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463 090714 OABXV TRABALHO AULA05 resolprimeiroexreclatrabalhista

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OAB XIV EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
1 
PRIMEIRO EXERCÍCIO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA E QUESTÕES 1 a 4 
 
 
Murilo Zarolho foi contratado na cidade de Ilhéus, Bahia, na data de 05 de março de 2008 pela 
Companhia Bataclã - Gerenciamento de Pessoas Ltda., para exercer a função de auxiliar de produção, 
recebendo em média R$ 1200,00 por mês. Esclarece que recebia desde o início de seu contrato de 
trabalho auxílio-alimentação no importe de R$ 330,00, o qual era computado para o cálculo das verbas 
trabalhista, entretanto, em dezembro de 2008 a sócia da empresa Patrícia Machadão, entregou a todos 
os empregados, através de seu assistente pessoal e gerente da empresa, Miss Pirangi, um comunicado 
afirmando que a empresa havia aderido do PAT e, por isso, a partir de então, o valor não seria mais 
considerado salário. 
Zarolho afirma que recebia por produção, R$ 10,00 por pessoa física ou jurídica gerenciada, enquanto, 
Lindinalva, que exercia a mesma função que ele, e ainda era mais acanhada, recebia R$ 15,00. Afirma 
que tomou coragem e foi reclamar com Patrícia Machadão, que esfregou na sua cara um plano de 
cargos e salários, no qual havia um único critério para promoção, merecimento. Encucado, foi perguntar 
a um de seus clientes, que era advogado, se o plano de cargos e salários poderia afastar a equiparação 
e ele disse que sim, então ele se conformou. 
Afirmou que, em média, duas vezes por semana, tinha que atender mais dois ou três clientes após o 
horário de trabalho e não recebia horas extras. Miss Pirangi explicou aos empregados que como 
trabalhavam por produção não tinham direito às horas extras, pois recebem pela produção do período 
extraordinário. Segundo ele, o sistema da Companhia Bataclã era o seguinte: “quanto mais trabalha, 
mais ganha”. No mês de outubro de 2011 substituiu Jesuíno dos Kornos, assistente da gerência, muito 
conhecido por resolver os problemas definitivamente, ao seu modo, e que recebia R$ 500,00 por mês 
fixo, além da produção, cujo valor era o mesmo recebido por Zarolho, já que Jesuíno saiu de férias, uma 
vez que precisava esquecer um fato que havia lhe traumatizado muito. O Reclamante afirma que se 
sentiu injustiçado já que não recebeu nenhum centavo a mais por exercer as suas funções. Em 
15.05.2012, a reclamada lhe demitiu sem justa causa, sem pagar qualquer valor. O reclamante encontra-
se desempregado, passando por dificuldades financeiras. 
O reclamante usufruiu as férias relativas ao período aquisitivo 2008/2009, 2009/2010, 2010/2011 e os 
décimos terceiros salários dos anos anteriores ao da extinção do contrato. 
Na qualidade de advogado de sindicato e para a defesa dos interesses de Murilo Zarolho apresente a 
medida processual cabível. Considere como data da propositura da reclamação 30/09/2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIV EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
2 
RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 
 
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ..... VARA DO TRABALHO DE ILHÉUS, BA 
 
MURILO ZAROLHO, auxiliar de produção, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, 
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO ANEXA), 
com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações ou notificação, com fulcro no 
artigo 840 da CLT, PROPOR: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito ordinário 
 
Em face de Companhia Bataclã - Gerenciamento de Pessoas Ltda., qualificação e endereço completos, 
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
I - PRELIMINAR 
 
01. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar com as despesas do processo. 
 
Nos termos do art. 14, caput, e parágrafo primeiro da Lei 5584/70 o reclamante que receber salário 
igual ou inferior ao dobro do mínimo legal terá a assistência judiciária gratuita prestada pelo sindicato, 
fazendo jus aos benefícios da Lei 1060/50. 
 
Diante do exposto, requer a concessão dos benefícios previstos no art. 3º da Lei 1060/50. 
 
 
II – MÉRITO 
 
1. DO AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO 
 
 O reclamante recebia desde o início do contrato de trabalho auxílio-alimentação, com caráter 
salarial, no importe de R$ 330,00. Ocorre que em 12/2008, sob o argumento de ter aderido ao PAT, a 
Empregadora passou a tratar a parcela como de natureza indenizatória. 
 
 Nos termos da OJ 413 da SDI-1 do TST, a adesão ao Programa de Alimentação do Trabalhador — 
PAT — não altera a natureza salarial da parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que, 
habitualmente, já percebiam o benefício, a teor das Súmulas 51, I, e 241 do TST. Retirar o caráter salarial 
da parcela que já vinha sendo concedida com essa natureza implica alteração contratual ilícita, vedada 
pelo art. 468 da CLT, além de caracterizar redução salarial, o que é vedado constitucionalmente, nos 
termos do art. 7º, VI, da CF. 
Diante do exposto, requer a integração do auxílio-alimentação ao salário do reclamante desde 
12/2008 para fins de reflexos em verbas contratuais e resilitorias, em aviso prévio, décimo terceiro integral 
e proporcional , férias acrescidas de 1/3 integrais e proporcional e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
Requer, por fim, a retificação da CTPS, para constar o salário in natura até o final do contrato, nos termos 
do art. 29, § 1°, da CLT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIV EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
3 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
OJ 413, SDI-1, TST. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. ALTERAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA. NORMA 
COLETIVA OU ADESÃO AO PAT. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) 
A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba "auxílio-alimentação" ou a adesão 
posterior do empregador ao Programa de Alimentação do Trabalhador — PAT — não altera a natureza 
salarial da parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já percebiam o 
benefício, a teor das Súmulas nos 51, I, e 241 do TST. 
 
Súmula 51, TST. NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. 
ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 
20, 22 e 25.04.2005 
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão 
os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. 
 
Súmula 241, TST. SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003 
O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a 
remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. 
 
Art. 468, CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por 
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao 
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
Parágrafo único - Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o 
respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de 
confiança. 
Art. 7º, CF/88 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de 
sua condição social: VI - irredutibilidade 
do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 
OJ 133, SDI-1, TST. AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO. 
Inserida em 27.11.98 
A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação ao trabalhador,instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito 
legal. 
 
Art. 51, CLT - Incorrerá em multa de valor igual a 3 (três) vêzes o salário-mínimo regional aquêle que, 
comerciante ou não, vender ou expuser à venda qualquer tipo de carteira igual ou semelhante ao tipo 
oficialmente adotado. 
 
Art. 29, CLT - A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, contra 
recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de quarenta e oito horas para 
nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, 
sendo facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem 
expedidas pelo Ministério do Trabalho. 
§ 1º As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma 
de pagamento, seja êle em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. 
 
Sugestão de remissões: No art. 468 da CLT, acrescentar a súmula 51 do TST. No art. 458 da CLT 
acrescentar a s. 241, TST, a OJ 133, SDI-1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIV EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
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4 
2. EQUIPARAÇÃO SALARIAL 
 
 O reclamante exercia a mesma função que Lindinalva e apesar disso seu salário era inferior ao 
dela em R$ 5,00 por cliente atendido, justificando a Empregadora que a diferença decorria do plano de 
cargos e salários existente na empresa, o qual havia um único critério de promoção, o merecimento. 
 
Nos termos do art. 7º, XXX, da CF e art. 461 da CLT, aqueles que exercem a mesma função tem o 
direito de receber o mesmo salário. Nos termos da OJ 418 da SDI-1 do TST não constitui óbice à 
equiparação salarial a existência de plano de cargos e salários que prevê critério de promoção apenas por 
merecimento ou antiguidade, não atendendo, portanto, o requisito de alternância dos critérios, previsto no 
art. 461, § 2º, da CLT. 
 
Diante do exposto requer a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais por 
cliente, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em descanso semanal remunerado e em 
aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias acrescidas do terço constitucional 
integrais e proporcionais e FGTS (depósitos e multa de 40%). Requer, por fim, a retificação da CTPS, para 
constar o seu real salário, nos termos do art. 29, § 1°, da CLT. 
 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Art. 7º, CF/88 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de 
sua condição social: XXX - proibição de 
diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou 
estado civil; 
 
Art. 461, CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, 
na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 
§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em 
quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e 
merecimento. 
 
OJ-SDI1-418 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. APROVAÇÃO POR 
INSTRUMENTO COLETIVO. AUSÊNCIA DE ALTERNÂNCIA DE CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO POR 
ANTIGUIDADE E MERECIMENTO. (DEJT divulgado em 12, 13 e 16.04.2012) 
Não constitui óbice à equiparação salarial a existência de plano de cargos e salários que, referendado por 
norma coletiva, prevê critério de promoção apenas por merecimento ou antiguidade, não atendendo, 
portanto, o requisito de alternância dos critérios, previsto no art. 461, § 2º, da CLT. 
 
 
Sugestão de remissões: no art. 461, § 2º, CLT incluir a OJ 418 SDI-1, TST. 
 
3. ADICIONAL DE HORAS EXTRAS 
 
Em média, duas vezes por semana, o reclamante tinha que atender mais de dois ou três clientes 
após o horário de trabalho e não recebia horas extras por isso. 
 
Nos termos da OJ 235 da SDI-1 do TST o empregado que recebe salário por produção e trabalha 
em sobrejornada tem direito à percepção apenas do adicional de horas extras, o qual não era pago ao 
reclamante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIV EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
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Diante do exposto, requer a condenação do reclamado ao pagamento do adicional de horas extras 
de 50%, nos termos do art. 7º, XVI, da CF e art. 59, § 1º, da CLT, relativos às horas laboradas em regime 
de sobrejornada, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em descanso semanal 
remunerado e em aviso prévio, décimo terceiro integral e proporcional, férias acrescidas de 1/3 integrais e 
proporcionais e FGTS (depósito e multa de 40%). 
 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
OJ 235, SDI-1, TST. HORAS EXTRAS. SALÁRIO POR PRODUÇÃO (redação alterada na sessão do 
Tribunal Pleno realizada em 16.04.2012) – Res. 182/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012 
O empregado que recebe salário por produção e trabalha em sobrejornada tem direito à percepção 
apenas do adicional de horas extras, exceto no caso do empregado cortador de cana, a quem é devido o 
pagamento das horas extras e do adicional respectivo. 
 
Art. 7º, CF/88 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de 
sua condição social: 
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; 
 
Art. 59, CLT - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número 
não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato 
coletivo de trabalho. 
§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância da 
remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 20% (vinte por cento) superior à da hora 
normal. Atenção! Leia-se 50%, em consonância com o art. 7º, XVI, da CF. 
 
Sugestão de remissões: no art. 7º, XVI, CF e no art. 59, § 1º, CLT: OJ 235, SDI-1, TST 
 
 
4. DA SUBSTITUIÇÃO EM VIRTUDE DE FÉRIAS 
 
No mês de outubro de 2011 substituiu dos Kornos, assistente da gerência, em razão de suas férias. 
O substituído recebia R$ 500,00 por mês, fixo, além da produção, cujo valor era o mesmo recebido por 
Zarolho e o reclamante não recebeu nada a mais por isso naquele mês. 
 
Nos termos da súmula 159 do TST, item I, enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter 
meramente eventual, como é o caso das férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do 
substituído. 
 
 Diante do exposto requer a condenação do reclamado ao pagamento das diferenças salariais, 
correspondente a R$ 500,00, relativa ao mês em que ocorreu a substituição. 
 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Súmula 159, TST. SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO 
(incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 112 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o 
empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. (ex-Súmula nº 159 - alterada pela Res. 
121/2003, DJ 21.11.2003) 
 
Sugestão de remissões: no art. 461, CLT: incluir o súmula 159, TST 
 
 
 
 
 
 
 
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5. VERBAS RESCISÓRIAS 
 
 Em 15.05.2012, a reclamada lhe demitiu sem justa causa, sem pagar qualquervalor. 
Diante do exposto requer a condenação da reclamada ao pagamento das verbas rescisórias 
próprias da dispensa sem justa causa, quais sejam: saldo de salário (15 dias), aviso prévio (42 dias), 
décimo terceiro salário (6/12) e férias acrescidas de 1/3, simples, relativas ao período aquisitivo 2011/2012 
e férias proporcionais acrescidas de 1/3 de 4/12 e multa de 40% do FGTS. 
 
Requer ainda a concessão das guias para levantamento do FGTS e para percepção do seguro 
desemprego (súmula 389, TST) e anotação da data de saída na CTPS do reclamante, considerando o 
aviso prévio indenizado (art. 29, § 2º, c, da CLT e OJ 82, SDI-1, TST). 
 
 
 
6. MULTA DO ART. 467, CLT 
 Nos termos do artigo 467 da CLT, o Reclamante requer que o pagamento das verbas 
incontroversas seja realizado em primeira audiência, sob pena da incidência de multa de 50% sobre o 
valor correspondente. 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA – 
 
Art. 467, CLT. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das 
verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça 
do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por 
cento". 
 
Sugestão de remissões: destacar no art. 467 da CLT a expressão “parte incontroversa” ... “acrescidas 
de 50%”. 
 
7. MULTA DO ART. 477, § 8º, CLT 
O Reclamado não respeitou o prazo para pagamento das parcelas rescisórias previsto no artigo 
477, §6º da CLT, vez que até o presente momento não pagou as verbas rescisórias. 
Diante deste fato, o Reclamante requer a condenação do Reclamado ao pagamento de multa no 
valor equivalente ao seu salário, nos termos do §8º do artigo 477 da CLT. 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA – 
 
Art. 477, CLT - É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do 
respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direto 
de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na 
mesma emprêsa. 
§ 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser 
efetuado nos seguintes prazos: 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIV EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
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7 
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por 
trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu 
salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o 
trabalhador der causa à mora. 
 
Sugestão de remissões: no art. 477, § 8º, CLT: destacar os parágrafos 6º e 8º, da CLT. 
 
8. HONORÁRIOS ADVOGATÍCIOS 
 Uma vez que o reclamante está assistido por advogado de sindicato e preenche os requisitos para 
ser beneficiário da justiça gratuita, vez que está desempregado, nos termos do art. 14 da Lei 5584/70, 
súmulas 219, I, e 329 do TST e OJ 305 da SDI-1, TST, requer a condenação do reclamado ao pagamento 
de honorários sucumbenciais no importe de 15% do valor líquido da condenação (OJ 348, SDI-1, TST). 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA - 10. HONORÁRIOS ADVOGATÍCIOS 
 
Art. 14, Lei 5584/70. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 
de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador. 
 
Súmula 219, TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE DE CABIMENTO (nova redação do 
item II e inserido o item III à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 
15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar 
assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do 
salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do 
próprio sustento ou da respectiva família. (ex-Súmula nº 219 - Res. 14/1985, DJ 26.09.1985) 
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo 
trabalhista. 
III - São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto 
processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. 
 
Súmula 329, TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 133 DA CF/1988 (mantida) - Res. 121/2003, 
DJ 19, 20 e 21.11.2003 
Mesmo após a promulgação da CF/1988, permanece válido o entendimento consubstanciado na Súmula 
nº 219 do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
OJ 305, SDI-1, TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REQUISITOS. JUSTIÇA DO TRABALHO. DJ 
11.08.03 
Na Justiça do Trabalho, o deferimento de honorários advocatícios sujeita-se à constatação da ocorrência 
concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuita e a assistência por sindicato. 
 
OJ 348, SDI-1, TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. BASE DE CÁLCULO. VALOR LÍQUIDO. LEI Nº 
1.060, DE 05.02.1950. DJ 25.04.2007 
Os honorários advocatícios, arbitrados nos termos do art. 11, § 1º, da Lei nº 1.060, de 05.02.1950, devem 
incidir sobre o valor líquido da condenação, apurado na fase de liquidação de sentença, sem a dedução 
dos descontos fiscais e previdenciários. 
 
Sugestão de remissão: no art. 14, Lei 5584/70, acrescentar súmulas 219 e 329, TST; OJ 305, SDI-1, 
TST, OJ 348 da SDI-1, TST. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo do Trabalho 
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III – PEDIDOS 
a) os benefícios da assistência judiciária gratuita; 
b) a integração do auxílio-alimentação ao salário do reclamante a partir de dezembro de 2008, para fins 
de reflexos (em verbas contratuais e resilitórias), em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e 
proporcional, férias acrescidas de 1/3 integrais e proporcionais e FGTS (depósito e multa de 40%); 
c) a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais por cliente, bem como os reflexos; 
d) a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de horas extras, de 50%, bem como, reflexos. 
e) a condenação do reclamado ao pagamento das diferenças salariais, correspondente a R$500,00, bem 
como, reflexos; 
f) a condenação da reclamada ao pagamento das verbas rescisórias e multas dos arts. 467 e 477, §8º, 
da CLT; 
g) a condenação do reclamado ao pagamento de honorários advocatícios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IV - REQUERIMENTOS FINAIS 
Diante do exposto, requer: 
a) notificação da Reclamada para oferecer resposta à Reclamatória Trabalhista, sob consequência de 
revelia e confissão quanto a matéria de fato. 
b) a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, o 
depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas. 
c) por fim a procedência dos pedidos com a condenação do reclamado ao pagamento das verbas 
pleiteadas, acrescidas de juros e correção monetária. 
 
Atribui-se a causa valor acima de 40 salários mínimos 
 
Nestes Termos, 
Pede deferimento. 
Local, data 
Advogado 
OAB nº 
 
QUESTÕES DE 1 a 4 
 
1. (OAB/FGV – 2010.2 - questão 2) Um membro do conselho fiscal de sindicato representante de 
determinada categoria profissional ajuizou reclamação trabalhista com pedido de antecipação dos efeitos 
da tutela, postulando a sua reintegração no emprego, em razão de ter sido imotivadamente dispensado. O 
reclamante fundamentou sua pretensão na estabilidade provisória assegurada ao dirigente sindical, 
prevista nos artigos 543, § 3º, da CLT e 8º, inciso VIII, da Constituição da República de 1988, desde o 
registro de sua candidaturaaté 01 (um) anos após o término de seu mandato. O juiz concedeu, em sede 
liminar, a tutela antecipada requerida pelo autor, determinando a sua imediata reintegração, 
fundamentando sua decisão no fato de que os membros do conselho fiscal, assim como os integrantes da 
diretoria, exercem a administração do sindicato, nos termos do artigo 522, caput, da CLT, sendo eleitos 
pela assembleia geral. Com base em fundamentos jurídicos determinantes da situação problema acima 
alinhada, responda às indagações a seguir. 
 
a) O juiz agiu com acerto ao determinar a reintegração imediata do reclamante? 
O juiz não agiu com acerto ao determinar a imediata reintegração do reclamante, pois nos termos do art. 
522, § 2º, da CLT, as atividades do conselheiro fiscal limitam-se à fiscalização da gestão financeira do 
sindicato, não atuando na representação ou defesa da categoria, razão pela qual não gozam da 
estabilidade conferida aos dirigentes sindicais, prevista no art. 8º, VIII, da CF e art. 543, § 3º, da CLT. 
Nos mesmo sentido é o posicionamento do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciado na OJ 365 da 
SBDI I, do TST. 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
Art. 522, CLT. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de 
sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses 
órgãos pela Assembleia Geral. 
§ 2º A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato. 
 
OJ 365, SDI-1, TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE 
SINDICATO. INEXISTÊNCIA (DJ 20, 21 e 23.05.2008) 
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT 
 
 
 
 
 
 
 
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e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, 
tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT). 
 
Sugestão de Remissão: No art. 543,§3º, CLT acrescentar OJ 365, SDI-1, TST e art. 8º, VIII, CF. 
 
b) Que medida judicial seria adotada pelo reclamado contra esta decisão antecipatória? 
A decisão que antecipou os efeitos da tutela de mérito é interlocutória, portanto, nos termos do art. 893, § 
1º da CLT e súmula 214 do TST, é irrecorrível de imediato. Ao determinar a reintegração de empregado 
sem estabilidade provisória no emprego, o juiz feriu direito líquido e certo do empregador e, por inexistir 
uma medida específica para impugnar sua decisão desde logo, a medida judicial a ser adotada pelo 
reclamado é o mandado de segurança, nos termos da súmula 414, II, do TST. 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 
127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005. 
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam 
recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula 
ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante 
recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos 
autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto 
no art. 799, § 2º, da CLT. 
 
Súmula nº 414 do TST. MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU LIMINAR) 
CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 50, 51, 
58, 86 e 139 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005. 
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do 
mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. (ex-OJs nºs 50 e 58 da SBDI-2 - 
inseridas em 20.09.2000) 
 
Quesitos avaliados Notas possíveis Nota 
Item A 
- Não. Membro do C. 
Fiscal não tem 
estabilidade – CF não 
atua na defesa de 
direitos da categoria – 
competência limitada à 
atividade de fiscalização 
da gestão financeira do 
sindicato (0,30); 
Fundamentar: art. 522, § 
2º, CLT (0,20) e OJ 365, 
SDI-1, TST (0,15). 
0/0,15/0,20/0,30/0,35/0,50/0,65 
Item B 
 
 
 
 
 
 
 
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- decisão interlocutória - 
irrecorribilidade imediata 
(0,20) 
- Indicação da norma: 
Art. 893, § 1º/CLT ou 
Súmula nº 214/TST 
(0,20) 
- Indicação da norma: 
Sumula 414, II/TST 
(0,25) 
0,0/0,20/0,40/0,45/0,65 
 
 
Sugestão de Remissão: no art. 893, § 1°, da CLT acrescentar a súmula 414 do TST. 
 
2.(OAB/FGV – 2010.2 - questão 3) Na audiência inaugural de um processo na Justiça do Trabalho que 
tramita pelo rito sumaríssimo, o advogado do réu apresentou sua contestação com documentos e, ato 
contínuo, requereu o adiamento em virtude da ausência da testemunha Jussara Freire que, apesar de 
comprovadamente convidada, não compareceu. O advogado do autor, em contraditório, protestou, uma 
vez que a audiência é una no processo do trabalho, não admitindo adiamentos. O juiz deferiu o 
requerimento de adiamento, registrou o protesto em ata e remarcou a audiência para o início da fase 
instrutória. 
No dia designado para a audiência de instrução, a testemunha Jussara Freire não apenas compareceu, 
como esteve presente, dentro da sala de audiências, durante todo o depoimento da testemunha trazida 
pelo autor. No momento da sua oitiva, o advogado do autor a contraditou, sob o argumento de vício 
procedimental para essa inquirição, ao que o advogado do réu protestou. Antes de o juiz decidir o 
incidente processual, o advogado do réu se antecipou e requereu a substituição da testemunha. 
 
Diante da situação narrada, analise o deferimento do adiamento da audiência pelo juiz, bem como a 
contradita apresentada pelo advogado do autor e o requerimento de substituição elaborado pelo 
advogado do réu. 
 
Muito embora, em regra, no procedimento sumaríssimo a audiência seja una, com espeque no art. 852-H, 
§ 3º, da CLT, permite-se o seu adiamento na hipótese em que a testemunha convidada não comparecer 
espontaneamente. A contradita da testemunha foi oportunamente arguida, uma vez que os arts. 824 da 
CLT e 413 do CPC determinam que a oitiva das testemunhas deve ocorrer separadamente e de modo que 
uma não ouça o depoimento da outra. 
Diante da inexistência de regra específica na CLT sobre a substituição de testemunha, torna-se aplicável 
subsidiariamente o CPC. Dessa forma, é impossível a substituição da testemunha Jussara Freire, no caso 
em exame, uma vez que o seu caso não se encaixa em nenhuma das hipóteses contidas nos incisos do 
art. 408 do CPC. Além disso, a parte que deu causa ao vício não pode arguir a nulidade para se beneficiar. 
O deferimento criaria uma violação arbitrária da isonomia de tratamento das partes litigantes. 
 
 
Quesitos avaliados Notas possíveis Nota 
 Quanto ao deferimento do adiamento da audiência pelo juiz 
- Correto adiamento da 
audiência quando 
testemunha convidada 
não comparece 
espontaneamente (0,2) 
- Indicação da norma: 
852-H, § 3º, CLT (0,3) 
0 / 0,2/0,3/0,5 
 
 
 
 
 
 
 
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 Quanto à contradita apresentada pelo advogado do autor 
- Correta a contradita da 
testemunha - oitiva em 
separado (0,2); 
- Indicação da norma: Art. 
413/CPC ou 824/CLT 
(0,3) 
0 / 0,2/0,3/0,5 
 Quanto ao requerimento de substituição elaborado pelo advogado do réu 
- Incorreto requerimento 
de substituição – 
ausência de regra 
específica na CLT sobre 
ausência de testemunha - 
aplicação subsidiária do 
CPC. Parte que dá causa 
ao vício não pode delese 
beneficiar (0,1) 
- Indicação da norma: Art. 
408/CPC (0,15) 
0 / 0,10/0,15 
 
 
Sugestão de remissão: no art. 824 da CLT, acrescentar o art. 413 e 408 do CPC. 
 
3. (OAB/FGV 2010.3 – questão 3) - Determinada loja de um shopping center concede mensalmente a 
todos os seus empregados um vale-compras no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), por or a de norma 
regulamentar, para que eles possam utili á-lo em qualquer estabelecimento do shopping. l m disso, 
 ornece a uda-alimenta ão, sendo participante de rograma de limenta ão do Trabalhador – T, 
aprovado pelo inist rio do Trabalho e mprego. sindicato representante da categoria pro issional de 
seus empregados vem reivindicando que os valores de ambos os bene ícios se am considerados no 
cálculo das verbas contratuais dos trabalhadores. 
Com base na situa ão hipot tica, na condi ão de advogado consultado pela empresa, responda aos itens 
a seguir, empregando os argumentos urídicos apropriados e a undamenta ão legal pertinente ao caso 
 
a) - bas 
contratuais dos empregados? 
O vale-compras fornecido pelo empregador, pelo trabalho, de forma habitual, não onerosa, por não possuir 
caráter nocivo e a lei não lhe retirar a natureza salarial, configura salário in natura, nos termos do artigo 
458, caput, da CLT. Logo, uma vez que possui natureza salarial, os respectivos valores devem integrar a 
base de cálculo das verbas contratuais dos empregados. 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Art. 458, caput, CLT. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos 
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do 
contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o 
pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. 
 
 amentar 
instituidora dessa vantagem nos contratos de trabalho vigentes e futuros? 
(Valor: 0,7) 
 
 
 
 
 
 
 
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O princípio da condição mais benéfica assegura ao empregado a prevalência das condições mais 
vantajosas ajustadas no contrato de trabalho, inclusive quando tenham previsão em regulamento da 
empresa, as quais possuem natureza de cláusula obrigacional, aderindo aos respectivos pactos laborais. 
Desse princípio decorre a impossibilidade de alteração contratual prejudicial ao empregado, ainda que 
bilateral. É o que preceitua o art. 468, caput, da CLT. 
Logo, a supressão da concessão de uma utilidade somente deve alcançar os empregados admitidos após 
a revogação da norma regulamentar, sob pena de configurar alteração contratual lesiva aos trabalhadores 
beneficiados, em ofensa ao artigo 468 da CLT. 
No mesmo sentido, é o entendimento do TST, contido na súmula nº 51, item I. 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
Art. 468 da CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições 
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao 
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
 
Súmula 51, I, do TST. As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas 
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. 
 
 - 
0,3) 
 
Em regra, a ajuda alimentação integra os salários dos empregados para todos os efeitos (art. 458, caput, 
da CLT e súmula 241 do TST). Todavia, o artigo 3º da Lei 6.321/76 dispõe que não se inclui no salário de 
contribuição a parcela paga in natura, pela empresa, nos programas de alimentação aprovados pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego (PAT). Diante desse preceito legal, restou pacificado entendimento no 
sentido de que a ajuda-alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação ao 
trabalhador, instituído pela Lei 6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, como empregadora é 
participante do PAT, a ajuda alimentação fornecida neste caso não integra o salário para nenhum efeito 
legal (OJ nº 133 da SDI-1 do C. TST). 
 
 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA 
 
OJ 133, SDI – 1, TST. AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO INTEGRAÇÃO AO 
SALÁRIO (inserida em 27.11.1998) 
A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação ao trabalhador, 
instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito 
legal. 
 
 
QUESITO AVALIADO VALORES 
POSSÍVEIS 
NOTA 
a. Sim - Natureza de Salário in natura (0,20). Indicação 
do art. 458, caput, CLT (0,20). 
0/0,20/0,4 
b. Alcance limitado aos empregados admitidos após a 
revogação (0,20) Indicação do art. 468 da CLT OU da 
Súmula 51, I, do TST (0,20) 
0/0,20/0,4 
c. Não – Natureza não salarial da parcela fornecida pelo 
PAT(0,20). Indicação da Lei 6.321/76 OU Decreto 5/91 
0/0,2/0,25/0,45 
 
 
 
 
 
 
 
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OU OJ 133 da SDI-1/TST. (0,25 só com base legal OU 
indicação da OJ) 
TOTAL: 
 
QUESTÃO 4. Em 30/7/2008 foi efetuada a penhora de um veículo BMW, de Murilo Neymar Santos, 
modelo X1, por meio de carta precatória executória, muito embora a ação fosse movida contra Indústria de 
Palmeiras Ltda. Depois de devolvida a carta, o executado Neymar Santos, proprietário do veículo, opôs 
embargos de terceiro em 4/8/2008, dirigindo essa ação incidental ao juízo deprecante. Em seus embargos 
terceiro, alegou que não era parte no processo. Diante do exposto, responda: 
 
a) Os embargos de terceiro devem ser apresentados em qual juízo e de quem é a competência para 
julgá-los? 
 
Nos termos da súmula 419 do TST, os embargos podem ser apresentados perante o juízo deprecante ou 
deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante. 
 
Legislação Específica: 
 
Súmula 419, TST. COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO POR CARTA. EMBARGOS DE TERCEIRO. JUÍZO 
DEPRECANTE 
Na execução por carta precatória, os embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecante ou no 
juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem, unicamente, 
sobre vícios ou irregularidades da penhora, avaliação ou alienação dos bens, praticados pelo juízo 
deprecado, em que a competência será deste último. 
 
 
b)Caso os embargos sejam julgados improcedentes, qual a medida processual cabível para a 
defesa de seus interesses? 
 
É cabível agravo de petição, nos termos do art. 897, a, CLT.

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