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Carreira Jurídica CERS 2015 DIREITO PENAL

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Carreira Jurídica CERS 2015
Direito Penal, Rogério Sanches.
Módulo I
Conceito de Direito Penal sob três aspectos:
Aspecto formal / estático: Direito Penal é o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas.
Aspecto material: O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade. 
Aspecto Sociológico/ dinâmico: Direito Penal é mais um instrumento de controle social visando assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade. 
Aprofundando o enfoque sociológico: a manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a estabelecer diretrizes. Quando violadas as regras de conduta, surge para o Estado o dever de aplicar sanções (civis ou penais). 
Nesta tarefa de controle social atou vários ramos do Direito. 
Quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados, merece reação mais severa por parte do Estado, valendo-se do Direito Penal. 
O que diferencia a norma penal das demais é a espécie de consequência jurídica (pena privativa de liberdade).
ATENÇÃO!!
IMPORTANTE DIFERENCIAR
	Direito Penal
	Criminologia 
(Ciência Penal)
	Política Criminal
(Ciência Penal)
	Análise dos fatos humanos indesejados quais devem ser rotulados como crime ou contravenção, anunciando as penas.
	Ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o comportamento da sociedade.
	Trabalha as estratégias de controle social da criminalidade.
	Ocupa-se do crime enquanto norma.
	Ocupa-se do crime enquanto fato.
	Ocupa-se do crime enquanto valor.
	Exemplo: define como crime lesão no ambiente doméstico familiar. 
	Exemplo: quais fatores contribuem par a violência doméstica. 
	Exemplo: estuda como diminuir a violência doméstica familiar. 
Missão do Direito Penal
Na atualidade, a doutrina divide a missão do Direito Penal em:
Missão mediata: a) controle social e b)limitação do poder de punir do Estado.
Obs.:Se de um lado o Estado controla o cidadão, impondo-lhe limites, de outro lado é necessário também limitar seu próprio poder de controle, evitando excessos. (hipertrofia da punição)
Missão imediata:
 1ª corrente: a missão imediata do Direito Penal é proteger bens jurídicos mais importantes para convivência em sociedade. (Roxin- funcionalismo teleológico)- Corrente que prevalece no Brasil hoje. 
2ª corrente: a missão imediata do Direito Penal é assegurar o ordenamento jurídico, a vigência da norma. (Jakobs- funcionalismo sistêmico)
Direito Penal Classificação Doutrinária
Direito Penal Substantivo x Direito Penal Adjetivo
	Direito Penal Substantivo
	Direito Penal Adjetivo
	Corresponde ao Direito Penal Material. (crime e pena)
	Corresponde ao Direito Processual Penal. (processo/ procedimento)
Direito Penal Objetivo x Direito Penal Subjetivo
	Direito Penal Objetivo
	Direito Penal Subjetivo
	Traduz o conjunto de leis penais em vigor no país. (Código Penal) 
	Traduz o direito do punir do Estado.
	Direito Penal subjetivo positivo
	Direito Penal subjetivo negativo 
	É a capacidade de criar e executar normas penais.
	É o poder de derrogar preceitos penais ou restringir seu alcance. (STF- no seu controle de constitucionalidade)
O direito de punir estatal não é absoluto/ incondicionado/ ilimitado:
Limites do direito de punir estatal:
Quanto ao modo: O direito de punir estatal deve respeitar direitos e garantias fundamentais. Como bem explica Canotilho, mesmo nos caso em que o legislador se encontre constitucionalmente autorizado a editar normas restritivas, permanecerá vinculado á salvaguarda do núcleo essencial dos direitos, liberdades e garantias do homem e do cidadão. 
Quanto ao espaço: Em regra aplica-se a lei penal aos fatos ocorridos no território nacional. (principio da territorialidade) 
Quanto ao tempo: O direito de punir não é eterno. (prescrição- limite temporal ao direito de punir ou executar a pena)
Paulo Cesar Bussato bem lembrar que o Estado não é absolutamente livre para fazer uso desse poder de castigar através de emprego de lei. Sua tarefa legislativa, e de aplicação da legislação, encontram-se limitadas por uma série de balizas normativas formadas por postulados, princípios e regras, tais como a legalidade, a necessidade, a imputação subjetiva, a culpabilidade, a humanidade, a intervenção mínima, e todos os demais direitos e garantias fundamentais como a dignidade da pessoa humana e a necessidade de castigo. 
Obs.: O direito de punir é monopólio do Estado, ficando proibida a justiça privada. A justiça privada pode caracterizar o crime de exercício arbitrário das próprias razões. 
CUIDADO! Há um caso que o Estado tolera a punição privada paralela à punição estatal:
ESTATUTO DO ÍNDIO (art; 57 da Lei n. 6001/73). 
“Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.” 
O Tribunal Penal Internacional é exceção ao monopólio ao direito de punir do Estado? i
O TPI não representa exceção à exclusividade do direito de punir do Estado.
O artigo 1º do Estatuto de Roma consagrou o principio da complementariedade, segundo o qual, o TPI será chamado a intervir somente se e quando a justiça repressiva interna falhar, se tornar omissa ou insuficiente. 
“Estatuto de Roma- Artigo 1º- O Tribunal- É criado, pelo presente instrumento, um Tribunal Penal Internacional (“o Tribunal”). O Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de acordo com o presente Estatuto, e será complementar às jurisdições penais nacionais. A competência e o funcionamento do Tribunal reger-se-ão pelo presente Estatuto”
O que significa criminalização primária? E secundária? 
Criminalização primária: diz respeito ao poder de criar a lei penal e introduzir no ordenamento jurídico a tipificação criminal de determinada conduta. 
Criminalização secundária: atrela-se ao poder estatal para aplicar a lei penal introduzida no ordenamento com a finalidade de coibir determinados comportamentos antissociais. 
3- Direito Penal de Emergência x Direito Penal Demagogo/ Promocional/Político
	Direito Penal de Emergência
	Direito Penal Demagogo/ Promocional/Político
	Atendendo as demandas de criminalização, o Estado cria normas de repressão ignorando garantias do cidadão. 
	O Estado visando a consecução dos seus objetivos políticos, emprega leis penais desconsiderando o princípio da intervenção mínima. 
	Finalidade: devolver o sentimento de tranquilidade para a sociedade. 
	Finalidade: usar o direito penal para a transformação social.
	Exemplo: Lei dos crimes hediondos (Lei n. 8.072/90)- sequestro do Abílio Diniz (pressão mídia) 
	Exemplo: Estado criando contravenção penal de mendicância (revogada) para acabar com os mendigos ao invés de melhorar políticas públicas. 
Direto Penal Simbólico?
Lei que nasce sem qualquer eficácia jurídica ou social.
Velocidade do Direito Penal
Idealizadas por Silva Sánchez.
Trabalha com o tempo que o Estado leva para punir o autor de uma infração penal mais ou menos severa. 
1ª Velocidade: Enfatiza infrações penais mais graves, punidas com pena privativa de liberdade, exigindo procedimento mais demorado, observando todas as garantias penais e processuais. (crimes mais graves + penas mais severas, o Estado age com extrema cautela).
2ª Velocidade: Flexibiliza direitos e garantias fundamentais, possibilitando punição mais célere, mas, em contrapartida, prevê penas alternativas. (crimes menos graves com penas alternativas o Estado pode agir mais rápido).
3ª Velocidade: Mesclaa 1ª velocidade e a 2ª velocidade.
-Defende a punição do criminoso com pena privativa de liberdade (1ª velocidade).
-Permite, para determinados crimes, a flexibilização de direitos e garantias constitucionais (2ª velocidade). (crimes graves com penas severas e processo flexibilizando garantias) 
QUADRO COMPARATIVO
	1ª Velocidade
	2ª Velocidade
	3ª Velocidade
	Pena privativa de liberdade
	Penas alternativas
	Pena privativa de liberdade
	Procedimento garantista
	Procedimento flexibilizado
	Procedimento flexibilizado
	EX: CPP
	EX: Lei n. 9.099/95
	EX: Lei n. 12.850/13 (organizações criminosas)
Hoje temos doutrina anunciando a 4ª velocidade do Direito Penal, ligada ao Direito Penal Internacional, mirando suas normas proibitivas contra aqueles que exercem (ou exerceram) chefia de Estados e, nessa condição, violam (ou violaram) de forma grave tratados internacionais de tutela de direitos humanos. Para tanto, foi criado, pelo Estatuto de Roma, o Tribunal Penal Internacional. Trata-se da primeira instituição global permanente de justiça penal internacional, com competência para processar e julgar crimes que violam as obrigações essenciais para a manutenção da paz e da segurança da sociedade internacional em seu conjunto. 
FONTES DO DIREITO PENAL
Lugar de onde vem e como se exterioriza o Direito Penal. 
Fonte material.- de onde vem o Direito Penal- fábrica)
Fonte formal. (como se exterioriza o Direito Penal- como se propaga o produto fabricado)
Fonte material (fabrica): é a fonte de produção da norma, órgão encarregado de criar a lei penal. 
Órgão encarregado de criar lei penal, União. (art. 22, I, CF)
IMPORTANTE: Lei Complementar pode autorizar o Estado a legislar sobre Direito Penal incriminador no seu âmbito. “Art. 22, parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.” 
Fonte formal (propagar o produto fabricado): É o instrumento de exteriorização do Direito Penal. O modo como as regras são reveladas. Fonte de conhecimento ou cognição. 
QUADRO COMPARATIVO
	FONTE FORMAL
(Doutrina clássica)
	FONTE FORMAL
(Doutrina moderna)
	Imediata: Lei
	Imediata:
Lei-única fonte incriminadora
Constituição Federal
Tratados Internacionais de Direitos Humanos
Jurisprudência
Princípios
Atos Administrativos
	Mediatas: Costumes e Princípios Gerais do Direito
	Mediata: Doutrina 
Fonte formal imediata (doutrina moderna):
Lei: fonte formal imediata; único instrumento normativo capaz de criar crimes e cominar penas. 
Constituição Federal: fonte formal imediata; não cria crime nem comina penas.
 
Pergunta fase oral MP/SP:
Se a C.F. é superir à lei, porque ela não pode criar infrações penais ou cominar sanções? 
R: Em razão de seu processo moroso e rígido de alteração. 
Muito embora não possa criar infrações penais ou cominar sanções, a C.F. nos revela o Direito Penal estabelecendo patamares mínimos (mandado constitucional de criminalização) abaixo dos quais a intervenção penal não se pode reduzir.
Exemplo de mandado constitucional de criminalização: “Art. 5º, XLII, C.F.- A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão (patamares mínimos), nos termos da lei; (a lei é quem cria o crime de racismo e comina sua pena).”
Existem mandados constitucionais de criminalização implícitos? 
R: De acordo com a maioria existem mandados de criminalização implícitos com a finalidade de evitar proteção deficiente do Estado. 
O legislador não poderia retirar o crime de homicídio do ordenamento jurídico, porque a C.F. garante o direito à vida.- é um mandado constitucional de criminalização implícito.
Obs.: com base nesse mandado de criminalização implícito(direito a vida) questiona-se a legalização do aborto. 
Tratados Internacionais de Direitos Humanos: Fonte formal imediata.
Podem ingressar no nosso ordenamento jurídico de duas formas:
- Com status constitucional se aprovados com o quorum de Emenda
-Com status infraconstitucional, porém supralegal quando aprovados com o quorum comum. .-STF adota essa corrente.
Respeitável corrente doutrinária se posiciona no sentido de que os tratados, versando sobre direitos humanos (e somente eles), uma vez subscritos pelo Brasil, se incorporam automaticamente e possuem (sempre) caráter constitucional, a teor do disposto nos §§1º e 2º, do art. 5º, da C.F. (Flavia Piovesan). 
Importante esclarecer que os tratados e convenções internacionais não são instrumentos hábeis à criação de crimes ou cominação de penas para o direito interno (apenas par ao direito internacional). Assim, antes do advento das Leis 12.694/12 e 12.850.13 (que definiram, sucessivamente, organização criminosa), o STF manifestou-se pela inadmissibilidade da utilização do conceito de organização criminosa dado pela Convenção de Palermo, trancando a ação penal que deu origem à impetração, em face da atipicidade da conduta (HC n. 96007). 
Jurisprudência: fonte formal imediata. Revela direito penal, podendo eventualmente ser vinculante. 
Ex: “Art. 71 C.P. – Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo (jurisprudência propõe 30 dias), lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicando-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços”. 
Princípios: fonte formal imediata. Não raramente os tribunais absolvem ou reduzem pelos fundamentos em princípios. Ex. princípio da insignificância. 
Atos administrativos: fonte formal imediata quando complementam norma penal em branco. 
Fonte mediata para a doutrina moderna: Doutrina. 
E os costumes? Costumes são classificados como fontes informais do Direito Penal. 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
O ato de interpretar é necessariamente feito por um sujeito que, empregando determinado modo, chega a um resultado. 
INTERPRETAÇÃO: 
Quanto ao sujeito
Quanto ao modo
Quanto ao resultado 
Interpretação quando o SUJEITO (origem)
Interpretação autêntica (ou legislativa) – é aquela fornecida pela própria lei. Ex.: Art. 327 do Código Penal, conceito de funcionário Público. 
A interpretação autentica ou legislativa fornecida pela própria lei, subdivide-se em:
Contextual: Editada conjuntamente com a norma penal que conceitua. 
Posterior: Lei distinta e posterior conceitua o objeto da interpretação. (comum em norma penal em branco)
Interpretação doutrinária (ou científica): é a interpretação feita pelos estudiosos. Ex: um livro de doutrina. 
Interpretação jurisprudencial: É o significado dado as leis pelos tribunais. Pode ter caráter vinculante.
A exposição de motivos do Código Penal temos que espécie de interpretação quanto ao sujeito?
R: A exposição de motivos do Código Penal é exemplo de interpretação doutrinária, feita pelos doutos que trabalharam no projeto. 
Interpretação quanto ao MODO
Gramatical/ Filológica/ Literal: o interprete considera o sentido literal das palavras. 
Teleológica: o interprete perquiri a intenção objetivada na lei. Ex: Art. 319-A e o Art. 349-A, Código Penal. 
Histórica: o interprete indaga a origem da lei. 
Sistemática: interpretação em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais do direito. 
Progressiva (ou evolutiva): busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência. 
Interpretação quanto ao RESULTADO
Declarativa/ Declaratória: é aquela em que a letra da lei corresponde exatamente aquilo que o legislador quis dizer. 
Restritiva: a interpretação reduz o alcance das palavras da lei para corresponder a vontade do texto.
Extensiva (+ mais em concurso): amplia-se o alcance das palavras para que corresponda a vontade do texto. 
	Interpretação quanto ao SUJEITO
	Interpretação quanto ao MODO
	Interpretação quando ao RESULTADO
	Autêntica
DoutrináriaJurisprudencial
	Literal
Teleológica
Histórica
Sistemática
Progressiva
	Declarativa
Restritiva
Extensiva – MAIS CAI EM CONCURSO. 
Interpretação extensiva- aprofundamento.
Admite-se interpretação extensiva conta o réu? 
1ª Corrente (Nucci e Luiz Regis Prado): É indiferente se a interpretação extensiva beneficia ou prejudica o réu (a tarefa do intérprete é evitar injustiças). A C.F não proíbe sequer implicitamente a interpretação extensiva contra o réu. 
2ª Corrente (Luiz Flávio Gomes/ Defensoria Pública): Socorrendo-se do Princípio in dúbio pro reo, não admite interpretação extensiva contra o réu (na dúvida, o juiz de interpretar em seu benefício). Esta corrente ganhou importante aliado, o Estatuto de Roma, art. 22. 2 “em caso de ambiguidade, a norma será interpretada a favor da pessoa objeto do inquérito acusada ou condenada. 
3ª Corrente (Zaffaroni): Em regra, não cabe interpretação extensiva contra o réu, salvo quanto interpretação diversa resultar num escândalo por sua notória irracionalidade. Corrente do STF e STJ. 
Ex.: Art. 157, II, C.P.- Roubo majorado pelo uso de arma. 
O que é arma?
 1ª corrente, abrange somente instrumentos fabricados com finalidade bélica. (sentido próprio/ sentido restrito).
2ª corrente, arma é qualquer instrumento capaz de servir ao ataque, mesmo que não tenha sido fabricado com sentido bélico. (arma no sentido impróprio/ interpretação extensiva). Os tribunais tem adota essa segunda corrente. STF e STJ. 
CUIDADO! Não podemos confundir INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA com INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA. 
INTERPRETAÇÃO ANALÕGICA (INTRALEGEM): O Código, atento ao Princípio da Legalidade, detalha todas as situações que quer regular e, posteriormente, permite que aquilo que a elas seja semelhante, passe também a ser abrangido no dispositivo. Exemplos dados pelo legislador seguidos de fórmula genérica de encerramento. 
Interpretação extensiva: pego uma palavra (arma) e amplio o alcance dela.
Interpretação analógica: o juiz fica autorizado a encontrar outros casos semelhantes aos exemplos.
Exemplo de interpretação analógica: Art. 121, §2º, I, III, e IV do C.P.
Mediante paga ou promessa de recompensa (exemplo de torpeza), ou por outro motivo torpe; (encerramento genérico) 
Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura (exemplos de meios), ou outro meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo comum;(encerramento genérico)
à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação (exemplos de modo) ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; (encerramento genérico)
Atenção! A interpretação analógica não se confunde com analogia.
Analogia não é forma de interpretação, mas de integração. 
Analogia pressupõe lacuna! Não há interpretação. Parte-se do pressuposto de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual é preciso socorrer-se de previsão legal empregada à outra situação similar. 
Pressupostos da analogia no Direito Penal
Certeza de que sua aplicação será favorável ao réu. Analogia in bonam partem.
Existência de efetiva lacuna a ser preenchida. Omissão involuntária do legislador. 
Exemplo 1: Art. 181, I do C.P. – (o legislador não lembrou da união estável- possível analogia in bonam partem.)
Art. 181, I, C.P É isento de pena quem cometer qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
Do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
Estamos diante de uma lacuna involuntária do legislador. 
Exemplo 2: Art. 155 § 2º do C.P.- Furto Privilegiado (não é aplicável ao roubo, uma vez que a intenção do legislador é não privilegiar esse tipo de crime.) Não houve uma lacuna involuntária do legislador, mas sim silencio eloquente. 
	Interpretação Extensiva
	Interpretação Analógica
	Analogia
	Forma de interpretação
	Forma de interpretação
	Forma de integração
	Existe norma para o caso concreto
	Existe norma para o caso concreto
	Não existe norma para o caso concreto
	Amplia-se o alcance da palavra
	Exemplos seguidos de encerramento genérico
	Cria-se nova norma a partir de outra (só quando favorável ao réu)
DELITO DE ACUMULÇAÕ: Conceito. Certos tipos penais tutelam objetos que se caracterizam pelas grandes dimensões (bens jurídicos supraindividuais. Ex.: meio ambiente), o que torna difícil imaginar que a conduta de apenas uma pessoa possa lesá-lo de forma efetiva ou mesmo causar um perigo concreto, de sorte que a lesividade só existe por uma ficção. Assim, em alguns casos, somente se constatará a lesão ao bem jurídico se levarmos em consideração não somente a conduta de um agente, mas o acúmulo dos resultados de várias condutas. Não demanda a intervenção do Direito Penal. 
Exemplo. Uma pessoa que pesca sem autorização legal um determinado peixe não lesa expressivamente o bem jurídico (meio ambiente), mas a soma de várias pessoas pescando poderá causar lesão. Por isso que se pune uma conduta isolada, mesmo que sem lesividade aparente.
Crítica. Se a lesividade ao bem jurídico somente ocorrerá ao se considerar a soma de várias condutas, o agente será punido por uma conduta que, por si só, não causou lesividade.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL
	1º Princípios relacionados à MISSÃO FUNDAMENTAL DO DIREITO PENAL
	2º Princípios relacionados como FATO DO AGENTE
	3º Princípios relacionados ao AGENTE DO FATO
	4º Princípios relacionados com a PENA
	1.1 Princípios da exclusiva proteção dos bens jurídicos
	2.1 Princípio da exteriorização ou materialização do fato
	3.1 Princípio da responsabilidade pessoal
	4.1 Princípio da dignidade da pessoa humana
	1.2 Princípio da intervenção mínima
	2.2 Princípio da legalidade
	3.2 Princípio da responsabilidade subjetiva
	4.2 Princípio da individualização da pena
	
	2.3 Princípio da ofensividade/ lesividade
	3.3 Princípio da culpabilidade
	4.3 Princípio da proporcionalidade
	
	
	3.4 Princípio da isonomia
	4.4 Principio da pessoalidade
	
	
	3.5 Princípio da presunção de inocência 
	4.5 Princípio da vedação do bis in idem 
1º Princípios relacionados com a missão fundamental do Direito Penal
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos: O Direito Penal deve servir apenas para proteger bens jurídicos relevantes para a convivência humana. 
Conceito de BEM JURÍDICO: é um bem material ou imaterial, haurido do contexto social, de titularidade individual ou metaindividual, reputado como essencial para a coexistência e o desenvolvimento do homem em sociedade. 
O que é ESPIRITUALIZAÇÃO DO DIREITO PENAL?
R: Percebe-se uma expansão da tutela penal para abranger bens jurídicos de caráter metaindividual, difuso, coletivo, ensejando a denominada espiritualização, desmaterialização, dinamização ou liquefação do bem jurídico. Ex: Direito Penal tutelando o meio ambiente. 
1.2 Princípio da Intervenção Mínima: O Direito Penal só deve ser aplicado quanto estritamente necessário, de modo que sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado (caráter fragmentário). 
IMPORTANTE: O principio da insignificância é desdobramento lógico de qual característica de intervenção mínima? R: é desdobramento lógico da fragamentariedade. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: é um principio limitador do Direito Penal É causa de atipicidade material de comportamento. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA DE ACORDO COM OS TRIBUNAIS SUPERIORES (STF/STJ)
- Requistos:
I- 	Ausência de periculosidade social da ação.
Reduzido grau de reprovalidade do comportamento.
Mínima ofensividade da conduta do agente.
Inexpressividade da lesão jurídica causada. 
Observações sobre o princípio da Insignificância
STF e STJ: para aplicação do principio da insignificância, consideram a capacidade econômica da vítima. (STF- RHC 96813; STJ- Resp. 1.224.795).
“A verificação da lesividade mínima da conduta para apta torná-la atípica, deve levar em consideração a importância do objeto materialsubtraído, a condição econômica do sujeito passivo, assim como as circunstâncias e o resultado do crime, a fim de se determinar, subjetivamente, se houve ou não relevante lesão ao bem jurídico tutelado.” (REsp 1224795, Quinta Turma, DJE 20/03/2012). 
Prevalece no STF e STJ ser incabível o principio da insignificância para o reincidente, portador de maus antecedentes, o u o criminoso habitual (STF-HC 115707, Segunda Turma, DJe 12/08/2013; STJ- AgRg no AREsp 334272, QuintaTurma DJe, 02/09/2013). 
Tem se admitindo o princípio nos crimes contra o patrimônio, praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa. O delito de furto é o exemplo clássico. 
Quando qualificado, porém, a regra é não admitir, considerando ausente o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente. 
Percebemos a tendência de parcela da doutrina em não admitir a aplicação do princípio da insignificância quando o bem tutelado é difuso ou coletivo. 
O STF e STJ negam o princípio nos crimes de estelionato previdenciário, moeda falsa, posse de drogas para uso próprio, tráfico de drogas e tráfico de armas. 
STF, no entanto, admite o princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública praticados por funcionário público, STJ não admite. 
STF e STJ admitem o princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública praticados por particulares (ex: descaminho)- STF admite até R$ 20.000, - Portarias 75/130/ 2012. STJ até R$ 10.000, 00 (LEI 10.522/02) . 
STF e STJ têm decisões admitindo o principio da insignificância nos crimes ambientais (há importante divergência sobre o assunto).
Apesar de existir acórdão em sentido diverso, o STF aplica o princípio da insignificância em se tratando do crime de apropriação indébita previdenciária nos casos em que o valor suprimido não ultrapasse R$ 20.000, 00, valor insignificante para o fim de ajuizamento da execução fiscal (portaria 75MF/2012).
CUIDADO: O STJ tem decisões aplicando o principio, mas considerando, para tanto, o valor limite de R$ 10.000,00 (revogado pela portaria 75 do MF/). 
Nos casos de atos infracionais, o Estado está obrigado a aplicar as medidas previstas no ECA ao menor infrator, considerando seu caráter educativo, preventivo e protetivo. 
 Excepcionalmente, porém, diante de peculiaridades do caso concreto, é possível incidir o princípio da insignificância, desde que verificados os requisitos para a configuração do delito de bagatela. 
O STJ firmou posição nesse sentido, reconhecendo possível o princípio da insignificância nas condutas regidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (HC 225607/RS). 
O princípio da intervenção mínima tem sido invocado no debate sobre o alcance das disposições relativas à lavagem de dinheiro, especialmente após a alteração da Lei n. 9.613/98. Sabe-se que, em sua redação original, o art. 1º da referida Lei trazia um rol de crimes, em geral graves, que poderiam ser considerados antecedentes à lavagem. Uma vez em vigor a Lei n. 12.683/12, aboliu-se o rol antecedente, razão por que qualquer infração penal da qual resultem bens, direitos ou valores passiveis de ocultação ou de dissimulação pode caracterizar a conduta pressuposta. É nesta circunstancia que a intervenção mínima deve ser obervada a carga de gravidade da infração penal anterior para que eventualmente se legitime a punição do branqueamento de recursos dela advindos. 
	
PRINCÍPIO DA BAGATELA
	Princípio da Bagatela PRÓPRIA
	Princípio da Bagatela IMPRÓPRIA
	Os fatos já nascem irrelevantes para o Direito Penal,
	Embora relevante o fato praticado, a pena no caso concreto, mostra-se desnecessária. 
	Causa de atipicidade material (irrelevância da lesão ao bem jurídico)
	Fato típico + ilícito + culpável, porém o Estado perde o interesse de punir. 
	Ex: subtração de uma caneta Bic. 
	Ex: “a” primário subtrai o carro de “b”, mas logo devolve, demonstrando sincero arrependimento. 
Cuidado! Não podemos confundir o princípio da insignificância com o princípio da adequação social.
Principio da adequação social: apesar de uma conduta se ajustar a um tipo penal, não será considerada materialmente típica se for socialmente adequada ou reconhecida como tal. 
	Princípio da Insignificância
	Princípio da adequação social
	Os dois princípios limitam do Direito Penal (causam atipicidade material)
	Considera a irrelevância da lesão ao bem jurídico, pouco se importando se o comportamento é adequado socialmente ou não. 
	Considera a aceitação da conduta pela sociedade, não importando a lesão ao bem jurídico. 
2º Princípios relacionados com o FATO do agente. 
2.1- Princípio da Exteriorização ou Materialização do Fato: O Estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias, isto é, FATOS. 
Atenção! Veda-se o Direito Penal do autor: Consistente na punição do indivíduo baseada em seus pensamentos, desejos e estilo de vida. 
Conclusão: O Direito Penal brasileiro é um Direito Penal do Fato. 
Exemplo: “Art. 2º, C.P. – ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.”. 
No Brasil vadiagem ainda é contravenção penal, num clássico exemplo de Direito Penal do Autor ainda vigente no país. 
O nosso ordenamento penal, de forma legítima, adotou o Direito Penal do fato, mas que considera circunstancia relacionadas ao autor, especificamente quando da analise da pena. 
2.2 Princípio da Legalidade (próxima aula)
2.3 Princípio da ofensividade/ lesividade: exige que o fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
- Crime de dano: exige efetiva lesão ao bem jurídico. Ex: homicídio. 
-Crime de perigo: contenta-se com o risco de lesão ao bem jurídico. Ex: abandono de capaz. 
a) perigo abstrato: o risco de lesão é absolutamente presumido por lei. 
b) perigo concreto: o risco de lesão deve ser demonstrado. 
Temos doutrina entendendo que o crime de perigo abstrato é inconstitucional. Presumir prévia e abstratamente o perigo significa, em ultima análise, que o perigo não existe. (para essa corrente, o crime de perigo abstrato viola o princípio da lesividade e da ampla defesa.)
Essa tese, no entanto, hoje não prevalece no STF. No HC 104.410, o Supremo decidiu que a criação de crimes de perigo abstrato não representa, por si só, comportamento inconstitucional, mas proteção eficiente do Estado. 
Ex: Embriaguez ao volante- STF decidiu que o ébrio não precisa dirigir de forma anormal para configurar crime- bastando estar embriagado (crime de perigo abstrato). 
Ex: Arma desmuniciada- STF- jurisprudência atual- crime de perigo abstrato- demanda efetiva proteção do Estado. 
3º Princípios relacionados com o AGENTE DO FATO
3.1- Princípio da Responsabilidade Pessoal: proíbe-se o castigo pelo fato de outrem. Está vedada a responsabilidade coletiva. 
Obs.: parcela da doutrina utiliza este princípio parra negar a responsabilidade penal da pessoa jurídica nos crimes ambientais.
Desdobramentos:
Obrigatoriedade da individualização da acusação: é proibida a denuncia genérica, vaga, ou evasiva. O MP deve individualizar os comportamentos na peça acusatória. 
Obrigatoriedade da individualização da pena: o juiz na sentença deve individualizar a pena dos vários concorrentes do crime. 
3.2- Princípio da Responsabilidade Subjetiva: não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, ficando a sua responsabilidade condicionada à existência da voluntariedade (dolo/culpa). Em resumo: está proibida a responsabilidade penal objetiva. Para parcela da doutrina trata-se de mais um empecilho à responsabilidade penal da pessoa jurídica. 
Dois casos de responsabilidade objetiva autorizadas por lei.
Embriaguez voluntária. (não acidentária) 
Crítica: a teoria da “actio libera in causa” exige não somente uma análise pretérita da imputabilidade, mas também da consciência e vontade do agente. – exige responsabilidade subjetiva. Há doutrina, admitindo essa teoria comohipótese de responsabilidade penal objetiva, juntamente com o crime de rixa qualificada. 
Rixa qualificada
Crítica: todos os briguentos respondem pela qualificadora, pois a rixa, com lesão grave é mais perigosa, e todos concorreram para esse perigo. Só responde pela lesão grave em concurso com a rixa quem, com dolo, produziu o ferimento na vítima. 
3.3- Princípio da CULPABILIDADE: é um postulado do Direito Penal. Significa que só pode o Estado impor sanção penal ao agente imputável (penalmente capaz) com potencial consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do comportamento) quando dele exigível conduta diversa. (podendo agir de outra forma). 
3.4- Princípio da ISONOMIA: “Art. 5º, caput C.F.: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:” 
Isonomia substancial (e não formal): deve-se tratar de forma igual o que é igual e desigualmente o que é desigual. 
Com base nesse princípio o STF, no julgamento da ADC n. 19, afirmou a constitucionalidade da Lei Maria da Penha. 
3.5- Princípio da Presunção de Inocência:
Previsto no Artigo 8º, 2 da Convenção Americana de Direitos Humanos: “Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:” 
Art. 5º, LVII, C.F.- “ninguém será considerado culpado até o transito em julgado de sentença penal condenatória;”
- A C.F. adota o princípio da presunção de inocência ou de não culpa? 
1ª corrente diz que a C.F. adotou o princípio de não culpa, mais coerente com o sistema de prisão provisória prevista no nosso ordenamento. 
2ª corrente diz que o princípio da presunção da não culpa tem origem nazista,fascista, nossa C.F. adotou o princípio da inocência. 
Concurso da Defensoria Publica: não trabalha com o princípio da presunção de não culpa (só com o principio da presunção de inocência) 
Demais concursos: trabalham com os princípios como sinônimos (presunção de inocência ou não culpa). 
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIODA PRESUNÇÃO DE INOCENCIA OU DE NÃO CULPA.
Qualquer restrição à liberdade do agente somente se admite após a condenação definitiva. 
Obs.: a prisão provisória (temporária) é cabível quando imprescindível. 
Prisão provisória= imprescindibilidade. 
“Art. 312 CPP: A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência (quando imprescindível para) da instrução criminal, ou par assegurar a aplicação da lei penal, quando houver provas da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
Cumpre à acusação o dever de demonstrar a responsabilidade do réu. ( e não a este comprovar sua inocência) 
A condenação deve derivar da certeza do julgador. (in dúbio pro reo). 
Súmula Vinculante ligada ao princípio da inocência ou da não culpa: 
Ex.: Súmula Vinculante 11- “Só é licito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.”
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE- 2º Princípios relacionados com o FATO do agente. 
Introdução
Art. 5 º, II, C.F.- “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;” 
Art. 5º, XXXIX, C.F.- “não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal;”
Art. 1º, C.P.- “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.” 
Quais documentos internacionais tratam do princípio da legalidade?
Convênio para a Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais (Roma, 1950).
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São Jose da Costa Rica, 1969). 
Estatuto de Roma que criou o TPI. (1998). 
Obs.: O Princípio da Legalidade está previsto também na Bíblia. 
Conceito: Real limitação do poder estatal de interferir na esfera das liberdades individuais. 
Obs.: Daí sua inclusão na C.F. (garantias do individuo) e nos tratados Internacionais de Direitos Humanos.
Legalidade = reserva legal + anterioridade. 
Fundamentos do Princípio da Legalidade 
3.1 Fundamento político: vincula o poder executivo e o judiciário a leis formuladas de forma abstrata (impede o poder punitivo arbitrário) 
3.2 Fundamento Democrático: representa o respeito ao princípio da divisão de poderes ou separação de poderes. Compete ao Parlamento a missão de elaborar leis. 
3.3 Fundamento Jurídico: uma lei prévia e clara produz importante efeito intimidativo. 
Art. 1º C.P.- “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem previa cominação legal. 
Crime: abrange contravenção penal? Não há infração penal sem lei anterior.
Pena: abrange medidas de segurança? Não há sanção penal sem lei anterior. 
Conclusão: Não há infração penal (crime + contravenção penal) ou sanção penal (pena + medida de segurança) sem lei anterior. 
O artigo 3º do Código Penal Militar dispõe: “As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.”. 
No tocante à reserva legal o artigo respeita quando prevê que as medidas de segurança regem-se pela lei, porém a anterioridade não é respeitada.
Com isso, esse artigo não foi recepcionado pela C.F. , pois para que se respeite o princípio da legalidade, se faz mister o respeito à reserva legal e à anterioridade da lei. 
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Não há crime ou pena sem lei- não deve ser tomado no seu sentido amplo. 
Princípio da Reserva Legal:
- lei ordinária (regra)
- lei complementar (excepcionalmente)
Os Decretos-Leis foram recepcionados, salvo disposição em contrário, pela C.F. como leis complementares. 
Medida Provisória pode criar crime?
R: não sendo lei, mas ato do poder executivo, com força normativa, a medida provisória não cria crime, não comina pena. 
É possível Medida Provisória versando sobre Direito Penal não incriminador? Medida Provisória pode extinguir a punibilidade?
Lembrando: o Art. 63, § 1º, I, b, C.F. proíbe Medida Provisória versando sobre Direito Penal (matéria incluída pela EC 32/01). 
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisória, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
Relativa a:
Direito penal, processual penal e processo civil;”. 
A doutrina diverge: 
1ª corrente: Com o advento da EC 32/01, ficou claro que a Medida Provisória não pode versar sobre Direito Penal (incriminador ou não incriminador).
-Prevalece entre os constitucionalistas. 
2ª corrente: A EC32/01 reforça a proibição da Medida Provisória sobre Direito Penal incriminador, permitindo (implicitamente) matéria de Direito Penal não incriminador.
Posição do STF.
Antes da EC 32/01 o STF admitiu MP versando sobre Direito Penal não incriminador (MP 1571/97), norma que extinguia a punibilidade de crimes tributários e previdenciários mediante a reparação do dano. 
Após a EC 32/01, o STF voltou a admitir MP versando sobre Direito Penal não incriminador (MP 417/08), que impediu a tipificação de determinados delitos no Estatuto do Desarmamento. 
Resoluções de qualquer espécie podem criar infrações penais e cominar penas?
Ex: Resoluções do TSE, CNJ, CNMP, etc.
Não sendo leis em sentido estrito, não podem criar crimes e cominar penas.
CUIDADO! As menções a condutas criminosas indicas nas Resoluções do TSE são mera consolidações de tipos penaispreviamente tipificadas por lei. 
	
Não há crime ou pena sem lei anterior
- Princípio da Anterioridade
-Princípio da retroatividade maléfica da lei penal: a retroatividade beneficia é garantia constitucional do individuo. 
Não há crime ou pena sem lei escrita 
- Proibe-se o costume incriminador. 
Para que serve o costume do Direito Penal? O costume serve como importante instrumento de interpretação. Costume interpretativo. (secudum legem). 
Costume pode revogar infração penal? Discute-se essa questão na contravenção penal do jogo do bicho. 
1ª corrente: Admite-se o costume abolicionista ou revogador da lei nos casos em que a infração penal não mais contraria o interesse social deixando de repercutir negativamente na sociedade. 
Conclusão: jogo do bicho não deve ser punido, pois a contravenção foi formal e materialmente revogada pelo costume. 
2ª corrente: Não é possível o costume abolicionista. Entretanto, quando o fato já não é mais indesejado pelo meio social, a lei não deve ser aplicada pelo magistrado. 
Conclusão: Jogo do bicho apesar de formalmente contravenção, não serve para punir o contraventor, pois a infração foi materialmente abolida. (princípio da adequação social). 
3ª corrente (prevalece): Somente a lei pode revogar outra lei. Não existe costume abolicionista.
Conclusão: jogo do bicho permanece infração penal, servindo a lei para punir os contraventores enquanto não revogada por outra lei. 
O STF indeferiu HC em que a Defensoria Pública requeria, com base no princípio da adequação social, a declaração de atipicidade da conduta imputada a condenado como incurso nas penas do art. 184, § 2º, do C.P. Sustentava-se que a referida conduta seria socialmente adequada, haja vista que a coletividade não recriminaria o vendedor de CDs e DVDs reproduzidos sem a autorização do titular do direito autoral, mas, ao contrário, estimularia a sua prática em virtude dos altos preços desses produtos. De acordo com o Supremo, o fato de a sociedade tolerar a prática do delito em questão não implicaria dizer que o comportamento do paciente poderia ser considerado licito. Salientou-se, ademais, que a violação de direito autoral e comercialização de produtos “piratas” sempre fora objeto de fiscalização e repressão. 
O STJ afastou essa tese na Súmula 501:
Súmula 501: Presentes a materialidade e a autoria, afigura=se típica, em relação ao crime previsto no art. 164, § 2º, do C.P., a conduta de expor à venda CDs E DVDs piratas. 
Não crime ou pena sem lei estrita 
Proíbe-se a utilização da analogia para criar tipo incriminador. (Analogia in malam partem)
Obs.: cabe analogia in bonam partem, desde que beneficie o réu e haja lacuna involuntária do legislador. 
Ex.: o Art. 155, §3º, do C.P., abrange sinal de TV à cabo?
“§ 3º- Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.” 
A 2ª Turma do STF, no julgamento do HC 97.261 declarou a atipicidade da conduta do agente que subtrai sinal de TV à cabo asseverando ser impossível a analogia incriminadora com o crime de furto de energia elétrica. 
Não há crime ou pena sem lei certa 
Princípio da taxatividade (ou da determinação)
Obs.: exige-se clareza dos tipos penais. A norma incriminadora tem que ser de fácil compreensão. 
Não há crime ou pena sem lei necessária 
Consequência lógica do princípio da intervenção mínima. Vai nortear o legislador onde e quanto intervir, onde e quando deixar de intervir. 
O princípio da legalidade é o vetor bailar do garantismo.
Garantismo: é o mínimo poder punitivo do Estado em face das máximas garantias do cidadão. 
Legalidade formal x Legalidade material 
	Legalidade Formal
	Legalidade Material
	A lei penal obedece ao devido processo legislativo. 
	O conteúdo do tipo deve respeitar direitos e garantias fundamentais do cidadão. 
	Lei vigente.
	Lei válida.
Ex.: Regime integral fechado previsto na Lei 8.072/90. STF entendeu que esse dispositivo é vigente, mas não é válido. 
LEI PENAL
Lei Penal- Classificação
Lei Penal Completa: é aquela que dispensa complemento valorativo (dado pelo juiz) ou normativo (dado por outra norma).
Ex.: art. 121, C.P. (“matar alguém”). 
Lei Penal Incompleta: é a norma que depende de complemento valorativo (tipo aberto) ou normativo (norma penal em branco). 
Tipo aberto: espécie de lei penal incompleta. Depende de complemento valorativo, dado pelo juiz na análise do caso concreto. 
Ex.: crimes culposos. São descritos em tipos abertos, uma vez que o legislador não anuncia a formas de negligência, ficando a critério do juiz na análise do caso concreto.
ATENÇÃO: o tipo aberto para não violar o princípio da legalidade deve ser redigido com o mínimo de determinação. Ex.: homicídio culposo. 
Receptação
Art. 180, § 3º- Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena- detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. 
Excepcionalmente, o legislador descreveu a negligencia (em sentido amplo), subtraindo do juiz, de forma legítima, a sua valoração no caso concreto. 
Norma penal em branco: espécie de lei penal incompleta. Depende de complemento normativo, dado por outra norma. 
Espécies de norma penal em branco:
- norma penal em branco em sentido estrito/ própria ou heterogênea: o complemento normativo não emana do legislador, mas sim de fonte normativa diversa. Não viola o princípio da legalidade. 
Ex.: Lei complementada por uma portaria do Poder Executivo. Lei 11.343/06 – Lei de Drogas.
“Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.”
- norma penal em branco em sentido amplo/ imprópria/ homogênea: o complemento normativo emana do legislador. 
Em caso de lei penal complementar, é chamada de homovitelina.
Se a lei complementadora for diversa da lei penal (extrapenal) é chamada de heterovitelina. 
	NORMA PENAL EM BRANCO IMPRÓPRIA
	Homovtelina/ homóloga
	Heterovitelina/Heteróloga
	
Complementada
Lei penal 	Lei Penal
	
Complementada
Lei penal 	Lei extrapenal
	
Ex: Peculato (art. 312, CP)- A expressão “funcionário público” é esclarecida pelo art. 327, C.P.
	
Ex: Ocultação de impedimento para casamento (art. 237, C.P.)- A expressão “impedimento” está no Código Civil. 
-norma penal em branco ao revés: O complemento refere-se não ao conteúdo proibitivo, mas em relação ao preceito secundário, sanção. 
O complemento da norma penal em branco ao revés só pode ser dado por Lei Penal, ou seja, será necessariamente homogênea. 
	Norma Penal em Branco
	Norma Penal em Branco ao Revés
	Lei Penal:
Preceito primário (conteúdo criminoso) incompleto.
Preceito secundário (sanção penal) completo/ determinado. 
	Lei Penal:
Preceito primário (conteúdo criminoso) completo/ determinado.
Preceito secundário (sanção penal) incompleto.
Ex.: Lei 2.889/56- art. 1º (genocídio) 
A norma penal em branco heterogênea é constitucional? 
1ª corrente: a norma penal heterogênea impossibilita a discussão amadurecida pela sociedade a respeito do seu complemento. Fere o artigo 22, I, C.F. É, portanto inconstitucional. (Rogério Greco/ Paulo Queiroz). Fere o Fundamento Democrático do princípio da Legalidade, que representa o respeito ao princípio da divisão de poderes ou separação de poderes. Compete ao Parlamento a missão de elaborar leis.
2ª corrente: a norma penal heterogênea é constitucional,o legislador já discutiu e criou o tipo penal com todos os seus requisitos. A remissão ao Executivo é absolutamente excepcional e necessária por razões de técnica legislativa. O Executivo só esclarece o requisito do tipo. (STF, Nucci, Luis Regis Prado)
Norma penal em branco em instâncias federativas diversas: a lei penal em branco (própria ou imprópria) pode ser complementara por normas oriundas de instancias federativas diversas (Poder Executivo ou Legislativo Federal, Estadual ou Municipal). O art. 63 da Leis do Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), por exemplo pune com reclusão, de 1 a 3 anos, e multa, “alterar aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico ou artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida.” (pode ser uma autoridade federal,estadual, distrital ou municipal) 
	Nestes casos, a lei ou ato administrativo criado para proteger a edificação pode ser municipal. Eis, portanto, típico caso de norma penal em branco complementada por norma não federal. É preciso, no entanto, que se atente para o fato de que a iniciativa dessas instancias federativas no complemento das normas penais em branco deve ser restrita, sob pena de se caracterizar generalizada delegação de competência legislativa privativa da União, expediente vedado pela Constituição Federal. 
	Norma penal em branco ao quadrado ou raiz quadrada da norma penal em branco: lei penal complementada por uma lei que por sua vez também exige complementação. 
EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPO
Introdução
Como decorrência do principio da legalidade, aplica-se, em regra, a lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso (tempus regit actum)
Excepcionalmente, no entanto, será permitida a retroatividade da lei penal para alcançar os fatos passados, desde que benéfica ao réu. É possível que a lei penal se movimente no tempo: extra-atividade da lei penal. 
Extra-atividade da Lei Penal no Tempo, espécies:
- Ultra-atividade: A lei “a” continua sendo aplicada para os fatos praticados na sua vigência, evitando a retroatividade maléfica da Lei “b”. 
-Retroatividade: A lei “b” retroage para alcançar os fatos passados, pois mais benéfica do que a Lei “a”. 
TEMPO DO CRIME
Quando no tempo um crime se considera praticado?
Teoria da atividade: o crime considera-se praticado no momento da conduta.- Adotada na Brasil. (ART. 4º, C.P.)
Teoria do resultado: o crime considera-se praticado no momento do resultado. 
Teoria mista/ubiquidade: o crime considera-se praticado no momento da conduta ou do resultado. 
Obs.: 1: Princípio da coincidência/ congruência/ simultaneidade: todos os elementos do crime (fato típico/ ilicitude/ culpabilidade) devem estar presentes no momento em que o delito é praticado. (no momento da conduta).
Ex.: Agente menor de 18 anos dispara arma de fogo com vítima, porém, a morte da vítima ocorre quando o agente completa 18 anos. Neste caso, considerando a teoria da atividade adotada no Brasil, o agente responderá perante o ECA, vez que a no momento da conduta ele era menor de idade. 
Obs.: O tempo do crime, EM REGRA, marca a lei que vai reger o caso concreto. No momento da conduta que se analisa qual lei vai reger o caso concreto até o final. 
SEUCESSÃO DE LEIS NO TEMPO
A regra geral é a irretroatividade da lei penal, excetuada somente quando a lei posterior for mais benéfica (retroatividade). 
	
	Tempo da Conduta
	Lei Posterior
	(IR) Retroatividade
	1
	Fato atípico
	Fato Típico
	IRREtroatividade (art. 1º, C.P.)
	2
	Fato típico
	Aumento de pena, por ex.
	IRREtroatividade (art. 1º, C.P.)
	3
	Fato típico
	Supressão da figura típica
	REtroatividade (art. 2º, caput, C.P.)
	4
	Fato típico
	Diminuição de pena, por ex.
	REtroatividade (art. 2º, p. único, C.P.)
	5
	Fato típico
	Migra o conteúdo criminoso para outro tipo penal
	Principio da continuidade normativo-típica
(a retroatividade ou irretroatividade vai depender do caso concreto).
Sucessão de lei incriminadora (novatio legis incriminadora)
	
	Tempo da conduta
	Lei posterior
	(IR) Retroatividade
	1
	Fato atípico
	Fato típico
	IRREtroatividade (art. 1º, C.P.)
“Art. 1º C.P.- Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem previa cominação legal.” 
Ex.
	Lei n. 12.550/11
	Antes
	Depois
	Cola Eletrônica era fato atípico (STF/STJ)
	Cola eletrônica: pode caracterizar o art.311-A, C.P.- neocriminalização.
Novaio legis in pejus/ Lex gravior
	
	Tempo da conduta
	Lei Posterior
	(IR)Retroatividade
	2
	Fato típico
(ultra-ativa)
	Aumento da pena
	IRREtroatividade (art. 1º, C.P.)
Lei nova que de qualquer modo prejudica o réu. 
“Art. 1º C.P.- não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem previa cominação legal. 
Ex.: 
	Lei n. 12.234/10
	Antes
	Depois
	O prazo prescricional para crimes com pena inferior a 1 ano = 2 anos
	O prazo prescricional para crimes com pena inferior a 1 ano = 3 anos
	Obs.:lei revogada é ulta-ativa para os fatos praticados na sua vigência.
	Obs.: lei revogadora (posterior) é irretroativa, pois maléfica. 
Obs.: Sucessão de leis mais grave no crime continuado e no crime permanente
Súmula 711 STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. 
Conclusão: Aplica-se a lei vigente no momento em que cessar a continuidade ou a permanência, ainda que mais grave. 
Abolitio criminis
	
	Tempo da conduta
	Lei posterior
	(IR) Retroatividade
	3
	Fato típico
	Supressão da figura criminosa
	Retroatividade (art. 2º, caput, C.P.)
Revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora. 
“Art. 2º, C.P.- Ninguém pode ser punido por fato que leis posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”. 
Atenção! Trata-se de desdobramento lógico do princípio da intervenção mínima. 
O princípio da intervenção mínima possui duas faces:
Orienta onde e quando o Direito Penal deve intervir (neocriminalização) 
Orienta onde e quando o Direito Penal deve deixar de intervir (abolitio criminis)
Ex.:
	Lei n. 11.106/05
	Antes
	Depois
	Art. 240, C.P.: adultério (era crime)
	Art. 240, C.P. (Não é mais crime)
Aboliu-se a figura criminosa- lei retroativa. 
Natureza jurídica da abolitio criminis
1ª corrente:causa extintiva excludentes da tipicidade. (Flavio Monteiro de Barros). 
2ª corrente: causa extintiva da punibilidade. Prevalece essa corrente. (Art. 107, III, C.P.) 
Consequências da Abolitio criminis
Faz cessar a execução penal: Lei abolicionista não respeita coisa julgada. 
E o artigo 5º, XXXVI, C.F./88?
“Art. 5º, XXXVI, C.F.- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
R: o artigo 5º é uma garantia do individuo contra o Estado e não do Estado contra o indivíduo. 
Faz cessar os efeitos penais da condenação: Os efeitos extrapenais são mantidos. (art..91e 92, C.P.) 
Ex.1: Reincidência? Trata-se penal que desaparece com a abolitio criminis. 
Ex. 2: Reparação do dano? Sentença penal como titulo executivo judicial no civil. Trata-se de efeito extrapenal, não desaparecendo com a abolitio criminis.
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS/ LEX MITIOR
	
	Tempo da conduta
	Lei posterior
	(IR) Retroatividade
	4
	Fato típico
	Diminuição de pena
	REtroatividade (art. 2º, p. único, C.P.)
Lei que de qualquer modo favorece o réu. 
“Art. 2º, parágrafo único, C.P.- A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”. – Também não respeita a coisa julgada. 
Ex.:
	Lei n. 11.343/06
	ANTES
	DepoisPosse de drogas para uso próprio configurava o art. 16 da Lei 6.368/76, punida com detenção de 6m a 2 nos.
	Posse de drogas para uso próprio passou a configurar o art. 28 da Lei 11.343/06, punida com penas não privativas de liberdade.
	PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
	PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
Depois do transito em julgado quem é o juiz competente para aplicar a lei mais benéfica?
Prova objetiva: Súmula 611 do STF, juiz da execução. 
Prova escrita: a doutrina diverge.
1ª corrente: juiz da execução. (súmula 611 STF)
2ª corrente: depende do caso concreto. Se a aplicação da nova lei exigir conhecimento meramente matemático, juiz da execução. Se demandar juízo de valor, exige-se revisão criminal. 
	Espécie
	Juízo Competente
	Exemplo
	Aplicação matemática
	Juiz da execução
	Cria-se diminuição de pena para o roubo quando o bem subtraído não suplanta a 1 salário mínimo. 
	Juízo de valor
	Revisão Criminal
	Cria-se diminuição de pena para o roubo quando houver pequeno prejuízo para a vítima. 
É possível a aplicação de lei mais benéfica durante o seu período de vacatio legis?
1ª corrente: Sim. O tempo da vacatio tem como finalidade principal promover o conhecimento da lei promulgada. Não faz sentido que aqueles que já se inteiraram do conteúdo da nova lei fiquem impedidos de lhe prestar obediência quanto aos preceitos mais brandos. (Rogério Greco). 
2º corrente: Não é possível aplicação de lei mais benéfica durante o seu período de vacatio, pois nesse período não possui eficácia jurídica ou social. (adota pela maioria da doutrina). 
STJ: (...) Não poderia o Tribunal de origem aplicar a minorante do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/06, de 23/8/06, uma vez que a norma não estava em vigor quando do julgamento do recurso acusatório, eu se deu em dentro do prazo da vacatio legis. 7. Ordem denegada (STJ, HC, 1000.692/PR, 5ª T., j. 15/06/2010, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe 02;08.2010). 
Para beneficiar o réu, admite-se a combinação de leis penais?
	Momento da conduta
	Momento da sentença
	Lei “a”
-Pena: 2 a 4 anos
-Multa: 100 dias-multa
	Lei “b”
- Pena: 1 a 3 anos
-Multa: 1000 dias-multa 
1ª corrente: Não se admite. O juiz ao combinar as duas leis, na verdade está legislando, criando uma terceira lei (Lex tertia)- Nelson Hungria. 
2ª corrente: Sim, é possível. Se o juiz pode aplicar o todo de uma ou de outra lei para favorecer o agente, pode escolher parte de uma ou de outra para o mesmo fim. (Nucci)
O STJ sumulou entendimento vedando a combinação:
“É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/06, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na integra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis”. (súmula 501) 
Como proceder em caso de dúvida sobre qual a lei mais benéfica? Nelson Hungria sugere que a defesa seja consultada. 
Princípio da continuidade normativo-típica
	
	Tempo da conduta
	Lei posterior
	(IR) retroatividade
	5
	Fato típico
	Migra o conteúdo criminoso para outro tipo.
	Princípio da continuidade normativo-típica
ATENÇÃO! Não se confunde com Abolitio criminis 
	ABOLITIO CRIMINIS
	CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA
	Supressão da figura criminosa (formal e material)
	Supressão formal do tipo
	A conduta não será mais punida (o fato deixa de ser punível)
	O fato permanece punível. A conduta criminosa apenas migra pra outro tipo penal
	A intenção do legislador é não mais considerar o fato criminoso 
	A intenção do legislador é manter o caráter criminoso do fato, mas com outra roupagem. 
Ex.: 
	Lei n. 12.015/09
	Antes
	Depois
	Art. 213 CP- Estupro
	Art. 213- estupro
	Art. 214 CP- atentado violento ao pudor
	O artigo 214 CP foi revogado e o conteúdo migrou par ao artigo 213 CP. 
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
Art. 3º, C.P.- “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstancias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência”. 
Lei temporária: é aquela instituída por um prazo determinado. Tem prefixado lapso de duração. 
Ex: Lei “a” com vigência ate 1/1/2016
Lei excepcional: aquela edita em função de algum evento transitório. (guerra, calamidade pública, epidemia, etc.). Perdura enquanto existir o estado de emergência, 
Ex: Lei “a” com vigência até o fim da crise hídrica. 
Características: leis temporária e excepcional
Autorrevogabilidade
São leis autorrevogáveis (leis intermitentes) 
Consideram-se revogadas assim que encerrado o prazo fixado (temporária) ou cessada a situação de anormalidade (excepcional). 
Ultra-atividade
São leis ultra-ativas (alcançam os fatos praticados durante a sua vigência, ainda que revogadas). 
ATENÇÃO! Nesse caso, há a excepcionalidade da ultra-atividade maléfica! 
Ex.: Lei n. 12.663/12 (Lei da Copa) Os fatos praticados antes da revogação dessa lei continuam sendo punidos. (trata-se te lei temporária ultra-ativa para os fatos praticados na sua vigência) 
A doutrina observa que, por serem de curta duração, se não tivessem a característica da ultra-atividade, perderiam sua força intimidadora. 
ATENÇÃO! A revogação das leis temporárias e excepcionais não implicam abolitio criminis.
Art. 3º C.P.- (IN) CONTITUCIONALIDADE
1ª corrente: o art. 3º é de duvidosa constitucionalidade, posto que a exceção à irretroatividade legal que consagra a C.F., não admite exceções, possui caráter absoluto. A extra-atividade deve ser sempre em benefício do réu.- Zafarroni, Rogerio Greco.
2ª corrente: O art. 3º não viola o princípio da irretroatividade da lei prejudicial. Não existe sucessão de leis penais. Não existe tipo versando sobre o mesmo fato sucedendo lei anterior. Não existe lei para retroagir. Corrente que prevalece.
RETRATIVIDADE DA LEI PENAL NO CASO DE NORMA PENAL EM BRANCO. 
1ª corrente: A alteração do complemento da norma penal em branco deve sempre retroagir, desde que mais benéfica para o réu. (Paulo Jose da Costa Junior) 
2ª corrente: A alteração da norma complementadora, mesmo que benéfica, é irretroativa (a norma principal não é revogada com a simples alteração de complementos). (Frederico Marques)
3ª corrente: Só tem importância a variação da norma complementar na aplicação retroativa da norma penal em branco quando esta provoca uma real modificação da figura abstrata do direito penal, e não quando importe a mera modificação de circunstancias que, na realidade, deixa subsistente a norma penal. (Mirabete)
 4ª corrente: A alteração de um complemento na norma penal em branco homogênea terá efeitos retroativos, se benéfica. Quando se tratar de norma penal em branco heterogênea, a alteração mais benéfica só ocorre quando a legislação complementar não se reveste de excepcionalidade (se excepcional, não retroage). – Silva Franco e STF. 
Retroatividade da lei penal no caso de norma penal em branco.
Exemplos elucidativos:
Ex. 1: Art. 237 C.P.- “Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe causa a nulidade absoluta:
Pena- detenção, de três meses a um ano.”. 
“a” casou com “b” sabendo estar impedido para tanto. Lei posterior alterou o C.C., retirando o impedimento de “a”.
1ª corrente: a alteração do complemento da norma penal em branco é benéfica, retroagindo.
2ª corrente: a alteração do complemento da norma penal em branco não retroage, mesmo que mais benéfica. 
3ª corrente: retroage, pois alterou o próprio crime, provocou real modificação na figura criminosa. 
4ª corrente: retroage, pois trata-se de alteração de complemento de norma penal em branco homogênea que beneficia o réu. 
Ex.2: Art. 33, Lei 11.343./06 (lei de drogas)- “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em deposito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo comdeterminação legal ou regulamentar”. 
Tráfico de drogas: “a” foi preso vendendo lança perfume. Dias depois a portaria 344/98 foi alterada, abolindo-se do rol de substancias “lança perfume”. 
1ª corrente: trata-se de alteração benéfica, retroagindo. 
2ª corrente: não retroage, mesmo que mais benéfica. 
3ª corrente: retroage, pois a modificação provocou real alteração na figura criminosa. 
4ª corrente: tratando-se de norma penal em branco heterogênea não excepcional, a alteração benéfica retroage. 
Ex.3: Lei n. 1.521/51- art. 2º, inciso VI (crimes contra a economia popular)- “art. 2º. São crimes desta natureza:
VI- Transgredir tabelas oficiais de gêneros e mercadorias, ou de serviços essenciais, bem como expor à venda ou oferecer ao publico ou vender tais gêneros, mercadorias ou serviços, por preço superior ao tabelado (...)
Vender mercadoria acima da tabela de governo.
“a” vendeu carne por vinte reais o quilo, extrapolando cinco reais a tabela do governo. A portaria, por conta da inflação foi atualizada, proibindo a venda da carne por preço superior a trinta reais. 
1ª corrente: a mudança é benéfica, retroagindo. 
2ª corrente: não retroage. 
3ª corrente: sendo mera atualização, não retroage. 
4ª corrente: tratando-se de situação de excepcionalidade, não retroage. 
LEI INTERMEDIÁRIA 
A lei intermediária tem duplo efeito:
Retroage para alcançar fatos praticados na vigência da lei revogada.
É ultra-ativa para impedir a retroatividade maléfica da lei revogadora. 
Retroatividade da Jurisprudência
	Outubro de 2001
	Antes
	Depois
	Súmula 174 STJ: “No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento de pena.”. 
	Cancelou a Súmula 174 (arma de brinquedo não majora a pena do roubo- mas serve para configurar o roubo). 
Retroage? 
A C.F., se refere somente à retroatividade da lei (proibindo-a quando maléfica e incentivando-a quando benéfica). 
O C.P. também só disciplina a retroatividade da lei (não de jurisprudência). 
O entendimento que prevalece é o de que a extra-atividade só se refere à lei, não se estendendo à jurisprudência. 
Atenção! Paulo Queiroz diz que deve ser proibida a retroatividade desfavorável da jurisprudência e aplicada a retroatividade benéfica, autorizando revisão criminal. 
Cuidado! Não se pode negar a retroatividade da jurisprudência quando dotada de efeitos vinculantes (Súmula vinculante, ADI, ADC, ADPF). 
Eficácia da lei penal no espaço
Sabendo que um fato punível pode, eventualmente, atingir os interesses de dois ou mais Estado igualmente soberanos, gerando, nesses casos, um conflito internacional de jurisdição, o estudo da lei penal no espaço visa apurar as fronteiras de atuação da lei penal nacional. 
Princípios aplicáveis na solução do aparente conflito
Princípio da Territorialidade: aplica-se a lei penal do local do crime. 
Obs. Não importa a nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico tutelado. 
Princípio da nacionalidade ativa: aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente. 
Obs. Não importa o local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico. 
Princípio da nacionalidade passiva: a doutrina diverge. 
	1ª corrente***
	2ª corrente
	Aplica-se a lei da nacionalidade da vítima.
	Aplica-se a lei da nacionalidade do agente quando ofender concidadão. 
	Não importa a nacionalidade do agente, do bem jurídico ou o local do crime.
	Não importa o bem jurídico ou o local do crime. 
	-Bitencourt.
- Hoje prevalece
	- Capez 
Princípio da defesa (ou real): aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado. 
Obs. Não importa o local do crime ou a nacionalidade dos sujeitos. 
Princípio da justiça penal universa: o agente fica sujeito à lei penal do país que ele for encontrado. 
Obs :não importa o local do crime, a nacionalidade dos sujeitos ou do bem jurídico. Este princípio está normalmente presente nos tratados internacionais de cooperação e repressão a determinados delitos de alcance transnacional. 
Princípio da representação (do pavilhão, da bandeira, da substituição ou da subsidiariedade): a lei penal aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas quando praticados no estrangeiro e ai não sejam julgados (inércia do país estrangeiro). 
Obs.: não importa a nacionalidade dos sujeitos, do bem jurídico ou do bem, basta que tenha ocorrido no estrangeiro. 
Cuidado! O Brasil adotou como princípio a regra da Territorialidade (art. 5º, C.P.)
Art. 5º, C.P.- “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.”
Trata-se de Territorialidade Temperada
-É possível, por conta de regras internacionais, que um crime cometido no Brasil, não sofra as consequências da lei brasileira. 
	Territorialidade
	Extraterritorialidade
	Intraterritorialidade
	Local do crime: Brasil
	Local do crime: estrangeiro
	Local do crime: estrangeiro
	Lei aplicável: brasileira
	Lei aplicável: brasileira
	Lei aplicável: estrangeira
Ex. imunidade diplomática.
O que é território nacional?
Espaço geográfico + espaço jurídico (por ficção, equiparação)
Espaço jurídico: art.5º, § 1º - “Para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar”
Princípio da reciprocidade: “art. 5, §2º, C.P.- É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil”. 
Atenção: pelo princípio da reciprocidade, aeronaves ou embarcações estrangeiras públicas ou a serviço do governo estrangeiro, são consideradas extensão do território estrangeiro.
Conclusões:
Quando os navios ou aeronaves brasileiros forem públicos ou estiverem a serviço do governo brasileiro, quer se encontre em território nacional ou estrangeiro, são considerados parte do nosso território. 
Se privados, quando em alto-mar ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei brasileira que ostentam.
Quando estrangeiros, em território brasileiro, desde que privados, são considerados parte de nosso território. 
Embaixada é extensão do território que representa? 
O Código Penal não trouxe qualquer regra especifica atinente às embaixadas, motivo pelo qual prevalece (STF) que são invioláveis, mas não são extensão do território que representão. . 
Situações elucidativas:
Situação 1:
Embarcação brasileira privada naufraga em alto mar. 
Sobre os destroços dessa embarcação, holandês mata americano. 
Em caso de naufrágio, os destroços continuam ostentando a bandeira em alto mar. Neste caso, a justiça brasileira será a competente. 
Situação 2:
Uma embarcação brasileira privada colida com embarcação holandesa privada em alto mar. 
É feita uma jangada com partes brasileiras e com partes holandesas.
Americano mata argentino sobre a jangada.
Na dúvida, aplica-se a lei da nacionalidade do agente ativo. 
Situação 3:
Embarcação pública colombiana atracada em porto brasileiro.
Crimes dentro da embarcação: lei da Colômbia. 
Marinheiro colombiano comete crime no território nacional. 
Se o marinheiro desceu a serviço do seu país, carrega consigo a bandeira ( aplica-se a lei colombiana) 
Se não desceu a serviço, aplica-se a lei brasileira. 
Direito de passagem inocente
Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido a bordo de embarcação privada estrangeira de passagem pelo mar territorial brasileiro?
Ex.: Navio sai de Portugal com destino ao Uruguai, quando está passando pelo mar territorial brasileiro, um holandês mata um chinês. 
Art. 5º, §, 2º, C.P.- É tambémaplicável a lei brasileira ao crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
Por esse artigo, aplicar-se-ia a lei brasileira no caso de passagem inocente., mas não é assim mais.
Art. 3º- Lei n. 8.617/93: “É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. 
 § 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à ordem, ou à segurança do Brasil devendo ser continua e rápida. 
§ 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes graves, ou tenham por fim prestar auxilio a pessoas, a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave.”- Não se aplica mais a lei brasileira. 
O direito de passagem inocente é só pra embarcação ou também abrange aeronave?
A doutrina aplica também para aeronave. 
LUGAR DO CRIME
Quando o crime se considera praticado no nosso território?
Temos três teorias discutindo o assunto. 
Teoria da atividade: o crime considera-se praticado no lugar da conduta. 
Teoria do resultado/ do evento: o crime considera-se praticado no lugar do resultado. 
Teoria mista/ ubiquidade: o crime considera-se praticado no lugar da conduta ou do resultado. – Adotada no Brasil. 
Art. 6º, C.P.- Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Obs: se no Brasil ocorre somente o planejamento e/ou preparação do crime, o fato, em regra, não interessa ao direito brasileiro, salvo quando a preparação por si só, caracterizar crime (ex. associação criminosa). 
	Crime à distancia/ de espaço máximo
	Crime de transito
	Crime plurilocal- local- território nacional
	O crime percorre territórios de 2 países soberanos.
Ex: Brasil e Argentina.
	O crime percorre território de + de 2 países soberanos.
Ex: Brasil, Argentina e Uruguai.
	O crime percorre 2 ou + territórios do mesmo país.
Ex: SP, BH e RJ.
	Conflito internacional de jurisdição (a lei de qual país será aplicada?)
	Conflito internacional de jurisdição (a lei de qual país será aplicada?)
	Conflito interno de jurisdição (qual juízo aplicará a lei?)
	Resolve-se pelo art. 6º C.P.- teoria da ubiquidade
	Resolve-se pelo art. 6º, C.P.- teoria da ubiquidade
	Art. 70 CPP (regra)- teoria do resultado
Art. 70 CPP- A competência será, de regra determinada pelo lugar em que se consumar a infração. 
EXTRATERRITORIALIDADE
	Em casos excepcionais, a nossa lei poderá extrapolar os limites do território, alcançando crimes cometidos exclusivamente no estrangeiro. 
	Art.7º, I, C.P
Extraterritorialidade
Incondicionada (§1º)
	Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. (princípio da defesa)
Crime contra o patrimônio público brasileiro. (princípio da defesa)
Crime contra a administração publica. (princípio da defesa)
Genocídio. (princípio da justiça universal)
	Art. 7º, II, CP
Extraterritorialidade
Condicionada (§2º)
MAIS CAI EM CONCURSO “B”
	Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. (princípio da justiça universal)
Crimes praticados por brasileiro. (princípio da nacionalidade ativa)
Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada quando em território estrangeiro e ai não sejam julgados. (princípio da representação)
	Art. 7º, CP
Extraterritorialidade
Hipercondicionada (§3º)
	Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. (princípio da nacionalidade passiva)
Extraterritorialidade condicionada
Nos caos do art. 7º, inciso II, do CP, para que a nossa lei possa ser aplicada, é necessário e concurso das seguintes condições: 
Entrar o agente no território nacional 
Obs 1: entrar não significa permanecer. 
Obs 2: território nacional: espaço geográfico e especo jurídico. 
Ser o fato também punível também no país em que foi praticado 
Estar esse crime incluído entre aqueles pelos quais a lei autoriza a extradição 
Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter ai cumprido a pena. 
Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
Pergunta: Brasileiro em Portugal mata dolosamente cidadão português. O agente foge e retorna ao território antes do fim das investigações. A brasileira alcança este fato? 
O agente entrou no nosso território? Sim. 
O fato é punível também em Portugal? Sim
O crime coincide com aqueles pelos quais o Brasil autoriza a extradição? Sim
O agente foi absolvido ou cumpriu pena no estrangeiro? Não
O agente foi perdoado ou está extinta a punibilidade? Não 
Será aplicada a lei brasileira. 
O autor do crime será processado pela justiça estadual ou federal?Ausentes os requisitos do art. 109 da CF, o agente será processado e julgado pela justiça estadual. 
Qual a comarca competente par ao processo e julgamento? Art. 88 do CPP. 
‘Art. 88 do CPP- No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.”. 
Pena cumprida no estrangeiro (art. 8º do CPP)
“Art. – a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.”.- Esse artigo está atenuando o bis in idem.
É possível que suceda a hipótese de ser o agente processado, julgado e condenado tanto pela lei brasileira como pela lei estrangeira (em especial nos caos de extraterritorialidade incondicionada).
EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
A lei penal se aplica a todos, por igual,não existindo privilégios pessoais. Há, no entanto, pessoas que, em virtude das suas funções ou em razão de regras internacionais, desfrutam de imunidades. Longe de uma garantia pessoal, trata-se de necessária prerrogativa funcional. 
	PRIVILÉGIO
	PRERROGATIVA
	Exceção da lei comum deduzida da situação de superioridade das pessoas que a desfrutam. 
	Conjunto de precauções que rodeiam a função.
	Subjetivo e anterior à lei
	Objetiva e deriva da lei
	Tem essência pessoal
	Anexo à qualidade do órgão
	Poder frente à lei
	Conduto para que a lei se cumpra
	Aristocracias das ordens sociais
	Aristocracias das instituições governamentais
IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS 
Trata-se de prerrogativa de direito público internacional de que desfrutam: 
Chefes de governo estrangeiro ou chefes de Estado, sua família e membros da comitiva. 
Embaixador e sua família. 
Funcionários do corpo diplomático.
Funcionários das organizações internacionais. (ex: ONU)
Convenção de Viena sobre relações diplomáticas (art. 31 e seguintes).
Natureza jurídica da imunidade diplomática:
1ª corrente- trata-se de causa pessoal de isenção de pena. ( prevalece essa corrente)
2ª corrente- trata-se de causa impeditiva de punibilidade. 
O diplomata deve obediência à nossa lei?
Por força da característica da generalidade da lei penal, os agentes diplomáticos devem obediência ao preceito primário do país em que se encontram. 
Escapam, no entanto, da sua consequência jurídica (punição-preceito secundário), permanecendo sob a eficácia da lei penal do Estado a que pertencem (intraterritorialidade). 
Ex: art. 121 CP: Matar alguém (diplomata deve obediência) Pena: 6- 20 anos (punido de acordo com a lei de seu Estado). 
Os agentes consulares tem imunidade diplomática? Os agentes consulares tem imunidade funcional. (relativa) ficando imunes aos crimes praticados no exercício da função. 
A imunidade é irrenunciável. 
É vedado ao seu destinatário abdicar da prerrogativa

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