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O princípio da insignificância no contexto do tráfico de entorpecentes Lei 11.343/2006 (Lei de Tóxicos) O Princípio da Insignificância ou crime de bagatela é corolário do Princípio da Intervenção Mínima, Principio da Lesividade ou Ofensividade, do Direito Penal Minimalista e do Garantismo Penal que têm como escopo a proteção do direito individual do cidadão contra os excessos do Estado. Nesse contexto o Princípio da Insignificância tem natureza de excludente de tipicidade uma vez que para configurar a insignificância a conduta deve ser tão infimamente lesiva que não se note pela tipicidade material (que reflete o conceito ínsito de crime em cada ser humano) o “dano” causado. Isso posto, cumpre, agora examinarmos as condutas tipificadas nos artigos 28 e 33 da Lei 11.343/2006. São crimes de perigo abstrato, ou seja, não há mister que se comprove a lesividade da conduta que também é abstrata e analisando de forma objetiva nem se quer existe uma vez que o usuário primário de entorpecentes possui o livre-arbítrio e dentro do livre-arbítrio possui plena capacidade e conhecimento necessário para discernir sobre os malefícios que a substância irá causar. Nesse diapasão seria ilógico punir-se o traficante se não houve coação de qualquer natureza para aquisição da droga. Assim, a lesão seria de caráter plenamente individual, como a venda de bebidas alcoólicas e o tabaco não colidindo com os interesses do Estado o que o torna, segundo a classificação de crimes, um crime plástico pois não defende nenhum bem jurídico natural do ser humano mas tipifica condutas lesivas tão somente a moralidade do próprio Estado. Desse ponto de vista o princípio da insignificância é completamente aplicável. Todavia, dentro de um contexto sanitário e tributário é completamente inviável tal aplicação uma vez que o tráfico por ser atividade clandestina e ilícita não gera tributo tão pouco é inspecionada pelo Ministério da Saúde e Anvisa o que pode gerar adulterações na confecção do entorpecente o que seria facilmente resolvido com a legalização, como na Noruega ou na Austrália, Embora o Brasil não tenha porte Administrativo para regular a venda de drogas. Porém, o tráfico de drogas está estritamente ligado a outras condutas criminosas como homicídio, usurpação de função pública organização criminosa etc. Cumpre ainda ressaltar que mesmo que não houvessem essas vinculações criminosas ainda seria inviável a legalização uma vez que o Brasil se comprometeu por meio de Tratados e Convenções Internacionais a reprimir o tráfico de entorpecentes e o faz até mesmo equiparando tal crime a hediondo. O Brasil pode muito bem denunciar a esses tratados e convenções e liberar os entorpecentes mas tal política seria inconveniente para as relações internacionais. Ps. Denunciar a tratado ou convenção internacional significa não ser mais signatário.
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