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Hans Kelsen

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5/21/15	
  
1	
  
Hans	
  Kelsen	
  
Professora	
  Maria	
  Elisa	
  Soares	
  Rosa	
  
Vida	
  de	
  Hans	
  Kelsen	
  (1881-­‐1973)	
  
•  Filosofo	
  e	
  jurista	
  austríaco,	
  um	
  dos	
  mais	
  importantes	
  do	
  
século	
  XX.	
  
•  Nasceu	
  em	
  Viena	
  e	
  era	
  judeu,	
  por	
  isso	
  foi	
  perseguido	
  pelo	
  
nazismo	
  alemão.	
  
•  Foi	
  expatriado	
  para	
  os	
  Estados	
  Unidos	
  onde	
  exerceu	
  o	
  
magistério	
  e	
  em	
  1973	
  vem	
  a	
  falecer,	
  ali	
  mesmo,	
  em	
  Berkeley.	
  
•  Ele	
  publicou	
  cerca	
  de	
  400	
  (quatrocentos)	
  livros	
  e	
  arYgos,	
  
destacando-­‐se	
  a	
  Teoria	
  Pura	
  do	
  Direito	
  pela	
  inovação	
  e	
  
influência	
  alcançada.	
  Aparece	
  como	
  obra	
  completa	
  pela	
  
primeira	
  vez	
  em	
  1934.	
  
•  É	
  considerado	
  o	
  principal	
  representante	
  da	
  Escola	
  Norma6va	
  
do	
  Direito,	
  um	
  ramo	
  da	
  Escola	
  Posi6vista	
  ou	
  Posi6vismo	
  
Jurídico	
  ou	
  Jusposi6vismo.	
  
5/21/15	
  
2	
  
Posi6vismo	
  Jurídico	
  ou	
  jusposi6vismo	
  	
  
•  Com	
  o	
  final	
  da	
  idade	
  média	
  e	
  o	
  advento	
  da	
  idade	
  moderna,	
  se	
  
deu	
  a	
  secularização	
  da	
  sociedade	
  e	
  o	
  reconhecimento	
  da	
  
primazia	
  do	
  indivíduo	
  conduziram	
  ao	
  despresbgio	
  das	
  teorias	
  
do	
  direito	
  natural	
  e	
  à	
  subsYtuição	
  das	
  normas	
  de	
  caráter	
  
religioso	
  pelas	
  leis	
  estatais.	
  
•  O	
  Posi6vismo	
  Jurídico	
  se	
  formou	
  como	
  movimento	
  do	
  
pensamento	
  antagônico	
  a	
  qualquer	
  teoria	
  naturalista,	
  
metaAsica,	
  sociológica,	
  histórica,	
  antropológica,	
  etc.	
  
•  Fornece	
  uma	
  dimensão	
  integrada	
  e	
  cienbfica	
  do	
  Direito	
  de	
  tal	
  
forma	
  que	
  o	
  que	
  não	
  pode	
  ser	
  provado	
  racionalmente	
  não	
  
pode	
  ser	
  conhecido.	
  
•  O	
  posiYvismo	
  procura	
  explicar	
  o	
  fenômeno	
  jurídico	
  a	
  par6r	
  
do	
  estudo	
  das	
  normas	
  posi6vas.	
  	
  
•  O	
  posiYvismo	
  jurídico	
  ou	
  jusposiYvismo	
  	
  procura	
  
explicar	
  o	
  fenômeno	
  jurídico	
  a	
  par6r	
  do	
  estudo	
  das	
  
NORMAS	
  POSITIVAS,	
  ou	
  seja,	
  das	
  normas	
  postas	
  pela	
  
autoridade	
  soberana	
  de	
  determinada	
  sociedade.	
  	
  
•  Ao	
  definir	
  o	
  DIREITO,	
  o	
  posi6vismo	
  jurídico	
  iden6fica,	
  
portanto,	
  o	
  conceito	
  de	
  direito	
  com	
  o	
  direito	
  
efe6vamente	
  posto	
  pelas	
  autoridades	
  que	
  possuem	
  o	
  
poder	
  polí6co	
  de	
  impor	
  as	
  normas	
  jurídicas.	
  
•  Segundo	
  o	
  posiYvismo	
  jurídico	
  uma	
  regra	
  pertence	
  ao	
  
sistema	
  jurídico,	
  criando	
  direitos	
  e	
  obrigações	
  para	
  os	
  
seus	
  des6natários,	
  desde	
  que	
  essa	
  NORMA	
  POSITIVA	
  
seja	
  VÁLIDA	
  	
  sendo	
  portanto	
  fundamental	
  o	
  
entendimento	
  de	
  validade	
  das	
  normas.	
  
5/21/15	
  
3	
  
A	
  validade	
  de	
  uma	
  norma	
  	
  
•  Se	
  a	
  norma	
  jurídica	
  encontra	
  posição	
  nuclear	
  no	
  
sistema	
  teórico	
  de	
  Kelsen,	
  o	
  conceito	
  de	
  maior	
  
importância	
  de	
  sua	
  teoria	
  é	
  o	
  da	
  validade	
  da	
  norma.	
  
•  O	
  sistema	
  de	
  normas	
  jurídicas	
  possui	
  necessariamente	
  
um	
  CARÁTER	
  DINÂMICO,	
  o	
  direito	
  contém	
  
parYcularidades,	
  e	
  dentre	
  estas	
  a	
  de	
  criar	
  e	
  regular	
  a	
  si	
  
mesmo.	
  	
  
•  Assim	
  a	
  VALIDADE	
  de	
  uma	
  norma	
  Jurídica:	
  
–  NÃO	
  é	
  definida	
  pelo	
  CONTEÚDO	
  dessa	
  norma,	
  	
  
–  mas	
  SIM	
  pela	
  FORMA	
  dessa	
  norma,	
  	
  
•  Ou	
  seja,	
  a	
  VALIDADE	
  de	
  uma	
  norma	
  se	
  dá	
  por	
  ela	
  ter	
  
sido	
  gerada	
  de	
  uma	
  FORMA	
  determinada,	
  dentro	
  do	
  
sistema	
  de	
  inter-­‐relações	
  entre	
  as	
  normas,	
  enfim	
  
dentro	
  do	
  ordenamento	
  jurídico.	
  
•  O	
  CONCEITO	
  DE	
  VALIDADE	
  analisa	
  a	
  existência	
  da	
  
norma	
  jurídica	
  em	
  sua	
  entrada	
  regular	
  dentro	
  do	
  
sistema	
  observando-­‐se	
  a	
  forma,	
  rito,	
  momento,	
  
modo,	
  hierarquia,	
  estrutura,	
  bem	
  como	
  a	
  lógica	
  de	
  
produção	
  norma9va	
  prevista	
  em	
  dado	
  
ordenamento	
  jurídico.	
  
•  Ser	
  válida:	
  
– NÃO	
  significa	
  o	
  mesmo	
  que	
  ser	
  verdadeira	
  ou	
  falsa,	
  
certa	
  ou	
  errado,	
  	
  
– mas	
  SIM	
  estar	
  de	
  acordo	
  com	
  PROCEDIMENTOS	
  
FORMAIS	
  DE	
  CRIAÇÃO	
  NORMATIVA	
  previstos	
  por	
  um	
  
determinado	
  ordenamento	
  jurídico,	
  ou	
  seja,	
  juízos	
  de	
  
existência	
  ou	
  não	
  (perYnência	
  a	
  um	
  sistema	
  formal).	
  
5/21/15	
  
4	
  
NORMA	
  VÁLIDA	
  
•  Para	
  que	
  a	
  norma	
  seja	
  uma	
  NORMA	
  VÁLIDA	
  	
  ela	
  deve:	
  
1.   EMANAR	
  DE	
  UMA	
  AUTORIDADE	
  COMPETENTE	
  para	
  a	
  
criação	
  de	
  normas.	
  (Art.	
  61	
  CF.	
  “A	
  inicia9va	
  das	
  leis	
  
complementares	
  e	
  ordinárias	
  cabe	
  a	
  qualquer	
  membro	
  
ou	
  Comissão	
  da	
  Câmara	
  dos	
  Deputados,	
  do	
  Senado	
  
Federal	
  ou	
  do	
  Congresso	
  Nacional,	
  ao	
  Presidente	
  da	
  
República,	
  ao	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  aos	
  Tribunais	
  
Superiores,	
  ao	
  Procurador-­‐Geral	
  da	
  República	
  e	
  aos	
  
cidadãos,	
  na	
  forma	
  e	
  nos	
  casos	
  previstos	
  nesta	
  
Cons9tuição.”)	
  
2.  ser	
  criada	
  de	
  acordo	
  com	
  o	
  PROCEDIMENTO	
  
PREVISTO	
  LEGALMENTE	
  para	
  a	
  edição	
  de	
  novas	
  
normas,	
  previamente	
  estabelecido	
  na	
  lei.	
  	
  
3.   respeitar	
  os	
  LIMITES	
  ESPACIAIS	
  DE	
  VALIDADE,	
  
assim	
  como	
  as	
  regras	
  do	
  ordenamento	
  que	
  
resolvem	
  possíveis	
  incompaYbilidades	
  de	
  
conteúdo	
  (anYnomias).	
  	
  
•  Segundo	
  o	
  Art.	
  1º	
  da	
  Lei	
  de	
  Introdução	
  às	
  normas	
  
do	
  Direito	
  Brasileiro:	
  	
  
–  “Art.	
  1o	
  Salvo	
  disposição	
  contrária,	
  a	
  lei	
  começa	
  a	
  
vigorar	
  em	
  todo	
  o	
  país	
  quarenta	
  e	
  cinco	
  dias	
  depois	
  de	
  
oficialmente	
  publicada.	
  	
  
–  §	
  1o	
  	
  Nos	
  Estados,	
  estrangeiros,	
  a	
  obrigatoriedade	
  da	
  lei	
  
brasileira,	
  quando	
  admi9da,	
  se	
  inicia	
  três	
  meses	
  depois	
  
de	
  oficialmente	
  publicada.”	
  
5/21/15	
  
5	
  
4.   respeitar	
  os	
  LIMITES	
  TEMPORAIS.	
  Além	
  do	
  Art.	
  1º	
  
supra	
  copiado,	
  o	
  Art.	
  2º	
  da	
  Lei	
  de	
  Introdução	
  às	
  
normas	
  do	
  Direito	
  Brasileiro	
  também	
  trata	
  dos	
  
limites	
  temporais	
  de	
  validade	
  da	
  norma:	
  	
  
–  “Art.	
  2o	
  	
  Não	
  se	
  desYnando	
  à	
  vigência	
  temporária,	
  a	
  lei	
  
terá	
  vigor	
  até	
  que	
  outra	
  a	
  modifique	
  ou	
  revogue.	
  	
  
–  §	
  1o	
  	
  A	
  lei	
  posterior	
  revoga	
  a	
  anterior	
  quando	
  
expressamente	
  o	
  declare,quando	
  seja	
  com	
  ela	
  
incompabvel	
  ou	
  quando	
  regule	
  inteiramente	
  a	
  matéria	
  
de	
  que	
  tratava	
  a	
  lei	
  anterior.	
  	
  
–  §	
  2o	
  	
  A	
  lei	
  nova,	
  que	
  estabeleça	
  disposições	
  gerais	
  ou	
  
especiais	
  a	
  par	
  das	
  já	
  existentes,	
  não	
  revoga	
  nem	
  
modifica	
  a	
  lei	
  anterior.	
  
–  §	
  3o	
  	
  Salvo	
  disposição	
  em	
  contrário,	
  a	
  lei	
  revogada	
  não	
  
se	
  restaura	
  por	
  ter	
  a	
  lei	
  revogadora	
  perdido	
  a	
  vigência”	
  
Objeto	
  exclusivo	
  
•  A	
  preocupação	
  kelseniana	
  de	
  situar	
  o	
  direito	
  como	
  
ciência	
  exigiu	
  idenYficar	
  um	
  OBJETO	
  EXCLUSIVO	
  
que	
  não	
  pudesse	
  ser	
  reduzido	
  a	
  nenhum	
  outro	
  
campo	
  de	
  conhecimento.	
  	
  
•  Isto	
  porque	
  se	
  um	
  objeto	
  já	
  é	
  invesYgado,	
  estudado	
  
por	
  outro	
  campo	
  cienbfico,	
  seria	
  por	
  demais	
  
redundante	
  que	
  outra	
  ciência	
  também	
  Yvesse	
  esse	
  
mesmo	
  objeto	
  com	
  a	
  mesma	
  metodologia.	
  Seria	
  
como	
  que	
  criar	
  uma	
  ciência	
  que	
  já	
  existe.	
  
5/21/15	
  
6	
  
•  Assim,	
  para	
  Kelsen,	
  o	
  direito	
  tem	
  como	
  OBJETO	
  DE	
  
ESTUDO	
  a	
  NORMA	
  JURÍDICA	
  -­‐	
  nela	
  e	
  por	
  ela	
  mesma	
  -­‐	
  	
  
acrescida	
  de	
  todas	
  as	
  esferas	
  aYnentes	
  a	
  suas	
  origens	
  e	
  
aplicações.	
  
•  A	
  norma	
  jurídica	
  é	
  o	
  alfa	
  e	
  o	
  ômega	
  do	
  sistema	
  
normaYvo,	
  ou	
  seja,	
  o	
  princípio	
  e	
  o	
  fim	
  de	
  todo	
  o	
  
sistema.	
  
•  A	
  norma	
  se	
  impõe	
  como	
  condição,	
  senão	
  excludente	
  de	
  
outras,	
  pelo	
  menos	
  como	
  a	
  mais	
  significa6va,	
  o	
  que	
  
exclui	
  a	
  mul6disciplinaridade	
  do	
  direito.	
  	
  
•  Não	
  incorpora	
  a	
  inves6gação	
  do	
  social	
  ou	
  dos	
  valores	
  
sociais	
  ou	
  mesmo	
  histórico-­‐cultural,	
  mas	
  só	
  a	
  
formação	
  da	
  própria	
  norma.	
  
•  Para	
  melhor	
  explicitar	
  tal	
  afirmação,	
  cabe	
  a	
  seguinte	
  
citação:	
  	
  
– Na	
  afirmação	
  evidente	
  de	
  que	
  o	
  objeto	
  da	
  ciência	
  
jurídica	
  é	
  o	
  Direito,	
  está	
  con9da	
  a	
  afirmação	
  menos	
  
evidente	
  de	
  que	
  são	
  as	
  normas	
  jurídicas	
  o	
  objeto	
  da	
  
ciência	
  jurídica,	
  e	
  a	
  conduta	
  humana	
  só	
  o	
  é	
  na	
  medida	
  
em	
  que	
  é	
  determinada	
  nas	
  normas	
  jurídicas	
  como	
  
pressuposto	
  ou	
  conseqüência,	
  ou	
  por	
  outras	
  palavras	
  na	
  
medida	
  em	
  que	
  cons9tui	
  conteúdo	
  de	
  normas	
  jurídicas.	
  
Pelo	
  que	
  respeita	
  à	
  questão	
  de	
  saber	
  se	
  as	
  relações	
  inter-­‐	
  
humanas	
  são	
  objeto	
  da	
  ciência	
  jurídica,	
  importa	
  dizer	
  
que	
  elas	
  também	
  só	
  são	
  objeto	
  de	
  um	
  conhecimento	
  
jurídico	
  enquanto	
  relações	
  jurídicas,	
  isto	
  é,	
  como	
  
relações	
  que	
  são	
  cons9tuídas	
  através	
  de	
  normas	
  
jurídicas.	
  (KELSEN,	
  2000:79).	
  
5/21/15	
  
7	
  
Separou	
  o	
  direito	
  da	
  sociologia,	
  psicologia,	
  
antropologia	
  ou	
  filosofia	
  
•  Kelsen	
  procurou	
  delinear	
  uma	
  Ciência	
  do	
  Direito	
  
desprovida	
  de	
  qualquer	
  influência	
  que	
  lhe	
  fosse	
  
externa,	
  ou	
  seja,	
  buscou	
  lançar	
  as	
  bases	
  para	
  uma	
  
Ciência	
  do	
  Direito	
  excluindo	
  do	
  seu	
  conceito	
  e	
  do	
  
seu	
  objeto	
  (o	
  próprio	
  Direito)	
  quaisquer	
  outras	
  
referências	
  estranhas,	
  especialmente	
  aquelas	
  de	
  
cunho	
  sociológico	
  e	
  axiológico	
  (os	
  valores),	
  que	
  
considerou,	
  por	
  princípio,	
  como	
  sendo	
  matéria	
  de	
  
estudo	
  de	
  outros	
  ramos	
  da	
  Ciência,	
  tais	
  como	
  da	
  
sociologia,	
  psicologia,	
  antropologia	
  ou	
  filosofia.	
  
•  A	
  Teoria	
  Pura	
  do	
  Direito	
  de	
  Hans	
  Kelsen	
  propõe-­‐se	
  
assim,	
  uma	
  análise	
  estrutural	
  do	
  OBJETO	
  do	
  
DIREITO	
  e	
  assim	
  expurga	
  de	
  seu	
  interior	
  JUSTIÇA,	
  
SOCIOLOGIA,	
  ORIGENS	
  HISTÓRICAS,	
  ORDENS	
  
SOCIAIS	
  e	
  qualquer	
  conteúdo	
  que	
  não	
  seja	
  
puramente	
  jurídico,	
  formando	
  assim,	
  uma	
  
sistema6zação	
  escalonada	
  estrutural	
  do	
  que	
  é	
  
jurídico	
  propriamente	
  dito.	
  
5/21/15	
  
8	
  
Teoria	
  Pura	
  do	
  Direito	
  	
  
•  NÃO	
  é	
  uma	
  teoria	
  do	
  direito	
  puro	
  (direito	
  como	
  
fenômeno	
  puro),	
  não	
  se	
  trata	
  da	
  pureza	
  do	
  direito.	
  
•  Mas	
  SIM	
  uma	
  teoria	
  pura	
  do	
  direito	
  porque	
  ela	
  é	
  
metodologicamente	
  pura,	
  a	
  ciência,	
  a	
  técnica,	
  a	
  
forma.	
  
•  NÃO	
  se	
  trata	
  de	
  descrever	
  este	
  ou	
  aquele	
  direito	
  
posiYvo	
  em	
  concreto,	
  mas	
  o	
  sistema,	
  a	
  cienYficidade	
  
e	
  ordem	
  do	
  sistema.	
  	
  
•  Mas	
  SIM	
  de	
  descrever	
  cien6ficamente	
  o	
  direito,	
  sem	
  
recorrer	
  a	
  pressupostos	
  alheios	
  à	
  matéria	
  jurídica	
  e	
  
pertencentes	
  a	
  outras	
  dimensões	
  teóricas	
  (Sociologia,	
  
ÉYca,	
  Antropologia,	
  etc.).	
  	
  
•  A	
  Teoria	
  Pura	
  do	
  Direito	
  visa	
  estudar	
  as	
  
ESTRUTURAS	
  com	
  as	
  quais	
  se	
  constrói	
  o	
  DIREITO	
  
POSITIVO.	
  	
  
•  Essas	
  estruturas	
  seriam	
  COMUNS	
  A	
  TODOS	
  OS	
  
SISTEMAS,	
  independentemente	
  de	
  sua	
  localização	
  
histórica,	
  temporal	
  e	
  geográficas.	
  
•  Na	
  TEORIA	
  PURA	
  DO	
  DIREITO	
  o	
  objeto	
  de	
  estudo	
  é	
  
assim:	
  
– o	
  DIREITO	
  POSITIVO,	
  	
  
– a	
  NORMA	
  JURÍDICA	
  organizada	
  em	
  forma	
  de	
  
ORDENAMENTO	
  JURÍDICO	
  ESCALONADO,	
  
– o	
  próprio	
  ORDENAMENTO	
  JURÍDICO	
  ESCALONADO.	
  
5/21/15	
  
9	
  
Ordenamento	
  jurídico	
  segundo	
  Kelsen	
  	
  
•  Kelsen	
  acreditava	
  que	
  o	
  ordenamento	
  jurídico	
  é	
  um	
  
CONJUNTO	
  HIERARQUIZADO	
  de	
  NORMAS	
  
JURÍDICAS	
  ESCALONADAS	
  e	
  ESTRUTURADAS	
  NA	
  
FORMA	
  DE	
  UMA	
  PIRÂMIDE	
  ABSTRATA,	
  onde	
  a	
  
NORMA	
  INFERIOR	
  RETIRA	
  O	
  SEU	
  FUNDAMENTO	
  DE	
  
VALIDADE	
  DA	
  NORMA	
  SUPERIOR,	
  e	
  cuja	
  norma	
  
mais	
  importante,	
  que	
  subordina	
  todas	
  as	
  demais	
  
normas	
  jurídicas	
  de	
  hierarquia	
  inferior,	
  é	
  a	
  
denominada	
  norma	
  HIPOTÉTICA	
  FUNDAMENTAL,	
  
que	
  é	
  pressuposta,	
  e	
  dela	
  as	
  demais	
  normas	
  
re6ram	
  seu	
  fundamento	
  de	
  validade	
  lógica.	
  	
  
•  O	
  ORDENAMENTO	
  JURÍDICO	
  segundo	
  Kelsen:	
  
1.  sustenta-­‐se	
  nas	
  RELAÇÕES	
  LÓGICO-­‐FORMAIS	
  ENTRE	
  
AS	
  NORMAS.	
  	
  
2.  circunscreve-­‐se	
  na	
  LÓGICA	
  INTERNA	
  DO	
  SISTEMA,	
  
portanto	
  COERÊNCIA	
  e	
  HIERARQUIA	
  ENTRE	
  AS	
  
NORMAS:	
  	
  
–  A	
  norma	
  é	
  a	
  expressão	
  da	
  idéia	
  de	
  que	
  algo	
  deve	
  ocorrere,	
  
em	
  especial,	
  de	
  que	
  um	
  indivíduo	
  deve	
  se	
  conduzir	
  de	
  certa	
  
maneira.	
  Nada	
  é	
  dito	
  pela	
  norma	
  sobre	
  o	
  comportamento	
  
efe9vo	
  do	
  indivíduo	
  em	
  questão.	
  A	
  afirmação	
  de	
  que	
  um	
  
indivíduo	
  “deve”	
  se	
  conduzir	
  de	
  certo	
  modo	
  significa	
  que	
  essa	
  
conduta	
  está	
  prescrita	
  por	
  uma	
  norma	
  –	
  ela	
  pode	
  ser	
  uma	
  
norma	
  moral,	
  jurídica	
  ou	
  de	
  algum	
  outro	
  9po.	
  O	
  dever-­‐ser	
  
simplesmente	
  expressa	
  o	
  sen9do	
  específico	
  em	
  que	
  a	
  
conduta	
  humana	
  é	
  determinada	
  por	
  uma	
  norma.	
  (Hans	
  
Kelsen,	
  1998:51).	
  
5/21/15	
  
10	
  
Independência	
  da	
  ciência	
  do	
  Direito	
  
•  A	
  norma	
  e	
  todas	
  as	
  insYtuições	
  e	
  todos	
  os	
  
procedimentos	
  jurídicos	
  são	
  entendidos	
  por	
  Kelsen,	
  
como	
  objetos	
  específicos	
  de	
  uma	
  área	
  de	
  
conhecimento	
  próprio.	
  	
  
•  Kelsen	
  idenYfica	
  a	
  ORDEM	
  JURÍDICA	
  como	
  ordem	
  
coerci6va	
  e	
  o	
  DIREITO	
  como	
  ciência	
  e	
  técnica	
  
específica,	
  portanto,	
  diferencia	
  a	
  esfera	
  jurídica	
  de	
  
qualquer	
  outra	
  ordem,	
  e	
  o	
  Direito	
  de	
  qualquer	
  outra	
  
ciência,	
  parYcularmente	
  da	
  sociologia.	
  
•  Tal	
  concepção,	
  evidentemente,	
  tem	
  como	
  parâmetro	
  o	
  
estabelecimento	
  do	
  Direito	
  como	
  ciência.	
  	
  
5/21/15	
  
11	
  
Norma	
  Fundamento	
  ou	
  
Norma	
  Fundamental	
  
•  O	
  sistema	
  jurídico	
  para	
  Kelsen	
  é	
  unitário,	
  orgânico,	
  
fechado,	
  completo,	
  auto-­‐suficiente	
  e	
  nele	
  nada	
  
falta	
  para	
  o	
  seu	
  aperfeiçoamento.	
  A	
  norma	
  
fundamental	
  é	
  para	
  Kelsen	
  o	
  fundamento	
  úl6mo	
  de	
  
validade	
  do	
  sistema	
  jurídico	
  fechando	
  o	
  sistema.	
  
•  Assim,	
  normas	
  inferiores	
  buscam	
  o	
  seu	
  
fundamento	
  de	
  validade	
  em	
  normas	
  
hierarquicamente	
  superiores	
  e	
  para	
  impedir	
  o	
  
regresso	
  ad	
  infinitun	
  existe	
  a	
  norma	
  fundamental,	
  
que	
  fecharia	
  o	
  sistema	
  impedindo	
  o	
  regresso	
  
constante.	
  
•  Qualquer	
  abertura	
  para	
  fatores	
  extrajurídicos	
  
comprometeria	
  sua	
  rigidez	
  e	
  completude,	
  de	
  modo	
  
que	
  a	
  norma	
  fundamental	
  desempenha	
  esse	
  papel	
  
importante	
  de	
  fechamento	
  do	
  sistema	
  norma6vo	
  
escalonado.	
  	
  
•  A	
  norma	
  fundamental	
  é	
  fundamental	
  na	
  teoria	
  de	
  
Kelsen	
  porque	
  ela	
  impede	
  a	
  busca	
  em	
  fatores	
  
extrajuródicos,	
  a	
  busca	
  final	
  fica	
  na	
  norma	
  
fundamental.	
  
•  Assim,	
  o	
  ponto	
  de	
  apoio	
  de	
  todo	
  o	
  sistema	
  jurídico	
  
estaria	
  numa	
  estrutura	
  escalonada	
  de	
  normas	
  
onde	
  a	
  úl6ma	
  aparece	
  como	
  norma	
  fundamental,	
  
ápice	
  de	
  uma	
  pirâmide	
  de	
  relações	
  norma6vas.	
  
5/21/15	
  
12	
  
•  Onde	
  há	
  hierarquia	
  há	
  interdependência	
  entre	
  
normas.	
  
•  A	
  validade	
  da	
  norma	
  inferior	
  é	
  extraída	
  da	
  norma	
  
superior	
  e	
  assim	
  até	
  a	
  úl6ma	
  que	
  é	
  a	
  norma	
  hipoté6ca	
  	
  
fundamental	
  (pressuposto	
  lógico	
  do	
  sistema).	
  
•  	
  A	
  norma	
  fundamental	
  NÃO	
  é	
  a	
  norma	
  cons6tucional	
  
mas	
  SIM	
  um	
  pressuposto	
  lógico	
  do	
  sistema,	
  o	
  cume	
  
acima	
  da	
  pirâmide	
  escalonada	
  de	
  normas	
  jurídicas.	
  	
  
•  A	
  norma	
  fundamental	
  NÃO	
  existe	
  historicamente	
  e	
  
também	
  NÃO	
  fisicamente	
  mas	
  é	
  SIM	
  pressuposta	
  
logicamente	
  ou	
  seja,	
  é	
  uma	
  pressuposição	
  de	
  todo	
  o	
  
sistema	
  jurídico.	
  	
  
•  A	
  norma	
  fundamental	
  para	
  Kelsen	
  NÃO	
  está	
  posta	
  mas	
  
ela	
  é	
  pressuposta.	
  
Princípio	
  da	
  Eficácia	
  Kelseniano.	
  
•  Para	
  os	
  posiYvistas,	
  o	
  fundamento	
  de	
  validade	
  de	
  uma	
  norma	
  
encontra-­‐se	
  em	
  uma	
  norma	
  válida	
  superior	
  a	
  ela	
  na	
  
hierarquia	
  das	
  fontes	
  do	
  direito.	
  Já	
  a	
  validade	
  das	
  normas	
  que	
  
se	
  encontram	
  no	
  topo	
  desta	
  pirâmide	
  hierárquica	
  depende,	
  
de	
  alguma	
  maneira,	
  de	
  sua	
  eficácia	
  social	
  em	
  determinado	
  
momento	
  e	
  local	
  em	
  razão	
  da	
  existência	
  de	
  um	
  poder	
  políYco	
  
efeYvo.	
  Kelsen	
  sustenta	
  a	
  necessidade	
  lógica	
  de	
  pressupor	
  a	
  
existência	
  de	
  uma	
  NORMA	
  FUNDAMENTAL	
  que	
  seria	
  "a	
  fonte	
  
comum	
  da	
  validade	
  de	
  todas	
  as	
  normas	
  pertencentes	
  a	
  uma	
  e	
  
mesma	
  ordem	
  norma9va”.	
  	
  
•  Assim,	
  a	
  norma	
  fundamental	
  ordenaria	
  que	
  todos	
  se	
  
conduzam	
  de	
  acordo	
  com	
  as	
  normas	
  posiYvas	
  supremas	
  do	
  
ordenamento	
  e	
  atribuiria	
  validade	
  a	
  todas	
  as	
  normas	
  
decorrentes	
  da	
  manifestação	
  da	
  vontade	
  do	
  criador	
  dessas	
  
normas	
  supremas.	
  
5/21/15	
  
13	
  
•  Para	
  Kelsen	
  a	
  NORMA	
  JURÍDICA	
  é	
  a	
  única	
  segurança	
  para	
  a	
  
teoria	
  do	
  direito,	
  é	
  o	
  centro	
  das	
  inves6gações	
  posi6vistas	
  do	
  
direito,	
  ela	
  não	
  é	
  a	
  simples	
  vontade	
  do	
  legislador	
  porque	
  são	
  
muitas	
  as	
  possíveis	
  vontades	
  (pesquisa	
  da	
  norma	
  é	
  um	
  dado	
  
fluído)	
  já	
  que	
  as	
  normas	
  estão	
  sempre	
  sujeitas	
  à	
  
interpretação	
  e	
  é	
  isso	
  que	
  permite	
  que	
  diversos	
  sen6dos	
  
jurídicos	
  convivam	
  em	
  um	
  único	
  ordenamento.	
  
•  Assim,	
  o	
  conjunto	
  de	
  normas	
  forma	
  a	
  ordem	
  jurídica	
  que	
  é	
  
um	
  sistema	
  hierárquico	
  de	
  normas	
  legais	
  que	
  requer	
  um	
  
regresso	
  ad	
  infinitum	
  por	
  meio	
  das	
  normas	
  até	
  a	
  NORMA	
  
HIPOTÉTICA	
  FUNDAMENTAL,	
  PRESSUPOSTO	
  ou	
  
pressuposição	
  de	
  todo	
  o	
  sistema	
  jurídico	
  e	
  não	
  um	
  dado	
  
histórico.	
  	
  Se	
  não	
  exisYsse	
  essa	
  norma	
  fundamental	
  poder-­‐se-­‐
ia	
  aceitar	
  pressupostos	
  metaAsicos	
  para	
  a	
  fundamentação	
  da	
  
ordem	
  jurídica	
  (Deus,	
  ordem	
  universal,	
  contrato	
  social,	
  direito	
  
natural,	
  etc.)	
  
•  Existe	
  um	
  consen6mento	
  de	
  todas	
  as	
  pessoas	
  em	
  aceitar	
  a	
  
Cons6tuição	
  e	
  é	
  esse	
  dado	
  o	
  princípio	
  da	
  eficácia	
  
kelseniano.	
  
Kelsen	
  separou	
  os	
  valores	
  de	
  direito	
  e	
  	
  
valores	
  de	
  jus6ça	
  
•  Para	
  Kelsen	
  a	
  teoria	
  do	
  direito	
  possui	
  dois	
  juízos	
  de	
  valor:	
  
–  VALORES	
  DE	
  DIREITO	
  cujo	
  parâmetro	
  é	
  OBJETIVO,	
  é	
  a	
  norma	
  
jurídica	
  (lícito/ilícito);	
  
–  VALORES	
  DE	
  JUSTIÇA	
  cujo	
  parâmetro	
  é	
  SUBJETIVO,	
  repousa	
  em	
  
dados	
  variados	
  e	
  variáveis(justo/injusto);	
  
•  Kelsen	
  abstraiu	
  da	
  teoria	
  pura	
  do	
  direito	
  e	
  do	
  conceito	
  do	
  
Direito	
  a	
  idéia	
  de	
  jus6ça,	
  porque	
  a	
  JUSTIÇA,	
  está	
  sempre	
  e	
  
invariavelmente	
  imbricada	
  com	
  os	
  VALORES,	
  sempre	
  
variáveis,	
  adotados	
  por	
  aquele	
  que	
  a	
  invoca,	
  não	
  cabendo,	
  
portanto,	
  pela	
  imprecisão	
  e	
  fluidez	
  de	
  significado,	
  num	
  
conceito	
  de	
  direito	
  universalmente	
  válido.	
  
•  Para	
  Kelsen	
  a	
  Ciência	
  Jurídica	
  não	
  tem	
  espaço	
  para	
  os	
  juízos	
  
de	
  jus6ça,	
  mas	
  somente	
  para	
  os	
  juízos	
  de	
  Direito.	
  
5/21/15	
  
14	
  
As	
  categorias	
  do	
  ser	
  e	
  do	
  dever	
  	
  
•  As	
  categorias	
  do	
  “SER”,	
  ou	
  seja,	
  da	
  realidade,	
  e	
  do	
  
“DEVER	
  SER”	
  onde	
  está	
  o	
  direito,	
  são	
  os	
  pólos	
  com	
  os	
  
quais	
  lida	
  Kelsen	
  para	
  disYnguir	
  REALIDADE	
  e	
  DIREITO	
  
que	
  caminham	
  em	
  flagrante	
  dissintonia	
  em	
  sua	
  teoria.	
  	
  
•  HANS	
  KELSEN	
  situa	
  os	
  fatos	
  e	
  acontecimentos	
  da	
  vida	
  
no	
  campo	
  ontológico	
  do	
  “ser”,	
  ao	
  passo	
  que	
  a	
  norma,	
  
que	
  empresta	
  ao	
  fato	
  o	
  caráter	
  de	
  ato	
  jurídico	
  ou	
  
an6jurídico	
  quer	
  significar	
  algo	
  que	
  “deve	
  ser”.	
  	
  
•  Diz	
  KELSEN	
  que,	
  "Com	
  o	
  termo	
  ‘norma’,	
  se	
  quer	
  
significar	
  que	
  algo	
  deve	
  ser	
  ou	
  acontecer,	
  
especialmente	
  que	
  um	
  homem	
  se	
  deve	
  conduzir	
  de	
  
determinada	
  maneira”.	
  
•  O	
  ato	
  de	
  vontade,	
  segundo	
  a	
  óYca	
  kelseniana,	
  fixa	
  a	
  
norma	
  e	
  quando	
  dirigido	
  como	
  um	
  comando	
  
regulador	
  da	
  vontade	
  de	
  outrem,	
  estabelece	
  um	
  
"dever	
  ser",	
  uma	
  prescrição.	
  
•  É	
  com	
  a	
  quebra	
  da	
  relação	
  “ser”	
  e	
  “dever	
  ser”	
  que	
  
Kelsen	
  define	
  o	
  que	
  é	
  jurídico	
  e	
  o	
  que	
  não	
  é	
  jurídico	
  
(cultural,	
  social,	
  antropológico,	
  éYco,	
  meta{sico,	
  
religioso)	
  e	
  por	
  isso	
  não	
  é	
  objeto	
  do	
  direito.	
  	
  
5/21/15	
  
15	
  
Relação	
  lógica	
  entre	
  normas	
  
•  Desse	
  modo	
  a	
  pressuposição	
  de	
  Kelsen	
  é	
  de	
  que	
  o	
  
Direito	
  caracteriza-­‐se	
  par6cularmente	
  por	
  regular	
  a	
  
sua	
  própria	
  criação.	
  Isto	
  significa	
  que	
  há	
  normas	
  cuja	
  
marca	
  maior	
  é	
  o	
  de	
  produzirem	
  outras	
  normas.	
  
•  As	
  normas	
  produzidas	
  vão	
  encontrar	
  sua	
  validade	
  
exatamente	
  por	
  serem	
  originadas	
  de	
  conformidade	
  
com	
  a	
  norma	
  anterior.	
  	
  
•  Isto	
  é	
  possível	
  se,	
  e	
  tão	
  somente	
  se,	
  entendermos	
  que	
  
existe	
  uma	
  relação	
  lógica	
  entre	
  as	
  normas	
  onde	
  a	
  
norma	
  inferior	
  busca	
  o	
  seu	
  fundamento	
  de	
  validade	
  na	
  
norma	
  superior	
  e	
  assim	
  todo	
  o	
  sistema	
  guarda	
  uma	
  
compaYbilidade	
  verYcal	
  estando	
  escalonado,	
  estando	
  
cada	
  escalão	
  fundamentado	
  e	
  baseado	
  nas	
  normas	
  
gerais	
  do	
  escalão	
  acima.	
  
1.  Assim,	
  existe	
  uma	
  HIERARQUIA:	
  norma	
  geradora	
  será	
  
sempre	
  superior,	
  enquanto	
  a	
  norma	
  produzida	
  é	
  
denominada	
  de	
  inferior.	
  	
  
2.  Acrescenta-­‐se	
  ainda	
  que	
  tal	
  relação	
  lógica	
  entre	
  as	
  
normas	
  permite	
  verificar	
  a	
  VALIDADE	
  das	
  mesmas:	
  a	
  
norma	
  superior	
  é	
  a	
  que	
  dá	
  validade	
  para	
  a	
  norma	
  
inferior.	
  
3.  Desse	
  modo,	
  é	
  possível,	
  então,	
  verificarmos	
  que	
  a	
  
unidade	
  do	
  ordenamento	
  jurídico	
  é	
  uma	
  
determinação	
  de	
  DEPENDÊNCIA	
  (e	
  
INTERDEPENDÊNCIA),	
  pois	
  a	
  norma	
  inferior	
  é	
  sempre	
  
dependente	
  da	
  norma	
  superior.	
  	
  
4.  Se	
  visualizarmos	
  tal	
  dependência	
  como	
  um	
  desenho	
  
só	
  nos	
  resta	
  a	
  visualização	
  em	
  verYcal,	
  há	
  um	
  
ENCADEAMENTO	
  VERTICAL	
  NO	
  ORDENAMENTO.	
  	
  
5/21/15	
  
16	
  
Sistema	
  operacional	
  
•  ParYcularmente	
  a	
  lei	
  é	
  de	
  responsabilidade	
  do	
  legisla6vo,	
  
enquanto	
  os	
  decretos	
  e	
  ou	
  decretos-­‐leis	
  podem	
  ser	
  
elaboradas	
  por	
  autoridade	
  administra6va.	
  	
  
•  O	
  ordenamento	
  jurídico	
  é	
  assim	
  um	
  sistema	
  de	
  normas	
  que	
  
se	
  apresentam	
  interligadas,	
  (norma	
  superior-­‐inferior).	
  
•  Acrescenta-­‐se	
  ainda	
  que	
  no	
  ordenamento	
  Kelsen	
  inclui	
  a	
  
comunidade	
  jurídica	
  que	
  também	
  é	
  formada	
  pela	
  mesma	
  
ordem	
  com	
  poderes	
  para	
  elaboração	
  de	
  normas.	
  Desse	
  modo	
  
o	
  ordenamento	
  é	
  operacional,	
  pois	
  permite	
  tanto	
  a	
  criação	
  
de	
  normas	
  como	
  também	
  a	
  sua	
  efe6va	
  aplicação	
  através	
  de	
  
órgãos	
  competentes.	
  	
  
•  Não	
  há,	
  segundo	
  Kelsen,	
  uma	
  oposição	
  entre	
  a	
  criação	
  e	
  
aplicação,	
  pois	
  ambas	
  são	
  simultâneas.	
  
•  O	
  sistema	
  de	
  normas	
  jurídicas	
  cria	
  e	
  regula	
  a	
  si	
  mesmo.	
  
Bibliografia	
  
•  KELSEN,	
  Hans.Teoria	
  geral	
  do	
  direito	
  e	
  do	
  estado.	
  
Tradução	
  de	
  Luís	
  Carlos	
  Borges.	
  3.ed.	
  São	
  Paulo:	
  
MarYns	
  Fontes,	
  1998.	
  
•  _____________.Teoria	
  pura	
  do	
  direito.	
  Tradução	
  de	
  
João	
  BapYsta	
  Machado.	
  6.ed.	
  São	
  Paulo:	
  MarYns	
  
Fontes,	
  1998.	
  
•  BITTAR,	
  Eduardo	
  Carlos	
  B.	
  Curso	
  de	
  Filosofia	
  do	
  direito,	
  
capítulo	
  18	
  PosiYvismo	
  Jurídico:	
  o	
  normaYvismo	
  de	
  
Hans	
  Kelsen	
  São	
  Paulo:	
  Atlas,	
  2005.	
  
•  Comentários	
  e	
  observações	
  da	
  Professora	
  Maria	
  Elisa	
  
Soares	
  Rosa

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