Buscar

ÉTICA PROFISSIONAL - LFG EO XIX

Prévia do material em texto

1. ATIVIDADES PRIVATIVAS DE ADVOCACIA (FIGURA DO ADVOGADO):[2: 	 1ª Aula (15 de junho de 2015). Arthur de Motta Trigueiros Neto.]
1.1. Arts. 1º ao 4º do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (EAOAB); arts. 1º ao 7º do Código de Ética e Disciplina (CED); e arts. 1º ao 10 do Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil (RGOAB).
1.2. Quais são as atividades que somente um advogado pode realizar (somente o advogado pode prestar, ou seja, PRIVATIVAS da função)? São basicamente três as atividades privativas da advocacia, sendo elas:
Postulação judicial, ou seja, perante o Juízo;
Prestar assessoria, consultoria e direção jurídica;
Visar atos constitutivos de pessoas jurídicas.
1.3. Atividades privativas do advogado em espécie:
1.3.1. Postulação judicial (art. 1º, inciso I, EAOAB): “a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos Juizados Especiais” (redação original do artigo). 
Lei 8.906/94: a Associação dos Magistrados (AMB) propôs a ADI 1127-8, da qual o STF entendeu ser inconstitucional a expressão “qualquer” (art. 1º, inciso I, EAOAB), pois criaria um monopólio da advocacia para o acesso ao Poder Judiciário. Logo, existem hipóteses em que é dispensável a presença de advogado perante o Juízo (“jus postulandi”).
Basicamente: a regra é por meio de advogado, exceto no caso de (onde é dispensável a presença de advogado):
(i) Impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal (art, 1º, § 1º, EAOAB): em seu próprio favor (não pode ser proposta por terceiros em seu nome).
(ii) Postulação perante juizados Especiais:
Lei 9.099/95 = na primeira instância, cujo valor da causa seja de até vinte salários-mínimos, e na segunda instância é indispensável a presença de advogado;
Juizado Especial Federal (Lei 10.259/01) = na primeira instância até sessenta salários mínimos (limite máximo) e segunda instância o advogado é indispensável há qualquer que seja o valor.
(iii) Postulação perante a Justiça do Trabalho, pelo jus postulandi do art. 791 CLT e súmula 425 TST (apenas vias ordinárias, não alcança mandado de segurança, ação rescisória, ação cautelar e recursos ao TST e STF); *tanto Reclamante, quanto Reclamado. OBS: relação de trabalho necessita de advogado.[3: 	 Súmula 425 TST. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.]
(iv) Postulação perante a Justiça de Paz: única e exclusiva para casamento/matrimônio;
(v) Credor de alimentos (art. 2º, Lei 5.478/68): pode pleitear alimentos do devedor diretamente;[4: 	 Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.]
(vi) Postular medidas protetivas da Lei 11.340/06 (art. 19): basta ir ao delegado/Ministério Público;[5: 	 Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.]
(vii) Propositura de revisão criminal (posição majoritária da doutrina/jurisprudência). 
OBS.: a impetração de MANDADO DE SEGURANÇA, MANDADO DE INJUNÇÃO, HABEAS DATA e AÇÃO POPULAR é indispensável a presença de advogado.
1.3.2. Prestar assessória, consultória e direção jurídica (art. 1º, inciso II, EAOAB; art. 7º, RGOAB): 
1.3.2.1. Assessoramento jurídico (advocacia preventiva): prevenir futuros litígios. OBS.: Bacharel/estagiário: assessoramento? Não, pois é atividade privativa de advocacia.
1.3.2.2. Direção jurídica: empresas públicas/privadas/instituições financeiras. Exemplo: diretor do departamento jurídico. OBS.: Bacharel/estagiário NÃO pode exercer essa função,
1.3.3. Visar atos constitutivos de pessoa jurídica (art. 1º, § 2º, EAOAB; art. 2º, RGOAB): é assinar atos constitutivos de pessoa jurídica, sob pena de NULIDADE DO REGISTRO (o contrato social é um ato constitutivo, da qual precisa do visto de um advogado).
Exceção: atos constitutivos de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte em que dispensa o visto/assinatura do advogado.
OBS.: ficam impedidos de visar atos constitutivos de pessoas jurídicas os advogados que prestam serviços a órgãos de registro ou se vinculados à Administração da Unidade Federativa, da Junta Comercial ou outros órgãos competentes para registro (art. 2º, parágrafo único, RGOAB). Exemplo: João é advogado e presta serviço para a JUCESP. Em razão disso não poderá visar atos constitutivos de pessoa jurídica que lá se registram (restrição para o exercício, pois presta serviço ao órgão em que registra). 
1.4. É atividade privativa de advocacia atuar em inventários e divórcios extrajudiciais (Lei 11.441/07)? É indispensável, desde que preenchido os seguintes requisitos: ser consensual (acordo) e não ter interesses de incapazes.
Basicamente: na escritura do divórcio/partilha extrajudicial é indispensável a participação do advogado (assim será mantido no NCPC).
2. TEMAS CORRELATOS À ADVOCACIA:
2.1. O Advogado (art. 133, CF): é figura indispensável para a realização da Justiça (ao lado do Ministério Público e da Magistratura). O advogado, mesmo em seu ministério privado, exerce uma função social (profissional liberal), ou seja, tem “munus público”. OBS.: grande relevância pública.[6: 	 Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.]
2.2. Advocacia Pública (art. 3º, § 1º, EAOAB; arts. 9ª e 10, RGOAB): são integrantes:
Membros da Advocacia Geral da União (AGU);
Membros da Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN);
Membros das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados-membros, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas; OBS.: membros das empresas públicas e sociedade de economia mista não são advogados públicos.
Membros das Defensorias Públicas da União e dos Estados.
CUIDADO: é obrigatório a inscrição na OAB, sendo que em ambos os casos deverá ser seguido o Regime de Ética Profissional previsto no EAOAB/CED/RGOAB, sem prejuízo de regras específicas de sua carreira. Do mesmo modo, os advogados públicos podem integrar qualquer órgão da OAB, além de se eleger nas eleições internas.
3. INSCRIÇÃO NA OAB:
3.1. Arts. 8º ao 14, EAOAB; arts. 20 ao 26 e 32 ao 36, RGOAB: para se inscrever na OAB como advogado, devem ser preenchidos sete requisitos cumulativos (art. 8º, EAOAB):
Capacidade civil.
Bacharelado em direito: comprovação por cópia do diploma ou certidão de graduação (colação de grau) acompanhada de cópia autenticada do histórico escolar (art. 23, RGOAB).
Título de eleitor e quitação do serviço militar brasileiro.
Aprovação no exame da Ordem.
Não exercer atividade incompatível com a advocacia.
Idoneidade moral (não atende aquele que foi condenado por crime infamante, ou seja, crime grave, salvo reabilitação judicial).
Prestar compromisso perante o Conselho Competente: solenidade do julgamento (art. 20, RGOAB).
OBS.: COMPROMISSO: ato personalíssimo, pela sua natureza (candidato que pretende se inscrever, somente ele pode prestar o compromisso), não é delegável, nem mesmo por documento público.
3.2. Espécies de Inscrição na OAB (art. 10, EAOAB):
a) Inscrição Principal (art. 10, “caput”): primeira inscrição do advogado (original). Será obtida perante o Conselho Seccional do domicílio profissional (nada mais é do que a sede principal da atividade do advogado naquele determinado Estado). 
Sempre prevalece o domicílio fixo do advogado (art. 10, § 1º). A inscrição principal permite ao advogado exercer a profissão em todos os Estados, porém, pode haverrestrição quantitativa (de atos de advocacia). A título de curiosidade geralmente essa restrição é de cinco processos por ano em outros Estados.
b) Inscrição Suplementar (art. 10, § 2º): obtida nos demais Estados que não o da inscrição principal (arca a anuidade da inscrição principal e dos demais Estados em que for inscrito suplementar). Aqui a inscrição é opcional, e só será necessária quando o advogado passar a exercer profissão com habitualidade nos outros Estados (que não seja aquele da inscrição permanente). Exemplo: restrição quantitativa de cinco causas por ano em outros estados, ao propor a sexta, será necessário o advogado se inscrever, de forma suplementar neste Estado.
OBS.: pode o advogado a qualquer tempo cancelar a inscrição suplementar.
c) Inscrição por transferência (art. 10, § 3º): em caso de mudança efetiva de domicílio profissional, deverá postular a transferência para outro Estado da Federação.
CUIDADO: em caso de fraude ou ilegalidades praticadas na inscrição principal, suspende o processo de transferência para apuração dos fatos perpetrados. Exemplo: inscrição com diploma falso, o advogado pede transferência achando que irá se safar do ocorrido.
3.3. Cancelamento da inscrição e licenciamento do advogado (art. 11 e 12, EAOAB): ocorre em cinco hipóteses, sendo elas:
Requerimento do advogado (não exige motivação).
Pena de exclusão (sanção disciplinar por fato ocorrido).
Falecimento do advogado.
Exercer atividade incompatível com o exercício da advocacia, em caráter dEfinitivo. Exemplo: magistratura, Ministério Público.
Perder qualquer dos requisitos exigidos para a inscrição.
OBS.: em todas as hipóteses acima (com exceção do falecimento), admite-se o retorno do ex-advogado à OAB.
3.3.1. Consequências do cancelamento:
a) Desligamento do quadro da OAB;
b) Cessação da anuidade;
c) Não exerce atividades privativas de advocacia.
3.3.2. Retorno ao quadro da OAB: deve o ex-advogado preencher quatro requisitos cumulativos.
Capacidade civil (art. 8º, inciso I, EAOAB).
Não exercer atividade incompatível (art. 8º, inciso V, EAOAB).
Idoneidade moral (art. 8, inciso VI, EAOAB).
Prestar novo compromisso (art. 8º, inciso VII, EAOAB).
OBS.: não se exige nova aprovação em exame de ordem, sendo que também não se exige os documentos originalmente necessários à inscrição principal (título de eleitor, serviço militar e diploma). Ao ser obtida nova inscrição, não se restaurará o número da anterior.
3.3.3. Licenciamento (art. 12, EAOAB): afastamento, que ocorre nas seguintes hipóteses:
A requerimento, desde apresente um motivo justificado.
Exercer atividade incompatível em caráter temporário, pois o definitivo gera o cancelamento. Exemplo: mandato eletivo para Prefeito.
Doença mental curável (incurável acarreta a incapacidade, que gera o cancelamento por ausência de capacidade civil).
3.3.3.1. Consequências do Licenciamento:
a) Afastamento do quadro da OAB enquanto houver motivo;
b) Cessação da anuidade, porém, se o advogado quiser se beneficiar da Caixa de Assistência da OAB, poderá prosseguir com o pagamento voluntário da anuidade.
c) No retorno, permanecerá o mesmo número, por ser um afastamento temporário.
Basicamente: tanto no licenciamento, quando no cancelamento, o ex-advogado não pode praticar atos privativos de advocacia, sob pena de nulidade desses atos.
4. ESTÁGIO PROFISSIONAL:
4.1. Art. 9º, EAOAB; arts. 27 ao 31 e 35, RGOAB; art. 3º, § 2º, CED:
4.2. Quem pode ser estagiário inscrito na OAB? Poderá ser o estudante de direito a partir dos dois últimos anos do curso (ou seja, quarto e quinto ano), bem como o bacharel em direito (como no caso de não ter sido estagiário durante o curso; teoricamente não poderia, pois ele já conclui o curso).
4.3. Quais são os requisitos para obter a inscrição?
Deve o estagiário preencher os requisitos do art. 8º, incisos I, III, V, VI e VII, EAOAB (exceto a aprovação no exame da ordem e ser bacharel).
Ser admitido em estágio profissional de advocacia: não é Ministério Público e nem Magistratura.
4.4. Prazo de duração do estágio?
EAOAB: dois anos prorrogável por mais um.
RGOAB: art. 35 = carteira com validade máxima de três anos.
4.5. Inscrição do estagiário: deverá ser pleiteada no Conselho Seccional em que se situa o curso jurídico. OBS.: o bacharel deve fazer sua inscrição de estagiário onde concluiu o curso de direito.
4.6. Atividade que pode o estagiário praticar:
a) Em conjunto e sobre a permissão do advogado: todas aquelas privativas de advogado (art. 3º, § 2º, EAOAB).
b) Isoladamente (art. 29, §§ 1º e 2º, RGOAB):
Retirar e devolver autos do processo, assinado a carga.
Obter certidões cartorárias.
Assinar petições de juntada de documentos (tanto em processo judicial, como administrativo).
Realizar atos extrajudiciais, desde que autorizado ou com substabelecimento do advogado.
OBS.: sob a responsabilidade do advogado.
5. MANDATO:
5.1. Art. 5º, EAOBA; arts. 9ª ao 18 e 24, CED; art. 6º, RGOAB): somente pode o advogado postular em juízo, ou fora dele fazendo prova do mandato (procuração outorgada pelo cliente ao advogado).
Em algumas situações é permitido ao advogado postular sem procuração? Sim, em caso de urgência (afirmada pelo advogado). Art. 37, CPC (ficará obrigado a apresentar a procuração em quinze dias prorrogáveis por igual período).
Serão nulos os atos praticados sem ser apresentada a procuração.
5.2. Formas de extinção da procuração:
a) Presumida (art. 10, CED): concluída a causa, ou arquivado o processo, presumem-se o cumprimento e a cessação do mandato).
b) Expressas:
Renúncia;
Revogação;
Substabelecimento sem reserva.
5.2.1. Formas expressas de extinção do mandato:[7: 	 2ª Aula (22 de junho de 2015). Arthur de Motta Trigueiros Neto.]
Renúncia (art. 5º, § 3º, EAOAB; art. 6º RGOAB; art. 13 CED): ato unilateral do advogado (não precisa de anuência do cliente). 
Não implica renúncia aos honorários, ou seja, serão devidos os honorários a que faz jus, pelo tempo em que trabalhou como procurador da parte. 
Outrossim, implica em omissão de motivo (ou seja, o advogado não precisa apresentar as razões que o levarem a renunciar, basta comunicar a renúncia; art. 13 CED). OBS.: ética = não apresentar razões.
Responsabilidade profissional: ele continua a se responsabilizar pelos atos do cliente, até o limite de dez dias da notificação do cliente ou a qualquer tempo quando o mesmo comunica a constituição de novo procurador. Exemplo: renúncia o advogado dia 1º, até o dia 10 ele se responsabiliza.
Comunicação da renúncia: dupla comunicação, ou seja, ao cliente (preferencialmente por carta com AR) e ao Juízo (por meio de petição com documentos essenciais, sendo que não poderá expor as razões).
Revogação (art. 14 CED): ato unilateral do cliente, ou seja, não querer mais que aquele procurador o represente. Com efeito, o advogado não precisa aceitar.
A revogação do mandato não desobriga o cliente do pagamento dos honorários advocatícios contratados.
Não impede o advogado de receber eventuais honorários de sucumbência (o procurador tem direito de recebê-los de forma proporcional ao serviço prestado).
Substabelecimento sem reserva de poderes (art. 24, § 1º CED): substabelecimento é a transferência do mandato de um advogado para outro. São dois tipos: 
Substabelecimento TOTAL (o mandato é transferido para o outro advogado): sem reserva de poderes, sendo que o advogado que recebe a transferência se torna o único procurador (pois ocorreu a extinção do mandato quanto ao advogado original), ou 
PARCIAL (transfere o mandato, mas guarda poderes para si): com reserva de poderes, reservar poderes àquele que os transferiu. 
Vale lembrar, que apenas o substabelecimento total extingue o mandato, sendo que exige-se que o advogado substabelecente (aquele que transfere) dê ao cliente prévio e inequívoco conhecimento do fato (até porque o advogado substabelecido se tornao único procurador).
5.3. Considerações finais sobre o mandato: 
O advogado não deve aceitar procuração do cliente quando este já tiver advogado constituído, salvo se houver motivo justo ou para adoção de medidas urgentes e inadiáveis. Exemplo: advogado que viaja durante o prazo para propositura de agravo de instrumento; cliente que tem dinheiro penhorado pelo sistema BacenJud e seu procurador não se manifestas.
O mandato não se extingue pelo decurso do tempo, ou seja, não caduca pelo decurso do tempo. Permanece válido enquanto houve confiança recíproca entre cliente e advogado.
Advogado de um mesmo escritório/sociedade de advogados não podem representar em Juízo clientes com interesses opostos. Se sobrevier conflito de interesses, o advogado deverá prosseguir com o patrocínio do interesse de apenas um deles, renunciando aos demais mandatos.
6. DIREITOS DOS ADVOGADOS:
6.1. Arts. 6º e 7º, EAOAB: 
6.2. Regra Geral (art. 6º): não existe hierarquia ou subordinação entre advogados, membros do Ministério Público e da Magistratura. Todos devem tratar-se com respeito e consideração recíprocos. 
6.2.1. Dever: autoridades, servidores públicos e serventuários da justiça de dispensar ao advogado tratamento compatível com a dignidade da advocacia.
6.3. Prerrogativas (art. 7º): principal rol dos direitos do advogado.
a) Liberdade de exercício profissional (art. 7º, inciso I): o advogado têm o direito de exercer livremente a profissão em TODO o território nacional.
Inscrição: principal (advogar no Brasil todo) e suplementar (por ser limitado quantitativamente nos outros Estados-membros).
b) Inviolabilidade profissional do advogado (art. 7º, inciso II e §§ 6º e 7º): o advogado goza de tríplice inviolabilidade.
Escritório profissional ou local de trabalho;
Instrumentos de trabalho do advogado;
Correspondências escritas, eletrônicas, telefônicas e telemáticas, desde que relativas ao exercício da advocacia.
Essa inviolabilidade é RELATIVA. 
Quebra da inviolabilidade profissional = busca e apreensão. Requisitos:
i. Existência de indícios de autoria e materialidade de prática de crime pelo advogado, ou seja, indícios suficientes de que o mesmo praticava delitos;
ii. Decretada pela autoridade judiciária competente;
iii. Decisão motivada;
iv. Mandado de busca e apreensão deve ser específico e pormenorizado (não pode ser genérico);
v. Contra com a presença de representante da OAB (no ato da busca e apreensão), sendo que o juiz oficia a OAB local. OBS.: de acordo com o STF se o juiz oficiar a OAB e esta não encaminhar representante, a medida será válida normalmente. Em contrário senso, se o juiz não comunicar a OAB, será ilegal a busca.
vii. Não podem ser utilizados documentos/objetos e mídias dos clientes do advogado, salvo se os clientes forem coautores/participes do advogado no delito referenciado. OBS.: o alvo é o advogado, não seus clientes.
c) Comunicação de advogado com cliente preso (Art. 7º, inciso III): é direito do advogado comunicar-se pessoalmente e RESERVADAMENTE com cliente que se encontre preso em estabelecimento civis ou militares, independente de procuração (não precisa sequer estar representado), ainda que considerado incomunicável. 
Via de regra não há limite temporal do acesso ao cliente preso. No estatuto não tem número de vezes ou horários de acesso.
d) Prisão em flagrante do advogado por motivo ligado à profissão (art. 7º, inciso IV e § 3º): é direito do advogado ter a presença de representante da OAB (durante a lavratura do auto de prisão) quando preso em flagrante por motivo ligado ao exercício da profissão (relação entre o exercício da advocacia e o advogado preso em flagrante).
OBS.: se a prisão em flagrante não tiver relação com o exercício da profissão, a OAB não se fará presente. Exemplo: tráfico de entorpecentes, conduzir veículo automotor embriagado. STF = A ausência de representante da OAB durante a lavratura do auto de prisão só gerará “nulidade” (na verdade é invalidade) se a autoridade policial não houver comunicado a entidade. 
Só se imporá a prisão em flagrante do advogado por motivo ligado à profissão em se tratar de crime inafiançável (se for afiançável não caberá a prisão em flagrante).
e) Local de custódio cautelar do advogado (art. 7º, inciso V): é direito do advogado, antes do trânsito em julgado, ficar recolhido preso em: 
Sala de Estado-Maior = sala (não é cela) no interior das forças armadas ou batalhão da PM, ou ainda corpo de bombeiros, com acomodações condignas (“assim reconhecidas pela OAB” = inconstitucional pela STF na ADI 1128-8).
À falta de sala de Estado-Maior no local, o advogado permanece preso em prisão domiciliar.
OBS.: esse direito (de ficar recolhido em sala de Estado maior, ou à falta, em prisão domiciliar) alcança qualquer tipo de crime, seja ele relativo ou não ao exercício da profissão.
Esse direito vigora até o trânsito em julgado, após ele cumprirá pena como qualquer criminoso.
f) Acesso de advogados a magistrados (art. 7º, inciso VIII): é direito do advogado dirigir-se DIRETAMENTE aos magistrados nas salas de audiência e gabinetes de trabalho, independente de prévio agendamento ou outra condição, sendo que deve ser respeitado a ordem de chegada.
g) Sustentação oral (art. 7º, inciso IX): era direito do advogado sustentar oralmente as razões de QUALQUER recurso/processo, nas instâncias judicial ou administrativa, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior fosse concedido.
Em resumo: pela redação original poderia fazer sustentação oral em TODOS os recursos/processos. O STF na ADI 1127-8 declarou inconstitucional a “totalidade”, por ser desnecessário, bem como procrastinatório.
Basicamente: o advogado somente poderá fazer sustentação oral em recurso ou processos se houver PREVISIBILIDADE (ou seja, a lei deve admitir). Se cabível a sustentação oral, ela somente será feita ANTES do voto do relator (e não após, como na redação original).
h) Uso da palavra pelo advogado (art. 7º, inciso X): é direito do advogado usar da palavra, pela ordem, em qualquer Juízo ou tribunal. 
Advogado pode interromper a fala alheia? Sim, desde que mediante intervenção sumária, com o objetivo de (i) esclarecer equívoco (fatos/documentos/afirmações que podem influenciem no julgamento); (ii) para replicar acusação/censura que lhe sejam dirigidas. 
i) Análise de autos de processos pelo advogado (art. 7º, inciso XIII):
É direito do advogado examinar (obter cópias e até fazer apontamentos) em qualquer órgão dos poder Judiciário, Legislativo, Executivo ou ainda da Administração Pública em geral. Exceção: segredo de justiça ou processos sigilosos.
Autos do processo = findos ou em andamento; mesmo sem procuração (salvo sigilo/segredo de justiça, em que somente terá acesso desde que com procuração).
OBS.: não está expresso no estatuto o direito de examinar autos conclusos ao juiz, mas poderá requerer ao magistrado normalmente.
j) Exame de autos de inquérito policial pelo advogado (art. 7º, inciso XIV): é direito do advogado, em qualquer repartição policial, examinar autos de flagrante e de IP (findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade).
Precisa de procuração? Não precisa de procuração, salvo segredo de justiça.
Possui direito de obter copiar e fazer apontamentos.
OBS.: súmula vinculante nº 14 = é direito do advogado, no interesse do representado ter acesso amplo aos elementos de provas colhidas em investigação criminal, desde que JÁ DOCUMENTADOS nos autos (exemplo: interceptação telefônica só é juntada no final).
k) Vista de autos de processos e cargas (art. 7º, inciso XV): é direito do advogado ter vista de processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza.
Precisa de procuração? Precisa de procuração em caso de segredo de justiça, no mais, não é requisito.
Da mesma forma é direito do advogado de retirar os processos judiciais ou administrativos pelo prazo estipuladopela lei.
l) Retirada (carga) de autos de processos findos (art. 7º, inciso XVI): é direito do advogado de retirar (fazer carga) autos do processo findos (encerrados, ou seja, com o trânsito em julgado), mesmo sem procuração (salvo segredo de justiça), pelo prazo de dez dias.
m) Desagravo público (art. 7º, inciso XVII e § 5º; arts. 18 e 19 RGOAB): desagravo público é uma moção de repúdio promovida pela OAB em casos de ofensas dirigidas a advogados, EM RAZÃO DA PROFISSÃO ou DE CARGO OU FUNÇÃO OCUPADOS NA OAB.
Neste caso a OAB promoverá uma sessão pública solene que será presidida pela (i) Diretoria da subseção/Conselho da Subseção se a ofensa ocorrer no território em que o advogado é inscrito ou (ii) pelo Conselho Seccional ocorrido em outros lugares/Conselho Federal. Basicamente: seja presidida pelo Conselho Federal, (a) quando o ofendido for Conselheiro Federal ou (b) Presidente de Conselho Seccional, ou (c) ainda qualquer advogado e a ofensa tiver relevância e gravidade com repercussão nacional.
OBS.: o desagravo público pode ocorrer de ofício, mediante requerimento do advogado ofendido ou mediante requerimento de qualquer pessoal, independe de anuência ou autorização do advogado ofendido, sendo que cabe ao Conselho competente decidir sobre o desagravo.
Se a ofensa tiver cunho pessoal, NÃO haverá desagravo público.
	
n) Advogado depondo na condição de testemunha (art. 7º, inciso XIX e art. 26 CED): é direito e DEVER ÉTICO do advogado recusar-se a depois como testemunha nos seguintes casos:
Processos no qual funcionou/vá funcionar (atuar);
Processos que envolvam clientes/ex-clientes, ainda que autorizado/solicitação para que haja o depoimento;
Processos cujos fatos constituam sigilo profissional (ou seja, o advogado os conheceu em razão da profissão).
o) Retirada do advogado de recintos em que devam ser praticados atos judiciais (art. 7º, XX): é direito do advogado retirar-se do recinto onde esteja aguardando pregão para ato judicial (ex: audiência) desde que:
A Autoridade que deva a ele presidir não tenha comparecido (ausência do juiz);
Essa ausência já conte com trinta minutos (pelo menos); OBS.: exceção no caso de audiências trabalhistas, onde o prazo é de quinze minutos.
Elabore comunicação escrita (protocolizada).
OBS.: atraso de pauta não enseja a presente prerrogativa, pelo simples fato de que o juiz encontra-se presente.
p) Imunidade profissional (art. 7º, § 2º): o advogado tem imunidade profissional com relação à qualquer manifestação de sua parte, em Juízo ou mesmo fora dele, desde que relativas ao exercício de sua atividade. 
Exemplo: injúria, difamação ou até desacato (o desacato foi declarado inconstitucional pelo STF, na ADI 1127-8. Logo, responderá pelo delito previsto no art. 331 do CP). Do mesmo modo, poderá responder por calúnia, ou seja, a prerrogativa não se estende pelo delito de calúnia.
Eventuais excessos do advogado podem gerar punições ÉTICAS.
q) Salas especiais para advogados e OAB (art. 7º, § 4º): é dever do Poder Judiciário e do Poder Executivo instalar salas especiais, permanentes para o uso pelos advogados e pela OAB nos seguintes lugares:
Fórum/juizados/tribunais = Poder Judiciário.
Delegacia e presídios = Poder Executivo.
OBS.: em nada onera a OAB.
7. SOCIEDADE DE ADVOGADOS:[8: 	 3ª Aula (29 de junho de 2015). Arthur de Motta Trigueiros Neto.]
7.1. Arts. 15 a 17, EAOAB; arts. 15 e 17, CED; arts. 37 a 43, RGOAB; Provimento 112/06 do Conselho Federal da OAB – CFOAB).
7.2. Natureza jurídica da Sociedade de Advogados:
EAOAB: art. 15 = natureza jurídica de sociedade civil (tendo em vista que o estatuto foi criado na vigência do CC de 1916, sendo que sociedade civil é a antiga sociedade comercial).
CC/2002 = sociedade simples.
Uma sociedade de Advogados não tem natureza empresarial.
7.3. Escritório de Advocacia x Sociedade de Advogados:
	ESCRITÓRIO
	SOCIEDADE
	Não tem personalidade jurídica.
	Tem personalidade jurídica (sociedade simples).
	Local em que os advogados exercem a profissão.
	Não é simplesmente um “local”, mas uma pessoa jurídica.
	Não há irregularidade alguma de advogados trabalharem junto num mesmo escritório, desde que não se apresentem como uma Sociedade de Advogados.
	Tem registro na OAB (possui nº de inscrição).
	Não tem registro na OAB.
	Desde janeiro de 2015 a Sociedade pode aderir ao Super Simples.
7.4. Aquisição da personalidade jurídica: a partir do momento em que forem elaborados seus atos constitutivos, que deverão ser registrados no Conselho Seccional em cuja base territorial (estado) for ser instalada a SEDE dessa Sociedade.
Pegadinha: 
A Sociedade de Advogados é registrada perante a Junta Comercial (jamais). R: A Sociedade de Advogados é registrada perante o Conselho Seccional da Sede dessa respectiva sociedade.
A Sociedade de Advogados é registrada perante o Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (nunca).
7.5. Quem pode constituir (ser sócio) uma Sociedade de Advogados: somente advogados regularmente inscritos na OAB, sendo que é necessário o número mínimo de dois sócios. 
OBS.: e se um dos sócios falecer? O outro pode prosseguir sozinho? Sim, mas por até 180 dias (sociedade unipessoal), sob pena de extinção da Sociedade.
PS: se um sócio passar a exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter temporário, caso em que será licenciado, não haverá alteração da constituição da sociedade. Com efeito, em caso cancelamento em caráter definitivo, ocorrerá a hipótese acima, ou seja, poderá exercer sozinho por até 180 dias.
CUIDADO: pessoas estranhas à advocacia não podem ser sócias de Sociedades de Advocacia (exemplo: contadores, corretores, engenheiros, estagiário de Direito, bacharéis de direito, peritos, entre outros).
7.6. Abertura de filiais de Sociedade de Advogados: é possível constituir filiais, desde que em Conselho Seccionais distintas (leia-se: desde que em outros Estados). Exemplo: sede da Sociedade em SP, filial em SC, filial no PR (não posso ter um filial em SP, pois é vedado a constituição de filial no mesmo Conselho Seccional.
O ato constitutivo da filial:
Arquivar (registrar) perante o Conselho Seccional em que a filial se instalar.
Averbar perante o Conselho Seccional da Sede.
OBS.: uma vez aberta a filial, os sócios obrigam-se a promover inscrição suplementar, independentemente do número de causas em que tiver naquele estado.
7.7. Sócios integrando mais de uma sociedade: é possível que o sócio de uma sociedade de advogado seja sócio de outra sociedade de advogado? R. Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogado com sede ou filial no mesmo Conselho Seccional. Exemplo: João é sócio de uma Sociedade com sede em SP e filial no RJ, poderá normalmente ser sócio da Sociedade XYZ de Advogados no Paraná.
Poderá o advogado ser sócio de Sociedade nos demais estados em que não tenha sede ou filial de sua Sociedade.
7.8. Nome ou razão social da Sociedade de Advogados: o nome da sociedade será formado pelo nome completo ou abreviado de, pelo menos, um dos sócios. Exemplo: Poker & Mazuquelli Sociedade de Advogados.
OBS.: não se admite nome fantasia, por exemplo, “Causa ganha Sociedade de Advogados”. Admite-se o uso “&” (“e” comercial). 
PS. Em caso de falecimento de sócio cujo nome constava na razão social, será admitida a permanência de seu nome apenas se houver expressa previsão no ato constitutivo da sociedade.
7.9. Procuração e Sociedade de Advogados: a procuração deverá ser outorgada individualmente aos sócios (ou seja, não à Sociedade, aos sócios pessoa física). 
No corpo da procuração deverá além do nome do sócio constar o nome da sociedade em que o mesmo faça parte.
7.10. Responsabilidade civil: pelos danos causados pelos sócios por dolo/culpa a clientes, quem arcará? 
Em primeiro lugar arcará a Sociedade (pessoa jurídica), com seu próprio patrimônio. Em segundo lugar, os sócios (pessoa física), com seus patrimônios pessoais.A responsabilidade da Social é PRINCIPAL, enquanto que a dos sócios é SUBSIDIÁRIA, porém, ILIMITADA (não importa o percentual de participação do sócio na Sociedade).
7.11. Advogados Associados (art. 39, RGOAB): as sociedades de advogados podem manter vinculo de associação com advogados, SEM vínculo empregatício, para participação nos resultados nas causas em comum. Ele é como se fosse um parceiro da Sociedade (pois não é sócio e nem empregado), por meio de um contrato de associação (fará juz a um percentual dos valores ganhos, conforme estipulado).
O contrato de associação deverá ser averbado no registro da Sociedade, sob pena de ser considerado como empregado.
7.12. Vantagens de ter uma Sociedade e não um escritório: vantagem tributaria, em decorrência da possibilidade de inscrição em Super Simples. Exemplo: Imposto de Renda de pessoa física para pessoa jurídica.
8. ADVOGADO EMPREGADO:
8.1. Arts. 18 a 21, EAOAB; art. 23, CED; arts. 11 a 14, RGOAB:
8.2. Subordinação mitigada (art. 18, “caput”, EAOAB): a relação de emprego não retira do advogado sua isenção técnica, nem reduz a independência profissional (características inerentes à advocacia). Basicamente: a subordinação existe, mas ela não isenta o aspecto técnica do advogado, e nem lhe retira sua independência profissional. Neste caso, em caso de demissão por parte de empregador sem conhecimento técnico, a justa causa poderá ser revertida.
8.3. Prestação de serviços estranhos ao contrato de trabalho (art. 18, parágrafo único, EAOBA): o advogado empregado não está obrigado a prestar serviços de interesse pessoal (estranhos ao contrato de trabalho) do empregador, fora do estabelecido no contrato de trabalho. 
Exemplo: advogado que foi contratado para atuar na área trabalhista de uma determinada empresa. Não poderá ser obrigado a propor ação de divórcio do empregador.
8.4. Salário mínimo profissional ou piso salarial do advogado (art. 19, EAOAB): salário-mínimo que o advogado fará jus. 
8.4.1. Fixação: por sentença normativa (dissídio coletivo), salvo se houver acordo/convenção coletiva. Em suma: por acordo coletivo de trabalho, convenção coletiva de trabalho ou por meio de sentença normativa.
OBS.: que faz a representação dos advogados na fixação do salário-mínimo? Será feito pelo Sindicato da categoria, ou, à falta, pela Federação ou Confederação dos Advogados. *não é função da OAB se intrometer em assuntos trabalhistas.
8.5. Jornada de trabalho para advogados empregados (art. 20, EAOAB; art. 12, RGOAB):
a) Salvo acordo/convenção coletiva ou dedicação exclusiva: quatro horas diárias e vinte horas semanais.
b) Dedicação exclusiva (cláusula expressa no contrato): até oito horas diárias.
OBS.: se extrapolar a carga horária acima, serão devidos aos advogados horas extras, com adicional de no mínimo cem por cento da hora normal.
8.5.1. Jornada noturno: aquela que vai das 20 horas até às 05 horas (não se aplica CLT = das 22 horas às 05 horas), sendo que o advogado fará jus ao percentual de vinte e cinco por cento (não confundir com CLT, que é vinte por cento).
OBS.: os direitos trabalhistas dos advogados empregados previstos no EAOAB/CED/RGOAB prevalecem sobre a legislação trabalhista (princípio da especialidade). Porém, para aquilo que não estiver previsto no referido diploma, aplica-se a legislação trabalhista.
8.6. Acúmulo de “funções” pelo advogado empregado (art. 23, CED; art. 3º, RGOAB): é defeso (proibido) que um advogado funcione simultaneamente, no mesmo processo como patrono e preposto do empregador ou do cliente.
9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
9.1. Arts. 22 a 26, EAOAB; arts. 35 a 43, CED:
9.2. Princípio da moderação (art. 36, CED): os honorários devem ser fixados com moderação, atendidas as balizas previstas no art. 36, CED. Levar em consideração a relevância, o vulto, a complexidade da ação por exemplo.
9.3. Valor mínimo: tabelas de honorários dos Conselhos Seccionais, sendo que não pode o advogado cobrar valor abaixo do mínimo, sob pena de ser penalizado por ética.
9.4. Espécies de honorários:
Contratuais (súmula vinculante 47): são estabelecidos entre cliente e advogado, observando-se a moderação (art. 37, CED).
Outrossim, os honorários devem ser fixados em contrato por ESCRITO (art. 35, CED). Vantagens do contrato escrito:
Título executivo extrajudicial;
Possibilidade de ser juntado ao processo para desconto do seu valor de montante a ser levantado pelo cliente (evitar calote e facilitar no pagamento dos honorários do advogado).
Momento do pagamento: se não houver estipulação em contrário, serão pagos os honorários na proporção de 1/3 no inicio, 1/3 na sentença e 1/3 no fim do processo, com o trânsito em julgado.
Por arbitramento judicial: serão necessárias quando não houver contrato escrito ou acordo entre as partes sobre o valor devido a título de honorários.
Neste caso o advogado deverá pedir ao juiz que lhe arbitre os honorários (quando não tiver contrato escrito), sendo que o julgador terá como parâmetro para o arbitramento dos honorários a TABELA DOS CONSELHOS SECCIONAIS.
Sucumbenciais: são fixados pelo juiz em prol do advogado da parte vencedora no processo (quem recebe é o advogado da parte vencedora e quem paga é a parte vencida).
OBS.: o advogado pode receber honorários contratados e sucumbenciais. Os honorários sucumbenciais não integram o salário do advogado empregado, já que decorrem acidentalmente da relação de empregado (não é base de cálculo para fins de reflexos trabalhistas).
STF – ADI 1194: os honorários sucumbências possuem natureza disponível. Portanto, eventual cláusula contratual que retire do advogado o direito de receber honorário sucumbenciais é VALIDA (art. 24, § 4º, EAOAB = inconstitucional pelo STF).
Com cláusula “quota litis”: são combinados entre cliente e advogado.
Cláusula “quoto lites”: cláusula de “sucesso” ou “êxito”. O advogado somente receberá seus honorários obtendo êxito na causa, ou seja, apenas receberá se seu cliente ganhar. Portanto, o advogado receberá em porcentagem do proveito econômico da causa.
Requisitos (art. 38, CED): 
Por escrito.
Pagamento em pecúnia, tolerando-se que o advogado receba bens de seu cliente se este não tiver como pagar em dinheiro.
Os ganhos do advogado já computados os honorários de sucumbência não podem superar os ganhos do cliente (ele não pode ganhar mais do que o próprio cliente).
OBS. e aspectos gerais:
Súmula Vinculante n. 47: reforça a natureza alimentar dos honorários advocatícios.[9: 	 Súmula Vinculante n. 47. Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.]
O advogado que for nomeado a falta de Defensor Público, para patrocinar causa de pessoas pobres (na acepção da lei), terá seus honorários custeados pelo Estado, após arbitramento pelo juiz, com base nas tabelas organizadas pelos Conselhos Seccionais. Exemplo: comarca ou Estado em que não possua Defensoria Pública.[10: 	 4ª Aula (06 de julho de 2015). Arthur de Motta Trigueiros Neto.]
Honorários advocatícios de sucumbência do Advogado Empregado (art. 21, EAOAB)? Sim, recebe normalmente quando ele atua em prol do empregador, sendo que essa verba não integra o salário/remuneração do advogado para fins de reflexos (porque decorrem acidentalmente).
Quando a Fazenda Pública for vencida (honorários de sucumbência) em um processo, o advogado da parte vencedora poderá executá-los nos próprios autos (art. 730, CPC) requerendo a expedição de precatório/requisição de pequeno valor (RPV), que terão caráter alimentar (pois os precatórios alimentares possuem lista própria). Inclusive esse caráter de verba alimentar constará no NCPC.
O crédito de honorários em caso de concurso de credores (ex. falência e inventário), de acordo com o EAOAB têmnatureza privilegiada. CUIDADO: especialmente quanto ao processo falimentar, a jurisprudência (principalmente do STJ) é no sentido de que os honorários sucumbenciais têm o mesmo “status” de crédito trabalhista.
Crédito de honorários advocatícios não autoriza o saque (emissão) pelo advogado, de duplicata ou outros títulos de crédito de natureza mercantil (art. 42, CED). 
OBS.: e emissão de fatura? Pode, desde que constitua exigência do cliente, e por escrito.
Pode protestar? Não, o art. 42, CED, não autoriza a tiragem de protesto.
Se o advogado cobrar judicialmente os honorários de seu cliente, deverá, antes, renunciar ao mandato, e então, ajuizar a ação, mas não em causa própria (deverá se fazer representar por outro advogado; art. 43, CED). Basicamente: primeiro renunciar ao mandato e depois constituir advogado para executar judicialmente.
9.5. Prescrição da cobrança judicial de honorários (qual prazo o advogado tem): art. 25, EAOAB. O Advogado tem cinco anos para exigir os seus honorários, sendo que a contagem do prazo tem inicio no:
Vencimento do contrato, se houver (para o caso de honorários contratuais).
Trânsito em julgado da decisão que fixar os honorários advocatícios.
Ultimação do Serviço extrajudicial (como no caso de um parecer ou casamento extrajudicial).
Desistência ou transação da ação.
Renúncia ou revogação do mandato.
9.6. Prescrição da ação de prestação de contas (art. 25-A, EAOAB): o cliente terá o prazo de cinco anos para exigir de seu advogado uma prestação de contas a respeito de valores por este recebidos em nome dele. 
Exemplo: o advogado que recebe valores e não os repassa ao cliente (apropriação indébita em razão de atividade profissional).
10. INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS:
10.1. Arts. 27 a 30, EAOAB:
10.2. Conceito:
IncomPaTibilidade: geram PROIBIÇÃO TOTAL para advogar (não pode advogar).
ImPedimentos: PROIBIÇÃO PARCIAL para exercer as funções privativas de advocacia (pode advogar, mas com algumas restrições).
10.3. Rol das Incompatibilidades (art. 28, EAOAB):
10.3.1. OBS.: incompatibilidades:
Prévia (anterior à inscrição como advogado, ou seja, ocorrerá o indeferimento do pedido de inscrição; art. 8º, inciso V, EAOAB; como o exemplo de exercer atividade incompatível): não existe proibição de inscrição no exame, sendo que em caso de aprovação ele recebe uma certidão e poderá se inscrever normalmente ao cessar a incompatibilidade.
Supervenientes (posteriores à inscrição como advogado, ou seja, “A” já é advogado e passa a ser incompatível a função): podem gerar o cancelamento da inscrição (art. 11, inciso IV, EAOAB = para ato em caráter definitivo) ou o licenciamento (art. 12, inciso II, EAOAB = para o caso de ato transitório).
10.3.2. Art. 28, inciso I, EAOAB: (i) chefes do Poder Executivo e (ii) os membros das mesas diretoras do Poder Legislativo e seus substitutos legais. 
Exemplo: Presidente da República, Governadores e Prefeitos (bem como os respectivos vices); parlamentares ocupantes das mesas diretoras.
10.3.3. Art. 28, inciso II, EAOAB:
Os membros do Poder Judiciário: exceto para juízes eleitorais do TSE e TRE's oriundos da OAB (quinto constitucional) não são incompatíveis (ADI 1127-8, STF), porque os mesmos não são “vitalícios”, ou seja, cumprem mandato certo e determinado.
Dos Ministérios Públicos: de quaisquer MP’s.
Dos Tribunais e Conselhos de Contas: ministros ???
Dos Juizados Especiais: exceto para conciliadores e juízes leigos dos juizados especiais, ou seja, eles podem advogar (desde que não seja perante o próprio juizado em que eles desempenham suas funções).
Da Justiça de Paz: aqueles que celebram casamento.
Dos Juízes Classistas: justiça do trabalho, não existem mais em decorrência da EC 24/99.
Todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da Administração Pública Direita e Indireta: exercem função de julgamento na Administração Pública, e Conselheiros do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, julgam recursos).[11: 	 OAB proíbe advocacia de conselheiro do Carf. Disponível em <http://www.oab.org.br/noticia/28406/oab-proibe-advocacia-de-conselheiro-do-carf>. Acesso em Julho de 2015.]
10.3.4. Art. 28, inciso III, EAOAB: ocupantes de cargos/funções de DIREÇÃO na Administração Pública Direita ou Indireta, bem como em suas empresas controladas ou concessionárias de serviços públicos. 
Exemplo: João, advogado, exerce a função de dirigente de uma Autarquia Municipal.
DIREÇÃO: poder de mando, como no caso de Secretários de Estado, Ministros de Estado, Dirigentes de autarquias, Presidentes de Empresas Públicas e de Sociedade de Economia mista.
Exceção: art. 28, § 2º = cargo/função de DIREÇÃO sem poder de decisão relevante sobre interesse de terceiros, a juízo do Conselho da OAB; Direção de Faculdade pública de Direito.
10.3.5. Art. 28, inciso IV, EAOAB: (i) ocupantes de cargo/função vinculada direta ou indiretamente ao Poder Judiciário e (ii) os que exerçam serviços notários e de registro. 
Exemplo: escreventes, técnicos judiciários, oficiais de justiça, assessores, oficiais de registro civil/imóveis/títulos, escreventes dos cartórios de notas.
10.3.6. Art. 28, inciso V, EAOAB: ocupantes de cargos/funções vinculados direta ou indiretamente à atividade policial de qualquer natureza. 
Exemplo: polícia de segurança (Polícia Civil, Federal, Militar, Rodoviária, Guarda Municipal ou Civil/Metropolitana, agentes penitenciários, carcereiros) e polícia (poder de polícia, como fiscais de vigilância sanitária e fiscais ambientais).
10.3.7. Art. 28, inciso VI, EAOAB: membros/integrantes das forças armadas, desde que na ATIVA. 
10.3.8. Art. 28, inciso VII, EAOAB: ocupantes de cargos/funções com competências para fiscalização/arrecadação/lançamento de tributos ou contribuições parafiscais. 
Exemplo: auditores-fiscais da RFB, fiscais de ICMS/ISS.
10.3.9. Art. 28, inciso VIII, EAOAB: gerentes/diretores em instituições financeiras públicas ou privadas. CUIDADO: diretor ou gerente jurídico não é incompatível (atividade privativa de advocacia = direção jurídica).
10.4. Aspectos finais sobre as incompatibilidades:
As incompatibilidades geram proibição total ou parcial para advogar MESMO EM CAUSA PRÓPRIA, ou seja, não poderá advogar para terceiros e nem para si mesmo.
As incompatibilidades permanecem mesmo se a pessoa estiver temporariamente afastada do cargo/função incompatível. Exemplo: juiz que está afastado por motivos de saúde, não pode advogar.
Se o incompatível (pessoa) praticar atos privativos de advocacia, estes serão considerados nulos.
10.5. Rol dos impedimentos (art. 30, EAOAB): geram proibição PARCIAL (pode-se advogar, porém, com algumas restrições).
Os impedimentos, ainda que anteriores à inscrição na OAB, não interferem no deferimento do pedido de inscrição (haverá a anotação do impedimento nos assentamentos e na identidade profissional).
OBS.: os impedimentos também não geram qualquer implicação ao advogado após a inscrição (não há hipótese de cancelamento/licenciamento).
10.5.1. Art. 30, inciso I, EAOAB: servidores públicas CONTRA a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora. 
A única restrição dos servidores públicos será a de advogar contra “o patrão” (empregador).
Exceção: art. 30, parágrafo único, EAOAB. Os professores de faculdade pública de direito podem advogar contra a Fazenda Pública a que se vincula a faculdade.
CUIDADO: A FAVOR poderá advogar normalmente.
10.5.2. Art. 30, inciso II, EAOAB: parlamentares não podem advogar CONTRA ou MESMO A FAVOR DE TODO o Poder Público, em todos os níveis. Exemplo: vereador não pode advogar contra a União.
Pegadinha: parlamentar membro de mesa diretora é incompatível; parlamentar “comum” é impedido.
10.6. Considerações Finais sobre impedimentos:
Os impedimentos geram apenas proibição parcial para advogar.
Os impedimentos não interferem no deferimento da inscriçãocomo advogado, e também não geram cancelamento ou licenciamento. Haverá apenas anotação do impedimento no prontuário e carteira profissional do advogado.
Se o advogado violar o impedimento, seus atos nos limites do impedimento serão nulos. Exemplo: funcionário municipal que advoga contra o município onde exerce suas funções.
11. EXERCÍCIO LIMITADO DA ADVOCACIA OU ADVOCACIA EXCLUSIVA:
11.1. Art. 29, EAOAB: Advogados-Gerais, Procuradores-Gerais, Defensores-Gerais e Dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública Direta ou Indireta, chamados de “chefes de instituições de advocacia pública”.
São exclusivamente legitimados ao exercício da advocacia vinculado às funções que exercem durante a investidura. 
Exemplo: João é Procurador-Geral do Município “X”, onde os Procuradores Municipais podem exercer advocacia privada (fora do horário de expediente e jamais contra o próprio município. Nos termos do art. 29, João será o único que não poderá exercer a advocacia privada enquanto for Procurador-Geral, sendo que somente poderá advogar para os interesses dos Municípios.
12. INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES:
12.1. Arts. 34 ao 43, EAOAB:
12.2. Sanções Disciplinares:
12.2.1. Censura: art. 36. É a sanção mais leve, ou seja, não acarreta ao menos num primeiro momento, qualquer obstáculo ao exercício profissional.
12.2.1.1. Características:
 
É sanção mais leve.
A pena de censura ficará registrada nos assentamentos do inscrito, salvo se convertida em ADVERTÊNCIA (ofício reservado, sem registro). OBS.: havendo alguma situação atenuante, a pena de censura poderá ser convertida em advertência.
Admite-se a suspensão temporária da aplicação das penas de censura/advertência (art. 59, CED) se o advogado (i) for primário e (ii) comprovar em 120 dias que frequentou e concluiu curso/simpósio/seminário sobre ética, em entidade idônea.
12.2.1.2. Hipóteses de censura:
art. 34, incisos I ao XVI e XXIX, EAOAB.[12: 	 Art. 34. Constitui infração disciplinar:	I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;	II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;	III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber;	IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;	V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha     colaborado;	VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;	VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;	VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário;	IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;	X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione;	XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia;	XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;	XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes;	XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;	XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime;	XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;	XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.]
Violar o CED.
Violar o EAOAB, se não houver pena mais grave.
DICA: se não couber pena mais grave, será aplicada a censura.
12.2.2. Suspensão: art. 37. O advogado ficará impossibilitado de exercer a advocacia em TODO o território nacional (não importa o local em que é inscrito).
Enquanto o advogado estiver suspenso, continuará o dever de pagar a anuidade.
Os atos praticados por advogado suspenso serão nulos.
12.2.2.1. Hipóteses de suspensão:
Art. 34, incisos XVII a XXV, EAOAB.[13: 	 XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la;	XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta;	XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte;	XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;	XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;	XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;	XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo;	XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;	XXV - manter conduta incompatível com a advocacia.]
Reincidência em infração disciplinar: qualquer infração disciplinar.
DICA DE MEMORIZAÇÃO:[14: 	 5ª Aula (13 de julho de 2015). Arthur de Motta Trigueiros Neto.]
Dinheiro: art. 34, incisos XVIII (solicitar/receber qualquer importância), XIX (receber valores), XX (locupletar-se à custa = ganhar dinheiro à custa de alguém), XXI (quantias recebidas, não prestar contas) e XXIII (deixar de pagar), EAOAB. Exceção: art. 34, inciso III = diz respeito com o dinheiro, mas não gera suspensão (gera pena de censura).
RECIF: art. 34, incisos XVII (fraude = auxiliar clientes/terceiros à atos contrários à lei ou por meio de fraude, XXII (retenção abusiva ou extravio de autos), XXIV (inépcia profissional = erros reiterados de português e/ou jurídicos) e XXV e parágrafo único (conduta incompatível = prática reiterada de jogo de azar não autorizado; embriaguez/toxicomania habitual; incontinência pública e escandalosa), EAOAB. 
DICA FINAL sobre a suspensão: se a conduta narrada no enunciado tiver relação com dinheiro (exceto agenciador de causas = art. 34, inciso III, EAOAB) e/ou RECIF (retenção, conduta incompatível, inépcia ou fraude) será punido o advogado com pena de suspensão.
12.2.2.2. Prazo de Suspensão:
Regra (art. 40, parágrafo único, EAOAB): varia de 30 dias (mínimo) à 12 meses (máximo), sendo que levará em conta os (i) antecedentes do inscrito, (ii) atenuantes do art. 40, (iii) grau de culpa, (iv) circunstâncias e (v) consequências da infração.
Exceção (prazo máximo indeterminado): o mínimo ainda é de 30 dias.
Art. 34, inciso XXI (não prestar contas), cuja suspensão durará por, no mínimo 30 dias até a satisfação da dívida com CORREÇÃO MONETÁRIA.
Art. 34, inciso XXIII (deixar de pagar à OAB pelo serviço prestado, após ser notificado), cuja suspensão será de no mínimo 30 dias, até a quitação da dívida com CORREÇÃO MONETÁRIA.
Art. 34, inciso XIV (em erros reiterados, ou seja, inépcia), cuja suspensão será de no mínimo 30 dias, até que o inscrito preste/apresente novas provas de habilitação. OBS: o EAOAB não apresenta o conceito de “provas”, existem precedentes normativos que consideram como novas provas de habilitação o “exame da OAB”.
	Senha desconto para livros de Ética: ProfArthur
12.2.3. Exclusão: art. 38. 
A pena de exclusão acarreta o cancelamento da inscrição (art. 11, inciso II, EAOAB), sendo que a pena de exclusão não impede o RETORNO à OAB, pois o ex-advogado deverá preencher os requisitos do art. 8º, incisos I, V (capacidade civil), VI (não exercer atividade incompatível) e VII (prestar compromisso), EAOAB, bem como se reabilitar (art. 41,EAOAB).
CUIDADO: não precisa de outro exame de Ordem.
12.2.3.1. Quorum para aprovação da pena de exclusão: votos favoráveis de 2/3 dos membros do Conselho Seccional competente para aprovar a exclusão do advogado.
12.2.3.2. Hipóteses de exclusão:
Art. 34, incisos XVI, XVII e XVIII, EAOAB.
Triplareincidência em suspensão, ou seja, no mínimo tenha sido o advogado punido três vezes com pena de suspensão.
DICA DE MEMORIZAÇÃO: 
CIF: art. 34, incisos XVI (falsa prova de requisito para inscrição na OAB), XVII (inidoneidade moral = requisito para obter a inscrição na OAB) e XVIII (crime infamante que acarrete em má fama na classe dos profissionais), EAOAB.
	Dica sobre as sanções disciplinares:
Quando a conduta do advogado, definida no enunciado da questão, não se enquadrar em dinheiro, RECIF, CIF a pena cabível será censura (sanção residual).
12.2.4. Multa: art. 39.
12.2.4.1. Natureza: têm natureza de sanção acessória, ou seja, não poderá ser imposta isoladamente, é uma SANÇÃO CUMULATIVA com as penas de censura ou suspensão.
OBS.: a multa não pode ser cumulada com a exclusão (falta de previsão legal). 
12.2.4.2. Fato gerador: o fato gerador da cumulação com a censura ou a suspensão ocorre quando ocorrer circunstâncias agravantes (art. 39, EAOAB), como no caso de reincidência.
12.2.4.3. Valor da multa: mínimo de uma e máximo de dez anuidades, levando em conta os critérios do art. 40 do estatuto (antecedentes, grau de culpa, atenuantes, circunstâncias e consequências da infração). 
CUIDADO: o valor da multa não é uniforme em todo o território nacional, pois cada estado da federação tem autonomia no valor da anuidade.
13. PROCESSO DISCIPLINAR:
13.1. Arts. 68 a 77, EAOAB; arts. 49 a 61, CED; arts. 120, 137-D a 144, RGOAB:
13.2. Normas aplicáveis subsidiariamente aos processos na OAB (em caso de lacunas = art. 68, EAOAB):
Processos não disciplinares: aplica-se subsidiariamente as normas de processo administrativo e processo civil nesta ordem. Exemplo: processo de inscrição na OAB.
Processos disciplinares: aplica-se as normas da legislação processual penal comum em caso de lacuna.
13.3. Competência no processo disciplinar (art. 70, EAOAB): 
13.3.1. Para PUNIR o infrator: a regra é o Conselho Seccional do lugar da inscrição ética. Exemplo: João é advogado inscrito na OAB/SC, sendo que cometeu uma determinada infração ética em MG (local em que correrá o processo).
OBS.: o Conselho Seccional da inscrição principal tomará conhecimento por meio de uma comunicação, para fins de anotação em prontuário/registro.
Exceção: competirá a punição ao CONSELHO FEDERAL da OAB nos seguintes casos:
Infração ética praticada perante o próprio Conselho Federal da OAB.
Foro privilegiado para Presidentes de Conselhos Seccionais e membros do Conselho Federal, não importando o local em que ocorre a infração.
13.3.2. Para JULGAR o processo disciplinar: a regra é o TED (Tribunal de Ética e Disciplina) do Conselho Seccional competente para punir.
13.4. Prazos (art. 69, EAOAB): vale tanto para os processos disciplinares, quanto aos processos não disciplinares. 
Os prazos para manifestação nos processos gerais são de quinze dias, inclusive para interpor recursos (tanto para advogados, estagiários e terceiros inclusive).
13.4.1. Contagem: tudo depende do meio de comunicação elegido pela OAB.
Comunicação por ofício reservado ou por notificação pessoal: inicia-se a contagem de prazo no primeiro dia útil imediato ao da notificação do recebimento.
Comunicação por imprensa oficial: inicia-se a contagem de prazo no primeiro dia útil seguinte à publicação.
13.5. Suspensão preventiva do advogado (art. 70, 3º, EAOAB): trata-se de uma medida cautelar tomada pela OAB contra o advogado.
13.5.1. Quando cabe? Cabe quando o advogado PRATICAR UM ATO COM REPERCUSSÃO PREJUDICIAL à dignidade da advocacia. Exemplo: advogado envolvido em fraude do INSS.
13.5.2. Quem decreta? O TED do Conselho Seccional em que o advogado tiver inscrição principal.
13.5.3. Prazo de duração da suspensão preventiva: máximo de noventa dias para conclusão de processo disciplinar, sendo que se não concluído o processo nesse prazo, cessará a medida cautelar.
CUIDADO: não confundir com a PENA DE SUSPENSÃO.
13.6. Fases do processo disciplinar: são basicamente quatro fases, uma de INSTAURAÇÃO, INSTRUÇÃO, JULGAMENTO e RECURSAL.
13.6.1. Fase de Instauração do processo disciplinar:
De ofício (sem provação):
Mediante representação (com provocação): qualquer autoridade ou pessoa interessada têm legitimidade.
OBS.: art. 51, CED = não se admitirá representação anônima (ou apócrifa).
13.6.2. Fase de Instrução do processo disciplinar: colheita de provas e apresentação da defesa do increpado.
Primeiramente o Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção (desde que esta tenha um Conselho), designará um RELATOR.
Outrossim, o Relator poderá de plano propor o arquivamento liminar da representação quando a representação estiver destituída de condições mínimos de admissibilidade, sendo que o Presidente do Conselho/Subseção poderá ou não concordar com arquivamento (se concordar, ocorrerá a extinção do processo sem julgamento de mérito). Exemplo: representação anônima.
Não sendo caso de arquivamento liminar, o Relator determinará a notificação do averiguado (pessoal com aviso de recebimento ou imprensa oficial).
Após ser notificado, deverá o investigado apresentar DEFESA PRÉVIA, por meio de documentos e/ou testemunhas (até cinco), no prazo de quinze dias (mas este cabe prorrogação, a critério do Relator, se tiver algum motivo relevante para tanto).
OBS. 1: se o acusado tiver sido notificado pessoalmente e não apresentar defesa prévia, sofrerá as penas de revelia (mas não produz presunção de veracidade, porque a OAB designará um defensor dativo).
OBS. 2: se o increpado tiver sido notificado por edital e não tiver apresentado defesa prévia, não ocorrerá as penas de revelia, sendo que a OAB designará defensor dativo.
Após apresentação da Defesa Prévia, o Relator poderá opinar pelo indeferimento liminar do processo (espécie de julgamento antecipado da lide, em que só caberá por ato do Presidente do Conselho Seccional, em que o processo será extinto com julgamento do mérito). CUIDADO: Presidente do Conselho da Subseção não poder indeferir liminarmente
Se não ocorrer o indeferimento liminar, o Relator proferirá DESPACHO SANEADOR, e, se for o caso, designará audiência na OAB para colher depoimentos das partes e oitiva de testemunhas.
Ao fim, as partes podem apresentar razões (alegações) finais no prazo de quinze dias, sendo que o Relator proferirá um parecer preliminar a ser submetido ao TED.
13.6.3. Fase de Julgamento do Processo disciplinar: o processo disciplinar devidamente instruído pelo Conselho Seccional/Subseção (se esta tiver Conselho), será remetido ao TED.
O Presidente do TED designará um RELATOR, sendo que o processo segue à SECRETÁRIA DO TED que incluirá o mesmo em até 20 dias na pauta julgamento.
Após entrar em pauta de julgamento, o acusado será notificado com antecedência mínima de quinze dias para a SESSÃO DE JULGAMENTO.
Na data designada ocorrerá a Sessão de Julgamento, em que o relator profere seu VOTO, as partes sustentam suas alegações ORAIS (quinze minutos para cada), e por fim os demais membros do TED apresentam seus VOTOS. Outrossim, será lavrado um ACÓRDÃO com a ementa publicada na imprensa oficial do órgão.
OBS.: em caso de pena de exclusão, o TED remeterá o processo para o Conselho Seccional, pois dependerá de votos de pelo menos 2/3 dos membros do Conselho.
13.6.4. Fase de Recursos no Processo disciplinar (arts. 75 ao 77, EAOAB):
a) Das decisões proferidas pelo Presidente do Conselho Seccional, do TED, Diretoria da Subseção e da Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados: caberá recurso para Conselho Seccional (primeira instância recursal).
b) Das decisões proferidas pelo Conselho Seccional: caberá recursopara o Conselho Federal da OAB nos seguintes casos:
Decisão proferida pelo Conselho Seccional não unânime.
Decisão, mesmo que unânime, tiver violado a legislação de ética. Exemplo: o Conselho Seccional viola normas do EAOAB/CED/RGOAB/Provimentos) ao julgar um recurso.
Decisão estiver em conflito com decisões de outros Conselhos Seccionais ou do Conselho Federal da OAB, como no caso de conflitos “jurisprudenciais”.
OBS.: o próprio Presidente do Conselho Seccional pode recorrer para o Conselho Federal desde que se enquadre em um desses casos.
13.6.4.1. Prazos: quinze dias para interpor recursos. 
Exceção: recurso interposto via “Facsimile” (qualquer meio eletrônico, como no caso do Fax), o original deverá ser apresentado na OAB em DEZ DIAS.
13.6.4.2. Efeitos dos recursos (art. 77, EAOAB): em regra os recursos na OAB serão aceitos em duplo efeito (devolutivo e suspensivo).
Exceção: recebidos somente no efeito devolutivo (sem efeito suspensivo, significa que a decisão recorrida já produzirá efeitos ainda que pendente de julgamento o recurso), nas seguintes hipóteses:
Eleições na OAB.
Suspensão preventiva do advogado (medida cautelar).
Cancelamento de inscrição na OAB obtido com provas falsas, inclusive é caso de cancelado do quadro da OAB.
	OBS.: Os processos disciplinares instaurados na OAB contra advogados tramitam em sigilo até o seu término, só tendo acesso às informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente.
13.7. Sigilo dos processos disciplinares:[15: 	 6ª Aula (15 de julho de 2015). Arthur de Motta Trigueiros Neto.]
13.7.1. Antes do trânsito em julgado (em trâmite): somente as partes, seus procuradores e o juiz competente terão acesso ao processo disciplinar. Basicamente: sigilo é a regra, logo, são poucas as pessoas que possuem acesso.
13.7.2. Após o trânsito em julgado do processo disciplinar (encerrado): a publicidade passa a ser a regra, por meio do DIÁRIO OFICIAL e OFÍCIOS EXPEDIDOS PELA OAB AO PODER JUDICIÁRIO.
CUIDADO: a publicidade somente existe para as penas de suspensão e exclusão (porque um advogado suspenso ou excluído não pode exercer funções privativas de advocacia). Logo, a pena de censura não é exceção a regra do sigilo, a mesma permanece sigilosa mesmo após o trânsito em julgado.
13.8. Prescrição da pretensão punitiva no Processo Disciplinar (art. 43, EAOAB):
Qual é o prazo de que dispõe a OAB para punir disciplinarmente o inscrito? Depende.
13.8.1. Prescrição “ordinária”: se verifica no prazo de cinco anos contados a partir da CONSTATAÇÃO OFICIAL DO FATO. 
Pegadinha: a prescrição começa a fluir a partir do cometimento da infração ética (errado), ela começa a contar da constatação do fato. 
Exemplo: infração ética praticada em 10/01/2010, sendo que a OAB toma conhecimento apenas em 08/08/2010. Na data de hoje (15/07/2015) estaria prescrita a infração? Não, pois a mesma prescreverá em 08/08/2015.
13.8.2. Prescrição “intercorrente”: pressupõe que já exista um processo disciplinar instaurado. Se o processo ficar PARALISADO por mais de três anos pendente de despacho ou julgamento, a OAB deverá decretar (até de ofício) a prescrição intercorrente.
OBS.: não confundir a prescrição “ordinária” (em que o prazo é de cinco anos da constatação oficial do fato) com a “intercorrente” (após o decurso de três anos com o processo paralisado).
13.8.3. Causas interruptivas da prescrição (zerar):
Instauração de processo disciplinar;
Notificação válida feita diretamente (por edital não interrompe a prescrição) ao representado/acusado;
Condenação recorrível proferida por qualquer órgão da OAB.
14. REABILITAÇÃO:
14.1. Tem por finalidade (Art. 41, EAOAB):
“Apagar” os registros da condenação.
É condição para o advogado punido com exclusão poder retornar à OAB.
14.2. Requisitos:
14.2.1. Requisitos objetivos: decurso de um ano após o CUMPRIMENTO da pena para requerer a reabilitação.
14.2.2. Requisitos subjetivos: bom comportamento.
OBS.: quando a infração ética tiver decorrido da prática de CRIME, será requisito para a reabilitação a prévia reabilitação criminal. Exemplo: advogado que tiver praticado tráfico de drogas (crime infamante = art. 34, inciso XXVIII, EAOAB).
Basicamente: primeiro requerer a reabilitação criminal, depois administrativa na OAB.
A reabilitação criminal é pressuposto de reabilitação administrativa na OAB quando a infração ética tiver decorrido da prática de CRIME.
15. REVISÃO DOS PROCESSOS DISCIPLINARES:
15.1. Art. 73, § 5º, EAOAB: é semelhante a uma revisão criminal, cujo pressuposto é uma condenação transitada em julgado (no caso, de procedimento disciplinar ético).
O objetivo é reverter uma condenação, em tese “injusta”.
15.2. Hipóteses de cabimento: somente em dois casos distintos, ou seja, em (i) caso de erro de julgamento, e (ii) condenação baseada em provas falsas.
16. SIGILO PROFISSIONAL:
16.1. Arts. 25 ao 27, CED; art. 7º, inciso XIX, EAOAB: é o dever ético do advogado de manter em segredo informações recebidas em razão do exercício profissional.
O sigilo profissional é absoluto ou relativo? Cabe “rompimento”? Em regra o sigilo é “eterno”, mesmo com relação à ex-clientes. Entretanto, existem excessos em que caberá o rompimento do sigilo profissional.
16.2. Hipóteses de admissibilidade de rompimento de sigilo profissional (art. 25, CED):
Grave ameaça à vida do advogado, cliente ou terceiros.
Grave ameaça à honra do advogado, cliente ou terceiros.
Afronta pelo cliente (nos limites de sua defesa, o advogado poderá revelar certas informações recebidas de seu cliente).
CUIDADO: fora desses casos haverá infração disciplinar do advogado (art. 34, inciso VII, EAOAB).
16.3. Advogado arrolado como testemunha para prestar depoimento (art. 26, CED e art. 7º, inciso XIX, EAOAB): o advogado poderá depor como testemunha, desde que não haja interferência no sigilo profissional.
16.3.1. Interferência: não poderá depor.
Processos em que o advogado funcione ou vá funcionar como procurador.
Processos em que figure cliente ou ex-cliente como parte.
Processos cujos fatos devem ser mantidos em segredo.
E se o cliente ou ex-cliente solicitar ou autorizar que o advogado preste depoimento? Mesmo assim é dever ético do advogado recusar-se a depor (NATUREZA COGENTE DO SIGILO PROFISSIONAL).
16.4. Revelação de confidências feitas ao advogado pelo cliente (art. 27, CED): há presunção de confidencialidade nas comunicações epistolares (correspondências, cartas) entre clientes e advogados.
Conclusão: em regra o advogado não pode revelar o seu conteúdo. O mesmo vale para confidências feitas pelo cliente ao advogado.
No entanto, o advogado poderá revelar confidências, ou mesmo o conteúdo de correspondências se preenchidos dois requisitos cumulativos:
Desde que para a defesa de direitos/interesses do próprio cliente.
Desde que o cliente autorize a revelação.
17. Abstenção bienal:
17.1. Introdução (não é expressamente prevista): é proibido que o advogado atue profissionalmente contra ex-cliente ou ex-empregador pelos dois anos APÓS O TÉRMINO da relação contratual.
Assim, o advogado deve se abster de advogar contra ex-cliente ou ex-empregador (construção da OAB, não tem previsão legal).
Exemplo: João advogou para o Banco Itaú até 20/01/2013, sendo que o mesmo foi contratado por Joana para ajuizar “ação de revisão de contrato de empréstimo”. João não pode aceitar a causa dentro de dois anos, ou seja, após o dia 20/01/2015 (poderá normalmente). Porém, mesmo após os dois anos o sigilo profissional prevalece (é eterno).
18. PUBLICIDADE NA ADVOCACIA:
18.1. Arts. 28 a 34, CED; Provimento 94/00, CFOAB:
18.2. Critérios que regem a publicidade do advogado:
3 “ÃOS” = discriçÃO, moderaçÃO e informaçÃO.
OBS.: é vedado o anúncio da advocacia em conjunto com outras atividades. Exemplo: contabilidade e advocacia junto.
18.3. Conteúdo do anúncio:
Nome + n.º OAB.
Pode-se fazer referências,especializações e associações culturais ou científicas de que participe. Exemplo: Especialização em direito do trabalho.
Endereço, horários e meios de comunicação.
CUIDADO: é proibido associar a advocacia em rádio e TV.
18.4. Vedação nos anúncios:
Não se pode fazer menção a cargos ou funções que o advogado tenha ocupado. Exemplo: juiz aposentado, ex-diretor do departamento jurídico de empresa X.
Não se pode mencionar o patrocínio de causas.
Tabela de preços de serviços.
Não se pode fazer anúncios por meio de panfletos.
18.5. Placas de identificação: o anúncio sob a forma de placa deve ocorrer na sede profissional ou residência do advogado.
As dimensões devem ser moderadas, bem como é vedado outdoor.
18.6. Boletim de notícias: podem ser enviados a colegas, clientes ou pessoas que solicitaram/autorizaram a receber, sendo vedado os anúncios.
18.7. Envio de “mala direta” (correspondência enviada a uma coletividade de pessoas): é como se fosse um “spam”. O envio de mala direta fazendo anúncio da advocacia é considerado como meio IMODERADO de publicidade, ou seja, é vedado.
Exceção: comunicar à clientes/colegas a instalação de escritório ou mudanças de endereços.
18.8. Imoderação no anúncio:
Anúncio na parte externa de veículos, mesmo em frotas do próprio escritório.
Panfletos.
Anúncio da advocacia em conjunto com outras atividades.
Divulgação de clientela.
Rádio e TV.
18.9. Entrevistas de advogados em programas de rádio e TV: é vedado o anúncio (divulgar a atividade profissional). 
Permite-se que o advogado participe de programas de rádio/televisão, desde que visem: (i) objetivos ilustrativos, educacionais e instrutivos (exemplo: comentários sobre novidades legislativas), (ii) vedada a autopromoção, além de que (iii) deve evitar a habitualidade.
19. ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA OAB:[16: 	 Aula online (assistida em 29 de novembro de 2015). Arthur de Motta Trigueiros Neto.]
19.1. Natureza jurídica da OAB: atualmente, entende-se que a OAB é uma “entidade sui generis” (por meio da ADI 3026-DF), ímpar no tocante a sua personalidade jurídica conforme o art. 44 do EAOAB (serviço público independente). Basicamente: a OAB não tem vinculação com o Poder Público.
POSICIONAMENTO ANTIGO: a OAB era uma autarquia federal especial.
19.2. Características da OAB: 
19.2.1. Serviço Público independente (art. 44, EAOAB): significa que a OAB não se vinculado ao Poder Público de quaisquer entes federados (oposto do entendimento antigo).
19.2.2. Forma federativa (órgãos): a OAB tem um órgão federal, órgãos estaduais e também municipais.
19.2.3. Imunidade tributária (art. 150, CF): no tocante às suas rendas (como IR), bens (IPVA e IPTU) e serviços.
19.2.4. Personalidade jurídica: a OAB detém personalidade jurídica, ou seja, existência no mundo jurídico.
19.3. Órgãos que compõe a OAB:
19.3.1. Conselho Federal da OAB (CFOAB; arts. 51 ao 55, EAOAB; arts. 62 a 104, RGOAB): é o órgão supremo (cúpula) da OAB, trata-se da última instância recursal (de processos oriundos da OAB), sendo que a sede é em Brasília/DF.
Outrossim, o CFOAB tem personalidade jurídica própria.
19.3.1.1. Competências: previstas nos incisos do art. 54, EAOAB. 
19.3.1.2. Órgãos do CFOAB:
Conselho Pleno: presidido pelo presidente do CFOAB que será secretariado pelo vice-presidente do CFOAB (art. 75, RGOAB).
Órgão Especial: presidido pelo vice-presidente do CFOAB que será secretariado pelo Secretário-Geral do CFOAB (art. 85, RGOAB).
Primeira Câmara: é presidida pelo Secretário-Geral do CFOAB, secretariado pelo Secretário-Geral Adjunto do CFOAB (art. 88, RGOAB).
Segunda Câmara: presidida pelo Secretário-Geral Adjunto, secretariado pelo Tesoureiro do CFOAB (art. 89, RGOAB).
Terceira Câmara: presidida pelo Tesoureiro (art. 90, RGOAB).
Diretoria: fazem parte da Diretoria do CF, o Presidente, Vice-Presidente, Secretário-Geral, Secretário-Geral Adjunto e Tesoureiro (art. 99, RGOAB).
Presidente (Presidente da OAB Nacional): as competências do Presidente vem tratadas no art. 100, RGOAB.
19.3.1.3. Integrantes do CFOAB:
a) Presidente da OAB Nacional e Vice-Presidente;
b) Conselheiros Federais: são 81 conselheiros federais eleitos nos estados e no DF (eleições internas, sendo 3 eleitos para cada unidade federativa). OBS.: dica = idem Senado Federal;
Advertência: cada “trio” de conselheiros federais formam uma Delegação. Exemplo: conselheiros eleitos no estado de São Paulo.
c) Ex-Presidentes: são considerados como membros honorários vitalícios;
d) Advogados agraciados com a medalha Rui Barbosa (também são considerados como membros honorários vitalícios).
19.3.1.4. Sessões da CFOAB: podem comparecem às sessões o (i) Presidente da OAB Nacional (com direito a voto para desempate, ou seja, voto de qualidade), (ii) Presidentes dos Conselhos Seccionais (com direito a voz), (iii) Conselheiros Federais (com direito a voto por delegação, significa, portanto, que teremos 27 votos, sendo que a delegação não poderá votar em assuntos do interesse do seu próprio estado), (iv) Advogados agraciados com a medalha Rui Barbosa (direito a voz), (v) Ex-Presidentes da OAB Brasil (terão direito a voz, sendo que para aqueles que foram presidentes até 05/07/1994 podem votar), e (vi) Presidente do IAD – Instituto dos Advogados Brasileiros (direito a voz).
19.3.2. Conselhos Seccionais (arts. 56 a 59, EAOAB; arts. 105 a 114, RGOAB): são os órgãos estaduais da OAB (27 ao todo).
Outrossim, por meio de Resolução é possível criar Conselhos Seccionais.
Os Conselhos Seccionais constituem instância recursal (primeira).
Ademais os Conselhos Seccionais detém de personalidade jurídica própria.
19.3.2.1. Competência do Conselho Seccional: previsto no art. 58, EAOAB.
Exemplo: tabela de honorários.
19.3.2.2. Composição dos Conselhos Seccionais:
a) Presidente e Vice-Presidente;
b) Conselheiros Seccionais: variam de 30 a 80 por Conselho Seccional a depender do número de advogados inscritos no respectivo estado/DF.
	
Estados
	Abaixo de 3.000 advogados inscritos
	Até 30 Conselheiros Seccionais.
	
	De 3.000 ou mais advogados inscritos
	30 Conselheiros Seccionais + a cada novo grupo de 3.000 soma-se 1 Conselheiro Seccional, respeitando o número máximo de 80 por Conselho.
c) Ex-Presidentes (membros honorários vitalícios);
d) Presidente do Instituto de Advogados Local.
19.3.2.3. Sessões nos Conselhos Seccionais: podem comparecer o:
a) Presidente do Conselho Seccional: só possui direito a voto para desempate;
b) Presidente do Conselho Federal da OAB: somente possui direito a voz;
c) Conselheiros Seccionais: possuem direitos a voto;
d) Conselheiros Federais oriundos do Conselho Seccional (Delegação do Conselho): são os três advogados eleitos pelo respectivo estado-membro, sendo que possuem apenas direito a voz;
e) Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados: possui direito a voz;
f) Presidentes das Subseções: com direito a voz;
g) Presidente do Instituto de Advogados local: somente possui direito a voz.
19.3.2.4. Diretoria dos Conselhos Seccionais: terá os mesmos cargos previsto para a Diretoria do CFOAB, ou seja, integra-se o Presidente/Vice, Secretário-Geral, Secretário-Geral Adjunto e Tesoureiro.
19.3.3. Subseções (arts. 60 e 61, EAOAB; arts. 115 a 120, RGOAB): são órgãos municipais da OAB, criadas pelos Conselhos Seccionais após a realização de estudo de viabilidade.
Ademais, as Subseções não detém de personalidade jurídica própria, ou seja, são parte autônoma subordinadas ao Conselho Seccional.
Outrossim, se a Subseção tiver mais de 100 advogados domiciliados profissionalmente será criado um Conselho (função/competência dos Conselhos Seccionais).
19.3.3.1. Abrangência territorial: terá o território equivalente à (i) 1 município, (ii) + de 1 município ou ainda (iii) parte de município.
19.3.3.2. Criação: pelo menos 15 advogados domiciliados profissionalmente naquela respectiva Subseção.

Continue navegando