-3,5V.
Nesta análise preliminar, mantivemos a tensão de placa Eb fixa, variando a tensão de
polarização da grade de controle. Observamos que, cada variação da tensão de grade Ec
corresponde a uma variação na corrente de placa Ib. A esta altura podemos perguntar: quando a
corrente de placa Ib varia, o que acontece com a tensão de placa Eb? Para que esta questão possa ser
avaliada, é necessário modificar os circuitos mostrados na figura 3, inserindo um resistor em série
com a placa e, em paralelo com este, um voltímetro. Este resistor é denominado resistor, ou
resistência, de carga de placa. Não confundir com “resistência de placa” (rp), que é um parâmetro
das válvulas triodo e pentodo. A figura 4 ilustra o que acontece com Eb e Ib, em termos de corrente
contínua, quando variamos a tensão de polarização da grade de controle Ec obtida através de uma
fonte.
 
 
 
 
 
 
Válvula Retificadora de onda completa 5U4
Figura 4
 
 
Os desenhos contidos na figura 4 são auto-explicativos. Assim, podemos tirar outras
conclusões do que foi exposto até aqui. Os circuitos mostrados na figura 4 se prestam para levantar
experimentalmente as curvas características do triodo promovendo apenas uma modificação, que é
colocar um reostato em paralelo com Ebb de modo a ser possível variar Eb. Vimos que existe um
forte inter-relacionamento entre a tensão de polarização de grade Ec e a corrente de placa Ib e tensão
de placa Eb. Assim, podemos construir um conjunto de curvas características para demonstrar a
variação da corrente de placa Ib em função da variação da tensão de polarização de grade Ec ou
tensão de placa Eb. Na verdade, as curvas características são de duas categorias:
 
1) curvas característica de placa e
2) curvas características de transferência.
 
 
Uma família de curvas características de placa da válvula ECC83/12 AX7 utilizada em pré-
amplificadores está representada na figura 5, que mostra a relação entre corrente de placa Ib e tensão
de placa Eb com a tensão de polarização de uma grade EC constante.
 
Figura 5
 
 
A figura 6, por outro lado, mostra a relação entre corrente de placa Ib e tensão de grade Ec
para um valor constante de Eb da mesma válvula. Estas curvas mostram o efeito provocado pelas
variações de tensão no circuito de grade no circuito refletindo na corrente de placa e são
denominadas curvas características de transferência ou mútua.
 
Figura 6
 
É muito importante ressaltar que essas famílias de curvas características representam as
características “médias” de um determinado tipo de válvula. Como as válvulas são dispositivos
extremamente delicados, surgem imperfeições na produção em massa. Quando precisamos de
válvulas para funcionar na saída em push-pull, devemos adquirir da mesma marca e, se possível, um
par casado. A fábrica separa as válvulas com características mais próximas e as vendem como
matched pair, sendo um pouco mais caras. Não obstante, as famílias de curvas características são
úteis e suficientemente precisas para se determinar graficamente o ponto de trabalho, a tensão de
polarização de grade e as demais características de operação da válvula. Alguns triodos de saída de
potência utilizados são: 2A3, 6A3, 6AS7, 811 A, 300B, entre outras. Vejamos, a seguir, algumas
equivalências de algumas válvulas utilizadas como pré-amplificadoras com a respectiva
transcondutância (ganho):
 
Código europeu Código americano Ganho (µ)
ECC 81 12 AU7 17
ECC 82 12 AT7 33
ECC 83 12 AX7 100
 
 
Essas válvulas pré-amplificadoras de elevado ganho podem apresentar o fenômeno de
microfonia, quando a própria vibração produzida pelos alto-falantes retorna e vibra internamente,
produzindo um apito. Por este motivo, alguns soquetes têm amortecimento com borracha. Existem
diferentes sufixos para as válvulas de saída 6L6, já que foram projetadas antes de 1945 e sofreram
modificações e melhoramentos ao longo do tempo. A 6L6 metálica, não deve ser desprezada, possui
excelente qualidade de áudio e suporta 360 volts de placa e 19 Watts de dissipação de placa, a
mesma para os outros tipos G, GA e GB. A 1614 é uma versão industrial da 6L6, suporta 375 volts
de placa e 21 W, enquanto a 5881 é a versão militar para 360 volts e 23 W. A 7581 é equivalente a
KT-66, é muito utilizada em equipamentos europeus e a 6L6GC suporta 500 volts e dissipa 30 W.
 
 
6.1 A válvula pentodo e seu funcionamento
 
As modificações na estrutura dos eletrodos do tetrodo foram projetados para a formação de
uma carga espacial entre a grade de blindagem e o anodo. Esta carga espacial evita que os elétrons
secundários originários do anodo alcancem à grade de blindagem. O mesmo efeito pode ser obtido
inserindo-se uma grade mantida com o potencial próximo ao potencial do cátodo, entre a grade de
blindagem e o anodo. Como a função desta terceira grade é suprimir a emissão de elétrons
secundários, ela é chamada grade supressora. É enrolada com um passo maior do que a grade de
controle e a grade de blindagem. O símbolo de um pentodo é mostrado na figura 7 (a); em virtude de
a grade supressora ser normalmente operada no potencial do catodo, ela é às vezes conectada
internamente ao catodo, conforme mostrado na figura 7 (b).
 
Figura 7
O pentodo é uma estrutura de eletrodos que consiste de um catodo, grade de controle, grade
de blindagem, grade supressora. A estrutura dos elétrons é montada entre dois discos de mica, o
superior e o inferior, adaptada diretamente aos pinos da válvula.
A válvula usa um catodo de aquecimento indireto. O filamento é formado por um fio de
volfrâmio revestido de óxido de alumínio (alumina) para isolar eletricamente do catodo. O próprio
catodo é um cilindro de níquel revestido no lado externo com material emissivo, uma mistura em
partes iguais de óxido de bário e óxido de estrôncio. A temperatura de operação do catodo é
aproximadamente 700º C.
Figura 8 – Construção de uma válvula pentodo
O catodo de aquecimento indireto é usado como fontes de filamento de c.a. Ele tem a
vantagem de o catodo ficar eletricamente isolado do filamento e poder ser mantido num potencial
diferente do filamento. O outro tipo de catodo é o aquecido diretamente, com o revestimento
emissivo sobre o filamento de aquecimento, e é usado com fontes de filamento de c.c. Este tipo tem a
desvantagem de o potencial de catodo na válvula ser sempre o da fonte de filamento e de o potencialvariar ao longo do comprimento do catodo.
Depois do gás da válvula ter sido eliminado, ela sofre a ação do getter para remover
qualquer gás residual. O getter é uma porção de magnésio ou bário colocada sobre o suporte do
getter durante a montagem da válvula. É dada ignição ao getter, que evapora sobre a superfície
interna do vidro, absorvendo no processo a maior parte dos átomos do gás residual para aprimorar o
vácuo no interior da válvula. Tomam-se precauções no posicionamento do getter para assegurar que
o mínimo possível alcance a estrutura dos eletrodos, evitando o risco de curto-circuito.
A faixa de tensões aplicadas ao anodo de uma válvula típica de processamento de sinais está
entre 100 V e 250 V. A corrente de ânodo está entre 5 mA e 50 mA para aplicações de pequenos
sinais, limitando-se na ordem de 500 mA para válvulas de saída. Correntes mais altas podem ser
drenadas das válvulas retificadoras. A tensão de filamento é padronizada para as válvulas que
operam em paralelo pelo transformador da fonte de alimentação em 6,3 V ou 12,6 volts. As
retificadoras geralmente têm o filamento de 5,0 volts. Nas aplicações onde os filamentos das
válvulas são ligados em série com a rede de alimentação, a tensão de filamento pode ser mais alta,
por exemplo, até 50 V. A corrente de filamento está tipicamente entre 100 mA e 300 mA.
Quando o pentodo é usado como um amplificador de pequenos sinais, as variações na tensão
da grade de controle causadas pelo sinal aplicado devem produzir maior variação possível na
corrente de ânodo. O efeito da tensão negativa da grade sobre os elétrons que fluem entre os fios da
grade é muito marcante. Além de pentodos, encontramos também heptodos e octodos com 7 e 8
grades respectivamente, usadas como válvulas conversoras ou misturadoras.
As válvulas pentodos de potência na saída mais utilizadas são: KT88, KT66, 5881, 6550,
EL34, EL84 (6BQ5), 6L6 e 6V6 entre outras. Existe opção de adquirir um par casado, isto é, com
características semelhantes, para uso em amplificadores push-pull.
 
As formas de ligação de um pentodo para funcionar como triodo é a seguinte:
 
 
Quando precisar saber se uma válvula pode substituir uma outra, baixe o freeware do site:
http://www.duncanamps.com/tdslpe/ com informações sobre as características elétricas e
respectivas pinagens das válvulas.
 
 
 
 
 
 
 
6.2 Amplificadores classe A com triodo
 
Uso de realimentação positiva ou negativa:
 
Se uma parte do sinal de entrada é aplicada à entrada, se alteram as características de ganho do
amplificador. Considerando uma carga na saída puramente resistiva, Rp, teremos o ganho A sem
realimentação definido por:
 
Ganho =A = Ep/Eg = µ Zp / ( Zp + Ri)
 
Tensão de saída Ep= A Eg
Potência de Saída = Ps= (Ep)² / 2 Rp = (A Eg) ² / 2 Rp
Amplificação com realimentação
Chamando de ß a fração do ganho A que volta ao circuito de entrada, teremos:
ß = R2 / (R1 + R2) e Rp= R (R1+R2) /R+R1+R2
Se a tensão realimentada está em oposição de fase com a entrada, ß é negativo e o ganho com
realimentação será:
Ar = A / 1+ ß.A
Vantagem da realimentação: A distorção se reduz na mesma proporção que o ganho. Se ß for
positivo e para ß=1/A, a amplificação será infinita e o amplificador oscila. Se ß.A for muito maior
que 1, teremos:
Ar= 1/ ß
Quando utilizamos amplificadores em push-pull classe A, a potência de saída é dobrada, e os sinais
com harmônicos pares são anulados.
 
6.3 Amplificador de potência com saída em classe A
Etapa de saída em Classe A
O circuito com saída em classe A foi o primeiro a ser utilizado em amplificadores para uso
em rádios, toca-discos e em cinemas. Como a potencia era relativamente pequena, as caixas
acústicas precisavam de alta eficiência e apenas 3 a 10 Watts eram suficientes para cobrir um
auditório tratado acusticamente!
Repare, no circuito da figura, os poucos componentes empregados. Apenas uma válvula
amplifica o sinal, sem introduzir distorção de fase nem cancelar o segundo harmônico, reproduzindo
cm extrema fidelidade o sinal aplicado na entrada. Este circuito é conhecido como amplificador
single-ended, com operação em classe A.
Para cálculo da relação de espiras do transformador, como ele substitui a resistência de placa
Rp, a relação de espiras é dada por:
Relação de espiras N = Ns/Np = E saída/E entrada N = √¯Rp/Rc; onde Rc é a impedância do
alto-falante 
Inicialmente, precisamos definir a faixa mínima e máxima de frequência do amplificador. Por
exemplo: 20 Hz (f min ) a 20 kHz (f máx ). Conhecendo a potência de saída e a impedância de saída
(carga do alto-falante), saberemos a tensão aplicada no primário, e consequentemente o número de
espiras que deverá ser aplicado a um carretel que caiba no núcleo de ferro escolhido. Para o
amplificador classe A, esse transformador é mais crítico pois o núcleo é especial, com ferro de grão
orientado para não saturar facilmente, podendo chegar até 9000 Gauss.
Indutância do Primário Lp:
Lp (Henry) = Ri. Rp / (Ri+Rp).2Π f min 
f min = frequência mínima de reprodução com perda de 3 dB
Indutância de Dispersão referida ao Primário:
Ld (Henry) = Ri + Rp / 2Π f max 
 
 
 
7. Resistores, potenciômetros e controles
 
A resistência elétrica, por definição, de um condutor é o quociente da diferença de potencial
entre seus extremos pela intensidade de corrente elétrica correspondente:
R (ohms) = ddp (Volts) / I (Amperes).
 
A resistência de um condutor varia com a temperatura. No caso dos metais a resistência aumenta
com o aumento da temperatura. Mas, em certas substâncias, como o carbono utilizado na fabricação
de resistores, a resistência diminui à medida que a temperatura aumenta. Os resistores de maior
dissipação são mais susceptíveis a queimar devido a maior corrente que circula por eles. Para medir
seu valor, prefira um multímetro digital, caso disponível, mas tenha em mente que a tolerância dos
antigos resistores chega a 20%, exceto especificação em contrário no esquema ou manual ( 5% ou
10%). Meça o resistor de preferência com o multímetro digital posicionado na escala de ohms e
substitua todos os resistores fora da tolerância. Assim, a letra K representa milhares de ohms, como
20KΩ = 20000 ohm e a letra M indica milhões de ohms, como 10 MΩ = 10 Megohm. Já encontrei um
defeito provocado por resistor de fio que teve seu valor aumentado mas não tinha aberto e a fonte
consequentemente fornecia um valor de tensão menor, com menor desempenho dos estágios.
 
O termo potenciômetro refere-se a um resistor variável usado para controlar o volume, a
tonalidade, balanço ou alguma característica de ajuste de imagem dos televisores. Existem para mais
de uma centena de tipos diferentes de controles com as mais diversas características elétricas e de
construção mecânica. Basicamente, existem dois tipos de potenciômetro: o de fio e o de composição
de carvão. O primeiro distingue-se pela maior precisão e pela maior dissipação de potência. Os
potenciômetros de carvão são em regra mais baratos e permitem obter maiores valores de resistência
em espaço limitado. Permitem atualmente o emprego de grande variedade de curvas de resistências.
São também, praticamente não indutivos, tendendo a apresentar menor ruído de fricção na rotação. O
tamanho e o tipo de construção dos potenciômetros, naturalmente, variam com a dissipação de
potência. Os potenciômetros de fio de 10 watts ou mais, são maiores e muitas vezes, de construção
aberta. Normalmente, só os potenciômetros de menores dissipações, do tipo de carvão, possuem
interruptores adaptados na parte posterior.
 
 
 
Código de cores para resistores
 
Os potenciômetros concêntricos permitem os ajustes com chave de fenda sem afetar a
capacitância do circuito. A unidade é dotada de duas orelhas dobráveis, próprias para fixação.
Alguns potenciômetros especiais são caros, pois empregam enrolamentos em espiral,para maior
definição, sendo fabricados com curvas de resistência e derivações especiais. A curva de um
potenciômetro é característica de certa importância, indicando a maneira pela qual a resistência
varia com a rotação do eixo do potenciômetro. A este respeito convém mencionar que a maioria dos
potenciômetros comerciais tem uma rotação útil de 270 graus. A curva pode ser definida como a
relação entre a porcentagem de rotação e a porcentagem da resistência total. A maioria dos
potenciômetros comuns tem suas curvas referidas à rotação para a direita quando se olha o controle
da ponta do eixo. Observe que todas as curvas começam do ponto correspondente a 10% de rotação
e terminam a 95% da rotação total. Isto acontece porque os intervalos entre 0 e 10% e 95 e 100% são
ocupados pelos respectivos terminais de ligação.
 
A curva “A” representa uma variação LINEAR da resistência com a rotação. Este tipo de
controle é usado na maioria das aplicações exceto para fins de controle de tonalidade e de volume de
áudio. As curvas “B” e “C” são ambas usadas nos controles de volume e de tonalidade, obedecendo
a uma logarítmica modificada. A curva “W” é também uma curva logarítmica modificada, mas sua
posição central corresponde a 37% da resistência, aproximando-se bastante da curva linear. A curva
“S” é linear em quase toda a sua extensão, porém, em ambos os extremos, apresenta uma fraca
variação de resistência.
 
Seria difícil regular o volume de um amplificador com um potenciômetro de curva linear, em
lugar da clássica curva logarítmica modificada. Por isso, quando fizer uma troca de potenciômetro,
convém sempre prestar atenção não só ao valor ôhmico e a dissipação de potência da unidade
defeituosa como também à sua curva. As dissipações de potência de potenciômetros de fio vão de 3 a
50 Watts, sendo essa característica assinalada na própria unidade. As dissipações dos
potenciômetros de carvão de equipamentos valvulados variam de 1/3 a 2 Watts.
 
Às vezes, é possível melhorar o ruído apresentado pelos potenciômetros aplicando spray de
freon ou de limpeza especiais, sendo a troca o procedimento ideal.Os modelos para áudio têm a
dissipação normal para 2 Watts, porém não devem ser operados acima de 1 Watt em funcionamento
continuo. Os potenciômetros miniaturas têm dissipações bem menores. Os valores de potenciômetros
para guitarras são geralmente de 250 kΩ a 500kΩ.
 
 
7.1 Onde encontrar peças para montagem de amplificadores valvulados
 
Atualmente, na Loja Multicomercial, localizada na rua dos Timbiras, em São Paulo,
www.multcomercial.com.br é possível comprar válvulas, capacitores de tensão alta,até 500 VDC,
potenciômetros e soquetes para montagem e manutenção de valvulados .
 
Resistores fixos de 1% de tolerância são encontrados na loja Dabi, na Rua dos Timbiras
299/301, tel:011-3337-8899 e na loja Opoen, site http://www.opoen.com.br, Rua General Couto de
Magalhães, 221, Santa Ifigênia, São Paulo (enviam pelos Correios).
8. Capacitores
 
 Devido à idade dos equipamentos valvulados, recomendo o teste e a troca dos capacitores
eletrolíticos da fonte e dos outros capacitores usados em acoplamento e passagem. Para verificar o
valor com um capacímetro e testar um capacitor quanto a sua fuga, utilizamos um multiteste analógico
com a escala para medida de resistência de acordo com o valor do capacitor: quanto maior o
capacitor, menor a escala em ohms. Em seguida, invertemos as pontas de prova e repetimos a medida
da resistência de fuga na descarga do capacitor. Finalmente, verificaremos se o componente está
aberto ou em curto, mas nesse teste com o ohmímetro, a tensão aplicada será a da bateria do
multiteste e, na prática, os capacitores funcionam com tensões maiores e podem apresentar fuga com
a tensão normal de trabalho.
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os capacitores modernos utilizados são fabricados de filme de poliéster, polipropileno ou
poliéster metalizado, entre outros. Os capacitores com filme de poliéster têm a característica sônica
original da época e custam barato. Já os capacitores de poliéster metalizado fornecerão um maior
brilho (capacitores Illinois série MWR), assim como os capacitores de filme de polipropileno da
Sprague 716P, Hovland Musicaps e MultiCap PPFX-s. Os capacitores mais caros são de 
polipropileno metalizado da Solen PB, Illinois MPW, AuriCap e MultiCap PPMFX. Outras marcas
de capacitores de qualidade são: CDE; Kimber Kap; Júpiter; Jensen; Dynamicap; Mundorf.
 
 
 
 
 
 
Caso utilize um capacitor eletrolítico que ficou guardado muito tempo, o melhor
procedimento é aplicar uma tensão DC menor e ir aumentando com uma fonte até a completa
restauração do dielétrico, quando a corrente de fuga irá diminuir e se estabilizar. Por isso, devemos,
periodicamente, ligar nossos equipamentos a válvula para maior vida útil dos capacitores! A
corrente de fuga dos capacitores eletrolíticos secos deve permanecer abaixo de 2 mA ou menos, após
decorridos 30 minutos da aplicação da tensão de trabalho. Se isto não ocorrer, deve-se substituir o
capacitor. Havendo apreciável flutuação da corrente de fuga, o capacitor é provavelmente um
componente com defeito intermitente e deverá ser trocado. Algumas pontes antigas a válvula medem
capacitores aplicando uma tensão de até 450 volts, enquanto os capacímetros digitais utilizam a
própria tensão da bateria, geralmente 9 volts, insuficiente para verificação da corrente de fuga.
 
 
9. Circuitos práticos de amplificadores classe A single-ended
 
9.1 Amplificador classe A com válvulas 2A 3 de minha construção
 
O amplificador abaixo descrito na figura 12 utiliza a válvula triodo pré-amplificadora 6 SL7
e o triodo amplificador de saída 2 A3. É bem simples de montar e oferece uma qualidade de saída de
áudio excelente. Exige caixas com alto-falantes de alta eficiência. Observar que os capacitores
eletrolíticos da fonte são de valores elevados, 470 microFarad, bem maiores do que os utilizados
em projetos de antigos amplificadores a válvula. Os transformadores de força e o choque de filtro da
fonte foram enrolados de acordo com as tensões especificadas e os transformadores de saída foram
projetados especialmente pela Tesla Transformadores.
 
Recomendo utilizar uma válvula retificadora em vez de diodos retificadores de silício para
que as válvulas estejam aquecidas quando surgir a tensão de +B (alta tensão da fonte). Na montagem,
os transformadores de saída de áudio devem ter seus núcleos perpendiculares ao transformador de
força para minimizar a indução. O chassi é de alumínio anodizado, dobrado em viradeira de chapa e
nos furos dos soquetes das válvulas e eletrolíticos foram utilizados vazadores circulares, na ausência
desses, podemos furar círculos com brocas de 3 mm e acertar o furo com lima circular. Antes da
montagem, colar a parte superior do chassi com papel milimetrado, dispor as peças e componentes
para estudar a melhor disposição e para melhor alinhamento quando da furação. Coloque os
transformadores da fonte e saída com os respectivos núcleos não paralelos p/ evitar indução.
 
 
Figura 10 – Amplificador Classe A com Válvulas 2A3 de Minha Construção
 
Figura 11 – O meu Amplificador durante os testes finais na bancada. À direita, dois amplificadores, mono, classe A, da marca
Melody são vendidos por US$ 2200.00!
 
O primeiro interruptor (à direita, na primeira foto) comuta o primário do transformador, enquanto o
segundo interruptor comanda o +B aplicado às válvulas. O transformador menor é o choque da
fonte. 
 
Figura 12: Esquema do Amplificador com válvulas 6SL7 e 2 A3 com os 2 canais e
respectiva fonte de alimentação
 
 
 
Os núcleos dos transformadoresda fonte ficam perpendiculares aos núcleos dos
transformadores de saída. Utilizei pontes de terminais e placas de fenolite para facilitar a disposição
das peças na montagem. Os fios dos filamentos das válvulas devem ser retorcidos para eliminar
roncos. O amplificador acima não possui controle de volume, este fica localizado no pré-
amplificador. 
 
Destaco a necessidade do uso de caixas acústicas com alta eficiência, tipo bass reflex, para
melhor casamento com os amplificadores classe A, devido a sua baixa potência de saída. Caso
utilize caixas de suspensão acústica, de menor eficiência, recomendo o uso de amplificadores
valvulados com saída em push-pull.
 
Especificações técnicas amplificador classe A, single-ended, com válvula 2 A 3
Reposta de Freqüência 10Hz - 44,5 kHz -3 dB a 1 W
Relação Sinal-Ruído 90 dB menor que 1% a potência plena
Fator de amortecimento 3,5
Potência de Saída 3,5 W RMS
 
 
9.1.1 Algumas restaurações de amplificadores valvulados
 
 
Neste Power Pilot SA-260 com 4 válvulas de saída EL-34 foram trocados: os conectores de entrada RCA, plugues para alto-
falantes, além de capacitores, resistores, suporte de fusível, tomada e todas as válvulas.Foram colocados 4 pés de borracha
devido ao peso do conjunto e refeita a pintura em preto fosco da caixa e chassis. Devido à presença da tampa e ao calor das
válvulas, recomendo o uso de uma pequena ventoinha para diminuir o aquecimento.
 
 
Power Pilot SA-260 antes da reforma Power Pilot SA-260 após a reforma
 
 
 
Pré e Power integrado estéreo Scott com 7591A 
 
 
9.2 Amplificador single-ended com transformador inter-etapa e triodo 811A
 
 
 
 
 
O amplificador classe A acima fornece cerca de 15 W RMS com a válvula triodo 811-A e
utiliza transformador inter-etapa. É fabricado por Kouichi Nobu Shishido, da Master Shishido
Amplifier, ano 1992. Observe a polarização de grade positiva da 811. Outros triodos de
transmissão como 830, 838, 801, 300B ou mesmo pentodos como 6L6GC, EL34, 5881, ligados
como triodos, também são utilizadas na saída de áudio de amplificadores single-ended. O primário
do transformador deverá ser projetado para 127 VCA ou 220 VCA em vez da tensão de 100 VCA.
 
Importante: Muitos amplificadores fabricados no U.S.A. são projetados para 110 Volts ou 115
volts. Com a rede de 127 VCA, a fonte irá apresentar tensões maiores de filamento e de +B. A
solução que adotei foi adquirir um estabilizador de tensão, do tipo utilizado em micros que fornece
exatamente 115 volts. Sugiro que teste com um voltímetro digital antes de adquirir um
estabilizador, pois muitos possuem a saída de 127 VCA!
 
 
 
9.3 Amplificador single-ended sem transformador inter-etapa com triodo 811A
 
 O Amplificador Classe A acima fornece cerca de 13 W RMS com a válvula triodo 811A.
Com circuito simples, não utiliza transformador como no circuito anterior. As tensões de alimentação
estão em vermelho.
 
9.4 Amplificador com push-pull de triodos 6AS7 - 6080
 
 Neste projeto relativamente simples foi utilizada uma fonte com diodos de silício em vez de
válvulas retificadoras e três tensões são obtidas: 350 VDC, 220 VDC e a tensão de polarização de
-160 VDC do estágio pré-amplificador. Foram empregados dois pentodos da Siemens C3g, E180F ou
EF86 e duplo-triodos 6AS7 ou 6080 para cada canal. O transformador de saída possui a impedância
de 2000 ohms no primário e 8 ohms no secundário. Pode fornecer de 7 a 13 W RMS.
 
 
Fotos do Amplificador e de válvulas 6080 Mullard
 
9.5 Fotos de amplificadores
 
 
 Amplificador com triodo 300B Amplificador com push-pull de Pentodos 5881
 
 
Amplificador pushpull de EL34 Classe A Amplificador pushpull de EL34 Classe AB
 
 
 
Pré e Amplificadores Caseiros com Triodos
de saída 300 B
 
 
Amplificador Aprilsound Single ended com 2A3 
 
 
 
 
9.6 Amplificador integrado Scott Model LK-72, Laboratory Series, com 7591A
 
 
 A Scott iniciou a sua fabricação em 1952 com o modelo integrado com pré, equalizador e
amplificador modelo 99-A e em 1958 lançou o modelo 299, um dos modelos mais vendidos. Até
hoje seus valvulados são muito procurados pela sua qualidade. O LK-72 foi produzido de 1960 a
1963 e usa as seguintes válvulas: 7591A na saída (podem ser adaptadas 6V6 com mudança na
ligação dos soquetes), 6GH8 (pode ser substituída pela 6U8), Retificadora 5AR4 ou GZ34, 12
AX7. Atualmente as válvulas 7591 são difíceis de serem encontradas, mas podem ser substituídas
pelas válvulas 6V6, necessitando para isto de uma mudança na ligação dos soquetes de 8 pinos.
 
Não substitua a válvula retificadora por diodos de estado sólido, pois a alta tensão da fonte de
alimentação irá aumentar muito devido à menor resistência interna dos diodos e irá sobrecarregar
os capacitores eletrolíticos da fonte e modificar todos os regimes de operação projetados para as
válvulas.
 
Se o seu amplificador apresentar ronco (hum), existe uma maneira simples de verificar a origem do
defeito. Diminua totalmente o volume no potenciômetro, caso o defeito ainda persista, o problema
vem da fonte, devido à falta de filtragem. Se o ronco parar, verifique nos circuitos de entrada a
blindagem do soquete na válvula pré-amplificadora e se os cabos são blindados e aterrados
convenientemente.
 
 
A foto deste pré e amplificador integrado Scott por mim restaurado está na página anterior. Fabricado em 1960, utiliza 4
válvulas 7591A, e válvula retificadora GZ34 na fonte de alimentação..
9.7 Amplificadores push-pull ultralinear Williamson
 
 
 
Na operação de um circuito em saída push pull temos as duas válvulas, geralmete um par casado,
com as mesmas características elétricas, para maior balanço e menor distorção do segundo
harmônico. Entretanto, na prática, sempre existirá diferenças entre as os dois lados do inversor de
fase que excita o estágio de saída, devido ao não balanceamento das duas metades do enrolamento no
transformador, na diferença nos valores dos demais componentes: resistores e capacitores. Por este
motivo, existe um potenciômetro de controle, o qual permite ajustar a polarização (bias) toda vez que
as válvulas de saída são trocadas.
 
9.7.1 Ajuste de bias
 
Com um voltímetro em paralelo com o resistor de catodo, ajustamos o potenciômetro de bias
para garantir a mesma tensão no resistor de catodo e a mesma corrente em cada pentodo de saída.
Apesar de conseguirmos uma boa potência com a saída em push-pull, devemos ter cuidado na
escolha do transformador de saída. Quando o bias está desregulado ou o valor de algum resistor de
polarização é modificado por queima ou sobrecarga, se uma das válvulas de saída estiver com a
placa avermelhada, desligue imediatamente o amplificador, pois significa que a dissipação máxima
superou o valor admissível e a válvula queimará em breve.
 
 
 
 
10. Projeto detalhado de um pré-amplificador a triodo
 
 
 
Ebb = eb + ib . RL onde:
Eb= tensão de placa, ib= corrente de placa
RL = resistor de placa; Rp = Resistência interna da Placa
 
 
Primeiramente necessitamos ter em mão a curva de transferência da corrente de placa versus
tensão de placa obtida de um manual de válvulas Philips, 5 °Edição, para o triodo que utilizaremos:
ECC83 ou 12AX7, conforme mostrado abaixo:
 
 
 
Neste manual obtemos: RL=100 kΩ e Rk=1200 Ω
 
Para traçar a reta de carga precisamos de 2 pontos:
1° Ponto: Tensão da Fonte Ebb
2° Ponto: Corrente de Placa: Ib= Ebb /Rp
 
Para uma fonte com +B=300 V, teremos: Ebb =300 V, RL=100 kΩ
 
Ib = 300 v /100 kΩ= 3 mA
 
Assim podemos traçar a reta de carga (em verde),sempre procurando uma porção linear do gráfico.
Com uma tensão de catodo de Vg= -1v, estaremos na 3° curva em uma região linear, operando com
uma corrente de 1,4 mA e 160 v de placa ( retas em azul).
 
O resistor de catodo será igual a Rk= Vg/ Ip = 1 / 1,4 = 0,71 KΩ, usaremos 820 Ω
 
 
Reta de carga traçada sobre as Curvas de Transferência da 12 AX7
 
 µ = ganho da válvula 12AX7=100
*Rp=62 k Ω obtido do manual
 
Ganho ou Amplificação do Estágio Amplificador = (µ . RL ) / (( RL+ Rp+ (µ+1) Rk)
 
Substituindo os valores para µ=100, teremos:
 
Ganho = 100.100 k /100 k +62 k * + (101) 0,82 k = 41
 
Como a impedância de saída total deste estágio será igual ao resistor de placa (RL)em
paralelo com a resistência interna de placa (Rp) , teremos a resultante de 38 k Ω, que é um valor alto
para excitar uma carga. Utilizaremos um outro circuito seguidor de catodo, sem ganho apenas para
casamento de impedâncias.
 
Nesta configuração, a impedância de saída será igual a 1/transcondutância da válvula dada
em micromhos. Para a 12 AX7 é cerca de 1600 micromhos, sendo a impedância de saída do
seguidor de catodo de 1/1600 = 625 Ω.
 
Para o projeto do 2° estágio amplificador, usaremos uma reta de carga que forneça uma
corrente maior, foi escolhido 3 mA:
 
Rk = 300V / 3mA = 100k Ω.
Resistor de polarização do catodo = 1V/1.35 mA = 740 Ω, usaremos 680 Ω
 
No modo quiescente, isto é, sem corrente, a queda de tensão na válvula será 163 V, de forma
que a tensão no catodo será de 300V - 163V = 137V. A grade estará a um potencial de 1 V abaixo do
catodo, com 136V.
 
 
 
Esquema final do Amplificador com 2 estágios a triodo 12 AX7
 
 
O resistor de 1 MΩ na saída pode ser substituído por um potenciômetro para controle de volume
 
 
 
Exemplo de montagem para o pré-amplificador
 
 
 
 
10.1 Pré-amplificador com entrada de toca-discos (phono)
 
 
Um pré-amplificador lida com sinais de baixos níveis na entrada, como por exemplo: toca-
discos, guitarra ou microfone, Já para utilizar um CD player, como a sua saída é maior que 1 volt, o
Cd pode ser ligado diretamente à entrada de um amplificador se o mesmo possuir um controle de
nível de entrada (potenciômetro de volume). Como o sinal de um toca-discos é insuficiente para
excitar diretamente o amplificador de potência, precisamos de um circuito, como o mostrado acima,
indicado para quem deseja um pré-amplificador simples com a curva de equalização RIAA para
phono. Essa curva foi padronizada entre outras existentes no passado e serve para reforçar os agudos
na gravação dos LPs; inversamente, o pré amplificador deve atenuar os agudos.
 
O circuito utiliza +B de 250 volts. As duas válvulas em paralelo reduzem o nível de ruído e o
estágio de entrada é acoplado por ac para a primeira metade da 6SN7. Adicione um capacitor em
paralelo com R2 no valor de 1000 uF/25 Vdc, caso seja necessário aumentar o ganho do circuito em
caso de necessidade.
 
 
 
Curva RIAA e outras utilizadas na equalização de discos
 
10.2 Circuito de pré-amplificador sem entrada de phono:
 
O circuito acima é simples de fabricar devidos aos poucos componentes e refere-se a um
canal apenas. O pré deve ficar o mais perto possível do amplificador, interligando o toca-discos com
cabos com uma blindagem de grande cobertura de malha. Preste atenção quanto à disposição dos
cabos. A fiação de baixo sinal, assim como os cabos de saída dos toca-discos, não deve ficar perto
dos cabos AC.
 
 
10.3 Circuito de pré-amplificador profissional com 8 válvulas
 
Se o leitor possui bastante prática em montagens de áudio e de eletrônica será capaz de
realizar este empreendimento. O desafio foi montar e conseguir o mesmo desempenho do circuito do
fabuloso pré-amplificador da Audio Research, modelo SP-8, representado abaixo na esquerda.
 
 
 
Observe o complexo esquema da fonte regulada e estabilizada com 2 válvulas e diodos
Zener. O painel do pré foi serigrafado, e o projeto das placas de circuito impresso da fonte somente
com o esquema disponível também foi uma montagem bem complexa, por isso não o recomendo para
iniciantes. Depois de finalizado, o resultado e a qualidade do pré-amplificador obtida compensou
plenamente! Utiliza as seguintes válvulas (2) 12AX7 no circuito de phono, (1) 12AT7, (1) ECC82,
(2) E88CC ou 6DJ8, (1) 12BH7. Fabriquei, posteriormente, uma tampa de acrílico transparente com
furos para ventilação para melhor visualização dos componentes com duas pequenas ventoinhas.
Seguem algumas fotos do pré-amplificador já montado por mim e testado:
 
 
 
 
 
 
 
O chassi foi fabricado de alumínio anodizado dourado e com madeira nas laterais e tampa.
Posteriormente fabriquei uma tampa de acrílico com furação para ventilação para a parte posterior.
Existe uma tampa inferior de alumínio que não aparece nas fotos para blindagem do chassi. Os
soquetes de válvulas dos primeiros estágios – PHONO, possuem blindagem e talvez seja difícil
encontrar atualmente. Mas o principal segredo deste pré da Audio Research é a qualidade dos
componentes por eles utilizados.
 
 
 
Algumas simplificações do circuito original:
 
Eliminação do circuito original do timer, o qual liga o +B somente com os filamentos das
válvulas já aquecidas. O timer foi substituído por uma chave para ligar os filamentos, antes da tensão
de +B de 472 VDC ser aplicada.
 
 
 
10.3.1 Esquema da fonte de alimentação do pré-amplificador Audio Research SP-8
 
 
A fonte de alimentação acima mostrada é estabilizada e regulada, por isso emprega tantos
componentes. Os esquemas de outras versões deste pré podem ser melhor visualizados no site
http://www.arcdb.ws/SP8/SP8.html. Existem várias versões e aprimoramentos deste pré da Audio
Research. A audição de LPs com este pré é realmente maravilhosa!
 
 
 
 
 
 
 
 
10.3.2 Esquema do pré -amplificador Audio Research SP-8
 
 
 
11. Relações de tensão e potência: dB, dBm e dBW
 
 
 
 
 
 
 
Considerando-se um amplificador de sinal, filtro ou qualquer outra estrutura que amplifique
ou atenue sinais provenientes de ondas eletromagnéticas, a relação entre a potência de entrada e
saída é dada por:
 
Ganho (G) =Eout/Ein
 
onde: Eout= tensão de saída e Ein = tensão de entrada do amplificador.
 
Similarmente, teremos: Ganho (G) = Pout /Pin e G= Pr/Pt como no exemplo abaixo:
 
 
Para tratamento de sinais em amplificadores, em intensidade de campo elétrico e de relações
de potência, foi criada a relação logarítmica denominada Bell, em homenagem a Graham Bell.
Devido ao Bell ser uma unidade de grande variação, é utilizada o seu sub-múltiplo, o decibel,
abreviado de dB, muito usado em Eletrônica e em Telecomunicações.
 
G (Bel) = log (Pout /P in) e G(dB) = 10 log (Pout /P in)
 
Da mesma maneira a relação entre as tensões de entrada e saída seriam:
 
Pout=Eout²/Z e Pin= Ein²/Z a relação entre Potências com a mesma Impedância Z:
 
G(dB) = 10 log (Pout /P in) = 10 log (Eout /E in)²= 20 log (Eout /E in)
 
G(dB) = 20 log (Eout /E in)
 
Na conversão de dB para dBm, onde este último é relacionado a uma Potência de entrada (Pin) de 1
mW:
 
dBm = 10 log [P (mW)/1mW] 
Na conversão de dB para dBW, onde dBW é relacionado a uma Potência de entrada (Pin) de 1 W:
 
dBW=10 log [P (W)/1W] 
dBm e dBW relacionam relações entre potências,enquanto dBv relaciona relações entre tensões
 
 
dBm dBW Watts Terminologia
+100 +70 10 000 000 10 Megawatt
+90 +60 1 000 000 1 Megawatt
+80 +50 100 000 100 kilowatt
+70 +40 10 000 10 kilowatt
+60 +30 1 000 1 kilowatt
+50 +20 100 100 watt
+40 +10 10 10 watt
+30 0 1 1 watt
+20 -10 0.1 100 milliwatt
+10 -20 0.01 10 milliwatt
0 -30 0.001 1 milliwatt
-10 -40 0.0001 100 microwatt
-20 -50 0.00001 10 microwatt
-30-60 0.000001 1 microwatt
-40 -70 0.0000001 100 nanowatt
-50 -80 0.00000001 10 nanowatt
-60 -90 0.000000001 1 nanowatt
 
Tabela de Conversão da potência medida em dBm e dBW em Potência medida em Watts
dBm – É uma potência em dB relativa a um milliwatt.
dBW - É uma potência em dB relativa a um watt.
dBm = dBW + 30
0dB = 0,775 V em 600 Ω e 0 dBm = 1mW em 600 Ω
 
Exemplo: um nível de potência de 10 dBm está 10 dB acima do nível de 1 mW, isto é, 10 mW,
enquanto um nível de 20 dBW é 100 vezes maior do que 1 W, isto é, 100 W.
 
11.1 Potência RMS, IHF e PMPO de amplificadores de áudio
 
A potência RMS ou valor quadrático médio (root mean square) ou valor eficaz é a potência
gerada por uma corrente e tensão alternada que tem o mesmo efeito de uma corrente e tensão
contínua. Existe muita confusão quando se encontram referências de potencia de saída em
equipamentos de áudio em W (Watt) com valores discrepantes.
 
A potência PP (pico-a-pico) refere o nível de pico a pico (Peak-to-Peak) e não deve ser
confundida com potência RMS, potência entre os picos superiores e inferiores de saída. O valor
RMS pode ser calculado a partir deste valor usando a seguinte expressão 
 
Vpico-a-pico= 2 * V Pico ou V RMS = V Pico / 1,414 ou V RMS = V Pico* 0,707 
 
A potência RMS, efetiva ou eficaz é a medida de potência padrão e correta para
amplificadores de áudio pois é a potência real entregue aos alto-falantes.
 
A potência IHF, dinâmica ou musical, é um padrão atualmente fora de uso e representa cerca
de 35 a 50% maior que o valor equivalente em RMS
 
A potência PMPO ou potência de saída de pico musical seria a potência máxima que um
amplificador poderia suprir sob algumas condições, mas a PMPO não tem nenhuma correlação com a
RMS e não merece credibilidade, pois não é uma medida padronizada, cada fabricante atribui um
fator de multiplicação para a equivalência em relação ao RMS.Foi uma ideia de marketing para
aumentar o valor da potência e aumentar a venda de equipamentos.
 
A norma alemã DIN 45000 define diferentes métodos de medida, dependendo do dispositivo
sob teste para a potência continua, potência de pico e faixa de frequência (BW) para a potência
máxima.
Primeiramente temos que casar as impedâncias de entrada e de saída do amplificador para
obter a máxima transferência de energia.
A potência contínua é medida com o Amplificador com sua fonte normal que deverá ser capaz
de fornecer durante 10 minutos, no mínimo, a potencia declarada na frequência de 1 kHz, enquanto a
distorção harmônica total (DHT) não pode exceder 1%. Na medida de potência de pico a fonte é
substituída por uma outra fonte de alimentação regulada, e o tempo para fornecer a potência é
reduzido. Assim, valores maiores são obtidos e geralmente o fator para obter a potência de pico é
1,1 vezes menor que a potência contínua. 
A largura de banda de potência (BW) é definida como a banda de frequência para qual a
metade da potência contínua é obtida nos testes
As normas DIN 45 500, CNF 97-330, EIA RS-426 e IEC 268-5 especificam a utilização de
um sinal que possui todas as componentes do espectro, denominado de ruído rosa, com um filtro que
atenua as baixas e altas frequências de forma a representar mais aproximadamente a distribuição da
música no espectro musical.
 
 
 
11.2 Medindo a potência de saída RMS em amplificadores de áudio
 
Conecte uma carga na saída do amplificador com a mesma impedância do alto-falante para
que a transferência de energia entre o amplificador e a carga seja máxima. Para medir a potência de
saída de áudio de um amplificador, colocamos um resistor com o mesmo valor da impedância de
saída e com potência correspondente. Para uma impedância de saída de 16 ohms e potência de 50 W,
podemos usar 4 resistores de 50W em combinação série - paralelo ( 2 em paralelo ligados em série
com outros 2 em paralelo).
Aplique uma onda senoidal através de um gerador de áudio na entrada do amplificador e aumente o
nível do sinal até que a forma de onda no osciloscópio comece a distorcer. Este é o ponto de
potência máxima RMS sem distorção.
 
Na prática: Meça a tensão pico a pico na tela:
 
E RMS = E pico a pico / 2,82 ou E RMS = E pico / 1,41
E aplique a fórmula para obter a potência máxima:
 
Potência de Saída (W) = Ps = (Ep)² / Rp
 
P (Watts RMS ) = E² ( tensão RMS medida no osciloscópio) / R (Carga em Ohms)
 
A Comissão Federal de Comércio - FTC - estabeleceu nos USA, a Norma CEA-490-A ,
entitulada: Test Methods of Measurement for Audio Amplifiers Federal Trade Commission (FTC)
Rule, Power Output Claims for Amplifiers Utilized in Home Entertainment Products, 46 CFR 432
(1974).
 
11.3 Potência suportada por alto-falantes
A especificação de potência para alto-falantes é estabelecida como uma potência contínua
aplicada durante 24 horas por um sinal de ruído rosa sem provocar danos ao dispositivo.
 
 
11.4 Resposta de frequência de áudio e amortecimento
 
Para realizar esta medida, utilize como carga na saída resistores de fio em vez de alto-
falantes com a dissipação de acordo com a potência máxima. A resposta de frequência é obtida
medindo na saída do amplificador com um osciloscópio ou multímetro em escala de VCA com um
gerador de áudio aplicado na entrada do amplificador de áudio. Em seguida, o sinal aplicado é
variado de 30 Hz até 20 kHz e anotamos em escala logarítmica para cada valor de frequência na
entrada, o nível nominal de potência na saída.A referência da curva será o tom em 1 kHz. Os pontos
em que o nível cai em 3 dB são considerados os pontos de meia potência e definem a resposta do
amplificador, como a mostrada a seguir em que temos queda aproximada de 3 dB para 70 Hz e 10
kHz respectivamente.
 
 
A impedância de saída deve ser bem baixa. Por exemplo, se a impedância for de 0,8 ohms,
então um alto-falante de 8 ohms terá um fator de damping de 10. Se for de 0,08 ohms o damping será
de 100.
 
11.5 Tipos de Distorções
 
11.5.1 Distorção de Frequência
 
É a variação da intensidade do sinal de áudio na saída do amplificador com a freqüência,
aplicado um sinal de nível constante na entrada do amplificador.Isso limita a resposta de freqüência
reproduzida, pode ocorrer também devido a limitações no sistema de alto-falantes.
 
 
11.5.2 Distorção de Amplitude
 
É a falha na amplitude ou intensidade na saída em uma ou mais freqüências. Um
transformador de saída pode causar este tipo de distorção.
 
11.5.3 Distorção harmônica
 
Resulta do fato que um sinal passando por um sistema não linear produz sinais com
freqüências não existentes originalmente no sinal de entrada. São múltiplos da freqüência do sinal de
entrada. Por exemplo: um sinal de 500 Hz irá gerar sinais de 1000, 1500, 2000 Hz.
 
11.5.4 Distorção de intermodulação
 
Quando dois sinais senoidais são aplicados em um sistema não linear, aparecerão a soma e a
diferença destes sinais como na saída de um misturador.
 
11.5.5 Distorção espacial
 
Ocorre quando o ouvinte tem uma localização errada da fonte sonora, isto é, da distribuição
espacial da fonte sonora reproduzida.
 
11.5.6 11.5.6 Distorção de fase
 
Ocorre quando diferentes componentes de cada freqüência são reproduzidos em tempos
diferentes um em relação ao outro. É acompanhada geralmente da distorção de fase.
 
11.5.7 Distorção de transiente
 
Consiste no fracasso de um amplificador em acompanhar as mudanças bruscas no nível do
sinal de entrada
 
 
12. Conservando e ouvindo melhor seus discos de vinil
 
 A resposta de freqüência do nosso ouvido é analógica e durante muito tempo nos
acostumamos a algumas gravações em vinil, que após remasterizações em CD deixam completamente
de apresentar as características sonoras iniciais que foram gravadas no estúdio. 
 
 Para os colecionadores que possuem toca-discosrecomendo a limpeza dos discos de vinil
antes do uso e na conservação evitando arranhões e poeira nos sulcos. Os discos devem ser
primeiramente lavados em água morna com detergente neutro. Após este procedimento, deixar secar
em pé e depois guardar com plástico protetor. Indico uma máquina especial que adquiri para limpeza
de discos, Vac-o-Rec, ela possuí um motor e um pequeno aspirador para retirar a poeira que fica
entranhada nos sulcos.
 
 A limpeza da agulha deve ser feita com uma solução detergente e aplicada com um pequeno
e macio pincel de trás para frente, para retirar a sujeira antes de apreciar seu disco predileto. Alguns
acessórios são colocados no prato do toca-discos, como um braço com um rolete fabricado pela
Discwasher da Audio Technica, que deve ser umedecido para retirar a poeira do disco. O braço
possui fio terra, que deverá ser ligado ao toca-discos. Todos os equipamentos de áudio devem ser
interligados e ligados ao fio terra para minimizar indução e diferença de potencial.
 
 
Maquina de limpeza Vac-o-Rec Kit Discwasher Pincel e solução de limpeza da agulha
 
 
 
13. Esquemas de amplificadores à válvula para instrumentos musicais
 
 Incluo, a seguir, alguns circuitos de amplificadores para instrumentos musicais para
auxiliar no estudo e reparo dos mesmos. Devido à simplicidade do circuito, muitos amplificadores
poderão ser reparados com relativa facilidade por um técnico com alguma experiência. Em caso de
substituição de válvulas de saída push-pull, as mesmas deverão ser trocadas aos pares, de mesmo
fabricante e, se possível, um par casado, com as características aproximadas. Atentar que assim
como os alto-falantes, os transformadores são fabricados com técnicas e materiais especiais, e em
muitos casos, determinantes para o timbre específico e único do amplificador. Em amplificadores
de instrumentos musicais, o pré-amplificador não tem circuito com entrada de toca-discos (phono),
nem componentes eletrônicos necessários para realizar a equalização da curva RIAA e a
construção fica mais simples.
 
 Para reparar um amplificador com defeito, injete o sinal de um gerador de áudio com 1
kHz no estágio mais próximo do alto-falante e vá percorrendo os circuitos de grade e placa de
cada estágio na direção do primeiro estágio para verificar em qual ponto o sinal está interrompido.
Verifique os valores das tensões de placa e de grade de cada válvula.
 
 Caso substitua a válvula retificadora por diodos retificadores de silício, coloque um timer
ou um interruptor de espera de aquecimento dos filamentos na derivação central do transformador
de força e um resistor de valor entre 100 a 150 ohms, 10 Watts de dissipação em série para reduzir
o +B, pois a válvula retificadora possui resistência interna de placa, eliminada pela baixa
resistência direta da condução do diodo de silício. O dispositivo de espera é utilizado em muitos
equipamentos profissionais e visa não aplicar a alta tensão do +B quando as válvulas não
estiverem aquecidas.
 
 Os circuitos de entrada deverão possuir fio blindado para evitar captação de zumbido ou
hum provenientes da rede de 60 Hz. Blindar a válvula de entrada de sinal. Utilizar fio torcido na
ligação dos filamentos, desacoplando para terra através de um capacitor de 0,01 µF.
 
 
 
Um amplificador Fender single-end com 6V6 na saída de áudio e apenas 3 válvulas .
 
 Os amplificadores Fender são caracterizados pela sua simplicidade, qualidade nos materiais e robustez, como no circuito
acima, capaz de fornecer 14 Watts. O amplificador acima utiliza retificador de selênio na polarização negativa (bias) que poderá ser
trocado por diodo de silício 1N4007 ou equivalente.
 
 
Amplificador de 18 Watts com válvulas especiais para áudio EL84, fornece potência inferior à 6L6, observe o interruptor de standby
já instalado na fonte. Trocar o resistor de 1 Megohm por um potenciômetro para obter um controle de volume.
 
 
 
 O Modelo Bassman da Fender emprega um push-pull de 5881, uma válvula semelhante a
a 6L6 GC mas com maior dissipação de placa e uma pré-amplificadora 12AY7 com entrada normal
e para maior reforço nos agudos (bright) .
 
 
Esquema de Amplificador Marshall, modelo 4001, 15 W, com push-pull de 6V6 na saída, com
circuito mais moderno com ponte retificadora de diodos na fonte e interruptor de tensão de +B
após o secundário do transformador de força.
 
 
 
 
 
Esquema de Amplificador Marshall Studio 15
 
 
 
Amplificador VOX modelo AC15PSU
 
Esquema de um amplificador muito popular, Giannini, modelo Thundersound III, com válvulas
de saída 6L6
 
 
 
 
Esquema do amplificador Giannini Jet Sound, de 1967, também reparado por mim, com 3
válvulas 12 AX7 e duas válvulas 6L6 na saída.
 
 
 
 
 
 
14. Bibliografia
 
Audio Cyclopedia de Howard M. Tremaine
Revista Antenna – Junho 1956
Hi-Fi Stereo Handbook – William F. Boyce
 
Sites da Internet:
 
Kouichi Nobu Shishido
Black-Art
http://www.arcdb.ws/SP8/SP8.html
www.eletronica.org
www.mspc.eng.br
www.fender.com
www.geocities.com/TimesSquare/1965/phono.html
 
 
 
 
 
 
	1. Amplificadores Valvulados versus Amplificadores Transistorizados
	2. Porque montar o seu amplificador de áudio valvulado?
	3. Restaurando os melhores amplificadores e pré-amplificadores valvulados
	4. As classes de amplificadores
	5.Montagem e componentes eletrônicos para valvulados
	6. A teoria da válvula triodo e seu funcionamento
	7. Resistores, potenciômetros e controles
	8.Capacitores
	9. Circuitos práticos de amplificadores classe A single-ended
	10. Projeto detalhado de um pré-amplificador a triodo
	11. Relações de tensão e potência: dB, dBm e dBW
	12. Conservando e ouvindo melhor seus discos de vinil
	13. Esquemas de amplificadores à válvula para instrumentos musicais
	14. Bibliografia

Outros materiais