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DELEGADO CIVIL DIURNO CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Administrativo Professor: Roberto Baldacci Aulas: 19 e 20 | Data: 26/10/2015 ANOTAÇÃO DE AULA CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 1. Contrato Público Administrativo: Quando a Administração a atender interesses públicos estará sujeita ao Regime Público da Lei 8.666, que é também a Lei Geral dos Contratos Administrativos. O contrato administrativo formal e escrito nem sempre é obrigatório: contratos de grande valor, de objeto técnico ou complexo, ou ainda que incluam cláusula de garantia ou assistência técnica, em regra, exigirão contrato formal escrito. Obrigações de médio e pequeno valor de natureza simples e de execução imediata não exigem contrato escrito, admitindo substituí-lo pela Nota de Empenho. Obrigações de ínfimo valor (valores de até 5% dos limites permitidos para a modalidade convite) permitirão a contratação verbal pela Administração. Quando houver contrato administrativo será em regra inteiramente regido por lei – em regra, contrato administrativo é típico (forma e cláusulas definidos em lei), adotando o Código Civil apenas de forma subsidiária. Ao contrário dos contratos privados, que são em regra consensuais, os contratos administrativos são de adesão, pois o contrato SEMPRE será publicado de forma integral e definitiva no Edital da licitação antecedente, sob pena de nulidade da contratação e da própria licitação (conforme o Princípio da Vinculação ao Edital). ***A relação obrigacional definida no contrato Administrativo é vertical, pois a Administração gozará de seu regime administrativo de prerrogativas e sujeições, colocando a Administração em um plano superior de direitos e obrigações (pois a Administração na qualidade de contratante estará defendendo interesses públicos primários que são supremos e indisponíveis) – as prerrogativas e sujeições contratuais próprias da Administração estão previstas em cláusulas exorbitantes: Que decorrem de texto expresso de lei; Não precisam estar escritas para serem válidas e exigíveis; Não são renunciáveis pela Administração, pois são cláusulas de garantia a interesses públicos; Página 2 de 14 Não podem ser questionadas nem anuladas pelo Poder Judiciário em função do desequilíbrio de forças e da excessiva onerosidade que podem implicar. A Prof.ª Maria Silvia diz que o contrato administrativo inteiro é um contrato leonino, porém, válido. Cláusulas Exorbitantes: a. Alteração Unilateral: O art. 65 da Lei de Licitações prevê que a Administração poderá motivadamente, baseada em fato superveniente, alterar unilateralmente (independente da participação ou concordância do contratado) certas cláusulas do contrato: I. Readequar projetos: contratos regidos pela Lei de Licitações terão os Projetos Básico e Executivo elaborados integralmente pela Administração (no RDC – Regime Diferenciado de Contratação - e na PPP – Parceria Público Privada - a elaboração dos projetos poderá ser delegada ao contratado). A readequação do projeto não pode implicar na mudança do objeto, pois um novo objeto exigirá uma nova licitação. II. Readequar quantidades e valore a serem pagos em até 25% para MAIS ou para MENOS: em função da “Teoria da Imprevisão”. Para reformas e restaurações a alteração poderá ser de até 50% para MAIS. OBS: Mediante acordo entre as partes será possível readequar acima desses limites. Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; II - por acordo das partes: a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao Página 3 de 14 cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: I - (VETADO) II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo. § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados. § 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. Página 4 de 14 § 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. § 7o (VETADO) § 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. O mesmo art. 65 da Lei de Licitações prevê três naturezas de cláusulas que garantem direitos e interesses privados do contratado. São chamadas de “cláusulas privadas” do contrato ou “cláusulas lei” do contrato, pois são alteráveis somente por acordo entre as partes desde que o contratado proponha a alteração (Marçal Justen Filho): I. Substituição de Garantias Ofertadas: a Administraçãosempre pode exigir que o contratado preste garantias de 5% do valor do contrato (passando para 10% nos contratos vultosos) para garantir exclusivamente eventuais danos causados à Administração ou ainda para o pagamento de multas e punições aplicadas sobre o contratado. No regime privado, em regra, o cumprimento da obrigação implicará no direito de levantar garantias ofertadas (exemplo: pagou o empréstimo tem o direito de levantar a hipoteca, sob pena de supressão judicial), porém no contrato administrativo não: o cumprimento da obrigação ou a entrega da coisa levará a Administração declarar o “recebimento provisório”, que apenas suspende as obrigações do contratado. A Administração iniciará o procedimento de verificação para confirmar que o contratado cumpriu integralmente a obrigação como exigido no contrato. Caso a Administração não esteja satisfeita, poderá exigir o refazimento parcial ou até integral do objeto. Estando satisfeita, declara o “recebimento definitivo”, que confere quitação de responsabilidades ao contratado. A lei prevê que o contratado poderá prestar garantias por três formas: 1) Fiança bancária; 2) Seguro garantia; 3) Caução em dinheiro ou títulos da dívida pública. II. Alteração do Regime de Execução: o contrato poderá ser por tarefa (obrigação simples), empreitada (obra simples), empreitada integral (obrigação complexa, entregando a coisa pronta para uso – é uma contratação chamada de Turn Key), e ainda poderá ou não prever subcontratações, que só são permitidas quando expressa e taxativamente previstas no contrato. Todos esses elementos integram o Regime de Execução, que não poderão ser alterados pela Administração. Cláusulas Exorbitantes 2. Alteração Unilateral O mesmo art. 65 da Lei de Licitações prevê três naturezas de cláusulas que garantem direitos e interesses privados do contratado. São chamadas de “cláusulas privadas” do Página 5 de 14 contrato ou “cláusulas lei” do contrato, pois são alteráveis somente por acordo entre as partes desde que o contratado proponha a alteração (Marçal Justen Filho): III. Substituição de Garantias Ofertadas: aula passada. IV. Alteração do Regime de Execução: aula passada. V. ***TRI (Taxa de Retorno Interno): o contratado pode definir no momento da assinatura do contrato a razão econômica e financeira que definirá seus ganhos conforme os custos e investimentos que fará – a TRI é um coeficiente (exemplo: para cada 1 real investido, há um lucro de R$0,13). Essa é a cláusula mais rígida do contrato administrativo e o direito a TRI constitui um direito adquiro e é garantido por lei pelo Princípio do Equilíbrio Econômico e Financeiro do Contrato (princípio em favor do contratado) – muito importante para o concurso da Magistratura. O direito é o TRI e a garantia é o Equilíbrio Econômico e Financeiro do Contrato. Áleas: eventualmente, a Administração poderá impactar na TRI ao fazer a readequação do Projeto implicando em maiores gastos ou encargos sobre o contratado (álea administrativa). O governo também pode indiretamente adotar medidas ou providências que causem impacto na TRI – pode criar ou aumentar tributos (álea tributária); interferir no mercado, tal como tabelando preços (álea econômica); intervindo no câmbio (álea financeira). Ocorrendo uma álea (atos ou fatos da Administração ou do governo que, de forma indireta, afetam o equilíbrio econômico e financeiro do contrato interferindo na TRI) a Administração estará obrigada a reestabelecer o equilíbrio econômico e financeiro, principalmente reajustando preços públicos ou tarifas que serão usados pra remunerar o contratado. Caso a Administração resista, o contratado poderá cobrar judicialmente, sendo então pagos através de precatórios. Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: I - unilateralmente pela Administração: a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; II - por acordo das partes: a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de Página 6 de 14 verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos. § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: I - (VETADO) II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo. § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados. Página 7 de 14 § 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. § 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. § 7o (VETADO) § 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. 3. Fiscalização da execução: Como regra, nos contratos regidos pela Lei de Licitações (Lei 8.666), a Administração elabora os Projetos, contratando mediante inexigibilidade um profissional liberal(art. 13 da Lei 8.666) que possua notória especialização para a elaboração desses projetos (pertencendo a uma empresa, está estará impedida de participação na licitação). Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. VIII - (Vetado). Página 8 de 14 § 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração. § 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. § 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato. Com a execução do contrato, a Administração nomeia esse profissional liberal como sendo um agente público de fiscalização, que terá o poder de penetrar compulsoriamente no Parque de Obras e nas dependências do contratado com o poder de dar ordens sobre o contratado investido nos poderes da Administração (as ordens dele são ordens da Administração e recusa-las ou descumpri-las poderá implicar em infração grave, prevista no art. 78 da Lei de Licitações, implicando em caducidade contratual, que é a rescisão punitiva do contrato). Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos; II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos; III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados; IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento; V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração; VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; Página 9 de 14 VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores; VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei; IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato; XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação; XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto; Página 10 de 14 XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa. XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. A presença e ordens deste agente alteram as regras de Responsabilidade Civil? Para a doutrina (Celso Antônio Bandeira de Mello): I. Danos por erro de Projeto serão de responsabilidade direta da Administração. II. Danos decorrentes de atos de execução são de responsabilidade do contratado que praticou o ato e, esgotada sua capacidade financeira, caberá à Administração responder de forma subsidiária pelo saldo remanescente. A lei determina que a presença e as ordens desse agente de fiscalização não alteram as regras de Responsabilidade Civil. OBS 1: Responsabilidade do subcontratado: a subcontratação, quando permitida, poderá ser para a execução de elementos complementares ou para a execução de parte do objeto principal. A subcontratação de elementos complementares é decidida e realizada diretamente pelo contratado sem licitação. Quando este subcontratado causa danos, responderá recaindo sobre o contratado que o escolheu a responsabilidade subsidiária. A subcontratação de parte do objeto principal é precedida de licitação (a lei exige) e este subcontratado será escolhido então pela Administração. Causando danos, ele responderá, tendo a Administração como devedora subsidiária. OBS 2: Responsabilidades por dívidas: a Lei de Licitações prevê expressamente que débitos previdenciários assumidos pelo contratado durante a execução do contrato serão de responsabilidade solidária entra a Administração e o contrato (mas a Lei 8.212/90 – Lei Orgânica da Previdência - confere o benefício de ordem para a Administração) – art. 71, caput, da Lei de Licitações. Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. Já débitos comerciais e trabalhistas acumulados pelo contratado durante a execução do contrato não recaíram sobre a Administração nem mesmo de forma subsidiária (o TST possui uma súmula que prevê a responsabilidade subsidiária da Administração pelos débitos trabalhistas quando comprovada a omissão na fiscalização sobre o contratado – Súmula 331, V, do TST. Está Súmula contraria decisão expressa do STF em sentido contrário, implicando em direito de reclamação Constitucional no STF quando essa decisão não forrespeitada). Página 11 de 14 Súmula 331 do TST CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (...) V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 4. Aplicação de Punições e Sanções: O contrato administrativo prevê apenas a natureza e os limites das punições e sanções que a Administração poderá aplicar direta e administrativamente, sem definir o que seja cada infração – a Administração decide caso a caso aquilo que ela considera infração, aplicando discricionariamente a sanção que entender cabível (estas punições discricionárias poderão ser revistas pelo Judiciário quando não previstas no contrato, configurando punição ilegal ou quando não forem razoáveis ou proporcionais). 5. Encampação: A Administração tem o poder de decretar o uso compulsório dos bens, maquinas, instalações e até empregados do contratado mediante indenização para impedir prejuízo ao interesse público ou interrupção no serviço público. 6. Mitigação da Exceção do Contrato não Cumprido (Exceptio non Adimplenti Contractus): Contratos administrativos em regra são sinalagmáticos comutativos (direitos e obrigações recíprocos entre as duas partes em equilíbrio – no regime privado a parte inocente nesses contratos poderá excepcionar o contrato suspendendo por iniciativa própria sua obrigação quando a outra parte estiver em mora). O contratado pode excepcionar o contrato na mora da Administração? Quando a Administração deixar de cumprir obrigação de dar ou fazer que seja antecedentes (sem as quais o contratado não pode iniciar a execução do seu contrato) à obrigação do contratado, caracterizará “fato DA Administração”, permitindo ao contratado excepcionar o contrato podendo cobrar ressarcimento principalmente por custos de desmobilização. Porém, quando a mora admirativa for no pagamento, o contrato prevê, em função do Princípio da Permanência ou Continuidade do Serviço Público, a obrigação do contratado de manter a prestação do contrato por até 90 dias de mora administrativa (durante este período, o contratado “não terá interesse de agir” para pleitear judicialmente a suspensão ou interrupção do contrato). Página 12 de 14 A partir do 91º dia, o contratado já poderá pedir a suspensão ou interrupção do contrato (interrompendo por conta própria será severamente punido por caducidade). O STJ entende que quando o contratado provar risco de insolvência (o ônus é dele) exclusivamente em função da mora administrativa mesmo antes de completados os 90 dias, poderá obter até mesmo liminarmente autorização para suspender ou interromper o contrato em respeito ao Princípio da Função Social da Empresa do art. 170, III, da CF. Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) III - função social da propriedade; OBS: A empresa possui evidente função social: I. Paga salários distribuindo riquezas para reduzir as desigualdades sociais e regionais que é o objetivo fundamental da República brasileiro (art. 3º, III, da CF). Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; II. A empresa promove o desenvolvimento nacional. III. Garante a livre iniciativa econômica, que é um fundamento do Estado Democrático de Direito (art. 1º, IV, da CF). Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 7. Rescisão Unilateral: Como regra, o contrato administrativo é extinto ordinariamente (como previsto pelo próprio contrato): I. Quando esgotado o prazo: não existe contrato administrativo regido pela Lei de Licitações por prazo indeterminado e a Lei prevê diante de emergências e calamidades a possibilidade de “prorrogação” e também, quando for comprovadamente mais vantajoso, a possibilidade de “renovação” – a Lei não limita o número de renovações, mas determina o prazo máximo de renovação para cada caso. Página 13 de 14 II. Esgotamento da Dotação Orçamentária: quando a Dotação reservada por empenho para o custeio de um contrato se esgotar, o contrato será automaticamente extinto, ainda que o objeto não esteja concluído (logo, quando o contrato consumir receitas acima do esperado, caberá ao administrador reforçar a dotação mediante remanejamentos ou, para cobrir aquela momentânea insuficiência de caixa, poderá abrir um “crédito adicional”). OBS: Remanejamento é a realocação orçamentária, podendo haver o remanejamento, a transposição e a transferência. O remanejamento permite a flexibilização do orçamento quando há insuficiência de caixa, sendo que o administrador cancela a despesa ainda não empenhada prevista para o órgão e a dá para outro órgão. A transposição permite que dentro de um mesmo órgão seja anulada a despesa de um plano de trabalho para reforçar as dotações de um outro plano de trabalho. Já a transferência é quando dentro de um mesmo órgão e de um mesmo plano de trabalho, o administrador cancela uma ação para reforçar as dotações orçamentárias de outra ação. III. Cumprimento do Objeto. O contrato também pode ser extinto de forma extraordinária antecipando o término do contrato mediante rescisão unilateral que a Administração pode decretar a qualquer tempo, devendo sempre conferir oportunidade de defesa ao contratado (a exigência da oportunidade de defesa é jurisprudência pacífica em todos os Tribunais, não havendo exceção no Brasil). São quatro extinções extraordinárias: 1) Nulidade: quando houver ilegalidade na licitação antecedente (a anulação da licitação obrigatoriamente induz a anulação do contrato posterior), ou no ato de adjudicação (quando o vencedor for preterido), ou ainda ilegalidade no próprio contrato (o contrato firmado diverge daquele que foi publicado no edital). 2) Caducidade: são as rescisões punitivas pelo cometimento de infrações graves pelo contratado previstas principalmente no art. 78 da Lei 8.666/93. As principais causas são: Subcontratações não autorizadas; Venda do controle social ou da própria empresa contratada sem prévia e expressa autorização da Administração; Incidir em qualquer hipótese que implique em inabilitação para uma licitação (o contratado deve manter sua plena idoneidade que possuía quando da habilitação na licitação até o encerramento do contrato); Descumprimento do contrato; Atrasos e interrupções injustificadas. Além da rescisão, o contratado será punido cumulativamente com: Página 14 de 14 Multa; Perdimento das garantias ofertadas; Decretação de idoneidade: aplicada por Secretário ou Ministro de Estado. Uma vez inidôneos, ele está proibido de participar de qualquer licitação perante todas as esferas do Estado enquanto a pena durar; Ressarcimento de danos; Proibição para firmar novos contratos por até 2 anos: porém a lei não defineperante quem se estenderá a proibição, prevalecendo o entendimento que a proibição se estenderá perante toda a esfera do ente contratante (para o MPSP é perante todos os entes do Estado). 3) Encampação do Contrato: é a rescisão antecipada sem ilegalidade nem violação – o contratado não tem culpa. Esta rescisão antecipada é baseada exclusivamente por motivos de interesses públicos (é uma analogia a uma revogação do contrato). 4) Fato do Príncipe: a Administração impõe sobre todos de forma compulsória e coercitiva proibições ou restrições gerais para proteger relevantes interesses públicos. Exemplo: racionamento de água. Na extinção antecipada, quais são os elementos indenizáveis segundo a Lei de Licitações? Próxima aula.
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