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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE MEDICINA INTERNATO – GO I INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NÃO VIRAIS Acadêmicos: Rafael Assis Rafael Sizo Taís Coelho Belém - 2015 INTRODUÇÃO Definição: • Compreende as infecções disseminadas pelo contato interpessoal, íntimo e sexual, causadas por bactérias, protozoários e fungos. Classificação sindrômica: • Corrimento vaginal -Vulvovaginites eVaginose • Candidíase • Tricomoníase • Vaginose bacteriana • Corrimento uretral - Uretrites • Gonocócica • Não gonocócica Infecções sexualmente transmissíveis • IST’s assintomáticas • Cervicites • Sífilis Latente • Doença Inflamatória Pélvica • Úlceras genitais • Sífilis • Cancro mole • Donovanose • Linfogranuloma venéreo Infecções sexualmente transmissíveis Epidemiologia • Segundo estimativas da OMS (2013), mais de um milhão de pessoas adquirem uma IST diariamente. • A cada ano, estima-se que 500 milhões de pessoas adquirem uma das IST curáveis (gonorreia, clamídia, sífilis e tricomoníase). Infecções sexualmente transmissíveis CORRIMENTO VAGINAL (VULVOVAGINITES + VAGINOSE) CONTEÚDO VAGINAL FISIOLÓGICO Resíduo vaginal ◦ Muco cervical + secreção das glândulas de Bartholin e Skene + transudato vaginal Células vaginais e cervicais esfoliadas Micro-organismos ◦ Variam de mulher para mulher e durante as diferentes fases do ciclo mentrual; ◦ L. acidophilus, (bacilos de Doderlein) S. epidermidis, E. coli, G. vaginalis, Enterococcus, S. agalactiae, Candida sp. pH vaginal entre 3,8-4,2 PORTANTO, NEM TODA DESCARGA VAGINAL REPRESENTA UMA DOENÇA! Mucorreia X CorrimentoVaginal: ◦ Mucorréia é a secreção vaginal acima do normal. Não há presença de inflamação vaginal, a mucosa vaginal está de coloração rosa-pálido e o muco é claro e límpido. Infecções sexualmente transmissíveis Definição: Processo inflamatório, com aumento da quantidade de PMN, que acomete o TG inferior (vulva, paredes vaginais e a ectocérvice). Manifestações clínicas: Corrimento vaginal; Prurido; Irritação; Associado ou não a odor desagradável, à ardência e ao desconforto vaginal. Obs.: A coloração do corrimento pode sofrer alteração pela presença de sangue, células descamadas, muco ou espermatozóides, e por isso, em algumas literaturas, está em desuso. CORRIMENTO VAGINAL Infecções sexualmente transmissíveis CORRIMENTO VAGINAL Avaliação diagnóstica: ◦ Exame especular; ◦ Microscopia direta ou exame a fresco; ◦ Teste do pH; ◦ Teste das aminas (de Whiff); ◦ Bacterioscopia por coloração de Gram. Infecções sexualmente transmissíveis CORRIMENTO VAGINAL VAGINOSE BACTERIANA Conjunto de sinais e sintomas decorrentes de um desequilíbrio da flora vaginal. Há diminuição de Lactobacillus e um crescimento polimicrobiano de bactérias (principalmente o de Gardnerella vaginalis), cujo fator desencadeante é DESCONHECIDO. O processo inflamatório é discreto ou até mesmo inexistente. Não tem como causa a clássica transmissão sexual – mas quando presente, pode aumentar a taxa de aquisição de IST’s. Causa mais comum de corrimento vaginal! Infecções sexualmente transmissíveis CORRIMENTO VAGINAL Quadro clínico: ◦ Corrimento vaginal Branco-acinzentado; Aspecto fluido ou cremoso e não aderente; Pequena quantidade; Algumas vezes bolhoso. ◦ Odor fétido, de “peixe podre” (mais acentuado após a relação sexual sem o uso do preservativo, e durante o período menstrual); ◦ Dispareunia, irritação vulvar e disúria são pouco frequentes. VAGINOSE BACTERIANA Infecções sexualmente transmissíveis CORRIMENTO VAGINAL VAGINOSE BACTERIANA Diagnóstico: ◦ Baseia-se na presença de três dos quatro critérios de Amsel: Corrimento vaginal homogêneo, geralmente, acinzentado e de quantidade variável; pH vaginal > 4,5; Teste de Whiff ou teste da amina (KOH 10%) positivo; Presença de clue cells na bacterioscopia corada por Gram Infecções sexualmente transmissíveis CORRIMENTO VAGINAL Tratamento ◦ Metronidazol 500 mgVO 12/12 h por 7 dias ou Metronidazol gel vaginal 100 mg/g, um aplicador cheio via vaginal, à noite ao deitarse, por 5 dias; ◦ 2ª opção: Clindamicina 300 mg, VO, 2xdia, por 7 dias; ◦ Gestantes: Primeiro trimestre: Clindamicina 300 mg, VO, 2xdia, por 7 dias.; Após primeiro trimestre: Metronidazol 250 mg, 1 comprimido VO, 3xdia, por 7 dias ◦ Recorrência: Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos VO, 2xdia, por 10 a 14 dias Evitar álcool por 4 dias (efeito antabuse) se Metronidazol. Tratar toda gestante sintomática NÃO PRECISA TRATAR PARCEIRO VAGINOSE BACTERIANA Infecções sexualmente transmissíveis CORRIMENTO VAGINAL Candidíase Agente etiológico: ◦ Candida Albicans Não é transmitida sexualmente, mas é vista com mais frequência em mulheres com vida sexual ativa! Candidíase vulvovaginal recorrente: ◦ Quatro ou mais episódios sintomáticos em um ano. Fatores de risco: ◦ Gravidez; ◦ Diabetes mellitus (descompensado); ◦ Obesidade; ◦ Uso de contraceptivos orais; ◦ Uso de antibióticos, corticoides, imunossupressores ou quimio/radioterapia; ◦ Hábitos de higiene e vestuário que aumentem a umidade e o calor local; ◦ Contato com substâncias alergênicas e/ou irritantes (ex.: talcos, perfumes, sabonetes ou desodorantes íntimos); ◦ Alterações na resposta imunológica (imunodeficiência), incluindo a infecção pelo HIV. Infecções sexualmente transmissíveis Manifestações Clínicas: ◦ Prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável); ◦ Disúria; ◦ Dispareunia; ◦ Corrimento branco, grumoso e com aspecto caseoso (“leite coalhado”); ◦ Hiperemia; ◦ Edema vulvar; ◦ Fissuras e maceração da vulva; ◦ Placas brancas ou branco-acinzentadas, recobrindo a vagina e colo uterino. Diagnóstico: ◦ Sintomatologia; ◦ Teste do pH vaginal< 4,5; ◦ E/ou por bacterioscopia, com a visualização de leveduras e/ou pseudo-hifas. CANDIDÍASECORRIMENTO VAGINAL Infecções sexualmente transmissíveis Diagnóstico: ◦ Sintomatologia; ◦ Teste do pH vaginal< 4,5; ◦ E/ou por bacterioscopia, com a visualização de leveduras e/ou pseudo-hifas. Infecções sexualmente transmissíveis Tratamento: ◦ Miconazol creme a 2%, via vaginal, um aplicador cheio, à noite ao deitar-se, por 7 dias; ◦ OU Nistatina 100.000 UI, uma aplicação, via vaginal, à noite ao deitarse, por 14 dias. Segunda opção: ◦ Fluconazol 150 mg,VO, dose única Gestantes: ◦ Durante a gravidez, o tratamento deve ser realizado somente por via vaginal. O tratamento oral está contraindicado na gestação e lactação. Casos recorrentes: ◦ Mesmas opções do tratamento da candidíase vaginal, por 14 dias ◦ OU Fluconazol 150 mg, VO, 1xdia, dias 1, 4 e 7, seguido de terapia de manutenção: fluconazol 150mg,VO, 1xsemana, por 6 meses CANDIDÍASECORRIMENTO VAGINAL Infecções sexualmente transmissíveis Tricomoníase Agente etiológico: ◦ Trichomonas vaginalis Quadro clínico: ◦ Corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso; ◦ Prurido e/ou irritação vulvar; ◦ Dor pélvica (ocasionalmente); ◦ Sintomas urinários (disúria, polaciúria); ◦ Hiperemia da mucosa (colpite difusa e/ou focal, com aspecto de framboesa). “Pode haver alterações morfológicas celulares, alterando a classe do exame citopatológico, o qual deve ser repetido três meses após o tratamento para avaliar a persistência das alterações” CORRIMENTO VAGINAL Infecções sexualmente transmissíveis Diagnóstico: ◦ Visualização direta dos protozoários móveis em material do ectocérvice, por exame bacterioscópico a fresco ou pela coloração de Gram, Giemsa, Papanicolaou,entre outras. Tratamento: ◦ Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos, VO, dose única (dose total de tratamento 2g) ◦ OU Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos,VO, 2xdia, por 7 dias Gestantes: ◦ Metronidazol 400 mg, 1 comprimido,VO, 2xdia, por 7 dias ◦ OU Metronidazol 250 mg, 1 comprimido,VO, 3xdia, por 7 dias TRATAR PARCEIROS TRICOMONÍASECORRIMENTO VAGINAL Infecções sexualmente transmissíveis CERVICITE Definição Inflamação do epitélio glandular do colo uterino. Infecções sexualmente transmissíveis CERVICITE Etiologia 1) Neisseria gonorrohea (gonococo) - Diplococo gram-negativo intracelular - Trato geniturinário, faringe, conjuntiva e articulaçõs 11) Chlamydia trachomatis - Bacilo gram-negativo intracelular obrigatório - Trato geniturinário, conjuntiva - Sorotipos D a K Infecções sexualmente transmissíveis CERVICITE Fatores de Risco - Parceiro com sintomas - Paciente com múltiplos parceiros, sem proteção - Paciente acredita ter se exposto a DST - Paciente proveniente de áreas de alta prevalência de gonococo e clamídia. Infecções sexualmente transmissíveis CERVICITE Quadro Clínico - 70 a 80 % assintomáticas - Corrimento vaginal - Dispareunia - Disúria - Sangramento vaginal pós-coito - Colo edemaciado e friável - Secreção mucopurulenta no orifício externo do colo uterino Infecções sexualmente transmissíveis CERVICITE Diagnóstico Infecções sexualmente transmissíveis CERVICITE Tratamento Infecções sexualmente transmissíveis CERVICITE Gestação - Maior risco de: prematuridade, ROPREMA, CIUR e febre puerperal. - No RN: conjutivite, pneumonia, meningite, endocardite e estomatite. - Devem ser tratadas com uma cefalosporina em caso de gononoco. (se alergia, dessensibilizar!) Infecções sexualmente transmissíveis URETRITE Inflamação da uretra Infecciosas sexualmente transmissíveis são as mais comuns Mais comum no sexo masculino Infecções sexualmente transmissíveis URETRITE Etiologia Goncócica: Neisseria gonorrhoeae Não Gonocócicas: Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis,Trichomonas vaginalis. Infecções sexualmente transmissíveis URETRITE Quadro Clínico - Em mulheres, pouco sintomática 1) Gonocócica (P.I. 2 a 5 dias) - Prurido na fossa navicular - Disúria - Corrimento (mucóide -> purulento) - Febre - Sem tratamento: polaciúria, sensação de peso no períneo, hematúria no final da micção... Infecções sexualmente transmissíveis URETRITE 11) Não Gonocócica (P.I. 14 a 21 dias) - Corrimento mucóide leve e discreto - Disúria leve e intermitente - Síndrome de Reiter (uretrite, artrite, conjutivite) Infecções sexualmente transmissíveis URETRITE Diagnóstico Infecções sexualmente transmissíveis URETRITE Tratamento Infecções sexualmente transmissíveis DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Conjunto de sinais e sintomas secundários à ascensão e à disseminação, no trato genital feminino superior, de micro-organismos provenientes da vagina ou endocérvice. Infecções sexualmente transmissíveis DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Etiologia 1) Agentes primários Neisseria gonorrhoeae e Chlamydiatrachomatis 11) Agentes secundários Polimicrobiana: Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum, Streptococcus beta-hemolítico do grupo A... Infecções sexualmente transmissíveis DONÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Fatores de Risco - Mulheres sexualmente ativas - Sem atraso menstrual - Próximas ao final do período menstrual - Múltiplos parceiros que não usam contraceptivos de barreira - DIP prévia Infecções sexualmente transmissíveis DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Diagnóstico Infecções sexualmente transmissíveis DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Tratamento Classificação de Monif - Estágio 1: Sem peritonite - Estágio 11: Com peritonite - Estágio 111: Oclusão de tuba; Abscesso tubo-ovariano - Estágio 1V: Abscesso > 10 cm; Abscesso roto Infecções sexualmente transmissíveis DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Tratamento A) Ambulatorial (Monif 1) Infecções sexualmente transmissíveis DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Tratamento B) Hospitalar (CDC) - Clindamicina IV + Gentamicina IV - Cefotetan IV + Cefoxitina IV + DoxiciclinaVO C) Cirúrgico (videolaparoscopia / laparotomia) - Falha no tratamento clínico - Massa pélvica que persiste ou aumenta mesmo com o tratamento clínico - Suspeita de rotura de abscesso - Hemoperitôneo - Abscesso de fundo de saco de Douglas Infecções sexualmente transmissíveis DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Complicações - Abscesso tubo-ovariano - Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis - Infertilidade - Prenhez ectópica - Dor pélvica crônica - Dispareunia Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis (Treponema pallidum) - Cancro mole (Haemophilus ducreyi) - Linfogranuloma venéreo (Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3) - Donovanose (Klebsiella granulomatis) - Considerações gerais: Os aspectos clínicos das úlceras genitais são bastante variados e têm baixa relação de sensibilidade e especificidade com o agente etiológico, mesmo nos casos considerados clássicos. O diagnóstico com base na impressão clínica apresentou valores preditivos positivos muito baixos, segundo o MS. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis - Agente etiológico: Treponema pallidum – espiroqueta, não se cora por gram e nem cresce em meios de cultura artificiais - Epidemiologia: No Brasil a prevalência de sífilis em gestantes é de 0,85% - 1,05% (Norte), 1,14% (Nordeste), 0,73% (Sudeste), 0,48% (Sul) e 1,20% (Centro-Oeste). - 24,8% dos casos notificados no primeiro trimestre de gestação, com 31,3% no segundo trimestre e 36,3% no terceiro. Norte apresenta o maior percentual de diagnósticos no terceiro trimestre de gestação, com 50,9% (29,0% no segundo e 14,7% no primeiro). - Em 2013, o número total de casos notificados no Brasil foi de 21.382, em gestantes. - 2013 a taxa foi de 4,7 casos por 1.000 nascidos vivos no Brasil, sendo que a Região Nordeste apresentou a maior incidência de casos (5,3), seguida da Sudeste (5,1), Sul (4,1), Norte (3,5) e Centro-Oeste (3,3). Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis Classificação - Sífilis adquirida Quanto ao tempo: Recente – menos de um ano de evolução; Tardia – mais de um ano de evolução Quanto as manifestações clínicas: Primária; Secundária; Latente (recente e tardia); Sífilis Terciária Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis - Sífilis primária: Também conhecida como “cancro duro”, ocorre após o contato sexual com o indivíduo infectado. O período de incubação é de 10 a 90 dias (média de três semanas). Úlcera, geralmente única, indolor, base endurecida e fundo limpo, rica em treponemas; Adenopatia satélite inguinal bilateral, indolor e não inflamatória. Duração: entre duas e seis semanas, desaparecendo espontaneamente, independentemente de tratamento. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis - A sífilis secundária surge entre seis semanas e seis meses após a infecção. Podem ocorrer: Erupções cutâneas em forma de máculas (roséola) e/ou pápulas; Eritema palmo- plantares; Placas eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas; Lesões pápulo-hipertróficas nas mucosas ou pregas cutâneas (condiloma plano ou condiloma lata); Alopécia em clareira e madarose. A sintomatologia pode desaparecer espontaneamente em poucas semanas. Mais raramente, observa-se comprometimento hepático, quadros meníngeos e/ou até oculares, em geral uveítes. Infecçõessexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis - Sífilis latente: sem nenhum sinal ou sintoma clínico de sífilis, com reatividade nos testes imunológicos que detectam anticorpos (maioria dos diagnósticos). É dividida em latente recente (<1a) e latente tardia (> 1a). Aproximadamente 25% dos pacientes intercalam lesões de secundarismo com os períodos de latência, durante o primeiro ano da infecção. Se não for possível inferir a duração da infecção (sífilis de duração ignorada), trata-se como sífilis latente tardia. - Sífilis terciária: ocorre em 30% das infecções não tratadas, podendo surgir entre 2 a 40 anos depois do início da infecção. Manifesta-se na forma de inflamação e destruição tecidual. É comum o acometimento do SN e CV. Lesões - Cutâneas: gomosas e nodulares, de caráter destrutivo; › Ósseas: periostite, osteíte gomosa ou esclerosante, artrites, sinovites e nódulos justa-articulares; › Cardiovasculares: aortite sifilítica, aneurisma e estenose de coronárias; › Neurológicas: meningite aguda, goma do cérebro ou da medula, atrofia do nervo óptico, paralisia geral e demência. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis - Diagnóstico: - Sífilis recente (cancro duro e lesões muco-cutâneas): 1- Pesquisa do treponema por bacterioscopia em campo escuro - observam as bactérias vivas e móveis (padrão-ouro). Realizada no momento da consulta. (sensibilidade de 74% a 86%) 2- Imunofluorescência direta; Impregnação pela prata (técnica de Fontana- Tribondeaux, embora seja grosseira e sujeita a mais erros, pode ser realizada depois da consulta). - Todas as fases da Sífilis: Sorologias: não treponêmica – VDRL (mais usado) e RPR; treponêmica FTA-Abs (mais usado), MHA-TP e Elisa. O VDRL reator com título igual ou superior a 1/16 é entendido como doença e deve o paciente ser tratado. O VDRL pode dar falso positivo em títulos baixos devido a reações cruzadas e falsos negativos, principalmente na fase primária e na latente tardia. O mesmo pode ocorrer com exames treponêmicos, porém, com menor frequência. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Sífilis - A sífilis congênita é de notificação compulsória nacional desde o ano de 1986; a sífilis em gestante, desde 2005; e a sífilis adquirida, desde 2010. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - TTO - Sífilis primária, sífilis secundária e latente recente: Penicilina G benzatina, 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo). Alternativa: Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 15 dias (exceto para gestantes); Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1xdia, por 8 a 10 dias para gestantes e não gestantes. Azitromicina 1g VO por semana, durante 2 ou 3 semanas para sífilis até 1 ano; - Sífilis latente tardia ou latente com duração ignorada e sífilis terciária: Penicilina G benzatina, 2,4 milhões UI, IM, (1,2 milhão UI em cada glúteo), semanal, por três semanas. Dose total de 7,2 milhões UI. Alternativa: Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 30 dias (exceto para gestantes); Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1xdia, por 8 a 10 dias para gestantes e não gestantes -Neurossífilis: Penicilina cristalina, 18-24 milhões UI/dia, IV, administrada em doses de 3-4 milhões UI, a cada 4 horas ou por infusão contínua, por 14 dias. Obs: Seguimento de 30 dias para gestantes e 60 dias para não gestantes + teste não treponêmico. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais – Cancro mole - Agente etiológico: Haemophilus ducreyi. Cocobacilo curto, gram- negativo, imóvel, não formador de esporos, desprovido de cápsula. Esfregaço: apresentam-se em situação intra e extracelular, aos pares e formando cadeias, eventualmente associados aos micro- organismos piógenos. Sua coloração bipolar dá impressão, à microscopia ótica, de um vacúolo central Clínica: Caracteriza-se por lesões múltiplas (podendo haver lesão única) e habitualmente dolorosas. Úlcera rasa, borda irregular, apresentando contornos eritemato-edematosos e fundo irregular, recoberto por exsudato necrótico, amarelado, com odor fétido e sangramento fácil. Os linfonodos inguinais se tornam dolorosos, aumentados e aderidos entre si e formam um abscesso grande com flutuação (bubão) na virilha. A pele sobre o abscesso pode se tornar hiperemiada e brilhante e pode se romper, formando um pertuito. A autoinoculação pode resultar em novas lesões. As complicações incluem fimose, estenose uretral, fístula uretral e destruição tecidual grave. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais – Cancro mole Ocasionalmente as mulheres podem ser assintomáticas quando as úlceras ocorrem no colo do útero ou na vagina. A adenopatia ocorre menos em mulheres devido a diferenças na drenagem linfática em relação aos homens. O período de incubação é geralmente de 3 a 7 dias, podendo se estender por até duas semanas. O risco de infecção em uma relação sexual é de 80%. - Diagnóstico:O exame bacterioscópico deve ser feito após limpeza da lesão com soro fisiológico, coletando-se, com alça de platina ou espátula, exsudato purulento do fundo da lesão, preferencialmente sob as bordas. A positividade ocorre em 50% dos casos. Quando o bubão estiver presente pode fazer a punção e proceder ao esfregaço Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais – Linfogranuloma Venéreo (LGV) - Agente etiológico: O LGV é causado por C. trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3. - Sinônimos: O linfogranuloma venéreo, linfogranuloma Inguinal, mula, bubão ou Doença de Nicolas-Favre - Clínica: A manifestação clínica mais comum do LGV é a linfadenopatia inguinal e/ou femoral, já que esses sorotipos são altamente invasivos aos tecidos linfáticos. Lesão primária: ulceração ou pápula que dura 3 a 5 dias. Após duas a seis semanas, surge o bubão inguinal que é uma inchação dolorosa dos gânglios da região inguinal unilateral (70% das vezes é de um lado só). Se este bubão não for tratado adequadamente ele evolui para o rompimento espontâneo e formação de fístulas que drenam secreção purulenta. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais – Linfogranuloma Venéreo (LGV) A doença apresenta 3 fases: Fase de inoculação: inicia-se por pápula, pústula ou exulceração indolor, que desaparece sem deixar sequela; Fase de disseminação linfática; Fase de sequelas: Comprometimento ganglionar, supuração e fistulização por orifícios múltiplos, que correspondem a linfonodos individualizados, parcialmente, fundidos numa grande massa. Os bubões que se tornarem flutuantes podem ser aspirados com agulha calibrosa, não devendo ser incisados cirurgicamente. A obstrução linfática crônica leva à elefantíase genital, que na mulher é denominada estiomene. Além disso, podem ocorrer fístulas retais, vaginais, vesicais e estenose retal. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais – Linfogranuloma Venéreo (LGV) - Diagnóstico: Clínico somado a: - Bacteriológico (exame direto e cultura): raramente positivo - Método ELISA: grande sensibilidade, identificação dos anticorpos contra o antígeno do grupo, e não dos diferentes sorotipos. - Cultura com células de McCoy: é a mais utilizada, tornando-se positiva em três dias. - Sorológico (reação de fixação do complemento): é o teste mais empregado, apresentando alta sensibilidade e baixa especificidade. Positividade não implica atividade da doença. - Microimunofluorescência: método mais sensível no diagnóstico da doença, capaz de detectar anticorpos específicos aos diferentes sorotipos. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Donovanose - Agente etiológico: Klebsiella granulomatis - Clínica: Doença crônica e progressiva. Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. É pouco frequente, ocorrendona maioria das vezes em climas tropicais e subtropicais. A donovanose (granuloma inguinal) está frequentemente associada à transmissão sexual, embora os mecanismos de transmissão não sejam bem conhecidos, com transmissibilidade baixa. Lesão inicial: ulceração de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil. - A ulceração evolui lenta e progressivamente, podendo tornar-se vegetante ou úlcero-vegetante. As lesões costumam ser múltiplas. Há predileção pelas regiões de dobras e região perianal. Não ocorre adenite, embora raramente possam se formar pseudobubões (granulações subcutâneas) na região inguinal, quase sempre unilaterais. Infecções sexualmente transmissíveis Úlceras Genitais - Donovanose Na mulher, a forma elefantiásica é uma sequela tardia, sendo observada quando há predomínio de fenômenos obstrutivos linfáticos. A localização extragenital é rara e, quase sempre, ocorre a partir de lesões genitais ou perigenitais primárias. - Diagnóstico: Exames histopatológico e citopatológico podem identificar os corpúsculos de Donovan confirmando o diagnóstico. Infecções sexualmente transmissíveis Referências: 1. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid= S0365-05962011000300028 2. http://www.dstunifal.com/2014/08/donovanose.html 3. http://www.atlasdermatologico.com.br/ 4. http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicac ao/2015/58357/pcdt_ist_10_2015_final_2_pdf_15143.p df Infecções sexualmente transmissíveis Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 CERVICITE CERVICITE CERVICITE CERVICITE CERVICITE CERVICITE CERVICITE URETRITE URETRITE URETRITE URETRITE URETRITE URETRITE DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA DONÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Úlceras Genitais Úlceras Genitais Úlceras Genitais - Sífilis Úlceras Genitais - Sífilis Úlceras Genitais - Sífilis Úlceras Genitais - Sífilis Úlceras Genitais - Sífilis Úlceras Genitais - Sífilis Úlceras Genitais - Sífilis Úlceras Genitais - Sífilis Úlceras Genitais - TTO Úlceras Genitais – Cancro mole Úlceras Genitais – Cancro mole Úlceras Genitais – Linfogranuloma Venéreo (LGV) Úlceras Genitais – Linfogranuloma Venéreo (LGV) Úlceras Genitais – Linfogranuloma Venéreo (LGV) Úlceras Genitais - Donovanose Úlceras Genitais - Donovanose Número do slide 57
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