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DIREITO EMPRESARIAL UNICURITIBA

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2014 Curitiba
Coleção CONPEDI/UNICURITIBA
Organizadores 
Prof. Dr. oriDes Mezzaroba
Prof. Dr. rayMunDo Juliano rego feitosa
Prof. Dr. VlaDMir oliVeira Da silVeira
Profª. Drª. ViViane Coêlho De séllos-Knoerr
Vol. 14
DIREITO EMPRESARIAL
Coordenadores 
Profª. Drª. Márcia carla Pereira riBeiro
Prof. Dr. sanDro Mansur giBran
Prof. Dr. antônio carlos Diniz Murta
 2014 Curitiba
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Nossos Contatos 
São Paulo 
Rua José Bonifácio, n. 209, 
cj. 603, Centro, São Paulo – SP 
CEP: 01.003-001 
 
Acesse: www. editoraclassica.com.br
Redes Sociais 
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
Equipe Editorial
EDITORA CLÁSSICA
Allessandra Neves Ferreira
Alexandre Walmott Borges 
Daniel Ferreira 
Elizabeth Accioly 
Everton Gonçalves 
Fernando Knoerr 
Francisco Cardozo de Oliveira 
Francisval Mendes 
Ilton Garcia da Costa 
Ivan Motta 
Ivo Dantas 
Jonathan Barros Vita
José Edmilson Lima 
Juliana Cristina Busnardo de Araujo 
Lafayete Pozzoli
Leonardo Rabelo 
Lívia Gaigher Bósio Campello 
Lucimeiry Galvão 
Luiz Eduardo Gunther
Luisa Moura 
Mara Darcanchy 
Massako Shirai 
Mateus Eduardo Nunes Bertoncini 
Nilson Araújo de Souza 
Norma Padilha 
Paulo Ricardo Opuszka 
Roberto Genofre 
Salim Reis 
Valesca Raizer Borges Moschen 
Vanessa Caporlingua 
Viviane Coelho de Séllos-Knoerr 
Vladmir Silveira 
Wagner Ginotti 
Wagner Menezes 
Willians Franklin Lira dos Santos
Conselho Editorial
D597
Direito empresarial 
Coleção Conpedi/Unicuritiba.
Organizadores : Orides Mezzaroba / Raymundo Juliano 
Rego Feitosa / Vladmir Oliveira da Silveira
/Viviane Coêlho Séllos-Knoerr.
Coordenadores : Márcia Carla Pereira Ribeiro / Sandro 
Mansur Gibran / Antônio Carlos Diniz Murta.
Título independente - Curitiba - PR . : vol.14 - 1ª ed. 
Clássica Editora, 2014.
538p. :
ISBN 978-85-8433-002-7
1. Direito empresarial – teoria geral.
I. Título.
 CDD 341.
Editora Responsável: Verônica Gottgtroy
Capa: Editora Clássica 
Editora Responsável: Verônica Gottgtroy
Capa: Editora Clássica 
MEMBROS DA DIRETORIA 
Vladmir Oliveira da Silveira
Presidente 
Cesar Augusto de Castro Fiuza 
Vice-Presidente 
Aires José Rover 
Secretário Executivo 
Gina Vidal Marcílio Pompeu 
Secretário-Adjunto
 
 
 
Conselho Fiscal 
Valesca Borges Raizer Moschen 
Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa 
João Marcelo Assafim 
Antonio Carlos Diniz Murta (suplente) 
Felipe Chiarello de Souza Pinto (suplente) 
 
Representante Discente 
Ilton Norberto Robl Filho (titular) 
Pablo Malheiros da Cunha Frota (suplente) 
 
Colaboradores 
Elisangela Pruencio 
Graduanda em Administração - Faculdade Decisão 
Maria Eduarda Basilio de Araujo Oliveira 
Graduada em Administração - UFSC 
Rafaela Goulart de Andrade 
Graduanda em Ciências da Computação – UFSC 
Diagramador
Marcus Souza Rodrigues
XXII ENCONTRO NACIONAL DO CONPEDI/ UNICURITIBA
Centro Universitário Curitiba / Curitiba – PR
Sumário
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................
GOVERNANÇA CORPORATIVA, FACULDADE OU DEVER? UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DA AUTO-
NOMIA PRIVADA DA VONTADE (Luciana Lima Grandinetti) ...................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
GOVERNANÇA CORPORATIVA .................................................................................................................
A NOVA LEI DE SOCIEDADE ANÔNIMA ...................................................................................................
VONTADE ...................................................................................................................................................
DA AUTONOMIA DA VONTADE ...............................................................................................................
DA AUTONOMIA DA VONTADE E O DIREITO ..........................................................................................
DA AUTONOMIA PRIVADA DA VONTADE ...............................................................................................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: ESTUDO DO CASO CAOA (Fabiano Eustáquio 
Zica Silva e Antônio Augusto Gonçalves Tavares) .......................................................................................
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................
A PESSOA JURÍDICA ..................................................................................................................................
A DESCONSIDERAÇÃO POSITIVADA ........................................................................................................
A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA EXECUÇÃO E EM FASE DE CUMPRIMENTO 
DE SENTENÇA ...........................................................................................................................................
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA NA EXECUÇÃO – O CASO “CAOA” ....
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
O ESTABELECIMENTO VIRTUAL E SUA CONDIÇÃO DE ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL SECUN-
DÁRIO (FILIAL) (Ana Caroline Faria Guimarães e Rúbia Carneiro Neves) .................................................
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................
INTERNET, SITES E COMÉRCIO ELETRÔNICO: BREVES CONSIDERAÇÕES ............................................
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA ..............................................
SÍTIO ELETRÔNICO E O SEU ENQUADRAMENTO COMO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
SECUNDÁRIO (FILIAL) ...............................................................................................................................
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CONCLUSÃO .............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
O PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE DO CAPITAL SOCIAL E A RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS 
(Almir Garcia Fernandes) ...........................................................................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
ASPECTOS DO PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE ....................................................................................A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE NO DIREITO PORTUGUÊS, ITALIANO E ALEMÃO.
CONSEQUÊNCIAS DO DESCUMPRIMENTO DO PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE .............................
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................
BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................................
CONTROLE DOS ATOS SOCIETÁRIOS PELO REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS: UMA 
VISÃO HISTÓRICA E ESTRUTURAL DAS JUNTAS COMERCIAIS (Paola Domingues Jacob) ....................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
BREVE INTRÓITO HISTÓRICO: DOS PRIMÓRDIOS DO REGISTRO DE COMÉRCIO ATÉ A ATUALIDADE
ANÁLISE PONTUAL DA LEI Nº 8.934, DE 18.11.1994 E DO DECRETO Nº 1.800, DE 30.01.1996 ............
ABORDAGEM DE DECISÕES JUDICIAIS SOBRE O CONTROLE DOS ATOS SOCIETÁRIOS PELO 
REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS E ATIVIDADES AFINS NO ÂMBITO DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO .......................................................................................................................................
CONCLUSÃO .............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................................................
DANO REFLEXO E POR SUBSIDIARIEDADE NO DIREITO SOCIETÁRIO (Veronica Lagassi) ..................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
A EVOLUÇÃO DO DANO SOB A ÓTICA JURÍDICA ...................................................................................
JUSTIFICATIVA PARA O RECONHECIMENTO DO DANO REFLEXO E POR SUBSIDIARIEDADE NO 
DIREITO SOCIETÁRIO ...............................................................................................................................
CONCLUSÃO .............................................................................................................................................
BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................................................
A EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA – EIRELI - LEI 12.441/2011 (Áurea 
Moscatini) ..................................................................................................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
PANORAMA HISTÓRICO ..........................................................................................................................
O RISCO COMO ELEMENTO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL ..................................................................
A HIERARQUIA E INTERPRETAÇÃO DAS LEIS ..........................................................................................
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PRINCIPAIS ASPECTOS CONTROVERTIDOS DA LEI SOBRE A EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSA-
BILIDADE LIMITADA .................................................................................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
AS SOCIEDADES COOPERATIVAS E SEU REGIME JURÍDICO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
(Berenice Sofal Delgado) ............................................................................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
CONCEITO DE SOCIEDADE COOPERATIVA .............................................................................................
NATUREZA JURÍDICA DA SOCIEDADE COOPERATIVA ............................................................................
AS SOCIEDADES COOPERATIVAS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA .............................................................
CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE COOPERATIVA ................................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................
REFERÊNCIA ..............................................................................................................................................
MICROEMPRESA: ORDEM ECONÔMICA, FUNÇÃO SOCIAL E SUSTENTABILIDADE (Ferreira, Jussara 
Suzi Assis Borges Nasser e Caminhoto, Rita Diniz) .....................................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
ORDEM ECONÔMICA E A MICROEMPRESA ............................................................................................
A MICROEMPRESA: ORGANIZAÇÃO, FUNÇÃO ECONÔMICA E JURÍDICA ............................................
FUNÇÃO SOCIAL E SUSTENTABILIDADE DA MICROEMPRESA ..............................................................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
MERCADO DE CAPITAIS PARA MICROEMPRESA E OS PRIMADOS DA ORDEM ECONÔMICA CONS-
TITUCIONAL (Daniela Ramos Marinho Gomes) .......................................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
SOBRE AS MICROEMPRESAS NO BRASIL ................................................................................................
ESBOÇO SOBRE O MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL ..........................................................................
O PRIMADO DA ORDEM ECONÔMICA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 .....................................................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
EFICÁCIA DO ACORDO DE ACIONISTAS NOS CASOS DE VOTO CONTRÁRIO OU ABSTENÇÃO NAS 
ASSEMBLEIAS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO (Rodrigo de Oliveira Botelho Corrêa) ..................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
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NATUREZAJURÍDICA DO ACORDO DE ACIONISTAS ...............................................................................
SUJEITOS DO ACORDO DE ACIONISTAS ...................................................................................................
FORMA ......................................................................................................................................................
OBJETO: ESPÉCIES DE ACORDO DE ACIONISTAS ...................................................................................
INADIMPLEMENTO DO ACORDO DE ACIONISTA: AUTOTUTELA E EXECUÇÃO ESPECÍFICA DA 
OBRIGAÇÃO ..............................................................................................................................................
SÍNTESE CONCLUSIVA ..............................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
A EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL DE SÓCIO MINORITÁRIO EM SOCIEDADE LIMITADA: O ROL 
DE MOTIVOS QUE POSSIBILITAM A EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL POR JUSTA CAUSA DE SÓCIO 
MINORITÁRIO EM SOCIEDADE LIMITADA, SE PRESENTE NO CONTRATO SOCIAL, É EXAUSTIVO 
OU MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO? (Valesca Camargos Silva) ...........................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
PREVISÃO CONTIDA NO ARTIGO 1.085 DO ATUAL CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO ..................................
CONCLUSÃO .............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................................................
PROBLEMAS NA APLICAÇÃO DO “CRAM DOWN” BRASILEIRO: UMA PROPOSTA ALINHADA À 
TEORIA DE RICHARD POSNER (Fabrício de Souza Oliveira e Keylla dos Anjos Melo) ............................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
OS FUNDAMENTOS DA ORDEM ECONÔMICA BRASILEIRA ..................................................................
A FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA ............................................................................................................
O SISTEMA FALIMENTAR BRASILEIRO ...................................................................................................
A NOVA LEI DE FALÊNCIAS E DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS (LEI Nº 10.101/05) ...........................
O CRAM DOWN ........................................................................................................................................
O CRAM DOWN NO BRASIL .....................................................................................................................
A SOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL BRASILEIRA .........................................................................................
A SOLUÇÃO SEGUNDO AS IDEIAS DE RICHARD POSNER ......................................................................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
A SEGURANÇA JURÍDICA NAS RELAÇÕES DE CRÉDITO E A RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESAS: 
UMA ANÁLISE DE EFICIÊNCIA DA LEI NO. 11.101/2005 NO QUE DIZ RESPEITO À PROTEÇÃO DO 
MERCADO DE CRÉDITO (Sarah Morganna Matos Marinho) ...................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
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A ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO E A EFICIÊNCIA DA LEI N.O 11.101/2005 NO QUE DIZ RESPEITO 
À PROTEÇÃO DO MERCADO DE CRÉDITO ...............................................................................................
OS DISPOSITIVOS DA LEI NO. 11.101/2005 QUE VISAM À PROTEÇÃO DO CRÉDITO NO ÂMBITO DA 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL .........................................................................................................................
ESTUDO PRÁTICO: A AMOSTRA COLETADA NO ESTADO DO CEARÁ E O RECENTE POSICIONAMENTO 
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DA I JORNADA DE DIREITO COMERCIAL ..............................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
A PROBLEMÁTICA ENVOLVIDA PELA (IN)COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO, NA FASE 
DE EXECUÇÃO, DIANTE DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E CONSEQUÊNCIAS PARA O 
RAMO EMPRESARIAL (Janaína Elias Chiaradia e Luiz Eduardo Gunther) ................................................
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................
OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, A ORDEM ECONÔMICA, OS ASPECTOS SOCIAIS CONTIDOS NA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ...........................................................................................................
OS FUNDAMENTOS DA LEI DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ......................................................................
A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO AMPLIADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 
45/2004 ......................................................................................................................................................
O PROCESSO DE EXECUÇÃO TRABALHISTA E A LEI DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ...............................
DA BUSCA POR UMA SOLUÇÃO DIANTE DO CONFLITO DE (IN)COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO 
TRABALHISTA DIANTE DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ....................................................
AS CONSEQUÊNCIAS PARA O RAMO EMPRESARIAL ..............................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
DIREITO FALIMENTAR: UMA ABORDAGEM JURÍDICA ACERCA DO CRIME DE CONTABILIDADE 
PARALELA E DA SENTENÇA COMO CONDIÇÃO OBJETIVA DE PUNIBILIDADE (Maria Alice Pinheiro 
Nogueira) ...................................................................................................................................................
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................
ATIVIDADE DE RISCO: A POSSIBILIDADE DE CRISE DA EMPRESA E A INSOLVÊNCIA DO EMPRESÁRIO
A CRISE DA EMPRESA ...............................................................................................................................
DIREITO EMPRESARIAL E O CRIME FALIMENTAR DE CONTABILIDADE PARALELA ..............................
A SENTENÇA COMO CONDIÇÃO OBJETIVA DE PUNIBILIDADE ..............................................................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
CONFLITO ENTRE PRINCÍPIOS: AUTONOMIA DAVONTADE NAS RELAÇÕES CONTRATUAIS E A 
PRESERVAÇÃO DAATIVIDADE EMPRESARIAL NA LEI DE RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA DE EMPRESAS 
(Renata Albuquerque Lima e Átila de Alencar Araripe Magalhães) ............................................................
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BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA CONTRATUAL ................................
TEORIA CONTRATUAL CLÁSSICA X TEORIA CONTRATUAL CONTEMPORÂNEA ...................................
ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE O PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
PRESENTE NA LEI NO. 11.101/2005 .........................................................................................................
A CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA NOS CONTRATOS EMPRESARIAIS DIANTE DA DECLARAÇÃO DO 
ESTADO DE INSOLVÊNCIA DA EMPRESA (FALÊNCIA) OU DO DEFERIMENTO DA SUA RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL ...................................................................................................................................................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................................................
A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA CIRCULAÇÃO DE CRÉDITOS VIA DUPLICATA: PRINCIPAIS 
CARACTERÍSTICAS (Paulla Salazar Leite Campos e Priscilla Menezes da Silva) .......................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
A ORIGEM DA DUPLICATA E SUAS PECULIARIDADES ............................................................................
A DUPLICATA E O DIREITO ESTRANGEIRO: TÍTULOS ESTRANGEIROS QUE SE APROXIMAM DA 
DUPLICATA ................................................................................................................................................
PROCEDIMENTO DE EMISSÃO E COBRANÇA .........................................................................................
A DESMATERIALIZAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO: A DUPLICATA VIRTUAL .....................................
CONCLUSÃO .............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
APONTAMENTOS SOBRE A AÇÃO RENOVATÓRIA – A INTERPRETAÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO 
ENTRE A TUTELA DO EMPRESÁRIO LOCATÁRIO E DO PROPRIETÁRIO LOCADOR (Eduardo Oliveira 
Agustinho e João Carlos Adalberto Zolandeck) ..........................................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
ESTABELECIMENTO – NATUREZA JURÍDICA, ATRIBUTOS, ELEMENTOS E A PROTEÇÃO AO PONTO 
EMPRESARIAL ...........................................................................................................................................
A AÇÃO RENOVATÓRIA, SUAS PECULIARIDADES E A PROTEÇÃO DO PONTO EMPRESARIAL ............
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
CLÁUSULA DE RAIO EM CONTRATOS DE LOCAÇÃO EM “SHOPPING CENTERS” (Leonam Machado 
de Souza) ....................................................................................................................................................
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................
“SHOPPING CENTERS” .............................................................................................................................
CLÁUSULA DE RAIO ..................................................................................................................................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
CONTRATO DE ESCROW EM OPERAÇÕES DE FUSÕES E AQUISIÇÕES (Vicente de Paula Marques 
Filho e Amanda Goda Gimenes) ................................................................................................................
OPERAÇÕES DE FUSÕES E AQUISIÇÕES ..................................................................................................
CONTRATO DE DEPÓSITO ESCROW .........................................................................................................
CONCLUSÃO .............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
CONTRATOS DE PARCERIA E ALIANÇA ENTRE EMPRESAS: UMA ANÁLISE DA SUA IMPORTÂNCIA E 
DO CONTEÚDO JURÍDICO RELATIVO AO TRATAMENTO CONFERIDO POR LEI E JURISPRUDÊNCIA 
(Sérgio Henrique Tedeschi) .........................................................................................................................
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................
PARCERIA E ALIANÇA ENTRE EMPRESAS ................................................................................................
ESPÉCIES DE CONTRATOS DE PARCERIA E ALIANÇA ENTRE EMPRESAS ..............................................
UMA ANÁLISE SOBRE A RESPONSABILIDADE CIVIL EM CONTRATOS DE PARCERIA E ALIANÇA 
ENTRE EMPRESAS ....................................................................................................................................
CONCLUSÃO ..............................................................................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
SISTEMA DE RESSEGURO BRASILEIRO E AMERICANO: CONVERGÊNCIAS POSSÍVEIS (Marcela 
Andresa Semeghini Pereira e Cátia Regina Rezende Fonseca) ...................................................................
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................
DEFINIÇÃO DE SEGURO, COSSEGURO, RESSEGURO E RETROCESSÃO .................................................
CONTEXTO DA ATIVIDADE RESSEGURADORA NO BRASIL ...................................................................
O MERCADO DE RESSEGURO NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA ...................................................
PARAÍSOS FISCAIS E TENDÊNCIAS DA REGULAÇÃO AMERICANA DE RESSEGURO ............................
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................
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Caríssimo(a) Associado(a), 
 Apresento o livro do Grupo de Trabalho Direito Empresarial, do XXII Encontro 
Nacional do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Direito (CONPEDI), 
realizado no Centro Universitário Curitiba (UNICURUTIBA/PR), entre os dias 29 de maio e 1º 
de junho de 2013. 
 O evento propôs uma análise da atual Constituição brasileira e ocorreu num ambiente 
de balanço dos programas, dada a iminência da trienal CAPES-MEC. Passados quase 25 anos 
da promulgação da Carta Magna de 1988, a chamada Constituição Cidadã necessita uma 
reavaliação. Desde seus objetivos e desafios até novos mecanismos e concepções do direito, 
nossa Constituição demanda reflexões. Se o acesso à Justiça foi conquistado por parcela 
tradicionalmente excluída da cidadania, esses e outros brasileiros exigem hoje o ponto final do 
processo. Para tanto, basta observar as recorrentes emendas e consequentes novos 
parcelamentos das dívidas dos entes federativos, bem como o julgamento da chamada ADIN 
do calote dos precatórios. Cito apenas um dentre inúmeros casos que expõem os limites da 
Constituição de 1988. Sem dúvida, muitos debates e mesas realizados no XXII Encontro 
Nacional já antecipavam demandas que semanas mais tarde levariam milhões às ruas. 
 Com relação ao CONPEDI, consolidamos a marca de mais de 1.500 artigos submetidos, 
tanto nos encontros como em nossos congressos. Nesse sentido é evidente o aumento da 
produção na área, comprovável inclusive por outros indicadores. Vale salientar que apenas no 
âmbito desse encontro serão publicados 36 livros, num total de 784 artigos. Definimos a 
mudança dos Anais do CONPEDI para os atuais livros dos GTs – o que tem contribuído não 
apenas para o propósito de aumentar a pontuação dos programas, mas de reforçar as 
especificidades de nossa área, conforme amplamente debatido nos eventos. 
 Por outro lado, com o crescimento do número de artigos, surgem novos desafios a 
enfrentar, como o de (1) estudar novos modelos de apresentação dos trabalhos e o de (2) 
aumentar o número de avaliadores, comprometidos e pontuais. Nesse passo, quero agradecer a 
todos os 186 avaliadores que participaram deste processo e que, com competência, permitiram-
nos entregar no prazo a avaliação aos associados. Também gostaria de parabenizar os autores 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
11
 
selecionados para apresentar seus trabalhos nos 36 GTs, pois a cada evento a escolha tem sido 
mais difícil. 
 Nosso PUBLICA DIREITO é uma ferramenta importante que vem sendo aperfeiçoada 
em pleno funcionamento, haja vista os raros momentos de que dispomos, ao longo do ano, para 
seu desenvolvimento. Não obstante, já está em fase de testes uma nova versão, melhorada, e 
que possibilitará sua utilização por nossos associados institucionais, tanto para revistas quanto 
para eventos. 
 O INDEXA é outra solução que será muito útil no futuro, na medida em que nosso 
comitê de área na CAPES/MEC já sinaliza a relevância do impacto nos critérios da trienal de 
2016, assim como do Qualis 2013/2015. Sendo assim, seus benefícios para os programas serão 
sentidos já nesta avaliação, uma vez que implicará maior pontuação aos programas que 
inserirem seus dados. 
 Futuramente, o INDEXA permitirá estudos próprios e comparativos entre os 
programas, garantindo maior transparência e previsibilidade – em resumo, uma melhor 
fotografia da área do Direito. Destarte, tenho certeza de que será compensador o amplo esforço 
no preenchimento dos dados dos últimos três anos – principalmente dos grandes programas –, 
mesmo porque as falhas já foram catalogadas e sua correção será fundamental na elaboração da 
segunda versão, disponível em 2014. 
Com relação ao segundo balanço, após inúmeras viagens e visitas a dezenas de 
programas neste triênio, estou convicto de que o expressivo resultado alcançado trará 
importantes conquistas. Dentre elas pode-se citar o aumento de programas com nota 04 e 05, 
além da grande possibilidade dos primeiros programas com nota 07. Em que pese as 
dificuldades, não é possível imaginar outro cenário que não o da valorização dos programas do 
Direito. Nesse sentido, importa registrar a grande liderança do professor Martônio, que soube 
conduzir a área com grande competência, diálogo, presença e honestidade. Com tal conjunto de 
elementos, já podemos comparar nossos números e critérios aos das demais áreas, o que será 
fundamental para a avaliação dos programas 06 e 07. 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
12
 
 Com relação ao IPEA, cumpre ainda ressaltar que participamos, em Brasília, da III 
Conferência do Desenvolvimento (CODE), na qual o CONPEDI promoveu uma Mesa sobre o 
estado da arte do Direito e Desenvolvimento, além da apresentação de artigos de pesquisadores 
do Direito, criteriosamente selecionados. Sendo assim, em São Paulo lançaremos um novo 
livro com o resultado deste projeto, além de prosseguir o diálogo com o IPEA para futuras 
parcerias e editais para a área do Direito. 
 Não poderia concluir sem destacar o grande esforço da professora Viviane Coêlho de 
Séllos Knoerr e da equipe de organização do programa de Mestrado em Direito do 
UNICURITIBA, que por mais de um ano planejaram e executaram um grandioso encontro. 
Não foram poucos os desafios enfrentados e vencidos para a realização de um evento que 
agregou tantas pessoas em um cenário de tão elevado padrão de qualidade e sofisticada 
logística – e isso tudo sempre com enorme simpatia e procurando avançar ainda mais. 
 
Curitiba, inverno de 2013. 
 
Vladmir Oliveira da Silveira 
Presidente do CONPEDI 
 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
13
 
Apresentação 
 
A participação em encontros acadêmicos é o que nos permite exercer a capacidade de 
repensarmos o Direito de maneira a mantê-lo atual e em constante desenvolvimento. Neste 
sentido, a iniciativa de eventos como o CONPEDI, além de reafirmar a importância do Direito 
como ciência fundamental atrelada ao avanço da humanidade, é motivadora à transformação 
positiva da sociedade na medida em que aguça o espírito crítico acadêmico a partir das sempre 
atuais questões jurídico-sociais que nos acompanham. 
O XXII Encontro Nacional do CONPEDI foi recepcionado pelo Programa de Mestrado 
em Direito do Centro Universitário Curitiba – UNICURITIBA. O Programa de Mestrado em 
Direito da UNICURITIBA foi criado em 2001. Sua área de concentração volta-se ao Direito 
Empresarial e Cidadania e suas linhas de pesquisa às Obrigações e Contratos Empresariais: 
Responsabilidade Social e Efetividade; e, Atividade Empresarial e Constituição: Inclusão e 
Sustentabilidade. 
O grupo de trabalho de Direito Empresarial, no qual tivemos a honra de participar, 
cumpriu com louvor sua função socializante e transformadora, reforçando a nossa crença em 
uma sociedade mais livre, consciente, solidária e, acima de tudo justa. Nesse livro, os 23 (vinte 
e três) trabalhos apresentados são divididos em quatro temas: Teoria Geral do Direito 
Empresarial; Algumas Formas de Organização Empresarial; Sociedades Anônimas e 
Sociedades Limitas; Direito Falimentar e Recuperacional; Títulos de Crédito e Contratos 
Empresariais. 
Em absoluta compatibilidade com as linhas de pesquisa do programa anfitrião, alguns 
dos temas desenvolvidos relacionam-se aos princípios de Direito e suas repercussões 
socioeconômicas,como se pôde observar em “Conflito entre Princípios: Autonomia da 
Vontade nas Relações Contratuais e a Preservação da Atividade Empresarial na Lei de 
Recuperação e Falência de Empresas”. Também relativos à aplicabilidade dos princípios às 
relações empresariais, em “O Princípio da Intangibilidade do Capital Social e a 
Responsabilidade dos Sócios”, “Apontamentos Sobre a Ação Renovatória – A 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
14
 
Interpretação do Justo Equilíbrio Entre a Tutela do Empresário Locatário e do 
Proprietário Locador” e “Mercado de Capitais para Microempresa e os Primados da 
Ordem Econômica Constitucional”. São sem dúvida temas que muito contribuíram no debate 
sobre as possíveis soluções para os grandes impasses atinentes ao cotidiano do empresariado, 
por meio da instrumentalização da doutrina jurídica. 
Sobre a possibilidade interventiva estatal visando à segurança jurídica, “A Intervenção 
do Estado na Circulação de Créditos Via Duplicata: Principais Características” 
oportunizou instigante debate acerca da necessidade de participação da Administração nas 
relações econômico-sociais: a constante preocupação entre o excesso e a oportuna 
regulamentação do Estado na iniciativa privada. 
Além disso, temas como “Governança Corporativa: Faculdade ou Dever? Uma 
Análise Sob a Ótica da Autonomia Privada da Vontade” nos permitiu traçar um paralelo 
concreto entre a gestão empresarial e as implicações legais atreladas às tomadas de decisão e 
seus impactos a todos aqueles direta ou indiretamente ligados à realidade do empresário. 
Mais além, afirmando o indiscutível viés social do Direito Empresarial, o artigo 
“Microempresa, Ordem Econômica, Função Social e Sustentabilidade” retratou a 
amplitude da ciência jurídica às questões econômicas e ambientais, muito próprias da Ordem 
Econômica que se almeja. 
A estabilidade e a eficiência das leis também foram objeto de discussão quanto à 
importância e reflexos das relações de crédito na recuperação judicial em “A Segurança 
Jurídica nas Relações de Crédito e a Recuperação Judicial de Empresas: Uma Análise de 
Eficiência da Lei nº 11.101/2005 no que diz Respeito à Proteção do Mercado de Crédito”. 
Algumas apresentações voltaram-se à análise normativa bastante aprofundada, 
relacionando às consequências da aplicação da lei a casos concretos como na Desconsideração 
da Personalidade Jurídica: Estudo do Caso CAOA” e “A Exclusão Extrajudicial de Sócio 
Minoritário em Sociedade Limitada: O Rol de Motivos que Possibilitam a Exclusão 
Extrajudicial por Justa Causado Sócio Minoritário em Sociedade Limitada, Se Presente 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
15
 
no Contrato Social, é Exaustivo ou Meramente Exemplificativo”, também nos “Contratos 
de Parceria e Aliança entre Empresas: Uma Análise da Sua Importância e do Conteúdo 
Jurídico Relativo ao Tratamento conferido por Lei e Jurisprudência”; enquanto outras, 
nesse mesmo sentido, abordaram problematizações sempre contemporâneas ao Direito 
Empresarial como “As Sociedades Cooperativas e seu Regime no Estado Democrático de 
Direito”; “A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI – Lei 
12.441/2011”; a “Eficácia do Acordo de Acionistas nos Casos de Voto Contrário ou 
Abstenção nas Assembleias dos Órgãos de Administração” e “O Dano Reflexo por 
Subsidiariedade no Direito Societário”. 
Esclarecendo e atualizando-nos quanto a alguns assuntos de vanguarda, “O 
Estabelecimento Virtual e sua Condição de Estabelecimento Empresarial Secundário 
(Filial)” ressaltou a inegável dinamicidade da atividade empresarial que não pode ser ignorada 
pela doutrina e pela jurisprudência. 
O “Direito Falimentar : Uma Abordagem Jurídica acerca do Crime de 
Contabilidade Paralela e da Sentença como Condição Objetiva de Punibilidade” destacou 
a crítica sistemática do Direito e a interface das searas do Direito Empresarial, dos crimes 
tipificados pela Lei nº 11.101/2005, do Direito Tributário e do Direito Penal. Ainda nesta 
análise sistêmica e interdisciplinar, “A Problemática Envolvida Pela (In)Competência da 
Justiça do Trabalho na Fase de Execução Diante do Processo de Recuperação Judicial e 
Consequências para o Ramo Empresarial” evidenciou os diversos interesses e competências 
inerentes à atividade empresarial e o devido confronto proporcional que se espera do aplicador 
da lei. 
Já o “Controle dos Atos Societários pelo Registro Público de Empresas Mercantis: 
Uma Visão Histórica e Estrutural das Juntas Comerciais” apresentou-nos o registro 
empresarial e justificou-nos a sua estrutura organizacional por meio de importantes elementos 
históricos e autorizadores do seu desenvolvimento. 
No Direito Comparado, o “Sistema de Resseguro Brasileiro e Americano: 
Convergências Possíveis” abordou didaticamente alguns aspectos econômicos comuns 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
16
 
existentes entre a América do Norte e o Brasil, enquanto o tema “Problemas na Aplicação do 
‘Cram Down’ Brasileiro: Uma Proposta Alinhada à Teoria de Richard Posner” nos 
apresentou um interessante cotejo analítico econômico do Direito e da aplicabilidade deste 
conceito à nossa ordem. 
Finalmente, os debates havidos na “Cláusula de Raio em Contratos de Locação em 
Shopping Center” e no “Contrato de ‘Escrow’ em Operações de Fusões e Aquisições” 
afirmaram o natural caráter perene e a necessidade de atualização dos institutos jurídicos para 
que o Direito seja capaz de promover segurança econômica e social constante, sempre 
abrangendo as novidades advindas da dinâmica atividade empresarial. 
Como não poderia deixar de ser, todos os participantes contribuíram à principal função 
da academia que perpassa pelo interesse científico na consolidação de novas respostas aos 
desafios que nos são impostos na vida em sociedade. 
A riqueza e a amplitude dos temas apresentados geraram frutos concretos e justificaram 
sobremaneira a importância e a necessidade de continuidade da pesquisa e dos debates 
científicos em prol da justiça. 
É a partir de trabalhos como os trazidos pelos participantes deste XXII CONPEDI que 
os diversos institutos jurídicos podem ser repensados, implementados e concretizados com 
eficiência, aprimorando também as diversas relações humanas. 
 
 
Coordenadores do Grupo de Trabalho 
Professor Doutor Sandro Mansur Gibran – UNICURITIBA 
Professora Doutora Márcia Carla Pereira Ribeiro – UFPR / PUCPR 
Professor Antônio Carlos Diniz Murta - FUMEC 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
17
GOVERNANÇA CORPORATIVA, FACULDADE OU DEVER? 
Uma análise sob a ótica da autonomia privada da vontade 
 
CORPORATIVE GOVERNANCE, A FACULTY OR A DUTY? 
An analisys from the perspective of private autonomy of the will 
 
Luciana Lima Grandinetti 
 
RESUMO 
 
Os limites de atuação do Poder Estatal ainda não estão devidamente 
delimitados. O grande desafio é reconhecer as atuações Estatais que, respeitando o 
princípio da livre iniciativa, concede autonomia aos entes privados ao mesmo tempo em 
que direciona suas atividades para os fins coletivos. É sob este aspecto que será 
analisada a Governança Corporativa, sua importância no ambiente empresarial, assim 
como as medidas tomadas pelo Estado a fim de levar as empresas a adotar suas 
medidas. 
A Governança Corporativa busca alocar direitos de controle e decisão a 
pessoas que tenham a informação e a capacidade técnica e intelectual necessária ao 
gerenciamento de uma empresa de modo eficiente. Através do princípio da equidade, a 
governança busca mitigar um dos maiores problemas empresariais da atualidade, o 
conflito de agência. Desta forma, o instituto daGovernança Corporativa trás princípios 
de valor incontestável para a perenidade das empresas. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Autonomia privada; Governança Corporativa; Conflito de 
Agência. 
 
ABSTRACT 
 
The limits of action of the State are not properly delimited. The challenge is to 
recognize the State actions that, respecting the principle of free enterprise, provide 
autonomy to private entities while guide its activities to the collective purposes. It is 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
18
under this aspect that will be examined the Corporate Governance, its importance in the 
business environment, as well as actions taken by the State in order to encourage 
companies to adopt the Corporate Governence. 
The Corporate Governance seeks to allocate the power of decision to persons 
who have the information and expertise necessary to managing a business efficiently. 
Through the principle of equity, governance seeks to mitigate one of the major business 
problems of today, the agency conflict. Thus, the Institute of Corporate Governance has 
undeniable value to the sustainability of companies. 
 
KEY WORDS: Private Autonomy; Corporate Governance; Agency Conflict. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Direito Privado é marcado pela sua autonomia, pela ampla gama de 
discricionariedade de seus membros. Prevalece o princípio da livre pactuação, bastando, 
em regra, a manifestação da vontade e o consenso entre as partes. 
 
A Constituição Federal de 1988 reconhece a autonomia do Direito Privado ao 
insculpir como Princípio Fundamental a livre iniciativa, 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado democrático de direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
 
Este princípio possui tal importância que sua previsão ocorreu novamente no 
artigo 170 da Constituição Federal de 1988, no seguinte teor: “A ordem econômica, 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
19
fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a 
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.” 
 
A concepção do princípio da livre iniciativa da Carta Magna esta atrelada a 
vários outros princípios de igual importância social, tais como, a dignidade humana, os 
valores de bem estar social (função social), livre concorrência e meio ambiente 
sustentável. A hermenêutica atual deste princípio vem a encorajar que a atuação 
empresarial seja realizada de modo a promover o empreendedorismo e os meios de 
produção, concretizado através de uma política de respeito aos ideais da comunidade, 
tais como o pleno emprego, a justiça social, respeito ao meio ambiente em sentido 
amplo entre outros. 
 
Ou seja, sob a perspectiva do Direito Moderno, a livre iniciativa não ocorre 
sem regulamentação. A liberdade do âmbito privado não é plena e encontra algumas 
limitações legais. 
 
Existe portanto uma dicotomia entre o direito a livre iniciativa e os interesses 
sociais. A coexistência entre o princípio da livre iniciativa e o da função social é o 
grande desafio da modernidade. Os limites de atuação do Poder Estatal ainda não estão 
devidamente delimitados. Historicamente conhecemos sociedades totalitárias, em que 
praticamente não era reconhecida a liberdade empresarial face a grande intervenção 
estatal; assim como sociedades regidas pelo chamado laissez faire, ou seja, com ampla 
atuação empresarial e um Estado que pode ser tido por alguns como omisso. 
 
O grande desafio é reconhecer as atuações Estatais que, respeitando o princípio 
da livre iniciativa, concedem autonomia aos entes privados ao mesmo tempo em que 
direciona suas atividades para os fins coletivos. 
 
Neste contexto o presente trabalho busca analisar os limites do poder do Estado 
ao determinar a atuação empresarial. Como existem inúmeras formas de intervenção do 
poder estatal na esfera empresarial escolhi estudar os esforços para que as empresas 
adotem as boas práticas de Governança Corporativa. Para tanto, será necessário analisar 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
20
qual a importância deste instituto, assim como a conceituação e delimitação da 
autonomia da vontade como forma de promoção da liberdade de iniciativa. 
 
2 GOVERNANÇA CORPORATIVA 
 
O fenômeno da globalização, que se processou na última década, originou o 
movimento da Governança Corporativa, que se apresenta como uma busca pela 
eqüidade neste quadro de conflito entre os detentores de poder (Henry Ford) e os 
investidores (Dodge), chamado conflito de agência. 
 
“Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades 
são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos 
entre acionistas/cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, 
Auditoria independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de 
Governança Corporativa têm a finalidade de aumentar o valor 
da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a 
sua perenindade.” (Instituto Brasileiro de Governança 
Corporativa, IBGC) 
 
O conflito de agência se fez presente a partir do fenômeno da separação entre a 
propriedade e a gestão empresarial. O “principal”, titular da propriedade, delega ao 
agente o poder de decisão sobre essa propriedade. Porém, os interesses daquele que 
administra a propriedade nem sempre estão alinhados com o do titular, originando o 
conflito de agência. Neste diapasão, a preocupação maior é criar mecanismos eficientes 
para garantir que o comportamento dos executivos esteja alinhado com o interesse dos 
acionistas. 
 
A Governança Corporativa, então, busca alocar direitos de controle e decisão a 
pessoas que tenham a informação e a capacidade técnica e intelectual necessária ao 
gerenciamento de uma empresa de modo eficiente, tendo os controladores 
responsabilidade perante todos os demais participantes que têm o seu investimento em 
risco. Surge, então, a figura do Conselheiro Profissional. A governança procura, desta 
forma, evitar o cenário que ocorria até bem pouco tempo em que os presidentes de 
empresas escolhiam seus conselheiros entre amigos ou nomes conhecidos do universo 
corporativo sem a análise de seu currículo profissional, o que facilitava a ocorrência de 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
21
conselheiros despreparados e que agiam na defesa de seus interesses particulares. Tal 
prática é a origem de diversos problemas empresariais, como: abusos de poder, conflito 
de interesses, erros estratégicos e fraudes (como o uso de informação privilegiada em 
benefício próprio). 
 
Estes problemas ferem o princípio da função social da empresa, pois as 
referidas práticas podem levar a sociedade à falência, o que afetaria a circulação de 
riquezas, deixaria várias pessoas desempregadas, assim como a perda do dinheiro de 
diversos investidores, como no caso da empresa americana “Enron”. A falência desta 
grande empresa norte-americana do setor de energia tomou lugar na mídia ao ser 
constatado que houve maquiagem nas suas demonstrações financeiras para projetar uma 
falsa sensação de segurança. 
 
Essa mudança de cenário, para os conselheiros profissionais, deve-se em parte 
à Lei Sarbanes-Oxley (SOX), aprovada pelo Congresso norte-americano em 2002. Ela 
se aplica às empresas brasileiras que possuem programas de ADRs (American 
Depositary Receips) e às subsidiarias de organizações estrangeiras com ações 
negociadas nos Estados Unidos. Os dispositivos da SOX foram disseminados no Brasil 
não apenas pelo IBGC, mas também pela Bovespa, pela Comissão de Valores 
Mobiliários– CVM – e principalmente pela criação do mercado Novo da Bovespa, que 
exige um conselheiro independente nas empresas, para legitimar sua reputação. 
 
 O Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, elaborado pelo 
IBGC, estabelece como princípios básicos para as empresas a transparência 
(Disclosure), a prestação de contas (Accountability) a eqüidade (Fairness – justiça entre 
os acionistas minoritários) e a responsabilidade corporativa, que envolve o equilíbrio 
entre os desempenhos econômico-financeiro, ambiental e social. Estabelece, também, 
que o sistema reconheça os direitos de outras partes interessadas, previstos por lei ou 
por acordos mútuos, e estimule a cooperação ativa entre corporações e as partes 
interessadas, para criar riqueza e empregos de forma sustentável. 
 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
22
Atualmente, diversos fatores influenciam e funcionam como verdadeiras 
pressões para a adoção das práticas de Governança Corporativa. Um deles, como dito 
anteriormente, é a necessidade de obtenção de recursos ao menor custo possível. 
Quando a empresa utiliza tanto capital de terceiros (por exemplo via emissão de 
debêntures) quanto capital próprio (via emissão de ações) para financiar seus 
investimentos, neles estão embutidos custos. O aumento da demanda de investidores 
pelos papéis da empresa diminui consideravelmente o custo de seu capital, aumentando 
significativamente o valor da empresa e proporcionando-lhe maior competitividade no 
mercado. 
 
Porém, nos dias atuais, os investidores utilizam como critérios para escolher 
uma empresa não apenas os resultados finais desta, mas também a posição da empresa 
no que tange a questões ambientais, sociais e de governança (ESG – Environment, 
Social and Governance). O investidor busca segurança, e para tanto precisa saber como 
o dinheiro investido está sendo aplicado – transparência –; que terá voz ativa quanto a 
aplicação do mesmo, independentemente de quem seja o controlador – equidade –; e 
que a empresa pauta suas ações em conformidade com as normas ambientais, segurança 
do trabalho, normas tributárias. Tais fatores são determinantes na perenidade de uma 
empresa, garantem que ela dará retorno lucrativo também a longo prazo. 
 
Objetivando a perenidade das empresas, a Organização das Nações Unidas – 
ONU – criou os Princípios para Investimento Responsável (PRI). O processo foi 
supervisionado pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o meio 
ambiente (Pnuma) e pelo Pacto Global das Nações Unidas. De acordo com o ex-
secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, “os princípios fornecem um marco 
para o alcance de melhores retornos de investimentos de longo prazo e mercados mais 
sustentáveis”. (PRINCÍPIOS, 2006) Os Princípios para o Investimento Responsável são 
baseados em seis compromissos básicos: 
 
� Incluir questões ambientais, sociais e de governança em 
análise de investimento e processos de decisão; 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
23
� Ser proprietário ativo e incorporar os temas de ESG nas 
políticas e práticas de detenção de ativos; 
� Buscar a transparência adequada nas empresas em que 
investe nas questões de ESG; 
� Promover a aceitação e adoção dos princípios no conjunto 
de investidores institucionais; 
� Trabalhar para reforçar a eficiência na adoção do PRI; 
� Divulgar as atividades e os progressos em relação à 
adoção dos princípios. (PRINCÍPIOS, 2006) 
 
Neste contexto, os investidores, como forma de obtenção de capital a custos 
mais baixos, constituem principal forma de atrativo à adoção das práticas da boa 
governança, uma vez que estes procuram investir nas empresas que as adotem. 
 
Em adição aos estímulos para a adoção da Governança Corporativa, estão o 
Banco Mundial e o FMI que consideram a adoção de tais práticas como parte da 
recuperação dos mercados mundiais. Em 1999, o Banco Mundial lançou junto com a 
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – o “Global 
Corporate Governance Forum” com o objetivo de dar abrangência, importância e 
visibilidade ao tema. Em adição, a OCDE promove periodicamente, em diversos países, 
mesas de discussão e avaliação do desenvolvimento da governança. O G7, grupo das 
nações mais ricas do mundo, considera a governança corporativa o mais novo pilar da 
arquitetura econômica global. 
 
Já no âmbito nacional, também há incentivos à adoção das práticas de 
governança. Entre as principais iniciativas de estímulo e aperfeiçoamento ao modelo de 
Governança das empresas do país, destacam-se as reformas na Lei das Sociedades 
Anônimas, a criação do Novo Mercado pela Bolsa de valores de São Paulo – Bovespa, 
as linhas de crédito especiais oferecidas pelo BNDES, as novas regras de investimento 
por parte de fundos de pensão e o projeto de reforma das demonstrações contábeis. 
 
3 A NOVA LEI DE SOCIEDADE ANÔNIMA 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
24
 
A problemática dos conflitos de interesses, abuso do direito de voto ou do 
direito de controle, assim como a crescente necessidade de fortalecer o mercado de 
capitais no Brasil consubstanciaram na reforma da Lei de Sociedade Anônima. Tal 
alteração foi inspirada na temática da Governança Corporativa, uma vez que buscou 
atribuir maior transparência e credibilidade às empresas. Na concepção dos autores do 
projeto que veio a ser aprovado, o conceito primordial para atingir maior eficiência é a 
harmonização dos interesses envolvidos, considerando um equilíbrio entre 
controladores e não controladores, numa realidade empresarial mais democrática. 
Evidencia tal alegação a exposição de motivos do projeto de lei que se transformou na 
lei 6404 que destacava que o fortalecimento do mercado de capitais dependia de 
assegurar aos minoritários, não controladores, maior segurança e rentabilidade através 
de regras definidas e eqüitativas. 
 
Em virtude de experiências anteriores, o mercado aprendeu a dar valor às 
proteções oferecidas pela Governança Corporativa. Dentre essas experiências, podemos 
citar as privatizações ocorridas no Brasil. Nesta época, a reforma da lei 6404 ocorrida 
em 1997 pela lei 9457, teve como objetivo facilitar as privatizações, retirando o tag 
along da lei de Sociedades Anônimas, fortalecendo, assim, a figura do controlador. A 
grande crítica é que a preocupação do controlador na venda foi a obtenção do prêmio de 
controle. Segundo Pedro Damasceno, sócio da Dynamo (VIEIRA, 2007) “o tag along 
não é bom apenas porque protege em casos de troca de controle, mas também é um dos 
melhores instrumentos para alinhar esses interesses, porque com esse mecanismo, o 
controlador vai querer criar valor real para a companhia.”. Privatizações como a do 
sistema Telebrás em 1998 evidenciaram esse abismo entre controladores e minoritários. 
O controlador, no caso o governo, vendeu as companhias embolsando prêmio de 
controle, enquanto os minoritários sequer tiveram o direito de vender seus papéis em 
alguns casos. Reconhecendo a importância do tag along, a nova lei das S/A prevê sua 
aplicação em 80% das ações ordinárias. 
 
Como exemplos de alterações da lei das S/A que incorporaram a Governança 
Corporativa nas empresas brasileiras podemos citar: 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
25
 
� transparência no fechamento de capital da companhia, que 
deverá ser feito por meio de oferta pública; 
� Melhorias no processo de divulgação de informações para 
as assembléias; 
� Modificações nas vantagens oferecidas às ações 
preferenciais; 
� A proporção entre ordinárias e preferenciais passa a ser de 
50%; 
� Possibilidade de os estatutos sociais indicarem arbitragem 
como forma de solução de conflitos entre minoritários e 
controladores; 
� A CVM passa a ternatureza de entidade autárquica em 
regime especial com personalidade jurídica e patrimônio 
próprios; 
 
As alterações na Lei da Sociedade Anônima apontam claramente para um 
dirigismo do Estado a fim de que as empresas adotem as práticas de Governança 
Corporativa. Ainda os atos de Boa Governança não tenham sido adotados em sua 
plenitude, está patente a intenção do legislador de paulatinamente conduzir o Direito 
Privado a adoção de referidas práticas. 
 
Resta, porém, a questão: não seria tal dirigismo uma afronta ao princípio da 
autonomia da vontade? A adoção da Governança Corporativa não seria uma opção da 
empresa? A própria Lex mercatoria não seria suficiente para regular a adoção de 
posturas tidas como saudáveis pelas empresas? 
 
4 VONTADE 
 
O conceito de vontade é mais do que um conjunto de reações governadas por 
instintos, reflexos e tropismos. O ego humano tem o condão de direcionar as escolhas, 
outorgando maior peso a determinados impulsos. 
 
Este direcionamento é uma combinação de elementos físicos/fisiológicos 
(instintos, etc) com elementos racionais (nestes abrangidas as convicções da realidade 
do mundo interior e as experiências cotidianas, assim como o conhecimento do mundo 
histórico). 
COLEÇÃO CONPEDI/UNICURITIBA - Vol. 14 - Direito Empresarial 
26
Para Irineu Streinger (2000, p. 27) “o que chamamos de vontade é uma 
transfiguração dos nossos instintos pelas exigências do mundo objetivo que nos dá a 
capacidade de executar os atos da razão.” 
 
Embora o termo “vontade” seja amplamente difundido em nosso cotidiano, seu 
conceito não é uníssono entre os filósofos, variando de acordo com os inúmeros 
enfoques possíveis, dentre eles os de mais relevância: o psicológico e a liberdade. 
 
Alguns filósofos vêem o conceito de vontade para além dos impulsos 
psicológicos, reconhecendo a vontade com base na liberdade. 
 
Sob esta ótica Descartes (citado por STRENGER, 2000, p. 24) assinala que a 
vontade consiste em tal ordem de tomada de decisões que “não percebemos ou sentimos 
se alguma força exterior existe a nos constranger.” Em outras palavras, o elemento 
vontade estaria presente na livre tomada de decisões. 
 
O homem em seu cotidiano é colocado diante de uma pluralidade de situações 
em que a direção a ser tomada depende da sua decisão, sendo de sua responsabilidade. 
Esta tomada de decisão pode ser intuitiva ou racional, mas ambas estão no campo da 
vontade. A partir do momento em que não há uma coação está presente o elemento 
vontade, esteja esta vontade atendendo a um desejo, seja por atender a uma decisão 
racional. 
 
No âmbito psicológico debate-se a relação da vontade com os fenômenos 
psíquicos e com relação ao intelecto. 
 
Analisando o trabalho de Ferrater Mora,(1948, citado por STRENGER, 2000, 
p. 26) reconhece que na vontade ocorre o predomínio dos fenômenos psíquicos e de sua 
relação com o intelecto. Historicamente, na filosofia antiga Platão afirma que “enquanto 
o desejo pertence à ordem do sensível, a vontade pertence à ordem do intelecto.” Ao 
passo que, para Aristóteles “embora o desejo e a vontade sejam por igual motores, a 
vontade é de índole racional.” (STRENGER, 2000) 
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Embora ambos renomados filósofos atribuam a vontade ao intelecto racional, 
particularmente admito a existência de decisões volitivamente tomadas exclusivamente 
pelo desejo, a despeito de todos os alertas racionais para uma decisão contrária. 
 
André Darbon (citado por STRENGER, Irineu) em um estudo que chamou 
“Filosofia da vontade” aponta como razões da atividade voluntária o temperamento, as 
tendências, inclinações e sentimentos, o eu social e o eu autônomo. 
 
A vontade, portanto, obedeceria a mais do que critérios racionais, atendendo 
também a características naturais do indivíduo em questão, além de fatores culturais e 
do meio. Neste contexto, estaria sujeita às necessidades orgânicas, às variações de 
humor, inclinações e sentimentos. 
 
O meio ambiente em que o indivíduo está inserido é de igual importância, 
porquanto determina o controle de certas paixões e impulsos, conferindo resistência a 
tomada de algumas decisões puramente egoístas. 
 
Neste sentido, a explicação sociológica da vontade encontra sua expressão 
mais nítida em Durkeim (citado por STRENGER, Irineu) para quem a sociedade é o fim 
eminente dessa atividade moral. “A sociedade, diz ele, comanda-nos porque ela é 
exterior e superior a nós; a distância moral que há entre ela e nós faz com que ela se 
torne uma autoridade diante da qual nossa vontade se inclina.” 
 
O homem por ser um ser social sujeita, por vezes, a vontade individual à 
vontade geral. A vontade geral nada mais é do que uma to de fusão de todas as vontades 
para constituir uma só, possibilitando a vida em sociedade. 
 
Ainda analisando o conceito de vontade sob o aspecto psicológico tem-se que a 
vontade se caracteriza pela determinação do comportamento próprio, por um fazer ou 
não fazer, de acordo com o sentimento íntimo. Irineu Strenger, ao comentar a obra de 
Wilhelm Josef Revers sintetiza esta idéia de seguinte forma: 
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Partindo desse pressuposto, podemos afirmar de modo 
ambivalente que a decisão voluntária que determina a ação é, ao 
mesmo tempo, a transformação projetada do mundo e a 
ordenação do “si-mesmo”, razão pela qual se pode designar o 
ato voluntário como um ato intencional realizado com certa 
intenção volitiva que parte do Ego e, penetrando até o “eu-
mesmo” provoca neste determinado comportamento futuro. É, 
portanto, um ato de determinação, e o Ego é sujeito e objeto do 
ato.(REVERS, 1960, citado por STRENGER, 2000) 
 
O ato voluntário, sob a ótica psicológica, seria, neste contexto, aquele ato 
intencional prático que parte do centro do Ego, caracterizando-se pela autodeterminação 
do sujeito. 
 
O conceito de vontade, como foi visto, não pode se limitar a apenas uma visão 
(sociológica, psicológica ou tendo por referência a liberdade). Para a caracterização de 
um ato como volitivo é imprescindível que sejam analisados o contexto geral, 
abarcando diversos ramos do conhecimento. 
 
A este conceito agrega-se a noção de “Autonomia da Vontade”, que seria a 
avaliação da tomada de decisões sob a perspectiva da liberdade, que será tratado no 
próximo item. 
 
5 DA AUTONOMIA DA VONTADE 
 
O princípio da Autonomia da Vontade abarca a visão psicológica da vontade 
atrelada a tomadas de decisões racionais e lastreadas na liberdade. 
 
Em suma, a vontade, como explicitado alhures, seria uma ação ou omissão que 
visa atender às determinações do Ego de acordo com as influências externas (moral, 
costumes e demais influências sociais) e internas (impulsos, desejos, sentimentos) do 
indivíduo. 
 
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Por sua vez a autonomia é vista como a capacidade do indivíduo reger-se a si 
mesmo, sua capacidade de autodeterminação. 
 
Relativamente ao conceito de autonomia, Kant (KANT, 2007, citado por 
MOREIRA, 2011) atrela inseparavelmente a este a idéia de liberdade. Para ele: 
 
a idéia da liberdade está inseparavelmente ligado ao conceito de 
autonomia, e a este o princípio universal da moralidade, o qual 
na idéia está a base de todas as ações de seres racionais como a 
lei natural está na base de todos os fenômenos 
 
A chave da explicação da Autonomia da Vontade para Kant seria o conceito de 
liberdade, porquanto o indivíduo verdadeiramente autônomo agiria a partir de uma 
determinação interna, livre de inclinações 
 
a vontade é uma espécie de causalidade dos seres vivos, 
enquanto racionais, e liberdade seria a propriedade desta 
causalidade,pela qual ela pode ser eficiente, independente das 
causas estranhas que a determinem (...) a vontade desse ser só 
pode ser uma vontade própria sob a idéia da liberdade, e, 
portanto, é preciso atribuir, em sentido prático, uma tal vontade 
a todos os seres racionais. (KANT, 2007, citado por 
STRENGER, 2000) 
 
Kant ao analisar as decisões tomadas pelos indivíduos as separa em duas 
categorias denominadas imperativo hipotético e imperativo categórico, a fim de separar 
aquelas tomadas com base na chamada vontade perfeitamente boa daquelas tomadas em 
decorrência do mundo fenomênico. As decisões tomadas com fulcro na vontade, que se 
perfazem nas experiências ocorridas no mundo sensível enquadram-se no imperativo 
hipotético. O imperativo hipotético “representam a necessidade prática de uma ação 
possível como meio de alcançar qualquer outra coisa que se quer (ou que é possível que 
se queira)” (KANT, 2007, citado por STRENGER, 2000) 
 
Por sua vez o imperativa categórico seriam as decisões tomadas por razões 
externas ao indivíduo, ou seja, aquelas tomadas em virtude da lei, da moral, dos 
costumes. Ele revela um conteúdo previamente determinado. “O imperativo categórico 
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seria aquele que nos representasse uma ação como objectivamente necessária por si 
mesma, sem relação com qualquer outra finalidade.” (KANT, 2007, citado por 
STRENGER, 2000) O Imperativo categórico, portanto, representa um dever válido para 
todos os homens. 
 
Irineu Strenger (STRENGER, 2000) sintetiza a visão de Kant (2007, citado por 
STRENGER, 2000) sobre a Autonomia da Vontade demonstrando ainda a influência 
das normas no atuar autônomo do indivíduo em sociedade 
 
Embora modernamente em Kant, a condição real do homem se 
situe bem longe da “perfeição”, como modelo de autonomia, no 
sentido da filosofia clássica, no sistema criticista a liberdade 
transcendental é fundada na autonomia, embora não a garanta, 
ou seja, nós somos, sem dúvida, membros legisladores de um 
reino moral, que é possível pela liberdade e que é representado 
pela razão prática, como um objeto de respeito, mas, ao mesmo 
tempo, a consciência de uma livre submissão da vontade à lei, 
consenso também ligado a uma violência inevitável que é 
preciso exercer sobre todas as inclinações, violência essa que 
deve ser exercida unicamente mediante o ditame da própria 
razão constitui o respeito à lei. 
 
A autonomia não consiste na prevalência de um querer desenfreado ou do 
acatamento de todos os impulsos de forma não pensada. O atuar autônomo implica na 
tomada consciente das decisões e em assumir as responsabilidades e conseqüências 
destas. Deve-se separar o querer autônomo do impulso meramente instintivo. 
 
O fato de determinado indivíduo respeitar a lei por si só não retira da sua ação 
a condição de agir volitivo autônomo, porquanto poderia este mesmo ser recusar-se a 
integrar determinada sociedade ou deixar de assimilar para si os valores morais e sociais 
desta. 
 
O agir autônomo implica na consciência que o homem tem de seus atos, sendo 
determinada a ação ou a omissão mediante livre apreciação das possibilidades. A 
autonomia não é sinônimo de liberdade plena, mas ela se constrói através da dialética 
entre os fatos, os valores e as leis. 
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A autonomia se constrói através da atuação volitiva do ser racional que, 
embora adote uma inclinação sensível, reconhece a vontade racional estimulando-a em 
prejuízo do simples saciar dos apetites empíricos. 
 
6 DA AUTONOMIA DA VONTADE E O DIREITO 
 
A autonomia da vontade possui inspiração no Direito Canônico, no Direito 
Natural e na “Teoria do Contrato Social” de Rousseau. 
 
Para o direito canonista o consenso, como exteriorização da vontade, 
configurava uma obrigação de caráter moral e jurídico. Já para o Direito Natural, 
marcado pelas idéias de Kant, a expressão jurídica nasceria do agir e da vontade livre. 
Por sua vez a “Teoria do Contrato Social” de Rousseau expressa a idéia da formação da 
sociedade através de um pacto, um contrato que uniria livremente a vontade neste 
sentido. 
 
Baseado no ideário de Rousseau, Michel Debrun (citado por 
STRENGER,2000, p. 36) afirma: 
 
Percebemos agora melhor, em que consiste a vontade geral: é a 
parte geral da vontade individual, idêntica em todos os membros 
da coletividade, a que permite o entrosamento das vontades 
individuais no reconhecimento de certos valores e na procura 
comum de determinados objetivos. Obedecendo à vontade geral 
e às leis nas quais ela se corporifica, a vontade individual não 
deixa, pois, de obedecer a ela própria. 
 
 
A vontade é um importante instrumento na construção do Direito, uma vez que 
as normas surgem nada mais do que como a expressão da vontade geral. As regras, ou 
normas, não são nada além da tradução do direito natural ou da moral social, sendo, por 
isso, uma manifestação de vontade. 
 
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O papel da vontade na formação do Direito, principalmente no que concerne ao 
direito subjetivo, não é uníssono entre os filósofos, sendo-lhe atribuído, por vezes, o 
papel principal, por vezes relegado ao plano secundário. 
 
Diogo Luna Moureira, em sua obra Pessoas e Autonomia Privada, faz um 
breve estudo sobre a posição dos maiores filósofos acerca do tema, abarcando os 
voluntaristas e os juspositivistas. 
 
Friedrich Karll Von Savigny (SAVIGNY, citado por MOUREIRA, 2011) é 
adepto da teoria voluntarista. Para ele cada indivíduo tem o poder inerente de árbitro, 
capaz de pensar, querer e agir. O indivíduo é o agente da sua própria vontade. Sob este 
prisma no Direito reina a vontade individual com o consentimento de todos. O direito 
subjetivo para Savigny expressa um direito inerente a todo indivíduo de autodeterminar-
se, independente das vontades de terceiros. 
 
A relação jurídica para Savigny é vista como um vícnulo 
estabelecido entre pessoas a quem o Direito reconhece a 
capacidade de possuir propriedade, tendo cada uma delas o 
resguardo jurídico de exercício absoluto de suas vontades, 
independentemente de qualquer interferência externa. Portanto, 
a relação jurídica, neste aspecto, decorre da pré-concepção de 
direitos subjetivos, entendidos como um poder da vontade 
limitado tão somente pela inclinação individual, independente 
de qualquer vontade estranha. (MOUREIRA, 2011) 
 
 
Savigny, portanto apresenta uma visão jusnaturalista do Direito, atribuindo 
importância à vontade humana como expressão de sua natureza e liberdade. Bernard 
Windscheid, por sua vez, repudia a atribuição de poder absoluto e soberano a vontade, 
valorizando o poder concedido pela ordem jurídica. A vontade, na perspectiva de 
Windscheid encontra sua validade no direito objetivo. Desta forma o direito subjetivo é 
compreendido como “um poder ou senhorio da vontade, concedido pela ordem 
jurídica”. (WINDSCHEID, 1902, citado por MOUREIRA, 2011). Sob este prisma, 
Windscheid, assim como Savigny, reconhece que o direito subjetivo seria uma 
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expressão do poder da vontade, todavia, ao contrário deste, aquele ressalta que o poder 
da vontade seria atribuído pelo Direito. 
 
Rudolf Von Ihering (p.353-354 citado por: MOUREIRA, 2011) é o principal 
opositor a teoria voluntarista. De acordo com Ihering “atendendo-se exclusivamente ao 
elemento vontade, o sistema jurídico se torna defeituoso, na medida em que converte a 
idéia de Direito em um puro formalismo.” A vontade não seria elemento essencial ao 
Direito, porquanto um indivíduo possui direitos independentemente da sua vontade. Os 
direitos não existem realizar a vontade, mas como

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